trate a vida por tu.pdf

24
DANIEL SÁ NOGUEIRA TRATE A VIDA POR TU DESCUBRA O CURSO DE REALIZAÇÃO PESSOAL MAIS SEGUIDO EM PORTUGAL. E TENHA A VIDA COM QUE SEMPRE SONHOU.

Upload: vansenscribd

Post on 08-Dec-2015

465 views

Category:

Documents


53 download

TRANSCRIPT

Page 1: Trate a Vida por Tu.pdf

DANIEL SÁ NOGUEIRA

TRATE A VIDA POR TUDESCUBRA O CURSO DE REALIZAÇÃO PESSOAL MAIS SEGUIDO EM PORTUGAL.

E TENHA A VIDA COM QUE SEMPRE SONHOU.

Page 2: Trate a Vida por Tu.pdf
Page 3: Trate a Vida por Tu.pdf

ÍNDICE

INTRODUÇÃO: TRATAR A VIDA POR TU 9

> ROSA – SERÁ O SUCESSO UMA CIÊNCIA? 17

PARTE 1 > REALIDADE: FAZ O TEU PRÓPRIO DIAGNÓSTICO. 23

> QUADRADO, TRIÂNGULO OU CÍRCULO 27

> OS 4 FUNDAMENTOS 31

> TEORIA CAUSA-EFEITO 38

> ZONAS DE CONFORTO 51

> SISTEMA DE VALORES 60

> MODELO PEMS 74

> NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA 89

> O "R" NA PRÁTICA: A PIZZA DA VIDA 100

PARTE 2 > OBJECTIVOS: ONDE QUERO IR E QUEM POSSO SER? 107

> OBJECTIVOS GURU E BEBÉ 111

> OS 8 MOTIVADORES HUMANOS 119

> SAR – SISTEMA DE ACTIVAÇÃO RETICULAR 133

> O "O" NA PRÁTICA: DEFINIR OBJECTIVOS 143

PARTE 3 > SOLUÇÕES: COMO LÁ CHEGAR? 161

> CRIATIVIDADE 165

> SOLUÇÕES PARA CADA ÁREA DA VIDA 175

> GANHAR A VIDA COM O PROPÓSITO DE VIDA 197

> O "S" NA PRÁTICA: BRAINSTORMING 213

> A SOLUÇÃO DAS SOLUÇÕES – FÓRMULA PARA A FELICIDADE 217

PARTE 4 > ACÇÃO: IR E SER 229

> ACÇÃO! ACÇÃO! ACÇÃO! 233

> PEER GROUP 236

> O "A" NA PRÁTICA: PLANOS DE ACÇÃO 239

> UMA CARTA PARA TI 245

Page 4: Trate a Vida por Tu.pdf

CONCLUSÃO 247

> O DESAFIO DOS 10 DIAS 248

> O EU SUBLIME 252

> MAIS UMA VEZ, OBRIGADO... 256

BIBLIOGRAFIA 259

AGRADECIMENTOS 260

DANIEL SÁ NOGUEIRA 262

Page 5: Trate a Vida por Tu.pdf

:: PARTE 1 ::

REALIDADE: OSA

ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?Faz o teu próprio diagnóstico

Page 6: Trate a Vida por Tu.pdf
Page 7: Trate a Vida por Tu.pdf

Quem és tu? Quem és tu, de facto? Não respon-das aquilo que queres ser. Nem aquilo que os outros dizem que és. Ou aquilo que tentas mos-trar aos outros. Para que a tua vida mude, é pre-ciso que te olhes por dentro. Para além da carne e do osso e da pele que te cobre. Não te encon-tras? Perdeste-te algures no tempo, por entre angústias, problemas do dia-a-dia, stress, res-ponsabilidades? Eu posso ajudar-te a encontra-res-te. Posso levar-te ao ponto onde ficaste, para que daí partas para onde queres ir. Este será o primeiro grande passo da jornada da tua vida.

Page 8: Trate a Vida por Tu.pdf

Aquele que conhece os outros é sábio.

Aquele que se conhece a si mesmo é iluminado.

LAO-TSÉ

Page 9: Trate a Vida por Tu.pdf

27

QUADRADO, TRIÂNGULO OU CÍRCULOQue forma tem a tua vida?

