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Seminário: “ENERGY SECURITY AS MULTIDIMENSIONAL CONCEPT – FLORIAN BAUMANN” Alunas: Isabella Martins, Laura Chimentao, Natalia Basso e Tâmila Bossolane C RI RESUMO: Segurança energética é mais que sustentabilidade, competitividade e segurança de abastecimento. Seg. energética é um conceito multidimensional, que inclui tanto ação externa como interna. Economia, política e medidas de segurança devem ser aplicadas em combinações, de maneira tal que gere sinergias essenciais. Somente pela integração da abordagem, que combina todos os aspectos de segurança energética, é que poderá obter sucesso. 1. O conceito de segurança energética O autor inicia este capítulo expondo que na maioria das vezes o conceito de segurança é definido como fornecimento/ suprimento seguro/ durável a um preço razoável, porém o conceito de energia é de grande complexidade. O triângulo, que é citado frequentemente - garantia de fornecimento, sustentabilidade e competitividade - marca a relação entre os três principais aspectos da política energética, mas é insuficiente como um quadro de segurança energética. Além disso, uma compreensão exclusivamente econômica de garantir o fornecimento de energia por meio do comércio e dos negócios não é suficiente. Antes de o autor começar a trabalha o real conceito de seg. energética, ele diz que a seg. energética nada mais é que a própria segurança, uma vez que somos vulneráveis a falta desta, não somente os indivíduos, mas também o setor empresarial. Assim,

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Seminário: “ENERGY SECURITY AS MULTIDIMENSIONAL CONCEPT – FLORIAN

BAUMANN”

Alunas: Isabella Martins, Laura Chimentao, Natalia Basso e Tâmila Bossolane

4º C RI

RESUMO: Segurança energética é mais que sustentabilidade, competitividade e segurança

de abastecimento. Seg. energética é um conceito multidimensional, que inclui tanto ação externa

como interna. Economia, política e medidas de segurança devem ser aplicadas em combinações,

de maneira tal que gere sinergias essenciais. Somente pela integração da abordagem, que combina

todos os aspectos de segurança energética, é que poderá obter sucesso.

1. O conceito de segurança energética

O autor inicia este capítulo expondo que na maioria das vezes o conceito de segurança é

definido como fornecimento/ suprimento seguro/ durável a um preço razoável, porém o conceito

de energia é de grande complexidade. O triângulo, que é citado frequentemente - garantia de

fornecimento, sustentabilidade e competitividade - marca a relação entre os três principais

aspectos da política energética, mas é insuficiente como um quadro de segurança energética. Além

disso, uma compreensão exclusivamente econômica de garantir o fornecimento de energia por

meio do comércio e dos negócios não é suficiente.

Antes de o autor começar a trabalha o real conceito de seg. energética, ele diz que a seg.

energética nada mais é que a própria segurança, uma vez que somos vulneráveis a falta desta, não

somente os indivíduos, mas também o setor empresarial. Assim, uma oferta satisfatória de energia

é uma condição prévia para o desenvolvimento e crescimento econômico, conforto do indivíduo e

legitimidade dentro da política. Baumann, através de uma citação, diz que o conceito de segurança

vai além de defesa política e sobrevivência, o conceito é intrínseco as condições de existência.

O artigo tenta definir o conceito de segurança não de uma maneira normativa, mas através

dos atores privados e políticos. Portanto, são identificadas quatro dimensões: 1) Dimensão da

política interna; 2) dimensão econômica; 3) dimensão geopolítica e 4) dimensão da política de

segurança

Essas dimensões todas juntas faz da segurança a segurança energética que é designada

como pré- requisito para o processo econômico, assim como estabilidade política e legitimação.

Ademais, as dimensões- chaves são necessárias para a estabilização e salvaguarda do

fornecimento de energia. Por exemplo: o funcionamento dos mercados energéticos internacionais

e cadeias de abastecimento doméstico são condições vitais para a segurança energética, mas sem

a estabilidade e segurança nos países produtores, tornam-se inúteis.

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Baumann diz que é através dessas quatro dimensões que poderá ser atingido um nível maior

de segurança e as crises energéticas poderão ser atenuadas. Também, os atores devem cooperar

um com os outros, pois será uma tarefa impossível cumprir os deveres sozinhos.

