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Trabalho e Praxis Social

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Trabalho e Praxis Social

Modos de produção escravista e feudal

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Profa. Esp. Regina Inês da Silva Bonança

Revisão Textual:Prof. Ms. Claudio Brites

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Modos de Produção Escravista e Feudal

· Introdução

· A constituição do modo de produção escravista em seus aspectos materiais e sociais

· A constituição dos aspectos materiais e das determinações sociais do feudalismo

· Relações de trabalho no Feudalismo

· Organização social

· A constituição do modo de produção escravista em seus aspectos materiais e sociais;

· A formação dos aspectos materiais e das determinações sociais do feudalismo.

O principal objetivo desta unidade é entender a formação histórica e social sob o modo de produção escravista e as transformações decorrentes na constituição do feudalismo.

Compreendendo que esses distintos modos de produção e as relações sociais estabelecidas em cada um deles são determinantes para a constituição do ser social e apreendendo o desenvolvimento do processo de trabalho, os desafios sociais e os avanços conquistados em decorrência das alterações do trabalho frente às invenções.

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

Contextualização

Estudaremos nesta unidade um período histórico que retrata a origem da exclusão de alguns grupos sociais. Observaremos que, após o fim das comunidades primitivas e do surgimento do excedente econômico, a produção de bens ocorrerá através da exploração do homem pelo homem, diferenciando-os social e economicamente.

Atualmente, vemos a disseminação de ações afirmativas que são políticas focais que alocam recursos em benefícios para pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no passado ou no presente.

As ações afirmativas são medidas que têm como objetivo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero ou de casta, aumentando a participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde, ao emprego, aos bens materiais, às redes de proteção social e/ou ao reconhecimento cultural.

Entre as medidas que podemos classificar como ações afirmativas, podemos mencionar: incremento da contratação e promoção de membros de grupos discriminados no emprego e na educação por via de metas, cotas, bônus ou fundos de estímulo; e políticas de valorização identitária.

Nesse contexto, apresentamos a tirinha Democracia Racial: uma fábula a serviço de quem? para que possamos refletir sobre a necessidade ou não da implementação das politicas públicas afirmativas. Acesse: http://mundodeoz.files.wordpress.com/2012/08/imagem7.jpg

Saiba mais: http://gemaa.iesp.uerj.br/dados/o-que-sao-acoes-afirmativas.html

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Introdução

Você Sabia ?Segundo John Eaton (1965, p.24), durante o modo de produção escravista, inventou-se a roda dentada, passou-se a fundir e a utilizar eficientemente o ferro e o bronze, difundiu-se o emprego da tração animal, surgiram as alavancas e o parafuso de Arquimedes, o arado pesado, a confecção de pregos, a plaina de carpinteiro, o moinho d’água, os guinchos e a roda hidráulica.

Figura 1- Parafuso de Arquimedes usado para uma pequena profundidade. Cilindro de madeira, encaixado num eixo de ferro acionado por uma manivela.

Fonte: iStock/Getty Images

O marco sinalizador do desenvolvimento do processo de trabalho foi o surgimento do excedente econômico, que apareceu pela primeira vez nas comunidades primitivas. Essas sociedades foram marcadas por relações de igualdade, ou seja, se constituíram sem a divisão em classes e tinham como objetivo a cooperação e a ajuda mútua.

O aparecimento do excedente econômico culminou com o fim da comunidade primitiva e foi um divisor na história da humanidade. Ele propiciou o desenvolvimento das forças produtivas e o aumento da produtividade no trabalho. Também possibilitou a atividade de trocas entre os grupos, conhecida como escambo, e sua apropriação pela exploração dos produtores diretos.

Excedente econômico: é a produção social que ultrapassa as necessidades imediatas do consumo da sociedade.

GlossárioEscambo: significa a troca de mercadorias por trabalho.

