Equipamento de Proteção Individual

Todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos que possam ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Legislação:

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, de forma gratuita, EPI (Equipamento de Proteção Individual) adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) Para atender situações de emergência.

Obrigações do Empregador:

1 Adquirir o EPI (Equipamento de Proteção Individual) adequado ao risco da atividade;

2 Exigir seu uso;

3 Fornecer somente o EPI (Equipamento de Proteção Individual) aprovado pelo órgão nacional competente;

4 Orientar e treinar o trabalhador quanto ao uso, guarda e conservação;

5 Substituir imediatamente, quando extraviado ou danificado;

6 Responsabilizar-se por sua manutenção e higienização;

7 Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) qualquer irregularidade observada.

Compete aos Órgãos Regionais do Ministério do Trabalho

1 Orientar os empregadores e trabalhadores rurais quanto ao uso dos EPI’s, quando solicitados ou em inspeção de rotina.

2 Fiscalizar o uso adequado e qualidade dos EPI’s. Obs.: O Ministério do Trabalho poderá determinar o uso de outros EPI’s, quando julgar necessário.

Obrigações do Empregado:

1 Utilizar o EPI (Equipamento de Proteção Individual) apenas para a finalidade a que se destina;

2 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;

3 Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

4 Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado do equipamento.

Tipos de EPI´s Utilizados no Campo

Iremos Abordar os seguintes equipamentos de proteção

Proteção Auditiva

O ruído influência os trabalhadores a nível fisiológico, com reflexos nocivos sobre o aparelho auditivo e outras funções orgânicas, provocando tensões que podem gerar situações favoráveis à ocorrência de acidentes e a desgaste psíquico.

Estes riscos podem ser reduzidos.

Existem, fundamentalmente, dois tipos de protetores de ouvidos: - Tampões; - Auricular tipo abafador.

A escolha criteriosa dos protetores auditivos obedece a um procedimento técnico específico:

1. Determinação do espectro de ruído no posto de trabalho em análise; 2. Seleção do protetor cuja atenuação conduz o ruído, que passa através dele, a níveis considerados não perigosos; 3. Escolha de protetores que não atenue em demasia o ruído, sob pena de não se ouvir nada, com as consequências que daí pode advir ao nível da presença de outros fatores de risco.

Proteção das Vias Respiratórias

 Os trabalhadores podem estar sujeitos, de um modo frequente ou ocasional, a poluição no seu ambiente de trabalho. As causas desta situação são, muitas vezes, devidas fundamentalmente:

    · À manipulação ou existência de produtos necessários, ou não, para a execução das tarefas;    · À ausência de colocação na concessão de sistemas de aspiração na fonte de poluição que limitem ou suprimam ao máximo a emissão de poluentes;    · À ausência de ventilação adequada dos locais de trabalho.

Os EPI’s para as vias respiratórias visam proteger os trabalhadores contra agentes químicos perigosos e, ainda, contra a insuficiência de oxigénio.

A atmosfera dos locais de trabalho pode estar contaminada por duas razões:    · Existência de agentes químicos agressivos, tais como gases, vapores, neblinas, fibras, poeiras e/ou partículas;    · Deficiência em oxigénio (< 17 %).

Os equipamentos de proteção respiratória podem ser de dois tipos:

·         Aparelhos Filtrantes: são aparelhos dependentes do meio ambiente – o ar ao ser inalado passa através de um filtro que retém as impurezas (máscaras para filtragem física ou química do ar inalado);·         Aparelhos Isolantes: são aparelhos independentes do meio ambiente – fornecem ar ou oxigénio a partir de uma fonte não contaminada, proveniente de um meio ambiente diferente daquele onde se encontra o utilizador.

Aparelhos Filtrantes

Os aparelhos filtrantes têm por função filtrar o ar necessário à respiração de um indivíduo. No entanto, apenas podem ser utilizados quando a atmosfera contém oxigénio suficiente para a respiração (>17%).

A peça facial é o órgão do aparelho de proteção respiratória que está em contato com a face do utilizador e à qual estão ligados os restantes elementos do aparelho. As peças faciais podem classificar-se como:    · Máscara: equipamento protetor mais completo, pois cobre as vias respiratórias e os órgãos visuais;    · Semi-máscara ou mascarilha: apenas cobre a entrada das vias respiratórias;    · Quarto de máscara;    · Conjunto bucal com pinça nasal;    · Capacete;    · Capuz.

Existem vários tipos de filtros, utilizáveis de acordo com os agentes contaminantes a reter:    · Filtros de partículas;    · Filtros de gases e vapores;    · Filtros de partículas, gases e vapores.

Os filtros de partículas têm diferentes capacidades de proteção, conforme se pode constatar no quadro seguinte.

