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Universidade Estadual de Maringá, 11 a 14 de junho de 2018. Anais ISSN online:2326-9435 XXIII SEMANA DE PEDAGOGIA-UEM XI Encontro de Pesquisa em Educação II Seminário de Integração Graduação e Pós-Graduação “UMA VEZ PETIANA, SEMPRE PETIANA": O PET-PEDAGOGIA/UEM COMO EXPERIÊNCIA INTEGRADORA ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RODRIGUES, Ana Paula Aires 1 [email protected] ROSIN, Sheila Maria 2 (orientadora) [email protected] Universidade Estadual de Maringá Eixo Temático Formação de Professores e intervenção Pedagógica INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiências educacionais oportunizadas a mim por meio do Programa de Educação Tutorial i -PET, durante três anos na graduação, no Curso de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá. O recorte histórico empreendido para a discussão está subscrito aos anos 2015-2017, durante os quais atuei como aluna bolsista. O curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá foi criado no ano de 1973 e reconhecido pelo MEC em 1976. Pertence ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e sua estruturação e organização curricular compete ao Departamento de Teoria e Prática da Educação-DTP e ao Departamento de Fundamentos da Educação-DFE, ofertando aos acadêmicos possibilidades curriculares e extracurriculares, dentre essas: o PET- Pedagogia. 1 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação-PPE/UEM, na condição de bolsista CAPES/CNPq. 2 Professora Doutora, efetiva, do Departamento de Teoria e Prática da Educação e atual tutora do Grupo PET- Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá.

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Page 1: TÍTULO DO TRABALHO - UEM · 2018. 8. 3. · Geralmente no início do ano letivo, o Grupo se reúne para realizar a leitura do Guia do Calouro e dividir as funções que serão realizadas

Universidade Estadual de Maringá, 11 a 14 de junho de 2018.

Anais ISSN online:2326-9435

XXIII SEMANA DE PEDAGOGIA-UEM XI Encontro de Pesquisa em Educação

II Seminário de Integração Graduação e Pós-Graduação

“UMA VEZ PETIANA, SEMPRE PETIANA": O PET-PEDAGOGIA/UEM COMO

EXPERIÊNCIA INTEGRADORA ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

RODRIGUES, Ana Paula Aires1

[email protected]

ROSIN, Sheila Maria2 (orientadora)

[email protected]

Universidade Estadual de Maringá

Eixo Temático

Formação de Professores e intervenção Pedagógica

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiências

educacionais oportunizadas a mim por meio do Programa de Educação Tutoriali-PET, durante

três anos na graduação, no Curso de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá. O recorte

histórico empreendido para a discussão está subscrito aos anos 2015-2017, durante os quais

atuei como aluna bolsista. O curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá foi

criado no ano de 1973 e reconhecido pelo MEC em 1976. Pertence ao Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes e sua estruturação e organização curricular compete ao Departamento

de Teoria e Prática da Educação-DTP e ao Departamento de Fundamentos da Educação-DFE,

ofertando aos acadêmicos possibilidades curriculares e extracurriculares, dentre essas: o PET-

Pedagogia.

1Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação-PPE/UEM, na condição de bolsista CAPES/CNPq. 2 Professora Doutora, efetiva, do Departamento de Teoria e Prática da Educação e atual tutora do Grupo PET-

Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá.

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Universidade Estadual de Maringá, 11 a 14 de junho de 2018.

