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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI

CNPJ:14.378.615/0001-60

Registro: ISSN 2594-522X

TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA NO ÃMBITO

HOSPITALAR

VAZ, J. L. S.1; DAMASCENO, A. B.1; BARBOSA, A. R. M1; SILVA, A. K. M.1; SOUZA,

K. A. S.1; VIANA, M. R.1; COSTA, M. F. S.1; COSTA, S. C. R.1; DOURADO, C. S. M.

E.1; NUNES, J. M.1

1UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA, CURSO DE

FARMÁCIA, TERESINA, PIAUÍ, BRASIL.

RESUMO

Introdução: A hemodiálise é um procedimento cirúrgico que imprescindível para pacientes com distúrbios renais agudos e/ou crônicos. O objetivo deste estudo foi avaliar o tratamento da insuficiência renal aguda no serviço de hemodiálise do hospital da Universidade Federal do Piauí. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo com coleta de dados de prontuários e da análise laboratorial de indivíduos com insuficiência renal aguda, no período de julho a outubro de 2016, submetidos a pelo menos 3 sessões de hemodiálise. Resultados e Discussão: Os dados do prontuário demonstraram que a maioria dos renais agudos eram mulheres pardas, com média de idade de 54 anos, casadas, ensino fundamental incompleto e com domicílio fora de Teresina. Foram encontrados também anemia como doença de base, insuficiência renal aguda do tipo pré-renal, bem como eficiência da hemodiálise em mimetização dos rins. Conclusões: A partir da realização do presente estudo constatou-se que as doenças de base que predispuseram os internos hospitalares ao desenvolvimento da insuficiência renal aguda apresentaram fisiopatologias não relacionadas entre si, e que a hemodiálise realizada no hospital foi bastante eficiente em melhorar a capacidade renal dos participantes do estudo.

Palavras-chave – Ureia; Creatinina; Hemodiálise.

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ABSTRACT

Introduction: Hemodialysis is a surgical procedure that is essential for patients with acute and / or chronic renal disorders. The objective of this study was to to evaluate the treatment of acute renal failure in the hemodialysis service of the Hospital of the Federal University of Piauí. Methodology: This is a retrospective study with data collection of medical records and laboratory analysis of individuals with acute renal failure, from July to October 2016, submitted to at least 3 sessions of hemodialysis. RESULTS AND DISCUSSION: Data from the medical record showed that the majority of acute renal transplant recipients were brown women, with a mean age of 54 years,

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married, incomplete elementary school and with residence outside Teresina. Anemia was also found as a baseline disease, pre-renal acute renal failure, as well as hemodialysis efficiency in kidney mimicry. Conclusions: Based on the present study, it was observed that the underlying diseases that predisposed hospital inmates to the development of acute renal failure presented unrelated pathophysiologies, and that hemodialysis performed at the hospital was quite efficient in improving renal capacity of the study participants.

Keywords – Urea; Creatinine; Hemodialysis. _______________________________________________________________

INTRODUÇÃO

A insuficiência renal aguda (IRA) caracteriza-se pela rápida queda na taxa de filtração glomerular, manifestada clinicamente como um abrupto e contínuo aumento de ureia e creatinina, resultando na impossibilidade dos rins em exercer suas funções básicas de excreção e manutenção da homeostasia hidroeletrolítica e ácido básica do organismo. A IRA determina um prolongamento da internação hospitalar e é diretamente responsável pelo aumento da morbidade e da mortalidade nesses pacientes (PINTO et al.,2009).

Observa-se que a IRA é uma complicação presente em cerca de 5% das hospitalizações e em até 30% das internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (KOCHI et al.,2007). Cerca de 5% a 10% desses pacientes admitidos em UTI desenvolvem IRA com necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). Em geral, mantém elevado grau de morbimortalidade, mesmo com os progressos tecnológicos alcançados (PINTO et al., 2009).

A hemodiálise é um tipo de TRS que tem alta tecnologia e complexidade e que demanda altos custos ao governo, e seu fundamento consiste em manter o paciente metabolicamente estável (SILVA & THOMÉ, 2009). Sabendo disso, o objetivo do presente estudo foi avaliar o tratamento da insuficiência renal aguda no serviço de hemodiálise do hospital da Universidade Federal do Piauí (HU-PI).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo retrospectivo com portadores de IRA submetidos à tratamento por hemodiálise, realizado no HU-PI. A pesquisa seguiu os itens da Resolução CNS 466/12 e a coleta de dados foi realizada através da avaliação de prontuários no período de julho a outubro de 2016, onde, verificaram-se 20 pacientes submetidos a pelo menos 3 sessões de hemodiálise.

Para coletar os dados foram utilizados prontuários online disponibilizados pela administração do hospital por meio do Aplicativo de Gestão Hospitalar do Hospital Universitário (AGHU), e utilizou-se ainda uma ficha de coleta de informações. Os dados foram registrados em planilhas do software Excel para Windows 2013 (Microsoft®) e avaliados por meio da

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estatística descritiva através de gráficos e porcentagens para avaliação de distribuições de frequências de variáveis. Para descrição das amostras foram utilizados dados de média e desvio-padrão (DP). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI, sob o CAAE n° 44530815.4.0000.5214.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os pacientes da UTI que foram diagnosticados com insuficiência renal aguda e necessitaram de hemodiálise no HUPI, pôde-se observar que a faixa etária variou de 21 a 85 anos (média de 53,65 ±18,28 anos) e com predomínio do sexo feminino, 12 pacientes (60%) e apenas 08 do masculino (40%). Com relação à idade nossos achados foram condizentes com a literatura, observou-se maior número de casos proporcional ao aumento da idade, média de idade encontrada de 53,65 anos. Em relação ao estado civil 50% eram casados e 50% solteiros, a grande maioria se auto declarou ser de etnia parda (75%), seguido de negros (15%) e brancos (10%).

