f - realismo

39
REALISMO 1. (Unicamp-SP) No romance Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador fornece ao leitor uma visão nada lisonjeira das personagens, especialmente quando se trata das personagens femininas. a) Sabendo que essa visão do narrador é acentuada no processo de construção daquela que foi a sua primeira e grande paixão de juventude, identifique essa personagem e cite ao menos um dos traços que a caracterizam. b) Referindo-se a D. Plácida, afirma o narrador: “Foi assim que lhe acabou o nojo”. Qual a função exercida por essa personagem na trama do citado romance? De que nojo se trata e de que modo ele teria acabado? Resposta 2. (Unicamp-SP) Leia a seguir o capítulo CX de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e que significativamente tem o título de “31”. "Uma semana depois, Lobo Neves foi nomeado presidente de província. Agarrei-me à esperança da recusa, se o decreto viesse outra vez datado de 13; trouxe, porém, a data de 31, e esta simples transposição de algarismos eliminou deles a substância diabólica. Que profundas que são as molas da vida!" a) O narrador refere-se aí a um episódio de bastante importância para o prosseguimento de sua vida amorosa. Quais as relações entre o narrador e a personagem Lobo Neves aí citada? b) Que episódio anterior deve ser levado em conta para se entender o trecho “Agarrei-me à esperança da recusa, se o decreto viesse outra vez datado de 13”?

Upload: adeilson

Post on 01-Jul-2015

5.930 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: F - REALISMO

REALISMO

1. (Unicamp-SP) No romance Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador fornece ao leitor uma visão nada lisonjeira das personagens, especialmente quando se trata das personagens femininas.

a) Sabendo que essa visão do narrador é acentuada no processo de construção daquela que foi a sua primeira e grande paixão de juventude, identifique essa personagem e cite ao menos um dos traços que a caracterizam.

b) Referindo-se a D. Plácida, afirma o narrador: “Foi assim que lhe acabou o nojo”. Qual a função exercida por essa personagem na trama do citado romance? De que nojo se trata e de que modo ele teria acabado?

Resposta

2. (Unicamp-SP) Leia a seguir o capítulo CX de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e que significativamente tem o título de “31”.

"Uma semana depois, Lobo Neves foi nomeado presidente de província. Agarrei-me à esperança da recusa, se o decreto viesse outra vez datado de 13; trouxe, porém, a data de 31, e esta simples transposição de algarismos eliminou deles a substância diabólica. Que profundas que são as molas da vida!"a) O narrador refere-se aí a um episódio de bastante importância para o prosseguimento de sua vida amorosa. Quais as relações entre o narrador e a personagem Lobo Neves aí citada?

b) Que episódio anterior deve ser levado em conta para se entender o trecho “Agarrei-me à esperança da recusa, se o decreto viesse outra vez datado de 13”?

c) A frase “Que profundas que são as molas da vida!” pode ser interpretada como irônica no contexto do romance. Por quê?

Resposta

3. (Fuvest-SP)

"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto."Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.

a) Explique resumidamente o que era o “emplasto” e por que deveria ter trazido celebridade a Brás Cubas.

Page 2: F - REALISMO

b) Relacionando-a sucintamente ao contexto sócio-histórico em que se desenvolve o enredo do romance, explique a frase "coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto".

Resposta

4. (Fuvest-SP)

"Ao cabo, era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o Romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o Realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros."a) É possível considerar o texto como uma apologia do Realismo? Justifique sua resposta.

b) Que tem o Romantismo brasileiro a ver com a Idade Média? Exponha seu ponto de vista a respeito do problema.

Resposta

5. (UFV-MG) Observe como o narrador inicia o primeiro capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas:

"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que escrito ficaria assim mais galante e mais novo."ASSIS, Machado de. In: COUTINHO, Afrânio (Org.). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. v. I, p. 513.

Escreva, de forma concisa, sobre o narrador-personagem, Brás Cubas, apontando elementos que justifiquem a postura revolucionária de Machado de Assis, como iniciador do movimento literário realista.

Resposta

6. (UFU-MG)

Não houve lepra

Page 3: F - REALISMO

"Não houve lepra, mas há febres por todas essas terras humanas, sejam velhas ou novas. Onze meses depois, Ezequiel morreu de uma febre tifóide, e foi enterrado nas imediações de Jerusalém, onde os dois amigos da universidade lhe levantaram um túmulo com esta inscrição, tirada do profeta Ezequiel, em grego: 'Tu eras perfeito nos teus caminhos'. Mandaram-me ambos os textos, grego e latino, o desenho da sepultura, a conta das despesas e o resto do dinheiro que ele levava; pagaria o triplo para não tornar a vê-lo.

Como quisesse verificar o texto, consultei a minha Vulgata, e achei que era exato, mas tinha ainda um complemento: 'Tu eras perfeito nos teus caminhos, desde o dia da tua criação'. Parei e perguntei calado: 'Quando seria o dia da criação de Ezequiel?' Ninguém me respondeu. Eis aí mais um mistério para ajuntar aos tantos deste mundo. Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro."

Machado de Assis. Dom Casmurro. Cap. CXLVI.

Este capítulo de Dom Casmurro permite classificar a narrativa de Machado de Assis como realista. Desenvolva essa idéia, comprovando-a com dois elementos do texto.

Resposta

7. (Fuvest-SP) Leia atentamente as seguintes afirmações:

"A vida íntima do brasileiro nem é bastante coesa, nem bastante disciplinada, para envolver e dominar toda a sua personalidade e, assim, integrá-la, como peça consciente, no conjunto social. Ele é livre, pois, para se abandonar a todo repertório de idéias, gestos e formas que encontre em seu caminho, assimilando-os freqüentemente sem maiores dificuldades."Adaptado de Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil.

