Universidade Estadual de Maringá, 11 a 14 de junho de 2018.
Anais ISSN online:2326-9435
XXIII SEMANA DE PEDAGOGIA-UEM XI Encontro de Pesquisa em Educação
II Seminário de Integração Graduação e Pós-Graduação
“UMA VEZ PETIANA, SEMPRE PETIANA": O PET-PEDAGOGIA/UEM COMO
EXPERIÊNCIA INTEGRADORA ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
RODRIGUES, Ana Paula Aires1
ROSIN, Sheila Maria2 (orientadora)
Universidade Estadual de Maringá
Eixo Temático
Formação de Professores e intervenção Pedagógica
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiências
educacionais oportunizadas a mim por meio do Programa de Educação Tutoriali-PET, durante
três anos na graduação, no Curso de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá. O recorte
histórico empreendido para a discussão está subscrito aos anos 2015-2017, durante os quais
atuei como aluna bolsista. O curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá foi
criado no ano de 1973 e reconhecido pelo MEC em 1976. Pertence ao Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes e sua estruturação e organização curricular compete ao Departamento
de Teoria e Prática da Educação-DTP e ao Departamento de Fundamentos da Educação-DFE,
ofertando aos acadêmicos possibilidades curriculares e extracurriculares, dentre essas: o PET-
Pedagogia.
1Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação-PPE/UEM, na condição de bolsista CAPES/CNPq. 2 Professora Doutora, efetiva, do Departamento de Teoria e Prática da Educação e atual tutora do Grupo PET-
Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá.
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O atual Programa de Educação Tutorial, em sua origem recebeu o nome de Programa
Especial de Treinamento. Foi criado em 1979 partir da inciativa do professor doutor Claudio
de Moura e Castro, então diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior-CAPES. Em 2000, o PET passou a ser coordenado pelo Departamento de Projetos
Especiais de Modernização e Qualificação do Ensino Superior da Secretaria de Educação
Superior-SESu do Ministério da Educação-MEC. Podemos localizar a gênese do interesse do
desenvolvimento desse Programa na Universidade brasileira, nas seguintes palavras:
Tendo sido identificadas as lacunas existentes na educação superior durante
os anos 1970, ao final da mesma, uma ideia revolucionária é colocada em ação
na universidade brasileira, dando mostras da capacidade deste povo de
enfrentar o cenário desfavorável em torno da educação superior: trata-se do
Programa Especial de Treinamento, colocado em prática a partir de 1979. Seu
propósito primeiro era de contrapor, às diretrizes desfavoráveis norteadoras
do nosso ensino superior, a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da
extensão. (GONÇALVES; HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1435, grifo meu)
Sendo regulamentado apenas no ano de 2005 pela Lei nº 11.180 e pela portaria do
Ministério da Educação-MEC nº 3.385 publicadas em Diário Oficial em 2005. Historicamente
“o PET, pode ser considerado um Programa consolidado por meio de lutas e resistências, tanto
no que diz respeito a sua institucionalização, organização e reconhecimento quanto a sua
ampliação” (RODRIGUES; ROSIN, 2017, p. 1426). Na Lei nº. 11.180 de 23 de setembro de
2005 o Programa de Educação Tutorial e definido nos artigos 12º ao 15º. O ART. 12 em seu
caput define que, instituído no âmbito do Ministério da Educação é “destinado a fomentar
grupos de aprendizagem tutorial mediante a concessão de bolsas de iniciação científica a
estudantes de graduação e bolsas de tutoria a professores tutores de grupos PET”.
Um marco para o Programa, em 2006, foi a elaboração de um Manual de Orientações
Básicas-MOB, trata-se de um documento norteador que auxilia os Grupos no conhecimento
acerca do próprio Programa, de sua filosofia, seus objetivos e princípios. Atualmente, existem
no Brasil 842 grupos em 121 Instituições de Ensino Superior, estaduais e federais, que
encontram-se sob “a égide da mesma portaria, 976, mas republicada em outubro de 2013,
trazendo algumas alterações promovidas pela portaria 343 deste ano” (GONÇALVES;
HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1437). De acordo com o MOB, o principal objetivo do Programa
é “Promover a formação ampla e de qualidade acadêmica dos alunos de graduação envolvidos
direta ou indiretamente com o programa, estimulando a fixação de valores que reforcem a
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cidadania e a consciência de todos os participantes e a melhoria dos cursos de graduação”
(MOB, 2006, p. 7).
