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Relatório projeção CEU Casablanca [outubro de 2008] :: Notícias de uma Guerra Particular , por Msz – out/2008 a jan/2009 versão#02 <> pág. 1/33 Tropa de Elite#2 (1997/98, João Moreira Salles) Abstract [Resumo] Tomando o [ou um...] contexto sócio-cultural em questão, onde o nome [título] dado para Notícias de uma Guerra Particular] nos camelôs [do Rio de Janeiro… e São Paulo?] foi Tropa de Elite#2, à venda no comércio informal na cauda do sucesso de Tropa de Elite em diferentes classes sociais no Brasil, parto para uma análise a partir da questão do anti-herói [em uma linhagem como Macunaíma, de Mario de Andrade: o herói – antropofágico – sem nenhum caráter?; ou na de Coringa e Batman?]; quando realidade e ficção se encontram: Capitão Nascimento – personagem a partir de depoimentos reais de ex-policiais do BOPE, livro Elite da Tropa – torna-se referência nacional aos jovens gamers brasileiros [homo ludens e a 'hierarquia dos aparelhos']. Gamers, portanto em um consciente duplo-sentido: da realidade histórica-social em que vivemos e do popular violento jogo da SONY [console Playstation#2e#3]: GTA – Grand Thieft Auto –, onde o sujeito do discurso – o jogador – é um ladrão de automóveis em diferentes cidades norte-americanas. Este game tem seu código tomado – transformado – tendo o policial do BOPE então como sujeito e automóveis da polícia militar etc podem ser utilizados. Atualmente [outubro/2008-janeiro/2009] podem ser encontrados no YouTube diversas manifestações em prol desta síndrome-GTA, ou diríamos síndrome do anti-herói? Onde o jogador-herói-vitorioso é um agente marginal à sociedade, que conquista respeito – pontos e desafios – com roubos, assassinatos, perseguições etc.

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Relatório projeção CEU Casablanca [outubro de 2008] :: Notícias de uma Guerra Particular, por Msz – out/2008 a jan/2009

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Tropa de Elite#2 (1997/98, João Moreira Salles)

Abstract [Resumo]

Tomando o [ou um...] contexto sócio-cultural em questão, onde o nome [título] dado para Notícias de

uma Guerra Particular] nos camelôs [do Rio de Janeiro… e São Paulo?] foi Tropa de Elite#2, à venda

no comércio informal na cauda do sucesso de

Tropa de Elite em diferentes classes sociais no

Brasil, parto para uma análise a partir da

questão do anti-herói [em uma linhagem como

Macunaíma, de Mario de Andrade: o herói –

antropofágico – sem nenhum caráter?; ou na

de Coringa e Batman?]; quando realidade e ficção se encontram: Capitão Nascimento – personagem a

partir de depoimentos reais de ex-policiais do BOPE, livro Elite da Tropa – torna-se referência nacional

aos jovens gamers brasileiros [homo ludens e a 'hierarquia dos aparelhos']. Gamers, portanto em um

consciente duplo-sentido: da realidade histórica-social em que vivemos e do popular violento jogo da

SONY [console Playstation#2e#3]: GTA – Grand Thieft Auto –, onde o sujeito do discurso – o jogador

– é um ladrão de automóveis em diferentes cidades norte-americanas. Este game tem seu código

tomado – transformado – tendo o policial do BOPE então como sujeito e automóveis da polícia militar

etc podem ser utilizados. Atualmente [outubro/2008-janeiro/2009] podem ser encontrados no YouTube

diversas manifestações em prol desta síndrome-GTA, ou diríamos síndrome do anti-herói? Onde o

jogador-herói-vitorioso é um agente marginal à sociedade, que conquista respeito – pontos e desafios –

com roubos, assassinatos, perseguições etc.

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Desta maneira, podemos perceber no Capitão Nascimento [ou deveríamos dizer de uma maneira

coletiva – como um movimento cultural –, o BOPE: a milícia brasileira de anti-heróis, a vanguarda

carioca da polícia em ação e, na atual conjuntura midiática, em crescente visibilidade1] a clara

personificação de um anti-herói2, conceito este recorrente na literatura e no cinema, onde a

personagem geralmente apresenta-se como uma figura complexa, com características que criam

empatia com o leitor ou espectador. O anti-herói não é uma personagem inerentemente má, pois até

pratica diversos atos moralmente aprováveis 3 , assim como costuma ter carisma e, em sua maioria,

objetivos nobres e justos. No Brasil, o anti-herói foi [e segue sendo4] imortalizado pelo emblemático

personagem Macunaíma, de Mário de Andrade; o anti-herói antropofágico representa a síntese da

verdadeira miscigenação brasileira [identificado por sua bravura, indolência e ausência de caráter5].

Este relatório toma por base o depoimento de Washington, aproximadamente 16/ 17 anos de idade –

residente no Jardim Maracanã, que estava à época cursando a 8ª série do ensino fundamental –, único

jovem adolescente presente na sala de projeções ao final do filme durante o debate-discussão.

1 De acordo acom Foucault, a “Modernidade era uma força democrática (populista?) – ao transformar todos os seres

humanos em indíviduos de facto ou in spe. Mas a fórmula da imortalidade coletiva requeria a supressão da

individualidade, ao passo que a fórmula da imortalidade individual somente tinha sentido enquanto a individualidade

pemanecesse um privilégio dos poucos.”, S. Bauman (1997/1998)

2 seria interessante uma pré-pesquisa que vise compreender – e mapear – a figura do anti-herói brasileiro, personificado em diversas linguagens artísticas

3 o que torna tênue a linha entre sua atuação e o heroísmo popiamente dito4 O movimento modernista brasileiro, ou Movimento Antropofágico (1922-1929?), é a síntese – e a base – da vanguarda

artística nacional até os dias atuais [quase 100 anos – um século – depois].5 Ou seja, um herói sem qualquer caráter: nem positivo, nem negativo

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Sumário:

1. Breve transcrição do debate pós-projeção [áudio] no CEU Casablanca

2. Breve Decupagem do filme-ficção “Tropa de Elite”

3. Breve Decupagem do filme-documentário “Notícias de Uma Guerra Particular”

4. Breve Decupagem do debate pós-projeção [vídeo-registro] no CEU Casablanca

“[as noções de conhecimento] do jovem Benjamin estavam centradas em torno da idéia de uma

crítica do mito, considerado como heteronomia fatal que manteve os homens durante a pré-

história em um estado de muda dependência ... o século XIX aparece como um domínio em que

'até agora apenas viceja a loucura': 'Mas todo o solo deve ter sido alguma vez revolvido pela

razão, carpido do matagal do desvario e do mito...'. Os conteúdos dominantes da consciência e as

formas de representação dos primórdios do capitalismo: a 'sensação do mais novo, do mais

moderno' por um lado e, por outro, a imagem de um 'eterno retorno do sempre igual' – ambos

'forma onírica do acontecimento', sonhada por um coletivo que 'ignora a história' ... em tal

interpretação prestam-se para retirar do mito o seu poder e despertar do sono que ele provoca. ...