Essas afirmações aplicam-se à personagem Brás Cubas? Justifique sucintamente sua resposta.

Resposta

8. (Unirio-RJ) Sobre o Realismo, assinale a afirmativa correta.

a) O romance é visto como distração e não como meio de crítica às instituições sociais decadentes.

b) Os escritores realistas procuram ser pessoais e objetivos.

c) O romance sertanejo ou regionalista originou-se no Realismo.

d) O Realismo constitui uma oposição ao idealismo romântico.

Page 4: F - REALISMO

e) O Realismo vê o Homem somente como um produto biológico.

Resposta

9. (UEL-PR) É correto afirmar sobre Machado de Assis:

I. Foi sobretudo pela imaginação de suas narrativas, mais do que pelo estilo ou senso de realismo, que se notabilizou como nosso maior ficcionista do século XIX.

II. Seus primeiros romances consagraram-no como um grande prosador realista, mas a partir de Memórias póstumas de Brás Cubas sua obra tomou o rumo inesperado da ficção fantástica.

III. Seus contos, sobretudo a partir de Papéis avulsos, são obras-primas de análise psicológica, alegorização social e interpretação das fraquezas humanas.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas a afirmação II é verdadeira.

b) Apenas a afirmação III é verdadeira.

c) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.

d) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.

e) As afirmações I, II e III são verdadeiras.

Resposta

10. (Mackenzie-SP) Por suas características, não se encaixa na prosa machadiana o trecho que aparece na alternativa:

a) "Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento."

b) "A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu mudo de rumo."

c) "[...] Não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio."

d) "Não sou criança, nem idiota; vivo só e vejo de longe; mas vejo. Não pode imaginar. Os gênios fazem aqui dois sexos como se fosse uma escola mista. Os rapazes tímidos, ingênuos,

Page 5: F - REALISMO

sem sangue, são brandamente impelidos para o sexo da fraqueza; são dominados, festejados, pervertidos como meninas ao desamparo."

e) "O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? por que coxa, se bonita?"

Resposta

11. (Mackenzie-SP)

"Imagine a leitora que está em 1813, na igreja do Carmo, ouvindo uma daquelas boas festas antigas, que eram todo o recreio público e toda a arte musical. Sabem o que é uma missa cantada; podem imaginar o que seria uma missa cantada daqueles tempos remotos. Não lhe chamo a atenção para os padres e os sacristãos, nem para o sermão, nem para os olhos das moças cariocas, que já eram bonitos nesse tempo, nem para as mantilhas das senhoras graves, os calções, as cabeleiras, as sanefas, as luzes, os incensos, nada. Não falo sequer da orquestra, que é excelente; limito-me a mostrar-lhes uma cabeça branca, a cabeça desse velho que rege a orquestra, com alma e devoção."

O trecho anterior, que inicia Cantiga de esponsais, extraordinário conto de Machado de Assis, apresenta uma das características de sua prosa.Trata-se:

a) Do pessimismo.

b) Do humor.

c) Da denúncia da hipocrisia e do egoísmo.

d) Da análise psicológica da personagem.

e) Do leitor incluso.

Resposta

12. ( PUC-Campinas-SP ) A estruturação dos capítulos de Memórias póstumas de Brás Cubas:

a) Estabelece uma linha cronológica em sentido inverso, adequando- se, assim, à condição de um “defunto autor”.

b) Revela os movimentos caprichosos de um narrador sem obrigações com a cronologia e a forma do romance convencional.

Page 6: F - REALISMO

c) Revela descompromisso com a linha temporal e com a constituição das personagens, cujo caráter não se define na vertigem das cenas.

d) Estabelece um padrão próprio, constituindo-se numa série de divagações sobre a impossibilidade de se organizar a narrativa.

e) Revela a preocupação do narrador em submeter constantemente a matéria narrada ao julgamento do leitor, de quem espera a absolvição para tanta desfaçatez.

Resposta

13. (Fuvest-SP)

O senão do livro

"Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem..."

Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.

Tendo em vista o contexto das Memórias póstumas de Brás Cubas, é correto afirmar que, nesse excerto:

a) As imagens que se referem ao próprio livro, mesmo exageradas, apontam para características que esse romance de fato apresenta.

b) Ao ponderar a opinião do leitor, o narrador novamente evidencia o respeito e a consideração que tem por ele.

c) O movimento autocrítico põe em relevo, principalmente, a modéstia e a contenção característica do narrador.

d) O fato de o narrador dirigir-se diretamente ao leitor configura um momento de exceção no livro.

e) A atitude do narrador contradiz a constância e a persistência com que habitualmente executa seus projetos.

Resposta

Page 7: F - REALISMO

14. (UEL-PR) O romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é considerado um divisor de águas — e não apenas em relação à obra do escritor, mas à história da literatura brasileira, já que naquela obra o autor:

a) Abandona de vez a análise psicológica e a ironia, dando ênfase à trama realista calcada na descrição dos fatos.

b) Introduz entre nós os princípios da escola naturalista, sobretudo os que representam o determinismo científico.

c) Passa a idealizar valores morais e éticos até então relativizados, criando agora personagens fortes e íntegras.

d) Abandona o romantismo de fundo nacionalista e passa à análise das expressões particulares de culturas regionais.

e) Renova a forma mesma do gênero romance, dandolhe uma elasticidade na qual ironia e análise objetiva se fundem.