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

A constituição do modo de produção escravista em seus aspectos materiais e sociais

As comunidades primitivas desconheciam o escravismo uma vez que a base de todas as relações era a ajuda recíproca entre os grupos. Porém, diante da possibilidade do ser humano produzir mais do que necessitava para a sua existência e, assim, gerar o excedente econômico, a escravização se apresentou como algo muito rentável. Com o surgimento do excedente econômico, as relações sociais foram modificadas e se tornou extremamente lucrativo escravizar e explorar o ser humano, em uma relação favorável para o proprietário em detrimento dos explorados/escravos – afinal os proprietários ficavam com todo o produto excedente.

Por volta de 3.000 a.C., começou a se estruturar o modo de produção escravista, o qual perdurou até a queda do Império Romano. Ele foi a base da civilização grega e se manteve entre os romanos, porém não foi o único que dominou na Antiguidade.

Inicialmente, conforme se dava a expansão territorial, os capturados eram mortos ou devorados. Com o passar do tempo, a concepção de escravidão foi tomando forma e esses prisioneiros passaram a realizar trabalhos forçados na produção de bens, que iriam gerar o excedente econômico.

Vale ressaltar que, naquela época, a cor de pele não era determinante para que uma pessoa se tornasse escrava, mas a sua posição de prisioneiro de guerra. Nesse contexto, pessoas de diversas raças foram escravizadas, inclusive os brancos.

Figura 2 – Os escravos eram marcados por uma vida difícil, devido aos trabalhos forçados a que eram subjugados e aos pesados impostos.

Fonte: iStock/Getty Images

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Para pensarmos a questão da escravidão no Brasil, sugerimos que assista ao filme Memórias do Cativeiro, que conta a história da última geração de escravos do mundo rural fluminense e dos caminhos de seus descendentes ao longo do século XX, bem como da força da memória familiar e da cultura negra entre eles.

http://ufftube.uff.br/video/8GHO2DX1SUG7/Mem%C3%B3rias-do-Cativeiro

O surgimento de uma nova organização social configurou-se por meio da força e violência. As relações sociais eram marcadas pela oposição entre escravos e seus proprietários. Além dessas relações, encontramos outro segmento composto por artesãos, por exemplo. Os artesãos exerciam tarefas administrativo-burocráticas. Encontramos também os coletores de impostos, que cobravam dos agricultores e mercadores. Este modo de produção propiciou o aumento na produção de bens e no recolhimento dos impostos.

GlossárioAdministradores burocráticos eram os coletores de impostos cobrados dos agricultores e mercadores

Vimos que o excedente econômico se transforma em mercadoria e pode ser utilizado como valor de troca. Dessa forma, o comércio começa a se estruturar para a formação do dinheiro, que aparece como meio de troca. Com ele, inicia-se a formação de um grupo social dedicado à atividade mercantil, composto de comerciantes e mercadores.

O modo de produção escravista não foi exclusivo na Antiguidade. No Extremo Oriente, ocorreu uma articulação social diferente, com o predomínio de um forte poder político centralizado – conhecido como Estado – responsável por manter o controle da terra, da agricultura e que implementou grandes obras hidráulicas (drenagem e irrigação). As relações exercidas nesse contexto eram de cerceamento, coerção. O despotismo nesse período ocasionou uma imobilidade social e essa fase ficou conhecida como modo de produção asiático.

Para Pensar

O incentivo para a melhoria das condições de produção almejava o aumento da arrecadação de impostos e a manutenção do poder centralizado.

GlossárioEstado: Quando se fala de Estado, fazemos referência a uma forma de organização social soberana, que tem o poder administrativo e de regulação sobre um determinado território.

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

A transição das sociedades primitivas para o modo de produção escravista introduziu:

· A propriedade privada;

· Os meios fundamentais de produção;

· Exploração do homem pelo homem;

· Diversificação da produção de bens;

· Crescimento da produção mercantil;

· Estimulou o comércio entre sociedades distintas.

