trabalho direito tributário questões

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  • 8/18/2019 Trabalho Direito Tributário Questões

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    TRABALHO EM GRUPO - QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO

     Alunos: Ana Paula dos Santos, Amanda Pacheco, Valmir Coelho Teixeira, Maria Aparecidae José Aldeir Ferreira da Silva. 

    1) Qual a relação do Direito Tributário com os demais ramos do direito?Especialmente com o direito financeiro, constitucional, administrativo, civil eprocessual civil?

    O Direito Tributário possui relações com diversos outros ramos do direito, uma vez que osdiversos ramos da ciência jurídica se complementam, com relação ao Direito Financeiro, oDireito Tributário se vale de seus conceitos, ademais, cumpre destacar que o direitofinanceiro regula a atividade financeira e orçamentária do ente público, em contrapartida odireito tributário se encarrega das arrecadações de tributos e da fiscalização destes.

    No tocante ao Direito Constitucional, os princípios constitucionais incidem diretamente no

    Direito Tributário, ademais, a Constituição de 1988, disciplina quanto às espécies de tributose suas respectivas competências tributárias e os limites de tributação.

    Quanto ao Direito Administrativo, o Direito Tributário se vale de suas regras, e deste modoo Direito Tributário tem o exercício de suas atividades impositivas, arrecadadoras efiscalizadoras disciplinadas pelo direito administrativo. Entretanto, o funcionamento dosórgãos da atividade pública tem relação com o direito tributário. Basta lembrarmo-nos dosfiscais, as repartições e órgãos tributários os quais têm o exercício de suas atividadesarrecadadoras e fiscalizadoras disciplinadas pelo Direito Administrativo.

    O Direito Civil concede fundamentos ao Direito Tributário e entendimentos vinculados aoaos vários institutos privados que se relacionam com o contribuinte.

    E por fim, o Direito Tributário se vale do arcabouço jurídico do Direito Processual Civil, comopor exemplo, quando o Poder Judiciário é chamado para dirimir controvérsias entre oEstado e o sujeito passivo a fim de compelir ao cumprimento de uma obrigação tributáriaou quando se faz necessário acionar o Poder Judiciário para proteger o sujeito passivocontra a pretensão estatal de ordem fiscal a qual não encontre amparo em lei, através deinstitutos do mandado de segurança, da ação declaratória ou mesmo quando o sujeitopassivo aciona o Poder Judiciário para que o Estado seja compelido a lhe restituir o valordo tributo que o qual pagou indevidamente, através de ação de repetição do indébito.

    2) O enquadramento do di reito tr ibutário ao ramo do di reito públ ico é adequado? Porque?

    O Direito Tributário é um dos ramos do Direito Público que regula os direitos e deveres docidadão face ao Estado. É um Direito Público porque visa o atendimento de interesses dasociedade de modo geral, enquanto no direito privado busca a harmonia dos interessesprivados entre si.

    3) Qual é o conceito de tributo? O CTN o disciplina em qual artigo? Explique oselementos que o compõe?

    O conceito de tributo está previsto no Art.; 3º do CTN - Tributo é toda prestação pecuniáriacompulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de

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    ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamentevinculada.O tributo é composto dos seguintes elementos:

    a)  Prestação pecuniária compulsória – o tributo é pago em dinheiro, ou seja, não seadmite a prestação “in natura” ou “in labore”, sendo obrigatório o seu pagamento(caráter compulsório). 

    No entanto, a LC 104/2001 adicionou o inciso XI ao art. 156 do CTN, de modo a admitir adação em pagamento de bens imóveis, na forma da lei, como forma de quitação daprestação tributária. Trata-se, para a maior parte da doutrina, como uma exceção aopagamento em moeda.

