trabalho sob condições hiperbáricas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS TRABALHO DOS MERGULHADORES CURITIBA

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Page 1: Trabalho sob condições hiperbáricas

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS

TRABALHO DOS MERGULHADORES

CURITIBA

Page 2: Trabalho sob condições hiperbáricas

2005

WILZA CARLA ALEXANDRINO GRANETO

VALDEMAR DA SILVA OLIVEIRA NETO

VLADIMIR ROGÉRIO BACKES

TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS

TRABALHO DOS MERGULHADORES

TCC apresentado com a finalidade de

obtenção do título de Especialização em

Engenharia de Segurança do Trabalho, da

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Orientador Eng. Seg. Luiz Carlos Lavalle, Esp

2

Page 3: Trabalho sob condições hiperbáricas

CURITIBA

2005

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo narrar o histórico da atividade

de mergulho, desde os primórdios da humanidade até os dias de hoje, definindo e

classificando quanto aos tipos de mergulho existentes, técnicas empregadas, tempo

e composição das equipes técnicas utilizadas, citando os riscos envolvidos na

atividade, medidas preventivas, normas e legislação inerentes à atividade, e

equipamentos utilizados. O estudo baseia-se em procedimentos teóricos, consultas

bibliográficas, atendo-se ao mergulho comercial raso praticado no mar, cuja

profundidade não ultrapassa cinqüenta metros. Segue uma abordagem para os

riscos encontrados na execução de trabalhos submersos, em atividades de inspeção

de rotina, manutenção de equipamentos submarinos destinados ao transporte de

petróleo através de um estudo de caso, onde se procura verificar que os riscos

envolvidos nessa atividade são grandes e que, talvez, se configure como sendo uma

das atividades de maior grau de risco, classificada como risco 4, insalubridade em

grau máximo. Busca-se evidenciar a necessidade de preparo para o exercício da

profissão, obtida através de cursos especializados, treinamentos constantes,

avaliações médicas e psicológicas, adoção de medidas prevencionistas e atitudes

seguras no exercício das atividades.

3

Page 4: Trabalho sob condições hiperbáricas

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FOTO 01 ROUPAS DE NEOPRENE PG 36

FOTO 02

A E 02B

CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS – BANDEIRAS

INDICATIVAS DE MERGULHO

PG 37

PG 38

FOTO 03 COMPRESSOR E CILINDROS UTILIZADOS PG 39

FOTO 04 COMPRESSOR UTILIZADO PARA RECARREGAR OS

CILINDROS DE AR COMPRIMIDO

PG 40

FOTO 05 EQUIPAMENTOS PG 41

FOTO 06 VISTA DA CÂMARA HIPERBÁRICA PG 42

FOTO 07 VISTA DA CÂMARA HIPERBÁRICA PG 43

FOTO 08 VISTA LATERAL DA CÂMARA HIPERBÁRICA

PG 44

FOTO 09 VISTA INTERNA DA CÂMARA HIPERBÁRICA

PG 45

FOTO 10 UMBILICAL PG 46

FOTO 11 COMPRESSORES PG 47

FOTO 12 MÁSCARA KMB ( KIRBY MORGAN) PG 48

GLOSSÁRIO

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Page 5: Trabalho sob condições hiperbáricas

CÂMARA HIPERBÁRICA

Vaso de pressão especialmente projetado para a ocupação humana, no qual os ocupantes podem ser submetidos a condições hiperbáricas.

DESCOMPRESSÃO Conjunto de procedimentos, através do qual um mergulhador elimina do seu organismo o excesso de gases inertes absorvidos durante determinadas condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessários, no seu retorno a pressão atmosférica, para a preservação da sua integridade física.

EQUIPAMENTO AUTÔNOMO DE MERGULHO

Aquele em que o suprimento de mistura respiratória é levado pelo próprio mergulhador e utilizado como sua única fonte.

LINHA DE VIDA Um cabo, manobrado do local onde é conduzido o mergulho, que conectado ao mergulhador, permite recupera-lo e içá-lo da água, com seu equipamento.

MERGULHADOR Profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização de equipamentos de mergulho submersos.

OPERAÇÃO DE MERGULHO

Toda aquela que envolve trabalhos submersos e que se estende desde os procedimentos iniciais de preparação até o final do período de observação.

TÉCNICAS DE SATURAÇÃO

Procedimentos pelos quais um mergulhador evita repetidas descompressões para a pressão atmosférica, permanecendo submetido à pressão ambiente maior que aquela, de tal forma que o seu organismo se mantenha saturado com os gases inertes das misturas respiratórias.

TRABALHO SUBMERSO

Qualquer trabalho realizado ou conduzido por um mergulhador em meio líquido.

UMBILICAL O conjunto de linhas de vida, mangueira de suprimento respiratório e outros componentes que se façam necessários à execução segura do mergulho, de acordo com a sua complexidade.

KMB (MÁSCARA FULL FACE)

Máscara que envolve toda a cabeça do mergulhador e que permite respirar tanto pelo nariz como também pela boca.Permite que o mergulhador respire mesmo inconsciente.Equipamento obrigatório.

RESUMO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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Page 6: Trabalho sob condições hiperbáricas

GLOSSÁRIO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................07

1.1 Justificativa...........................................................................................................08

1.2 Objetivos...............................................................................................................08

1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................08

1.2.2 Objetivos Específicos......................................................................................08

1.3 Problema e Questões Norteadoras......................................................................09

1.3.1 Problema...........................................................................................................09

1.4 Procedimentos Metodológicos.............................................................................10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................11

2.1Conceitos Históricos.............................................................................................11

2.2 Riscos Inerentes a Atividade Subaquática...........................................................12

2.3 A Influência das Alterações Hiperbaricas Sobre o Ser Humano..........................14

2.4 Medidas Preventivas a Serem Adotadas.............................................................14

2.5 Características de um Evento de Mergulho Comercial Raso...............................20

2.6 Fundamentos Teóricos.........................................................................................21

2.6.1 Quanto ao Tipo de Equipamento.......................................................................23

2.6.2 Algumas Técnicas Utilizadas no Mergulho........................................................24

2.6.3 As equipes de Mergulho Com Profundidade até 50 Metros..............................24

2.6.4 Mergulho Autônomo..........................................................................................25

2.7 Acidentes Tratamentos e Profilaxia......................................................................25

2.8Fatores Motivacionais Que Levam o Homem a Praticar Mergulho Comercial......26

3 RECURSOS............................................................................................................28

4 CONCLUSÕES.......................................................................................................29

5 REFERÊNCIAS......................................................................................................30

6 ANEXOS.................................................................................................................31

ANEXO 01 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MERGULHADORES...................31

ANEXO 02 DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.................33

7 ILUSTRAÇÕES.......................................................................................................34

1 INTRODUÇÃO

6

Page 7: Trabalho sob condições hiperbáricas

Segundo DRUCKER (1986, p. 95) o momento em que se encontra a

sociedade, pode-se dizer, está na verdade nos estágios iniciais de uma das mais

importantes transformações tecnológicas, é de longe a mais avassaladora do que os

mais arrebatados “futurólogos” poderiam imaginar. Trezentos anos de tecnologia

chegaram ao fim depois da Segunda Guerra Mundial. Nesses três séculos, o mundo

de tecnologia foi de natureza mecânica. Neste momento o que predomina na

sociedade industrial, é o que se chama de tecnologia de ponta, ou alta tecnologia.

Não há dúvida de que a alta tecnologia seja sob a forma de

computadores ou telecomunicações, robôs nas fábricas ou automatização de

escritórios, é de incomensurável importância qualitativa. Quando se fala em

tecnologia, essa vem impulsionar setores de produção para atender a necessidade e

a demanda do homem. O setor do mergulho comercial da área petrolífera, tipo “off

shore”, que é objeto de estudo desta obra também está inserido neste contexto.

