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1 Contexto Histórico Surgiu a partir da segunda metade do século XIX. As ideias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço. As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico. Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos frequentes com as grandes cidades europeias. Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado. Assim como vários outros movimentos (Simbolismo, o Romantismo, o Parnasianismo e outros), o Realismo surgiu no século XIX, na França. A segunda metade do século XIX foi marcada por um período de profundas mudanças no modo de pensar e agir das pessoas. As contradições sociais começaram a aparecer em decorrência da Revolução Industrial, e todos esses fatores influenciaram as artes de um modo geral, sobretudo a literatura. O egocentrismo romântico deu lugar às correntes cientificistas que buscavam explicar fenômenos sociais, naturais e psicológicos sob o viés de teorias materialistas. A subjetividade, comum ao Romantismo e ao Simbolismo, foi substituída pela objetividade das ideias do Realismo. Essas filosofias influenciaram o movimento, que visava à observação da realidade, por meio da razão e da ciência. A geração romântica não se baseava nesses conceitos, uma vez que o Romantismo prezava pela subjetividade. Os realistas trabalham todos os aspectos e emoções com a materialidade. O Realismo possui características, como falado no parágrafo anterior, fundamentadas no pensamento concreto, lógico e científico. A idealização dos objetos e sentimentos, executados pelos poetas românticos, são desprezados no meio dos realistas. A poesia do Realismo é focada nas críticas sociais, em descrever a realidade tal como ela é. A descrição é uma característica marcante nessa escola. O amor e as donzelas do Romantismo perdem o valor no Realismo, reduzindo a mulher a apenas um objeto de prazer e dos homens. Elas são com quem os homens cometem o adultério. Com um formato simples na escrita, os realistas procuravam justificativas para as atitudes dos personagens. O Realismo iniciou-se na França, em 1857, com a publicação de “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. No Brasil foi em 1881, com “Memórias Póstumas da Brás Cubas” de Machado de Assis e “O Mulato” de Aluísio Azevedo.

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Trabalho sobre o estilo literário Realismo

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Page 1: Trabalho Realismo

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Contexto Histórico

• Surgiu a partir da segunda metade do século XIX.

• As ideias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço.

• As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico.

• Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos frequentes com as grandes cidades europeias.

• Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado.

Assim como vários outros movimentos (Simbolismo, o Romantismo, o Parnasianismo e outros), o Realismo surgiu no século XIX, na França. A segunda metade do século XIX foi marcada por um período de profundas mudanças no modo de pensar e agir das pessoas. As contradições sociais começaram a aparecer em decorrência da Revolução Industrial, e todos esses fatores influenciaram as artes de um modo geral, sobretudo a literatura. O egocentrismo romântico deu lugar às correntes cientificistas que buscavam explicar fenômenos sociais, naturais e psicológicos sob o viés de teorias materialistas. A subjetividade, comum ao Romantismo e ao Simbolismo, foi substituída pela objetividade das ideias do Realismo. Essas filosofias influenciaram o movimento, que visava à observação da realidade, por meio da razão e da ciência. A geração romântica não se baseava nesses conceitos, uma vez que o Romantismo prezava pela subjetividade. Os realistas trabalham todos os aspectos e emoções com a materialidade.

O Realismo possui características, como falado no parágrafo anterior, fundamentadas no pensamento concreto, lógico e científico. A idealização dos objetos e sentimentos, executados pelos poetas românticos, são desprezados no meio dos realistas. A poesia do Realismo é focada nas críticas sociais, em descrever a realidade tal como ela é.

A descrição é uma característica marcante nessa escola. O amor e as donzelas do Romantismo perdem o valor no Realismo, reduzindo a mulher a apenas um objeto de prazer e dos homens. Elas são com quem os homens cometem o adultério. Com um formato simples na escrita, os realistas procuravam justificativas para as atitudes dos personagens.

O Realismo iniciou-se na França, em 1857, com a publicação de “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert.

No Brasil foi em 1881, com “Memórias Póstumas da Brás Cubas” de Machado de Assis e “O Mulato” de Aluísio Azevedo.

