três correspondências de octavio paz

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México, D. F. a 16 de março de 1977 Querido Enrique: Envio-lhe vários textos, a saber: a) O ensaio de A. W. Gouldner que nos propõe Zaid. É interessante mas um pouco extenso. Havia que reduzi-lo um pouco, como propõe Gabriel. Há que decidir, primeiro, em que número poderia sair e, segundo, quem podia traduzi-lo. Além disso, a quem devemos pedir os direitos? Leia-o e dê-me sua opinião. Gracias. b) O artigo que me deixou o Embaixador polaco. Não apenas eu gosto. Oxalá que você e Zaid lhe lessem e dessem sua opinião. Em todo caso, se o publicamos, há que fazê-lo com uma nota e acompanhado do outro (ponto c) que nos tem enviado Zaid. c) Uma estratégia da oposição polaca, por Adam Michnik. Interessantíssimo. Há que reduzi-lo um pouco. Se o publicamos devemos pedir a permissão do caso a Esprit. d) Le Nouvel Observateur que me enviou Julieta Campos. A meu juízo, há que publicar, em Letrillas, precedidas de uma breve nota, mas ou menos inspirada no que publica Nouvel Observateur, a entrevista de Bukowski (págs. 26-27). (Envio-lhe, como “documento”, as incríveis e estúpidas declarações de Corvalán em L. N. O. anterior). Há outro artigo (pág. 48) sobre o caso de Huber Matos. Podíamos utilizá-lo em uma Letrilla mas me parece que o caso dos prisioneiros políticos de Cuba e em primeiro lugar de Matos requer um texto mais sério e documentado. Devemos buscar para um número próximo, muito próximo, um bom texto sobre este assunto. No mesmo número há um excelente artigo de Claude Roy (pág, 50-52) mas, se o publicamos, pode parecer que insistimos demasiado no tema. Que pensa você? Na troca, para um número vindoura, podemos utilizar parte do artigo de Jacques Julliard (a parte sobre a atitude dos comunistas franceses). Eu poderia agregar algum leve comentário referindo-me a atitude (melhor dizendo: a ausência de atitude) da esquerda mexicana e latino- americana sobre este tema. Sublinho-lhe as partes que podiam traduzir-se (Por certo: os parágrafos sublinhados são de Julieta ou de seu marido). Minhas marcas são azuis (pág. 63-64).

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Dentre os projetos literários conduzidos por Octavio Paz destaca-se a revista Vuelta que foi editor durante largo tempo. Enrique Krazue chegou ao periódico na década de 1970 e construiu ao lado do escritor mexicano uma parceria que foi além do lado profissional - Enrique tornou-se um amigo pessoal de Paz e a ele foi confiada muita da correspondência que escreveu durante as suas viagens. Reúnem-se aqui três dessas correspondências traduzidas ao português pela primeira vez (em tradução livre de Pedro Fernandes). Os arquivos originais foram publicados pela Revista Letras Libres em dezembro de 2006.

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Page 1: Três correspondências de Octavio Paz

México, D. F. a 16 de março de 1977

Querido Enrique:

Envio-lhe vários textos, a saber:

a) O ensaio de A. W. Gouldner que nos propõe Zaid. É interessante mas um pouco

extenso. Havia que reduzi-lo um pouco, como propõe Gabriel. Há que decidir, primeiro,

em que número poderia sair e, segundo, quem podia traduzi-lo. Além disso, a quem

devemos pedir os direitos? Leia-o e dê-me sua opinião. Gracias.

b) O artigo que me deixou o Embaixador polaco. Não apenas eu gosto. Oxalá que você

e Zaid lhe lessem e dessem sua opinião. Em todo caso, se o publicamos, há que fazê-lo

com uma nota e acompanhado do outro (ponto c) que nos tem enviado Zaid.

c) Uma estratégia da oposição polaca, por Adam Michnik. Interessantíssimo. Há que

reduzi-lo um pouco. Se o publicamos devemos pedir a permissão do caso a Esprit.