    b)  Moeda – não admite outro modo de pagamento senão dinheiro; 

    c)  Que não constitua sanção de ato ilíci to – o tributo não possui caráter de punição,ou seja, a prestação tributária não poderá ser considerada como uma penalidade,porém as circunstâncias que ocasionam a ocorrência do fato gerador são

    irrelevantes no que se refere aos efeitos, validades ou licitudes 

    (Teoria da “pecúnia non ollet” – dinheiro não tem cheiro). Entretanto, podemos exemplificarda seguinte forma: aquele que auferir renda oriunda de atividade ilícita, por exemplo, tráficode entorpecentes, deverá recolher o IR;

    a)  Insti tuída em lei – Princípio da Legalidade (Arts. 5º, II e 150, I da CF/88) – o tributonão terá efeito se não for instituído em lei que o anteceda. No entanto, poderá sercriado por lei delegada, ordinária ou complementar. Ademais, o tributo tambémpoderá ser criado por medida provisória, devendo ser esta posteriormente convertidaem lei. 

    b)  Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vincu lada. Trata-se deatividade exercida por carreira típica de Estado, devendo ser realizada de modovinculado, não ensejando discricionariedade por parte do agente no tocante aoexercício da cobrança exação tributária. 

    4) Como se analisa a natureza jurídica do tributo? Quais elementos não interferemem sua natureza?

    A natureza jurídica do tributo é analisada pelo fato gerador da obrigação cominado com a

    base de cálculo, conforme o Art. 4º do CTN, sendo irrelevantes para sua qualificação adenominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal doproduto da sua arrecadação.

    5) Quais são as espécies tr ibutárias?

    As espécies tributarias são:

    1) Empréstimo compulsório (Art.145, I da CF/88 – Art. 15 do CTN);

    2) Imposto (Art. 167, IV da CF/88 – Art. 16 do CTN;

    3) Taxas (Art.145, II da CF/88 – Art. 77 do CTN);

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    4) Contribuição de melhoria (Art.145, III da CF/88 – Art. 81 do CTN);

    5) Contribuições especiais (Art. 149 da CF/88).

    6) Quais são as características dos impostos? Quais impostos são de competência

    de quais entes?

    Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente dequalquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, pode ser de competênciafederal, estadual e municipal.Os impostos são distribuídos conforme sua competência da seguinte forma:

    UNIÃO ESTADO/DF MUNICÍPIOSImposto de

    Importação (II) Imposto SobrePropriedade de

    VeículosAutomotores (IPVA) 

    Imposto PredialTerritorial Urbano

    (IPTU) 

    Imposto deExportação (II) 

    Imposto sobreCirculação deMercadorias e

    Serviços (ICMS) 

    Imposto sobreServiços de

    Qualquer Natureza(ISSQN) 

    Imposto de Renda(IR) 

    Imposto sobreTransmissão CausaMortis e Doações

    (ITCMD) 

    Imposto sobreTransmissão deBens Inter Vivos

    (ITBI) 

    Imposto sobrePropriedadeTerritorial Rural (ITR) 

    *********************** ***********************

    Imposto SobreGrandes Fortunas

    (IGF) *********************** ***********************

    Imposto SobreProdutos

    Industrializados (IPI) *********************** ***********************

    Imposto sobreoperações

    Financeiras (IOF) 

    *********************** ***********************

    ImpostoExtraordinário de

    Guerra (IEG) *********************** ***********************

    ImpostosIndeterminados ou

    residuais*********************** ***********************

    Assim os impostos são destinados para o bojo do orçamento, ou seja, servem para ofinanciamento de serviços universais tais como educação, saúde, segurança, obras deestrutura e programas sociais.

    7) E possível a inst ituição de imposto novo? Se sim qual?

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     O artigo 154, I, CF/88 autoriza a União instituir mediante lei complementar, novos impostos,desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculos própriosdos discriminados na CF/88.

    Assim podemos dizer que a União possui competência residual, quais sejam;

    a) para instituir novos impostos; e

    b) para instituir novas contribuições sociais de financiamento da seguridade social.

    Sendo necessária a instituição por lei complementar, a obediência à técnica da nãocumulatividade e a inovação quanto às bases de cálculo e fatos geradores.

    8) Quais são as características dos impostos compulsórios? Responda indicando:hipótese de cabimento, forma de instituição, fundamentação legal.

