medicina forense i traumatologia

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Medicina Forense IIEDUARDO ROBERTO ALCNTARA DEL-CAMPO

TRAUMATOLOGIA

Traumatologia forenseConceito A traumatologia estuda as leses e os estados patolgicos, imediatos ou tardios, produzidos pela ao de energias (violncia) sobre o corpo humano. Energias: de ordem mecnica; de ordem fsica; de ordem qumica; de ordem fsico-qumica; de ordem bioqumica; de ordem biodinmica; e de ordem mista.

Energias de ordem mecnicaConceito - As energias de ordem mecnica so aquelas que, atuando sobre um corpo, so capazes de modificar o seu estado de repouso ou movimento.perfurantes ou punctrios; Ao simples cortantes; contundentes. Instrumentos prfuro-cortantes Ao composta prfuro-contundentes corto-contundentes

Instrumentos perfurantes ou punctriosOs instrumentos perfurantes ou punctrios agem por meio de presso exercida em um ponto. As leses produzidas pelos instrumentos punctrios ou perfurantes so denominadas leses punctrias.

Instrumentos cortantesOs instrumentos cortantes agem por meio de presso e deslizamento, de forma linear ou oblqua, sobre a pele ou tecido dos rgos. Os melhores exemplos so as lminas de barbear, as navalhas e o bisturi. As facas, quando atuam pelo deslizamento da lmina, podem ser consideradas como instrumentos cortantes. As leses produzidas pelos instrumentos cortantes so denominadas leses incisas.

Leses incisas

Esgorjamento, degola e decapitaoSo leses de natureza geralmente incisas localizadas no pescoo (Delton Croce). O esgorjamento a leso localizada na regio anterior do pescoo. A degola na regio posterior. A decapitao a separao da cabea do corpo.

Decapitao

Instrumentos contundentesOs instrumentos contundentes so todos aqueles que agem pela ao de uma superfcie. Podem ser slidos, lquidos ou gasosos desde que atuem por presso, exploso, toro, distenso, descompresso, arrastamento ou outro meio, como por exemplo as mos, um tijolo, um automvel, jato de ar, a superfcie de gua de uma piscina etc. Os instrumentos contundentes produzem leses contusas, geralmente encontradas nos acidentes de automvel, nos desabamentos, lutas corporais e outros.

Leses contusas

Leses contusas

EquimosesEquimoses so leses contusas cuja intensidade depende do instrumento e do grau de violncia com que foi aplicado. So as comumente chamadas manchas roxas, e aparecem em razo do rompimento de vasos sanguneos superficiais ou profundos. As equimoses superficiais apresentam uma sucesso de cores denominada de espectro equimtico, cuja evoluo obedece ao quadro a seguir:

Espectro equimticoDias1 do 2 ao 3 do 4 ao 6 do 7 ao 10 do 11 ao 12 do 12 ao 17 do 18 ao 21 vermelho escuro violeta azulado verde-escuro verde-amarelado amarelado desaparece

Cor

Instrumentos prfuro-cortantesOs instrumentos prfuro-cortantes so aqueles geralmente dotados de ao menos uma ponta e pelo menos uma lmina ou gume. Inicialmente o instrumento prfuro-cortante age afastando as fibras e facilitando a penetrao, para depois seccion-las. O melhor exemplo de instrumento prfuro-cortante so as facas. As leses produzidas pelos instrumentos prfuro-cortantes denominam-se prfuro-incisas, e tem como caracterstica, geralmente serem mais profundos que largos.

Leses prfuro-incisas

Instrumentos prfuro-contundentesInstrumentos prfuro-contundentes so aqueles que agem inicialmente por presso em uma superfcie e posteriormente perfuram a regio atingida. As leses produzidas pelos instrumentos prfuro-contundentes so denominadas prfuro-contusas e so as leses tpicas dos projteis de arma de fogo, no obstante no sejam eles os nicos agentes capazes de produzir este tipo de ferimento. Estudaremos estas leses quando estudarmos os ferimentos por projteis de arma de fogo.