d) Le Nouvel Observateur que me enviou Julieta Campos. A meu juízo, há que publicar,

em Letrillas, precedidas de uma breve nota, mas ou menos inspirada no que publica

Nouvel Observateur, a entrevista de Bukowski (págs. 26-27). (Envio-lhe, como

“documento”, as incríveis e estúpidas declarações de Corvalán em L. N. O. anterior). Há

outro artigo (pág. 48) sobre o caso de Huber Matos. Podíamos utilizá-lo em uma

Letrilla mas me parece que o caso dos prisioneiros políticos de Cuba – e em primeiro

lugar de Matos – requer um texto mais sério e documentado. Devemos buscar para um

número próximo, muito próximo, um bom texto sobre este assunto. No mesmo número

há um excelente artigo de Claude Roy (pág, 50-52) mas, se o publicamos, pode parecer

que insistimos demasiado no tema. Que pensa você? Na troca, para um número

vindoura, podemos utilizar parte do artigo de Jacques Julliard (a parte sobre a atitude

dos comunistas franceses). Eu poderia agregar algum leve comentário referindo-me a

atitude (melhor dizendo: a ausência de atitude) da esquerda mexicana e latino-

americana sobre este tema. Sublinho-lhe as partes que podiam traduzir-se (Por certo: os

parágrafos sublinhados são de Julieta ou de seu marido). Minhas marcas são azuis (pág.

63-64).

Page 2: Três correspondências de Octavio Paz

e) The Journal. Nas páginas 12-17 encontrará você um charmoso texto de Lowry

Burgess (um jovem artista estadunidense amigo meu). Gostaria de publicá-lo

acompanhado, claro (sem elas se perde todo o afeto) das fotos que incluo dentro da

revista. Todas ou uma parte. Fale com Abel para saber se, com nossos pobres recursos

gráficos, podemos atrevermo-nos a publicar essas fotos.

f) O pequeno livro de Javier Sologuren. Um excelente poeta menor. Escolhi alguns

poemas que poderia ir com os do jovem venezuelano na seleção Plaza de la Nueva

Poesía (o como decidamos chamar finalmente a essa página). Guarde o caderno com o

poeta venezuelano (seu nome me escapa agora).

g) Uma entrevista com Ginsberg. Impublicável – difusa e confusa. Mas guarde-a – devo

escrever a jornalista que o entrevistou.

h) Um texto de um “espontâneo”. Também impublicável.

i) Uma carta que enviei a Rossi e De la Colina, mas que devolveram por um erro (nas

senhas) dos correios. Leia-a e transmita-lhe aos dois. Obrigado!

j) O texto sobre Berlim: tenho minhas dúvidas. Já falaremos (amanhã).

Um abraço grande

Octavio

Envio-lhe também os sonetos de Camões. Poderiam ir no próximo número? O 6? Ou no

7?

O. P.

From the American Stanhope Hotel Collection

Temperance American School, Circa 1850

© 1981 American Stanhope Hotel

Nova York

Page 3: Três correspondências de Octavio Paz

A 10 de novembro de 1984.

Querido Enrique:

Esta longa viagem tem sido rica em surpresas e descobrimentos mas também em

confirmações. Mais que uma exploração tem sido um reconhecimento. Nosso primeiro

alto foi Bombaim. Depois da prosperidade de Alemanha, a realidade da Índia nos

golpeou. Chegamos na madrugada e vimos o despertar dos subúrbios, uma chaga viva

que se estende desde o aeroporto ao centro da cidade.

Uma miséria realmente indescritível e que produz, mais que compaixão, desesperança.