Gostava de usar estas três formas geométricas para partilhar con-tigo uma metáfora que ouvi há muitos anos em Orlando, nos EUA, e que relata na perfeição do que trata (e do que NÃO trata) este livro e qualquer um dos meus cursos. Então o que é, afinal, uma vida em forma de quadrado, triângulo ou círculo? Começo por te contar um pouco da minha própria história.

Em 1999, quando li o meu primeiro livro de desenvolvimento pes-soal, percebi que era um quadrado, a viver uma vida de quadrado. Era igual a qualquer um e vivia uma vida bastante normalizada e mediana, medíocre até. Então li mais alguns livros e comecei a fre-quentar cursos e palestras sobre variadíssimos temas de desenvolvi-mento pessoal e transformei-me rapidamente num triângulo. Não queria ser um quadrado, agora era um triângulo. E nesta altura criti-cava os quadrados que conhecia. Ou seja os meus amigos, pais, cole-gas, todos aqueles que rotulava de quadrados e sobre os quais pen-sava: “coitados, quem lhes dera ser triângulos”. Afinal, os triângulos têm uma ponta, uma direcção, uma orientação para objectivos, entu-siasmo, pontaria…

Passados uns anos, e depois de tantas experiências de busca inte-rior, dei por mim a achar os triângulos egoístas, muito centrados em si e nas suas conquistas. Foi então que transformei a minha vida num círculo: holístico, espiritual. Criticava os demais e venerava a minha nova forma, vestia-me de branco e meditava várias vezes ao dia. Até que percebi que o que era importante, na minha vida, não era mudar de forma… Mas sim viver a forma que a minha vida tinha… com profundidade.

Este livro, e tratar a vida por tu, também NÃO é sobre mudar de forma. Não é sobre passar de quadrado a triângulo e a círculo, ou que

Page 10: Trate a Vida por Tu.pdf

28

TRATE A VIDA POR TU

forma for. Não é sobre criticar os demais. Acima de tudo, tratar a vida por tu não é tratar de mudar de personalidade. Pelo contrário. Este livro é, SIM, sobre cada um ser quem é. Sim, quem é. Se és um quadrado, estás com um emprego seguro, casado, e com três filhos, e se isso és tu e estás feliz assim, fantástico. Tratar a vida por tu é continuar a ser quadrado. Mesmo. A sério. O mesmo se aplica caso sejas um triân-gulo cheio de objectivos, planos, sonhos e conquistas. Ou um círculo que abraça árvores e medita todos os dias, ou outra forma qualquer.

Tratar a vida por tu é seres quem és. Quadrado. Triângulo. Cír-culo. Ser quem és, mas sê-lo com mais e mais profundidade. Esta é a primeira aula sobre a Realidade da ROSA. Sê quem és, mas sê profundo.

Se és quadrado, sê cubo.Se és triângulo, sê pirâmide.Se és círculo, sê cilindro.

E o que é ser mais profundo? É viver a vida como te apetece, mas com mais consciência de ti mesmo, mais generosidade, mais com-paixão, mais confiança, mais sinceridade, mais alegria, mais vontade, mais profundidade nas emoções, nas relações, nos actos e nos pen-samentos. É ser quem és, mas com carácter, integridade e autentici-dade. Seres profundo é seres tu e seres intenso, grande, forte, gentil, penetrante e energético.

X X

Page 11: Trate a Vida por Tu.pdf

29

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

Em vez de viveres na ilusão de mudar de quadrado para triângulo e de triângulo para círculo ou para outra coisa qualquer, basta aumen-tares a dimensão em relação a quem já és. Passares de 2D a 3D.

Clarificada a metáfora, vou dar-te as boas, as más e as muito boas notícias.

As BOAS notícias é que és tu quem decide que forma dar à tua vida. Ainda que te sintas preso, ainda que aches que não tens alternativa, a tua vida pode sempre ganhar novas arestas, diferentes ângulos e assumir novas formas.

As MÁS notícias é que às vezes queremos mudar por mudar, vamos atrás das formas dos outros, quando o importante é sermos a forma que somos. Todos nós nascemos para algo, ou, pelo menos, existe algo em que somos melhores, mais verdadeiros, e nos sentimos mais “nós”. Essa, e nenhuma outra, deve ser a nossa forma.

As MUITO BOAS notícias é que depois de descobrires a tua forma, só tens de a ser. É muito fácil. E não importa se és quadrado, triân-gulo ou círculo. A tua forma, seja ela qual for, terá de ser aquela que te faz feliz. Só precisas de a viver em profundidade.