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Características do Estilo

Entre as principais características da linguagem realista, podemos destacar:

• Objetivismo (Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental); • Representação mais fiel da realidade;

• Linguagem culta e direta;

• Narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico;

• Descrições e adjetivações objetivas, com a finalidade de captar a realidade de maneira fidedigna;

• A ciência se afirma como único método para se conhecer, efetivamente, a realidade;

• Narrativa minuciosa (com muitos detalhes); • Universalismo;

• Sentimentos, sobretudo o amor, subordinados aos interesses sociais;

• Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, como o casamento, por exemplo;

• Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe;

• Herói problemático, cheio de fraquezas;

• Personagens analisadas psicologicamente;

• Não idealização da mulher;

• Personagens analisadas psicologicamente;

Todas essas características opunham-se fortemente às características da linguagem romântica, marcada pela subjetividade e pelo individualismo. O Realismo propôs a investigação do comportamento humano e denunciou, por meio da literatura, os problemas sociais, abandonando assim a visão idealizada do Romantismo. No Brasil, o principal representante da prosa realista foi Machado de Assis, embora outros escritores também tenham produzido obras de grande relevância para o período. Foi na obra daquele que é considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos que o Realismo realizou-se com perfeição nos planos técnico e temático.

Algumas características do Realismo se aproximam a Literatura naturalista. No Naturalismo, era comum tratar de sexo abertamente. Eles acreditavam que o ser humano era um produto, resultado do meio em que vivem e eram seguidores da hereditariedade. Dessa forma, tinham uma ligação direta com o Determinismo, na literatura, determinismo significa "o meio determina o homem". Assim, por mais nobre que você seja de espírito, se você viver em meio a pessoas corruptas, se tornará uma pessoa também corrupta. Ou, para a filosofia do século XIX, se você for da raça superior e viver em meio à raça inferior, seus hábitos se tornarão como os dos seres inferiores. Lembrando que, no século XIX, a partir do Darwinismo, formou-se a ideia de que existiam quatro classes de raça: raça superior (homens ricos e brancos), raça média (homens ricos orientais ou judeus), raça inferior (mulheres, negros, homens pobres, delinquentes, homossexuais, loucos) e os animais (indígenas).

O escritor brasileiro Aluísio de Azevedo representa o naturalismo no país, com sua obra publicada, em meados do século XIX, chamada de 'O mulato'. Outra literatura produzida por ele foi 'O cortiço'. O idealizador do movimento naturalista foi o francês Émile Zola, com seu livro 'O romance experimental'.

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Realismo no Brasil

Na segunda metade do século XIX, o Brasil passou por mudanças políticas e sociais marcantes. O tráfico de escravos foi extinto e a abolição da escravatura ocorreu em 1888. A falta da mão de obra escrava foi substituída pelo trabalho dos imigrantes europeus. Por causa do preconceito e da qualificação europeia para o trabalho assalariado, o negro foi marginalizado socialmente.

A economia açucareira estava em decadência, enquanto o eixo econômico deslocava-se para o Rio de Janeiro, devido ao crescimento do comércio cafeeiro nessa região. A evolução na indústria trouxe tecnologia às empreitadas do governo: a primeira estrada de ferro foi construída em 1954 (ligava o Porto de Mauá à raiz da Serra da Estrela) e logo depois, a Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1889 foi proclamada a República pelo partido burguês Republicano Paulista (PRP), com a posse do primeiro presidente, o marechal Deodoro da Fonseca. Em meio às questões sociais, econômicas e políticas pelas quais o Brasil passava, a literatura reagia contra as propostas românticas com o surgimento do Realismo sob influência do positivismo. O positivismo, chegado da França, era uma corrente filosófica que tinha como fundamento analisar a realidade. Logo, as produções literárias do Realismo no Brasil, como o próprio nome já diz, estão voltadas à realidade brasileira.

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Autores Portugueses

Eça de Queiroz

José Maria Eça de Queiroz foi um importante romancista português do século XIX. Nasceu em 25 de novembro, de 1845, na cidade portuguesa de Póvoa de Varzim.

Aos 16 anos de idade, foi estudar Direito na cidade de Coimbra. Seus primeiros trabalhos como escritor apareceram no Jornal Gazeta de

Portugal. Trabalhou como administrador municipal no município de Leiria. Trabalhou também como cônsul de Portugal na Inglaterra. Esta época foi uma das mais produtivas de sua carreira.

Foi discípulo do escritor francês Gustave Flaubert, de quem recebeu grande influência literária. Eça de Queiroz foi um dos pioneiros da literatura realista em Portugal.