Segundo Sesso et al. (2016), 85% dos pacientes no Brasil que sofrem de insuficiência renal, aguda ou crônica e que realizam hemodiálise são do sexo masculino, com variação nas idades, ocorrendo predomínio de idades entre 19 a 65 anos em 66,4% dos casos. Uma maior incidência de IRA em pacientes com idade mais elevada pode estar relacionada a quatro fatores que afetam a hemodinâmica renal: o próprio processo de envelhecimento renal, a maior frequência de estados patológicos, o uso excessivo de medicamentos por estes pacientes e o cada vez mais frequente uso de procedimentos intervencionistas e cirúrgicos neste grupo específico de indivíduos (OLIVEIRA et al., 2009). O sexo feminino esteve em maior quantidade neste estudo. Santos et al. (2004), em um estudo realizado em uma UTI do Hospital de Base de São José do Rio Preto-São Paulo afirmou em sua pesquisa de forma concreta que o sexo não está estatisticamente relacionado como um fator de risco para a IRA, confirmando nossos achados.

Observou-se por meio da análise dos prontuários, os mais variados diagnósticos de internação, sendo a anemia a doença de base mais prevalente entre os participantes do nosso estudo (25%), seguida de neoplasias (20%), endocardite (15%) e fraturas em geral (10%), as outras doenças encontradas tiveram frequências menos significativas. Quanto ao tempo de internação a maioria apresentou menos de um mês de internação (40%), sendo que a porcentagem de indivíduos foi inversa ao aumento do tempo de internação, fato que pode estar ligado ao desfecho clínico no qual ocorreu óbito da metade da amostra (50%) devido a criticidade dos casos, inviabilizando assim um maior tempo de internação.

Com relação aos tipos de IRA registrados nos prontuários observou-se o grande predomínio de IRA pré-renal (50%), seguido de renal (45%) e o menos encontrado foi a pós-renal (5%). A avaliação dos exames laboratoriais pré e pós hemodiálise dos pacientes indicou que os valores tanto de ureia quanto de creatinina tiveram redução após as sessões de hemodiálise, alguns de forma

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mais significativa que outros, mas todos relevantes, onde somente dois casos não tiveram redução na creatinina após a hemodiálise, mostrando assim a eficiência da diálise. Observou-se ainda que os valores de ureia apresentavam-se elevados antes da hemodiálise, alguns mais extremos que outros, e que após as sessões houve diminuição destes valores. Já em relação à creatinina mesmo com a diminuição dos valores após a hemodiálise não houve registro de diminuição que se aproximasse dos valores de referência. Draczeyski e Teixeira (2011) mostraram que apesar da eficiência da hemodiálise em diminuir os valores de ureia e creatinina, nenhum paciente chegou a estar dentro dos valores de referência após as sessões. O fato dos valores não baixarem a ponto de entrar nos valores de referência não é explicado pela literatura, porém a diminuição após a sessão é significativa e bastante eficiente para melhorar o quadro dos pacientes em IRA principalmente na UTI.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos valores dos parâmetros bioquímicos de referência utilizados para monitorar a função renal: ureia e creatinina foi possível constatar que houve melhora na condição de saúde dos participantes do estudo, revelando assim que o serviço de hemodiálise do HU-PI foi eficiente em restabelecer a função renal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DRACZEVSKI, L; TEIXEIRA M. L. Avaliação do perfil bioquímico e parâmetros hematológicos em pacientes submetidos à hemodiálise. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 15-22, 2011. KOCHI, A. C. et al. Fatores de risco pré-operatórios para o desenvolvimento de insuficiência renal aguda em cirurgia cardíaca. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v. 22, n. 1, p. 33-40, 2007. OLIVEIRA, F. C. et al. Comorbidades e mortalidade de pacientes com doença renal: atendimento terceirizado de nefrologia. Acta Paulista de Enfermagem, v. 22, n. 1, p. 479-80, 2009. PINTO, P. S. et al. Insuficiência renal aguda nefrotóxica: prevalência, evolução clínica e desfecho. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 31, n. 3, p. 183-189, 2009. SANTOS, F.O. et al. Insuficiência Renal Aguda após Cirurgia de Revascularização Miocárdica com Circulação Extracorpórea - Incidência, Fatores de Risco e Mortalidade. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 83, n. 2, p. 145-9, 2004. SESSO, R.C. et al. Brazilian Dialysis Census, 2009. Brazilian Journal of Nephrology, v. 32, n. 4, p. 374-8, 2010. SILVA, G. L. D. F.; THOMÉ, E. G. R. Complicações do procedimento hemodialítico em pacientes com insuficiência renal aguda: intervenções de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 30, n. 1, p. 33-39, 2009.