transtornos psiquiatricos na...
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A Depressão e o eixo hipotálamo-hipófise-tireóide
O T4 plasmático, total e livre, tem sido encontrado como normal ou aumentado em pacientes deprimidos.Aproximadamente, 20% a 30% têm níveis acima do limite normal. Mesmo dentro da faixa normal, as taxas de T4 tendem a diminuir assim que remite a depressão.Esposito mostrou que os níveis elevados de T4 são um indicador favorável de resposta antidepressiva.
A depressão e o eixo hipotálamo-hipófise-tireóide
DEPRESSÃO
Elevação do CORTISOL
Elevação do TRH
T4 aumentado
Na depressão, a tireotropina (TSH), secretada na hipófise,passa a responder menos ao seu hormônio liberador, o TRH.
HIPOTIREOIDISMO
Distúrbios do Humor incluem:• Depressão – DISTÚRBIO DE HUMOR MAIS COMUM� A prevalência de sintomas depressivos no hipotireoidismo é de aproximadamente 50%segundo Boswell.
� A depressão clínica ocorre em mais de 40% das pessoas portadoras de hipotireoidismo.(Cleare 1995)
• Déficit de memória e atenção
Neuroendocrinology 1996
HIPOTIREOIDISMO
As alterações descritas são distúrbios do Humor incluem:Ansiedade severa com agitação (loucura mixedematosa) - RAROQuadro de ansiedade severa e agitação, manifestado por alucinações, comportamento paranóide e demência. Geralmente, são acometidos pacientes mais velhos, gerando confusão com o diagnóstico de demência senil.
Ascher R. Myxoedematous madness. Br Med J 1949
HIPOTIREOIDISMO
HIPOTIREOIDISMO
Suspeitar quando:FraquezaQueda de cabeloGanho de PesoObstipação IntestinalUnhas quebradiçasBócio ou facies mixedematosaHistórico familiar
HIPOTIREOIDISMO
HIPERTIREOIDISMO
A tireotoxicose é causa de transtornos neuropsíquicos importantes como: Ansiedade, irritabilidade e labilidade emocional.Taquilalia, agitação psicomotora e hipervigilância.Em casos raros há progressão para transtorno bipolar ou sintomas paranóides, sobretudo nos casos de crise tireotóxica. Insônia
HIPERTIREOIDISMO
HIPERTIREOIDISMO
Suspeitar quando o paciente apresentar:EmagrecimentoTremores de extremidadesPalpitaçõesExoftalmiaDiarréiaPele quente e úmida
HIPERTIREOIDISMO
HIPERTIREOIDISMO
Investigar com dosagens de:TSHT4liveT3TRABAnti TPOAnti tireoglobulina
HIPERTIREOIDISMO
HIPERTIREOIDISMO
A tireotoxicose é causa de transtornos neuropsíquicos importantes como: Ansiedade, irritabilidade e labilidade emocional.Taquilalia, agitação psicomotora e hipervigilância.Em casos raros há progressão para transtorno bipolar ou sintomas paranóides, sobretudo nos casos de crise tireotóxica. Insônia
HIPERTIREOIDISMO
A tireoidite atinge 7 a 14% das mulheres no pós parto e também é comum na depressão pós-parto.Acomete principalmente as seguintes mulheres: � História familiar de moléstia de tireoidite na família
� Anticorpos anti- tireóide na fase pré-gravídica� Apresentam alterações do volume de tireóide
TIREOIDITE PÓS PARTO
TIREOIDITE PÓS PARTO
Inicia-se, geralmente, por aumento do volume da tireóide (na região cervical anterior).Bócio com ou sem sensação dolorosaInício TIREOTOXICOSE evolução para HIPOTIREOIDISMO.
TIREOIDITE PÓS PARTO
ALTERAÇÕES DO SISTEMA NEURO-ENDÓCRINO NO ESTRESS:No estress há a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal produz hipersecreção de cortisol.Estudos confirmam elevação dos níveis de cortisol em pacientes com depressão. O nível basal do cortisol plasmático em pacientes com depressão era maior que em controles – Board década de 50.