Para entendermos melhor essa questão, analisaremos o pensamento de Engels sobre a passagem da comunidade primitiva para o escravismo. Ele ressalta a passagem da “barbárie” para a “civilização”:

A forma de família que corresponde à civilização e vence definitivamente com ela é a monogamia, a supremacia do homem sobre a mulher e a família individual como unidade econômica da sociedade. A força de coesão da sociedade civilizada é o Estado, que é (...) o Estado da classe dominante e, de qualquer modo, essencialmente uma máquina destinada a reprimir a classe oprimida e explorada. Também são características da civilização: por um lado, a fixação da oposição entre a cidade e o campo como base de toda a divisão social do trabalho e, por outro lado, a introdução dos testamentos, por meio dos quais o proprietário pode dispor dos seus bens ainda depois de morto (ENGELS, 1963, p.140-141).

O pensamento de Engels se expressa no sentido de que o escravismo foi um avanço para a humanidade com a criação de novos modos de produção:

Desde que a civilização se baseia na exploração de uma classe para outra, todo o seu desenvolvimento se opera numa constante contradição. Cada progresso na produção é, ao mesmo tempo, um retrocesso na condição de classe oprimida, isto é, da imensa maioria. Cada benefício para uns é necessariamente um prejuízo para outros; cada grau de emancipação conseguido por uma classe é um novo elemento de opressão para outra (ENGELS, 1963, p.140-141).

No Ocidente, o ápice do escravismo ocorre com o Império Romano e a partir da expansão desse será disseminado. Em contrapartida, o Escravismo foi totalmente compatível com as formas imperiais, no que se refere às conquistas de novos territórios e, por consequência, de novos escravos para os seus proprietários. Assim, houve o aumento dos tributos das pessoas que sofriam com a dominação.

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A constituição dos aspectos materiais e das determinações sociais do feudalismoO feudalismo foi um modo de organização social, político e cultural baseado no regime de

servidão, no qual o trabalhador rural era o servo e o proprietário de terras era denominado senhor feudal. Esse sistema foi difundido na Europa Ocidental nos séculos X a XIII e perdurou até a queda do Império Romano. Em geral, a expressão “queda do Império Romano” se refere ao fim do Império Romano do Ocidente, ocorrido em 476 d.C., com a tomada de Roma pelos hérulos, uma vez que a parte oriental do Império, que posteriormente os historiadores denominariam Império Bizantino, continuou a existir por quase mil anos, até 1453, quando ocorreu a queda de Constantinopla.

Importante

O feudalismo era um sistema que imperava dentro do feudo. O feudo constituía-se por uma grande extensão territorial que abrigava um castelo protegido e cercado por aldeias, pastos, bosques e terras para o cultivo. Era, portanto, uma unidade de produção do sistema feudal, em que o servo plantava, colhia, fazia vinho, azeite, farinha, pão, queijo, manteiga. Além disso, caçava, pescava, criava gado e trabalhava com o artesanato de forma rudimentar.

Figura 3 – Servos trabalhando no feudo durante a Idade Média

Fonte: iStock/Getty Images

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

Sua formação foi composta por elementos Romanos e Germânicos, com características comuns entre elas. Como referência, podemos citar o conceito do Historiador Francês Jacques Le Goff:

[...] o feudalismo é um sistema de organização econômica, social, política, na qual uma camada especializada de guerreiros – os senhores – subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que trabalha na terra e lhes fornece com que viver (LE GOFF, p. 40).

Jacques Le Goff (1924-2014) foi um historiador francês especialista em Idade Média. Autor de mais de 40 livros publicados, era membro da Escola dos Annales.

Vimos que o feudalismo foi uma organização econômica, social e política baseada na posse de terra e não no comércio. Agora, vamos analisar como elas se configuraram:

Configurar os itens organização econômica, social e politica em forma de envelopes.

