trabalho etnoarqueologia estudo do automóvel (1)

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  • 7/23/2019 Trabalho Etnoarqueologia Estudo Do Automvel (1)

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    Introduo

    Este trabalho tem como objetivo estudar a relao de um grupo familiar com

    um bem material. O grupo familiar com o qual iremos trabalhar encontra-se no

    estado de Minas Gerais, na cidade de elo !ori"onte, bairro #anta Margarida

    $arreiro de bai%o&. ' fam(lia possui ao todo quatro membros, cujos nomes no

    sero citados aqui para resguardar-lhes a privacidade. )este trabalho

    chamaremo-lhes de *ai, Me, +ilho e +ilha.

    O *ai um senhor calvo de apro%imadamente cento e vinte quilos, com

    quarenta e nove anos de idade, mede por volta de um metro e sessenta e cinco

    cent(metros de altura. rabalha autonomamente como msico profissional,

    tocando em bares, festas e eventos diversos. ' Me uma senhora de cabelo

    longo e encaracolado, com quarenta e tr/s anos de idade, medindo por volta de

    um metro e sessenta e cinco de altura. rabalha na empresa #'0' transporte de

    etim $sigla para o italiano #pedi"ione 'uto transporti 0epositi& que trabalha no

    segmento de log(stica e prestadora de servios da +1' autom2veis $+3brica1taliana de 'utom2veis de orino&. )a empresa ela e%erce a funo de Motorista

    de *ensilina $manobrista& no p3tio da +1'. O +ilho um adolescente de quator"e

    anos de idade, tem apro%imadamente setenta quilos, medindo por volta de um

    metro e sessenta e cinco de altura. Estuda na escola estadual 4ui" Gatti e est3

    na stima srie do ensino fundamental. ' +ilha uma criana com cabelo longo e

    encaracolado,com apro%imadamente um metro e meio de comprimento e trinta e

    cinco quilo com apenas cinco anos de idade. Estuda na Escola Municipal*rofessor 5os ra", onde fa" a pr-escola.

    Optamos por fa"er o estudo do uso do autom2vel dessa fam(lia em questo

    por se tratar de um artefato muito presente na vida de todos os membros do seu

    grupo familiar. E tambm pelo nosso contato com o *ai $#arah o conhece h3 um

    tempo e j3 foi a seus sho6s e 7iro trabalha como ele como msico, onde o

    acompanha como contrabai%ista& o que facilitou muito a nossa pesquisa

    etnogr3fica do grupo familiar. entaremos ento descrever da melhor maneira

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    poss(vel, como cada membro da fam(lia interage com o carro, quais os eventuais

    problemas e ganhos que esse artefato possibilita e possibilitou a todos.

    Metodologia

    *ara possibilitar a construo do trabalho, optamos inicialmente por

    observao participante, onde interagimos com o grupo durante quatro dias, duashoras por dia, e uma entrevista semi-aberta. *rocuramos nos ater a como eles se

    comportavam em relao ao ve(culo em questo, para quais locais eles iriam e

    quais membros iriam para esses locais. )ota-se que o 7iro conhece a fam(lia em

    questo desde o ano de dois mil e cinco, mas para fa"er uma primeira

    observao deles com o autom2vel por apenas quatro dias.

    Em um dos dias mencionados, acompanhamos o *ai levando a filha na

    escola e em sua ida e volta do seu trabalho de msico em um bar na regio do

    arreiro. 0escreveremos os detalhes mais adiante quando falaremos sobre cada

    membro da fam(lia e sua relao com o autom2vel.

    Estas primeiras observa8es aconteceram sem que inform3ssemos ao

    grupo sobre nossos objetivos acad/micos quanto 9s informa8es coletadas, por

    julgar necess3ria a coleta de dados despidos de :inten8es; e

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    >. ?uantos anos cada membro da fam(lia tem@

    A. Onde trabalham e estudam@B. ?ual o nome e o modelo do seu autom2vel@C. 7omo foi feita a compra do autom2vel@D. ?ualidades e defeitos do autom2vel@. 7omo feito o 7ompartilhamento do autom2vel na fam(lia@F. ?uerem trocar de autom2vel@

    ?uando comeamos a fa"er as perguntas, percebemos que as quest8es

    previamente elaboradas no eram suficientes para a obteno das informa8es

    necess3rias, como j3 previsto. Ento, durante a entrevista, outras quest8es

    dentro do tema tambm foram discutidas. *rocuramos dar um tom informal 9

    entrevista e dar espao para que os entrevistados se e%pressassem de forma

    livre e nos contassem o m3%imo de hist2rias e anedotas para que pudssemos

    compreender as rela8es em questo da melhor forma poss(vel.