A depressão e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
DIFERENÇAS NO EIXO HHA NOS GÊNEROS:Níveis de cortisol são mais altos em mulheresque em homens.Estrógeno aumenta a resposta ao estresseem homens.
A depressão e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
ALTERAÇÕES DO SISTEMA NEURO-ENDÓCRINO NO ESTRESS:Normalização dos níveis de cortisol aodesaparecer a depressão.Depressão – Alteração do ríitmo circadiano do cortisol na depressão.
A depressão e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
O paciente com Cushing apresenta níveiselevados de cortisol, seja por alteraçãoda secreção na adrenal ou por estímuloaumentado hipofisário.
Síndrome de Cushing -HIPERCORTISOLISMO
A síndrome de Cushing pode provocar :Depressão - 75% dos pacientesTranstorno de Ansiedade com ou semataques de pânicoTranstorno da PersonalidadeSíndrome Delirante com alucinações
(auditivas e visuais) e/ou estado confusional(raro)
Alterações Psíquicas no Cushing
QUANDO SUSPEITAR?Obesidade centrípetaEstrias violáceasGibaHirsutismoAcneHipertensão Arterial SistêmicaDiabetes Mellitus
Síndrome de Cushing -HIPERCORTISOLISMO
HIPOCORTISOLISMO
A maioria dos pacientes com insuficiência Suprarrenal(hipofunção) apresenta algumtranstorno emocional discreto, talcomo apatia, astenia ouirritabilidade.
Na metade dos casos existeuma depressão leve ou moderadacom comorbidade para ansiedade.
HIPOCORTISOLISMO
Sintomas:Fadiga, perda de peso.AnorexiaNáuseas e vômitosDiarréiaAlterações pigmentárias da pele.Hipotensão arterial ortostática.Hipoglicemia com períodos de confusão mental
TIREOIDITE PÓS PARTOOBESIDADE
GENÉTICOS
PSICOLÓGICOS
A obesidade é o resultado da combinação de vários fatores:
AMBIENTAIS
OBESIDADE
OBESIDADE PODE SER DEFINIDA COMO EXCESSO DE PESO DEVIDO A AUMENTO DE TECIDO ADIPOSO.
IMC = Peso (kg) / Altura (m)2
IMC<20 = magrezaIMC >20<25 = normal IMC >25<30 = sobrepesoIMC>30 <35 obesidade grau 1IMC>35 <40 obesidade grau 2IMC>40 obesidade grau 3
TIREOIDITE PÓS PARTO
Afastar doenças que cursam com ganho de peso como: HipotireoidismoSíndrome de CushingSíndrome de Resistência insulínica]Alterações genéticas – Prader Wille
OBESIDADE
OBESIDADE
Pode apresentar-se de diferentes formas:PessimismoInstabilidade de humorBaixa auto-estimaSensação de culpaIndecisãoIrritabilidadeAlterações de sono e de apetiteTristeza
TIREOIDITE PÓS PARTO
O que é Transtorno alimentar?Segundo o DSM-IV, transtornosalimentares são severas perturbações nocomportamento alimentar.Para ser considerado um transtorno, os
episódios precisam repetir-se pelo menosduas vezes por semana, durante seismeses.
OBESIDADE e TRANSTORNOS ALIMENTARES
TIREOIDITE PÓS PARTO
Caracteriza-se como um episódio recorrente de compulsão alimentar.(binge eating)É a ingestão, em um dado período de
tempo, de uma quantidade muito maior dealimentos que a maioria das pessoasconsumiria no mesmo prazo e em situaçãosimilar.A pessoa com a compulsão não tem controle sobre quais alimentos ou quanto consome nesses momentos.
TRANSTORNO COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA (TCAP)
TIREOIDITE PÓS PARTO
Comer mais rápido que o normal.Comer sozinho e secretamente.Ingerir grandes sozinho e secretamente, ingerir grandes quantidades de alimento mesmo não estando faminto.Experimentar depressão ou culpa por comer dessa forma. O TCAP não está associado ao uso regular de comportamentos purgatórios.