Organização Econômica:

· Houve o declínio das atividades comerciais urbanas e o fortalecimento da vida rural com a produção de bens agrícolas e pastoris;

Organização Social:

· Formou-se a partir de vínculos pessoais de obediência e proteção entre dominadores e dominados;

· Organização política:

· Ocorreu o enfraquecimento do poder central e o fortalecimento do poder dos senhores locais.

A constituição das instituições do feudalismo foi resultado de elementos romanos – no final do Império Romano – e germânicos. Em seguida, vamos tratar dos elementos romanos:

Colonato: caracterizado pelo trabalho servil, composto por escravos e plebeus empobrecidos, que passaram a trabalhar como colonos em terras de um grande senhor.

Enfraquecimento do poder centralizado: com o final do período imperial, a administração romana não tinha como impor sua autoridade, isso possibilitou a expansão do poder local para os grandes proprietários.

GlossárioColonato: o proprietário oferecia terra e proteção ao colono, recebendo desse um

rendimento pelo seu trabalho.

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Já os elementos germânicos se caracterizavam da seguinte maneira:

Economia agropastoril: sua base era a agricultura e a criação de animais, nessa economia não havia a preocupação com a produção excedente;

Comitatus: instituição que estabelecia laços de fidelidade entre o chefe militar e os seus guerreiros;

Benefícium: benefício concedido pelos chefes militares carolíngios aos seus guerreiros para estabelecer laços de fidelidade em troca da posse das terras. Com o passar do tempo, essas terras foram chamadas de feudos. Em contrapartida, o senhor exigia fidelidade, força de trabalho e ajuda militar.

GlossárioCarolíngios – Descendentes reais da família do imperador Carlos Magno, da França, dominador de grande parte do império Romano, na Europa.

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

Relações de trabalho no Feudalismo

Na sociedade feudal, predominava tanto a produção agrícola quanto a pecuária. Os servos tinham uma alimentação precária, por não ser permitido a eles desfrutarem daquilo que produziam em quantidades adequadas a sua sobrevivência e ao trabalho realizado. Em geral, consumiam pão preto ou misto, algumas verduras, queijo, carne e peixe salgado. Como eram mal alimentados, estavam frequentemente expostos às doenças. Diferentemente da alimentação dos nobres e de suas famílias que tinham uma alimentação, embora similar, muito farta.

O mundo nessa época era comandado por homens. Havia violência contra o gênero feminino e todas as mulheres eram tratadas com desprezo e brutalidade

Os servos não possuíam terras, não sabiam ler nem escrever e estavam à margem da sociedade. Suas moradias eram, em geral, cabanas de piso de terra batida, construídas por varas trançadas e revestidas de barro. Com o passar do tempo, por conta do envelhecimento e das doenças recorrentes, eles eram desprezados e o senhor feudal cuidava deles até sua morte.

Os servos sofriam com uma vida miserável e cheia de insatisfações com seus senhores, que não os davam o direito de se afastar dos feudos e puniam severamente aqueles que tentassem fugir.

Agora esboçaremos algumas características desse modo de produção durante o século XI na Europa:

Descentralização política: em geral, o rei era uma figura decorativa, quem mandava efetivamente no feudo era o senhor feudal;

Economia Agrária: as relações sociais de produção desenvolveram-se em torno da terra, porque a economia era predominantemente agrícola;

Visão religiosa teocêntrica: a mentalidade do homem medieval era marcada por um grande sentimento religioso, Deus era a medida de todas as coisas;

Regime de servidão: os camponeses estavam proibidos de abandonar os feudos. Eles usavam a terra e pagavam taxas aos senhores feudais;

Ruralização da sociedade: a vida rural era predominante, assim as cidades se despovoaram;

Vínculos pessoais: o servo estava sujeito a um senhor feudal que, por sua vez, seria subordinado a outro senhor feudal superior, e o monarca era soberano a todos eles;

Supremacia da classe de guerreiros especializados: a partir do século X, os cavaleiros obtiveram hegemonia militar e, portanto, social.

