traumatologia forense

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MEDICINA LEGAL

Medicina LegalTraumatologia Forense1. Conceitos a. Traumatismo qualquer leso interna ou externa, produzida por ao mecanica de um agente exogeno. b. Leso anormalidade de origem extrena Dano Pessoal Culpa, Dolo ou Acidente.b1. Classificao das Leses : - Leves - Graves - Gravissimas seguidas de morte

Traumatologia Forense- 2. Agentes Traumatizantes : - A. Energias de Ordem Fisica :- A1. Temperatura : Queimadura ou Geladura Queimadura - Leses produzidas pela incidencia de calor sobre o tecido cutaneo.As queimaduras podem ser classificadas em : 1o. Grau Eritema Simples somente a epiderme atingida 2o . Grau - Vesiculao Surgimento flictemas (bolhas) 3o. Grau - Escarificao - coagulao necrotica da derme 4o. Grau Carbonizao comprometimento total ou parcial de partes profundas do corpo

Traumatologia Forense Geladura Leses resultantes da ao de frio sobre o revestimento cutaneo. So de pouca relevancia em um pas tropical como o nosso. Tem as mesmas caracteristicas da queimadura e podem levar dependendo do seu grau (tempo de exposio ao frio) , a necrose e perda definitiva de tecido. A2. Presso Atmosferica Aumento Doena dos Aviadores Diminuio Mal dos Caixes

Traumatologia Forense A3. Eletricidade : Natural Fulminao Artificial Eletroplesso

Leso por Eletricidade Artificial

Traumatologia Forense A4. Raioatividade ; Raio X, Csio, Radio, Energia Atmica etc Produz leses em vrios graus, esto tambm ligadas ao tempo de exposio. A5. Luz Leses Visuais Cegueira A6. Som Maximo permitido 85 db Rompimento TmpanoQualidade Som Muito baixo Baixo Moderado Alto Muito Alto Ensurdecedor Deletreo 0-20 20-40 40-60 60-80 80-100 100-120 140 Decibis Tipos de Ruido Farfalhar de folhas Conversa Silenciosa Conversa Normal Medio de Trnsito Apito de guarda Avio decolando Disparo Arma Fogo

Traumatologia Forense B. Energias de Ordem Mecnica : A. Instrumentos : A1. Instumentos Perfurantes : - Leso Punctria Agulha, Estilete, Prego etc

Leso feita por agulha de grosso calibre

Traumatologia Forense Natureza Juridica : Homicdios entre detentos, Infanticdio. A2.Instrumentos Cortantes :- Produz ferimentos incisos Navalhas,Bisturi, Lamina, Canivete etc Natureza Juridica Homicido/Suicidio

Ferida Cortante abdominal

Traumatologia Forense Esgorjamento Leses Incisas produzidas por instrumentos cortantes situadas sobre a laringe e o osso hiide. Degolamento Leses provocadas por instrumentos cortantes situadas na regio posterior do pescoo, na nuca.

A3. Instrumentos Contundentes :- Leso Contusa - pau, tijolo etc

Equimose

Equimose produzida por barra

Traumatologia Forense Leses Contusas Rubefao, Edema, Escoriao, Equimose, Fratura, Luxao, Natureza Juridica Homicidio, Suicidio, Acidente A4. Instrumento Corto Contundente:- Leso Corto Contundente Machado, Faco, Foice, Enchada etc

Corto Contundente

Traumatologia Forense Natureza Juridica Homicidio, Acidente raro Suicidio A5. Instrumento Perfuro Cortante Perfura e corta facas, punhais, canivetes