Resposta

15. (PUC-SP) O capítulo I — Óbito do autor — e o último capítulo —Das negativas —, de Memórias póstumas de Brás Cubas, fazem referências, respectivamente, a uma hesitação sobre a abertura pelo princípio ou pelo fim das memórias do defunto autor, e a um saldo no balanço da vida. Considerando esses capítulos e utilizando informações de que você dispõe sobre o romance, é correto declarar que o narrador Brás Cubas:

a) É um autor defunto que oniscientemente começa a narrar, pela morte, as memórias de amigos céticos e vaidosos, incluindo nesse narrar um balanço de sua própria história.

b) Estrutura a narrativa de modo a principiá-la pelo fim, ou seja, pela morte, e vai, aos poucos até o final, revelando ao leitor a razão de um defunto autor se interessar em escrever suas memórias.

c) É um autor defunto que relata seu enterro com grandeza, embora não deixe de confessar sua vida de fracassos, confirmados no último capítulo.

d) Estrutura a narrativa de modo que o leitor siga a cronologia dos acontecimentos da vida do autor defunto, desde a sua morte até o nascimento.

e) É um autor defunto que relata a própria morte, narrando suas memórias a partir do nascimento, intercalandoas com reflexões psicológicas e finalizando-as com um pequeno saldo.

Resposta

16. (FUVEST/SP)

Page 8: F - REALISMO

“Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.” Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.a) Explique resumidamente o que era o "emplasto" e por que deveria ter trazido celebridade a Brás Cubas.

b) Relacionando-a sucintamente ao contexto sócio-histórico em que se desenvolve o enredo do romance, explique a frase "coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto."

Resposta

Instrução: (Unesp) A questão 17 toma por base uma passagem da Bíblia Sagrada, um trecho de Nova Floresta, de Manuel Bernardes (1644-1710), e um trecho do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis (1839-1908). Nascimento de Esaú e Jacó

"Chegado o tempo em que ela devia dar à luz, eis que trazia dois gêmeos no seu ventre. O que saiu primeiro era vermelho, e todo peludo como um manto de peles, e chamou-se-lhe Esaú. Saiu em seguida o seu irmão, segurando pela mão o calcanhar de Esaú, e deu-se-lhe o nome de Jacó. Isaac tinha sessenta anos quando eles vieram ao mundo.

Os meninos cresceram. Esaú tornou-se um hábil caçador, um homem do campo, enquanto Jacó era um homem pacífico, que morava na tenda. Isaac preferia Esaú, porque gostava de caça; Rebeca, porém, se afeiçoou mais a Jacó.”

(Gênesis, 25, 24-28. In: Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Ave Maria, 1966. p.75-76.)

“Nova floresta

Sucede às vezes na mesma família haver três irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, e um, deles ser de condição fácil e bem intencionada, outro de condição retrincada e maliciosa, e outro de condição baixa e rasteira: o primeiro parece europeu, que escreve da mão esquerda para a direita; o segundo parece hebreu, que escreve da direita para a esquerda; o terceiro parece chino, que escreve de cima para baixo. Mais é, que, ainda dentro do ventre de Rebeca, já os dois meninos Esaú e Jacob renhiam e tinham tão diferentes gênios como duas nações opostas. Nos rostos, nas vozes, nas letras, apenas há entre milhões de homens um que se pareça inteiramente com o outro. Por que não há-de ser assim também nos gostos, opiniões e ditames?”

In: BERNARDES, Manuel: Nova Floresta. Seleção e apresentação de João Ubaldo Ribeiro. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993. p.83.

Page 9: F - REALISMO

Esaú e Jacó

"Aos sete anos eram duas obras-primas, ou antes uma só em dois volumes, como quiseres. Em verdade, não havia por toda aquela praia, nem por Flamengos ou Glórias, Cajus e outras redondezas, não havia uma, quanto mais duas crianças tão graciosas. Nota que eram também robustos. Pedro com um murro derrubava Paulo; em compensação, Paulo com um pontapé deitava Pedro ao chão. Corriam muito na chácara por aposta. Alguma vez quiseram trepar às árvores, mas a mãe não consentia; não era bonito. Contentavam-se de espiar cá de baixo a fruta.

Paulo era mais agressivo, Pedro mais dissimulado, e, como ambos acabavam por comer a fruta das árvores, era um moleque que a ia buscar acima, fosse a cascudo de um ou com promessa de outro. A promessa não se cumpria nunca; o cascudo, por ser antecipado, cumpria-se sempre, e às vezes com repetição depois do serviço. Não digo com isto que um e outro dos gêmeos não soubessem agredir e dissimular; a diferença é que cada um sabia melhor o seu gosto, coisa tão óbvia que custa escrever.”

(In: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora Mérito, 1962. p. 77-76.)

17. (Unesp) O aproveitamento de episódios, quadros, temas e passagens da Bíblia é corriqueiro na literatura. Machado de Assis, por exemplo, tomou como referência o episódio bíblico de Esaú e Jacó no romance de mesmo nome, que conta a história de dois gêmeos, Pedro e Paulo. Com base neste comentário e em seus conhecimentos, releia os textos dados e responda.

a) Na primeira frase do trecho de Machado de Assis, o narrador, por meio de uma metáfora, identifica os gêmeos a duas obras-primas; em seguida, corrige-se, dizendo que eram uma obra-prima em dois volumes. Explique o motivo desse procedimento do narrador, tendo em mente que o dicionário Aurélio define obra-prima como "a melhor e/ou a mais bem feita obra de uma época, gênero, estilo ou autor".

b) Demonstre que a oposição de temperamentos entre Esaú e Jacó, no trecho da BÍBLIA, é mais evidente do que a oposição dos temperamentos de Pedro e Paulo, no trecho de Machado de Assis.

Resposta

18. (UFBA/BA) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos.

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.” Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 2 ed. São Paulo: Scipione, 1990. p. 115.

O Realismo pode ser exemplificado por:

Page 10: F - REALISMO

(01) "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."

(02) "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."

(04) "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.

Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."

(08) "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.

Ela olhava-me e sorria.

Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.

Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."

