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Contratos Especiais de Trabalho Introdução

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Curso Ministrado no Tribunal Superior do TrabalhoContratos Especiais de TrabalhoIntrodução

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Page 1: TST - CET01 - Introducao

Contratos Especiais de Trabalho Introdução

Page 2: TST - CET01 - Introducao

Sumário

Evolução histórica

Novos paradigmas

Distinções conceituais

Classificação

Page 3: TST - CET01 - Introducao

Evolução histórica

Page 4: TST - CET01 - Introducao

Proto-história

• Economia agrícola• Espaço reduzido para trabalho autônomo• Inexistência modelo contratual específico para prestação de

serviços

Escravidão (até 1888)

Page 5: TST - CET01 - Introducao

Primeiras normas

• Corporativismo• Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio

Revolução de 1930

Page 6: TST - CET01 - Introducao

Consolidação (CLT - 1943)

Uniformização garantias mínimas

Unificação

Natureza (Consolidação ou

Código?)

Produto demagógico?

Anacronismos?

Page 7: TST - CET01 - Introducao

Regime Militar

Manutenção intervencionis

mo

Controle dos movimentos trabalhistas

coletivos

Estímulo à industrializaçã

o

Criação de novos institutos• FGTS• 13º salário

Page 8: TST - CET01 - Introducao

Constituição de 88

Avanços• Direitos individuais (art. 7º)

• Elevação direitos infraconstitucionais

• Direitos coletivos (art. 9º)• Greve

Retrocessos• Direitos individuais (art. 7º)

• Proteção dispensa imotivada• Direitos coletivos (art. 8º)

• Liberdade sindical Vs. Unicidade

• “Imposto sindical”

Page 9: TST - CET01 - Introducao

Constituição de 88•Equiparação urbanos (art. 7º, caput)•Prescrição diferenciada (até EC 28/00)

Rurícolas

•Equiparação convencionais (art. 7º, XXXIV)

Avulsos

•Restrições (art. 7º, § único)

Domésticos

Page 10: TST - CET01 - Introducao

Novos paradigmas

Page 11: TST - CET01 - Introducao

Direito Comparado•Part-time job•Redução jornada•Redução salário•Share job•Compartilhamento postos trabalho•Relações colaborativas (Wikinomics)•Externas•Internas

EUA

•Parasubordinazione•Inserção organização empresarial•Autonomia mitigada•Metas alinhadas•“relações de colaboração coordenada e continuada, prevalentemente pessoal e sem vínculo de subordinação”

Itália

•Autónomos económicamente dependientes•“realizan una actividad económica o profesional a título lucrativo y de forma habitual, personal, directa y predominante para una persona física o jurídica, denominada cliente, del que dependen económicamente por percibir de él, al menos, el 75 por ciento de sus ingresos por rendimientos de trabajo y de actividades económicas o profesionales”

Espanha

Page 12: TST - CET01 - Introducao

Brasil

Cooperativismo (Lei 5.764/71)

Trabalho a tempo parcial (MP 2.164/01)

Contrato provisório (Lei 9.601/98)

Contrato por pequeno prazo (Lei 11.718/08)

Trabalho avulso (12.023/09)

Trabalho a distância (PL 4.505/08)

Page 13: TST - CET01 - Introducao

Eixos comuns

Flexibilidade (flexissegurança?)• Duração

• Contratos episódicos• Projetos curta duração

• Remuneração• Jornada

Mitigação subordinação

• Autonomia • Compartilhamento de riscos

Transnacionalização

• Volatidade capital• Diminuição “chão de fábrica”

Trabalho a distância

• Pulverização “linha montagem”

Deslocamento centro gravidade processo produtivo

• Bens serviços

Page 14: TST - CET01 - Introducao

Distinções conceituais

Page 15: TST - CET01 - Introducao

Terminologia

Não (Hirosê Pimpão e Montoya Melgar)• Contrato é comum• Condições de

trabalho é que são especiais

• São relações especiais e não contratos especiais

Sim (Plá Rodrigues, Giuliano Mazzoni, ...)• Vínculos

sociológicos diferenciais

• Regulamentação jurídica própria

Existem contratos especiais de trabalho?

Page 16: TST - CET01 - Introducao

Classificação

Page 17: TST - CET01 - Introducao

Mazzoni

Objeto da relação jurídica

•Não se esgota na mera prestação de serviços•Aprendizagem, experiência

Posição jurídica do empregado

•Particular subordinação•Domicílio, doméstico, vigilância, artista, atleta

Intervenção de normas de Direito

Público

•Alteração da fisionomia contratualista•Marítimos, aeronautas, ferroviários

Page 18: TST - CET01 - Introducao

Magano

Intrinsecamente especiais•Regras próprias decorrem da natureza e finalidades específicas•Interesse público•Marítimos, menores e professores

Circunstancialmente especiais

•Peculiaridades decorrem de aspectos contingenciais•Interesse particular•Domésticos, estrangeiros e bancários