Principais Obras: O Crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as Serras; A Tragédia da Rua das Flores.

Antero de Quental

Antero Tarquínio de QuentalPoeta e filósofo português, introdutor do socialismo em Portugal, Antero formou-se em Coimbra antes de partir para Paris, onde viveu uma experiência fracassada como tipógrafo. Procurava polêmicas, como a da “Questão Coiopúsculo “Bom senso e bom gosto”, ou na questão das Conferências do

Cassino, em que apresentou sua “Causa da decadência dos povos peninsulares”, Antero cultivou inicialmente uma poesia panfletária (Odcultivou ao longo da vida, desenvolvendo neles suas dos sonetos Completos, em 1866, com prefácio de Oliveira Martins, consagramgrande poeta da Geração de 1870. Uma vida complicada por problemas físicos e psicológicos acabou levando-o ao suicídio, num jardim de Ponta Delgada, gesto emblemático que contribuiu para mitificá-lo com a expressão de Eça: “Um gênio que era um santo.

Principais Obras: Sonetos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas.

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Autores Portugueses

Eça de Queiroz

José Maria Eça de Queiroz foi um importante romancista português do século XIX. Nasceu em 25 de novembro, de 1845, na cidade portuguesa de Póvoa de Varzim.

Aos 16 anos de idade, foi estudar Direito na cidade de Coimbra. Seus primeiros trabalhos como escritor apareceram no Jornal Gazeta de

Portugal. Trabalhou como administrador municipal no município de Leiria. Trabalhou também Portugal na Inglaterra. Esta época foi uma das mais produtivas de sua carreira.

Foi discípulo do escritor francês Gustave Flaubert, de quem recebeu grande influência literária. Eça de Queiroz foi um dos pioneiros da literatura realista em Portugal.

ipais Obras: O Crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as Serras; A Tragédia da Rua das Flores.

Antero de Quental

Antero Tarquínio de Quental nasceu no ano de 1842, e faleceu em 1891. Poeta e filósofo português, introdutor do socialismo em Portugal, Antero

se em Coimbra antes de partir para Paris, onde viveu uma experiência fracassada como tipógrafo. Procurava polêmicas, como a da “Questão Coimbrã” com Antônio Feliciano de Castilho a partir de seu opúsculo “Bom senso e bom gosto”, ou na questão das Conferências do

Cassino, em que apresentou sua “Causa da decadência dos povos peninsulares”, Antero cultivou inicialmente uma poesia panfletária (Odes Modernas, 1863) antes de se dedicar ao soneto, que cultivou ao longo da vida, desenvolvendo neles suas ideias religiosas e filosóficas. A publicação dos sonetos Completos, em 1866, com prefácio de Oliveira Martins, consagram

ração de 1870. Uma vida complicada por problemas físicos e psicológicos o ao suicídio, num jardim de Ponta Delgada, gesto emblemático que contribuiu

lo com a expressão de Eça: “Um gênio que era um santo.”.

etos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas.

José Maria Eça de Queiroz foi um importante romancista português do século XIX. Nasceu em 25 de novembro, de 1845, na cidade portuguesa de

Aos 16 anos de idade, foi estudar Direito na cidade de Coimbra. Seus primeiros trabalhos como escritor apareceram no Jornal Gazeta de

Portugal. Trabalhou como administrador municipal no município de Leiria. Trabalhou também Portugal na Inglaterra. Esta época foi uma das mais produtivas de sua carreira.

Foi discípulo do escritor francês Gustave Flaubert, de quem recebeu grande influência literária.

ipais Obras: O Crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as Serras;

no ano de 1842, e faleceu em 1891. Poeta e filósofo português, introdutor do socialismo em Portugal, Antero

se em Coimbra antes de partir para Paris, onde viveu uma experiência fracassada como tipógrafo. Procurava polêmicas, como a da

mbrã” com Antônio Feliciano de Castilho a partir de seu opúsculo “Bom senso e bom gosto”, ou na questão das Conferências do

Cassino, em que apresentou sua “Causa da decadência dos povos peninsulares”, Antero cultivou es Modernas, 1863) antes de se dedicar ao soneto, que

religiosas e filosóficas. A publicação dos sonetos Completos, em 1866, com prefácio de Oliveira Martins, consagram-no como o

ração de 1870. Uma vida complicada por problemas físicos e psicológicos o ao suicídio, num jardim de Ponta Delgada, gesto emblemático que contribuiu

etos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas.