(16) "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"

(32) "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."

Resposta

Intrução: (UEL/PR) As questões de 19 a 21 eferem-se ao primeiro capítulo de Quincas Borba (1892), de Machado de Assis (1839-1908). “Rubião fitava a enseada, - eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo,

Page 11: F - REALISMO

Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.

— Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça... “

ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Jackson, 1959. p. 7.

19. (UEL/PR) Com base no primeiro parágrafo do texto, considere as afirmativas a seguir.

I. O narrador, no presente, dirige suas palavras ao leitor de seu texto, conforme se pode deduzir do emprego de “vos digo”.

II. As palavras do narrador dizem respeito a um momento de meditação de Rubião sobre sua mudança de classe social, momento este do qual o narrador onisciente tem pleno conhecimento.

III. O emprego de “olha” e “entra” no tempo presente reflete o apego que o protagonista tem à sua nova condição econômica, tentando esquecer o passado.

IV. “Visse” e “cuidaria” aí estão para registrar uma possibilidade de interpretação que, na verdade, condiz com o que realmente é relatado pelo narrador.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

20. (UEL/PR) Há, na passagem citada, um narrador a situar a personagem, Rubião, no espaço e no tempo. Há, concomitantemente, o discurso direto através do qual

a própria personagem se apresenta. Neste jogo entre o que o narrador diz de Rubião e o registro do que o próprio Rubião pensa, é correto afirmar que a personagem é:

a) Um novo rico a oscilar entre os valores determinados pelo capital e os valores

determinados pela família.

Page 12: F - REALISMO

b) Um novo rico a encarar a si mesmo, ao mundo que o rodeia e à própria família pela ótica do capital.

c) Um ex-professor que, embora rico, continua encarando a si mesmo, aos familiares e ao universo circundante pela ótica da humildade.

d) Um ex-professor deslumbrado com sua nova situação de capitalista a encarar a família pelos valores religiosos.

e) Um capitalista esquecido de sua antiga situação de professor e, desta forma, renegando seu próprio passado.

21. (UEL/PR) Considerando os trechos transcritos nas alternativas a seguir, assinale a que apresenta maior distanciamento temporal do presente no qual o narrador nos relata que Rubião está à janela de sua casa em Botafogo.

a) “Cotejava o passado com o presente.”

b) “Rubião fitava a enseada, - eram oito horas da manhã.”

c) “(umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha)”.

d) “mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa.”

e) “Olha para si, para as chinelas (...) para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu”.

Resposta

Instrução: (UEL/PR) As questões de 22 a 24 referem-se ao texto III, extraído do sexto capítulo de Quincas Borba (1892), de Machado de Assis (1839-1908).

“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.

22. (UEL/PR) Nessa passagem, quem fala é Quincas Borba, o filósofo. Suas palavras são dirigidas a Rubião, ex-professor, futuro capitalista, mas, no momento, apenas enfermeiro de

Page 13: F - REALISMO

Quincas Borba. É correto afirmar que a maneira como constrói esse discurso revela preocupação com:

a) A clareza e a objetividade, uma vez que visa à compreensão de Rubião da filosofia por ele criada, o Humanitismo.

b) A emotividade de suas palavras, dado objetivar despertar em Rubião piedade pelos vencidos e ódio pelos vencedores.

c) A informação a ser transmitida, pois Rubião, sendo seu herdeiro universal, deverá aperfeiçoar o Humanitismo.

d) O envolvimento de Rubião com a filosofia por ele criada, o Humanitismo, dada a urgência em arregimentar novos adeptos.

e) O estabelecimento de contato com Rubião, uma vez que o mesmo possui carisma para perpetuar as novas idéias.

23. (UEL/PR) Com base nas palavras de Quincas Borba, considere as afirmativas a seguir.

I. As duas tribos existem separadamente uma da outra.

II. A necessidade de alimentação determina os termos do relacionamento entre as duas tribos.

III. O relacionamento entre as duas tribos pode ser amistoso (“dividem entre si as batatas”) ou competitivo (“uma das tribos

extermina a outra”).

IV. O campo de batatas determina a vitória ou a derrota de cada uma das tribos.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e IV.

b) II e III.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

24. (UEL/PR) O Humanitismo, filosofia criada por Quincas Borba, é revelador:

a) Do posicionamento crítico de Machado de Assis aos muitos “ismos” surgidos no século XIX: darwinismo, positivismo, evolucionismo.

Page 14: F - REALISMO

b) Da admiração de Machado de Assis pelos muitos “ismos” surgidos no início do século XX: futurismo, impressionismo, dadaísmo.

c) Da capacidade de Machado de Assis em antever os muitos “ismos” que surgiriam no século XIX: darwinismo, positivismo, evolucionismo.

d) Da preocupação didática de Machado de Assis com a transmissão de conhecimentos filosóficos consolidados na época.

e) Da competência de Machado de Assis em antecipar a estética surrealista surgida no século XX.

Resposta

25. (UFSC-SC)

Sem data

"Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo. “Lá estão eles”, disse comigo. Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda, tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro; digo o que me pareceu. Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos." Machado DE ASSIS, J.M. Memorial de Aires. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 193-194

Sobre o Texto, é CORRETO afirmar que:

01. os termos ir adiante ou desandar o caminho foram usados para indicar processos antonímicos: caminhar para frente ou percorrer o caminho em sentido oposto , respectivamente.

02. os termos sublinhados no trecho: vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro são pronomes, que se referem, respectiva-mente, aos dois velhos sentados e à palavra atitude .

04. o trecho Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar poderia ser reescrito como: Queriam ser risonhos e mal podiam se consolar, no Português Brasileiro atual, sem alteração de sentido.

08. o verbo dar na frase Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados (linhas 7 e 8) foi usado com o sentido de deparar-se.