Instrumentos corto-contundentes

Os instrumentos corto-contundentes so aqueles que atuam por presso exercida sobre uma linha, como, por exemplo, o machado, um golpe de faco desferido com a lmina, o cutelo etc. As leses produzidas pelos instrumentos contundentes so denominadas corto-contusas. corto-

Leses corto-contusas

Leses lcero-contusas ou lacerantes bastante freqente encontrarmos em laudos periciais designao de ferimentos lacerantes ou lcero-contusos. Para a maioria dos autores, no existem ferimentos dilacerantes, contuso-dilacerantes, prfuro-dilacerantes ou corto-dilacerantes, precisamente porque no existem instrumentos dilacerantes. Os ferimentos lcero-contusos, freqentemente mencionados em laudos periciais, nada mais so que solues de continuidade de grandes propores produzidas pela ao de agentes contundentes. Essa espcie de ferimento freqentemente encontrada em acidentes de trnsito ou em precipitaes.

Leses lcero-contusas ou lacerantes

Energias de ordem mecnicaAo InstrumentoPerfurante Simples Cortante Contundente

LesoPunctria Incisa Contusa

ExemploAgulha, estilete. Navalha e gilete. Mos, tijolo.

Prfuro-cortante Composta prfuro-contundente Corto-contundente

Prfuro-incisa Prfuro-contusa Corto-contusa

Facas Projtil - arma fogo Machado, cutelo

Energias de ordem fsicaSo energias capazes de modificar o estado fsico dos corpos causando leses ou mesmo a morte. As mais comuns so: temperatura; presso; eletricidade; radioatividade; luz; som.

Leses produzidas pelo calorCalor frio Calor quente difuso termonoses insolao intermao

direto queimadurasOscilaes de temperatura

Leses produzidas pelo calor frioAs leses produzidas pelo frio, geladuras, tm aspecto plido e anserino (relativo ou semelhante a pato ou ganso), frequentemente evoluindo para isquemia e necrose ou gangrena. Na Primeira Guerra Mundial eram comuns as leses produzidas pelo frio, particularmente atingindo os membros inferiores dos soldados e, por isso, denominadas de ps de trincheira. Geladuras: 1 Grau eritema; 2 Grau flictenas; e 3 Grau necrose ou gangrena.

Leses produzidas pelo calor frio

Leses produzidas pelo calor quenteO calor quente pode atuar sobre o corpo humano de forma difusa ou direta. Atua de forma difusa quando a fonte de calor no incide diretamente sobre a rea atingida, mas sim tornando o meio ambiente incompatvel com os fenmenos biolgicos. A forma de calor difuso produz os quadros conhecidos como termonoses, compreendendo a insolao e a intermao. Quando o calor quente age de forma direta sobre o organismo, produz as queimaduras.

Queimaduras

Leses produzidas pela pressoEm condies normais podemos suportar presso de aproximadamente 1 (uma) atmosfera ou 760 mm da Hg (presso ao nvel do mar). Os principais fenmenos resultantes das alteraes de presso so: Diminuio da presso: Mal das montanhas ou dos aviadores; Aumento da presso: Doenas dos caixes ou mal dos escafandristas; e Barotraumas.

Mal das montanhas ou dos aviadores

Leses produzidas pela eletricidadeEletricidade natural ou csmica: fulminao morte; e fulgurao leses corporais. Eletricidade artificial ou industrial: eletroplesso acidental (morte ou leses); e eletrocusso execuo de um condenado.

Sinal de LichtembergAs leses produzidas pela fulgurao ou fulminao, tomam aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtemberg, decorrentes de fenmenos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo em caso de sobrevivncia.

Marca eltrica de JellinekA eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma leso que com freqncia assume a forma do condutor eltrico que originou a descarga. uma leso de bordas elevadas e colorao amarelo esbranquiada e indolor, que recebe a denominao de marca eltrica de Jellinek.

Leses produzidas pela radioatividadeAlguns dos efeitos sobre o organismo so:alteraes genticas; vrios tipos de cncer; alteraes da espermatognese; e alterao das clulas do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vrios pontos do organismo.

Leses produzidas pela radioatividade

Leses produzidas pela luzA luz, dependendo da intensidade, tambm pode ocasionar leses no corpo humano, particularmente relacionadas com alteraes ou at mesmo perda da viso por dano irreversvel no nervo tico. A luz tem forte influncia sobre o psiquismo humano, razo pela qual a polcia utilizou, durante longo perodo, o chamado terceiro grau, tcnica de interrogatrio onde o interrogando colocado debaixo de um holofote que lhe ofusca a viso.