Segundo ROSSETTI (1988, p. 40) ao longo da civilização humana

percebe-se claramente que o homem sempre busca formas variadas de

sobrevivência, sejam elas em economias capitalistas, socialistas ou mistas. Sabendo

que o Brasil é um país de economia capitalista e este estudo tem como foco o Brasil,

destacará neste momento, o homem brasileiro que busca sua sobrevivência através

do mergulho comercial.

A idéia central desta obra é estudar as atividades do mergulhador

comercial que atua no mar. Mergulhador esse que atua em água de profundidade de

até cinqüenta (50) metros, chamado mergulho comercial raso, em atividade de

inspeção e manutenção de equipamentos submarinos destinados ao transporte de

petróleo.

O presente estudo inclui capítulo que analisa a situação dos

mergulhadores do Brasil enquanto profissional, isto é, através das bibliografias

disponíveis, analisando aspectos históricos, conceituais e legais, inclui também

capítulo analisando a pesquisa aplicada para os mergulhadores que trabalham na

costa marítima sul brasileira.

1.1 Justificativa

7

Page 8: Trabalho sob condições hiperbáricas

Este trabalho nasceu da necessidade de se realizar um estudo mais

aprofundado da situação do mergulhador comercial que atua a profundidade de até

cinqüenta (50) metros. Justifica a realização desta obra, até porque é uma profissão

muito antiga que já apresentou muitas evoluções principalmente no que tange a

utilização de equipamentos desde seus primórdios até os dias atuais e a população

brasileira de forma geral, pouco ou não nada sabe a respeito desta atividade

essencial à nossa indústria petrolífera.

A identificação dos riscos, as medidas preventivas, os treinamentos,

as avaliações periódicas, as atitudes prevencionistas, são de vital importância nesta

área de atividade, por isso o nosso estudo visa abordar os riscos envolvidos e os

cuidados necessários a serem tomados para que o mergulho seja uma atividade

segura.

1.2Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Tem-se por objetivo narrar o histórico desta atividade, definir e

classificar quanto aos tipos de mergulho existentes, técnicas empregadas, tempo,

equipes técnicas utilizadas evidenciando-se os riscos e as medidas de prevenção.

1.2.3 Objetivos Específicos

a)Analisar como os pensadores e historiadores vêem esta profissão;

b)detectar se a atividade de mergulhador em estudo apresenta segurança para os

profissionais;

c)estudar o que deve ser feito para o profissional de mergulho, trabalhar com

segurança;

d)servir de subsídios para outros pesquisadores que desejem aprofundar estudos

sobre o assunto.

1.3Problema e Questões Norteadoras

8

Page 9: Trabalho sob condições hiperbáricas

1.3.1 Problema

As alterações da fisiologia provocadas pelo mergulho, acidentes e

doenças que o mergulho pode causar, segundo ADOLFSON e BERGHAGE (1974),

no ambiente submarino algumas adaptações humanas se fazem necessárias:

a) Com sua respiração aérea, o homem é incapaz de utilizar o oxigênio dissolvido na

água. Para sobreviver leva consigo um reservatório de ar juntamente com os

dispositivos que lhe permitem respirá-lo. Esse ar deverá ser respirado à pressão

ambiente, ou seja, em condições hiperbáricas, introduzindo um aumento do trabalho

respiratório proporcional à profundidade do mergulho;

b)devido a diferença de densidade entre a água e o ar, cerca de 800 vezes, se

mergulhar a uma profundidade de dez (10) metros, uma outra pressão igual a

atmosfera (1Kg/cm) vem se somar a preexistente e assim ocorre a cada 10 metros.

O organismo humano habituado a suportar pequenas variações de pressões terá

que se adaptar a variações bem maiores para descer a profundidades razoáveis;

c)ao submeter-se a um aumento de pressão, o homem satura-se de nitrogênio

proporcionalmente a profundidade do mergulho. A volta à superfície deverá ser

controlada para permitir uma dessaturação gradativa ou sobrevirá um acidente

hiperbárico dos mais temíveis: a Doença Descompressiva;

d)a água tem uma condutividade térmica 25 vezes maior que o ar. O mergulhador

perde calor com facilidade e nas águas profundas, onde a energia calorífica dos

raios solares já foi totalmente absorvida, o problema pode ser grave, exigindo fontes

geradoras de calor para manter o mergulhador aquecido, quando retorna à

superfície;

e)a visão do mergulhador é bastante prejudicada pela diferença dos índices de

refração da água e do ar, mesmo com o emprego de máscaras faciais. Os objetos

parecem aos mergulhadores aproximadamente 25% maiores e mais próximos;

f) o mergulhador sofre segundo o princípio de Arquimedes um empuxo de baixo para

cima que o torna mais leve, dando uma sensação de imponderabilidade. Com isso

torna-se possível um deslocamento tridimensional ao qual o mergulhador não estava

habituado, devendo adaptar-se gradativamente;

g)o meio líquido oferece resistência aos movimentos do mergulhador

provocando, portanto, uma degradação na atividade física que pode ultrapassar

os 70%;

9

Page 10: Trabalho sob condições hiperbáricas

h)finalmente o mergulhador pode ser atacado por seres marinhos que podem lhe

infringir graves lesões;

i) a pressão absoluta (pressão atmosférica + pressão ambiente) age diretamente

nos espaços aéreos existentes no corpo humano durante o mergulho, como o

ouvido médio. Em face a essa interferência , é imprescindível a equalização dos

espaços aéreos durante o mergulho para se evitar um barotrauma.

Face ao exposto acima a questão que se formula é a seguinte:

Como mergulhar com segurança?

Pretende-se neste estudo abordar os riscos encontrados na

execução de trabalhos submersos, bem como as medidas de prevenção contra

acidentes.

1.4 Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa se baseia em procedimentos teóricos, consultas

bibliográficas através de livros, sites da internet e publicações, onde fará a

fundamentação teórica, baseada nos objetivos gerais e específicos, de acordo com

a origem do problema e as questões norteadoras, após análises sucessivas

executará compilação de dados e a conclusão do trabalho.

Na realização deste, a metodologia utilizada constou de uma

pesquisa descritiva sobre o assunto e os dados obtidos para a análise foram

coletados através da literatura disponível, com o qual se buscou contribuir para o

entendimento dos efeitos proporcionados pelo mergulho comercial.

Ainda este também tem um caráter exploratório experimental, com

um dos propósitos básicos de esclarecer a respeito do mergulho comercial de

profundidade até cinqüenta (50) metros. A metodologia a ser utilizada para obter

respostas dos envolvidos na pesquisa será através de questionário, aplicado a

profissionais que desempenham atividades de manutenção e inspeção dos dutos

submarinos, monobóias e outros equipamentos subaquáticos, localizados na costa

marítima sul brasileira, apresentado anexo a este trabalho.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

10

Page 11: Trabalho sob condições hiperbáricas

2.1Conceitos Históricos

Segundo SÉRGIO COSTA (2004), com certeza nossos ancestrais

procuravam alimentação em baixo d’água desde épocas remotas. Existem pinturas

nas covas de Heindrich (Alemanha) que retratam os homens, armados com arpões e

tendo na boca algo parecido com um tubo respirador, em atitude de perseguição a

peixes. Estes desenhos foram feitos, muito provavelmente, na era paleolítica.