Teocentrismo – Toda a Idade Média foi profundamente marcada por uma “visão de mundo” de natureza essencialmente religiosa. O século XII não fez exceção a essa regra. Se a Antiguidade, por causa da primazia da noção de mundo, pôde ser chamada de cosmocêntrica, e a Idade Moderna, por causa da posição privilegiada que nela adquiriu o humano, passou para a História como uma Idade antropocêntrica, a Idade Média pode e deve ser denominada teocêntrica, pois tudo nela girou em torno da ideia de Deus. E o Deus dos medievais é o Deus da Revelação judaico-cristã, ou seja, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, e não, apenas, o Deus dos filósofos como diria Pascal (ROCHA, 1996).

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Organização social

Analisaremos agora a estrutura da sociedade feudal, a qual se dividia em três ordens principais:

Nobres: esta era a ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares. Em tempos de paz, a nobreza dedicava-se à caça e aos torneios esportivos, que serviam de treino para a guerra; designados também nobres bellatores, palavra latina que significava “guerreiros”;

Clero: ordem dos membros da igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais; conhecidos como oratores, palavra latina que significa “rezadores”;

Servos: compreendia a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à subsistência da sociedade. Eram chamados laboratores, palavra latina que significa “trabalhadores”.

Conforme dissemos anteriormente, o feudalismo se constituiu a partir de uma classe de produtores diretos, para os quais os servos geravam um excedente agrícola considerável. Sua produção em geral era centrada no trabalho artesanal para a troca. Poderemos observar que essas trocas serão ainda mais estimuladas com as Cruzadas.

A partir das Cruzadas, a estrutura do feudalismo se torna mais complexa, ocorrendo a gradativa organização dos artesãos e mercadores/comerciantes, rompendo dessa forma com o caráter autárquico da economia do feudo em suas limitações – o que irá gerar mudanças significativas, como veremos abaixo.

ExploreAssista ao filme Cruzadas (2005) ,de Ridley Scott, levando em consideração o contexto histórico, os valores e as visões de mundo da época.

Com o estabelecimento de rotas comerciais para o Oriente, uma mudança ocorre a partir do comércio de certos produtos pela nobreza, que passou a consumir especiarias e materiais trazidos de lá, como: gengibre, pimenta, canela, cravo-da-índia, óleo de arroz, açúcar, tapetes para forrar o chão dos castelos, sedas que modificaram as vestimentas e espelhos de vidro.

A procura por esses produtos era muito especial porque os mesmos não podiam ser adquiridos por meio de saques ou guerras, mas comprados com dinheiro. Dessa forma, o dinheiro começou a adquirir uma função na vida social, o que possibilitou aos comerciantes um crescente aumento de suas atividades para regiões mais distantes e, com isso, a expansão das cidades. Além disso, com esse movimento, surgem núcleos de redes comerciais, entre eles podemos citar: Veneza, Colônia, Bruges e Londres.

Assim, começou a nascer uma nova forma de riqueza, a da acumulação de dinheiro, que se diferenciava da ordem feudal em que toda a riqueza era manifestada pela propriedade de terras.

Com o aumento do comércio, o feudalismo sofre crises sucessivas em suas instituições, o que, após um longo período, culminará século XI, os senhores feudais perderam o poder centralizado, fazendo surgir uma nova classe conhecida como burguesia, originária dos grandes comerciantes.

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Unidade: Modos de produção escravista e feudal

Material Complementar

O estudo dos modos de produção escravista e feudal permitiu que entendêssemos como se deu a formação do ser social em cada um deles.

No Brasil, durante a colonização pelos portugueses, também ocorreu o modo de produção escravista e, ainda hoje, os negros lutam por igualdade de oportunidades. Por isso, sugerimos alguns vídeos e algumas leituras para que ajudarão você a refletir sobre a herança que a escravização de homens negros e livres deixou na nossa sociedade e as contradições advindas desse fato.