Tendo em vista esse objetivo, a fim de concretizar a filosofia do Programa, que tem
como cerne diferencial a tríade acadêmica: ensino, pesquisa e extensão, organiza-se dinâmica
tutorial, já que “O método tutorial permite o desenvolvimento de habilidades de resolução de
problemas e pensamento crítico entre os bolsistas, em contraste com o ensino centrado
principalmente na memorização passiva de fatos e informações [...]” (MOB, 2006, p. 6).
Considerando os limites de um trabalho escrito, selecionei para apresentação apenas
algumas atividades desenvolvidas pelo Grupo, que em minha avaliação, correspondem
integralmente a filosofia do Programa, a tríade acadêmica. Ressalta-se que além dessas, o PET-
Pedagogia/UEM, desenvolve inúmeras outras articulando o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.
O PET-Pedagogia foi criado no ano de 1996 pela iniciativa do professor doutor Adriano
Ruiz, juntamente com o esforço colaborativo de um grupo de professores do curso de
Pedagogia, que viam nesse Programa um potencial de transformação e melhoria da qualidade
do curso. Compõe juntamente com os demais quatorze Grupos PET da Universidade Estadual
de Maringá o UNIPET-UEM, ou seja, a União dos Grupos PET-UEM, que se reúne
quinzenalmente para tratar de assuntos afetos ao Programa.
Para além de uma defesa apaixonada, a qual não me faltariam razões, a argumentação
que tentarei desenvolver ao longo dessas páginas, está pautada, sobretudo, na legislação que
normatiza e ampara o Programa, portanto, classifica-se como um estudo documental. Também
são usados como subsídios alguns dos documentos próprios desenvolvidos e reelaborados,
anualmente, pelo Grupo PET-Pedagogia, que auxiliam no desenvolvimento de suas atividades
e possibilitam o enriquecimento educacional dos acadêmicos envolvidos direta ou
indiretamente com o Programa, a saber: Guia do Calouroii do PET-Pedagogia, versão 2016 e o
Planejamento anual de atividades também de 2016. Além disso, de modo a cotejar as
informações e relatos aqui apresentados, utilizarei como fonte um documentário desenvolvido
pelo Grupo na ocasião de comemoração de seus 20 anos de existência, intitulado: “PET-
Pedagogia 20 anos”, do qual participaram, além do Grupo de 2016, egressas de todas as
gerações do PET, bem como o professor Adriano Ruiz, seu idealizador. Dessa forma, entende-
se que “A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a
documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias (MARCONI;
LAKATOS, 2002, p. 174).
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SER PETIANA: UMA EXPERIÊNCIA (TRANS)FORMADORA
O PET-Pedagogia UEM, assim como sua Tutora atual, são referências na excelência e
organização diante dos demais Grupos PETs dentro da Instituição na qual este Grupo se
encontra inserido, por seu longo histórico e pelas experiências já vivenciadas. O Grupo foi
criado em 1996, pela inciativa do professor doutor Adriano Ruiz juntamente a professora
doutora Marta Bellini, que viria a ser a cotutora. Em 2001 a professora doutora Regina Maria
Pavanelo assumiu o grupo, permanecendo até 2003 por ocasião de sua aposentadoria. Desde
então, o PET-Pedagogia desenvolve suas atividades sob a tutoria da professora doutora Sheila
Maria Rosin.
Já passaram pelo Grupo quase uma centena de acadêmicos ao longo desses anos, muitos
deles continuaram no percurso acadêmico na pós-graduação, em cursos lato e strictu sensuiii. A
expressiva maioria atua no campo da educação, nas diversas modalidades e níveis de ensino.