No rastro apoderamo-nos da coisa; na aura, ela se apodera de nós', W. Benjamin”, Das

Passagen-Werk (grifos meus)

[herói e anti-herói: relação com ídolo, mártir, narcisismo e mito]

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Breve transcrição do debate pós-projeção:

Renato introduz o Datena – programa televisivo – como um primeiro paralelo para início da discussão-

debate pós-projeção:

●a gente está falando de violência e tal... traçar um paralelo...

1.“... na TV é jornalístico, né? Aquela coisa de dar a notícia..., aí no filme é a vida real … nua e crua …

a gente que está … aqui do lado de cá da sociedade que tem uma estrutura melhor de vida ... ele pegou

o caminho do mal, né?, aspas do mal, né?, o caminho que dá para viver do jeito ali, um negócio

estranho, assusta até, viu?”[senhor]

2.“... [este filme é] muito violento...”, senhora[d. Josefa]

●de alguma forma tem a ver com o dia-a-dia da gente, aqui em São Paulo, aqui no Jardim São

Luís?

1.“... de jeito nenhum ..., ali é muito pesado … aqui está melhor...” [senhora]

2.D. Josefa dá novo depoimento.

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●o filme traz o ponto de vista de quem é da polícia, de quem está no tráfico, de quem é morador,

de quem é líder comunitário... vocês se identificaram com algum ponto de vista que ele aborda e

tal?

1.“quem me chamou atenção, foi aquele rapaz que estava preso … quando ele sair vai fazer pior do que

ele fazia, né? ... ele vai trabalhar para quê?, para ganhar cem conto, sendo que a televisão custa 200...

me chamou atenção [sobre a razão dele]”

2.“...é a realidade do Rio só, né, não é a realidade nossa … mas se a gente fizer um documentário, que

conte a nossa história aqui do bairro a gente vai encontrar umas situações muito parecidas acredito

eu...”

●violência... o que o filme traz de diferente?

1. “... eles estão do lado do bandido, … ouvem o bandido, por quê?...”

2. “...traz nada de diferente ...”

3. “eu me identifiquei com aquele policial que faz uma análise sobre a polícia … pra que serve a

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polícia, como ela foi forjada. Ela foi forjada não para resolver problema, mas pra punir, né?, para

garantir propriedade, para bater mesmo, pra liquidar, para matar. Isto aí é como a polícia da gente foi

montada … e ele deixa claro ali, qual o papel da polícia? … É para punir, é para tirar a vida de

qualquer pessoa que atrapalha a elite … é esta visão que a gente têm, a gente não, que eu

tenho!” [senhora]

●quem aqui assistiu Tropa de Elite? … E aí dá para comparar?...

[explicação sobre o que / e como / foi vendido nos camelôs: Tropa de Elite – o filme #1 e Notícias...

como Tropa de Elite#2-cont. …]

1. fala de Washington – na qual eu baseio meu relatório – que se introduz/insere aproximadamente aos

10min. de discussão [a gravação-registro – áudio via celular – contém 30'17'']:

“eu gosto [de Tropa de Elite] ... eu já assisti mesmo duas vezes, gostaria de assistir mais uma terceira

… esse aí é um documentário sobre o que acontece lá ... os dois falam a realidade … mas o tratamento

de Tropa de Elite é muito mais intenso [mais real] … muito mais violento … muito mais [heroísmo?

realista?] …

●Alguém aqui assistiu Cidade de Deus? E dá para comparar Cidade de Deus com o que a gente

assistiu hoje? … Quem gostou do filme [projetado há pouco]?

1. “eu gostei … mas eu acho que muito uma vida real demais, muito violento … e eu assisto no jornal

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muitas coisas destas … e o filme está propondo de a gente discutir esta realidade..”

2. “a gente não gosta de ver este tipo de coisa … mas contribui, porque você vê [entende] o porque de

tudo isto … aquelas pessoas que são excluídas da sociedade, elas se revoltam e dá nisto tudo e o

governo não faz nada para ajudar eles. Isto daí, infelizmente, é culpa do governo; muita gente fala que

não, mas é. Né? Se a gente desse melhores condições de vida para estas pessaos não existiria isto, né?

a gente não gosta de vê … não gosto de ver … eu não assisti Cidade de Deus, não assisti Tropa de

Elite, não gosto ... este aí é menos pesado, né?, as cenas não são tão fortes … a gente não tá do lado

deles [dos bandidos], lógico, mas a gente começa a entender mais...” [senhora]

3. Washington toma novamente a palavra em meio aos adultos presentes, então discorre sobre a questão

de oportunidade para todos:

“...emprego tem em toda parte [uma mulher fala para a amiga ao lado: Para ganhar um salário

mínimo?] … porque nós somos uns idiotas … o Carnaval não é férias, é o povo que faz … tem

oportunidade demais [a culpa é do brasileiro] … a culpa não é só do governo, é da gente também … o

erro não é só do político, é nosso também ...”

●qual a diferença de Notícias... para Tropa de Elite?

1. “O grau de violência que é a diferença, este aí a violência é pouca e … Tropa de Elite [gostei mais

porque] mostra mais a realidade”

[Washington, Jardim Maracanã – 8ª série –, 16/ 17 anos de idade?]