    Os empréstimos compulsórios são medidas excepcionais de urgência, previstos no art. 148,da CF/88 e art. 15, do CTN, os quais são caracterizados pela apropriação da União sobreos recursos pecuniários da população, com prazo de devolução ao proprietário.

    Estes tem a finalidade de atender as despesas decorrentes de guerra externa ou suaeminência e calamidades públicas (socioeconômicas)(art. 148, I, da CF/88). Também sãoinstituídos em caso de investimento público de caráter de urgente e relevante interessenacional (art. 148, II da CF/88).

    São instituídos mediante lei complementar observando-se a anterioridade nonagesimal eseus recursos serão vinculados às despesas que originam sua instituição.

    9) Quais são as características das taxas? A quais as atividades do estado elas estãovinculadas?

    Taxas são tributos retributivos ou contraprestacionais e não podem ser cobradas sem queo Estado preste ao contribuinte, ou coloque à sua disposição, um serviço público eespecífico disponível.

    Conforme art. 145, §1º, da CF/88, é vedado que as taxas tenham base de cálculo próprias

    de impostos, o art. 77 do CTN, dispõe que, a taxa não pode ter base e cálculo ou fatogerador idênticos aos correspondentes dos impostos.

    As taxas estão vinculadas à duas atividades de Estado, que são;

    a) O exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança da Taxa de Polícia.

    b) A utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestadosao contribuinte ou postos a sua disposição, que possibilita a cobrança de Taxa de Serviço.  

    10) Quais são as características de contribuições de melhorias? Descreva forma deinst itu ição, limi tes de cobrança, fundamentos forma de pagamento, e cabimento para

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    serviços públicos.

    As contribuições de melhoria disciplinadas no Decreto Lei 195/67, são tributos vinculados,sua cobrança depende de uma específica atuação estatal, qual seja a realização de umaobra pública que tenha como consequência um incremento de valor imobiliário.

    Desta forma, não é todo benefício proporcionado pela obra ao particular que legitima acobrança da contribuição, tem que haver um incremento patrimonial.

    Uma vez que a contribuição é decorrente de obra pública e não para sua realização, não élegítima sua cobrança com o intuito de obter recursos a serem utilizados em obras futuras,de forma que a valorização só pode ser aferida após a conclusão da obra. Porém, o tributopoderá ser cobrado em face de realização de parte da obra, desde que a parcela realizadatenha inequivocamente resultado em valorização dos imóveis localizados na área deinfluência. O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas sim

    sua consequência, a valorização imobiliária.

    As contribuições de melhoria tem caráter contraprestacional. Uma vez que serve pararessarcir ao Estado dos valores gastos com a realização da obra, por isso que existe umlimite total para a cobrança do tributo. O valor da obra deverá ser divido entre todos aquelesque obtiveram valorização em seus imóveis, e para tanto, os valores deverão ser cobradosde forma proporcional a valorização de cada imóvel. O Estado não pode cobrar a título decontribuição de melhoria mais do que gastou com a obra (Art. 81, CTN).

    11) Quais são as características das contribuições especiais? Quais são as suas

    modalidades e o que as caracteriza?

    As contribuições especiais estão previstas nos art. 149 e 149-A da CF. A contribuiçãoespecial é a modalidade de tributo caracterizada por sua destinação específica. São tributosqualificados por sua destinação, pelo destino das receitas auferidas. É um tributo criado, nosistema jurídico, para custear atividades estatais específicas.

    Dentro da nomenclatura contribuições especiais temos quatro diferentes espécies:

    I. Sociais; II. De interesse de categoria prof issional ou econômica;

    III. De intervenção no domínio econômico; eIV. De custeio do serviço de iluminação pública.

    Contribuições Sociais ou Especiais são as espécies de tributos cuja cobrança é autorizadapela Constituição Federal, quando é necessária a intervenção do Estado no domínioeconômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumentode atuação em suas áreas e que não se subordinam as normas legais relativas aoorçamento. Podem ter caráter parafiscal ou extrafiscal, dependendo da sua natureza

     jurídica.