Se ainda não sabes qual é a forma autenticamente tua, e sentes, den-tro de ti, vontade de dar novas formas à tua vida, experimentar novas arestas e ângulos, não te inibas. Atreve-te. Tenta. Arrisca. Mas pre-ciso, desde já, de te dizer que não é disso que este livro trata. Não é isso que este livro te pede. Não é isso, necessariamente, o que te fará feliz. Porque viver melhor, na verdade, não implica deixar de ser qua-drado para se ser triângulo e mais tarde círculo. Essas não são etapas necessárias para se ser mais feliz e mais bem-sucedido na vida. Cada pessoa pode ser o que é (e é aconselhável e necessário que o seja), porque é possível ser-se feliz tanto numa vida quadrada como numa triangular ou circular. Há pessoas que querem levar vidas simples e lineares, outras que se movem por grandes objectivos e precisam sem-pre de dar novos ângulos à sua vida, libertando-se de algumas ares-tas; outras ainda que privilegiam tudo o que é interior e espiritual, valorizando as questões mais esotéricas da vida. Quanto mais tempo passares na tua auto-descoberta, mais vais perceber que a única pro-posta que o universo tem para ti é que sejas tu próprio e que ajudes os outros a encontrar a sua essência. Uma semente de laranja, por

Page 12: Trate a Vida por Tu.pdf

30

TRATE A VIDA POR TU

exemplo, nunca pode dar maçãs ou peras. Mesmo que tente fazê-lo, o universo vai acabar por torná-la numa laranjeira. A laranjeira apenas pode decidir multiplicar-se, espalhar mais sementes, mas será sem-pre uma laranjeira. É assim a lei da vida. É assim a lei da realidade da ROSA. E é assim que começa este capítulo. Tu és quem és, quer o saibas, quer não. Somos aquilo que nascemos para ser. E o melhor que podemos fazer para sermos felizes é tomarmos consciência do que somos. É sermo-lo… com profundidade! É isso que cada um deve fazer com a sua vida. Tomar consciência da sua forma e imprimir-lhe novas arestas, criar novos ângulos, experimentar novos tamanhos e cores, sem mudar a sua forma. É a isso que eu chamo, verdadeira-mente, tratar a vida por tu!

Exercício num minuto:

Experimenta desenhar a tua vida. Dá-lhe uma forma, atribui nomes aos ângulos e aos lados, dá-lhe cor e desfruta. A tua vida, seja de que forma for, só precisa ser mais bela e profunda… Desenha-te. Como te apetecer. Podes ser um quadrado ou triângulo ou círculo ou sol ou flor ou hexágono ou linha curva ou qualquer outra forma. Então, bons desenhos…

Agora que pensaste um pouco sobre a forma que tem a tua vida, quero partilhar contigo aqueles que são os 4 Fundamentos da minha teoria. Com eles, será mais fácil partirmos juntos para a análise da tua vida, a forma da tua realidade…

1'

Page 13: Trate a Vida por Tu.pdf

31

OS 4 FUNDAMENTOS

Antes de continuarmos esta viagem, acho importante partilhar con-tigo os 4 princípios ou fundamentos através dos quais leio o mundo. São eles que estão na base de tudo, da vida em geral, e de cada um de nós em particular. Foi com base nestes fundamentos que criei as teorias e as práticas que irei descrever neste livro. Para que possas entendê-las e aplicá-las na tua vida da forma mais eficaz, começo por te explicar a minha forma de ver o mundo.

1. TUDO É UM. Temos muitas vezes a ilusão de que vivemos separados das pessoas. Que eu estou separado de ti, que os ricos estão separados dos pobres, os novos dos velhos, que nós portugueses esta-mos separados dos espanhóis, que o planeta Terra está separado do resto dos planetas, que

o trabalho está separado da família... Dividimos a nossa vida numa série de compartimentos, onde cabem pessoas, lugares e acções, e vivemos neste sistema de caixinhas, que parece ajudar à nossa orga-nização mental e estrutural, mas levar estas dualidades demasiado a sério não tem cabimento, porque na verdade… somos todos um. Eu não posso ajudar-te sem me ajudar. Assim como não posso ajudar- -me sem te ajudar. Ao ajudar-te, ajudo-me. Ao ajudar-me, ajudo-te. É inevitável. Somos um. Também não posso ser mais feliz sem criar mais felicidade. A ideia utópica de alguém conseguir ter paz interior sem contribuir para a paz à sua volta não é real. Assim como a ideia de eu conseguir enriquecer sem enriquecer outras pessoas à minha volta também não se verifica, porque para eu ser rico preciso de gerar