O atual Programa de Educação Tutorial, em sua origem recebeu o nome de Programa

Especial de Treinamento. Foi criado em 1979 partir da inciativa do professor doutor Claudio

de Moura e Castro, então diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior-CAPES. Em 2000, o PET passou a ser coordenado pelo Departamento de Projetos

Especiais de Modernização e Qualificação do Ensino Superior da Secretaria de Educação

Superior-SESu do Ministério da Educação-MEC. Podemos localizar a gênese do interesse do

desenvolvimento desse Programa na Universidade brasileira, nas seguintes palavras:

Tendo sido identificadas as lacunas existentes na educação superior durante

os anos 1970, ao final da mesma, uma ideia revolucionária é colocada em ação

na universidade brasileira, dando mostras da capacidade deste povo de

enfrentar o cenário desfavorável em torno da educação superior: trata-se do

Programa Especial de Treinamento, colocado em prática a partir de 1979. Seu

propósito primeiro era de contrapor, às diretrizes desfavoráveis norteadoras

do nosso ensino superior, a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da

extensão. (GONÇALVES; HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1435, grifo meu)

Sendo regulamentado apenas no ano de 2005 pela Lei nº 11.180 e pela portaria do

Ministério da Educação-MEC nº 3.385 publicadas em Diário Oficial em 2005. Historicamente

“o PET, pode ser considerado um Programa consolidado por meio de lutas e resistências, tanto

no que diz respeito a sua institucionalização, organização e reconhecimento quanto a sua

ampliação” (RODRIGUES; ROSIN, 2017, p. 1426). Na Lei nº. 11.180 de 23 de setembro de

2005 o Programa de Educação Tutorial e definido nos artigos 12º ao 15º. O ART. 12 em seu

caput define que, instituído no âmbito do Ministério da Educação é “destinado a fomentar

grupos de aprendizagem tutorial mediante a concessão de bolsas de iniciação científica a

estudantes de graduação e bolsas de tutoria a professores tutores de grupos PET”.

Um marco para o Programa, em 2006, foi a elaboração de um Manual de Orientações

Básicas-MOB, trata-se de um documento norteador que auxilia os Grupos no conhecimento

acerca do próprio Programa, de sua filosofia, seus objetivos e princípios. Atualmente, existem

no Brasil 842 grupos em 121 Instituições de Ensino Superior, estaduais e federais, que

encontram-se sob “a égide da mesma portaria, 976, mas republicada em outubro de 2013,

trazendo algumas alterações promovidas pela portaria 343 deste ano” (GONÇALVES;

HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1437). De acordo com o MOB, o principal objetivo do Programa

é “Promover a formação ampla e de qualidade acadêmica dos alunos de graduação envolvidos

direta ou indiretamente com o programa, estimulando a fixação de valores que reforcem a

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cidadania e a consciência de todos os participantes e a melhoria dos cursos de graduação”

(MOB, 2006, p. 7).

Tendo em vista esse objetivo, a fim de concretizar a filosofia do Programa, que tem

como cerne diferencial a tríade acadêmica: ensino, pesquisa e extensão, organiza-se dinâmica

tutorial, já que “O método tutorial permite o desenvolvimento de habilidades de resolução de

problemas e pensamento crítico entre os bolsistas, em contraste com o ensino centrado

principalmente na memorização passiva de fatos e informações [...]” (MOB, 2006, p. 6).

Considerando os limites de um trabalho escrito, selecionei para apresentação apenas

algumas atividades desenvolvidas pelo Grupo, que em minha avaliação, correspondem

integralmente a filosofia do Programa, a tríade acadêmica. Ressalta-se que além dessas, o PET-

Pedagogia/UEM, desenvolve inúmeras outras articulando o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.

O PET-Pedagogia foi criado no ano de 1996 pela iniciativa do professor doutor Adriano

Ruiz, juntamente com o esforço colaborativo de um grupo de professores do curso de

Pedagogia, que viam nesse Programa um potencial de transformação e melhoria da qualidade

do curso. Compõe juntamente com os demais quatorze Grupos PET da Universidade Estadual

de Maringá o UNIPET-UEM, ou seja, a União dos Grupos PET-UEM, que se reúne

quinzenalmente para tratar de assuntos afetos ao Programa.