Escavações na Ásia Menor, Egito, Babilônia e Tebas encontraram jóias incrustadas

com pérolas. Isto prova que há 4500 a.C. já se submergia para extração de ostras

perolíferas. Em Creta que se começou a ter informações mais complexas sobre as

atividades subaquáticas humanas. De 3000 a 1400 a.C., foi a maior potência

marítima do mundo e seus restos arqueológicos são muito preciosos. Também

temos registros na Pérsia, nas ruínas do palácio do Rei Assurbanipal II há um relevo

de 800 a.C., mostrando um guerreiro provido de um odre de carneiro para poder

respirar. Outra História conta que na batalha de Artemia, em 484 a.C., entre gregos

e persas, o mergulhador grego Escilias e sua filha Ciana chegaram por baixo d’água

até os barcos persas e cortaram suas amarras. Esse feito trouxe a derrota para os

persas. O grego Aristóteles relata a existência de um engenho chamado Lebeta: “Se

trata de uma campânula cheia de ar, na posição invertida, de forma cônica no

interior. Uma vez submersa o mergulhador coloca dentro dela sua cabeça e parte

superior do corpo. Por toda história antiga têm-se centenas de fatos e contos sobre

o uso do mergulho para guerrear e alimentar. Na conquista de Tiro, Alexandre

Magno utilizou mergulhadores que destruíam defesas submersas dos fenícios.

Existem registros que os fenícios teriam sobrevivido por sete meses, graças aos

suprimentos levados por mergulhadores que romperam o cerco de Alexandre. Os

romanos desenvolveram as técnicas e treinamentos específicos para mergulhadores

de combate, usando aparelhos como o Lebeta, eram os Urinatores”. Sua primeira

atuação foi durante o ano de 49 a.C., na guerra de César contra Pompeu, no porto

de Oringue, no Mar Adriático. Seu último feito registrado foi em 200 d.C., durante

uma batalha em Bizâncio, pelo general Séptimo Severo. Após a queda do Império

Romano, têm-se as primeiras notícias de mergulhadores especializados em

recuperar barcos afundados e trabalhos em portos. Durante a 2ª Guerra Mundial,

Cousteau e sua equipe criaram o “Aqualung”. Na década de 50 começa a

organização do mergulho autônomo que se espalha pelo mundo submerso, chega a

11

Page 12: Trabalho sob condições hiperbáricas

milhões de pessoas através de documentários e filmes de ficção. Loyde Bridges,

criador da série “Aventuras Submarinas” divulga e incentiva o mergulho nos EUA,

uma das potências mundiais nesta área. Surgem grandes organizações americanas

que fornecem linhas de ensino e prática das atividades subaquáticas. Na França é

criada a (C M A S) Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas, em 1958,

que é representado hoje no Brasil pela (CBPDS) Confederação Brasileira de Pesca

e Desportos Subaquáticos. Hoje se podem dividir os mergulhadores em categorias

de acordo com suas atividades, amadores, esportistas, cientistas, profissionais e

militares. No meio amador destacam-se as fotografias, mergulhos em naufrágios e

observação da vida marinha. Para os cientistas e pesquisadores, o mergulho

permite realizar observações “in loco” da vida marinha, análise de solo, pesquisas

arqueológicas e outras atividades de estudo. No meio profissional é usada para

trabalhos de construção, manutenção e inspeção em portos, hidroelétrica, piers,

embarcações, plataformas de petróleo, entre outros.

2.2 Riscos Inerentes a Atividade Subaquática

Em todos os setores encontramos situações de risco no que tange a

execução de alguma tarefa, é bem verdade que existem algumas tarefas de risco

maiores e outras de riscos menores e em outras os riscos são quase inexistentes.

Desta forma o mergulho não poderia ser diferente por isso o planejamento é

essencial em todas as operações de mergulho, a análise minuciosa dos riscos

envolvem muitos aspectos. Quando preparamos uma avaliação de riscos do ponto

de mergulho, os seguintes fatores devem ser levados em conta: condições da água,

incluindo movimentação das ondas, temperatura, visibilidade e correnteza.

Recomenda-se mergulhar em águas claras e quentes, porém na atividade de

mergulho comercial é comum a realização de trabalhos em condições adversas,

água fria e escura requer proteção térmica e com a visibilidade limitada, a

desorientação e mesmo a tontura, resultam da falta de referências visuais enquanto

submersos, devemos escolher uma proteção térmica adequada tanto para a

temperatura da água quanto para atender nossas necessidades fisiológicas

individuais.(FOTO 01)

Mergulhar em águas onde a visibilidade é restrita pode ser perigoso

e mergulhos com visibilidade zero requerem equipamentos, treinamentos e

12

Page 13: Trabalho sob condições hiperbáricas

procedimentos especiais; em águas extremamente claras, estimar distâncias

também pode se tornar um problema, quando isso acontece é fácil exceder o limite

de profundidade planejado. As marés e as correntes são uma grande preocupação

para os mergulhadores, as marés são decorrentes da atração gravitacional entre a

Terra, Lua e Sol e as correntes originadas pelos ventos, força da gravidade e

movimento de rotação da Terra, podendo arrastar o mergulhador, que ao nadar

contra a corrente poderá sofrer exaustão física. Verificar sempre as condições

metereológicas, pois o clima é um fator importante que afeta as operações de

mergulho. O mergulhador deverá estar atento às condições e perigos do fundo, o

tipo de fundo na área de mergulho afeta a visibilidade, os fundos de corais apesar de

propiciarem boa visibilidade, propiciam também abundância de vida marinha, o que

pode gerar problemas aos mergulhadores, que poderão sofrer cortes e lacerações e

também os seres marinhos que ali habitam poderão provocar intoxicações nos

mergulhadores se estes forem atingidos por seus ferrões que poderão conter

substâncias venenosas. O barco deverá sempre sinalizar através de bandeiras de

sinalização condizentes com o código internacional de sinais, que existem pessoas

mergulhando na área em questão.(Foto 02 A e Foto 02 B)

O mergulhador deverá ficar atento a profundidade, ao tempo de

mergulho e a velocidade de subida (9m/min), para evitar as doenças

descompressivas e os acidentes como os baurotraumas, embolias, embriagues das

profundidades, afogamentos, intoxicação pelo oxigênio, intoxicação pelo gás

carbônico. O processo de descompressão é fundamental, essencial na atividade de

mergulho, é imprescindível, porque do contrário o mergulhador poderá morrer.

Segundo FREDERICO NERY (2005), os acidentes que ocorrem não são

decorrentes da própria operação, falhas mecânicas ou humanas, mas do

equipamento manuseado no fundo do mar.

2.3 A Influência das Alterações Hiperbáricas Sobre o Ser Humano

13

Page 14: Trabalho sob condições hiperbáricas

Ainda segundo FREDERICO NERY (2005), o ser humano não

precisa ter medo do fogo, do vento nem mesmo da água, porém é preciso conhecê-

los, para evitar que o pior possa acontecer, veja o que a pressão exercida pela água

pode provocar no ser humano, conforme observações: alterações respiratórias,

alterações circulatórias, alterações sanguíneas, alterações urinárias e alterações

hidroeletrolíticas, além dos acidentes mais comuns em relação ao mergulho

comercial: baurotraumas, afogamentos, embolias, embriagues das profundidades,

intoxicação pelo oxigênio, intoxicação pelo gás carbônico, doenças

descompressivas, apagamento e lesões provocadas por seres marinhos.