Nos hospedamos em nosso velho e querido Taj Mahal Hotel, monumento [...] do British

Raj e das quimeras da classe dirigente indiana ao começo do século. Mas a onda dos

miseráveis não cessa de bater contra essa arquitetura vã e pródiga. Nada, nem sequer as

esculturas da ilha de Elefanta, alcançou dissipar a terrível visão. Em quinze anos,

Bombaim tem se convertido em outra Calcutá – a mesma mistura, alucinante e atroz, de

modernidade e miséria abjeta. Abjeta no sentido literal da palavra e também no

teológico. A parada seguinte foi Hong Kong. A mudança tem sido imensa (não havia

voltado desde 1963, há mais de vinte anos). A alegria e a prosperidade de Hong Kong,

tanto como a beleza da baía e das pitorescas colinas, hoje cobertas de arranha-céus,

surpreenderam e fascinaram a Maria José. A mim também. Um cosmopolitismo

amarelo. O pragmatismo é mais poderoso e eficaz que as ideologias. Mais humano

também. Sem dúvidas o excesso de mercantilismo de Hong Kong, suas ostentações de

novo rico, seu mau gosto chinês (há um mau gosto chinês como há outro mediterrâneo e

outro saxão) e sua sensualidade epidérmica, me fizeram apreciar ainda mais a elegância

e a sobriedade do Japão. O país conquistou a Marie José e ressuscitou meu antigo

fervor. Voltei a sentir o que sem dúvidas sentiram muitos mexicanos ao começo do

século; viram no Japão um símbolo do que poderiam ser (ou melhor: fazer) os países

não europeus: modernizar-se sem deixar de ser eles mesmos. Os quinze dias de Japão

foram de uma rara perfeição: um outono límpido como uma tanka clássica ou um

desenho de Buson, a esquisita elegância dos monumentos e os objetos (no Japão, ainda

mais que na China, a beleza não é simétrica: o arquétipo do artista não é a geometria,

como no Ocidente desde os gregos, mas a natureza, que é sempre irregular), a cortesia

da gente, sua diligência, sua eficácia, sua honradez. Donald Keene me disse: vivo oito

meses a um ano em Tóquio porque já não aguento mais a barbárie de Nova York. Tem

razão. Para nós a viagem teve um encanto particular: Marie José descobriu uma

Page 4: Três correspondências de Octavio Paz

realidade nova e eu me internalizava em minhas próprias leituras. Uma e outra vez

reconheci lugares que nunca havia visto mas que, por dizê-lo assim, havia visitado ao

ler os poetas e romancistas japoneses. “Viagens ao redor de tuas leituras”, me disse

Marie José. Não sigo: o tema do Japão merece muitas páginas e muitas horas. Só lhe

direi que esse mundo – me refiro ao que chamamos tradicionalmente Extremo Oriente,

composto basicamente por China, Japão, Coreia, com seus prolongamentos: Hong

Kong, Taiwan e Singapura – não somente é uma realidade presente mas futura. O centro

do poder econômico e político se movimenta do Atlântico ao Pacífico e nesta nova

constelação histórica a presença sino-japonesa será decisiva. É desolador que nem

nossos políticos – seu horizonte é provinciano – nem nossos intelectuais – fechados em

seus cárceres ideológicos – se deem conta de que amanhece em outra costa do México,

a que olha ao Pacífico. Japão deveria ser nosso modelo por extraordinária fusão de

modernidade e tradicionalismo, eficácia técnico-científica e gosto estético (e o Primeiro

Ministro Nakasono fez um hakai durante a incineração de Indira Gandhi!), solidariedade

social (o grupo, não o indivíduo, é a unidade básica) e liberdade política, capitalismo

(competência) e cooperativismo... O segredo, quiçá, está na essência mesma da cultura

japonesa – e o mesmo deve dizer-se de Coreia e, amanhã, de China: uma civilização

fundada não nos princípios de uma tradição, identidade e terceiro excluído, senão na

coexistência dos contrários e ainda em sua fusão. O pragmatismo – para usar um termo

ocidental – dos chineses é consubstancial: um mandarim era, na vida política e social,

confuciano, mas em sua vida íntima (religiosa, filosófica, estética e erótica) podia ser

budista ou taoista, ou ambas as coisas. No Japão todo mundo é, sem contradição,

budista e shitoísta, sem que isto lhe impeça professar a ideologia científica e técnica do

século XX. Ao contrário do que ocorre na América Latina e em tantas outras partes, no

Extremo Oriente se pensa que a gente não serve às ideias: se serve delas. (Um jornalista

da Agência EFE me fez uma entrevista em Tóquio e aproveitei a ocasião para falar

disto: publicou a imprensa mexicana essas declarações? Provavelmente não ou, como de

costume, desfiguraram o que disse.)