Para além de uma defesa apaixonada, a qual não me faltariam razões, a argumentação

que tentarei desenvolver ao longo dessas páginas, está pautada, sobretudo, na legislação que

normatiza e ampara o Programa, portanto, classifica-se como um estudo documental. Também

são usados como subsídios alguns dos documentos próprios desenvolvidos e reelaborados,

anualmente, pelo Grupo PET-Pedagogia, que auxiliam no desenvolvimento de suas atividades

e possibilitam o enriquecimento educacional dos acadêmicos envolvidos direta ou

indiretamente com o Programa, a saber: Guia do Calouroii do PET-Pedagogia, versão 2016 e o

Planejamento anual de atividades também de 2016. Além disso, de modo a cotejar as

informações e relatos aqui apresentados, utilizarei como fonte um documentário desenvolvido

pelo Grupo na ocasião de comemoração de seus 20 anos de existência, intitulado: “PET-

Pedagogia 20 anos”, do qual participaram, além do Grupo de 2016, egressas de todas as

gerações do PET, bem como o professor Adriano Ruiz, seu idealizador. Dessa forma, entende-

se que “A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a

documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias (MARCONI;

LAKATOS, 2002, p. 174).

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SER PETIANA: UMA EXPERIÊNCIA (TRANS)FORMADORA

O PET-Pedagogia UEM, assim como sua Tutora atual, são referências na excelência e

organização diante dos demais Grupos PETs dentro da Instituição na qual este Grupo se

encontra inserido, por seu longo histórico e pelas experiências já vivenciadas. O Grupo foi

criado em 1996, pela inciativa do professor doutor Adriano Ruiz juntamente a professora

doutora Marta Bellini, que viria a ser a cotutora. Em 2001 a professora doutora Regina Maria

Pavanelo assumiu o grupo, permanecendo até 2003 por ocasião de sua aposentadoria. Desde

então, o PET-Pedagogia desenvolve suas atividades sob a tutoria da professora doutora Sheila

Maria Rosin.

Já passaram pelo Grupo quase uma centena de acadêmicos ao longo desses anos, muitos

deles continuaram no percurso acadêmico na pós-graduação, em cursos lato e strictu sensuiii. A

expressiva maioria atua no campo da educação, nas diversas modalidades e níveis de ensino.

Por prezar pelo seu passado e zelar pelo seu presente e futuro, o PET-Pedagogia, mantem todos

os dados atualizados, anualmente, referentes aos egressos do grupo, em formatos de gráficos

onde constam as atuações profissionais e formações acadêmica de cada egresso.

Desde um processo seletivo, democráticoiv, a partir do qual fui selecionada, até o último

dia que integrei esse Grupo, absolutamente, posso afirmar que em todos os dias, alguma

aprendizagem se deu: diretamente relacionada ao PET ou por intermédio indireto dele. Desde

as mínimas questões cotidianas a serem aprendidas, até as mais amplas e complexas que

envolvem diretamente minha formação acadêmica atual. Em relação ao ingresso de alunos no

Programa, “neste momento, a característica comum a todos os selecionados deve ser o interesse

em avançar, progredir na sua trajetória individual, mesmo que isto claramente signifique sair

da região de conforto” (GONÇALVES; HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1439). De acordo com

o MOB (2006) para integrar ao Programa, o aluno deve: zelar por sua qualidade acadêmica,

participar de todas as atividades programadas, manter bom rendimento no curso de graduação,

participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, publicar, apresentar trabalhos em

eventos científicos (individualmente ou em grupo), se dedicar em tempo integral, às atividades

do curso de graduação e do programa [...], assim, cabe ao petiano ingressante conhecer o

Programa ao qual está se vinculando.

Pois bem, ao narrar essa trajetória com vistas a uma argumentação que se respalde tanto

teórica quanto documentalmente, descreverei alguns exemplos de atividades que em minha

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análise fazem desse Programa, e especialmente, do PET-Pedagogia da UEM uma das

experiências mais enriquecedoras em termos de conhecimentos que os acadêmicos têm

disponíveis atualmente nos Cursos de graduação. Tratam-se, portanto, como diria, um dos

maiores defensores do Programa de Educação Tutorial, o professor Marcos César Danhoni

Neves, de relatos de “Memória de um tempo recém passado” (NEVES, 2003).