    I. Contribuições especiais sociais (ou simplesmente, contribuições sociais);

    As contribuições sociais são de competência da União e instituídas por lei ordinária. As São

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    as contribuições que visam custear as atividades especificas do Estado no campo social.O campo social da atividade estatal, regra geral, é o conjunto de atividades relacionadas àsaúde, assistência social, previdência social e educação. Na verdade, estãocompreendidas neste campo todas as atividades ligadas à ordem social, definidas nos art.193 e seguintes da CF. Estas contribuições sociais, por sua vez, ainda podem ser divididasem: sociais para a seguridade social e sociais gerais.

    a) Contribuições sociais para a seguridade social.

    As contribuições sociais para a seguridade social são espécies de contribuições sociais quetêm por objetivo financiarem atividades relacionadas ao restrito campo da seguridade,específico dentro do campo social. Há, portanto, uma divisão dentro do campo social. Porseleção do legislador constituinte, as atividades sociais relacionadas à saúde, assistênciae previdência compreendem a chamada seguridade social, de forma que serão custeadaspor estas contribuições específicas. 

    Estas contribuições residuais estão previstas no art. 195, § 4º da CF. Diante de tal regra, a

    União poderá criar outras fontes de custeio da seguridade, além das previstas no art. 195(chamadas contribuições para a seguridade ordinárias). Para tanto, contudo, a Uniãodeverá respeitar as regras constantes no art. 154, I da CF, que, vale lembrar, estabelece asregras para a criação de impostos residuais. Os requisitos para tanto são: a utilização delei complementar (enquanto a regra para as demais é a lei ordinária), a definição de fatogerador e base de cálculo diferentes dos anteriores e a utilização do princípio da não-cumulatividade.

    Além das contribuições para a seguridade ordinárias (previstas no art. 195), das residuais(previstas no art. 195, § 4º da CF), a jurisprudência entende que outras contribuições paraa seguridade estão previstas no texto constitucional. São elas: a CPMF (art. 74 das ADCT)

    e a contribuição ao PIS (art. 239 da CF).

    Por fim, importante dizer que dentro das contribuições sociais para a seguridade,especificamente as previdenciárias, há a possibilidade de competência para os Estados,DF e Municípios, conforme a regra do art. 149, § 1º da CF. Segundo o dispositivo, em casode existência de sistemas previdenciários próprios, instituídos para seus funcionários, osEstados, DF e Municípios poderão instituir contribuição para ser cobrada de seusfuncionários, para custeio das aposentadorias. Lógica tal regra, na medida em que, nestecaso, o gasto será do ente (que manterá o sistema previdenciário próprio). Em caso deinexistência de tal regime, haverá apenas a contribuição federal, já que a aposentadoriaserá custeada pelo INSS.

    b) Contribuições sociais gerais

    Ao lado das contribuições sociais para a seguridade, há competência da União paraa criação de contribuições sociais para custear todas as demais áreas relacionadasao campo social da atuação estatal. Diante disso, identificamos as chamadascontribuições sociais gerais (gerias no sentido de todo o campo social excluída aseguridade).

    Podemos dizer que estas contribuições sociais gerais têm por competência o custeio

    das atividades relacionadas à educação. Exemplo destas contribuições, temos acontribuição do salário-educação, prevista no art. 212, § 5º da CF (Súmula 732, STF)e a contribuição ao sistema “S”, prevista no art, 140 da CF.

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    II.  De interesse de categoria prof issional ou econômica; 

    As contribuições corporativas são as espécies de contribuições especiais que visam custearas atividades da União relacionadas ao interesse de determinadas categorias profissionais

    ou econômicas.

    Estas atividades, a grosso modo, podem ser identificadas como o custeio do sistema derepresentação sindical, assim como o custeio dos órgãos de fiscalização e regulamentaçãodo exercício profissional (os conselhos de classe – CRM, CREA, CRV, entre outros).