Leses produzidas pelo somAs ondas sonoras, ou ondas de presso, nada mais so que a propagao de um distrbio mecnico atravs de um meio elstico como o ar. Segundo o anexo n. 1 da NR-15, os limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente (assim considerados os que no sejam de impacto), so:Tempo mximo de exposio 8 horas 3 horas 1 hora 30 minutos 15 minutos 10 minutos 7 minutos Db 85 92 100 105 110 112 115

Alguns valores para comparaoAmbienteLimite de audio Rudo da respirao Restaurante tranqilo Conversa em tom normal Trfego normal Oficina mecnica Avio na decolagem

Db1 10 50 60 70 90 120

Energias de ordem qumicaSo aquelas que atuam nos tecidos vivos atravs de substncias que provocam alteraes de natureza somtica, fisiolgica ou psquica, podendo levar inclusive morte. Compreendem: custicos ou corrosivos: coagulantes desidratao; e liquefacientes dissoluo dos minerais. venenos ou txicos - substncias de qualquer natureza que, uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da sade fsica ou psquica inclusive a morte..

Energias de ordem qumicaCusticos so as substncias que, colocadas em contato com um tecido orgnico, reagem produzindo desorganizao. Podem ter ao externa ou interna. So coagulantes os cidos fortes (sulfrico, clordrico, ntrico), sais metlicos (nitrato de prata, permanganato de potssio), essncias como terebentina e sabina. Os coagulantes desidratem os tecidos, formando escaras endurecidas, de cores diferentes na dependencia da substncia.

Energias de ordem qumicaOs liquefacientes so os lcalis, como a soda custica. Provocam escaras midas e amolecidas Sua ao depende da natureza qumica da substncia, da concentrao e da regio atingida. cidos e lcalis diludos no danificam a pele. Uma substncia que no produz dano pele pode lesar irreparavelmente a crnea, por exemplo. Importa tambm o tempo de contato entre a substncia e o tecido atingido. (www.drpaulosilveira.med.br)

Energias de ordem fsico-qumicasSob o ttulo de energias de ordem fsico qumica iremos estudar a asfixiologia forense ou captulo da MedicinaLegal que estuda as asfixias.

Asfixiasenforcamento; Por constrio do pescoo estrangulamento; esganadura. ocluso dos orifcios das vias areas;

Asfixias

direta ou ativa Por sufocao

ocluso das vias areas; soterramento; confinamento.

indireta ou passiva compresso do trax. Por colocao da vtima em meio lquido afogamento; ambiente de gases irrespirveis.

Morte por enforcamentoO enforcamento pode ser definido como a constrio do pescoo por barao mecnico (corda ou cordel) acionado pela fora peso do prprio corpo, que pode estar em suspenso completa ou incompleta. Caractersticas do sulco: geralmente oblquo; descontnuo, sendo interrompido na altura do n; desigualmente profundo.

Morte por enforcamento

Morte por enforcamento

Morte por enforcamento

Morte por enforcamento

EstrangulamentoO estrangulamento pode ser definido como a constrio do pescoo por barao mecnico (corda ou cordel) acionado por fora estranha ao peso do prprio corpo. Caractersticas do sulco: transversal e horizontal, podendo eventualmente ser oblquo; e contnuo e homogneo em relao profundidade, j que no existe o n tpico do enforcamento.

Estrangulamento

EsganaduraA esganadura a asfixia mecnica pela constrio ntero-lateral do pescoo produzida pela ao direta das mos do agente. No h sulco, que cede seu lugar para marcas ungueais (de unhas) e diversas escoriaes, equimoses e hematomas. Com certa freqncia notada a fratura do hiide.

Esganadura

SufocaoA sufocao a asfixia mecnica decorrente do bloqueio direto ou indireto das vias respiratrias, impedindo a penetrao do ar.ocluso dos orifcios das vias areas; direta ou ativa Sufocao ocluso das vias areas; soterramento; confinamento. indireta ou passiva compresso do trax.