Page 19: TST - CET01 - Introducao

Direito Comparado

Chile (Código do Trabalho)• Aprendizes• Rurícolas• Marítimos• Artistas• Domésticos

Venezuela (Lei do Trabalho)• Menores• Aprendizes• Domésticos• Trabalhadores a

domicílio• Desportistas• Rurícolas

Colômbia (Código Substantivo do Trabalho)• Trabalhadores a

domicílio• Agentes de seguro• Vendedores• Professores• Motoristas

particulares

Page 20: TST - CET01 - Introducao

Brasil

Normas especiais de tutela (CLT, Título III)• Bancários• Telefonistas e telegrafistas• Operadores cinematográficos• Ferroviários• Marinheiros• Mineiros• Jornalistas• Professores• Químicos• Mulheres• Menores

Regulamentações especiais (leis próprias)• Atletas• Artistas• Temporários• Radialistas• Fisioterapeutas• Vendedores • Engenheiros• Arquitetos• Agrônomos• Veterinários• Médicos• Dentistas

Page 21: TST - CET01 - Introducao

Quais são?

Atletas

Artistas

Domésticos

Empregados em

domicílioMarítimos

Aeronautas

Ferroviários

Jornalistas

Radialistas

Aprendizes

Professores

Vendedores

viajantes

Page 22: TST - CET01 - Introducao

Porque?

Particularidade do ambiente• Artistas e

atletas

Necessidade de tutelar transportes• Marítimos,

ferroviários e aeronautas

Natureza singular empresa• Radialistas

e jornalistas

Índole e finalidade• Aprendizes

e professores

Page 23: TST - CET01 - Introducao

Contratos Especiais Destacados

Advogado (Lei 8.906/94)

Aeronautas e Aeroviários (Lei

7.183/84)

Artistas (Lei 6.533/78)

Atletas (Lei 9.615/98)

Bancários (CLT, 224-226)

Domésticos (Lei 5.859/72)

Médicos (Lei 3.999/91)

Jornalistas (Decreto-Lei

972/69)

Músicos (Lei 3.857/60)

Professores (CLT, 317-324)

Rurícolas (Lei 5.889/73)

Page 24: TST - CET01 - Introducao

Jurisprudência

Page 25: TST - CET01 - Introducao

ParassubordinaçãoPARASSUBORDINAÇÃO - JORNALISTA CORRESPONDENTE - NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO RELACIONADO COM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - Encontra-se sob o manto da legislação trabalhista, porquanto presentes os pressupostos do art. 3º., da CLT, a pessoa física que prestou pessoalmente os serviços de correspondente jornalístico, onerosamente. Ao exercer a atividade relacionada com a busca de notícias, bem como com a respectiva redação de informações e comentários sobre o fato jornalístico, o profissional inseriu-se no eixo em torno do qual gravita a atividade empresarial, de modo que, simultaneamente, como que se forças cinéticas, a não eventualidade e a subordinação, esta última ainda que de maneira mais tênue, se atritaram e legitimaram a caracterização da relação empregatícia. As novas e modernas formas de prestação de serviços avançam sobre o determinismo do art. 3º., da CLT, e alargam o conceito da subordinação jurídica, que, a par de possuir diversos matizes, já admite a variação periférica da parassubordinação, isto é, do trabalho coordenado, cooperativo, prestado extramuros, distante da sua original concepção clássica de subsunção direta do tomador de serviços. Com a crescente e contínua horizontalização da empresa, que se movimenta para fora de diversas maneiras, inclusive via terceirização, via parassubordinação, via micro ateliers satélites, adveio o denominado fenômeno da desverticalização da subordinação, que continua a ser o mesmo instituto, mas com traços modernos, com roupagem diferente, caracterizada por um sistema de coordenação, de amarração da prestação de serviços ao empreendimento por fios menos visíveis, por cordões menos densos. Contudo, os profissionais, principalmente os dotados de formação intelectual, transitam ao lado e se interpenetram na subordinação, para cujo centro são atraídos, não se inserindo na esfera contratual do trabalho autônomo, que, a cada dia, disputa mais espaço com o trabalho subordinado. Neste contexto social moderno, é preciso muito cuidado para que os valores jurídicos do trabalho não se curvem indistintamente aos fatores econômicos, devendo ambos serem avaliados à luz da formação histórica e dos princípios informadores do Direito do Trabalho, de onde nasce e para onde volta todo o sistema justrabalhista. O veio da integração objetiva do trabalhador num sistema de trocas coordenadas de necessidades, cria a figura da parassubordinação e não da para-autonomia. Se a região é de densa nebulosidade, isto é, de verdadeiro fog jurídico, a atração da relação jurídica realiza-se para dentro da CLT e não para dentro do Código Civil, que pouco valoriza e dignifica o trabalho do homem, que é muito livre para contratar, mas muito pouco livre para ajustar de maneira justa as cláusulas deste contrato (TRT/MG - Proc 00073.2005.103.03.00.5 - Rel. Designado: Juiz Luiz Otávio Renault. DJ/MG 1 de outubro de 2005).