Por prezar pelo seu passado e zelar pelo seu presente e futuro, o PET-Pedagogia, mantem todos
os dados atualizados, anualmente, referentes aos egressos do grupo, em formatos de gráficos
onde constam as atuações profissionais e formações acadêmica de cada egresso.
Desde um processo seletivo, democráticoiv, a partir do qual fui selecionada, até o último
dia que integrei esse Grupo, absolutamente, posso afirmar que em todos os dias, alguma
aprendizagem se deu: diretamente relacionada ao PET ou por intermédio indireto dele. Desde
as mínimas questões cotidianas a serem aprendidas, até as mais amplas e complexas que
envolvem diretamente minha formação acadêmica atual. Em relação ao ingresso de alunos no
Programa, “neste momento, a característica comum a todos os selecionados deve ser o interesse
em avançar, progredir na sua trajetória individual, mesmo que isto claramente signifique sair
da região de conforto” (GONÇALVES; HIDALGO; ROSIN, 2017, p. 1439). De acordo com
o MOB (2006) para integrar ao Programa, o aluno deve: zelar por sua qualidade acadêmica,
participar de todas as atividades programadas, manter bom rendimento no curso de graduação,
participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, publicar, apresentar trabalhos em
eventos científicos (individualmente ou em grupo), se dedicar em tempo integral, às atividades
do curso de graduação e do programa [...], assim, cabe ao petiano ingressante conhecer o
Programa ao qual está se vinculando.
Pois bem, ao narrar essa trajetória com vistas a uma argumentação que se respalde tanto
teórica quanto documentalmente, descreverei alguns exemplos de atividades que em minha
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análise fazem desse Programa, e especialmente, do PET-Pedagogia da UEM uma das
experiências mais enriquecedoras em termos de conhecimentos que os acadêmicos têm
disponíveis atualmente nos Cursos de graduação. Tratam-se, portanto, como diria, um dos
maiores defensores do Programa de Educação Tutorial, o professor Marcos César Danhoni
Neves, de relatos de “Memória de um tempo recém passado” (NEVES, 2003).
Apesar de ser necessário um recorte que comporte apresentação de algumas atividades
específicas, não poderia deixar de mencionar, como se dá a organização sistemática do Grupo.
O PET-Pedagogia, via de regra, constitui-se com um Grupo de 12 alunos bolsistas mais a tutora,
no entanto, já admitiu em sua configuração petianos colaboradores.
Geralmente no início do ano letivo, o Grupo se reúne para realizar a leitura do Guia do
Calouro e dividir as funções que serão realizadas ao longo do semestre, ou do ano. O Guia do
Calouro trata-se de um aporte indispensável para consecução às atividades. É um documento
que está em elaboração permanente, já que em todos os anos o Grupo se renova, e possivelmente
com ele as atividades se modificam, em certa medida. Assim, a cada início de ano letivo o
Grupo se reúne, faz a leitura de seu conteúdo juntamente com os petianos calouros e realiza os
devidos ajustes. Porém, sua função ainda permanece intacta, que é nortear os petianos na
realização das atividades e reconhecimento de seu próprio Grupo. Além disso, possibilita um
maior grau de autonomia, tendo em vista que os alunos o têm sempre à disposição podendo
tomar as inciativas necessárias acerca das atividades.
Durante os anos de 2015-2017 o Grupo se reunia oficialmente, às quartas e sextas-feiras,
no período vespertino, visto que o Curso de Pedagogia da UEM, tem aulas nos períodos
matutino e noturno, as reuniões eram dividas em administrativas e pedagógicas. No entanto,
além das reuniões oficiais, as integrantes se reuniam em diversos outros momentos para realizar
as atividades afetas ao Programa, perfazendo um total de 20 horas semanais de atuação junto
ao PET. Vale lembrar que, a organização anual do Grupo é previamente definida no
planejamento anual de atividades, documento elaborado anteriormente ao início do ano letivo,
que auxilia tanto na organização da Grupo quanto realização cronológica das atividades,
podendo, portanto, sofrer adaptações quando necessário.