Os filtros de gases e vapores classificam-se de acordo com o contaminante para o qual estão preparados e os principais são:

Os filtros dos tipos A, B, E e K podem combinar-se entre si e também com os filtros de poeiras, constituindo-se, assim, os filtros combinados (partículas, gases e vapores).

Aparelhos Isolantes 

A necessidade de penetração em ambiente cujo grau de poluição é incompatível com o uso de máscaras anti gás ou quando situados a grandes distâncias da fonte de ar puro, conduz à utilização destes aparelhos.

São concebidos para garantir o fornecimento durante várias horas do ar necessário à respiração, garantindo ao seu utente uma completa autonomia, quer relativamente ao ambiente, quer de liberdade de movimento nesse ambiente. A sua utilização principal é em missões de salvamento, especialmente em casos de incêndio, salientando-se que estes aparelhos só deverão ser confiados a pessoal que tenha recebido uma formação específica.

Nos aparelhos isolantes o ar fornecido aos trabalhadores é assegurado a partir de uma fonte não contaminada, externa à atmosfera do local de trabalho.

Os aparelhos isolantes podem ser de dois tipos:    - Autónomos;    - Não autónomos.

Aparelhos Isolantes Autónomos

Incorporam a fonte de ar limpo a partir de garrafas. Classificam-se em:     o    Aparelhos de circuito aberto: quando o ar expirado é projetado para a atmosfera por intermédio de uma válvula de expiração. Estes aparelhos podem ainda ser:                §  De ar comprimido de débito comandado: se existe um dispositivo que limita a admissão de ar à fase de inalação do ciclo respiratório, de modo a economizar o ar disponível;                §  De ar comprimido de débito comandado de pressão positiva: se existe um dispositivo que mantém uma pressão positiva do ar na peça facial, em relação à pressão ambiente;

    o    Aparelhos de circuito fechado: quando o ar expirado é purificado do dióxido de carbono resultante da respiração e do vapor de água que contém, por um dispositivo de filtração situado no interior do aparelho e, posteriormente, enriquecido da quantidade de oxigénio necessária para o ciclo respiratório seguinte. Estes aparelhos podem ser:                §  De gerador de oxigénio;                §  De oxigénio liquefeito;                §  De oxigénio comprimido.

Estes aparelhos de proteção respiratória têm a desvantagem de apresentarem uma baixa autonomia e de sujeitarem o utilizador a um peso excessivo. Não devem ser utilizados por pessoas que sofram de asma ou bronquite.

São utilizados, essencialmente, para situações de  emergência , quando exista ou se pressuponha que exista falta de oxigénio, muito altas concentrações de contaminantes ou condições imediatamente perigosas para a saúde e vida.

Os aparelhos autónomos devem ter uma manutenção rigorosa.

Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível

Factos"A queda constitui a 2ª causa de morte dos acidentes de trabalho”

Uma em cada cinco vítimas não sobrevive a uma queda grave.

A utilização do EPI Anti-Queda é a única forma de garantir que saímos ilesos em caso de acidente. "

Sempre que a proteção coletiva não puder, por razões técnicas ou por razões económicas (o seu custo é tão elevado que não justifica a respectiva utilização), ser aplicada, é necessário utilizar o equipamento individual para proteção contra quedas – cinto ou arnês de segurança com cabo de amarração e dispositivos de fixação, de modo a limitar quedas livres superiores a 1 metro.

Tipologia dos equipamentosExistem 2 tipos de Equipamentos de Proteção em Altura:

Travamento: asseguram o travamento de queda (ex: trabalhos em coberturas) (ex: trabalhos em coberturas)

Posicionamento: suportam e posicionam o trabalhar na sua área de trabalho (ex: limpeza de fachadas)

Aquando uma situação de queda, existe um período desde o início até ao momento em que o equipamento atua a essa fracção de tempo o individuo fica em queda livre. Durante a queda o peso do corpo faz aumentar a velocidade da mesma, daí que quanto for maior a altura do ponto de queda, maior será a velocidade adquirida pelo corpo. Quando o sistema de proteção é acionado, este faz com que a velocidade de queda do corpo diminua, visto que toda a energia produzida durante a queda é transferida para o EPI, que acua como dissipador de energia.

A distância que o corpo precisa percorrer para ser imobilizado, denomina-se por distância de desaceleração, no qual o sistema de travamento tem de ser bastante forte para absorver o impacto e suportar a respectiva queda, mas de forma a que não seja transferida uma força excessiva para o corpo.

O EPI de proteção em altura a adoptar para cada tipo de trabalhador, deve ser tido em conta pelo empregador com base numa análise da avaliação de riscos inerentes a cada atividade, bem como com formação adequada sobre a colocação, utilização e manutenção dos mesmos equipamentos.

Além da escolha adequada do tipo de EPI para trabalhos em altura, é importante que cada componente seja utilizado corretamente e para o fim a que se destina, caso contrário à utilização do equipamento pode ser letal no caso de acidente.