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Cesário Verde

José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855 — Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português. Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, frequentando por apenas alguns meses o curso de Letras. Ali conheceu Silva Pinto, grande amigo pelo resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e

as atividades de comerciante, herdadas do pai. Em 1877 lhe começou a dar sinais a tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes servem de inspiração a um de seus principais poemas, Nós (1884). Tenta curar-se da tuberculose, sem sucesso; vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde (disponível ao público em 1901), compilação de sua poesia. De poesia delicada, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, seus cenários prediletos. Evitou o lirismo tradicional, expressando da forma mais natural possível.

Principais Obras: A Débil; A Forca; Cadências Tristes; Deslumbramentos; Em Petiz; Flores Velhas; Heroísmos; Ironias do Desgosto; Lágrimas; Merina; Noite Fechada; O Sentimento dum Ocidental; Provincianas; Responso; Setentrional; Vaidosa.

Fialho de Almeida

José Valentim Fialho de Almeida, autor português, nasceu em Vila de Frades, no Baixo Alentejo no ano de 1857. Filho de um professor primário, a quem ficou a dever os primeiros rudimentos da sua educação, viu-se obrigado, devido a dificuldades econômicas da família, a empregar-se ainda adolescente, como ajudante de farmácia. Com muito esforço, conseguiu completar o curso de medicina na

Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa (1875), mas praticamente nunca exerceu a profissão.

Entregando-se a vida boêmia na capital, estreou cedo na literatura com um volume de Contos (1881). Depois escreveu crônicas fustigando os costumes lisboetas em estilo sarcástico, como as que Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Naturalista, defendeu os pobres, a marginalidade e a boemia.

Principais Obras A cidade do vício; O país das uvas; Contos.

Guerra Junqueiro

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (Freixo de Espada à Cinta, 17 de Setembro de 1850 — Lisboa, 7 de Julho de 1923) foi bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da

República.

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Nasceu em Freixo de Espada à Cinta a 17 de Setembro de 1850, filho do negociante e lavrador abastado José António Junqueiro e de sua mulher D. Ana Guerra. A mãe faleceu quando Guerra Junqueiro contava apenas 3 anos de idade. Estudou os preparatórios em Bragança, matriculando-se em 1866 no curso de Teologia da Universidade de Coimbra. Compreendendo que não tinha vocação para a vida religiosa, dois anos depois se transferiu para o curso de Direito. Terminou o curso em 1873. Entrando no funcionalismo público da época, foi secretário-geral do Governador Civil dos distritos de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo. Em 1878, foi eleito deputado pelo círculo de Macedo de Cavaleiros. Faleceu em Lisboa a 7 de Julho de 1923. Principais obras: A musa em férias; Os simples; A velhice do Padre Eterno.

Gomes Leal

Nasceu a 06 Junho 1848, Poeta português, natural de Lisboa. Frequentou o Curso Superior de Letras, que não chegou a concluir, empregando-se depois como escrevente de um notário lisboeta. Esteve ligado à literatura panfletária e folhetinesca da época. Foi cofundador, em 1872, do jornal satírico O Espectro de Juvenal e, em 1881, de O Século. Entretanto, em 1875, publicou o seu primeiro livro de poemas — Claridades do Sul. Em

1881, a publicação de A Traição e O Herege provocou um escândalo político e literário que tornou o seu nome célebre, ao atacar a Coroa, a Igreja e a sociedade burguesa numa manifestação de incentivo à revolução social, apanágio de muitos escritores do período realista. Esta poesia de combate, que persistiu em Anticristo (1886), não impediu a manifestação simultânea de uma problemática religiosa e humana, que procurava a redenção das questões misteriosas da vida do homem, por exemplo, no ocultismo, ou, após a morte da mãe (1910), na sua conversão ao catolicismo. Esta morte veio também colocar-lhe sérios problemas econômicos. Recolhido por caridade, vivendo em casa de várias pessoas que dele se apiedavam ou mesmo nos jardins públicos, criando uma imagem de loucura vagabunda, inofensiva, foi-lhe atribuída, por intervenção de um grupo de escritores, uma pensão do estado que lhe permitiu, a custo, sobreviver. A obra de Gomes Leal resulta da confluência de uma série de tendências: a poesia combativa do realismo, o parnasianismo, o romantismo, o simbolismo e mesmo um certo satanismo, a que se associaram os episódios dramáticos da sua vida de boêmio. Todos estes elementos contribuíram para uma poesia visionária, torrencial e desigual, que fez dele um dos poetas mais singulares da moderna literatura portuguesa.