Graças à Fundação Japão, conheci vários poetas, romancistas e ensaístas japoneses.

Surpreendeu-me sua inteligência, sua cultura, e seu fervor. Estão mais inteirados que

seus congêneres europeus, norte-americanos e latino-americanos. Quase todos eles

havia lido não apenas os livros meus traduzidos ao japonês mas os outros – em inglês,

francês e, às vezes, em espanhol. Encontrei uma gente de grande talento. Devemos

dedicar um número de Vuelta à literatura japonesa contemporânea, não lhe parece?

Depois de Tóquio, voltamos a Bangkok. Dias deliciosos – os ecos da crise político-

militar da Tailândia se afogam no fluir do rio que corre abaixo da janela de nosso hotel.

A cidade é medíocre e inclusive muito feia, mas o rio, a beleza das árvores, as plantas,

os pássaros, as mariposas, a arquitetura brilhante e decorativa – feita de lantejoulas,

como uma dança de formas –, a gente sonolenta e viva, sensual e cerimoniosa – tudo,

tem um encanto que faz recordar, às vezes, a Conrad e outras, a maioria, a Pierre Loti. A

arquitetura faz evocações ao estilo churriguera, um churrigueresco budista e ainda mais

retorcido que o novo-hispano de Tepotzotlán. Na realidade, é uma profecia (seus

edifícios são de finais do século XVIII) do que veio a ser a Belle Époque. O budismo se

Page 5: Três correspondências de Octavio Paz

mesclou aqui – como acontece a quase todas as partes e com todas as religiões – com os

antigos cultos aos poderes naturais e se converteu em ritual, lenda, superstição e arte

popular. Mas o melhor é o sorriso. É a essência do budismo: sorrir é começar a

compreender – e a perdoar. A semana que vem saímos para Delhi – a conferência foi

suspensa mas devo apresentar minhas condolências a Nehru Memorial Fund. A Índia

não sabe sorrir: é uma terra sublime e terrível. A pátria do idealismo e dos sistemas

absolutos. A Alemanha (em farrapos) de Ásia...

Não toquei, com toda intenção, o tema da reação da esquerda mexicana ante meu

discurso de Frankfurt. Principalmente: repito-lhe minha gratidão. A mensagem sua, de

Alberto e Tulio me comoveu. Eu não sabia nada. As primeiras notícias as tive em

Tóquio, por um cabo e pelo Embaixador do México, excelente pessoa, Sergio González

Gálvez, que trabalhou comigo quando eu diplomata. Sua mulher foi colega de Isabel no

Colégio do México. Sergio e o agregado cultural, Jaime Nualart, cordial e inteligente,

me mostraram os recortes. Paixão mal empregada, mesquinharia e rancor, má fé. Almas

pequenas e sombrias em que o fanatismo ideológico se unem ao ressentimento. A

ideologia a serviço da inveja. Mas são uma minoria. Em Niko encontrei-me com um

grupo de turistas mexicanos: todos se aproximaram a saudar-me e a dizer-me que

estavam comigo. Aqui em Bangkok me encontrei com um ítalo-equatoriano e um

espanhol, que viram há um mês na televisão mexicana e me felicitaram pelo que disse –

ainda, disse um deles, se zangavam muitos dos seus colegas mexicanos. Em minhas

declarações à Agência EFE me referi, rapidamente, ao tema. De todo modo, não há que

lhe dá muita importância. Há que sorri. Disse-lhe Darío: “Coloca o pavilhão e sorria!” E