Page 15: F - REALISMO

Resposta

26. (Unama) Sua leitura atenta das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, permitiu-lhe ver como o narrador desmascara a sua própria hipocrisia e a da sociedade que o rodeia. Isso foi possível dada a seguinte situação deste narrador, evidenciada na obra:

a) É de 3ª pessoa: onisciente e onipresente.

b) Goza da impunidade de ser um “defunto–autor”.

c) É um filósofo criador da teoria do humanitismo.

d) É de 1ª pessoa, testemunha ocular do romance adúltero entre Brás Cubas e Virgília.

Resposta

27. (UEPB)

Analise as proposições seguintes que se referem aos Contos de Machado de Assis:

I. Em O espelho, O anel de Polícrates e Teoria do Medalhão há uma tendência à dramatização, recurso utilizado com o propósito de criar a ilusão de imediatismo e confabulação.

II. Em Um homem célebre, A causa secreta e Cantiga de Esponsais, o autor faz uma análise psicológica de tipos humanos.

III. Em Conto alexandrino e A igreja do Diabo, o narrador relata experiências audaciosas que revelam intenções filosófico-doutrinárias sobre as contradições humanas.

IV. Em O alienista, o autor faz uma paródia à exclusividade da ciência como detentora da verdade humana traduzida nas peripécias de Simão Bacamarte em sua Casa Verde.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e III estão corretas.

b) Apenas II, III e IV estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas I, II e III estão corretas.

e) I, II, III, IV estão corretas.

Resposta

Page 16: F - REALISMO

Para responder às questões 28 e 29, ler o texto que segue.

A exposição retrospectiva

"Já sabes que a minha alma, por mais lacerada que tenha sido, não ficou aí para um canto como uma flor lívida e solitária. Não lhe dei essa cor ou descor. Vivi o melhor que pude sem me faltarem amigas que me consolassem da primeira. Caprichos de pouca dura, é verdade.

Elas é que me deixavam como pessoas que assistem auma exposição retrospectiva, e, ou se fartam de vê-la, ou a luz da sala esmorece. Uma só dessas visitas tinha carro à porta e cocheiro de libré. As outras iam modestamente, calcante pede, e, se chovia, eu é que ia buscar um carro de praça, e as metia dentro, com grandes despedidas, e maiores recomendações.

[...]"

E bem, e o resto?

"Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente.

Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, ver. 1: “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti.” Mas eu creio que não. E tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca.

E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me [...] A terra lhes seja leve! [...]"

28. (PUC-RS) O trecho em questão pertence à antológica obra de Machado de Assis.

a) Memórias póstumas de Brás Cubas.

b) Dom Casmurro.

c) Memorial de Aires.

d) Quincas Borba.

e) Senhora.

Resposta

Page 17: F - REALISMO

29. (PUC-RS) No trecho, _________, o narrador-personagem, expressa sua _________ diante da impossibilidade de desvendar os mistérios que pautam as ações humanas, elemento característico do ___________, que busca entender objetivamente os sentimentos.

a) Isaías/indignação/Romantismo.

b) Bentinho/discordância/Romantismo.

c) Escobar/insatisfação/Simbolismo.

d) Bentinho/inconformidade/Realismo.

e) Ezequiel/conformidade/Realismo.

Resposta

30. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.

"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais: não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria." É dessa forma que Machado de Assis, ao encerrar a sua antológica obra Memórias póstumas de Brás Cubas,

a) Imprime um tom determinista à narrativa, ao rejeitar qualquer possibilidade de redenção à personagem.

b) Esclarece, finalmente, o “processo extraordinário” que o narrador utilizou para fazer o relato após a morte.

c) Racionaliza a experiência vivida, o que evidencia o grande paradoxo da obra, já que se trata de um “defunto-autor”.

d) Revela a existência de Brás Cubas como exitosa, apesar de não ter filhos, nem transmitir a ninguém o legado de sua miserável existência.

e) Neutraliza o fluxo de consciência da personagem, que teve uma vida atormentada pelo ódio e pela ganância.

Resposta

31. (PUC-RS) Para responder à questão, assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as afirmativas sobre a obra literária de Machado de Assis.

Page 18: F - REALISMO

(__) Episódios de adultério e usurpação são construídos com clareza e objetividade.

(__) A visão de mundo de Machado de Assis constitui-se como uma reação ao determinismo histórico.

(__) O equilíbrio formal do autor rompe com a tradição de lugares-comuns e preciosismos lingüísticos.

(__) O humor escrachado evidencia-se, principalmente, em Dom Casmurro.

(__) A quebra da estrutura linear traz a instância do leitor como inovação técnica.

A seqüência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é.

a) V – V – F – F – V.

b) V – F – V – F – F.

c) V – F – V – V – V.

d) F – V – F – V – F.

e) F – F – V – F – V .

Resposta

32. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.

"– Seremos felizes!

Repeti estas palavras, com os simples dedos, apertando os dela. O canapé, quer visse ou não, continuou a prestar os seus serviços às nossas mãos presas, e às nossas cabeças juntas ou quase juntas.

[...]

Gurgel voltou à sala e disse a Capitu que a filha chamava por ela. Eu levantei-me depressa e não achei compostura; metia os olhos pelas cadeiras. Ao contrário, Capitu ergueu-se naturalmente e perguntou-lhe se a febre aumentara.

[...]

Nem sobressalto nem nada, nenhum ar de mistério da parte de Capitu; voltou para mim, e disse-me que levasse lembranças a minha mãe e a prima Justina, e que até breve; estendeu-me a mão e enfiou pelo corredor. Todas as minhas invejas foram com ela. Como era possível que Capitu se governasse tão facilmente e eu não?