Em todas as reuniões eram redigidas atas, onde constam as pautas discutidas, e os
encaminhamentos para as próximas ações. Na reunião seguinte, a ata anterior deveria ser lida e
aprovada, após aprovada deveria compor um arquivo de documentação do próprio Grupo. Essa
prática, de redação e arquivamento de atas, por si só já demostra a seriedade com a qual o PET-
Pedagogia desenvolve suas atividades. Além disso, é um momento que proporciona ao petiano
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a responsabilidade de redação de fala de outrem, ou seja, a medida em que se redige um texto,
nesse caso uma ata, deve se atentar aos detalhes, e ter clareza e responsabilidade sobre àquilo
que se está escrevendo, acima de tudo ética no transcrever as discussões.
As atividades do PET-Pedagogia, podem ser divididas entre: Funções internas, Projetos
internos e Projetos coletivos, algumas são atividades permanentes “consistem naquelas que têm
sido a longa data, desenvolvidas pelo Grupo” (GUIA DO CALOURO, 2016, p. 16), outras são
realizadas de maneira esporádica.
Podemos elencar as atividades desenvolvidas pelo Grupo da seguinte maneira: funções
internas (Secretaria, Tesouraria, Biblioteca, Jornal “NaContramão”, Organização do Mural do
grupo, Curso de Oratória, administração das páginas da Web (Site/Facebook), manutenção dos
Computadores, Limpeza e organização da sala, Cerimonial). Projetos internos, são eles: O
“Ciclo de Palestras-para se pensar educação”, “ Café Pedagógico”, Pesquisa coletiva, Pesquisas
Individuais, Reuniões Semanais, Recepção de Calouros, Semana de Pedagogia, Semana de
TCC, “Jornada Pedagógica em Espaços não formais de Educação”, “Projeto de Cinema e
Educação”, Roda de Conversa. Por sua vez, os projetos coletivos: - Mostra de Profissões, Ciclo
de Atividades do UniPET (Integração, UniPET-Cultural, PET na Praça e PET nas escolas), -
Workshop, Participação nos eventos anuais (Jornada Paranaense dos Grupos PET-JOPARPET,
Encontro dos Grupos PET do SUL-SULPET e Encontro Nacional dos Grupos PET-ENAPET).
Os encontros anuais, entre os Grupos PET, proporcionam o conhecimento e a compreensão da
dimensão e do número expressivo de participantes, além disso, favorece a interação, a troca de
experiências e de conhecimentos entre áreas distintas. Trata-se, em minha avaliação, de um dos
momentos mais enriquecedores para os grupos PET.
Todos os trabalhos são feitos em caráter de comissões, as comissões são pequenos
subgrupos formados logo no início do ano de acordo com o interesse e aptidão de cada petiana,
que se disponibiliza para compor determinada comissão. Assim, as comissões são responsáveis
por dar início as atividades que competem a ela, e por dar os devidos encaminhamentos para as
demais integrantes do grupo para que auxiliem no decorrer dos trabalhos.
Durante os seus mais de 20 anos de existência, esse Grupo preza por desenvolver
atividades que contemplem a tríade acadêmica e assim atendam a filosofia do Programa. Já que
entende que deve ser proporcionada aos estudantes, “formação acadêmica ampla, a
interdisciplinaridade, a atuação coletiva em atividades dentro de um planejamento e de um
programa diversificados e a interação contínua [...]” (MULLER, 2003, p. 23).
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Em face disto, cada atividade é planejada de forma detalhada, e organizada com o
máximo de antecedência possível, para que todos os objetivos sejam alcançados. Vale lembrar
que após o encerramento das atividades o grupo realiza uma auto avaliação, que é um momento
de reflexão e de repensar os encaminhamentos necessários para melhorá-la. O PET-Pedagogia,
busca incansavelmente pela excelência, portanto, todas as atividades organizadas pelo grupo,
intentam em última instancia alcançar a indissociabilidade: ensino, pesquisa e extensão. Dessa
forma, suas atividades não tem um fim em si mesmas, buscam sempre ampliar a formação
acadêmica dos petianos e dos demais envolvidos e, por conseguinte, melhorar a qualidade da
graduação.