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Decupagem#1 :: notes

[a desconstrução da narativa – linguagem e estética – em Tropa de Elite#01 6 ]:

“Nosso grande problema [como documentarista, em uma linha etnográfica que visa a

experiência acima da informação precisa e descritiva] não é de natureza epistemológica – o

que é verdade, o que não é; o que é encenado, o que não é –, nem de natureza estética –

locução ou não-locução, trilha sonora ou som direto, essas perfumarias –; tampouco se

trata de uma questão de linguagem – observação ou intervenção, esconder ou não o aparato

da filmagem etc. Para mim, o que distingue o documentário da ficção é a natureza do

contrato que se estabelece entre o documentarista e seu personagem. [E também entre o

espectador. É um acordo entre as partes, base de construção das diferentes naturezas de

criação7 e de representação].”8

Breve Decupagem do filme-ficção “Tropa de Elite”:

Cinema de Academia9

Abstract ou Introdução [a montagem pré-vinheta de abertura do filme]

6 de José Padilha (2007). Filme ficcional baseado em fatos reais – publicado então como depoimentos: parte#1 do livro Elite da Tropa – por ex-integrantes do Bope]

7 Buscar a citação-referência sobre arte e sociedade [caderno vermelho2007] :: a experiência entre o autor/produtor e o espectador/consumidor

8 João Salles em entrevista à Revista Sexta-Feira, 2004/06

9 Filme que parte de referências acadêmicas – intelectuais aliadas ao 'outro' – e que segue uma linha de montagem [linguagem internacional] que se inicia na segunda metade da década de 90 do século passado, talvez com filmes como Transpoting (1996/97), Clube da Luta (1998/99) e Matrix (1998/99), entre outros.

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1. música Rap das Armas10 e edição a la videoclipe em que símbolo do BOPE11 pisca [blink] 02

vezes – número de frames: qtos frames em qto tempo?

1.1. voz over sobre o seguir da música introdutória 'explica' sobre 'seu país', número de favelas,

nomes das armas-de-guerra12

2. A voz over se apresenta à platéia: a voz de quem fala: o sujeito da história, do discurso

cinematográfico.

2.1. “É burrice pensar ...; policial tem família, amigo. Policial também tem medo de morrer.”

2.2. “...forma pacífica de conviver”

forma >> civilização

conviver >> contrato

pacífica >> sociedade/ cotidiano

forma [suporte técnico] + contrato [acordo] = cotidiano [convivência/ relacionamento social]13

3. A voz over segue, enquanto a polícia [de camburão – verificar marca-modelo do automóvel14]

10 Música funk-carioca de sucesso internacional [para além dos bailes nas favelas] entre 2005 e 2006 [conferir estes anos*]...; ou seja, o filme se inicia em um baile funk permeado por um som famoso :: identificação com o público?

* verificar-linkar com o documentário Sou Feia mas Tou na Moda (2005/06), de Denise Garcia

11 Até então a maioria [?] do público-espectador [platéia] não conhece – não faz idéia – deste símbolo [isto se a platéia-espectadores se dão conta – conscientemente – da aparição deste logo, símboloda polícia de elite do Rio e Janeiro...

12 Neste mesmo instante – ao fundo – o som rap-funk, música anteriormente citada, repete também o nome-próprio-das-armas recém apresentadas...

13 Interessante notarmos tal colocação também pelo João Salles na entrevista anteriormente citada: ao falar sobre Notícias... ele afirma que seu documentário “é um diagnóstico e não uma denúncia [questão de militância :: utilitarismo] ...a violência no RJ alcançou um grau de letalidade impressionante e uncompatível com qualquer noção de vida civilizada. ... O filme quer apenas ser o retrato de um momento na vida do RJ”, grifos meus.

14 Questão de fetiche – desejo [simbologia: imagem : valor : poder] – vide GTA (...)

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vai subindo o morro [do RJ], com nova 'explicação': “A verdade é que ... munição~corrupção ...

afinal, ninguém quer morrer à toa”, a voz over então termina e o som direto de diálogo sobre: o

'traficante' – personagem apresentado há pouco pela v.o. – fala em um walk talk [rádio ::

frequência :: ondas :: comunicação15]

3.1. corta para a cena de dois personagens – aqueles mesmos que chegaram [à favela] de moto e

armados ao início (...) e a voz over termina dizendo: “Quando policial honesto sobe a favela...”

e a câmera enclosa os personagens...

4. Disparo.

Congelamento da cena: 1 frame. A voz over retorna/ segue:

“No Rio de Janeiro [primeira vez que o nome da cidade aparece...?] quem quer ser policial

escolhe: ou se omite, ou se corrompe ou vai para a guerra, e naquela noite ...

troca a cena/ frame em close dos dois personagens que deram o disparo... e que serão então os

personagens principais ao longo do filme

... Neto e Matias fizeram a mesma escolha que eu tinha feito há dez anos antes...”

os frames seguem: a imagem ganha movimento novamente e novamente a voz over se apresenta

ao espectador.

5. Corta para cena de carros [furgões?16]. A v.o. Pára a locução por um momento.

O Bope então – em sua primeira aparição – é apresentado [e representado17] como uma

15 Sistema social: formal e informal. Dois braços de uma mesma civilização interconectada pelas novas mídias... [?]16 Verificar marca e modelo!

17 Seria 2007 e 2008 anos em que o cinema ao redor do mundo investiu em seus anti-heróis (Cap. Nascimento e Coringa)?

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ambulância ou firemen18

5.1. A voz over retorna:

“... eu sou do BOPE... na teoria a gente faz parte da polícia militar, na prática...”

os diálogos da cena apresentada sobem: Capitão Nascimento19 está falando a seus homens:

“Vamos ter calma ... hoje é dia de Baile Funk [na favela]”, a relação com o mundo além-favela

[os consumidores de elite – e do 1º mundo – da cultura funk-carioca] é estabelecida: o sistema

informal se apresenta ao sistema econômico formal; a(s) cultura(s) se encontra(m).

Antropofagia?... (...) Neo-Antropofagia?20

6. Apresentação do símbolo do BOPE – imagem – e voz over:

“... e a nossa farda 21 não é azul passiva [ou pacífica?]”

7. Diálogos [BOPE chegando ao pé do morro]:

a. Capitão Nascimento: “Vai subir ninguém ... vai ficar todo mundo quietinho aí”

b. “Faca na caveira e nada na garganta”, policial fala para outro enquanto o Bope passa

Tropa de Elite (2006/07) aparece como uma resposta à Cidade de Deus (2000/01) [diálogos entre o cinema nacional/ produção cultural a partir da criação de anti-heróis]?