1.1 A dimensão da política externa

A dimensão política interna, em primeiro lugar, requer uma infra-estrutura ótima,

especialmente porque há uma crescente demanda de eletricidade, o que requer investimentos

maciços em novas redes e centrais elétricas. Ao mesmo tempo, a segurança das redes

transnacionais de energia também pede ação conjunta, mas primeiramente cada Estado deve

garantir ampla capacidade nacional, armazenagem da produção e reserva.

A manutenção da infra-estrutura e a reação à emergência não podem ser esquecidas. O autor

explica que a interrupção da oferta, bem como acidentes naturais pode interromper o processo de

fornecimento de energia, por isso que os Estados devem estar preparados com uma excelente

infra-estrutura e uma boa manutenção.

Outra área para melhorar a segurança energética interna reside na crescente eficiência

energética ou produtiva. Eficiência para os consumidores finais deve ser entendida com o mesmo

resultado de poupar energia à um custo menor. No campo da indústria o aumento da eficiência

energética significa menor consumo de energia por unidade produzida, e dissociação de consumo

de energia e crescimento econômico.

Além das necessidades de infra-estrutura, os países consumidores também devem repensar

suas “misturas de combustíveis”(não entendi o que ele quis dizer com essa mistura de

combustíveis). A eletricidade é um fator chave neste ponto. Fontes alternativas de energia, como

energias renováveis e nucleares, podem diminuir a dependência das importações e contribuir para

a segurança do abastecimento, desde que baseiem em recursos endógenos. As energias eólicas e

radioativas podem contribuir menos para complementar a produção de energia. As energias

geotérmicas ou solares podem colaborar para uma ação mais autônoma e salvar o recurso fóssil,

além de contribuir para a construção de uma reserva estratégica nacional.

1.2. Dimensão econômica

A segurança energética envolve a situação interna do país, pois conforme o nível da

demanda da sociedade civil é necessário possuir uma oferta que supra a procura, mas sempre

havendo sobra em caso de emergências. Para a dinâmica da oferta e da demanda funcionar, o

Estado deve determinar regras com o intuito de administrar o preço desse mercado, podendo

assim, proporcionar a energia, a um preço acessível, aos consumidores e às indústrias.

A distribuição da produção energética, feita local ou regionalmente, elimina os riscos de

transportes relacionados às grandes distâncias, mantém os preços estáveis e eleva o nível de

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segurança, melhorando os resultados econômicos. Entretanto, existe a possibilidade de ocorrer

uma concentração das empresas fornecedoras de energia. Para diminuir a tendência de monopólio

os advogados devem criar uma estrutura permitindo a diversificação desse setor a partir da

liberalização dos mercados pode acontecer incrementos em tecnologia (maior competição).

Na questão sobre os combustíveis fósseis, como o petróleo e o gás natural, a distribuição se

torna mais complexa, pois são produtos transportados por navios (apenas o petróleo) ou dutos.

Isso envolve importadores e exportadores, emergindo a necessidade de contratos de longo prazo e

diversificação, evitando os impactos de crises. Os primeiros reduzem as chances de interrupção da

oferta e o segundo abre novas rotas e fontes de recurso. As vantagens desse esquema são tanto dos

produtores quanto dos importadores, aqueles ganham com infra-estrutura em transportes e estes

melhoram a sua posição, pois estando envolvidos na extração e exploração podem negociar

condições (se suas empresas estiverem ligadas diretamente nessas atividades). O papel dos

Estados é de apenas estimular esses contatos ou investimentos, garantindo o acesso ao crédito.

A tecnologia dentro da energia exerce uma função importante devido a possibilidade de

desenvolvimento de energias alternativas reduzindo o impacto ambiental, como também os custos

(destinando o montante economizado a novos investimentos) e melhorando a eficiência, além de

criar novos empregos e estimular o crescimento econômico.

1.3 Dimensão geopolítica

Geralmente os recursos energéticos atravessam grandes distâncias, surgindo a insegurança

devido as instabilidades de certas regiões. Para diminuir os riscos de transportes, as organizações

internacionais (excluindo a OMC, pois não está na agenda a energia) estabelecem regras,

passando pela tentativa de diminuir qualquer barreira ao livre fluxo dos recursos energéticos.