2.4 Medidas Preventivas a Serem Adotadas

Como é comum deparar em qualquer situação, ou setor, pessoas de

diferentes níveis de formação costumam dizer: “prevenir é a melhor solução antes

que um mal maior aconteça”, pensando desta forma, observe as medidas que

devem ser tomadas pelas pessoas que militam no mergulho:

a)Obedecer ao que se pede na NR 15 em seu anexo 6, observando principalmente

as tabelas de descompressão, os padrões psicofísicos para seleção e manutenção

do pessoal envolvido na atividade de mergulho;

b)observar as demais recomendações feitas pelos diversos órgãos

regulamentadores dessas atividades, Ministério do Trabalho, Marinha do Brasil,

Fundacentro;

c)obedecer a medidas básicas para o planejamento das operações de mergulho que

podemos recomendar a seguir:

c.1)nunca inicie uma operação de mergulho sem a presença de um supervisor ou

mergulhador com no mínimo três anos de experiência;

c.2)nunca mande um mergulhador para o fundo sem meios disponíveis de poder

enviar outro mergulhador em caso de emergência e assegurar-se de que ambos os

mergulhadores permaneçam no fundo por um tempo razoável;

c.3)não confie nas profundidades dadas nas cartas náuticas ou nas informações de

estranhos ao mergulho. Meça a profundidade com uma sonda prumo. Quando a

operação de mergulho for uma procura, a profundidade deverá ser medida em

pontos diferentes;

14

Page 15: Trabalho sob condições hiperbáricas

c.4)nunca inicie uma operação de mergulho, sem ter à mão um Jogo de Tabelas de

Descompressão. Use sempre as mangueiras marcadas em pés, a intervalos

regulares, e cores padronizadas, para indicar a profundidade correta nos estágios de

descompressão;

c.5)em operações de mergulho, a profundidade e a fadiga do mergulhador

determinam o tempo de fundo e não a quantidade de trabalho a ser feito;

c.6)o mergulhador não deverá iniciar a descida sem antes determinar o estágio de

descompressão para o tempo de fundo planejado;

c.7)a precisão usada no planejamento do mergulho ou operação de salvamento

representa metade do trabalho, às vezes, dá-se excessiva importância à urgência do

trabalho resultando chegar pessoal e equipamento ao local sem estarem

preparados;

c.8)não envie um mergulhador ao fundo sem que tenha entendido totalmente o

trabalho que vai executar. Use desenhos, diagramas, se possível, ensaie na

superfície. Verifique os detalhes em navios iguais (no caso de mergulho em navios).

Se o mergulhador não entendeu bem sua tarefa, não compensa fazer o mergulho;

c.9)não realize mergulhos sem que a fonte de ar esteja calculada para todos os

mergulhos planejados, com reserva adequada para mais um mergulhador, em caso

de emergência (FOTO 03 E 04);

c.10)não mergulhe sem que a embarcação de apoio esteja ancorada pelo menos em

dois pontos (estaiada);

c.11)não inicie operações de mergulho sem que a bandeira sinalizadora de

mergulhadores em operação esteja içada em local bem visível;

c.12)não manobrar ferros (âncora) nem funcionar hélices, enquanto o mergulhador

estiver no fundo;

c.13)ao detonar cargas explosivas subaquáticas retire os mergulhadores da água;

c.14)não deixe um mergulhador trabalhar no interior de destroços (casco soçobrado)

sem a ajuda de outro mergulhador, que deverá segurar a mangueira no ponto de

entrada, fazendo o mesmo serviço do guia na superfície;

c.15)um mergulhador nunca deverá cortar um cabo sem antes verificar a sua

finalidade;

c.16)nunca ponha um homem no fundo, enquanto a embarcação estiver se

movimentando, a não ser em caso de emergência;

15

Page 16: Trabalho sob condições hiperbáricas

c.17)nunca deixe um homem mergulhar sem estar qualificado, exceto durante o

treinamento;

c.18)não deixe o mergulhador ir além da profundidade que está qualificado;

c.19)não deixe um homem mergulhar sem preparo físico e sem exame médico. De

acordo com as normas da DPC – Departamento de Portos e Costas, exame médico

para mergulhador é semestral, caso participe de trabalhos de emergência,

envolvendo vazamentos de hidrocarbonetos, deverá fazer exames médicos após;

c.20)não permita que um homem mergulhe sem ser instruído e treinado para operar

os tipos de equipamentos que um determinado mergulho requer;

c.21)não permita mergulhos àqueles que não conhecem os sinais padrões de

mergulho (Sinais Manuais);

c.22)nunca deixe um homem mergulhar se ele consumiu álcool em quantidade

excessiva nas últimas 24 horas;

c.23)não deixe mergulhar, um homem que esteja sofrendo de forte resfriado,

sinusite, problemas de ouvido, ou qualquer doença que se agrave com o mergulho.

Ouça o médico especialista;

c.24)não deixe um homem mergulhar se estiver cansado por não ter dormido, ou por

excesso de exercício físico ou por tensão emocional;

c.25)nunca exceda o limite de profundidade previsto para os tipos de equipamentos de

mergulho usados;

c.26)antes de iniciar o mergulho, remova de sua boca qualquer coisa que possa

engasgá-lo (dentadura, goma de mascar, etc);

c.27)o equipamento de mergulho deverá estar sempre em ótimas condições,

revisado e testado (FOTO 05);

c.28)a válvula de admissão, retenção e descarga de ar, devem ser inspecionadas

diariamente antes de se iniciar os mergulhos, verificando-se o correto

funcionamento;

c.29)o compressor de mergulho deverá estar corretamente lubrificado, limpo e com

ventilação apropriada durante o funcionamento. Se o compressor não estiver sendo

usado, deverá ser posto em funcionamento pelo menos duas vezes por semana;

c.30)a câmara hiperbárica deverá estar sempre pronta para uso e livre de todo

material combustível (FOTO 06, 07 E 08);

c.31)não provocar chama, não levar isqueiro, fósforo, cigarros ou cachimbo para o

interior da câmara (FOTO 09);

16

Page 17: Trabalho sob condições hiperbáricas

c.32)a câmara hiperbárica deve possuir Tabelas de Descompressão e Tratamento

tanto no interior como na parte externa;

c.33)a mangueira de mergulho com linha de vida, deve ser colhida em “oito” quando

em uso, e guardada em cabide apropriado após o uso. Não se deve arrastar nem

passar por cantos vivos que possam avaria-la (FOTO 10);

c.34)muitas colas e solventes usados em equipamentos de mergulho são tóxicos

e/ou inflamáveis. Observe apropriadas precauções de segurança quando fazendo

uso delas;

c.35)não inicie uma operação de mergulho quando o compressor não estiver

funcionando corretamente ou apresentar indícios de pane (FOTO 11);

c.36)certifique-se que a máscara está corretamente colocada, e a aranha de fixação

esteja corretamente fixada, o “manifold” está fechado, o aqualung de segurança

aberto e a válvula de descarga toda aberta;

c.37)nunca deixe o mergulhador descer antes de um teste final, a fim de assegurar-

se que:

c.37.1)A válvula de descarga da máscara Full - Face foi devidamente regulada;

c.37.2)a válvula de admissão foi ajustada e o ar estiver passando normalmente;

c.37.3)as comunicações pelo sistema de fonia estão em ordem;

c.37.4)a máscara Full – Face tem perfeita vedação à água (FOTO 12);

c.37.5)o mergulhador tem um suprimento de ar adequado quanto à pressão, volume

e pureza do ar;

c.37.6)o mergulhador deu sinal para a descida.

c.38)Para trabalhar com eficiência e segurança no fundo, o mergulhador deverá ter

em mente o seguinte:

c.38.1)Nunca fechar completamente a válvula de admissão do ar, a não ser em caso

de ruptura da mangueira;

c.38.2)no caso de falta total de ar (equipamento MASK), o mergulhador pode

continuar respirando o ar do interior da máscara por aproximadamente 3 minutos,

este tempo é suficiente para as medidas de emergência serem executadas.

c.39)O mergulhador não deverá permanecer no fundo, em mar grosso, forte

correnteza ou em qualquer situação que na opinião do supervisor deixe dúvidas

quanto a segurança;

c.40)nunca solde ou corte com corrente alternada, use somente corrente contínua;

17

Page 18: Trabalho sob condições hiperbáricas

c.41)quando trabalhar com casco soçobrado, tenha cuidado para que a mangueira

não fique presa em cantos vivos. Se isto acontecer, não force a mangueira, procure

libertá-la. Se não conseguir, não entre em pânico. Peça auxílio à superfície;

c.42)quando estiver em procura, mantenha sua mangueira tesada. Ande com a

mangueira esticada;

c.43)nunca deixe um mergulhador equipado se locomover no convés sem ser

atendido pelo guia;

c.44)nunca deixe um homem que não conheça os sinais padrões de mergulho, guiar

um mergulhador;

c.45)assim que o mergulhador iniciar a descida na escada, o guia deverá segurar a

linha de vida com as duas mãos e assim permanecer até o final do mergulho;

c.46)não deixe a mangueira correr livremente quando o mergulhador estiver

descendo, controle a velocidade de descida;

c.47)não deixe a mangueira muito folgada enquanto o mergulhador estiver no fundo.