TCAP – Outros critérios
BULIMIA
Etimologia:� Bous – boi
bulimia = fome de boi� Limos – fome
Definição:� É uma espécie de toxicomania que se traduz por uma espécie de delinquência alimentar.É um distúrbio grave da alimentação, sendo também considerada como faceta trágica da depressão psíquica.
Prevalência
� Sexo feminino - 90%� Classe sócio – económica mais atingida:
� Média – Alta� Idade mais atingida: 18 – 40 anos� A incidência é grande em cursos secundários e
universitários.� Entre as pacientes existe forte presença de
problemas afetivos, transtornos ansiosos, abuso e dependência de drogas.
Bulimia - Características
� Voracidade alimentar � Exageradas restrições alimentares� Provocação de vômitos� Usam laxantes, processos químicos de emagrecimento
� Medo constante em não controlar os ataques de fome
� Hesitação face a comportamentos psicoterápicos
Bulimia – Sinais e Sintomas
� Grandes oscilações de peso� Perda de potássio e desidratação� Rosto inchado – indução sistemática do vômitos
� Garganta irritada� Irritações graves do esófago� Dificuldade em dormir � Irregularidade menstrual� Fraqueza muscular� Problemas dentários
TRANSTORNOS ALIMENTARESTRANSTORNOS ALIMENTARES
1- ANOREXIA NERVOSA
- PREOCUPAÇÃO OBSESSIVA COM A PERDA DE PESO
- DISTORÇÃO DA IMAGEM CORPORAL
-RESTRIÇÃO ALIMENTAR DRÁSTICA
-PERDA CONSTANTE DE PÊSO SEMCAUSA APARENTE
TRANSTORNOS ALIMENTARESTRANSTORNOS ALIMENTARES
1- ANOREXIA NERVOSA- RECEIO FÓBICO DO ALIMENTO
- EXERCÍCIOS FÍSICOS COMPULSIVOS
-PROVOCAÇÃO DE VÔMITOS, USO DE DIURÉTICOS E LAXANTES
- USO DE INIBIDORES DE APETITE
TRANSTORNOS ALIMENTARESTRANSTORNOS ALIMENTARES
1- ANOREXIA NERVOSA – SINAIS DE ALERTA
� Emagrecimento rápido sem causa aparente
� Cabelos finos e quebradiços� Leve alopécia� Pilosidade pela pele (lanugo)� AMENORRÉIA
1- ANOREXIA NERVOSA
Tipo restritivo� Dieta� Jejum � Exercício físico
Tipo ingestão compulsiva / purgativo� Crises bulímicas regulares ou purgativas durante o episódio actual.
� Usam métodos purgativos como vômitos, laxantes, diuréticos, enemas, hormonas da tiróide e pílulas para emagrecer.
ANOREXIA NERVOSA
Idade do aparecimento� Inicio da adolescência� Os sintomas iniciam-se de forma bimodal: 13-14 anos, 16-17 anos. Os dois picos de maior incidência dão-se aos 14 e 16 anos.
ANOREXIA NERVOSA - COMPLICAÇÕES
Complicações Metabólicas e Endócrinos� ↓ do metabolismo basal� Distúrbios hidroelectrolíticos� Hipoglicémia� Hipotermia� Hipercolesterolémia� Osteoporose e osteopenia� Atraso na maturação sexual� Amenorreia� Mulher: baixo nível de estrogénios� Homem: baixo nível de testosterona
ANOREXIA NERVOSA - COMPLICAÇÕES
Reprodutivas� Infertilidade� Criança com peso à nascença
Cardiovasculares� Perda de músculo cardíaco� ↓ P.A. e ↓ frequência cardíaca� Bradicardia� Arritmias
Bulimia x Anorexia
� Bulimia � Idade atingida: 18-40 a� Não há perda significativa
de peso� Satisfação com um peso
abaixo da média� Nem sempre ocorre
amenorréia� Guarda segredo� Passa facilmente
despercebida� Internamento raro� Períodos de voracidade
alimentar
� Anorexia� Idade atingida: adolescência
� Perda significativa de peso� Preferência pela magreza extrema
� Amenorréia� Facilmente diagnosticada
� Internação mais frequente
DIABETES MELLITUS
Depressão clinicamente significativa ocorre em até 20% dos indivíduos com diabetes mellitus que consultam em contexto ambulatorial e em 22 a 33% dos internados.