Natureza Juridica Leso Corporal, Suicidio, Homicidio

Traumatologia Forense A6.Instrumento Perfuro-Contundente Perfura e contunde Os instrumentos desta classe so, na maioria das vezes, os projeteis de arma de fogo. Arma de Fogo: So as peas constitudas de um ou dois canos, aberto numa das extremidades e parcialmente fechados na parte de trs, por onde se coloca o projtil. Classificao: a) Quanto dimenso: portteis, semiportteis e no portteis. b) Quanto ao modo de carregar: Antecarga e Retrocarga. c) Quanto ao modo de percusso: Perdeneira e Espoleta d) Quanto ao calibre A munio compe-se de cinco partes: a) Estojo ou cpsula: um receptculo de lato ou papelo prensado, de forma cilndrica contendo os outros elementos da munio; b) Espoleta: a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga. constitudo de fulminato de mercrio, de sulfeto de antimnio e de nitrato de brio. c) Bucha: um disco de feltro, carto, couro, borracha, cortia ou metal, que se separa a plvora do projtil. d) Plvora: uma substncia que explode pela combusto. H a plvora negra e a plvora branca. Esta ltima no tem fumaa. Ambas produzem de 800 a 900 cm3 de gases por grama de peso. Em geral so compostas de carvo pulverizados enxofre e salitre. e) Projtil: o verdadeiro instrumento prfuro-contundente, quase sempre de chumbo nu ou revestido de nquel ou qualquer outra liga metlica. Os mais antigos eram esfricos. Os mais modernos so cilndricos-ogivais.

Traumatologia Forense LESES: Uma leso completa por projtil de arma de fogo constituda de 03 (trs) partes: Orifcio de entrada, Trajeto e Orifcio de sada. Orifcio de Entrada: (elementos): a) Zona de Contuso: Deve-se ao arrancamento da epiderme motivado pelo movimento rotatrio do projtil antes de penetrar no corpo, pois sua ao de incio contundente. b) Arola Equimtica: representada por uma zona superficial e relativamente difusa da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanas do ferimento. c) Orla de Enxugo: uma zona que se encontra nas proximidades do orifcio, de cor quase sempre escura que se adaptou s faces da bala, limpando-as dos resduos de plvora.

Traumatologia Forense d) Zona de Tatuagem: mais ou menos arredondadas, nos tiros perpendiculares, ou de formas crescentes nos oblquos. resultante da impregnao de partculas de plvora incombustas que alcanam o corpo. e) Zona de Esfumaamento: produzida pelo depsito de fuligem da plvora ao redor do orifcio de entrada. f) Zona de Chamuscamento ou Queimadura: Tem como responsvel a ao super aquecida dos gases que atingem e queimam o alvo. g) Zona de Compresso de Gases: Vista apenas nos primeiros instantes no vivo. produzida graas a ao mecnica dos gases, que acompanha o projtil quando atingem a pele. Tiro Encostado: aquele dado com a boca da arma apoiada no alvo. Nesse caso todos os elementos que saem da arma penetra na vtima. A ferida de entrada adquire o aspecto de buraco de mina (Hoffman), acompanhado de deslocamento trajeto. Natureza Juridica Homicidio, Suicidio, Acidente

Traumatologia Forense

Traumatologia Forense C. Energias de Ordem Quimica : A) TOXICOLOGIA: a cincia que tem por objetivo o estudo do efeito nocivo produzido pela inteno entre o agente qumico e o organismo. B) AGENTE TXICO: a substncia qumica capaz de produzir um efeito nocivo atravs de sua interao com o organismo. C) VENENO (Legal): toda substncia que ingerida no organismo ou aplicado ao seu exterior, sendo absorvida, determina a morte, ponha em perigo de vida ou altere profundamente a sade. D) TOXICIDADE: a capacidade inerente ao potencial de um agente qumico de produzir um efeito nocivo aps interao com o organismo. E) INTOXICAO: o conjunto de sinais e sintomas que evidenciam o efeito nocivo produzido pela interao entre um agente qumico e o organismo. F) ALIMENTO: toda substncia que, quando absorvida, passa a integrar, in natura ou biotransformada, estrutura e filosofia do organismo, ou fornece energia para o seu funcionamento. G) MEDICAMENTO: toda substncia que quando absorvida, atua sobre as funes vitais, exarcebando-as ou inibindo-as, para restabelecer a sade, ou quando usada por qualquer via, elimina ou extermina outros organismos parasitrios. H) ENVENENAMENTO: a morte violenta ou dano grave a sade ocasionada por determinadas substncias de forma acidental, criminosa ou voluntria.