Para além das possibilidades formativas implícitas e explícitas nas atividades citadas,
cabe lembrar que o PET-Pedagogia/UEM dispõe de uma sala de reuniões para que o grupo
possa organizar suas atividades. A sala do PET conta com computadores, mesa, armários e uma
biblioteca repleta de títulos, que estão à disposição dos petianos para estudos, tanto relativos ao
PET quanto ao curso de graduação. Dessa maneira, o estudante tem a disposição dentro do
programa um espaço organizado que contribui de maneira significativa para seu aprendizado e
seus resultados acadêmicos, pois bem sabemos que o sucesso e o fracasso escolar, em grande
medida, estão relacionados às oportunidades as quais os sujeitos têm acesso.
Assim, ao realizar uma reflexão acerca de minha própria formação acadêmica e pessoal
ao longo de minha jornada no Curso de Pedagogia da UEM, essa não pode, em hipótese alguma,
prescindir das oportunidades formativas possibilitadas por minha participação no Grupo PET-
Pedagogia. Já que foi, também, por intermédio desse grupo que me (trans)formei na profissional
da educação, na estudante de pós-graduação e no ser humano que sou hoje.
O PET-PEDAGOGIA/UEM: UM EXEMPLO DA INDISSOCIABILIDADE EM AÇÃO
Para ilustrar o caráter da atuação do PET-Pedagogia, e sua preocupação com a
indissociabilidade da tríade acadêmica, citarei uma atividade que em minha avaliação,
contempla integralmente todas essas dimensões. A atividade que será descrita é a “Pesquisa
Coletiva”, a pesquisa coletiva é desenvolvida por todos integrantes do grupo, que selecionam
determinado tema e a partir dele passam a realizar as leituras, discussões e produções. Iniciou-
se,
No ano de 2012, quando as então integrantes do Grupo buscaram aprofundar
uma das ramificações afetas à arte, a Literatura Infantil. Sendo assim, o PET
Pedagogia realizou em parceria com o Grupo de Estudos em Educação Infantil
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(GEEI) o “I Encontro Teoria Histórico Cultural e elaboração de material Caixa
de Encantos e Vida (RODRIGUES et al., 2017, p. 6)
A partir de então, o tema Arte e Educação, permanece como ancora do estudo. E desde
2014, teve como objetivo principal estudar a Arte enquanto instrumento educacional formal.
Para tanto, os estudos teóricos foram aliados a construção de um recurso pedagógico intitulado
“Baú de Arte, Cultura e Educação”, no qual apresentamos aspectos da vida, das obras, das
premiações e de algumas curiosidades sobre o artista plástico contemporâneo Vik Muniz. “A
escolha deste artista pautou-se na premissa de que ele é detentor de uma vasta produção artística
relevante para a construção do conhecimento dos educandos” (RODRIGUES et al, 2017, p. 6).
Assim, o grupo de 2014 após realizar estudos teóricos afetos a arte e educação, decidiu
por produzir um material didático, que denominou de “Baú de Arte, Cultura e Educação”, com
objetivo de transpor pedagogicamente os conhecimentos referentes a Arte, e ao artista
selecionado de maneira que as crianças pudessem se interessar e se apropriar dos conteúdos.
Foto: arquivo Grupo PET-Pedagogia
De posse dos estudos teóricos e do recurso produzido o Grupo realizou intervenções
pedagógicas em uma instituição filantrópica, o Lar Esperança em Sarandi. Na ocasião, o
trabalho desenvolvido pelo PET-Pedagogia, foi muito bem avaliado pela coordenadora da
instituição, e por sua vez, as crianças que participaram das atividades demonstram muito
interesse, tanto pelo recurso quanto pelo tema em questão. Como o artista Vik Muniz, apresenta
uma crítica a questão da exclusão social e da produção de lixo, esses foram pontos norteadores,
das propostas de atividades, que voltavam-se a utilização de materiais diversificados para sua
realização, o que interessava ainda mais os alunos.