Indicamos que você consulte:

Documentário: Memórias do cativeiroFilme desenvolvido a partir dos depoimentos de descendentes de escravos do laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense com roteiro baseado no livro Memórias do Cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-abolição de Ana Lugão Rio e Hebe Mattos: http://ufftube.uff.br/video/M2GWDYGDBYU7/Mem%C3%B3rias-do-Cativeiro

Documentário: a negação do Brasil O documentário traz à tona a história das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela brasileira. O diretor Joel Zito Araújo, baseado em suas memórias, e em uma minuciosa investigação, analisa as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros. https://www.youtube.com/watch?v=jJFCEpc7aZM&list=PLIZ9Dyq1zKSpZhKAvbk3Pa-UxD9FoQ3Vw

Curta - metragem: Cores e botasJoana tem um sonho comum a muitas meninas dos anos 80: ser Paquita. Sua família é bem sucedida e a apoia em seu sonho. Porém, Joana é negra, e nunca se viu uma Paquita negra no programa da Xuxa. Cores & Botas discute os padrões estéticos estabelecidos pela mídia e sua influência na formação das crianças, padrões incoerentes com o povo brasileiro, tradicionalmente miscigenado, provocando também uma reflexão acerca da construção da autoimagem da família negra. Ficha técnica: Duração: 16 min; Direção: Juliana Vicente; Ano: 2010; Documentário (curta-metragem); Realização: Preta Porte Filmes. Elenco: Jhenyfer Lauren, Dani Ornellas, Luciano Quirino, Bruno Lourenço. http://portacurtas.org.br/filme/?name=cores_e_botas

Ted – Talk (ideas worth spreading): Os perigos da história únicaNossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie, autora nigeriana de três romances e ganhadora de inúmeros prêmios, conta a história de como encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos. http://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br

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Website: A cor da culturaA Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira. O projeto teve seu início em 2004 e, desde então, tem realizado produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas que visam práticas positivas, valorizando a história desse segmento sob um ponto de vista afirmativo. http://www.acordacultura.org.br/artigos

Vídeo Clipe: Criolo e Ilê Aiyê - Que Bloco É Esse?Parceria do rapper Criolo com o mais antigo bloco afro brasileiro, Ilê Aiyê, cantando a música Que bloco é esse? Nela, percebemos a valorização da cultura negra. https://www.youtube.com/watch?v=U-vPiPvnsuc – Vídeo Clipehttp://www.ileaiyeoficial.com/ - Site oficial do Ilê Aiyêhttp://www.criolo.net/convoqueseubuda/ - Site oficial do Criolo

Áudio – Poema Navio negreiro recitado por Paulo AutranEnquanto poeta social extremamente sensível às inspirações revolucionárias e liberais do século XIX, Castro Alves viveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo e foi, no Brasil, o anunciador da abolição e da República, devotando-se apaixonadamente à causa abolicionista, o que lhe valeu a antonomásia de “Cantor dos escravos”.https://www.youtube.com/watch?v=zCRCnlUyHmshttp://www3.universia.com.br/conteudo/literatura/O_navio_negreiro_de_castro_alves.pdf

Museu Afro BrasilO Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do Parque Ibirapuera, o acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros, ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.http://www.museuafrobrasil.org.br/

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Referências

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. São Paulo: Cortez, 2011.

EATON, J. Manual de economia política. Rio de Janeiro: Zahar,1965.

LEGOFF, Jacques. A civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Estampa,1983.

MARK, K; ENGELS, F. Obras escolhidas em três volumes. Rio de Janeiro: Vitória, 1961.

PAULO NETTO, J.; BRAZ, Marcelo. Economia Política: Uma Introdução Critica. v. 1 4. ed. São Paulo: Cortez, 2012. E-book

Z. ROCHA. Paixão, violência e solidão. Pernambuco: UFPE, 1996.

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Anotações