- Está uma moça, observou Gurgel olhando também para ela.

Page 19: F - REALISMO

Murmurei que sim. Na verdade, Capitu ia crescendo às carreiras, as formas arredondavam-se e avigoravam-se com grande intensidade; moralmente, a mesma coisa. Era mulher por dentro e por fora, mulher à direita e à esquerda, mulher por todos os lados, e desde os pés até a cabeça."

Todas as afirmativas que seguem estão associadas ao trecho selecionado de Dom casmurro, EXCETO:

a) O relato em primeira pessoa confere tom de parcialidade à narrativa.

b) O narrador compara-se com Capitu.

c) Capitu e Bentinho estavam num momento de cumplicidade quando Gurgel chegou.

d) Capitu sabe contornar a situação, o que provoca a inveja de Bentinho.

e) A personagem feminina é descrita de forma sugestiva e sentimentalista.

Resposta

33. (PUC-RS) Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre Machado de Assis.

I. Escritor associado principalmente ao Realismo brasileiro.

II. Seus princípios de rigor métrico foram adotados por seus contemporâneos.

III. Sua poesia segue a temática que o notabilizou como prosador.

IV. Como contista, ateve-se à análise psicológica das personagens.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas.

a) a I e a II, apenas.

b) a I, a II, a III e a IV.

c) a I e a III, apenas.

d) a II e a IV, apenas.

e) a III e a IV, apenas.

Resposta

34. (PUC-PR) Sobre José de Alencar ou Machado de Assis, como romancistas, afirma-se:

Page 20: F - REALISMO

I. “[...] invade o recesso das consciências e das situações [...] em busca dos móbeis profundos para os atos cotidianos” (Massaud Moisés)

II. “Resiste mais o ficcionista com o talento de imaginar do que com o de observar como certos naturalistas de segunda mão[...]” (Massaud Moisés).

III. “[...] somos induzidos a pensar que, graças à propensão para a minúcia, o flagrante, a surpresa, o impacto se realizou mais e melhor no conto que no romance” (Massaud Moisés).

IV. “[...] a crítica tem sido unânime em reconhecer-lhe o significativo papel de pioneiro na formulação duma consciência literária autenticamente ‘brasileira'” (Massaud Moisés).

MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira: romantismo, realismo.São Paulo: Cultrix, 1984.

Assinale a alternativa correta:

a) I e II se referem a José de Alencar.

b) I e III se referem a Machado de Assis.

c) II e III se referem a José de Alencar.

d) II e IV se referem a Machado de Assis.

e) III e IV se referem a José de Alencar.

Resposta

35. (PUC-PR) Aponte a justificativa verdadeira quanto à transição entre Romantismo e Realismo na literatura brasileira:

a) Em Dom Casmurro, Machado de Assis associa elementos da estética romântica, como a devoção amorosa de Capitu por Bentinho, a outros, da estética realista, como a visão científica pela qual o narrador tenta explicar as semelhanças entre seu filho e Escobar.

b) As obras de Aluísio Azevedo oferecem uma visão distorcida da realidade do final do século XIX, pois tentam demonstrar a hipótese evolucionista enfocando unicamente personagens das classes menos favorecidas.

c) Assim como ocorreu na ficção realista, os principais poetas do final do século XIX, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, elegeram como tema a denúncia social e como técnica a descrição objetiva.

d) Em Senhora, José de Alencar mescla elementos da estética romântica, como as luxuosas descrições de ambientes, a outros, da estética realista, como o perfil psicológico do protagonista masculino.

Page 21: F - REALISMO

e) A poesia de Casimiro de Abreu estabelece a ponte entre o Romantismo e o Realismo, sobretudo por seu forte conteúdo social, de que são exemplos os poemas de exaltação das idéias abolicionistas.

Resposta

36. (PUC-PR) Sobre o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, o ensaísta português Helder Macedo afirmou:

“Na destruição de Capitu, na neutralização do desafio ao modo de ser alternativo que ela representa, reside o propósito fundamental da restauração procurada por Bento Santiago através da escrita do seu memorial. [...] Ela era uma estranha, uma intrusa, uma ameaça ao status quo, um indesejável traço de união com uma classe social mais baixa, representando assim também, implicitamente, a emergência potencial de uma nova ordem política que ameaçasse o poder estabelecido. Acresce que algumas das outras características da sua rebelde personalidade – curiosidade intelectual, gosto pela aritmética, talento financeiro, capacidade de abstração e de previsão – eram qualidades convencionalmente associadas à mente masculina, não qualidades aquiescentemente femininas”. O narrador deixa entrever de forma sistemática quanto poderia haver de suspeito e de perigoso, social e sexualmente, nas suas motivações. Classe e sexo são assim fundidos na mesma ameaça representada pela moralidade supostamente dúbia de Capitu”. MACEDO, Helder. Machado de Assis: entre o lusco e o fusco.

Qual dos trechos de Dom Casmurro exemplifica as idéias críticas de Helder Macedo?

a) “Capitu não achava bonito o perfil de César, mas as ações citadas por José Dias davam-lhe gestos de admiração. Ficou muito tempo com a cara virada para ele. Um homem que podia tudo! Que fazia tudo!” (Capítulo XXXI – “As curiosidades de Capitu”)

b) “Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura.” (Capítulo XXXIII – “O penteado”).

c) “Capitu ia agora entrando na alma de minha mãe. Viviam o mais do tempo juntas, falando de mim, a propósito do sol e da chuva, ou de nada; Capitu ia lá coser, às manhãs; alguma vez ficava para jantar.” (Capítulo LXVI – “Intimidade”).

d) “Capitu gostava de rir e divertir-se, e, nos primeiros tempos [de casados], quando íamos a passeios ou espetáculos, era como uma pássaro que saísse da gaiola. Arranjava-se com graça e modéstia.” (Capítulo CV – “Os braços”).