O desenvolvimento da atividade, não se findou com as intervenções no Lar Esperança.
A partir dos estudos teóricos, e da compreensão da necessidade de conscientização popular
O recurso é composto de um Baú de
madeira que contém diversas caixas de mdf,
decoradas e personalizadas, com os temas:
Biografia, Curiosidades, Viagens, Obras,
Premiações. Cada caixa possui fichas
personalizadas, de modo a chamar a atenção do
público infantil.
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acerca da questão do lixo, o PET-Pedagogia desenvolveu algumas outras atividades, utilizando-
se de materiais alternativos.
Como mencionado anteriormente, o Grupo participa de um projeto coletivo
juntamente com os demais PETs da UEM, intitulado “Ciclo de Atividade do UNIPET”, e uma
dessas atividades que compõem o Ciclo é o “PET na Praça”. O PET na Praça consiste em uma
atividade, que tem como objetivo “promover a aproximação da comunidade externa com a
Universidade por meio da apresentação dos resultados de pesquisas e estudos desenvolvidos no
âmbito do Grupo ou do Curso de graduação” (PLANEJAMENTO ANUAL PET, 2016, p. 28).
Dessa maneira, as atividades apresentadas pelo PET-Pedagogia, eram resultados da pesquisa
coletiva. No ano de 2017 a atividade foi realizada na feira do Produtor de Maringá.
Entrada da Exposição (arquivo PET-Pedagogia)
Brinquedos confeccionados com materiais alternativos Jogos Pedagógicos confeccionados com materiais alternativos
No ano de 2017 a atividade foi realizada na Feira do Produtor de Maringá, dessa vez, o
Grupo alinhado aos estudos que vinha desenvolvendo propôs a produção de brinquedos com
Nos anos de 2015 e 2016 o PET na Praça foi
realizado no setor de exposição do Shopping
Cidade em Maringá. Nessas ocasiões, o Grupo
além de apresentar os resultados teóricos das
pesquisas, por meio de explicações aos
participantes, explorou o recurso pedagógico
“Baú de Arte, Cultura e Educação”. Além disso,
apresentou jogos pedagógicos para
alfabetização em diferentes linguagens,
confeccionados com materiais alternativos e
reutilizados.
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materiais alternativos para todas as crianças que tivessem interesse, e estivessem na feira
naquele momento. Entendemos que esse tipo de atividade, valoriza a criação e imaginação da
própria criança, visto que ela própria produz o seu brinquedo. Ademais, possibilita a
compreensão de como são produzidas as coisas. Nessa ocasião, novamente, a proposta era de
utilizar materiais alternativos para as elaborações, buscando assim associar a brincadeira com
a consciência ecológica ambiental.
Foto divulgação da Atividade (disponível na web) Confecção de Jogos com materiais alternativos
(Arquivo pessoal)
A partir do exposto ao longo do trabalho, afirmo que o PET-Pedagogia, nessa e em
outras atividades, tem se esforçado e vem atendendo a filosofia do Programa, e sempre
cumpriu seu papel a medida que “No sentido da extensão, ao compreender que, ao final de tudo
isto, a essência do conhecimento é a sua aplicação prática” (GONÇALVES; HIDALGO;
ROSIN, 2017, p. 1438).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser Petiana no PET-Pedagogia, sem dúvidas para além de ser uma experiência
formadora, trata-se de uma experiência transformadora. Me refiro a formadora, por toda a gama
de conhecimentos adquiridos, nas ações objetivas realizadas, nas atividades elaboradas, nos
planejamentos e relatórios concluídos, entre outras ações. Já a dimensão transformadora, em
minha análise, explicíta-se ao desenvolvermos todas essas ações de forma coletiva,
principalmente, em caráter da educação tutorial, que pressupõe autonomia, proatividade,
dinamicidade, responsabilidade, criticidade entre outras características que transformam-nos
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sobremaneira. Além disso, a passagem nesse Grupo, exige de nós esse processo de formação e
constante transformação, já que a cada ano o grupo se altera por conta de novo processo seletivo
e ingresso de novos patianos, as configurações se modificam. Sem dúvidas não se trata de um
processo fácil, pois envolve questões objetivas e subjetivas, mas de maneira geral, em termos
educativos, pode-se dizer que esses processos promovem reconfigurações interiores em quem
somos, o que possibilita uma melhor compreensão de nós mesmos e da “existência do outro”.