Traumatologia Forense Natureza Juridica - Acidental Suicdio Envenenamento Judicial Vcios Crimes Dolosos Crimes Culposos Armas de Guerra e de Poltica D. Energias de Ordem Fisico Quimica 1. CONSIDERAES A) CONCEITO: a parte da Medicina Legal que trata das ASFIXIAS. B) HEMATOSE: a) Verificao Pulmonar - inspirao de O2 e sua distribuio pelos alvolos. b) Difuso: passagem de O2 e CO2 atravs dos capilares. c) Fluxo Capilar Pulmonar: a circulao sangunea nos capilares pulmonares. C) CONDIES NORMAIS DA RESPIRAO a) Ambiente externo c) Funcionamento da caixa torcica b) Permeabilidade do aparelho respiratrio d) Movimento sangue

Traumatologia Forense ENFORCAMENTO: 1. DEFINIO: " a asfixia mecnica em que existe impedimento a livre entrada e sada do ar no aparelho respiratrio por uma constrio no pescoo feita por lao que acionado pelo peso da prpria vtima". 2. MECANISMO DE AO: MODO DE EXECUO: preso o lao no seu ponto de apoio e passando ao redor do pescoo da vtima e esta projetada no espao. a) Natureza do lao: gravata, leno, toalha, cinta, fio de arame, ramos de rvore (cip). b) N: pode faltar, corredio, frouxo, situado adiante, atrs ou em ambos os lados. c) Ponto de suspenso: prego, batente da porta, porta entre aberta, ramo de rvore. d) Modo de suspenso do lao: completa e incompleta.

Traumatologia Forense PROGNSTICO: a) Fenmenos que ocorrem durante o enforcamento: - Dor local - Interrupo da circulao cerebral: Zumbido, Calor na Cabea, Sopros no Ouvido, Perda da Conscincia. b)Fenmenos respiratrios (anoxemia, hipercapnia, convulses) Parada respiratria e cardaca (morte). - Local: Dor, Afonia, Disfagia, Fenmeno de Congesto Pulmonar. -Gerais: Convulses, perturbaes da conscincia, amnsia e paralisia da bexiga. c) Tempo necessrio para morte: Varia de acordo com as condies de cada caso. Em geral de 5' a 10'. 3. LESES EXTERNAS: a) Aspecto do cadver: cabea inclinada para o lado do n, rosto branco ou ciantico, boca e narina com espuma, lngua e olhos procedentes. No enforcamento completo, os membros inferiores esto suspensos, e os superiores, colados ao corpo, com os punhos cerrados mais ou menos fortemente. b) Leses externas: sulco conste geral / nico ou mais de 1 ascendente, se interrompe no lugar do n. Este sulco pode estar ausente em situaes especiais como nas suspenses de curta durao, nos laos excessivamente moles ou quando introduzido, entre o lao e o pescoo, um corpo mole.