DIABETES MELLITUS
O diabetes mellitus mal controlado, com hiperglicemia e cetonúriapersistentes, pode apresentar-se com sintomas físicos semelhantes aos da depressão. O paciente deve ter uma nova avaliação psicológica duas semanas após o controle glicêmico adequado.
DIABETES MELLITUS
Há evidência de taxas aumentadas de anorexia e bulimia nervosa em mulheres jovens com diabetesOmissão do uso de insulina –SINAL DE ALERTA!
HIPOGONADISMO MASCULINO
A produção de testosterona pode ainda ser alterada por várias condições clínicas: MedicamentosObesidadeDoenças hepáticasDoenças renaisAlterações tireoideanasDepressãoIMPORTANTE A DEFINIÇÃO SE ÉCENTRAL OU PERIFÉRICO.
HIPOGONADISMO MASCULINO
A diminuição dos níveis de testosterona pode causar:
� Irritabilidade� Insônia� Apatia� Dificuldade de concentração� Perda de memória
HIPOGONADISMO MASCULINO
Suspeitar quando:
� Aumento da proporção de gordura corporal� Diminuição da massa muscular� Diminuição da libido � Dificuldade de ereção� Dificuldade de concentração � Apatia e depressão� Queda de pêlos� Insônia
HIPOGONADISMO MASCULINO
TRATAMENTO CONTROVERSO� Após a instituição da reposição hormonal,
paciente apresentam :� Melhoria da disposição� Melhoria da memória� Melhora da auto-imagem corporal e do bem
estar social. � Entretanto, alguns estudos não mostraram
diferenças significantes na avaliação psíquica de pacientes em uso de testosterona e placebo.
HIPOGONADISMO FEMININO e DEPRESSÃO
Os níveis de estradiol plasmático durante a fase folicular estão reduzidos de forma moderada porém estatisticamente significativa nas mulheres com depressão.
Funções neuropsicológicas do estradiol:Humor, Comportamento e Cognição
1. Young, 2000
Múltiplos efeitos do Estradiol no SNC
� Modulação da barreira hemato-encefálica.
� Aumento seletivo do fluxo sangüíneo cerebral.
� Aumento do suporte de glicose e oxigênio aos neurônios.
� Modulação do sinal de transdução intraneuronal.
� Conectividade e circuitos.
� Regulação dos canais de eletrólitos das membranas.
� Diminuição do limiar convulsivo e aumento da excitabilidade.
� Estimulação do crescimento dendríticoe da sinaptogênese.
� Impacto na expressão gênica.
� Neuroproteção.
HIPOGONADISMO FEMININO e DEPRESSÃO
Nicol (1996), revendo 94 artigos dos últimos 30 anos, considera os dados insuficientes afirmar se a menopausa écausa da depressão em mulheres.Baixos níveis de estradiol não estão relacionados a disforia e sintomas associados.Uma transição normal para a menopausa não aumenta o risco de depressão. (estudo longitudinal de Harvard).
1. Young, 2000
HIPOGONADISMO FEMININO e DEPRESSÃO
Burt et al. 1998Harlow et al. 2003
Porém é uma fase de risco de aumento de vulnerabilidade, principalmente para mulheres com história de depressão.
Os níveis estrogênicos podem estar baixos nas mulheres deprimidas, provavelmente por interações entre os sistemas HPA e hipofisário-gonadal.
Young 2000