Page 14: Trate a Vida por Tu.pdf

32

TRATE A VIDA POR TU

riqueza. É impossível melhorares a tua vida sem melhorares a vida das pessoas que estão à tua volta, e isto verifica-se quer a nível micro (as pessoas com quem te cruzas), quer a nível macro (no contexto nacional ou mundial). O que fizeres de bem afectará o todo e isso terá boas repercussões também para ti. O que fizeres de mal, afectará o

todo de forma negativa, e isso, mais cedo ou mais tarde, afectar-te-á. Porque, em última instância, estarás sempre a fazer bem ou mal a ti próprio. Não te esque-ças: somos um.Tudo é feito exactamente da mesma coisa, quer seja a tua mão, o oceano ou uma estrela. Nós somos todos um por-que tudo é feito da mesma coisa: ener-

gia. Tudo é energia. Eu, tu, as montanhas, este livro nas tuas mãos e até o cheiro de rosas é feito de energia. Procura realmente olhar objectivamente e compreender a simplicidade neste conceito pro-fundo. Existe o nosso universo, que é composto por galáxias, por pla-netas, e depois há os seres humanos que têm órgãos como o coração, a pele, etc., compostos por células, que por sua vez são constituídos por moléculas, que são formadas por átomos. E estes não são mais do que energia. Qualquer cientista o confirmará. Resta agora realmente conseguir abraçar as implicações destas pesquisas e conclusões. Na sua essência, somos todos um.Alguma vez pensaste sobre o que significa “Universo”? Uni-Verso é um único verso.Somos mesmo todos um.

Eu sei que, à primeira vista, não é fácil entender – e ainda menos aplicar – este princípio fundamental. Mas se realmente parares para meditar sobre isto, verás que, no fundo, no teu mais íntimo, tu sen-tes esta verdade universal. Tu e eu, somos um. E aplicar esta verdade fundamental pode ser o suficiente para a tua vida começar a mudar.

E então? Estás convencido? Tudo é um?Bem, na verdade, tudo é dois…

«Conseguirás tudo o que queres na vida se ajudares o suficiente outras pessoas a conseguirem também o que querem…» ZIG ZIGLAR, escritor e orador motivacional norte-americano

Page 15: Trate a Vida por Tu.pdf

33

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

2. TUDO É DOISTudo pode dividir-se em energia femi-nina e masculina, em yin e yang. Tudo, mesmo tudo, tem presente estas duas energias.

Yin-Yang é, na filosofia chinesa, uma representação do princípio da dualidade. O conceito tem origem no Tao (ou Dao),

base da filosofia e metafísica da cultura chinesa. Segundo este prin-cípio, tudo o que existe é composto por duas forças complementares: o Yang – o princípio activo, diurno, luminoso, quente, masculino – e o Yin – o princípio paciente, nocturno, com mais intuição e nuan-ces, ou seja, feminino. Na cultura chinesa estas duas forças também podem ser representadas através do tigre e do dragão, animais que simbolizam esses opostos. Entre eles, não há qualquer hierarquia. A sua beleza e poder resultam da sua complementaridade. Para existir o frio, é preciso existir o quente; para existir o alto, é preciso existir o baixo, para existir o gordo, tem de existir o magro, a esquerda com-plementa e direita, e o “para cima” só faz sentido se existir o “para baixo”… Na física também existem estes opostos – protões (partícu-las de carga positiva) e electrões (partículas de carga negativa) – que se complementam. Na informática existe uma linguagem binária, de zeros e uns, que está na base de toda a programação. E poderíamos apontar muitos outros exemplos, nas mais diversas áreas.

Apesar de tudo ser um, tudo é também uma conjugação destas duas energias opostas – feminina e masculina – que deverão estar, tanto quanto possível, equilibradas. Um desequilíbrio nesta dinâmica con-duzirá a resultados inferiores. E, nos seres humanos, que são também a conjugação destas duas energias, existe um desequilíbrio energé-tico natural. Ou seja, predominância de um destes tipos de energia. Geralmente, as mulheres tendem a possuir mais energia feminina e os homens mais energia masculina, mas não obrigatoriamente. Há mulheres que têm predominância de energia masculina, assim como há homens que têm predominância de energia feminina.