Proteção contra Quedas

Os equipamentos de proteção contra quedas devem ser usados em todos os trabalhos que apresentam risco de queda em altura, podendo em certos casos serem associados a dispositivos mecânicos amortecedores de quedas.

Estes equipamentos devem garantir que o trabalhador não sofra quedas livres superiores a 1 m.

Devem ser utilizados em trabalhos de montagem de estruturas metálica, ou outros que ofereçam perigo de queda, devendo, no entanto, ser tomadas todas as medidas necessárias para que sejam realmente utilizados em boas condições de modo a exercerem plena proteção.

Estas proteções são constituídas por dois sistemas distintos:·.

Sistemas paraquedas; Sistemas de adaptação ao trabalho (cintos de trabalho).

Sistemas paraquedas

Os sistemas de paraquedas podem ser de vários tipos, no entanto, todos eles possuem os seguintes elementos:··.

Acessórios: permitem a ligação entre as diferentes partes que compõem o sistema. Estes acessórios devem estar protegidos contra a oxidação;

Ancoragens estruturais: sistemas de ligação a um elemento estrutural, estes dispositivos podem ser de vários tipos;

Arneses: são elementos de suporte constituídos por correias principais e secundárias, devem ser adaptados à morfologia do corpo humano e não provocar incómodo, sendo de material sintético, com largura não inferior a 40 mm para as correias primárias e 20 mm para as secundárias.

Estes elementos quando associados, constituem sistemas de paraquedas designados por:·.

Sistema paraquedas de encravamento automático; Sistema paraquedas sobre suporte de segurança rígido; Sistema paraquedas sobre suporte de segurança flexível; Sistema paraquedas com amortecedor.

Cordas

Arneses e guinchos

Modo de Utilização

Para utilizar corretamente este equipamento e prevenir acidentes, resultantes de queda livre do trabalhador, é necessário ter em atenção algumas regras:·.

Utilizar sempre e permanentemente o equipamento de proteção durante a duração do trabalho a efetuar;

Nunca modificar o equipamento e a sua instalação, este procedimento deve ser efetuado por um funcionário qualificado;

Respeitar as regras de utilização próprias do equipamento a empregar; Evitar, durante a utilização, que o equipamento se enrede ou se misture com os

diversos obstáculos, para que o desempenho do equipamento não seja afetado; Evitar contato do equipamento com:

o Arestas vivas;o Superfícies rugosas;o Pontos quentes;o Matérias corrosivas;

Assinalar todas as anomalias ou defeitos do equipamento à pessoa responsável pelo material;

Nunca reutilizar um equipamento que tenha sofrido uma queda; O sistema de paraquedas como equipamento de proteção individual que é só deve

ser utilizado por um único trabalhador.

Manutenção

Estes sistemas devem ser instalados e mantidos de acordo com regras precisas, pois só assim permitem a realização dos trabalhos em segurança:··.

Pontos de ancoragem

Os pontos de ancoragem, sobre os quais é necessário fixar o equipamento, deverão ser seguros, acessíveis. Devem suportar, para as condições de utilização, uma força estática de 10 KN durante 3 minutos sem deformação permanente.··.

Componentes

Os exames devem se efetuados antes da colocação ou retirados em serviço dos componentes, compreendendo a sua instalação e todas as vezes que tal for necessário, especialmente na sequência de qualquer falha, reparação ou paragem de uma queda. As verificações gerais periódicas devem ser realizadas sobre todos os componentes que estejam em serviço ou em stock, tendo em vista a detecção de anomalias nos seus elementos.··.

Verificações periódicas

Os diversos sistemas devem ser alvo de verificações periódicas aos seus componentes, sendo essa verificação diferente de sistema para sistema, assim:··.

o Para os arneses paraquedas deve ser verificado o bom estado e solidez aparente do dispositivo de engate incorporado e das fivelas de aperto, bem como o bom funcionamento dos dispositivos que impedem qualquer deslizamento apreciável das correias no interior das fivelas de aperto;

o Para os sistemas paraquedas móveis sob suporte flexível deve ser verificada a facilidade de deslizamento da corrediça sob o suporte e a existência de batente em bom estado no final do suporte;

o Para os sistemas paraquedas de encravamento automático deve ser verificada a tensão de encravamento automático exercido ao longo do comprimento do cabo, a facilidade de deslizamento da corrediça ao longo do comprimento interior da caixa e o bom funcionamento do sistema de bloqueio aquando da aceleração do tambor de enrolamento / desenrolamento;

Instalação

Antes da instalação de sistema deve ser verificado que não existe qualquer obstáculo permanente ou ocasional, susceptível de ser adverso quer para o utilizador quer para o sistema, ao longo da queda ou do movimento pendular que se origina após a queda.