Sufocao indireta ou passiva

Colocao da vtima em meio lquido AfogamentoO afogamento a modalidade de asfixia mecnica em que h penetrao de lquido pelas vias areas. No h necessidade de imerso total do corpo, bastando que as vias areas estejam submersas, cobertas pelo lquido, impedindo a respirao. freqente a simulao de afogamento, quando a vtima atirada na gua j sem vida. Por esse motivo, a diviso entre afogado azul ou real e afogado branco ou falso afogado, situao em que o corpo atirado na gua depois de morto.

Afogamento

Energias de ordem bioqumicaA energias de ordem bioqumica so aquelas que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgnicos e qumicos. Inanio Energias de ordem bioqumica Negativas Doenas carenciais

intoxicaes alimentares Positivas auto-intoxicaes infeces

Inanio

Energias de ordem mistaDentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar todas aquelas situaes em que para a produo da leso concorrem causas variadas. Fadiga aguda; e crnica.

Energias de ordem mista

Doenas parasitrias sndrome da criana maltratada sndrome do ancio maltratado tortura

Sevcias

BALSTICA FORENSE

Balstica forenseConceito Balstica Forense a disciplina que estuda basicamente as armas de fogo, as munies, os fenmenos e efeitos dos disparos destas armas, a fim de esclarecer questes de interesse judicial. Armas de fogo So engenhos mecnicos destinados a lanar projteis no espao pela ao da fora expansiva dos gases oriundos da combusto da plvora.

Armas de fogoQualquer que seja o tipo de arma considerada ter algumas peas que entram invariavelmente em sua composio: armao; cano; dispositivos de pontaria; percussor, pino ou agulha; gatilho; extrator; ejetor; depsito de munio.

Classificao quanto a alma do canoAs armas de porte individual dividem-se em dois grandes grupos: armas com canos de alma lisa; e armas com canos de alma raiada.

Raias

Revlver

Pistola semi-automtica

MunioPelo termo munio podemos designar projteis, plvoras e demais artefatos explosivos com que se carregam armas de fogo. Partes do cartucho de munio: estojo; espoleta com mistura iniciadora; plvora; projtil e embuchamento (alma lisa).

Munio para armas com cano de alma raiada

Munio para armas com cano de alma lisa

Calibre das armas de cano de alma raiada

Sistema americano 22 (.22) 25 (.25) 30 (.30) 32 (.32) 38 (.38) 41 (.41) 44 (.44) 45 (.45)

Sistema ingls 220 (.220) 250 (.250) 300 (.300) 320 (.320) 380 (.380) 410 (.410) 440 (.440) 450 (.450)

Sistema mtrico 5,6 mm 6,35 mm 7,62 mm* 7,65 mm 8,9 mm 10,1 mm 10,8 mm 11,25 mm

Calibre das armas de cano de alma lisa

1 lb

Calibre das armas de cano de alma lisaCalibre nominal 12 16 20 24 28 32 36 (.410) Calibre real 18,50 mm 17,00 mm 15,70 mm 14,80 mm 14,00 mm 12,80 mm 10,40 mm

Projteis das armas de alma lisa - balinsCalibre Tamanho do Chumbo TTT 3 12 5 6 7 TTT 20 3 5 7 T 36 3 5 7 9 27 36 32 32 Quantidade em gramas Nmero mdio de esferas 32 130 200 300 350 27 110 170 300 12 35 55 100

Ferimentos produzidos por projteis de arma de fogoO projtil de arma de fogo um agente mecnico prfurocontundente, que determina uma leso de natureza prfurocontusa. As caractersticas dos ferimentos de entrada produzidos por projteis de arma de fogo dependem, basicamente, de trs fatores principais, quais sejam: tipo de munio empregada (projtil unitrio ou projteis mltiplos); ngulo de incidncia; e distncia de tiro.

Ferimentos produzidos por projteis mltiplos (balins)Nos disparos efetuados com cartuchos de munio de projteis mltiplos (armas de alma lisa), o aspecto da leso depende, basicamente, da distncia em que foi realizado o disparo e da conseqente abertura do cone de disperso. Em tiros muito prximos ou encostados, os projteis mltiplos causam grande destruio tecidual muitas vezes acompanhada de significativa perda de substncia. Nos disparos efetuados distncia o que observamos a existncia de leses mltiplas, como se produzidas por vrios disparos unitrios, distribudas ao redor de um ponto central, e que se afastam mais um do outro quanto maior for a distncia entre o atirador e o alvo.