Apesar de ser necessário um recorte que comporte apresentação de algumas atividades

específicas, não poderia deixar de mencionar, como se dá a organização sistemática do Grupo.

O PET-Pedagogia, via de regra, constitui-se com um Grupo de 12 alunos bolsistas mais a tutora,

no entanto, já admitiu em sua configuração petianos colaboradores.

Geralmente no início do ano letivo, o Grupo se reúne para realizar a leitura do Guia do

Calouro e dividir as funções que serão realizadas ao longo do semestre, ou do ano. O Guia do

Calouro trata-se de um aporte indispensável para consecução às atividades. É um documento

que está em elaboração permanente, já que em todos os anos o Grupo se renova, e possivelmente

com ele as atividades se modificam, em certa medida. Assim, a cada início de ano letivo o

Grupo se reúne, faz a leitura de seu conteúdo juntamente com os petianos calouros e realiza os

devidos ajustes. Porém, sua função ainda permanece intacta, que é nortear os petianos na

realização das atividades e reconhecimento de seu próprio Grupo. Além disso, possibilita um

maior grau de autonomia, tendo em vista que os alunos o têm sempre à disposição podendo

tomar as inciativas necessárias acerca das atividades.

Durante os anos de 2015-2017 o Grupo se reunia oficialmente, às quartas e sextas-feiras,

no período vespertino, visto que o Curso de Pedagogia da UEM, tem aulas nos períodos

matutino e noturno, as reuniões eram dividas em administrativas e pedagógicas. No entanto,

além das reuniões oficiais, as integrantes se reuniam em diversos outros momentos para realizar

as atividades afetas ao Programa, perfazendo um total de 20 horas semanais de atuação junto

ao PET. Vale lembrar que, a organização anual do Grupo é previamente definida no

planejamento anual de atividades, documento elaborado anteriormente ao início do ano letivo,

que auxilia tanto na organização da Grupo quanto realização cronológica das atividades,

podendo, portanto, sofrer adaptações quando necessário.

Em todas as reuniões eram redigidas atas, onde constam as pautas discutidas, e os

encaminhamentos para as próximas ações. Na reunião seguinte, a ata anterior deveria ser lida e

aprovada, após aprovada deveria compor um arquivo de documentação do próprio Grupo. Essa

prática, de redação e arquivamento de atas, por si só já demostra a seriedade com a qual o PET-

Pedagogia desenvolve suas atividades. Além disso, é um momento que proporciona ao petiano

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a responsabilidade de redação de fala de outrem, ou seja, a medida em que se redige um texto,

nesse caso uma ata, deve se atentar aos detalhes, e ter clareza e responsabilidade sobre àquilo

que se está escrevendo, acima de tudo ética no transcrever as discussões.

As atividades do PET-Pedagogia, podem ser divididas entre: Funções internas, Projetos

internos e Projetos coletivos, algumas são atividades permanentes “consistem naquelas que têm

sido a longa data, desenvolvidas pelo Grupo” (GUIA DO CALOURO, 2016, p. 16), outras são

realizadas de maneira esporádica.

Podemos elencar as atividades desenvolvidas pelo Grupo da seguinte maneira: funções

internas (Secretaria, Tesouraria, Biblioteca, Jornal “NaContramão”, Organização do Mural do

grupo, Curso de Oratória, administração das páginas da Web (Site/Facebook), manutenção dos

Computadores, Limpeza e organização da sala, Cerimonial). Projetos internos, são eles: O

“Ciclo de Palestras-para se pensar educação”, “ Café Pedagógico”, Pesquisa coletiva, Pesquisas

Individuais, Reuniões Semanais, Recepção de Calouros, Semana de Pedagogia, Semana de

TCC, “Jornada Pedagógica em Espaços não formais de Educação”, “Projeto de Cinema e

Educação”, Roda de Conversa. Por sua vez, os projetos coletivos: - Mostra de Profissões, Ciclo

de Atividades do UniPET (Integração, UniPET-Cultural, PET na Praça e PET nas escolas), -

Workshop, Participação nos eventos anuais (Jornada Paranaense dos Grupos PET-JOPARPET,

Encontro dos Grupos PET do SUL-SULPET e Encontro Nacional dos Grupos PET-ENAPET).