Traumatologia Forense ESTRANGULAMENTO 1. DEFINIO: a asfixia mecnica que ocorre uma constrio do pescoo, que causa embarao livre entrada de ar no aparelho respiratrio, feito por meio de um lao acionado pela fora muscular da prpria vtima ou estranho. 2. MECANISMO DE AO: H ocorrncia da morte: pelo impedimento da penetrao do ar nas vias areas; por morte circulatria devido a compresso dos grandes vasos do pescoo, que conduzem para o crebro por morte nervosa por mecanismo reflexo (inibio vagal). 3. LESES EXTERNAS: O sulco o elemento capital da sintomatologia externa. Tem sede, em geral, na laringe. Sua direo tipicamente horizontal. Raramente se apergaminha, como ocorre no enforcamento, pois, aps a morte cessa em geral a fora constritiva, que concorre para a escoriao da pele e o aparecimento desse fenmeno. Este sulco completo, abrangendo todo o pescoo e reproduz o nmero de voltas que o lao deu, a presena de ns, etc. Sua profundidade uniforme e os bordos apresentam cor violcea, que contrasta com a palidez do fundo. A face dos estrangulados quase sempre tumefeita, vultuosa e violcea. A lngua geralmente faz salincia exteriormente, sendo encontrada entre os dentes. A boca pode apresentar espuma esbranquiada ou branco-sanguinolenta, bem como as narinas. Equimoses de pequenas dimenses na face, nas conjuntivas, pescoo e face anterior do trax. Otorragia com ou sem ruptura de membrana timpnica.

Traumatologia Forense ESGANADURA 1. DEFINIAO

a constrio da regio anterior do pescoo pelas mos, em que impede a passagem de ar atmosfrico pelas vias respiratrias at os pulmes. 2. MECANISMO DE AO: sempre homicida. impossvel a forma suicida ou acidental. Na esganadura, o mecanismo de morte, se deve principalmente a asfixia pela obturao da glote, graas projeo da base da lngua sobre a poro posterior da faringe. importante tambm os efeitos decorrentes da compresso nervosa do pescoo, levando ao fenmeno de inibio. A obliterao vascular de interesse insignificante. Tudo faz crer que a asfixia o principal elemento responsvel pelo xito letal. Os sintomas so desconhecidos, a vtima cai logo em estado de inconscincia morte 15' - 20'. 3. LESES EXTERNAS: as mais importantes so as produzidas pela unha do agressor

Traumatologia Forense AFOGAMENTO a asfixia mecnica, produzida pela penetrao de um meio lquido nas vias respiratrias impedindo a passagem de ar at os pulmes. 2. MECANISMO DE AO: Havendo a submerso, ocorre a morte na seqncia das seguintes fases: A) FASE DE DEFESA: a) Surpresa ou inspirao inicial b) Dispnia de submerso B) FASE DE RESISTNCIA: a) Apnia b) Inspirao profunda C) FASE DE EXAUSTO: a) Perda da Conscincia b) Convulso c) Insensibilidade d) Morte. 3. LESES EXTERNAS: Hipotermia Pele anserina. Retrao do mamilo, escroto e do pnis. Macerao da epiderme. Tonalidade vermelha dos livores cadavricos. Cogumelo de espuma. Eroso dos dedos Presena de corpos estranhos sob as unhas. Equimoses da face e das conjuntivas Mancha verde de putrefao (trax) Leses "pos mortem" produzidas por animais aquticos.

Traumatologia Forense SOTERRAMENTO 1. DEFINIO: a asfixia que se realiza pela permanncia do indivduo num meio slido ou semi-slido, de sorte que as substncias a contidas penetram na rvore respiratria, impedindo a entrada de ar e produzindo a morte. 2. MECANISMO DE AO: A causa da morte no soterramento varia; donde, mais do que nunca, minucioso cuidado se faz necessrio no exame da vtima, para explicar o mecanismo da morte. Pode ser em primeiro lugar, pela penetrao dos corpos estranhos, em que ficou soterrada, na rvore respiratria, produzindo, ento, asfixia mecnica, por mudana do meio gasoso em slido. Outra modalidade de causa mortis est na asfixia por confinamento, ficando a vtima num espao restrito, com ar insuficiente, cujo o quimismo se transforma pela respirao, e, ainda, com excesso de vapor de gua e de calor. 3. LESES EXTERNAS: So aquelas conseqentes ao traumatismo externo torcico, de preferncia, como sejam fraturas costais, hemorrgicas, compresses pulmonares, cardacas etc.

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Prof. Silvio Garcez