18 Alguma relação com Fahrenheit 451? (de Bradbury/1953 e Truffaut/197?) ... mundo conectado pela TV ... pelo espetáculo...

19 Que até o momento ainda não nos foi apresentado!

20 Relação Arte e sociedade (Sennett)... e as gerações se reconhecem através da história (Benjamin)Obs. Durante a produção e filmagens do filme Cidade de Deus, o trabalhos musical “A Cultura Racional” de Tim Maia, e o estilo samba-rock [do malandro carioca] como um todo, está no auge do consumo culturalda elite intelectual brasileira [universidade] ao sudeste [SP e RJ]...

21 Em Notícias..., o Cap. Pimentel [do Bope] também apresenta seu depoimento a respeito da farda-preta do Bope [milícia]...

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8. close em +1 personagem [e agora sabemos o que significa sua farda-preta22 e símbolo]:

“Meu nome é Capitão Nascimento...”

ENTRA O NOME DO FILME sobre tela preta

... e a música tema (?) do mesmo mais créditos [direção, fotografia, atores etc]. O filme está por se

iniciar, eis a vinheta de abertura.23

9. cartela#0124

“6 Meses Antes”

10. “Para mim, quem ajuda traficante a se armar também é inimigo”, a voz over termina após

diálogos cotidianos [ao telefone] de um futuro pai no meio de seu trabalho [emprego :: função

sócio-econômica]. Desta vez sabemos, então quem é a personagem [a voz over]: Capitão

Nascimento, o sujeito da história, aquele que nos conta a história [a verdade]; o autor, quem irá

deter o poder do discurso que se insere em nós ao longo do filme [estrutura/ gênero – portanto –

tal qual Cidade de Deus; Retóricas Audiovisuais25]

22 “Não é fácil ingressar no BOPE. Isso eu posso garantir. Não é para qualquer um. Temos um puta orgulho do uniforme preto e do nosso símbolo: a faca cravada na caveira. Os marginais tremem diante de nós.”, frase extraída do livro [pág.26]; caso do Tuiuti – parte “Diário de Guerra”; capítulo “Tarja Preta e Fitinha Azul”.

23 Interessante notarmos como a linha de filmes cinematográficos produzidos nesta virada de século possuem uma montagem estrutural [roteiro?] à la pincípios de papers-exposés de congressos: 1. Abstract; 2. Título; 3. Créditos; 4. Introdução etc; ou sria melhor dizermos projetos de bolsa [fomento à pesquisa acadêmica] e/ou culturais [fomento às produções artísticas]?

24 Notícias... [Tropa de Elite#2 no mercado informal] é ividido também por cartelas – legendas...

25 Detalhe interessante apontar aqui: o montador – editor – audiovisual é o mesmo em ambos os filmes [de diferentes diretores e autores]: Daniel Rezende

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11. cena: Vida íntima [Cap. Nascimento e Esposa em casa – diálogo]

“Você quer que eu pare de trabalhar?”

“Se eu soubesse que vc não ia sair, eu nem teria engravidado.”

situação depoimento <> ter filho [livro; caso Cap. Amâncio – parte “Diário de Guerra”;

capítulo “Tiro Amigo” :: “...Ele era policial também, ex-sargento do BOPE. Deu baixa quando

nasceu o primeiro filho. A mulher pediu e ele achou que a preocupação dela fazia sentido.

Talvez o caso do Amâncio seja chocante [descrição de como ele havia morrido] justamente por

ele já ter saído do BOPE e pelas razões que o haviam levado a sair [ter filho]. ... 'Lembra da

granada?' ... Mas depois da tempestade vem a bonança26...”]

12. cena: Apresentação do Matias

“... a cada folha é uma ocorrência, um crime que a PM não impediu27... Na mão do Matias ia

virar estatística28...”

1ª RELAÇÃO [lição-moral-fabular] PÓS-VINHETA:

FOGUEIRA AGIR s/ pensar

ESTATÍSTICA PENSAR s/ agir

funções do Matias:

26 [pags16/17] :: CENAS SEGUINTES :: GADNÁ ... e pensar na frase 'bonaça' [funk da Tati Quebra Barraco?]

27 Caso da criação do sistema perfeito no Minority Report – relaçao televisiva atual: programas-seriados norte-americanos como CSI e COLD CASE

28 'quem pensa demais [universidade], age de menos [a ocorrência – o crime – vira mero dado estatístico]

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Funcionamento dos rádios – comunicação – e tabulação dos registros de ocorrência

corta para a próxima cena [13]

13. cena: A Universidade

Lousa: S. Freud <> câmera ensaia girar e então abrir o ângulo, mas antes desta abertura – em

conjunto com a função/ papel-atuação do 'professor'29– a câmera sobe e nos apresenta, então, a

lousa do dia: FRAME-PICTURE

“...ele queria ser advogado e decidir entrar na melhor faculdade de direito do RJ [após

entonação – voz over – falar/ transcrever a cont. sobre o ser negro no Brasil] situação

depoimento <> ser negro e estudos [livro; falando com o leitor diretamente – parte “Diário

de Guerra”; capítulo “Mil e Uma Noites” :: “Talvez você até se espante quando souber que

estudo na PUC, flo inglês e li Foucault [21] ... Por falar em preconceito, assinale aí em sua

agenda que sou negro. Negro na acepção politicamente correta da palavra, porque, do ponto

de vista meramente físico, sou mulato, moreno, na verdade. Mas faço questão de deixar claro –

sem trocadilho – que sou negro e prefiro que você pense em mim como negro, ok?” [23] ...

Diálogo Foucault#01

Diálogo Foucault#02

Volta à apresentação [do restante da bibliografia – referência acadêmica – à/ na lousa] da

Universidade e corta para a próxima cena [14].

13b. cena: O Contexto Histórico: Papa no RJ FRAME

reunião BOPE sobre a segurança do papa. Termina com um corte em close sobre o folheto do

29 A denominação 'professor' tem/ teria alguma relação – importância/ relevância? – com as imagens fotográficas dos 'professores' na linguagem do sistema informal em Noticias...?