aqui findo esta carta tão longa (compreenderá você minha má caligrafia?) com muitas

saudações para Alberto, sua mulher e seu filho (Marie José o relembra com especial

carinho), Tulio, os amigos de Vuelta, Isabel e, para você

Um duplo abraço de Marie José e de Octavio

Oxalá que possam enviar-me o número de Vuelta de novembro à Gallimard –

passaremos uns dias com eles. Também penso que seria bom publicar o discurso do

Presidente da Alemanha: na Vuelta ou onde? Saudações

Octavio

nrf

Page 6: Três correspondências de Octavio Paz

5 Rua Sébastien-Bottin 75007 Paris

A 21 de Junho de 1989

Querido Aurelio:

Esta carta está dirigida a você mas também a Enrique. Não lhe escrevo a ele diretamente

porque [...] não sei se está no México ou nos Estados Unidos. Creio lembrar que me

disse que provavelmente iria a Los Angeles ou a Nova York a alguma reunião

universitária.

Chegamos em Paris faz alguns dias, em plena celebração – os festejos duraram mais de

um mês – do Bicentenário da proclamação dos direitos humanos e da invenção da

guilhotina (curioso par). [...]

Envio-lhe com estas linhas a versão corrigida de meu Exercício de Memória, sobre

Mixcoac. Além das correções (numerosas) adicionei duas páginas – irrupção súbita da

memória afetiva. Não tive tempo de passar o texto a limpo. Oxalá que minha escrita não

lhe resulte ininteligível. O texto aparecerá também no TLS, na NFR e na Revista de

Ocidente (les demoiselles d’Avignon da literatura europeia).

Deixamos aos espanhóis entregues à frenética alegria de descobrirem-se de imediato

ricos, democráticos e europeus. O país inteiro vive numa exaltada europforia. É uma

febre que, em menor ou maior grau, padece todo o continente, sem excluir aos cada dia

menos fleumáticos ingleses. Eles também tem descoberto as “nourritures terrestres” –

para falar como Gide – e, além disso, com uma sorte de hedonismo filisteu. Cada país

europeu encontra, não sem razão, maravilhoso neste fim de século: tem sobrevivido a

duas guerras e ao comunismo totalitário. Sobreviverão à prosperidade? Isso está por se

ver: os homens não resistem a felicidade por muito tempo. Enfim, o nível de vida é

muito alto em todos estes países, mas e o nível da verdadeira vida? Talvez Baudelaire

viu mais fundo e mais claro: há uma baixa tensão espiritual, um filisteísmo que degrada

ao europeu médio.

A imprensa, os políticos e os intelectuais discutem com paixão o que ocorre nos

impérios totalitários: o renascimento da Hungria e Polônia, as mudanças na URSS (a

Page 7: Três correspondências de Octavio Paz

viagem de Gorbatchov à Alemnha me completa de inquietude: os alemães são capazes

de abandonar a Europa – é um povo que nunca acaba de exorcizar seus demônios – e os

distúrbios sociais e religiosos das nações orientais soviéticas confirmam as previsões de

Tiempo Nublado) e, enfim, a matança em Pequin. Um esturro de um tigre agonizante –

quantos durará sua agonia? E que dizem nós escritores e intelectuais do que ocorre no

mundo? Quando penso que muitos deles se precipitaram a saudar e a aplaudir a Fidel

Castro apenas há uns meses. Que têm pensado fazer em Vuelta? Como comentaremos

tudo o que ocorre? Cada me aleijo do México, repito o que disse o jovem Luís XIV ao

visitar Blois pela primeira vez: “esta cidade não está a cinquenta léguas de Paris mas a

cinquenta anos”.

Um duplo abraço

Octavio

Saímos dentro de uma hora para Valognes – a terra de Tocqueville.

Page 8: Três correspondências de Octavio Paz

Tradução livre por Pedro Fernandes de Oliveira Neto. Arquivos publicados em dezembro de

2006 na Revista Letras Libres.