De modo algum, conseguimos nos desvincular daquilo que o PET nos (trans)formou.
Em face do exposto posso afirmar, categoricamente, que a participação num programa
de dimensões e filosofia própria como é o caso do Programa de Educação Tutorial, modifica-
nos enquanto profissionais, pois possibilita uma maior compreensão da realidade educacional
do país, aumenta o vínculo com nosso curso de graduação, fazendo com que possamos conhecer
melhor nossas áreas de atuação. Mas, principalmente, modifica-nos como seres humanos,
promovendo em nós uma maior responsabilidade social, o desenvolvimento do espírito crítico-
reflexivo, a capacidade de trabalhar em grupo, a compreensão das diversidades, a empatia, entre
outros aspectos essenciais para a convivência humana.
O adjetivo “petiano”, intrinsecamente, vem acompanhado de uma enorme
responsabilidade, responsabilidade que não cessa no ato de desligamento do grupo de origem.
A responsabilidade, deve acompanhar o profissional formado que teve acesso à essa política
educacional, e formou-se fruto de um Programa de excelência. A escolha de se tornar um
petiano não deve ser pautada somente em interesses individuais imediatos, deve sobretudo, ser
pautada no interesse de tornar-se um profissional de excelência e um ser humano com maiores
capacidades de relacionamento interpessoal, que reconheça principalmente, a sociedade como
principal responsável pela existência desse e de outros programas educacionais.
Hoje, formada em Pedagogia e mestranda em Educação, penso que por tudo o que aqui
foi relatado, e principalmente, por àquilo que não cabe em um texto escrito, a participação em
um Grupo PET oportuniza, aos estudantes, experiências formadoras quase que indescritíveis.
Já que estão imbuídas também de aspectos subjetivos, assim “Refiro-me por exemplo aos
sentimentos de pertencimento e união. Afinal, uma vez Petiano, sempre petiano, uma sábia
definição” (MONTAGNOLI, 2011).
i Um grupo tutorial se caracteriza pela presença de um tutor com a missão de estimular a aprendizagem ativa de
seus membros, através de vivências, reflexões e discussões, num clima de informalidade e cooperação. (MOB,
2006, p. 6) ii O Guia do Calouro do PET-Pedagogia é um documento norteador desenvolvido pelo próprio Grupo e atualizado
anualmente, portanto, encontra-se em construção permanente. A primeira versão foi produzida pelo grupo de 2013,
idealizada pela petiana Viviane Soares Vilasanti.
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iii Dados apresentados no vídeo documentário “PET-Pedagogia 20 anos”. iv O processo seletivo do PET-Pedagogia/UEM pode ser considerado democrático, pois é composto de três etapas
distintas, a saber: prova escrita, dinâmica em grupo e entrevista. Todo o processo de seleção é organizado e
acompanhado de perto pela “Comissão de Seleção”, os editais são divulgados em modo público de acordo com
legislação. Além disso, todas as integrantes do Grupo participam ativamente do processo que seleciona os petianos.
REFERÊNCIAS
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2 de junho de 2018
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RODRIGUES, Ana Paula A. ROSIN, Sheila Maria. Os encontros nacionais dos grupos PET:
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RODRIGUES, Ana Paula A. et al. Baú de Arte, Cultura e Educação: uma possibilidade de
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Acesso em 02 de junho de 2018.