    III.  De intervenção no domínio econômico - CIDE; 

    As contribuições interventivas, as CIDE, são a espécies de contribuições que visam custearas atividades estatais específicas de intervenção na atividade econômica (em determinadoramo). A Constituição estabelece a possibilidade da União criar uma contribuição para o

    custeio de tal intervenção na economia.

    As CIDE são contribuições que somente podem ser instituídas pela União, sendonecessária apenas lei da espécie ordinária. Seu objetivo principal é ser um meio deintervenção na economia com o objetivo de garantir o respeito aos princípios da ordemeconômica, previstos no art. 170 da CF.A União tem interesse em intervir na economia com o objetivo de controlar e regular aatividade econômica. A União pode querer intervir na economia para controlar a inflação,para controlar um produto estratégico (petróleo, combustível, por exemplo), alterar ouestimular preços, controlar disponibilidade de produtos estrangeiros, entre outras atividades.

    A CIDE nada mais é que uma forma de intervenção indireta, por meio da tributação. Taltributação somente pode ocorrer quando perceptível a necessidade de intervenção, comoobjetivo maior de estimular e investir no setor. Diante desta necessidade de estímulo aosetor que sofre a intervenção, a doutrina identifica como requisito obrigatório da talcontribuição a necessidade de destinação dos recursos para a atividade relacionada.

    As CIDE, assim como a regra geral das contribuições especiais, não têm seu fato geradordefinido na CF. Contudo, aqui também temos uma importante exceção a tal regra. No art.177 da CF, temos a previsão da chamada CIDE combustíveis (Lei 10.336/01), cujo fatogerador, prevista na CF, é a realização de operações de comercialização e importação e

    exportação de combustíveis e seus derivados e gás natural. O destino de tal arrecadaçãoestá previsto no mesmo artigo, obedecendo à regra da necessidade de destinaçãoespecífica.

    Temos também a CIDE Royalties  (Lei 10.168/00) - Royalties  é uma palavra de origeminglesa que se refere à importância paga pelo uso e/ou exploração de direitos depropriedade industrial pertencentes a terceiros, tais como patentes de invenção, processose fórmulas de produção, ou obra original, marcas de indústria ou comércio ou nomecomercial, licenciamento de software, entre outros direitos de igual natureza. A CIDERoyalties está relacionada ao desenvolvimento de pesquisas científicas das universidades.Trata-se de um projeto específico do governo federal – Interação Universidade e Empresa

    para apoio a Inovação. 

    IV. Contribuições especiais de custeio do serviço de iluminação pública.

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     A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é uma contribuição criadacom o objetivo de custear uma atividade estatal específica, um serviço geral e indivisível, oserviço de iluminação pública.

    Esta contribuição foi introduzida na CF por intermédio da EC 39/03. Sua previsão está no

    art. 149-A da CF. Esta contribuição foge à regra geral das contribuições especiais(competência federal), sendo de competência dos municípios e do DF. Esta competência é justificável, na medida em que este serviço é prestado por estes entes.

    Importante que se diga que não estamos diante de uma taxa de iluminação pública, que jávimos ser ilegal. O legislador constituinte derivado inovou no sistema constitucional,introduzindo tal espécie tributária.

    Como características das contribuições especiais podemos citar a parafiscalidade, ou seja,não existem somente para o custeio das ações do Estado, desta forma, também sãodestinadas para entidades não estatais, como por exemplo as contribuições de interesse

    de categoria profissional ou econômica. 

    12) O que são fontes do direto tributário? Exemplifique instrumentos primários esecundários.

    As fontes do direito são os fatos que dão origem as regras jurídicas, isto é, nenhuma regra jurídica ingressa no sistema do direito positivo sem que seja introduzida por outra norma.O direito tributário possui fontes formais e materiais.

    a) Fontes materiais: As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre osquais haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da incidênciatributária. Ex: Os produtos industrializados, as operações de crédito e etc.

    b) Fontes formais: As fontes formais são os atos normativos que introduzemregras tributárias no sistema. As fontes formais são formadas pelas normasconstitucionais, emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias,medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções (Art.59 da CF). Espécies de fontes formais:

    I.  Fontes formais primárias (principais ou imediatas): São fontes que modificam oordenamento jurídico. Ex: Constituição Federal, emenda constitucional, lei

    complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, resolução e etc. 