Você está contribuindo para que ele se enrosque;

c.48)não tente dar sinais manuais sem antes tirar toda a folga da mangueira;

c.49)não dê sinais fortes demais, a ponto de arrancar o mergulhador do fundo. Os

sinais devem ser curtos e distintos. Jamais abandone a mangueira do mergulhador;

c.50)nunca folgue demais a mangueira, pois há o perigo do mergulhador cair.

Mantenha a linha de vida folgada somente o necessário, para que ele possa

trabalhar;

c.51)periodicamente, teste a mangueira suavemente até “sentir” o mergulhador. É

um bom meio de saber se o mergulhador mudou sua posição. Um bom guia pode

fazer isso sem que o mergulhador saiba;

c.52)um bom guia pode auxiliar o mergulhador consideravelmente. Um guia

ineficiente é um perigo em potencial;

c.53)nunca utilize um homem como guia se ele não entende o perigo de um

“esmagamento” ou “subida a balão” e o que fazer nestas circunstâncias;

c.54)o guia deverá estar constantemente alerta. Ele não deve ficar em uma posição

que possa cair na água acidentalmente;

c.55) mergulhador deve entrar e sair da plataforma de mergulho sem despender

excessivo esforço, guardando este para emprego nos trabalhos que deve realizar

n’água. Empregar preferencialmente cestas elevadas por guinchos ou escadas do

tipo “espinha de peixe”. O salto n’água só deverá ser utilizado até alturas de 3,0

18

Page 19: Trabalho sob condições hiperbáricas

metros a fim de evitar avarias nos equipamentos. Nunca saltar n’água se estiver

portando máquina fotográfica, televisão, equipamentos para testes ou qualquer outro

mecanismo que possa ser avariado pelo choque com a água;

c.56)quanto a flutuabilidade do mergulhador, este fator deverá ser determinado em

tanque de mergulho ou em águas paradas. Caso não tenha sido feito, estabelecer o

número de pesos a ser colocado no cinto do mergulhador antes que este inicie seus

trabalhos;

c.57)execução propriamente dita conquanto, esta dependa basicamente do

mergulhador não deixar de efetuar uma reunião prévia para estabelecer parâmetros

básicos a serem obedecidos na execução dos trabalhos;

c.58)o mergulhador deverá entrar na água descendo por uma escala tipo “espinha

de peixe” ou saltando da plataforma de mergulho. Quando saltando n’água deverá

fazê-lo na posição vertical quando a altura for superior a 1,0 metro e inferior a 3,0

metros. Para alturas menores que esta como bordas de embarcações pequenas, por

exemplo, deverá preferir o giro de costas.

Tanto no salto vertical quanto no giro de costas o mergulhador deverá:

1)Segurar a(s) ampola(s) do aqualung.

2)Segurar a máscara de mergulho e a válvula reguladora.

c.59)A velocidade de descida é função única da capacidade do mergulhador em

equilibrar os ouvidos. Nunca use tampões nos ouvidos ou máscaras tipo óculos. A

velocidade de subida é de 30ft/min. Ao aproximar-se da superfície estenda o braço

para cima prevenindo-se da possibilidade da existência de objeto flutuante ou

embarcação na área;

c.60)emergências são imprevisíveis mesmo nos mergulhos mais bem planejados e

que empreguem os melhores equipamentos;

c.61)o mergulhador deverá obrigatoriamente estar familiarizado com os

procedimentos de emergência.

2.5 Característica de um evento de mergulho comercial raso:

19

Page 20: Trabalho sob condições hiperbáricas

O mergulho comercial raso é caracterizado pela profundidade na

qual o trabalho será executado, da qual não deve ser superior a 50 metros.

Assim como em todas as atividades subaquáticas, no mergulho comercial raso

também se segue um padrão de segurança, desde o embarque na plataforma de

apoio ao mergulho (embarcação), até o final do mergulho e retorno para o píer.

A seqüência cronológica de eventos (ações) necessários para manutenção da

segurança durante e após os mergulhos segue descrita logo abaixo, segundo FÁBIO

OTTONI DE BRITO (2005):

1)Primeiro: Check-List dos Equipamentos

Compressor - Nível do óleo do motor, combustível, correias e possíveis vazamentos.

Umbilical - Passar ar pelos umbilicais antes da conexão nas máscaras KMB.

KMB - Testar fonia, válvula de emergência e fixação do capuz.

Cilindros de emergência - Verificar a recarga.

2)Segundo: Cuidados com a Saúde

O mergulhador deve ingerir bastante líquido, descafeinado e não alcoólico, antes e

após o mergulho, realizar alongamento antes da entrada na água.

3)Terceiro: Planejamento do Mergulho

Conhecimento da profundidade de trabalho e consulta à tabela de descompressão.

“Briefing” do supervisor para toda a equipe momentos antes do mergulho, para

esclarecimentos das atividades a serem executadas.

4)Quarto: A Equipagem do Mergulhador

Inicia-se com a colocação da roupa de neoprene, das luvas de malha e meias de

neoprene. Depois se coloca o harnês (corpete) e por cima de tudo veste-se o cinto

de lastro (chumbo).

Após estar completamente vestido, colocam-se as nadadeiras e com o auxílio da

equipe o cilindro de emergência. Por último veste-se a máscara full face KMB e fixa-

se o umbilical no harnês (corpete), através de um mosquetão.

Obs: o mergulhador deve estar portando uma faca.

20

Page 21: Trabalho sob condições hiperbáricas

5)Quinto - Teste dos Equipamentos antes da Entrada na Água

Após estar completamente equipado, o mergulhador deve fazer contato com o

supervisor, para testar a fonia e a emergência da máscara e aguardar instruções

para uma entrada na água segura.

O supervisor deve verificar a pressão de ar no tanque de volume a todo instante e

orientar o tender (auxiliar de superfície), para liberar ou recolher o umbilical da água.

6)Sexto - Após a entrada na água;

O mergulhador deve comunicar o supervisor o início da descida e a chegada ao

local de trabalho. O mergulhador deve manter contato com seu dupla durante todo o

trabalho.

O supervisor deve verificar durante os trabalhos a profundidade máxima atingida

pelos mergulhadores e monitorar constantemente o tempo de mergulho dos

mesmos.

Após o término dos trabalhos e/ou tempo de fundo, o supervisor deve orientar o

retorno dos mergulhadores à embarcação. Os mergulhadores devem comunicar o

supervisor o início da subida para superfície, o supervisor deve comunicar aos

tenders para o recolhimento dos umbilicais. A subida deve ser lenta (9m/min).

Os mergulhadores, assim como o supervisor, devem sempre ficar atentos com a

movimentação de embarcações perto da locação de mergulho.

Após a chegada à superfície, os mergulhadores devem avisar o supervisor e

embarcar na lancha através de uma escada. Os mergulhadores após saírem da

água devem se hidratar e não realizar exercícios extenuantes.

Encerra-se aí um evento completo de mergulho comercial raso.