    's perguntas foram feitas com todos os membros da fam(lia reunidos

    juntos, mas sempre que via necessidade fa"(amos perguntas direcionadas a um

    membro espec(fico da fam(lia, dei%ando espao para que todos os membrosopinassem sobre o autom2vel. )o fim a entrevista se transformou em um bate

    papo agrad3vel onde foram contadas v3rias hist2rias deles com o autom2vel da

    fam(lia. oda a entrevista efetuada foi gravada em formato de 3udio, para que

    tivssemos mais facilidade para transcrever as informa8es presentes nesse

    trabalho. 0urante o te%to citaremos partes da conversa, que estaro sempre

    entre aspas, em fonte menor e com identificao do autor da frase.

    Descrio do Automvel

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    O ve(culo automotivo da fam(lia, um 7orsa G4 >.C a"ul, modelo

    >, srie especial da General Motors do rasil, sendo na poca o nico

    modelo com rodas de magnsio, a chamada liga leve. O ve(culo em questo

    possui quatro rodas, uma cabine pequena, porta malas pequeno e quatro portas,

    podendo carregar de uma a quatro pessoas. #ua condio mecHnica est3

    perfeita para uso, mas a sua apar/ncia e%terior e interior est3 muito prec3ria, com

    arranh8es e pintura descascando na parte e%terna, e na parte interna com

    estofados com pequenos rasgos. 'nteriormente ao 7orsa a fam(lia tinha um +1'

    Ino Mille >.J antigo, que devido a idade $de" anos de uso& j3 no estavaatendendo mais 9s suas necessidades, por isso houve a necessidade de troca do

    antigo autom2vel para o mais recente.

    O 7orsa foi adquirido pela fam(lia no ano de >, comprado com apenas

    tr/s meses de uso e DJJJ mil Kilometros rodados $o que, para um autom2vel,

    uma Lilometragem muito pequena&. O carro foi adquirido na ag/ncia E%press

    eiculos, locali"ada na ia E%pressa, em elo !ori"onte. ' fam(lia deu o antigo

    carro $Ino& como uma entrada e pagou o restante a vista para a ag/ncia de

    ve(culos. O carro foi escolhido pela fam(lia por ser econNmico e de alto

    rendimento na estrada, j3 que >.C, e tambm porque cabia no oramento

    familiar $puderam pagar seu valor sem fa"er nenhuma divida&. Eles pretendem

    trocar o corsa por um carro mais novo, pois com o tempo o carro perdeu seu

    valor econNmico, e como hoje os financiamentos de autom2veis mais novos

    esto bem mais f3ceis, a tend/ncia natural troca-lo por um que atenda melhor a

    fam(lia. Outro fator citado que desde a compra do autom2vel o nmero deintegrantes do grupo dobrou e o corsa no tem um porta mala suficientemente

    amplo. Mas segundo a fam(lia a sua relao com o carro virou um :casamento;

    com mais de de"esseis anos de uso, o que o desvalori"a e complica em muito a

    sua troca

    Relao do Automvel com a Famlia

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    O *ai utili"a o carro constantemente, para o trabalho, compras, passeios e

    tambm levando e buscando a +ilha na Escola.

    Em um dia de trabalho n2s o acompanhamos indo ao seu sho6 no bar e

    restaurante oi arreiro, e observamos sua utili"ao do ve(culo para este fim.

    Ele primeiro carregou o carro com o equipamento de som, com a ajuda do 7iro.