Símbolo chinês que representa a integração de Yin e Yang.

Page 16: Trate a Vida por Tu.pdf

34

TRATE A VIDA POR TU

É fundamental, depois de procurar assimilar que somos um, que esse um se divide em duas energias essenciais, o Yin e o Yang, que são apostos complementares e necessários em qualquer pessoa, qual-quer evento ou área de vida. Cada um deve desenvolver estas duas energias dentro de si, e procurar maximizar e equilibrar estas duas forças em todas as relações e situações do dia-a-dia.

Tudo é dois?Bem, na verdade tudo é quatro…

3. TUDO É QUATROTudo está assente em quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo. Se lhe tirarmos um destes elementos, o ser vivo morre. Se tiver excesso de um dos elementos, também morrerá. Vamos olhar para o caso de uma planta. Precisa de terra

e de ar, de água e de fogo/sol. Os quatro elementos são essenciais à sua sobrevivência. Se tiver ar, água e fogo, mas não tiver terra, mor-rerá. Se tiver terra, água e fogo, mas não tiver ar, também morrerá. Sem água e sem fogo também não sobreviverá. Não adianta ter um ou mais destes elementos em excesso, se não tiver também os outros presentes, e bem presentes. O mesmo se passa com o ser humano que precisa de alimento e água, mas também de se aquecer (fogo) e de ar para respirar. Para vivermos, precisamos da presença destes qua-tro elementos, que caracterizam cada uma das quatro áreas de vida:

A TERRA é o lado prático da vida, da matéria física, do dinheiro, da casa, do trabalho, dos objectos, dos cinco sentidos.

A ÁGUA é a nossa área emocional, que flui e que nos faz sentir o que sentimos. É tudo o que tem a ver com relacionamentos, com pes-soas e emoções.

O AR corresponde a uma dimensão mental, do lado invisível das ideias e da comunicação, dos pensamentos, aprendizagem, hobbies e criatividade.

O FOGO é o nosso lado espiritual, do divino, dos valores, da energia, do efémero. Este elemento existe em vida, no momento, na paixão.

ÁGUA AR

FOGO

TERRA

Page 17: Trate a Vida por Tu.pdf

35

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

35

Os quatro elementos estão presentes em tudo o que somos, mas também em tudo o que fazemos. Até para leres este livro, caso quei-ras que ele tenha o maior impacto possível, deves fazê-lo com a pre-sença dos quatro elementos. Anda com ele, transporta-o, toma notas, escreve nele, dobra uma folha que aches importante (Terra); parti-lha-o com os teus amigos, ensina a alguém o que aprendeste (Água); responde às perguntas do livro, concorda, discorda, provoca o debate, mas lê até ao fim (Ar); identifica-te com este livro, descobre quem tu és e quem gostavas de ser quando acabasses de o ler (Fogo). Este livro será tão útil para ti quanto mais conseguires lê-lo e vivê-lo com a pre-sença dos quatro elementos.

TERRA PRÁTICO FAZER MÃOS

ÁGUA EMOCIONAL SENTIR CORAÇÃO

AR MENTAL PENSAR CABEÇA

FOGO ESPIRITUAL SER AURA

Os quatro elementos influenciam, assim, tudo o que fazes, mas também as relações que estabeleces com os outros. Em qualquer rela-ção laboral ou profissional têm de estar bem presentes os quatro ele-mentos. Quando um deles se desequilibra, a relação é prejudicada. Às vezes não sobrevive, e morre. Veremos ao longo deste livro como os relacionamentos pessoais e laborais poderão ser melhorados ana-

FOGO (AURA)

AR (MENTE)

ÁGUA (CORAÇÃO)

TERRA (MÃOS E CORPO)

Page 18: Trate a Vida por Tu.pdf

36

TRATE A VIDA POR TU

lisando a presença dos quatros elementos e percebendo qual deles está em falta e de que forma poderá ser reposto.