e) “Capitu e eu, involuntariamente, olhamos para a fotografia de Escobar, e depois um para o outro. Desta vez a confusão dela fez-se confissão pura. Este era aquele [...].” (Capítulo CXXXIX – “A fotografia”)

Resposta

Page 22: F - REALISMO

37. (UFV-MG) Sobre a narrativa machadiana A Cartomante, apenas NÃO se pode afirmar que:

a) A personagem Rita, ao concluir que “havia muita coisa misteriosa e verdadeira neste mundo”, traduz vulgarmente a sentença de Hamlet, o famoso herói shakespeareano: “há mais coisa no céu e na terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

b) O desfecho de A Cartomante é trágico e seus personagens, Vilela, Camilo e Rita, formam o típico triângulo amoroso de grande parte das obras do período realista.

c) A personagem Rita mostra-se descrente em relação às premonições da cartomante, opondo-se ao comportamento de Camilo, extremamente supersticioso e obcecado por bruxarias.

d) A ironia machadiana reflete-se, sobretudo, nos momentos finais do texto, pelo contraste entre as profecias otimistas da cartomante e o destino cruel dos amantes Rita e Camilo.

e) A narrativa A Cartomante retrata uma situação de adultério e confirma a tendência realista para destruir e ridicularizar o casamento romântico.

Resposta

38. (UFV-MG) Machado de Assis foi notabilizado pela crítica por sua capacidade de construir personagens bastante complexas, de dimensão psicológica profunda, que desmascaram as convenções sociais hipócritas. Assinale a alternativa que indica a personagem que comprova essa afirmativa.

a) A cartomante, de A cartomante.

b) Inácio, de Uns braços.

c) Fortunato, de A causa secreta.

d) Garcia, de A causa secreta.

e) Camilo, de A cartomante.

Resposta

39. (UFPA) O fragmento abaixo pertence ao conto O alienista, publicado entre 1881 e 1882, por Machado de Assis, e tematiza a loucura, um dos assuntos tratado pelo autor em outras obras suas.

“Mas o ilustre médico, com os olhos acesos da convicção científica, trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu. Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada. Alguns chegam ao ponto de conjeturar que nunca houve outro louco além dele em Itaguaí; mas esta opinião, fundada em um boato que correu desde que o alienista expirou, não tem outra prova senão o boato; e

Page 23: F - REALISMO

boato duvidoso, pois é atribuído ao padre Lopes, que com tanto fogo realçara as qualidades do grande homem. Seja como for, efetuou-se o enterro com muita pompa e rara solenidade.” ASSIS, Machado de. O alienista. 9. ed. São Paulo: Ática, 1992, p.55.

A respeito do fragmento e do conto a que esse pertence é correto afirmar:

(A) O narrador coloca-se distante do tempo e do espaço do enredo, não apenas para garantir verossimilhança ao texto, objetivo da estética naturalista, mas também para disfarçar sua admiração pelo cientista Simão Bacamarte.

(B) A Casa Verde havia sido fechada pelos revoltosos da cidade, conhecidos por Canjicas e liderados pelo barbeiro Porfírio, que a tomara após um episódio descrito em páginas sangrentas, bem ao gosto do Naturalismo.

(C) Simão Bacamarte trancou-se na Casa Verde para curar-se porque, antes, havia trancado lá quase toda a população de Itaguaí como louca; ironia machadiana que o retrata como um obsessivo, a perseguir os princípios mal assentados de sua ciência.

(D) Padre Lopes é o grande antagonista de Simão Bacamarte na obra. Ele é a representação do anticlericalismo, forte elemento do programa naturalista, seguido de perto por Machado de Assis.

(E) O enterro de Simão Bacamarte deu-se “com muita pompa e rara solenidade” porque a população se sentia agradecida ao cientista, que havia levado riqueza, prosperidade, harmonia e sossego à cidade de Itaguaí.

Resposta

40. (UFPA)

"O emplasto

[...] Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito: fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis. Assim, a minha idéia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro lado, sede de nomeada. Digamos; amor da glória.”

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.17.

Com relação ao texto e ao seu autor, é correto afirmar:

• O amor da glória a que se refere o narrador Brás Cubas centra-se no enaltecimento do homem por seus atos naquela sociedade, razão por que, apesar de crítica, a obra machadiana

Page 24: F - REALISMO

não ultrapassou as fronteiras do século XIX, pois revelou os valores de um homem ainda não contaminado pela tecnologia.

• Brás Cubas se confessa ao leitor porque suas memórias servirão para ele se redimir do que foi, enquanto vivo. A redenção das personagens que cometiam atos contrários à moral burguesa, da época, era condição para que a obra, de um determinado, autor fosse aceita pelo público oitocentista.

• O autor do emplasto e narrador da obra é Brás Cubas, que narra suas memórias melancólica e seriamente. Daí a presença de um tom moral na narrativa, próprio de Machado de Assis, que se sagrou como o grande realista brasileiro pelas lições que impingia ao severo público da época.

• Brás Cubas, no enredo da obra, persegue a confecção do emplasto e por sua razão morre. Isso revela a representatividade do herói que, abolicionista ferrenho, ao morrer por uma causa que considera justa, amplia o significado da luta a que se dedicou.

• A revelação de Brás Cubas se apóia no fato de ele ter, no início da obra, se intitulado um ‘defunto autor', em contraposição a um ‘autor defunto', razão pela qual se pode desmascarar para o leitor. Esse jogo contribui para o realismo da obra que realiza a sondagem moral machadiana do burguês brasileiro da época.

Resposta

41. (UFAC) Com base na leitura de Dom Casmurro, examine as assertivas abaixo. Depois, marque a alternativa correta.