    O equipamento consistia-se em duas cai%as de som acsticas, uma cai%a

    amplificada de contrabai%o, quatro pedestais, uma mesa de som amplificada, dois

    viol8es e um contrabai%o. um volume muito grande de objetos, considerando-

    se o tamanho do carro, mas, habilidosamente, as peas foram dispostas de

    maneira que tudo coubesse no pequeno espao. 7hegando ao local o

    equipamento foi descarregado e, terminando o sho6, colocou-se as peas de

    volta no carro e voltamos para casa.

    Em uma das conversas o *ai nos contou que o carro teve uma 2tima

    funcionalidade at o ano de AJJC. )a poca em que sua filha nasceu 9 fam(lia

    decidiu viajar para a casa de parentes do pai em 7onselheiro 4afaiete, pequenacidade no interior de Minas Gerais, mas no percurso a correia dentada do

    autom2vel arrebentou $a correia serve para ligar alguns componentes do motor

    do carro&. ' Me e a +ilha seguiram viagem para 4afaiete, enquanto o *ai e o

    +ilho esperaram o reboque por mais de duas horas, indo depois at a cidade de

    7ongonhas $cidade hist2rica do interior de MG& para que o conserto pudesse ser

    feito. O *ai disse que ap2s o rompimento dessa correia o carro nunca mais foi o

    mesmo e que todos os dias o carro tinha um defeito diferente. Mas logo ap2s o

    *ai comeou a chamar o carro de um apelido carinhoso, chamando-o de

    :Lamicleta; $esse termo foi usado em um seriado #ha"an e #herife da dcada de

    >PJ, onde a Lamicleta, seria uma bicicleta motori"ada voadora&. #egundo o *ai

    mesmo o carro Qsendo uma merdaR ele tem amor pelo ve(culo devido aos anos de

    conviv/ncia.

    ' me utili"a o carro com a mesma freqS/ncia do *ai, a nica diferena

    que 9s ve"es ela o utili"a para o trabalho, quando h3 e%trema necessidade,como, por e%emplo, quando precisa chegar mais cedo em casa para um

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    determinado compromisso. Em um dia normal ela utili"a o transporte para

    funcion3rios da sua empresa.

    'lm disso, ela utili"a o carro para compras, passeios e tambm levando e

    buscando a +ilha na Escola. Im fato que a Me enfati"ou insistentemente foi o

    defeito do ar quente da sa(da do para brisa. #egundo ela o carro teria ido 9

    oficina para um dos seus muitos consertos e o mecHnico teria retirado

    erroneamente a sa(da de ar quente do autom2vel e, devido a isso, em poca de

    chuva o desembaador do vidro dianteiro no funionaria de maneira alguma.

    Agora toda vez que chove o carro no atende mais, em dias de Sol ou na parte da noite

    ele uma maravilha, mas em dias de chuva, o vidro todo fica embaado sendoimpossvel rodar com o automvel!

    Im e%emplo citado foi uma viajem feita com o *ai e +ilho para 4afaiete,

    antes do nascimento da filha. 7omeou a chover pr2%imo a +ETE7 $na poca a

    empresa era especiali"ada em e%trao de minrio de ferro&. ' poeira de minrio

    de ferro comeou a sujar o para brisa e ela usou toda a 3gua do desembaador

    do carro para tentar retirar o minrio, mas foi em vo e o vidro ficou todo

    embaado e sujo e parecia que no conseguiriam seguir viagem, mas passou umcaminho e ela o seguiu, tendo ele como refer/ncia. udo que o caminho fa"ia

    ela ia fa"ia tabm at chegar em 7ongonhas, onde resolveram o problema,

    seguindo depois para 4afaiete. ' Me e%plica que isso aconteceu outras ve"es=

    indo para o trabalho em etim choveu e, de novo, ela teve que parar o carro, pois

    no tinha mais condi8es de visibilidade para continuar dirigindo. !oje eles

    procuram no sair com o carro em dias de chuva, para evitar poss(veis acidentes

    devido a este problema.

    Im detalhe importante, e que vai contra a todos os preconceitos machistas

    brasileiros sobre mulher dirigindo, que a Me uma motorista e%cepcional.