Tudo é quatro?Sim. Mas acima de qualquer coisa, tudo é sobretudo energia…

4. TUDO É (UMA) ENERGIATudo é energia. Tudo tem energia. Este é um conceito básico da Física, mas algumas pessoas têm dificuldade em aceitar esta ideia quando ela se refere à troca de energias entre pes-soas. Confesso que eu tinha esta dificuldade. Era céptico em relação a estas matérias, assim

como algumas pessoas que estão a ler este livro também o poderão ser. Lembro-me então que uma amiga minha me deu um exemplo muito simples, mas que prova, de facto, que as pessoas podem tro-car energias entre elas. Ela pediu-me que esfregasse as mãos uma na outra, e as aquecesse. E, enquanto o fazia, tentasse perceber se havia transferência de energia entre uma mão e outra. Havia, claro. Depois pediu-me que fizesse o mesmo com a mão dela. E entre a minha mão e a dela houve transferência de energia. Transferência de calor, pelo menos, se não quisermos ir mais além. Depois afastámos as nossas mãos, e ela perguntou-me se eu não achava possível que, entre elas, mesmo sem toque, houvesse transferência de energia. E colocou-me um conjunto de outras perguntas às quais eu não soube responder: Até onde podemos enviar a nossa energia? De quão longe podemos recebê-la? Até que ponto podemos controlar a energia que enviamos e a que recebemos?

Nós somos energia. Nós temos energia. E, entre corpos que têm energia, circula energia. Há interacção. A energia nunca se “gasta”. Ela circula e é transferida de corpo para corpo. Se tudo é energia, se todos temos energia, e se a energia circula entre nós, todos, inevita-velmente, interagimos uns com os outros, em tudo o que fazemos. Há pessoas com mais consciência disto, que conseguem trabalhar sobre as energias que passam aos outros. Mas, mesmo quem não tem esta consciência, transmite sempre energia aos outros, e recebe

Page 19: Trate a Vida por Tu.pdf

37

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

também deles energia. Assim como transmite e recebe energia de tudo o que está à sua volta. E o que recebemos não é alheio daquilo que damos. Recebemos, na maioria das vezes, na medida e na qua-lidade daquilo que damos.

Então todos somos energia. Todos damos e recebemos energia. É que, na verdade, voltando ao primeiro dos meus Fundamentos, tudo é um…

Agora que conheces os 4 Fundamentos da minha teoria, voltemos a centrar-nos no R da Rosa: a Realidade. A tua vida. Juntos já reflectimos sobre a tua forma geométrica. Já concluímos que a mudança não passa, necessariamente, por uma mudança de forma, mas sobre-tudo por uma maior profundidade dessa mesma forma. Mas agora peço-te que recues um pouco mais e reflictas sobre o porquê de esta-res como estás. Como chegaste a essa realidade, o que precisas de mudar? Quantas vezes tentaste mudá-la? De quem é a responsabili-dade de seres quem és e teres a vida que tens? Preparado para ouvir a resposta que vai mudar a tua vida?

Page 20: Trate a Vida por Tu.pdf

38

TEORIA CAUSA-EFEITOPõe-te em causa. Responsabiliza-te!

A história da gaivota e das galinhas

Era uma vez um ovo de gaivota que rolou para uma capoeira de galinhas. E, assim que a gaivota nasceu, olhou à sua volta e só viu galinhas. Achando que era uma delas, cresceu a imitá-las, mas sempre se sentiu diferente e algo desajeitada. Certo dia, a gaivota olhou para o céu e viu gaivotas a voar. E ficou de tal forma maravilhada que perguntou a outra galinha o que era aquilo. A galinha respondeu-lhe que era uma gaivota. A gaivota ficou fascinada com o que vira e insistiu com a galinha. Perguntou-lhe porque é que elas não voavam ou planavam como as gaivotas. A galinha respondeu-lhe que o lugar delas era na capoeira, a comer milho, e explicou-lhe a diferença entre as galinhas e as gaivotas. A gaivota ficou triste porque, afinal, ela preferia ser como aquela gaivota que voava, sem saber que ela também era uma delas. Então, resignou-se com a sua condição de galinha e ficou naquela capoeira durante toda a sua vida.In Chicken Soup for the Soul, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen.

Decidi contar-te esta história porque penso que ela é uma forte metá-fora para aquilo que é (ou pode ser) a nossa vida.