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papa [situação histórica30] sob uma caneta BIC , modelo Cristal, cor Azul; ambos sobre um

mapa topográfico em PB: “II Encontro Mundial do Papa com as Famílias”

13c. Cenas aéreas + voz over [música instrumental de fundo]: “... eu ia continuar subindo

favela por causa do papa; só que eu ia subir armado, parceiro, e de farda-preta!...”

13d. Passa da aérea para a entrada da favela: “... eu não tinha nenhum problema com o Matias

fazer faculdade...”

14. cena: A Ong

diálogo: “...senador Magalhães 451 31 ...”

voz over: “é difícil resistir; quem é que não quer se dar bem com a menina rica bem

intencionada [o outro]? Quem é que não quer se enturmar [no sistema visível de poder]?...”

15. cena: O 1º Beck

Matias está lendo Vigiar e Punir32 em voz alta para o [junto ao] seu grupo de estudo

TRANSCREVER TRECHOS CITADOS

voz over entra: “...maconheiros...” TRANSCREVER FALA :: ARTIGO LEI

15b. Cena: Problema de Vista

[assistencialismo X soluções 'práticas e inteligentes' – percepção social-cotidiana]

30 Há uma primeira cartela de abertura [antes mesmo do abstract e da vinheta]: Tela preta, abre aspas, citação, fecha aspas :: sociólogo [psicólogo] norte-americano – linha? ...

31 Há algum significado consciente – ou inconsciente – deste número?... Algum artigo do código penal, ou relação à Fahrenheit...

32 Foucault, 1975

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as imagens aqui são montadas em um jogo rápido de tênuos cortes – uma linha veloz:

DESFOCADOFOCADODESFOCADOFOCADODESFOCADOFOCADODESFOCADOFOC

ADODESFOCADOFOCADODESFOCADOFOCADODESFOCADOFOCADODESFOCADO

FOCADODESFOCADOFOCADODESFOCADOFOCADO até chegar à imagem-explicativa

da representação anterior [o jogo de imagens e diálogos :: discurso audiovisual]: mão; esta cena

última nos apresenta então o sujeito deste discurso inserido no discurso do Capitão Nascimento:

o sujeito da visão é o menino da favela que é cuidado 33 pelo ONG .

15c. “Este papo de consciência social é uma puta hipocrisia” – volta da voz over qdo Matias é

cnvidado a subir o morro como um agente [assistente34] social, estudante universitário, – e não

como um policial

15d. Cena: História do Baiano [o chefe da boca na favela]

“para mim, quem ajud traficante tem que ir para cadeia” [voz over fala sobre o personagem

André35]

15e. História do André [o 'passadeiro']

distribuidor na universidade [PUC] <> centro acadêmico/ grêmio

entra a voz over: “Eu sempre me pergunto quantas crianças a gente vai perder para o tráfico só

33 CUIDADO :: CUIDAR – verbo e derivação [ação/ reação] é bastante utilizada durante este início de filme: o ato e o efeito de CUIDAR A SOCIEDADE

34 Aquele que cuida, que assiste ou que ajuda?... Qual a função sócio-econômica do assistente social na sociedade?

35 Poderíamos apresentar uma hipótese aqui de diálogos – como se o Rio de Janeiro tentasse se auto-compreender como uma única sociedade através do audiovisual – entre três filmes cariocas desta última década: Meu nome não é Johnny seria uma resposta à Tropa de Elite, este último já como uma resposta à Cidade de Deus. (...)

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prum playboy36 enrolar um baseado”

fim da apresentação da Universidade+ONG [corta para a cena do Bope <> 16]

● Os itens 14 e 15 co-relacionam-se internamente [em si] neste jogo de cenas no ato

discursivo cinematográfico: A ONG como uma Academia Prática

[apresentação do outro – tomando o sujeito do discurso como a somatória de 03 agentes

teatrais: Cap. Nascimento – o autor – e Matias+Neto, personagens principais]

Juntos eles possuem a autoridade de fala e representação: os três anti-heróis tornam-se,

portanto, um anti-herói-Coletivo :: o Bope:

“a posição ocupada pelo anti-herói na estrutura da narrativa é, do ponto de vista funcional,

idêntica à que é própria do herói. 'Tal como este, o anti-herói ocupa um papel de

protagonista e polariza em torno de suas ações as restantes personagens, os espaços em

que se move e o tempo em que se vive.' (REIS e LOPES, 1998, p. 192). E continuou

adiante os autores: 'A peculiaridade do anti-herói decorre da sua configuração

psicológica, moral, social e econômica, normalmente traduzida em termos de

desqualificação. ... Apresentado como personagem atravessado por angústias e

frustrações, o anti-herói concentra em si estigmas de épocas e sociedades que tendem a

desagregar o indivíduo e a fazer dele homem sem qualidades.' (REIS e LOPES, 1998, p.

193). ... O anti-herói é o protagonista em que se centra o processo crítico de uma

sociedade em crise, ou que viabiliza 'a irônica reconstituição de percursos épicos

desvirtuados por um cotidiano dissolvente, ou ainda aquele que se apercebe do absurdo

da existência e que reage num registro de estranheza e desprendimento'. (REIS e LOPES,

36 Playboy <> homo ludens

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1998, p. 193) ... heróis dionisíacos 37 , ou anti-heróis ”, Miranda, Maria Geralda de (profª drª

da UNESA e Unisam :: txt em .pdf disponível na web, acessado em 10 de outubro de 2008)

Nó Górdio: “...é mostrado uma tropa que 'atira primeiro e pergunta depois' e

tortura para conseguir qualquer que seja a informação necessária. E é exatamente

neste ponto, que se chega a um dos muitos nós górdios de nosso dia a dia: eu quero

repressão, mas contanto que a polícia não bata em mim; eu adoro violência, mas

contanto que eu não seja a vítima; traficante tem que ir preso mesmo, mas aquele

meu amigo que traz um 'banza' para eu fumar não; eu quero que o cinema

nacional seja incentivado e cresça, principalmente com ótimos filmes como o tropa

de elite, mas vou comprar o pirata por R$10,00 no

camelô.” [http://alexthomaz.spaces.live.com] PEGAR OS DADOS DESTE

MENINO: idade, profisão, cidade etc

2ª RELAÇÃO [lição-moral-fabular] PÓS-VINHETA:

o sistema formal é corrupto [polícia e políticos] porque a sociedade é corrupta

16. som de fundo :: batidas do coração

[frequência] Cap. Nascimento suando: “...ordens são ordens...”

corta para a cena de meninos fumando [se drogando na favela]

37 “divisamos aqui a primeira grande dicotomia no estudo da personagem de ficção. De um lado, o herói “apolíneo” ... De outro, o herói “dionisíaco”, 'caracterizado por atributos disfóricos (...), que luta pela afirmação de sua axiologia, ou seja, o critério de valores individuais, com base na vida vivida, segundo o instinto, e na visão carnavalesca do mundo'....”, op. Cit.