    II.  Fontes formais secundárias: Diferentemente das fontes primárias, não modificamo ordenamento jurídico, apenas conferem executividade aos dispositivos primários.Ex: Decreto regulamentar, regulamento, instruções ministeriais, ordens de serviço,normas complementares e etc. 

    13) O que é o princípio da legalidade? Como devem ser editadas as normas tr ibutarias?Quais devem ser editadas por lei complementar?

    Tal Princípio está previsto no art. 5º, II, CF e esclarece que nenhum tributo será instituídoou aumentado senão com previsão legal.

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    As normas tributárias em regra são editadas por meio de leis ordinárias, estas são osinstrumentos normativos hábeis a instituir e aumentar as exações tributárias.

    Por lei complementar são instituídas as normas que tratam dos tributos de:Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) (Art. 153, VII), Empréstimo compulsório (EC) (Art.148, I e II) imposto Residual (art. 154, I) Contribuição para seguridade social previdenciária

    (art. 195, § 4º).

    Vale ressaltar que a Lei complementar exige quorum de aprovação de maioria absolutados membros integrantes da casa, enquanto a lei ordinária possui quorum de aprovação deda maioria simples dos presentes na casa.

    14) Quais são os elementos obr igatórios para a instituição de tributos?

    Os elementos obrigatórios para instituição de tributos são:

    1) Alíquota (%);2) Base de cálculo (aumento ≠ alteração); 3) Sujeito passivo;4) Multa;5) Fato gerador.

    15) O que são obr igações acessórias, como elas devem ser inst ituídas.

    São deveres instrumentais do contribuinte que gravitam no entorno do tributo na esteira dasrelações jurídico tributária de cunho não patrimonial. As obrigações acessórias podem serinstituídas por normas infralegais.Ex: quando eu presto um serviço devo emitir a nota fiscal, logo a obrigação acessória éemitir a nota fiscal.

    16) Quais as exceções da plena aplicação do princípio da legalidade? Porque essaflexibilização e possível?

    A Constituição Federal de 1988 proclama em ser artigo150, parágrafo primeiro, que évedada a União, Estados, Municípios e o Distrito Federal exigir ou aumentar tributos semlei que os estabeleça. Firma nestes termos o chamado Princípio da Legalidade Tributária,

    garantia conquistada pelos cidadãos e consagrada hoje na pela grande maioria dasconstituições dos Estados.

    A exceção ao princípio da legalidade se encontra disciplinada no art. 153, §1º da CF/88(Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto Sobre ProdutosIndustrializados e Imposto sobre Operações Financeiras), o qual se refere apossibilidade da lei delegar ao Poder Executivo a faculdade de fazer variar, observadasdeterminadas condições e dentro dos limites que estabelece as alíquotas e somente asalíquotas de determinados impostos. É possível essa flexibilização pelo fato de taisimpostos, além de terem a característica fiscal (de arrecadação) têm a característica daparafiscalidade, que são instrumentos de interferência no mercado financeiro como

    mecanismos de inibição ou indução de consumo.

    17) O que é o princípio da anterioridade? Como opera a anterioridade anual e a

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    nonagésimal? Quais são as exceções a cada uma delas?

    O princípio da anterioridade diz respeito à autorização orçamentária para a cobrança detributos, tem seu fundamento no princípio constitucional da segurança jurídica, pois omesmo tem a finalidade de impedir que o contribuinte seja pego de surpresa pela normatributária, uma vez que essa despesa não estava prevista em seu orçamento. Assim

    nenhum tributo poderá ser exigido no mesmo exercício financeiro em que tenha sidopublicada a lei que o institui ou majorou.