Há quem viva toda a vida na sua “capoeira”, feliz com o milho que come, a água que bebe, aquilo que tagarela com as outras galinhas, os ovos que põe, os pintos que cria e vê depois transformar em fran-gos e depois galos e galinhas… e isso é bom. É muito bom. Há depois aquelas galinhas que querem dominar a capoeira, que querem pôr cada vez mais e melhores ovos, que organizam a distribuição do milho e protegem o galinheiro das raposas e serpentes que de vez

Page 21: Trate a Vida por Tu.pdf

39

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

em quando entram na capoeira. A vida pode ser muito rica e intensa no galinheiro. Assim se saiba dar valor, significado e profundidade ao dia-a-dia de cada um.

Mas, de facto, nem todas as pessoas são galinhas. E uma gaivota, se tem consciência que é diferente, e não se adapta, não deve confor-mar-se a uma vida na capoeira.

A vida é demasiado preciosa para ser vivida com resignação. Quem se sente insatisfeito com a vida, deve tentar modificá-la. Como? Dese-jando o seu céu, projectando os seus sonhos. Pensando em formas de chegar onde se quer, alcançando aquilo que se deseja. Se uma galinha sabe que é gaivota, deve dar pequenos saltos, todos os dias, até conseguir que as suas asas se abram, e voem. Pode regressar, ao fim do dia, para junto da sua família e amigos. Mas se o seu sonho é rasgar os céus, sentir o vento no rosto e explorar novos horizontes todos os dias, não deve ter medo de arriscar. Porque essa vida, lá fora, existe, e está ao alcance de todos aqueles que ousarem desejá-la. Pode assustar um bocadinho deixar um emprego, trocar de casa, mudar de país, de rotinas, de alimentação, de hobbies… Mudar não é para todos, e ainda bem que não é. Mas quem não se sente feliz com o que tem, tem de mudar alguma coisa! Ou muda a vida ou muda a perspectiva que tem da sua vida. E essa responsabilidade é do próprio. Mais ninguém o pode fazer por ele. É uma decisão pessoal e intransmissível. Destemida mas – garanto-vos – única!

Tudo é possível, na vida. Desde que seja vivido com verdade. E desco-brir a verdade é descobrir quem somos, para depois vivermos em paz.

Lembra-te:

És aquilo que és, quer o saibas, quer não.

«As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram

as circunstâncias de que precisam e, quando não as

encontram, as criam.»BERNARD SHAW, Prémio

Nobel da Literatura

Page 22: Trate a Vida por Tu.pdf

40

TRATE A VIDA POR TU

Viver em conformidade implica não só saberes quem és, como também assumires responsabilidade por aquilo que és, fazes ou tens. É muito fácil culpar os outros ou as circunstâncias pelo que não conseguiste ser, pelo que tens de fazer mas não consegues, pelo que gostarias de ter mas não tens… Pois bem, chegou o momento de encarares aquilo que não corre bem na tua vida. Quem é o res-ponsável? Pensa bem. Quem tem verdadeiramente culpa pelos teus resultados nesta vida? Podes tentar apontar o dedo a alguém ou a alguma coisa, mas acho impossível que, neste momento, não este-jas também a apontar o dedo a ti próprio. Já estás a fazê-lo? Óptimo. Porque esse gesto – esse simples gesto – pode, de facto, fazer a dife- rença.

A diferença que fará a diferença…Vou contar-te um exemplo pessoal. Há muitos anos tive um cola-

borador que, durante um mês em que estive fora, conseguiu envene-nar por completo o ambiente na minha empresa: falou mal de mim aos colegas, fez intrigas, gerou conflitos e ainda por cima trabalhou muito menos do que era suposto. Em três meses só conseguiu agen-dar duas ou três reuniões e não obteve quaisquer resultados.

Quando regressei e percebi o que se estava a passar, reuni-me com ele e despedi-o. Ele ficou indignado pela forma como eu o estava a tratar e, como forma de retaliação – a que ele chamou de “indemni-zação” – levou com ele o computador da empresa.