Os encontros anuais, entre os Grupos PET, proporcionam o conhecimento e a compreensão da

dimensão e do número expressivo de participantes, além disso, favorece a interação, a troca de

experiências e de conhecimentos entre áreas distintas. Trata-se, em minha avaliação, de um dos

momentos mais enriquecedores para os grupos PET.

Todos os trabalhos são feitos em caráter de comissões, as comissões são pequenos

subgrupos formados logo no início do ano de acordo com o interesse e aptidão de cada petiana,

que se disponibiliza para compor determinada comissão. Assim, as comissões são responsáveis

por dar início as atividades que competem a ela, e por dar os devidos encaminhamentos para as

demais integrantes do grupo para que auxiliem no decorrer dos trabalhos.

Durante os seus mais de 20 anos de existência, esse Grupo preza por desenvolver

atividades que contemplem a tríade acadêmica e assim atendam a filosofia do Programa. Já que

entende que deve ser proporcionada aos estudantes, “formação acadêmica ampla, a

interdisciplinaridade, a atuação coletiva em atividades dentro de um planejamento e de um

programa diversificados e a interação contínua [...]” (MULLER, 2003, p. 23).

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Em face disto, cada atividade é planejada de forma detalhada, e organizada com o

máximo de antecedência possível, para que todos os objetivos sejam alcançados. Vale lembrar

que após o encerramento das atividades o grupo realiza uma auto avaliação, que é um momento

de reflexão e de repensar os encaminhamentos necessários para melhorá-la. O PET-Pedagogia,

busca incansavelmente pela excelência, portanto, todas as atividades organizadas pelo grupo,

intentam em última instancia alcançar a indissociabilidade: ensino, pesquisa e extensão. Dessa

forma, suas atividades não tem um fim em si mesmas, buscam sempre ampliar a formação

acadêmica dos petianos e dos demais envolvidos e, por conseguinte, melhorar a qualidade da

graduação.

Para além das possibilidades formativas implícitas e explícitas nas atividades citadas,

cabe lembrar que o PET-Pedagogia/UEM dispõe de uma sala de reuniões para que o grupo

possa organizar suas atividades. A sala do PET conta com computadores, mesa, armários e uma

biblioteca repleta de títulos, que estão à disposição dos petianos para estudos, tanto relativos ao

PET quanto ao curso de graduação. Dessa maneira, o estudante tem a disposição dentro do

programa um espaço organizado que contribui de maneira significativa para seu aprendizado e

seus resultados acadêmicos, pois bem sabemos que o sucesso e o fracasso escolar, em grande

medida, estão relacionados às oportunidades as quais os sujeitos têm acesso.

Assim, ao realizar uma reflexão acerca de minha própria formação acadêmica e pessoal

ao longo de minha jornada no Curso de Pedagogia da UEM, essa não pode, em hipótese alguma,

prescindir das oportunidades formativas possibilitadas por minha participação no Grupo PET-

Pedagogia. Já que foi, também, por intermédio desse grupo que me (trans)formei na profissional

da educação, na estudante de pós-graduação e no ser humano que sou hoje.