2.6 Fundamentos Teóricos

Ainda segundo Sérgio Costa (2004), o mergulho é uma atividade

humana de origem tão remota que existem provas que datam do ano 2.000 a.C.,

encontradas no Peru. Durante séculos tentou-se diferente forma de equipamentos

para realização de mergulhos, em 1623 inventou-se um traje de mergulho que

recebia ar da superfície por meio de uma mangueira de couro e uma draga, para

21

Page 22: Trabalho sob condições hiperbáricas

recuperar tesouros; em 1837 o inglês Siebe revolucionou os sistemas de mergulho

existentes ao desenhar uma roupa de mergulho fechada, exceto nas mãos, na qual

o mergulhador ficava protegido do frio e do contato com o fundo marinho, o ar era

suprido da superfície por uma mangueira, mediante uma bomba; mais de um século

depois um engenheiro e um oficial da Marinha de Guerra francesa, Cousteau,

construíram o que seria o equipamento autônomo para respiração subaquática, com

o complemento de nadadeiras, o que permitia ao homem nadar em qualquer

direção. Atualmente, em grande parte estimulado pelo desenvolvimento e incentivo

das explorações submarinas petrolíferas, os meios técnicos em forma de

equipamentos de mergulho, instalações, equipamentos eletrônicos, câmaras de

compressão e descompressão, assim como navios de apoio na superfície, são cada

vez mais complexos e exigem um pessoal cada vez melhor preparado.

Trabalhos submersos são aqueles efetuados em meio líquido, onde

o mergulhador é submetido a pressões maiores que a atmosférica, e é exigida

cuidadosa descompressão, de acordo com as tabelas existentes na Norma

Regulamentadora n. º 15, Anexo 6.

Os mergulhadores são classificados em dois níveis, a saber, o

mergulhador raso, profundidade de até 50 metros, o qual está habilitado apenas

para operação de mergulho utilizando ar comprimido e mergulhador profundo,

profundidade a partir de 50 metros, o qual possui habilitação para operações de

mergulho que exije a utilização de mistura respiratória artificial – MRA. Conforme

mencionado anteriormente este trabalho estará abordando o mergulho raso. O

mergulho ainda pode ser:

a)Mergulho em apnéia: é o mergulho sem nenhum tipo de equipamento, no qual o

mergulhador não respira, logo, permanecendo um tempo restrito sob a água;

b)mergulho com respiração subaquática: é o mergulho realizado com a utilização de

algum tipo de equipamento para provir ar ao mergulhador.

Quanto ao gás respirado e profundidade, temos:

a)Mergulho com ar comprimido, mergulho raso. Profundidade de até 50 metros. É o

limite para a utilização do ar comprimido;

b)mergulho com mistura respiratória artificial (MRA), mergulho fundo, profundidade

maior que 50 metros. É usada uma mistura respiratória, composta de hélio e

oxigênio (HeO2).

Quanto ao tempo:

22

Page 23: Trabalho sob condições hiperbáricas

a)Mergulho Simples: é aquele realizado após um período maior que 12 (doze) horas

de outro mergulho;

b)mergulho Repetitivo: é aquele realizado antes de decorridas 12 (doze) horas do

término de outro mergulho.

2.6.1 Quanto ao Tipo de Equipamento

Ao longo dos tempos o mergulho e o homem foram evoluindo,

conforme as necessidades exigiam e isso fez com que tivesse a necessidade de

classificá-lo, quanto ao tipo de equipamento, conforme segue:

a)Mergulho autônomo: é aquele no qual a fonte de respiração é transportada pelo

mergulhador;

b)mergulho dependente: é aquele no qual a fonte respiratória está na superfície, e

chega ao mergulhador através de uma mangueira integrante do "umbilical";

c)mergulho com umbilical ligado diretamente à superfície: o mergulhador está preso

à superfície, pela linha de vida. Somente permitido em mergulho até 50 metros;

d)mergulho com sino aberto (Sinete): campânula com a parte inferior aberta e

provida de estrado, de modo a abrigar e permitir o transporte de no mínimo dois

mergulhadores da superfície ao local de trabalho. Deve possuir sistema próprio de

comunicação, suprimento de gases de emergência, vigias que permitam a

observação de seu exterior e equipamentos de filmagem fixados no sinete e na

KMB. É exigido em mergulhos de até 90 metros, e é também exigido para mergulhos

em plataformas de petróleo até 50m;

e)mergulho com sino de mergulho fechado: câmara hiperbárica especialmente

projetada para ser utilizada em trabalhos submersos, com a mesma pressão do

ambiente de trabalho. É uma campânula fechada, utilizada para transferir os

mergulhadores, sob pressão, entre o local de trabalho e a câmara de

descompressão de superfície.

2.6.2 Algumas Técnicas Utilizadas no Mergulho

23

Page 24: Trabalho sob condições hiperbáricas

Em qualquer ramo de atuação é imprescindível que busque o

caminho mais curto para chegar a um resultado satisfatório, por isso a técnica

utilizada com eficácia, poderá fazer a diferença, na seqüência algumas técnicas

utilizadas para o mergulho:

a)Mergulho Unitário ou de Intervenção (bounce diving), é o mergulho caracterizado

pelas seguintes condições:

a1)Utilização de mistura respiratória artificial;

a2)quando do retorno à superfície, o mergulhador deverá ser descomprimido;

a3)tempo de trabalho de fundo limitado há 160 minutos, em caso de utilização de

sino aberto;

a4)utilizando sino de mergulho, o tempo de fundo não poderá exceder:

a4.1)noventa (90) minutos para mergulhos até 90 metros;

a4.2)sessenta (60) minutos para mergulhos entre 90 e 120 metros;

a4.3)trinta (30) minutos para mergulhos entre 120 e 130 metros.

b) Mergulho com técnica de saturação, procedimentos pelos quais o mergulhador

evita repetidas descompressões para a pressão atmosférica, permanecendo

submetido à pressão ambiente maior que aquela, de tal forma que seu organismo se

mantenha saturado com os gases inertes das misturas respiratórias. O mergulhador

permanece saturado numa câmara de superfície durante a operação. O tempo

máximo de permanência saturado é de 28 dias.

2.6.3 As equipes de Mergulho Com Profundidade até 50 Metros

O homem nasceu para viver no coletivo, isso é percebido ao longo

da história e cada vez mais vem procurando acentuar este costume. E no mergulho

também não foge à regra, conforme segue:

a)Equipe básica para descompressão na água utilizando ar comprimido:

01supervisor;

01mergulhador para execução do trabalho;

01mergulhador de reserva, pronto para intervir em caso de emergência;

01auxiliar de superfície.

24

Page 25: Trabalho sob condições hiperbáricas

b)Com descompressão em câmara na superfície: (Equipe básica descrita no item a)

acrescida de um (01) mergulhador e de um (01) operador de câmara de

descompressão quando houver.

c)Trabalhos em condições perigosas: Equipe básica descrita no item a ou b

acrescida de um (01) mergulhador na equipe básica, que ficará submerso.

d)Trabalho que exija dois (02) ou mais mergulhadores submersos: em toda

operação de mergulho em que, para a realização do trabalho for previsto o emprego

simultâneo de dois (02) ou mais mergulhadores na água, deverá existir no mínimo

um (01) mergulhador de reserva, para cada dois (02) submersos.

2.6.4 Mergulho Autônomo

Obrigatório dois (02) mergulhadores submersos de modo que um

possa, em caso de necessidade, prestar assistência ao outro. Esta operação deverá

ser apoiada por uma embarcação miúda. O mergulho autônomo somente será

utilizado em casos especiais, quando as condições de segurança indiquem ser mais

apropriado.

2.7 Acidentes Tratamentos e Profilaxia

Segundo ROBERTO TRINDADE (2002), pode-se dizer que o

homem vive entre a superfície de um mar líquido e o fundo do mar gasoso. O peso

dessa camada gasosa exerce sobre sua superfície corporal uma pressão de 1

Kg/cm2, a chamada pressão atmosférica, a qual seu organismo está adaptado. Ao

aventurar-se nas incursões submarinas, passa a enfrentar uma série de elementos

adversos. O primeiro mergulho sem equipamento foi certamente limitado quanto à

profundidade e duração, servindo para despertá-lo para a beleza do mundo

submarino. Muitos na época desejavam através de engenhos introduzir o homem

nesse meio, porém muitos desses engenhos eram incapazes de resistir a uma

experimentação prática, os quais mais tarde tornaram-se exeqüíveis. Com a

invenção dos compressores de ar comprimido surgiram as primeiras experiências

com os chamados aparelhos dependentes, e mais tarde o equipamento autônomo.