Contado desta maneira tenho a certeza que ficaste convencido de que eu era a vítima desta história. Porque eu estou a pôr-me em efeito. Mas posso contar esta mesma história colocando-me em causa. É que eu, de facto, analisando as coisas, andei tão ocupado naquela altura, a dar formação, que praticamente nunca estive no escritório. Esse meu colaborador, nunca tinha feito formação comigo. Era a sua primeira experiência nesta área. Por isso não estava a ter os resultados que eu gostaria. Devia tê-lo acompanhado mais, se queria mais dele. Ele não tinha razões para ficar com o computador mas, de facto, eu fui malcriado com ele, quando o despedi. Ele não chegou a devolver-me o computador, mas eu mudei a minha postura em relação aos outros colaboradores. Ou seja, não consegui contornar aquele evento, mas mudei a minha perspectiva em relação a ele. Pus-me em causa. E

Page 23: Trate a Vida por Tu.pdf

41

PARTE 1 :: REALIDADE: ONDE ESTÁS E QUEM ÉS TU?

agora empenho-me muito mais em dar formação aos meus colabo-radores e em estar mais presente no dia-a-dia da empresa, mesmo em alturas de mais trabalho.

Na verdade, de pouco te serve analisares a tua vida, reflectires sobre a tua realidade, se não conseguires pôr-te em causa. Se não tiveres coragem para assumir responsabilidade por aquilo que és, tens e fazes neste momento. Voltando à metáfora da galinha e da gaivota, se te sentes uma gaivota, não te queixes do teu ovo que foi parar ao galinheiro, das galinhas que nunca te disseram que és diferente, das outras gai-votas que nunca te foram buscar.

Se te sentes uma gaivota, assume-o e abre as asas para voar. Mesmo que ainda não saibas se esse talento existe e está dentro de ti. Ser-te-á muito fácil assim que começares a expe-rimentar.

A tendência natural das pessoas que têm vidas que não gostam é desresponsabilizarem-se. Pior, responsabilizam outros. Os maridos, os filhos, o chefe, a economia, os inimigos ou então, no mínimo, o pas-sado e a infância. Se assumires a responsabilidade por tudo o que de mau e de bom aconteça na tua vida, se perceberes que és tu que estás no centro da tua vida e és tu que tens habilidade de responder perante ela, será mais fácil empreenderes a grande mudança da tua vida.

Responsabilidade = Respons/Abilidade = Habilidade de Responder

Pessoas com sucesso optam sempre por se responsabilizar. E tu podes ser uma delas…

«Não importa o que fizeram de mim,

o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim.»JEAN-PAUL SARTRE,

filósofo e escritor francês.

Page 24: Trate a Vida por Tu.pdf

42

TRATE A VIDA POR TU

A Teoria Causa-Efeito

Sir Isaac Newton, físico inglês do século XVII, publicou em 1687 Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, considerado um dos livros mais importantes na história da ciência. Nesse trabalho, Newton descreve a gravitação universal e as três leis do movimento. A terceira lei diz que, para cada acção, há sempre oposta uma reacção igual – é a chamada teoria de Causa-Efeito. Isto leva-nos a pensar, por um lado, que tudo o que nos acontece (todos os efeitos) tem uma origem (uma causa). E que tudo o que nós fazemos também origina múlti-plos efeitos. Não adianta analisar os efeitos sem tentar perceber as causas. Nem adianta apontar o dedo aos outros, porque tudo aquilo que nós fazemos também gera efeitos. Directa ou indirectamente, nós somos a causa dos nossos efeitos. Entender esta realidade é, ver-dadeiramente, pôr-se em causa.

O chamado “efeito borboleta”, teorizado pelo matemático Edward Lorenz, em 1963, tem também por base a teoria Causa-Efeito. A ideia é a de que uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções ini-magináveis. Já deves ter ouvido a frase “O bater de asas de uma bor-boleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque.” É que, de facto, as pequenas acções do dia-a-dia, mesmo aquelas que acha-mos que não fazem nada por nós nem pelos outros, podem marcar a diferença. Tudo o que fazemos conta, porque tudo, mas mesmo tudo na vida tem uma causa e um efeito.

O que a maioria das pessoas com insucesso faz, quando tem um problema, é concentrar-se apenas nos efeitos, desresponsabilizando- -se das causas que o geraram. E isso faz com que se perca poder sobre a situação. Só quando reflectes sobre as causas e percebes que tens poder para actuar sobre elas, poderás obter novos e mais proveito-sos efeitos.

Quem se foca continuamente, por exemplo, nos efeitos de uma recessão económica, está a perder a habilidade para responder perante ela. Queixa-se da inflação, do défice, do preço dos combustíveis, das taxas de juro ou desemprego, mas não pondera sequer a hipótese de ter, nas suas mãos, poder para inverter a sua situação.