O PET-PEDAGOGIA/UEM: UM EXEMPLO DA INDISSOCIABILIDADE EM AÇÃO

Para ilustrar o caráter da atuação do PET-Pedagogia, e sua preocupação com a

indissociabilidade da tríade acadêmica, citarei uma atividade que em minha avaliação,

contempla integralmente todas essas dimensões. A atividade que será descrita é a “Pesquisa

Coletiva”, a pesquisa coletiva é desenvolvida por todos integrantes do grupo, que selecionam

determinado tema e a partir dele passam a realizar as leituras, discussões e produções. Iniciou-

se,

No ano de 2012, quando as então integrantes do Grupo buscaram aprofundar

uma das ramificações afetas à arte, a Literatura Infantil. Sendo assim, o PET

Pedagogia realizou em parceria com o Grupo de Estudos em Educação Infantil

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(GEEI) o “I Encontro Teoria Histórico Cultural e elaboração de material Caixa

de Encantos e Vida (RODRIGUES et al., 2017, p. 6)

A partir de então, o tema Arte e Educação, permanece como ancora do estudo. E desde

2014, teve como objetivo principal estudar a Arte enquanto instrumento educacional formal.

Para tanto, os estudos teóricos foram aliados a construção de um recurso pedagógico intitulado

“Baú de Arte, Cultura e Educação”, no qual apresentamos aspectos da vida, das obras, das

premiações e de algumas curiosidades sobre o artista plástico contemporâneo Vik Muniz. “A

escolha deste artista pautou-se na premissa de que ele é detentor de uma vasta produção artística

relevante para a construção do conhecimento dos educandos” (RODRIGUES et al, 2017, p. 6).

Assim, o grupo de 2014 após realizar estudos teóricos afetos a arte e educação, decidiu

por produzir um material didático, que denominou de “Baú de Arte, Cultura e Educação”, com

objetivo de transpor pedagogicamente os conhecimentos referentes a Arte, e ao artista

selecionado de maneira que as crianças pudessem se interessar e se apropriar dos conteúdos.

Foto: arquivo Grupo PET-Pedagogia

De posse dos estudos teóricos e do recurso produzido o Grupo realizou intervenções

pedagógicas em uma instituição filantrópica, o Lar Esperança em Sarandi. Na ocasião, o

trabalho desenvolvido pelo PET-Pedagogia, foi muito bem avaliado pela coordenadora da

instituição, e por sua vez, as crianças que participaram das atividades demonstram muito

interesse, tanto pelo recurso quanto pelo tema em questão. Como o artista Vik Muniz, apresenta

uma crítica a questão da exclusão social e da produção de lixo, esses foram pontos norteadores,

das propostas de atividades, que voltavam-se a utilização de materiais diversificados para sua

realização, o que interessava ainda mais os alunos.

O desenvolvimento da atividade, não se findou com as intervenções no Lar Esperança.

A partir dos estudos teóricos, e da compreensão da necessidade de conscientização popular

O recurso é composto de um Baú de

madeira que contém diversas caixas de mdf,

decoradas e personalizadas, com os temas:

Biografia, Curiosidades, Viagens, Obras,

Premiações. Cada caixa possui fichas

personalizadas, de modo a chamar a atenção do

público infantil.

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acerca da questão do lixo, o PET-Pedagogia desenvolveu algumas outras atividades, utilizando-

se de materiais alternativos.

Como mencionado anteriormente, o Grupo participa de um projeto coletivo

juntamente com os demais PETs da UEM, intitulado “Ciclo de Atividade do UNIPET”, e uma

dessas atividades que compõem o Ciclo é o “PET na Praça”. O PET na Praça consiste em uma

atividade, que tem como objetivo “promover a aproximação da comunidade externa com a

Universidade por meio da apresentação dos resultados de pesquisas e estudos desenvolvidos no

âmbito do Grupo ou do Curso de graduação” (PLANEJAMENTO ANUAL PET, 2016, p. 28).

Dessa maneira, as atividades apresentadas pelo PET-Pedagogia, eram resultados da pesquisa

coletiva. No ano de 2017 a atividade foi realizada na feira do Produtor de Maringá.