25

Page 26: Trabalho sob condições hiperbáricas

Com o avanço tecnológico o mergulho de saturação e o mergulho profundo são

realidades incontestes.

Ao ingressar neste mundo o homem deparou-se com uma série de

condições adversas, as quais sejam: meio respiratório; variação da pressão e do

volume com os deslocamentos verticais; saturação e dessaturação; o frio; a

visibilidade; redução do peso absoluto; a degradação do trabalho e os seres

marinhos.

Em virtude dessas condições adversas o homem deparou-se

também com os efeitos que tais adversidades podem causar ao organismo, bem

como, os sintomas e sinais, procurando em função de tais condições, o tratamento e

profilaxia.

Ainda segundo ROBERTO TRINDADE (2002), é importante destacar

que todo mergulho carrega riscos de ferimentos por causa de fatores únicos ao

ambiente aquático e pelos exercícios físicos extenuantes. A maioria desses riscos

pode ser tremendamente reduzida através de um bom planejamento, da preparação

e do julgamento antes do mergulho. Práticas cautelosas e atenção à sua capacidade

para o mergulho e à de seu companheiro e a dedicação para manter as habilidades

de mergulho, podem reduzir as chances de ferimentos. Porém eliminar todos os

riscos é praticamente impossível.

2.8 Fatores Motivacionais Que Levam o Homem a Praticar Mergulho Comercial

Neste momento procurou-se analisar o que os pensadores abordam

a respeito do tema motivação. Os filósofos afirmam que a razão e a vontade

guiavam o comportamento humano. Entretanto, as pesquisas com seres humanos e

animais forçaram os psicólogos a concluir que nem todos os comportamentos

humanos são guiados pela razão e começaram a estudar outros fatores que

poderiam servir como fontes de motivos. Tais fontes foram enquadradas em quatro

categorias, de acordo com FIAMENGHI (2001, p. 41):

26

Page 27: Trabalho sob condições hiperbáricas

Alguns comportamentos humanos, assim como o de animais, são motivados por fatores biológicos básicos, particularmente a necessidade de comida, água e regulação de temperatura;Os fatores cognitivos motivam o comportamento humano. As pessoas geralmente se comportam de certas formas por causa do que elas pensam ser possível e de como elas antecipam como os outros vão reagir.Os fatores emocionais fornecem uma terceira fonte de motivação. Uma pessoa que tenha quase morrido de fome poderá, mais tarde, acumular comida, não porque haja risco real de fome no futuro, mas porque o pensamento de ficar sem comida cria desequilíbrio emocional. O pânico, medo, raiva, amor, ódio e muitas outras emoções podem ser cruciais para o comportamento, estendendo-se do egoísmo até o assassinato brutal.As pessoas reagem aos pais, professores, irmãos, amigos, televisão e outras fontes. A influência combinada destes fatores sociais na motivação tem efeito profundo em virtualmente todos os aspectos do comportamento humano. Denomina-se assim, comportamento motivado o comportamento dirigido em relação ao significado da estimulação, para atingir um objetivo.

“A motivação é a insistência em caminhar em direção a um objetivo”,

conforme SINGER (1977, p.47). Porém, existem ocasiões onde o incentivo principal

pode ser o alcance de uma recompensa, tal como ter o nome impresso, ganhar um

troféu ou elogio. Em outras ocasiões, o incentivo pode tomar a forma de um impulso

interno para o sucesso, para provar ou conseguir algo para se auto-realizar.

Conforme artigo divulgado por MIRANDA e RIBEIRO (1997, p. 80)

definem que: o termo motivação no trabalho de alto rendimento tem sua importância

justificada pela própria característica do trabalho que é desenvolvido pelos fatores

sociais. As altas cargas de treinamento despendidas diariamente podendo chegar

até seis horas por dia.

Assim, considerando a relação entre êxito e fracasso como

características da motivação de rendimento, sugere-se que o desempenho do

mergulhador comercial funciona como uma montanha-russa, onde a convivência

com o fracasso e o êxito exige um aprendizado constante. No entanto, MIRANDA e

RIBEIRO (1997), consideram que as razões dadas pelos indivíduos para seus

sucessos relativos podem ser colocadas em várias escalas continuas, expressando

motivos externos ou internos a eles próprios.

27

Page 28: Trabalho sob condições hiperbáricas

Motivos internos e externos são chamados de atributos internos, e estes compreendem esforço e habilidade, ou seja, ao perderem, ou se não se esforçarem bastante individualmente ou, sua equipe e o culpado ou, por ocasião de uns trabalhos realizados com êxito, que possuem melhor técnica. E os externos compreendem fatores como sorte, ou um maior esforço deste (MIRANDA e RIBEIRO, 1997, p.81).

Entende-se, assim, que a motivação seja um impulso que venha de

dentro e que tem, portanto, suas fontes de energia no interior de cada pessoa. É

interessante notar que, cada dia mais, os autores têm-se referido à importância das

fontes internas ou intrínsecas de energia motivacional, deixando sempre subjacente

à crença de que nada se pode fazer para conseguir motivação de uma pessoa, a

não ser que ela mesma esteja espontaneamente predisposta.

É evidente que todo desempenho supõe que duas condições sejam

preenchidas, conforme cita (BERGAMINI, 1997, p. 83):

Que seja capaz de executá-la (aptidão) e que se tenha a vontade (motivação). Assim, o propósito é o de analisar os determinantes do desempenho, mas somente situar e definir concretamente a motivação. Deve-se então, ter em mente que essencialmente se trate de um processo que implica a vontade de efetuar um trabalho ou de atingir um objetivo, o que cobre três aspectos: fazer um esforço, manter esse esforço até que o objetivo seja atingido e consagrar a ele a necessária energia. Em outras palavras, motivação, é a direção e a amplitude das condutas, que comportamento é escolhido e com que vigor e intensidade.

3 RECURSOS

Serão utilizados para fins ilustrativos fotos, vídeos, gráficos, tabelas

e outros documentos.

28

Page 29: Trabalho sob condições hiperbáricas

4 CONCLUSÕES

A elaboração deste trabalho foi muito gratificante, pois encontramos

muita dificuldade na pesquisa de material técnico e didático, por tratar-se de uma

área ainda pouco explorada e quase não divulgada pela Engenharia de Segurança.

No decorrer da pesquisa, nos deparamos com situações diversas na execução dos

trabalhos submersos, vários foram os relatos sobre falta de apoio técnico para

melhor compreensão no que se refere à execução das tarefas dentro de condições

seguras, pois a área da Engenharia de Segurança, está apenas começando a

participar dos trabalhos do mergulho comercial raso, face a escassez de

profissionais habilitados simultaneamente nas duas áreas que envolvem este tipo de

atividade. A Engenharia de Segurança tem muito a pesquisar e evoluir, para atuar

na área citada, a carência de dados e falta de informações técnicas fazem com que

os trabalhos sob condições hiperbáricas não sejam tão bem compreendidos pelos

profissionais da área de segurança, pois a dificuldade em elaborar um programa de

segurança adequado aos trabalhos em ambientes aquáticos, os tornam propícios a

causarem acidentes a quem os executam. A falta de acesso a materiais técnicos e à

prática de mergulho, dificulta a pesquisa e análise dos riscos encontrados no

ambiente submerso.

Desejamos que o nosso trabalho sirva como ponto de partida para

novas pesquisas, subsidiando profissionais da área de Engenharia de Segurança e

da área de Mergulho Comercial Raso, com informações úteis, que poderão ser de

grande valia para os próximos pesquisadores, que necessitem desta literatura para

suas referências.