Exemplo disso é a União Européia, em 1994, tentando propor aos seus membros um projeto

visando serviços transnacionais enérgicos que incorporava tratados favorecidos para IED, queda

de tarifas discriminatórias para materiais, produtos e equipamentos, criação de regulamentos de

concorrência e promoção de eficiência energética.

Atualmente em alguns países assiste-se a uma onda de nacionalização das fontes de energia.

Para o autor, o controle estatal dificulta que os mecanismos de mercado predominem, impondo

uma característica mais política do que econômica ao setor de energia. Além disso, os conflitos

entre os países consumidores e os produtores podem se elevar. As saídas a este entrave é a

cooperação entre atores privados e governamentais e o soft power, no qual o desenvolvimento da

democracia e a estabilidade política fortalecem a segurança energética.

1.4. Dimensão da política de segurança

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As ameaças dominantes citadas no capítulo anterior, não podem ser resolvidas apenas pelo

“soft power”. Ataques terroristas em infra-estruturas ou atos de pirataria, os quais não são

praticados por atores estatais, devem ser tratados pela política de segurança convencional.

Os ataques piratas não são comuns apenas em águas da costa leste da África, perto do

subcontinente da Índia ou no Sudeste asiático. A Europa, assim como os Estados Unidos, também

são alvos. Eles dependem do fluxo contínuo de petróleo e gás natural para alimentar suas

economias e não podem ignorar o aumento das ameaças na sua oferta.

Uma alternativa seria a estreita cooperação entre os estados mais vulneráveis, incluindo o

compartilhamento de informações e debates sobre as melhores práticas. Porém, há um paradoxo,

alguns dos estados mais ameaçados possuem menores capacidades de acordo co a avaliação de

risco, reação à crise e militares ou forças policiais bem treinadas. Para o bem de sua própria

segurança energética, as nações industrializadas devem ampliar a sua participação nessa esfera.

Ultimamente, a Dimensão de Infra-estrutura de Energia (EIS) foi introduzida como um

termo fixo em debate. Devido a crescente dependência das importações de recursos energéticos, é

indispensável pensar em uma estratégia de segurança para o abastecimento. Nesse sentido, a EIS

apresenta uma análise de ameaças e medidas imediatas em caso de emergências.

Recentemente, Javier Solana introduziu uma abordagem bastante parecida, dizendo que

para responder às crises deve-se fazer mais para obter avaliações compartilhadas dos riscos e das

vulnerabilidades.

Com os mercados cada vez mais contraídos e com a demanda crescente, a disponibilidade

de recursos suficientes (principalmente de energia) é de interesse vital para todos os estados.

Outra questão interessante é como lidar com os depósitos de recursos em estados frágeis.

O “hard power” não deve ser entendido como o único meio de reforçar a segurança

energética. Pelo contrário, ele deve ser visto como um recurso complementar.

2. Política energética para a Europa

A União Européia (UE) é a maior importadora de petróleo e gás natural do mundo e, por

isso, deve ter um interesse especial em segurança energética. O Conselho da União Européia

lançou a “Política Energética para a Europa” e anunciou uma política comunitária eficaz. O

Conselho identificou três desafios principais:

- uma política externa comum

- a diversificação da fonte do combustível, as rotas de transito e recursos

- gestão comum de crises, baseada na solidariedade e no auxilio

As alterações climáticas e a eficiência energética são elementos vitais, mas não

suficientes, de uma política integrada de energia. A UE nomeou a sustentabilidade, a

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competitividade e segurança do abastecimento como elementos chave da Política Energética para

a Europa.

Para avançar nesta questão, especialmente no campo da segurança energética da UE é

preciso formular uma estratégia rigorosa, mostrando os caminhos e os objetivos da sua política

externa de energia.

Uma cooperação mais estreita da UE com a Organização do Tratado do Atlântico

Norte (OTAN) pode ajudar os europeus a superar o seu déficit estratégico.