Ferimentos produzidos por projteis mltiplos (balins)

Ferimentos produzidos por projteis unitriosA leso de entrada produzida por projtil de arma de fogo geralmente circular ou elptica, na dependncia do ngulo de incidncia e das linhas de tenso que atuam sobre a pele. No possvel determinar o calibre do projtil pelo dimetro da leso observada. O ferimento de entrada tem geralmente bordos invertidos, invaginados, voltados para o interior do corpo e os ferimentos de sada tm as bordas evertidas, levantadas, indicando claramente o sentido de sua trajetria. Como exceo, temos a Cmara de Hoffmann ou cmara de mina, observada nos tiros encostados, em que o ferimento de entrada tm os bordos evertidos, voltados para fora.

Orlas ou halos e zonasAlm do aspecto morfolgico, ao redor dos ferimentos de entrada produzidos por projteis de arma de fogo, podemos observar algumas espcies de orlas (ou halos) e zonas, de importncia tanto para caracterizao da natureza do ferimento como para a determinao da distncia em que foi realizado o disparo. As orlas (ou halos) so regies circunscritas, regulares, que circundam o ferimento como pequenas aurolas, dando-lhe caractersticas especiais que permitem diferenciar as leses produzidas por projtil de outras, determinadas por instrumentos diversos. As zonas compreendem reas maiores, irregulares, que podem ou no estar presentes e que tero importncia fundamental na determinao da distncia do disparo.

Orlas ou halos e zonas

contuso orlas ou halos Ferimento de entrada esfumaamento zonas chamuscamento tatuagem enxugo escoriao

Orla de contusoA primeira orla produzida a de contuso, que corresponde a uma pequena regio equimtica decorrente do embate do projtil na rede de capilares da pele. Corresponde a um halo rseo que circunda o orifcio de entrada, e que mais evidente nas pessoas de pele clara, sendo difcil de observar em peles de tonalidade mais escura.

Orla de contuso Ponto de impacto do projtil

Orla de enxugoAo atravessar a derme, o projtil literalmente se enxuga, se limpa das sujidades e impurezas trazidas do cano da arma, restos de plvora e fuligem depositados em sua superfcie, deixando na derme um anel enegrecido a que se convencionou chamar de orla de enxugo.

Zonas de chamuscamento, esfumaamento e tatuagemQuando uma arma disparada, juntamente com o projtil so expelidos pela boca do cano da arma um considervel volume de gases em alta temperatura e em combusto, certa quantidade de fumaa (que varia de acordo com o propelente utilizado) e pequenos gros de plvora (combustos, semi-combustos ou em combusto), assim como micro partculas oriundas da abraso do projtil no cano da arma.

Zonas de chamuscamento, esfumaamento e tatuagemSe o disparo for efetuado muito prximo do alvo, algo em torno de 5 cm, poderemos ter a zona de chamuscamento, que nada mais que uma regio onde a pele literalmente queimada pela chama que sai pela boca do cano da arma. Para uma distncia maior, de at 30 cm, a fumaa decorrente do disparo poder atingir o alvo e depositar-se ao redor do ferimento de entrada, produzindo a chamada zona de esfumaamento. Finalmente, e porque tm massa maior que as partculas de fuligem, restam os gros de plvora e as partculas metlicas decorrentes da abraso do projtil no cano da arma, que incidem sobre o alvo como verdadeiros projteis secundrios, por vezes incrustando-se na pele de tal maneira que formam verdadeiras tatuagens ou seja, zona de tatuagem. A zona de tatuagem pode ser observada em disparos realizados at a 50 cm do alvo. Acima desta distncia costumamos observar apenas as orlas de contuso, escoriao e enxugo.

Zonas de chamuscamento, e esfumaamento

Zonas de chamuscamento, esfumaamento e tatuagem

Zona de esfumaamento

Zona de tatuagem

Disparos encostadosNos disparos encostados temos de diferenciar duas situaes distintas: os disparos encostados que atingem unicamente tecidos moles; e disparos encostados que incidem sobre partes do corpo que recobrem ossos planos, como por exemplo os do crnio. Quando o disparo encostado atinge unicamente tecidos moles, alm do projtil, todos os demais elementos penetram no ferimento, causando uma leso interna de grande monta. As zonas de chamuscamento, esfumaamento e tatuagem ficam todas no interior do corpo, mas o orifcio de entrada permanece com sua configurao circular ou elptica. Na dependncia da fora com que a arma foi pressionada sobre a regio atingida, possvel evidenciar a marca do cano sobre a pele. Estes ferimentos so freqentemente observados em suicdios.