    A anterioridade nonagésimal opera de maneira que, aos entes tributantes é vedada acobrança de tributos antes de decorridos os 90 dias da data em que foi publicada a lei queo institui ou o majorou. Desta maneira, publicada uma lei num exercício financeiro, o tributopoderá ser exigido no mesmo exercício financeiro, desde que decorridos os noventa diasda lei que o instituiu ou o majorou.

    Quanto a anterioridade anual consiste na vedação dos entes tributantes (União, Estados,Municípios, e D. Federal) não cobrarem tributos no mesmo exercício financeiro em que

    tenha sido publicada a lei majoradora ou instituidora do tributo.

    As exceções estão demonstradas no quadro abaixo:

    EXCEÇÕES APLICAÇÃO

    IMEDIATA  ANUAL

    (podem ser instituídos nomesmo exercício)

    NONAGÉSIMAL(não podem ser instituídos

    no mesmo exercício)

     APLICAÇÃOIMEDIATA

    E.C E.CI.I I.II.E I.E

    IOF IOFIEG IEG

    91º DIA ************************************************** 01/01/XXXXIPI IPVA

    CIDE COMBUSTÍVEL IPTUICMS COMBUSTÍVEL IR

    18) O que e o princípio da isonomia? Qual o significado da cláusula pecúnia non olet? 

    O princípio da isonomia também conhecido como princípio da igualdade tributária,

    prescreve que não poderá haver instituição e cobrança de tributos de forma desigual entrecontribuintes que se encontrem em condições de igualdade jurídica (Arts. 5º, caput e 150,II, da CF/88).

    A cláusula da pecúnia non olet, dispõe que, o cidadão que aufere renda através da práticade atos ilícitos, também deve pagar tributos sobre seu lucro obtido, da mesma forma queos contribuintes que pagam seus tributos em decorrência de seu trabalho honesto ou dapropriedade legítima. Assim, não é por que os rendimentos vieram da forma ilícita, que nãovai haver tributos sobre ele. 

    A expressão “pecunia non ollet” significa que o dinheiro não tem cheiro, desta forma não

    importa como foi auferida aquela renda, se decorreu da prática de ato lícito ou ilícito, parao fisco pouco importa, pois, este se preocupa tão somente com a relação econômica relativaa um determinado negócio jurídico.

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    19) Como a capacidade tributaria passiva se relaciona com a cláusula pecunia nonolet? 

    O princípio da capacidade contributiva apresentar-se-ia, portanto, como corolário do

    princípio da igualdade, a pugnar pela impossibilidade de se conferir tratamento fiscaldiverso a indivíduos que se acham nas mesmas condições econômico-contributivas, sobpena de haver enriquecimento ilícito. Assim, restando devidamente constatados índicesclaros, atuais e relevantes de riqueza que demonstrem aptidão da pessoa para pagartributos, a norma tributária incidirá, objetiva e independentemente de eventuaisparticularidades relacionadas aos sujeitos ou às fontes. 

    A capacidade tributária se relacionada com a cláusula “pecunia non ollet”, conformedisposto na legislação brasileira é que, todos aqueles que auferem renda, provenientes dequalquer natureza são passíveis de tributação.

    Revela a jurisprudência que todos os rendimentos percebidos através de atividades ilícitasdevem ser tributados da mesma forma que os percebidos de maneira licita.

    Assim pessoas que auferem renda de maneira ilícita, podem ser chamados para integrar opolo passivo da relação tributária.

    20) O que significa equidade horizontal e vertical?

    Estas são direcionadas ao legislador, que não poderá tratar duas situações iguais demaneira diferenciada, mas poderá tratar duas situações desiguais de maneira desigual,deverá ser observada a condição tributária de cada indivíduo.

    A equidade horizontal trata de contribuintes que possuem igual capacidade contributiva,que deverão ser tributados com igual quantidade tributária.

    Já a equidade vertical trata de contribuintes que possuem desigual capacidade contributiva,estes deverão ser tributados de acordo com sua capacidade, em diferentes quantidadestributarias.

    21) Como a capacidade contributiva se relaciona ao mínimo vital? Tratar daprogressividade, proporcionalidade e seletividade.