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17. cena: O Encontro das partes de um mesmo Sistema

● Bope

● Favela

● Universidade

discurso do Cap. Nascimento: transcrever aqui!

18. cena: Vigiar e Punir [discurso universitário/ acadêmico]

● Rede: Relações de Poder

● Honestidade versus Corrupção

● Mídias/ Meios de Comunicação [a verdade visível]: “...muito mal influenciado

por jornalzinho e televisão”, Matias, durante a discussão em classe, para os

colegas

19. cena: História de Fogueteiro

20. cena: História do Carburador [a corrupção no sistema policial...]

20b. voz over: “O Sistema transformou a proteção em um negócio

passa a cena do Bar: “...o 1º roubo é sempre por uma boa causa... esta é a LÓGICA DO

SISTEMA”

20c. “MULTADO” – close em adesivo colado no carro durante a cena...

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20d. cena: História do Reboque

voz over: “O sistema não tem limite, parceiro, não tem fronteira...”

20e. cena: História do soldado Paulo [férias]

21. cena: Capitão Nascimento sem farda

Stress <> problema emocional [Psiquiatria]

20f. cena: Corpos do Tabajara – o relatório que não [nunca] existiu

21b. cena: Eu preciso de um Substituto

Cap. Nascimento com seu superior

“...missão dada é missão cumprida...”]

20g. cena: História da/ na Boate

“...tu não quer foder o coronel?...”, Neto

20h. cena: Início do Plano

voz over: “O Neto usou o sistema contra o próprio sistema ... mas o Neto pelo menos tentou

consertar as coisas, o Matias estava persistindo no erro.” o – corta para cena na faculdade

22. cena: Festa de Universitários [em casa de bacana]

som de fundo – introdução da cena – Shine Happy People, R.E.M.

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Estudantes trocam o som à chegada de Matias à pista de dança com Maria: Polícia Pára quem

Precisa [Ultraje à Rigor ou Titãs?]

corta novamente para polícia

20i. Questão de Hierarquia

21c. “Ouve o coração do bebê”38 – esposa fala com Cap. Nascimento ao telefone

Montagem-videoclipe entre esta nova cena do Cap. Nascimento e cenas anteriormente

apresentadas. Voz over percorre a montagem, junto ao som das batidas do coração de seu filho...

3ª RELAÇÃO [lição-moral-fabular] PÓS-VINHETA:

NASCIMENTO e MORTE

[ter filho]

“...vamos buscar o corpo daquele fogueteiro lá”, Cap. Nascimento fala para sua equipe

cenas de ação

20j. “Acho que eles vão me passar, Neto” [tenente? Fabio Barbosa]

38 Mesmo som do tópico 16?

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NOVAMENTE A CENA INICIAL DO FILME

[antes abstract – agora em contexto narrativo]

Tiros, Morro da Babilônia

+

Tortura do Saco e a Conta do Papa

23. cena: Encontro dos Anti-heróis

e incidente fotógrafo

21d. cena: Cap. Nascimento na Maternidade

24. Bope :: curso de ingresso

[A escolha dos substitutos]

25. cena: jornal 'Agora' [um ano de história há passado]

Baiano descobre sobre Matias [crise da relação pacífica entre estudantes+ONG e traficantes no

Morro]

ENTRA CARTELA: 9º CURSO DO BOPE – JULHO de 1997

[dois meses antes da visita do Papa. Duas semanas de 'acampamento'-Gadná]

26. voz over: “Nem o exército de Israel tem os soldados como a gente...”39

39 “E não é para me gabar não, mas nós somos a melhor tropa de guerra urbana do mundo, a mais técnica, a mais bem preparada, a mais forte. Não sou eu quem está dizendo; os israelenses vêm aqui, aprender com a gente; os americanos também. [cont. no item 28 a seguir]”, frase extraída do livro [à pág.26]; caso do Tuiuti – parte “Diário de Guerra”; capítulo “Tarja Preta e Fitinha Azul”.

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“...No BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil!”, música entonada pelos cusandos em

tropa [e em marcha-treinamento]

26a. cena: Estratégia [aula teórica] – História da Granada

[livro; caso Cap. Amâncio – parte “Diário de Guerra”; capítulo “Tiro Amigo” :: “Mas depois

da tempestade vem a bonança, assim como depois da experiência física extrema, vem a

contemplação, a abstração e o adetramento intelectual. Agora procure imaginar o seguinte:

um bando de marmanjos sujos, enlameados ... , obrigados a assistir a uma longa aula teórica e

entediante sobre táticas antiguerrilha, em que não há referência a ações, apenas aos conceitos

fundamentais. Adicione o seguinte ingrediente: a aula era lida, em tom propositalmente

hiptnótico. Éramos um bando de enfermos, sonâmbulos, espectros. ... O professor ... tirou do

cinto uma granada, puxou o pino e colocou-a na mão direita do aluno relapso. Um deslize

seria o fim daquela simpática e brava matilha. ...”]

26b. História da Comida

26c. Cena: História do 02 [vulgo Fabio Barbosa]

todos durante estas duas semanas de treinamento são números, ninguém mais é chamado pelo

nome próprio; todos são chamados de Senhor40 [nº].

Voz over fala sobre os FRACOS e os CORRUPTOS

cerimônia de desligamento do BOPE: “Que se fodam os fracos e os corruptos” [voz over]

40 Sie versus du

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27. cena: Maria versus Matias

21e. cena: Cap. Nascimento, esposa e o bebê [filho] recém-nascido [Rafael41]

28. História da Progressão

[favela: treinamento e prática42]

21f. cena: Policial Tarja Preta43

Cap. Nascimento conversa com a esposa após tomar pílulas.