29

Page 30: Trabalho sob condições hiperbáricas

5 REFERÊNCIAS

DRUCKER (1986) (7) site www.sobes.com.br

ROSSETTI, P. J. Introdução à Economia. 13ª ed., São Paulo: Atlas S/A, 1988. p.30-40. (7)

ADOLFSON, M. e BERGHAGE,B. (1974) (9) site www.sobes.com.br

SERGIO COSTA (2004) (11) (21) site www.brasilmergulho.com.br

FREDERICO NERY (2005) (13) (14) site www.brasilmergulho.com.br

FABIO OTTONI DE BRITO (2005) (20) site www.vidamar.org.br

TRINDADE, R. Manual de Rescue Diver. Rio de Janeiro:PDIC do Brasil, 2002. (25)(26)

FIAMENGHI, J. G. A. Motivos e Emoções. São Paulo: Mackenzie, 2001. 75p.(26)

SINGER, R. N. Psicologia dos Esportes. Mitos e verdades. 2ª ed., São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1997. p.79-88. (27)

MIRANDA, R; RIBEIRO, L. C. Motivação: A Compreensão teórica para a melhoria do desempenho atlético nos treinamentos e competições esportivas. Treinamento desportivo. V. 2. Nº 01 São Paulo: 1997. p 79-88.(27) (28)

BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 4ª ed., São Paulo: Atlas S/A, 1997. 199p. (28)

SANTOS, A.R dos. Metodologia científica. A construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A editora, 1999.

REVISTA PROTEÇÃO, EDIÇÃO DE JANEIRO DE 2005.

MANUAL DE OPERAÇÕES DE MERGULHO DA EMPRESA SUB-MARINE.

NORMAS MARÍTIMAS (NORMAM 15) E NORMA REGULAMENTADORA (NR 15).

www.brasilmergulho.com acesso 15/06/2004www.submarineserviços.com.br acesso 15/06/2004www.sobes.com.br acesso 16/06/2004www.vidamar.org.br acesso 20/07/2004www.mte.gov.br acesso 20/07/2004

30

Page 31: Trabalho sob condições hiperbáricas

6 ANEXOS

ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MERGULHADORES

1) Sexo

a) ( ) Masculino

b) ( ) Feminino

2) Idade

a) ( ) 20 a 25 anos

b) ( ) 25 a 30 anos

c) ( ) 30 a 35 anos

d) ( ) acima 35 anos

3) Tempo de experiência

a) ( ) de 0 à 3 anos

b) ( ) de 3 à 6 anos

c) ( ) de 6 à 9 anos

d) ( ) de 9 à 12 anos

4) Grau de instrução

a) ( ) Ensino médio incompleto

b) ( ) Ensino médio completo

c) ( ) Terceiro grau incompleto

d) ( ) Terceiro grau completo

e) ( ) Especialização incompleta

f) ( ) Especialização completa

g) ( ) Outros

5) Com que freqüência você mergulha?

6) Qual o tempo de repouso que você observa entre os mergulhos?

7) Quais os equipamentos que você utiliza? Qual a condição dos mesmos?

31

Page 32: Trabalho sob condições hiperbáricas

8) Escolheu esta profissão por influência

a) ( ) Própria

b) ( ) De amigos

c) ( ) De pais

d) ( ) Outros

9) Como é formada sua equipe?

10) Quais as condições do barco que sua equipe utiliza? Quais os equipamentos de

navegação e comunicação que o barco possue?

11) Você já teve problemas ocasionados pelo mergulho?

12) Caso afirmativo, qual o tipo de acidente que você sofreu?

13) Quais as medidas tomadas?

14) Quais as medidas preventivas que sua equipe utiliza para evitar acidentes?

15) Você faz avaliação médica periódica? Qual a periodicidade e quais os exames

solicitados?

16) Você já presenciou algum acidente de mergulho? Quais as conseqüências do

mesmo?

17) Qual é a profundidade mais freqüente que você mergulha?

18) Qual a atividade mais freqüente que você realiza sob a água?

19) Quem lhes dá suporte em casos de emergência?

20) Qual foi seu mergulho inesquecível? Por quê?

32

Page 33: Trabalho sob condições hiperbáricas

ANEXO 02 - DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Aplicamos o questionário ao grupo de mergulhadores que nos forneceu

apoio técnico na elaboração deste trabalho. O grupo é formado por dois

supervisores e dez mergulhadores, que atuam na costa marítima sul brasileira. O

grupo é formado na sua totalidade por integrantes do sexo masculino, a maioria

possui entre trinta e trinta e cinco anos de idade, possui também mais de nove anos

de experiência na área de mergulho, escolaridade ao nível de segundo grau

completo, sendo que a minoria possui nível superior, pois a atividade não exige que

o profissional possua o terceiro grau, porém os que o possuem adquirem uma visão

diferenciada da sua profissão podendo estabelecer parâmetros de comparação com

outras profissões, tomando consciência da real dimensão da importância que sua

atividade possui.

O grupo foi unânime em reconhecer a excelente qualidade dos

equipamentos individuais por eles utilizados e que os mesmos encontram-se em

boas condições de uso, porém quando se trata dos equipamentos coletivos,

embarcação, também foram unânimes em defini-la como em condições precárias,

devido ao fato de ser muito antiga. Possue um radar que está em mal estado de

conservação e um rádio VHF.

A maioria absoluta nunca sofreu nenhum acidente de mergulho com

conseqüências, apenas a minoria já apresentou algum sintoma de mal

descompressivo, mas de grau muito leve, não havendo necessidade de afastamento

mesmo temporário. Da mesma forma a maioria também nunca presenciou acidentes

com outro mergulhador.

Toda equipe passa por exames médicos periódicos de seis em seis meses,

exigidos pelas normas, todos são treinados continuamente em primeiros socorros

aplicados à atividade subaquática, bem como treinamentos técnicos para melhor

execução de suas tarefas, briefing’s antes da execução de qualquer mergulho são

práticas rotineiras para a equipe em questão.

Perguntados sobre o seu mergulho inesquecível, os relatos foram todos de

grande emoção e nos levaram um pouco a imaginar o mundo no qual esses homens

trabalham, tão diferente do nosso, executando tarefas que em condições normais,

em terra, já seriam extremamente extenuantes e perigosas, porém exercem sua

profissão de maneira digna e com extremo profissionalismo, sempre respeitando às

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normas de segurança, bem como em harmonia com o meio subaquático, dando

atenção especial a qualidade dos serviços prestados, observando a técnica

apropriada na execução de cada tarefa específica, porém não esquecendo de

preservar o meio ambiente.

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ILUSTRAÇÕES

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Page 36: Trabalho sob condições hiperbáricas

ROUPAS DE NEOPRENE

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Page 37: Trabalho sob condições hiperbáricas

BANDEIRA ALFA

CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS – BANDEIRA ALFA

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Page 38: Trabalho sob condições hiperbáricas

BANDEIRA DE MERGULHO

CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS – BANDEIRA INDICATIVA DE MERGULHO

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COMPRESSOR E CILINDROS UTILIZADOS

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COMPRESSOR UTILIZADO PARA RECARREGAR OS CILINDROS DE AR

COMPRIMIDO

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EQUIPAMENTOS

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Page 42: Trabalho sob condições hiperbáricas

VISTA DA CAMARA HIPERBÁRICA

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Page 43: Trabalho sob condições hiperbáricas

VISTA DA CAMARA HIPERBÁRICA

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Page 44: Trabalho sob condições hiperbáricas

VISTA LATERAL DA CAMARA HIPERBÁRICA

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Page 45: Trabalho sob condições hiperbáricas

VISTA INTERNA DA CÂMARA HIPERBÁRICA

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UMBILICAL

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COMPRESSORES

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MÁSCARA KIRBY MORGAN (KMB)

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