I. Evidencia-se no romance um rico painel social da época a que se refere a narrativa.

II. As características atribuídas às personagens estão muito aquém das que predominavam à época machadiana.

III. O perfil de Capitu, a partir da ótica do narrador, assemelha-se ao da mulher romântica.

IV. A dúvida instaurada a respeito da fidelidade de Capitu resulta da postura assumida pelo narrador.

a) Apenas I, III e IV estão corretas.

b) Apenas II, III e IV estão corretas.

c) I e III são incorretas.

d) Apenas I, II e III estão corretas.

e) Apenas I e IV estão corretas.

Resposta

Page 25: F - REALISMO

42. (UPE)

Assinale, na coluna I, as afirmativas verdadeiras e, na coluna II, as falsas.

Abaixo, em negrito, aparecem cinco características da produção literária de Machado de Assis, seguidas, cada qual, de um fragmento da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas cujo grifo ressaltaria a característica respectiva. Analise se a relação indicada entre o fragmento e a característica apresentada é coerente.

I II.

0 0 Relação entre ser e parecer: “Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha vida, no meu pensamento; — era o que dizia, e era verdade.” (Cap. LIII, grifo nosso)

1 1 Criação de mulheres enigmáticas: “Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue[...]” (Cap. XI, grifo nosso)

2 2 Ironia: “ Também por que diabo não era ela [a borboleta preta] azul? disse comigo. E esta reflexão, — uma das mais profundas que se tem feito, desde a invenção das borboletas, — me consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo.” (Cap. XXXI, grifo nosso).

3 3 Sarcasmo: “Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas.” (Cap. XXXVI, grifo nosso)

4 4 Uma escrita renovadora em relação à tradição literária brasileira: “Vivi meio recluso, indo de longe em longe a algum baile, ou teatro, ou palestra, mas a maior parte do tempo passei-a comigo mesmo.” (Cap. LXXVII, grifo nosso)

Resposta

43. (UFT)

"Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena." MACHADO DE ASSIS, J. M. "Quincas Borba". In: Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004. v. I, p. 644.

A partir da leitura desse trecho, é CORRETO afirmar que a obra Quincas Borba.

a) aborda a filosofia de Quincas Borba como algo inventado por Rubião.

b) dissimula o personagem principal quando lhe dá o nome de um cão.

Page 26: F - REALISMO

c) se constitui em um romance escrito por um narrador que já tinha morrido.

d) utiliza a intertextualidade, pois remete a outra narrativa do mesmo autor.

Resposta

44. (UFT)

"Rubião conheceu-o também; e respondeu-lhe que não era nada. Capturara o rei da Prússia, não sabendo ainda se o mandaria fuzilar ou não; era certo, porém, que exigiria uma indenização pecuniária enorme, - cinco biliões de francos. - Ao vencedor, as batatas! concluiu rindo." MACHADO DE ASSIS, J. M. "Quincas Borba". In: Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004. v. I, p. 806.

Com base na leitura de Quincas Borba, é CORRETO afirmar que, nesse trecho, o Autor.

a) Apresenta o personagem em seus últimos momentos, num estágio avançado. de delírio.

b) Indica que Rubião, personagem marcado pela derrota, ao final alcançou seus. objetivos.

c) Mostra como a vitória de Rubião sobre o rei é uma metáfora de seu sucesso como escritor.

d) Revela que o vencedor se auto-ironiza, pois aceita a indenização em francos ou batatas.

Resposta

45. (UFT) Com base na leitura de Quincas Borba, de Machado de Assis, julgue os itens I e II.

I. O romance apresenta uma característica bastante marcada do Realismo, qual seja, a análise do comportamento humano condicionado pela sociedade.

II. As teorias evolucionistas e positivistas constituem-se em correntes do pensamento ironizadas ao longo da obra.

Resposta

46. (Ufam) Só uma das afirmativas abaixo NÃO se refere de modo correto a Machado de Assis. Assinale-a:

a) No romance Memorial de Aires, de cunho memorialístico, lê-se sobre a experiência colegial de um menino.

b) Em Quincas Borba, Rubião, herdeiro de uma grande fortuna, cai nos laços de um casal ambicioso.

Page 27: F - REALISMO

c) Em Dom Casmurro, Bentinho, ex-seminarista, conta a possível traição de Capitu, sua mulher, com Escobar, o melhor amigo.

d) No romance Memórias Póstumas de Brás Cubas há um triângulo amoroso formado por Brás Cubas, Virgília e Lobo Neves.

e) À primeira fase de sua obra pertencem os romances Helena, Ressurreição e A Mão e a Luva.

Resposta

48. (Ufam) Leia as alternativas abaixo, que se referem ao romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.

• Não se tem certeza se Capitu de fato traiu Bentinho, principalmente se levarmos em conta que tudo é narrado do ponto de vista deste personagem, que é um ciumento extremado e possui uma natureza imaginativa ao extremo.

• O autor-personagem é um cinqüentão solitário que reproduz, no Engenho Novo, a casa em que se criara na antiga rua de Mata-Cavalos, com o intuito de restaurar a adolescência na velhice.

• No estilo narrativo do romance observa-se a técnica dos capítulos quase sempre curtos e, dentro deles, as apóstrofes ao leitor e as digressões ora graves ora humorísticas.

• A humilde Capitu revela-se esperta e cativante, insinuando-se vitoriosamente no pequeno mundo de D. Glória, a mãe viúva de Bentinho, vindo a casar-se, posteriormente, com seu companheiro de meninice.

Estão corretas ou são admissíveis:

a) Somente II e III.

b) Somente I e III.

c) Somente I e IV.

d) Somente I, II e IV.

e) Todas as alternativas.