Voz over entra: “Só tinha uma coisa que me deixava mais puto do que erro em operação, era a

Rosane [esposa] dizendo para mim o que eu tinha que fazer. O pior é que às vezes, mesmo

sabendo que ela tava errada, eu obedecia.”

29. cena: História da entrega dos óculos do Romerito [relação final do item 15b]

41 Rafael, do original – em hebraico – é o anjo que assiste à Deus [o anjo enfermeiro de Deus]: aquele que CUIDA, que é o CUIDADOR de Deus

42 “...Essa qualidade se deve a muitos fatores, um dos quais é o seguinte: em nenhum lugar do mundo se pode praticar todos os dias [como na favela do Rio de Janeiro]. ... à noite, por exemplo, não fazemos prisioneiros. Nas incursões noturnas, se toparmos com vagabundo, ele vai pra vala. Sei que a política não é correta. Agora não tem mais jeito. ... Quanto mais se derrama sangue, mais fertiliza o ódio. E a roda não pára de girar. No final, todos pagamos a conta, a começar pela sociedade. Foi uma insanidade aquela política. E agora? ... Os políticos e os acadêmicos que discutam o sexo dos anjos.”, frase extraída do livro [págs.26e 27]; caso do Tuiuti – parte “Diário de Guerra”; capítulo “Tarja Preta e Fitinha Azul”. Grifos meus.

43 “Encontramos dois corpos entre os escombros e um sobrevivente. O cara estava desfigurado, mas vivo. A cena ficaria por muito tempo conosco, revirando o estômago e assombrando o sono. Cada homem da tropa a digeriu como pôde. Dois de nós acabaram recebendo o apelido tarja-preta ... o – esse apelido é dado a quem toma este tipo de remédio.”, frase extraída do livro [à pág.28]; caso do Tuiuti – parte “Diário de Guerra”; capítulo “Tarja Preta e Fitinha Azul”. Grifos meus.

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voz over: “Só rico com consciência social não entende que guerra é guerra”

cena do Pneu em chamas44, queimando o diretor da ONG [representandte do senador 451]

21g. Questão de gênero no Brasil

[Cap. Nascimento chega em casa e grita com a esposa]

30. cena: Enterro do Neto

a bandeira negra com o símbolo do BOPE é colocada sobre a do Brasil [no caixão], cobrindo-a

completamente...

+ cena da Delação

31. cena: Passeata de estudantes e familiares

em memória – e denúncia? – dos estudantes universitários [e representantes de ONG] mortos

pelos traficantes na favela do Rio de Janeiro...

“Protesto é só para morte de rico” [voz over ou Matias em cena?]

32. cena: A busca pelo Baiano

discurso Cap. Nascimento [em voz over]: “O que eu tava fazendo não era certo ... eu não podia

esculhambar morador 45 para encontrar um bandido...”

● jogo de cenas#1 [ação]:

● tortura à luz do dia

44 Em tempo: em 2008 ocorreu uma manifestação na praia [Copacabana ou Ipanema?] – transmitida pela mídia [rede Globo?] – sobre esta cena em particular, ou seja, sobre a realidade do RJ [...]

45 Relação com Notícias... depoimento do casal Janete e Tião

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● discussão entre capitães do BOPE

● 1º Tiro: vocÊ não sabe de onde vem – nem quem atira (...) – mas o sangue do

'funcionário' que esconde-guarda o Baiano respinga em gotas sobre a tela

cinematográfica

“Na cara não, para não estragar o velório”, sugere Baiano ao Cap. Nascimento ao ser pego e

saber sobre o tiro [de morte] que irá tomar em seguida...

● jogo de cenas#2 [tensão – ou a cena final...]:

cena em 03 vezes [close no Matias com a arma [fuzil?] para matar o Baiano].

Discurso cinematográfico [retórica audiovisual] de transformação do mero

universitário – a teoria de estatísticas – para policial de verdade – a ação sobre as

ocorrências].

O filme termina em tela branca, após o tiro de Matias [vingando Neto] em Baiano: Paz ou

Redenção?... Som fúnebre (...?) de frequência contínua...

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Breve Decupagem do filme-documentário “Notícias de Uma Guerra Particular”:

1. ABSTRACT :

voz over [produção 1997/98...]

cenas aéreas dos morros [favelas] do RJ

“...100 mil pessoas ... é o número de funcionários que o tráfico emprega46... o mesmo número

de funcionários da prefeitura do RJ...”

2. cartela#01: O Policial

Cap. Pimentel [Batalhão de Operações Especiais – BOPE] é apresentado; se apresenta [fala]

cena: um quarto com beliche, se preparando/ equipando

[arq. Cap.Pimentel01.mov >> “...eu queria ter a oportunidade de participar de uma ação real...”]

3. Cap. Pimentel em voz over

cena: preparação e ação/ treinamento

[arq. Cap.Pimentel02.mov >> “...olha, eu estou participando de uma guerra...”]

[arq. Cap.Pimentel03.mov >> “...eu boto esta farda e eu tou me sentindo invencível não é?...”]47

4. cartela#2: O Traficante

cena: a favela por dentro

46 Sistema informal – não-formal – de circulação monetária-financeira [e empregatício/ de trabalho...]

47 A farda-preta [Clube da Luta, Tropa de Elite e milícias revolucionárias das décadas de 20/30... a questão da construção do herói sem caráter]

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música funk [rap do alemão] – Francisco, 16 anos de idade [legenda] – arq. Traficante01.mov

5. sons de fundo: helicóptero

depoimento traficante + cenas aéreas e câmera aproximando-se [adentrando] a favela [o morro]

arq. Traficante02.mov: “...em primeiro lugar:...; segundo:... e terceiro:... (...) Não penso em

fazer maldade com ninguém, penso em fazer minha vida...”

6. cartela#3: O Morador

depoimento#01: Hilda, entregadora de jornal d'“O Globo”

depoimento#2: Adão e Janete

“...eles [os policiais ao entrarem agora na favela] andam com medo...”, arq.janete01.mov

“...essa nova geração, essa juventude, eles têm o espírito suicída... eles querem defender a

comunidade dessa entrada violenta da polícia ... esse é o lado bom das armas...”,

arq.janete02.mov

arq. janete_vala.mov

7. cartela#4: O início – 1950/ 1980

7.1. imagens fotográficas em PB com nomes completos acrescidos de apelidos entre aspas

[dois homens], arq.janete03.mov

7.2. imagens aéreas antigas [?] do RJ em PB + música fúnebre [legenda: Zona Norte],

acompanhada de sons 'troca-de-slides' [click]; arq.janete03b.mov: “...depois vai pra vala...”