Entrada da Exposição (arquivo PET-Pedagogia)

Brinquedos confeccionados com materiais alternativos Jogos Pedagógicos confeccionados com materiais alternativos

No ano de 2017 a atividade foi realizada na Feira do Produtor de Maringá, dessa vez, o

Grupo alinhado aos estudos que vinha desenvolvendo propôs a produção de brinquedos com

Nos anos de 2015 e 2016 o PET na Praça foi

realizado no setor de exposição do Shopping

Cidade em Maringá. Nessas ocasiões, o Grupo

além de apresentar os resultados teóricos das

pesquisas, por meio de explicações aos

participantes, explorou o recurso pedagógico

“Baú de Arte, Cultura e Educação”. Além disso,

apresentou jogos pedagógicos para

alfabetização em diferentes linguagens,

confeccionados com materiais alternativos e

reutilizados.

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materiais alternativos para todas as crianças que tivessem interesse, e estivessem na feira

naquele momento. Entendemos que esse tipo de atividade, valoriza a criação e imaginação da

própria criança, visto que ela própria produz o seu brinquedo. Ademais, possibilita a

compreensão de como são produzidas as coisas. Nessa ocasião, novamente, a proposta era de

utilizar materiais alternativos para as elaborações, buscando assim associar a brincadeira com

a consciência ecológica ambiental.

Foto divulgação da Atividade (disponível na web) Confecção de Jogos com materiais alternativos

(Arquivo pessoal)

A partir do exposto ao longo do trabalho, afirmo que o PET-Pedagogia, nessa e em

outras atividades, tem se esforçado e vem atendendo a filosofia do Programa, e sempre

cumpriu seu papel a medida que “No sentido da extensão, ao compreender que, ao final de tudo

isto, a essência do conhecimento é a sua aplicação prática” (GONÇALVES; HIDALGO;

ROSIN, 2017, p. 1438).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ser Petiana no PET-Pedagogia, sem dúvidas para além de ser uma experiência

formadora, trata-se de uma experiência transformadora. Me refiro a formadora, por toda a gama

de conhecimentos adquiridos, nas ações objetivas realizadas, nas atividades elaboradas, nos

planejamentos e relatórios concluídos, entre outras ações. Já a dimensão transformadora, em

minha análise, explicíta-se ao desenvolvermos todas essas ações de forma coletiva,

principalmente, em caráter da educação tutorial, que pressupõe autonomia, proatividade,

dinamicidade, responsabilidade, criticidade entre outras características que transformam-nos

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sobremaneira. Além disso, a passagem nesse Grupo, exige de nós esse processo de formação e

constante transformação, já que a cada ano o grupo se altera por conta de novo processo seletivo

e ingresso de novos patianos, as configurações se modificam. Sem dúvidas não se trata de um

processo fácil, pois envolve questões objetivas e subjetivas, mas de maneira geral, em termos

educativos, pode-se dizer que esses processos promovem reconfigurações interiores em quem

somos, o que possibilita uma melhor compreensão de nós mesmos e da “existência do outro”.

De modo algum, conseguimos nos desvincular daquilo que o PET nos (trans)formou.

Em face do exposto posso afirmar, categoricamente, que a participação num programa

de dimensões e filosofia própria como é o caso do Programa de Educação Tutorial, modifica-

nos enquanto profissionais, pois possibilita uma maior compreensão da realidade educacional

do país, aumenta o vínculo com nosso curso de graduação, fazendo com que possamos conhecer

melhor nossas áreas de atuação. Mas, principalmente, modifica-nos como seres humanos,

promovendo em nós uma maior responsabilidade social, o desenvolvimento do espírito crítico-

reflexivo, a capacidade de trabalhar em grupo, a compreensão das diversidades, a empatia, entre

outros aspectos essenciais para a convivência humana.

O adjetivo “petiano”, intrinsecamente, vem acompanhado de uma enorme

responsabilidade, responsabilidade que não cessa no ato de desligamento do grupo de origem.