Disparos encostados tecidos moles

Disparos encostados em regies sobrepostas a ossos largosQuando, logo abaixo da regio atingida, existe uma tbua ssea, o projtil pode (ou no) conseguir perfur-la, mas os gases e micropartculas certamente no atravessaro o osso. Nestes casos h um descolamento dos tecidos e uma verdadeira exploso, no sentido inverso (de dentro para fora), pelo refluxo dos gases, formando um ferimento de conformao estrelada e de bordos evertidos (para fora), denominado cmara de mina ou Cmara de Hoffmann.

Cmara de Hoffmann

Cmara de Hoffmann

Armas de uso permitido e restrito

Restrio

Destinao Foras armadas Foras auxiliares e policiais Pessoas jurdicas especializadas registradas no Exrcito Pessoas fsicas autorizadas pelo exrcito

A B C D

So de uso restrito (art. 16 do Decreto n 3.665/00):armas, munies, acessrios e equipamentos iguais ou que possuam alguma caracterstica no que diz respeito aos empregos ttico, estratgico e tcnico do material blico usado pelas Foras Armadas nacionais; II. armas, munies, acessrios e equipamentos que, no sendo iguais ou similares ao material blico usado pelas Foras Armadas nacionais, possuam caractersticas que s as tornem aptas para emprego militar ou policial; III. armas de fogo curtas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a (trezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto; IV. armas de fogo longas raiadas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a mil libras-p ou mil trezentos e cinqenta e cinco Joules e suas munies, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;I.

armas de fogo automticas de qualquer calibre; armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milmetros; VII. armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munies; VIII.armas de presso por ao de gs comprimido ou por ao de mola, com calibre superior a seis milmetros, que disparem projteis de qualquer natureza; IX. armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparncia de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revlver e semelhantes; X. arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL; XI. armas e dispositivos que lancem agentes de guerra qumica ou gs agressivo e suas munies; XII. dispositivos que constituam acessrios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localizao da arma, como os silenciadores de tiro, os quebrachamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e tambm os que modificam as condies de emprego, tais como os bocais lanagranadas e outros;V. VI.

XIII. munies ou dispositivos com efeitos pirotcnicos, ou dispositivos similares

capazes de provocar incndios ou exploses; XIV. munies com projteis que contenham elementos qumicos agressivos, cujos efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os danos, tais como projteis explosivos ou venenosos; XV. espadas e espadins utilizados pelas Foras Armadas e Foras Auxiliares; XVI. equipamentos para viso noturna, tais como culos, periscpios, lunetas, etc; XVII.dispositivos pticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou dimetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milmetros; XVIII.dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo; XIX. blindagens balsticas para munies de uso restrito; XX. equipamentos de proteo balstica contra armas de fogo portteis de uso restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e XXI. veculos blindados de emprego civil ou militar.

So de uso permitido (art. 17 do Decreto n 3.665/00):I. armas de fogo curtas, de repetio ou semi-automticas, cuja munio

comum tenha, na sada do cano, energia de at trezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto; II. armas de fogo longas raiadas, de repetio ou semi-automticas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia de at mil libras-p ou mil trezentos e cinqenta e cinco Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40; III. armas de fogo de alma lisa, de repetio ou semi-automticas, calibre doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milmetros; as de menor calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munies de uso permitido; IV. armas de presso por ao de gs comprimido ou por ao de mola, com calibre igual ou inferior a seis milmetros e suas munies de uso permitido;

armas que tenham por finalidade dar partida em competies desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente plvora; VI. armas para uso industrial ou que utilizem projteis anestsicos para uso veterinrio; VII. dispositivos ticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e dimetro da objetiva menor que trinta e seis milmetros; VIII. cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo granulado, conhecidos como "cartuchos de caa", destinados a armas de fogo de alma lisa de calibre permitido; IX. blindagens balsticas para munies de uso permitido; X. equipamentos de proteo balstica contra armas de fogo de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes etc; e XI. veculo de passeio blindado.V.

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica

Comparao balstica