    ?uando compraram o carro ela era a nica que tinha a 7arteira )acional de

    !abilitao $retirou-a em >C, j3 o *ai s2 veio a retirar a carteira no ano AJJJ&.

    0esde >, quando adquiriram o carro, at AJJJ era ela quem dirigia o

    carro. )a maioria das viagens que o casal fa" ela quem dirige e sempre

    demonstra uma habilidade impressionante no volante.

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    O +ilho utili"a o carro em conjunto com os outros membros da fam(lia, para

    ir 9s compras, viagens e passeios. Taramente eles o buscam na escola de carro,

    ele geralmente fa" o percurso a p. )a nica ve" em que o 7iro presenciou o *aibuscando-o na escola, foi por motivo de emerg/ncia $quando ele bateu a cabea

    na piscina do colgio e o pai levou-o de carro ao hospital e depois de volta para

    casa&. Mas h3 um fato que o *ai tentou esconder, mas que a Me acabou

    revelando em nossas conversas, que ela est3 ensinando o filho a dirigir usando o

    carro da fam(lia. Em conversa com o filho ele me disse que j3 retira o carro da

    garagem, e dirige pela rua de sua casa, passando a primeira, segunda e terceira

    marcha. O interessante de se notar nesse tipo de acontecimento que o menino

    tem apenas quator"e anos, e segundo a nossa lei de maneira alguma poderia

    dirigir. *or isso, acho, o *ai preferiu no falar do assunto, j3 a Me no viu

    problema algum em falar conosco sobre o assunto e se sente orgulhosa pelo

    filho.

    ' +ilha utili"a o carro, mais especificamente para ir 9 escola, o *ai e a Me

    se reve"am em levar e tra"er a menina do colgio. O interessante que,

    perguntando a +ilha se ela gostava do carro, ela nos disse que amava o carro do"apai e da #ame! e eu tenho uma cadeirinha s minha!#egundo a fam(lia, no

    trajeto de casa at a escola ela chama os coleguinhas para entrar no carro, e

    quer dar carona a todos para que possam ir juntos para a escola.

    Discusso e Problemtica

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    7omo j3 descrevemos, o autom2vel possui v3rios problemas mecHnicos. '

    nossa opinio $leiga& sobre o assunto que a maioria dos problemas surgiram

    devido 9 gesto da manuteno do ve(culo, j3 que a fam(lia, na maioria dasve"es, prefere optar pela mo de obra barata e pouco qualificada ao tentar

    solucionar os problemas do ve(culo. 1sso, na maioria dos casos acaba tra"endo

    mais problemas do que solu8es. !3 uma piora significativa no desempenho do

    ve(culo, o que sempre gera descontentamento $principalmente pela parte do pai&

    em relao aos mecHnicos que j3 trabalharam com o autom2vel. *or e%emplo, o

    j3 citado problema do p3ra-brisa embaado. 'o invs de procurar uma

    assist/ncia qualificada, sempre optam por uma soluo mais pr3tica e

    econNmica, colocando produtos qu(micos no p3ra-brisa do carro a fim de resolver

    um problema que a mecHnico. Outro problema que eles sempre citam o d3

    correia dentada do autom2vel. *ai e Me sempre di"em que depois que ela

    arrebentou o funcionamento do carro est3 muito comprometido

    muito interessante que odas as ve"es que pergunt3vamos se eles

    gostavam do carro eles sempre respondiam que o autom2vel o melhor que h3,

    e que atende 9s suas necessidades. Mas logo depois voltavam a falar de todosos seus problemas.

    7iro recentemente presenciou uma briga do casal onde eles comentaram=

    *ai= $ssa merda desse carro, %& est& na hora de troca'lo onde %& se viu, um carro

    que no pode ver chuva, todas as vezes que chove o vidro fica todo embaado e no

    desembaa e fica sem ter como dirigir a eu tenho que colocar a cara pra fora do carro

    pra conseguir en(ergar alguma coisa #as eu disse pra voc) que precis&vamos trocar

    de carro, mas voc) no quis!

    Me= $ vai trocar o carro com qual dinheiro* $le est& ruim, mas o +nico que

    temos, ento paci)ncia s continuar no usando ele em poca de chuva!