Principais obras: Claridades do sul; O anti- Cristo; O fim do mundo.

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Autores brasileiros

Raul Pompeia

Raul D’Ávila Pompéia nasceu em Angra dos Reis (RJ), em 12 de abril de 1863. Aos 10 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Desde cedo, Raul já mostrava inclinação para as letras e para o envolvimento político. Com 17 anos, publicou o primeiro romance, Uma Tragédia no Amazonas, obra já com as marcas do temperamento angustiado do escritor. Um ano depois começou a estudar direito em

São Paulo, onde participou ativamente do movimento republicano e abolicionista. Em 1885 se mudou para o Recife, onde terminou o curso de direito. Ao retornar para o Rio, publicou em folhetins, no jornal Gazeta de Notícias, o que seria sua grande obra, O Ateneu. Além de escrever em jornais, lecionava mitologia na Escola Nacional de Belas Artes. Nomeado diretor da Biblioteca Nacional, em 1894, foi exonerado no ano seguinte por fazer um protesto contra o então presidente da República, Prudente de Moraes, no enterro de Floriano Peixoto. Suicidou-se em 25 de dezembro de 1895, em plena noite de Natal, aos 32 anos, no Rio de Janeiro.

Principal obra: O ateneu

Manuel de Oliveira Paiva

12 de julho de 1861, Fortaleza, CE (Brasil) 29 de setembro de 1892, Quixeramobim, CE (Brasil).

Manuel de Oliveira Paiva tentou a vida eclesiástica e, depois, a militar, no Rio de Janeiro. Engajou-se nas lutas pela abolição e pela república. Colaborando no jornal O libertador, publicou ali, no formato de folhetim, o

romance A afilhada. Devido a problemas de saúde, transferiu-se para o sertão cearense, onde escreveu seu romance mais famoso, Dona Guidinha do Poço, história de paixão e crime, baseada em fatos reais e narrada em linguagem densamente poética.

Principal obra: Dona Guidinha do Poço

Adolfo Caminha

Adolfo Ferreira Caminha nasceu no dia 29 de maio de 1867 em Aracati, no Ceará. Sua infância não foi muito tranquila, pois ficou órfão de mãe muito cedo, com apenas 10 anos, no ano de 1877, mesmo ano em que o Nordeste foi assolado pela seca.

Após ficar órfão, foi com seus cinco irmãos para Fortaleza, onde teve seus

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primeiros estudos, e seis anos depois, em 1883, foi para o Rio, onde estudou na Escola Naval. Devido à instituição ser conservadora e monarquista, lá revelou seus primeiros sentimentos republicanos e abolicionistas, chegando ao extremo de, com apenas 17 anos, fazer um discurso na presença de D. Pedro II, declarando-se contra a escravidão e o império. Mesmo assim formou-se na Escola Naval no ano de 1885, como guarda-marinha.

Por volta de 1886 demonstra sua vocação de escritor através da publicação dos poemas “Vôos Incertos”. Em 16 de Dezembro de 1887 foi promovido a 2º tenente, mesmo ano em que publicou seu primeiro livro de contos. No ano seguinte pede transferência para Fortaleza, provavelmente não por acaso, pois sabia que o Ceará já havia libertado os escravos, realidade que agradava aos seus ideais. Vem a se demitir do seu cargo na marinha no ano de 1890.

Em 1891 funda, em Fortaleza, a revista Moderna, e colabora para o Jornal do Norte. Em 1892, funda a "Padaria Espiritual", um movimento literário-político que acreditava na educação do povo para mudar o país, e publicava o jornal, "O Pão".

No ano seguinte lança o romance “A Normalista”, de cunho naturalista, criticando a vida urbana em Fortaleza, capital cearense. Colabora também na imprensa carioca, na Gazeta de Notícias e no Jornal do Comércio.