    O princípio da capacidade contributiva é considerado o valor que assegura a igualdade natributação. Esse princípio determina que o ônus do tributo seja distribuído de acordo com acapacidade de contribuir de cada sujeito, evitando que a tributação seja igual em valor.

    Dispõe o art. 150, inc. IV, da CF/88 que;

    “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, évedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:[…]

    IV- Utilizar tributo com efeito de confisco;

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     Assim, ninguém poderá dispor de sua “riqueza”, o que afete o seu mínimo vital, que é oseu sustento e de sua família tornando-se intangível por via do imposto.

    Desta forma, surgem dois limites: preservação do mínimo existencial, que evita a tributaçãoquando a capacidade contributiva esta ausente; e vedação ao tributo com efeito de confisco,que proíbe a incidência tributaria excessiva que esgote a capacidade. Para tanto é

    necessário graduar o tributo de acordo com as diferentes capacidades contributivas. Assim,surgem três critérios para graduar a incidência dos tributos: a progressividade das alíquotasem função da base de cálculo, aplicável aos tributos incidentes sobre renda e patrimônio;a seletividade das alíquotas em razão da essencialidade do produto (superfluidade),aplicável aos tributos incidentes sobre o consumo e a proporcionalidade que consiste naaplicação de alíquota única sobre uma base tributável variável. Ou seja, o desembolso decada qual será proporcional à grandeza da expressão econômica do fato tributado.

    22) O que é o princípio da irretroatividade? Como esse princípio relaciona-se as leisinterpretativa, com as leis benignas produtoras de efeito jurídico sobre atos

    pretéritos, e sobre atos definitivamente julgados.

    É um postulado limitador da tributação, assim, não é dado as leis abranger o passado,alcançando situações presentes. A irretroatividade tributária filia-se a ideia de segurança

     jurídica, já que o contribuinte deve saber antecipadamente qual norma é vigente,sinalizando a lógica procedência do tributo.

    As leis interpretativas e benignas se relacionam com a irretroatividade tributária no sentidoque, as inovações que houverem, não poderão ter obscuridade ou ambiguidade e deverãoresultar implicitamente ou explicitamente de texto interpretado, da mesma forma que poderáser aplicada a retroatividade quando mais favorável ao sujeito passivo, comparativamentecom a lei vigente da ocorrência do fato.

    23) O que é fato gerador pendente e como ele se aplica ao imposto de renda?

    Previsto no art. 105, da CF/88, é um fato que se inicia sob a égide de uma lei e se concluiquando já vigente uma nova lei.

    Conforme a súmula vinculante 584/STF, in verbis; Ao imposto de renda calculado sobre osrendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve serapresentada a declaração. 

    24) O que é o princípio da não limitação ao tráfico de pessoas e bens? O que são ecomo opera os pedágios?

    A Constituição em seu art. 150, inc. V, veda que diversas entidades tributantes estabeleçamlimitações ao tráfego de pessoas e bens, por intermédio de tributos interestaduais ouintermunicipais.

    Os pedágios são exceções a este princípio, dizem respeito à cobrança pelo uso de viasconservadas pelo Poder Público.

    25) Quais são os demais princípios tributários?

    Os demais princípios tributários estão dispostos nos artigos 151 e 152 da CF/88, são eles;

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     Princípio da Uniformidade Geográfica, a União não pode instituir tributos Federais dediferentes alíquotas entre Estados ou Municípios. Não poderá haver distinção entrelocalidades distintas, com exceção de incentivos fiscais específicos, desenvolvimentosocioeconômico entre diferentes regiões do País.

    Princípio da Isonômica Tributação da Renda nos títulos da dívida pública e nos vencimentosdos funcionários públicos;

    A União deve tributar sua renda na mesma medida que tributará a renda das obrigaçõesda dívida pública, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

    Os funcionários públicos da União, Distrito Federal, Estados e Municípios, deverão sertributados na mesma medida.

    Princípio da Proibição de Isenção Heterônoma, a isenção tributária não poderá serconcedida por ente público que detêm competência tributária diversa.

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