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8. depoimento Paula Linz [legenda: escritor]]

8.1 a cocaína; cenas da preparação dos papelotes <> arq. PauloLinz01.mov: “...democratizou a

cocaína...”

[mesclar às cenas dos filmes Cidade de Deus (BR, 2001) e Gângsters (EUA, 2008)]

8.2 arq. PauloLinz02.mov: “...negócio do AI-5, lá da Ilha Grande...”

8.2.1 cenas de 1964 [“a ditadura”]

8.2.2 imagens de arquivo da favela

8.2.3 fotos de pessoas ligadas “ao crime organizado [tráfico]”

9. cena: depoimento 26ª DP

arq. Traficante03.mov [fundador do Comando Vermelho]

“... o preso político ... daí nasceu a idéia do coletivo [do movimento]...”

10. cena: presos atrás das grades

arq. Traficante04.mov: depoimento Kleber, 24 anos de idade

depoimento sobre o Comando Vermelho; arq. Traficante05a.mov

11. Movimento: a ajuda à comunidade

● depoimento de traficante: arq. Traficante05b.mov

● depoimento Janete sobre remédio para a filha: “...daí eu chego lá no Movimento...”,

arq.janete04.mov

● depoimento crianças: “...a maioria do morro fica do lado do Movimento...”, arq.

crianca.mov

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● cena cemitério [com depoimento sobre quem faz os enterros na comunidade], arq.

Traficante 05c.mov

12. carela#05: O combate

● estande de tiros do BOPE

● arq. Cap.Pimentel05.mov :: depoimento capitão Pimentel sobre o Bope

● arq. milton_real.mov :: depoimento soldado Milton [BOPE]: “...nosso combate é

real...”

● arq. Traficante06a.mov :: “...para mim matar o inimigo é uma vitória, não é uma

vitória matar o inimigo?...”

● “...munição caçante...” :: arq.Cap.Pimentel04.mov [depoimento sobre a guerra entre

os morros :: mixar com imagens de guerras midiáticas, como games, imagens da

Guerra do Golfo, 1991/92?; tiros em nightshot]

● campo de treinamento do BOPE [exercício de combate em favela]

“...a mais eficiente tropa de combate do mundo...”, arq.Cap.Pimentel05.mov

● treinamento PROGRESSÃO [técnica :: mix com imagens de Tropa de Elite] ::

arq.Cap.Pimentel06.mov

13. arq. Liberdade.mov :: depoimento de traficante sobre suas prisões ao longo de sua vida

artigo 157

14. depoimento de dois menores: Lico [13] e Leandro [14]

questão de vestimentas na sociedade

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Relatório projeção CEU Casablanca [outubro de 2008] :: Notícias de uma Guerra Particular, por Msz – out/2008 a jan/2009

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15. arq. 3Geracao.mov :: depoimento Itamar Silva [líder comunitário]

q2uestão de Afirmação, Respeito, Orgulho, Poder :: “... já é uma terceira geração ... o tráfico

oferece um respeito... abre o jornal e lê... o jovem enfrentou a polícia ... sobre uma sociedade

que não reconhece o seu valor...

16. arq. 3GeracaoB.mov :: depoimento de Hélio Luz [chefe da polícia civil do RJ]

“...alguém deles que deu certo... alguém nosso que pode ser gente ... alguém nosso que pode

comprar um carrão ... um dos nossos que conseguiu chegar e se dar bem na vida. ...”

17. volta para depoimento do menino :: arq. Traficante07.mov: “... me senti dono do mundo ... um

monte de mulher fica te olhando, fica dando em cima...”

corta para depoimento de Janete e Adão sobre os meninos com armas [e as cocotinhas]...

arq.janete05.mov

18. depoimento do menino-traficante novamente: “...andar arrumado, porque quem vive nessa vida

tem que andar assim mesmo...”

19. novo depoimento de Hélio Luz [seguimento]

o tráfico: emprego :: negócio

“...o tráfico é uma empresa, mas uma empresa ilegal ... o salário mínimo é 120, oferecem para

ele 300... não é negócio? ... é negócio sim! ...”

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Relatório projeção CEU Casablanca [outubro de 2008] :: Notícias de uma Guerra Particular, por Msz – out/2008 a jan/2009

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20. cartela#6: A Repressão

“...O excluído sob controle e ai se ele reclamar disto ... a classe média dá o dinheiro ...”

21. cartela#7: As Armas

● Cap. Pimentel apresenta as armas [nomes, detalhes etc]

● menino-traficante apresenta as armas [idem]

● chefe de polícia [Botafogo :: futebol] :: sobre a economia-das-armas,

organização e tomada de poder

22. cartela#8: A Desorganização

● o mito Comando Vermelho

● “...ambos não tem nada de social, não tem visão política...”, depoimento Adão

23. cartela#9: O Caos

[imagens de arquivo :: TV Manchete :: voz over: locutor/ narrador de futebol]

● CVJ – Cap. Pimentel [justaposição com a imagem do menino de boné azul –

depoimento anterior – sobre “essa vida...”]

● quando mata traficante: “...sensação de dever cumprido...”, depoimento de Cap.

Pimentel sobre 'a guerra particular' [a polícia mata traficante, depois vem a

vingança... todo um ciclo “sem solução” – capítulo do livro Elite da Tropa...]

24. cartela#10: Cansaço

● cenas de enterros [de ambos o lados]

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Relatório projeção CEU Casablanca [outubro de 2008] :: Notícias de uma Guerra Particular, por Msz – out/2008 a jan/2009

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● “...Só a polícia, não resolve...”, Cap. Pimentel

termina com som de denúncia [?], frequênciua sonora [dB?]..., e nomes

mais as datas de mortos de ambos os lados desta guerra urbana [mudar

esta cena: som de tiros para cada aparição de nome + data...]

a cena – e o filme – termina com tela preta [preenchida 100% pelos nomes+datas]...