Adolfo Caminha foi um dos principais representantes do naturalismo no Brasil, e sua obra se caracterizava por ser densa e trágica, naturalmente não foi muito bem aceita na época.

Em 1897, com apenas 30 anos, atormentado pelas dificuldades econômicas e debilitado pela tuberculose, o escritor vem a falecer. Deixa inacabados os romances: Ângelo e O Emigrado.

Principal Obra: Bom-Crioulo

Machado de Assis

Ele nasceu numa chácara no morro do Livramento (Rio de Janeiro) em 21/06/1839 (época do Brasil Imperial). Era filho de um pintor (José Francisco Machado de Assis) e de uma lavadeira (Leopoldina Machado de Assis). Sua família era humilde e ele foi criado pela madrasta após perder a sua mãe ainda na infância. Estudou em escola pública, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, revisor,

funcionário público e colaborou em algumas revistas da cidade (Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio e Revista Ilustrada). Publicou seu primeiro poema em 1855 na revista Marmota Fluminense. Casou-se com Carolina em 1869 (o casal não teve filhos). Morreu de câncer em 1908, no Rio de Janeiro, deixando-nos o legado de uma obra literária monumental.

Principais obras:

• Memórias póstumas de Brás Cubas (1881): narrada por um defunto, a obra apresenta a vida do anti-herói Brás Cubas. Com alta carga irônica, Machado inova, inclusive, nos recursos gráficos. É um divisor de águas não só na obra machadiana, mas na própria literatura brasileira.

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• Quincas Borba (1891): narra as desventuras do tolo Rubião, que chega a ser cômico em seu completo despreparo para a vida. Machado também aproveita o romance para fazer críticas irônicas ao darwinismo.

• Dom Casmurro (1899): obra de caráter ambíguo, com personagens complexos, a história é contada por um narrador que, gradativamente, vai se revelando pouco confiável, o que só aprofunda ainda mais a insegurança e as dúvidas do leitor. De maneira genial, Machado apresenta os limites e os paradoxos da linguagem por meio da própria linguagem.

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Conclusão:

Sem dúvidas nenhuma o Realismo contribuiu muito para o desenvolvimento da literatura, e especialmente na literatura brasileira com a contribuição de Machado de Assis, ainda mais pelo fato de denunciar muitos problemas sociais, mas particularmente não me agrada o estilo por duas principais características, primeiramente pelo objetivismo, onde os autores tiram completamente o sentimento de suas narrativas, e para mim são os sentimentos (bons) que movem o homem, lhe dão esperança e perspectiva de vida, perspectiva essa, que é tirada pela segunda característica que não me agrada no realismo que é o determinismo, um nome bonito para um pré-conceito fundamentado em ideias arcaicas de sociedade, onde ninguém pode subir de classe, evoluir ou ser valorizado se não nascer ou ser de uma classe já valorizada. Outra coisa que me chama atenção é, por exemplo, na obra de Machado de Assis “Memórias póstumas de Brás Cubas” o personagem termina o livro reconhecendo a inutilidade de sua existência, embora com ironia e em Quincas Borba, o personagem foi enganado e termina perdendo toda sua fortuna, isso reforça para mim a “falta de esperança e perspectiva” que o realismo demonstra, de certa forma acredito ser possível afirmar que o realismo mostra a vida humana com um olhar “pessimista”, onde a vida é uma batalha onde só os mais fortes vencem.

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Bibliografia:

http://brasilescola.uol.com.br/literatura/realismo.htm

http://brasilescola.uol.com.br/literatura/realismo-no-brasil.htm

http://www.infoescola.com/literatura/realismo/

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/realismo.html

http://vestibular.uol.com.br/revisao-de-disciplinas/literatura/realismo.jhtm

http://curiosidadesuteiseinuteis.blogspot.com.br/2012/10/determinismo_4.html

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/adolfo-caminha.html

http://educacao.uol.com.br/biografias/manuel-oliveira-paiva.jhtm

http://www.escritas.org/pt/bio/antonio-gomes-leal

http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=1253

http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=189

http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/fialho_de_almeida

http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=185

http://portugues12ano.blogspot.com.br/2007/12/biografia-cesrio-verde.html

http://biografia.ahistoria.com.br/antero-de-quental-resumo-obras-e-vida/

http://www.suapesquisa.com/biografias/eca_de_queiroz.htm

http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_410620.shtml