A responsabilidade, deve acompanhar o profissional formado que teve acesso à essa política

educacional, e formou-se fruto de um Programa de excelência. A escolha de se tornar um

petiano não deve ser pautada somente em interesses individuais imediatos, deve sobretudo, ser

pautada no interesse de tornar-se um profissional de excelência e um ser humano com maiores

capacidades de relacionamento interpessoal, que reconheça principalmente, a sociedade como

principal responsável pela existência desse e de outros programas educacionais.

Hoje, formada em Pedagogia e mestranda em Educação, penso que por tudo o que aqui

foi relatado, e principalmente, por àquilo que não cabe em um texto escrito, a participação em

um Grupo PET oportuniza, aos estudantes, experiências formadoras quase que indescritíveis.

Já que estão imbuídas também de aspectos subjetivos, assim “Refiro-me por exemplo aos

sentimentos de pertencimento e união. Afinal, uma vez Petiano, sempre petiano, uma sábia

definição” (MONTAGNOLI, 2011).

i Um grupo tutorial se caracteriza pela presença de um tutor com a missão de estimular a aprendizagem ativa de

seus membros, através de vivências, reflexões e discussões, num clima de informalidade e cooperação. (MOB,

2006, p. 6) ii O Guia do Calouro do PET-Pedagogia é um documento norteador desenvolvido pelo próprio Grupo e atualizado

anualmente, portanto, encontra-se em construção permanente. A primeira versão foi produzida pelo grupo de 2013,

idealizada pela petiana Viviane Soares Vilasanti.

Page 12: TÍTULO DO TRABALHO - UEM · 2018. 8. 3. · Geralmente no início do ano letivo, o Grupo se reúne para realizar a leitura do Guia do Calouro e dividir as funções que serão realizadas

Universidade Estadual de Maringá, 11 a 14 de junho de 2018.

iii Dados apresentados no vídeo documentário “PET-Pedagogia 20 anos”. iv O processo seletivo do PET-Pedagogia/UEM pode ser considerado democrático, pois é composto de três etapas

distintas, a saber: prova escrita, dinâmica em grupo e entrevista. Todo o processo de seleção é organizado e

acompanhado de perto pela “Comissão de Seleção”, os editais são divulgados em modo público de acordo com

legislação. Além disso, todas as integrantes do Grupo participam ativamente do processo que seleciona os petianos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Manual de Orientações Básicas-MOB. Ministério da Educação e Cultura-MEC.

Brasília, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/pet/manual-de-orientacoes Acesso em:

2 de junho de 2018

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de História, VIII, 2017, Maringá. Anais eletrônicos, Maringá-UEM. Disponível em:

http://cih.uem.br/

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2016; Jhonny Rosa; Leila Antoniassi. Universidade Estadual de Maringá: Maringá, 2016.

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MULLER, Angélica. Qualidade no Ensino Superior: a luta em defesa do Programa de Educação

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NEVES. Marcos Cesar Danhoni. O processo PET: Correspondência de uma guerra

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PET-PEDAGOGIA. Planejamento Anual de Atividades. Universidade Estadual de

Maringá: Maringá, Paraná, 2016..

PET-PEDAGOCIA 20 ANOS. Vídeo documentário. Produção de PET-Pedagogia Grupo-

2016; Jhonny Rosa; Leila Antoniassi. Universidade Estadual de Maringá: Maringá, 2016.

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RODRIGUES, Ana Paula A. ROSIN, Sheila Maria. Os encontros nacionais dos grupos PET:

espaço de diálogo e formação integral. . In: Congresso Internacional de História, VIII, 2017,

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Acesso em 01 de junho de 2018.

RODRIGUES, Ana Paula A. et al. Baú de Arte, Cultura e Educação: uma possibilidade de

atuação pedagógica por meio da pesquisa, ensino e extensão. In: Semana de Pedagogia-UEM,

XXII, Maringá. Anais eletrônicos, Maringá-UEM/DTP. Disponível em:

http://www.dtp.uem.br/certificados

Acesso em 02 de junho de 2018.