3. Diretrizes para a UE

Em suma, a segurança energética não pode ser reduzida para fins econômicos, e de

segurança, pois neste campo de ação não se sustenta a militarização “bruta”. Enquanto os Estados

Unidos e outros aceitam essa complexidade, a Europa ainda não tem esse tipo de pensamento

estratégico e apela para a força dos mercados e diálogos de energia. A concorrência pela energia, à

crescente instabilidade em alguns dos países produtores, causa um novo jogo de poder que requer

um ajuste político. A UE tem que encontrar os principais riscos para o abastecimento

energético europeu, formulando seus interesses políticos, de segurança e agrupando em um

conceito pragmático estratégico.

Dado que nenhuma das dimensões acima mencionadas será suficiente para garantir a

segurança energética, cada um deles tem de ser incorporada em uma abrangente agenda política

global. O econômico, bem como as dimensões internas são um pouco predominantes, enquanto a

importância dos aspectos políticos - complementar ao renascimento da "NOCs" -crescerão. Mas

a segurança e os meios militares em termos de monitoramento, avaliação de riscos

e treinamento das forças locais devem ser consideradas em uma base permanente, ao passo que a

intervenção militar sob a forma de imposição da paz e da gestão pós-crise são mais do que a

ultima ratio nos negócios cotidianos.

Avançar para o multidimensionalidade do meio, a segurança energética exige

uma abordagem multilateral. Por isso, instituições como o Fórum Internacional de Energia

ou da Agência Internacional de Energia pode fornecer uma base

de entendimento comum, enquanto outras organizações ou regimes

como a NATO ou a ECT tem que cuidar de aspectos complementares. Como não existe um

quadro global para lidar com todos os aspectos da segurança energética, uma variedade de

organizações regionais, bilaterais e multilaterais devem empenhar-se em fornecer a segurança de

abastecimento. Do ponto de vista europeu, a UE deverá ter um papel dominante neste campo,

pois é a única organização que aborda - pelo menos teoricamente - todos os aspectos do conceito

introduzido. Para isso, a União tem de superar seu déficit estratégico e esclarecer qual

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o papel que pretende desempenhar. De qualquer forma, a cooperação multilateral, entre a Europa,

os membros da OPEP, a Rússia, os EUA e os gigantes em desenvolvimento China e Índia,

é essencial para resolver os problemas da segurança energética de forma adequada.

4. Conclusão

Obviamente, há mais de um caminho para a segurança energética, no entanto, o

unilateralismo e o reducionismo não serão bem sucedidos. Já proposto esforços técnicos

e econômicos no campo da políticaenergética são importantes primeiros passos, no entanto, uma

abordagem mais holística é necessária. Especialmenteinternacionalmente coordenada, as medidas

de segurançamultilateral têm que ser mais elaboradas. Os aspectos básicos

de segurança da segurança energética são de certo modo sem supervisão, em particular na opinião

pública. No entanto, um conceito sustentável de segurança energética deve reunir todas as

dimensões acima mencionadas, que vão desde as simples facetas econômicas e políticas para o

espectro completo de flexibilidade bem como a segurança rígida. O aperto dos mercados de

energia e o aumento das ameaças à infra-estrutura energética pede uma nova forma de

pensar de como assegurar o abastecimento energético. A utilização de instrumentos de segurança

não deve ser visto como uma opção a ultima ratio na forma

de uma militarização da política energética, ao contrário, deve ser encarada como uma

resposta complementar a questão do risco dos suprimentos que não podem ser tratados somente

por outros meios

Assim, os Estados devem começar a compreender a complexidade da segurança energética

e  respeitar como um interesse vital. Em vez de lidar com ele em qualquer meio, econômico,

político ou de segurança devem ver a segurança como um guarda-chuva da política energética.

Para proteger os nossos valores adquiridos - como citado na introdução - desenvolvimento

econômico, a segurança individual e a estabilidade política de um abastecimento estável e

suficiente da energia é necessária, portanto, um pressuposto para a segurança. Sem energia ou os

serviços de energia secundária nossas vidas seriam diferentes e não para melhor. Portanto, a

política energética deve ser securitizada e, desse modo tem de ser tratada como uma questão de

segurança: " The days of easy energy are over…“.