    *ai= amos trocar ento essa merda por um mais antigo, mas que funcione!

    O interessante da briga do casal em volta do carro, que mesmo sabendo

    que o carro tem problemas eles ainda tentam justificar sua precariedade e adiar a

    troca citando impossibilidades financeiras, mas caso optassem por uma boa

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    reviso e manuteno, muitos dos problemas seriam resolvidos. Outro discurso

    que a troca do carro seria mais dif(cil devido ao longo tempo de uso, mas, ao

    mesmo tempo, no tomam nenhuma provid/ncia concreta para facilitar e

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    Em todos os discursos familiares ficou n(tido o amor depositado no objeto.

    's crianas, em especial demonstram um grande carinho pelo autom2vel. ' +ilha

    que sempre di" que ama o carroU o +ilho, que est3 aprendendo a dirigir nestecarro, v/ nele bem inestim3vel V sabido como a sociedade ocidental d3 /nfase

    nas primeiras coisas, o primeiro beijo, o primeiro emprego, o primeiro carro, o

    primeiro curso de graduao e etc.

    )as situa8es que acompanhamos a utili"ao do autom2vel, tanto para

    levar as crianas na escola como para o trabalho, ou para as compras, pudemos

    notar que a fam(lia inteira muito sedent3ria. emos isso nas pequenas

    distHncias, como a escola, que fica apro%imadamente a oitocentos metros dedistHncia da sua casa, que poderiam ser percorridas a p. Mas claro que

    preferem utili"ar o autom2vel por quest8es de praticidade e comodidade. )ota-se

    que este sedentarismo, alm da alimentao muito rica em carboidratos e

    prote(nas da fam(lia, , provavelmente, a causa do sobrepeso de todos os

    membros da fam(lia. O que est3 mais em forma o +ilho, que, por sinal, aquele

    que menos utili"a do autom2vel.

    ale ressaltar que nunca presenciamos nenhum tipo de briga referente 9

    utili"ao do autom2vel por ambos os membros da fam(lia $e o 7iro tem muitos

    anos de conviv/ncia com o casal&. )otamos grande consenso entre *ai e Me

    quanto a utili"ao do ve(culo, 9s ve"es um dirige as ve"es o outro dirige. !3 um

    respeito mtuo muito grande na hora de dirigir o autom2vel. 'mbos levam e

    buscam a +ilha na escola, e ambos saem para fa"er compras com o ve(culo.

    odos da fam(lia falam que o carro tem um bom conforto interno e que os

    problemas do autom2vel esto ligados 9 idade do ve(culo, como sendo um carro

    de mais de de"esseis anos de idade ele j3 se apresenta de forma prec3ria. Eles

    reclamam dos v3rios problemas do carro, mas se nota a poro de carinho que a

    fam(lia tem pelo seu objeto. O carro dei%ou de ser apenas um bem para o

    conforto, trabalho e la"er da fam(lia para um membro dela propriamente dito.

    Concluso Pessoal

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    0ivertimo-nos e aprendemos muito fa"endo esse trabalho. E pudemos ver

    tambm o quanto os discursos das pessoas so mut3veis. 'o elaborar as

    perguntas t(nhamos uma idia sobre como os entrevistados pensavam e comoiriam respond/-las, mas durante a entrevista e em outros momentos, a fam(lia

    falava coisas inesperadas eC anos dirigir um ve(culo. oda a

    e%peri/ncia demonstrou-se um grande e%erc(cio arqeuo-antropol2gico, com a

    presena do to citado e%erc(cio de distanciamento daquilo que pr2%imo e

    apro%imao do distante em v3rios momentos.

    ivemos muita dificuldade em articular o te%to e colocar no papel as idias einterpreta8es sobre as rela8es da fam(lia quanto ao carro. )o mais

    aproveitamos muito o tempo passado com a fam(lia, conversando sobre o carro e

    sua rotina, e o tempo de refle%o sobre as quest8es propostas.

    'gradecemos a todos os membros do grupo familiar, que contribu(ram com

    a reali"ao desse trabalho.

    +otos do autom2vel 7orsa >.C G4 da fam(lia.

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