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  • 1

    BASES CIENTFICAS PARA A INTELIGNCIA

    ESPIRITUAL

    Maria Irene Duvoisin*

    Resumo: Este artigo quer contribuir para tornar mais conhecido biologicamente o potencial

    do QS. Optou-se por uma pesquisa bibliogrfica num desenvolvimento narrativo, buscando

    clarificar a partir de estudos e atuais descobertas da neurocincia para entender a relao

    entre as estruturas cerebrais e a inteligncia espiritual. A neurobiologia apresentada como

    um dos elementos essenciais para a argumentao cientfica das bases da inteligncia

    espiritual. Se quisermos compreender como acontece o QS no crebro preciso conhecer o

    funcionamento das clulas cerebrais que so as bases da terceira inteligncia, buscando

    apoio na cincia da computao. Para entender a inteligncia espiritual necessrio

    conhecer os diferentes sistemas de pensamento do crebro e sua organizao neural.

    Segundo investigaes cientficas as bases da inteligncia espiritual so: comunicao

    neural a 40Hz, ponto Deus e o inconsciente coletivo.

    PALAVRAS-CHAVE: Crebro humano. Neurofisiologia. Inteligncia espiritual.

    Conscincia. Ondas cerebrais

    Introduo

    A tecnologia do sculo XX gerou uma crise de sentido. Desse contexto de

    esvaziamento de sentido da vida, de valores e de responsabilidade emerge a nova

    inteligncia, a inteligncia espiritual, o QS (quocient spiritual).

    A fsica e filsofa norte-americana Danah Zohar em parceria com o psiquiatra Ian

    Marshall, lanaram o livro, que coletou o conjunto de dados cientficos existentes at ento,

    onde nos mostram uma terceira inteligncia. A inteligncia espiritual como chamada, teve

    sua existncia comprovada empiricamente em pesquisas muito recentes, a partir de estudos

    realizados por neurologistas, neuropsiclogos, neurolinguistas e profissionais que estudam

    os campos magnticos e eltricos do crebro, por meio da (MEG) magnetoencefalografia. 1

    * Graduanda de Teologia pela FAMIPAR com especializao em Inteligncia Espiritual.

    [email protected] 1 ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual o Q que faz a diferena. Traduo de Ruy

    Jugmann. Rio de Janeiro: Record, 2000, p.24. (MEG) Mede os campos magnticos produzidos pela atividade

    eltrica do crebro.

  • 2

    Vale a pena acrescentar que o notvel avano verificado na neurologia e na

    neuropsiquiatria deve muito ao progresso das cincias da computao. Para Zohar,

    cientistas j realizaram a maior parte da pesquisa bsica que revela os fundamentos neurais

    do QS no crebro 2. O que j se descobriu suficiente para poder dizer que a Inteligncia

    Espiritual sustentvel luz do critrio neurofisiolgico. Em poucos anos tm crescido

    muito o nmero de artigos em revistas cientficas, livros e dissertaes em neurocincia.

    Ednio Valle comenta que, nos ltimos dois decnios as neurocincias comearam a

    investigar a maneira como o crebro consegue criar imagens e elaborar sentimentos

    finalizados 3. A meta das neurocincias compreender como o sistema nervoso funciona.

    H, segundo Danah Zohar, um grande volume de prova cientfica do QS em

    estudos neurolgicos, psicolgicos e antropolgicos recentes da inteligncia humana e em

    estudos sobre pensamento humano e processos lingusticos 4. Essas pesquisas na

    neurocincia comprovam a existncia de uma capacidade interna, inata, do crebro e da

    mente humana. Afirma Danah Zohar que o QS uma capacidade to antiga quanto a

    humanidade 5.

    Neste artigo procura-se por intermdio das pesquisas, analisar e comparar o que j se

    possui de concreto sobre as bases cientficas do QS.

    2 ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p.24.

    3 VALLE, Ednio. Neurocincias e religio: interfaces. http://www.pucsp.br/rever/rv3_2001/t_valle.htm

    com acesso dia 14-04-2013. 4 Idem.

    5 Idem.

  • 3

    1 - O Crebro: essa mquina maravilhosa

    O crebro um mundo que consiste de muitos continentes inexplorados e grandes extenses de territrio desconhecido.

    (Santiago Ramon y Cajal)

    Afirma-se que o sculo XXI ser o sculo da informao, do conhecimento. E dentre

    tantos conhecimentos, temos o fascinante mundo do crebro e suas mltiplas conexes. Para

    a cincia o grande desafio do sculo desvendar os enigmas cerebrais. O crebro nunca foi

    to visvel, no entanto as pesquisas com o mesmo ainda esto na infncia.

    O crebro faz parte do sistema nervoso central, que se compe de dois hemisfrios

    cerebrais, direito e esquerdo, conectados ao corpo caloso.6 Muito se pode aprender a respeito

    dele. Compreender o seu funcionamento e a sua estrutura compreender melhor o ser

    humano. O crebro e a mente se encontram, entre os maiores mistrios da humanidade.

    1.1 Evoluo do crebro na histria

    Para Greco, o crebro da nossa espcie, Homo Sapiens, no surgiu do nada, de uma

    hora para outra. Ele fruto de milhes de anos de aperfeioamento.7 Raul Marino8

    esclarece acerca da teoria de Paul McLean,9 o qual apresenta o fato de que ns

    humanos/primatas temos o crebro dividido em trs

    unidades funcionais diferentes. Recebemos trs

    crebros, fruto de trs estgios evolucionrios. Cada

    uma dessas unidades representa um tempo evolutivo

    no sistema nervoso dos vertebrados.

    Afirma Marino que esses trs crebros,

    ontogeneticamente herdados foram sendo acrescidos

    um ao outro, durante a embriognese, como partes de uma casa, tendo por ltimo, sido

    acrescentado o neocrtex, caracterstico de nossa espcie10. Essas trs unidades recebem o

    nome, segundo a diviso de McLean apud Marino, de crebro reptiliano, mamferos

    inferiores e crebro racional.11

    6 DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. So Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 371.

    7 GRECO, Alessandro. Crebro- a maravilhosa mquina de viver. So Paulo: Mostarda, 2006. p. 87.

    8 MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro. So Paulo: Editora Gente, 2005. p 79.

    9 Fsico e neurocientista com importantes contribuies nas reas de psicoterapia e psicologia.

    10 MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro. p. 80.

    11 Idem.

    Figura 1: Crebro Trino

  • 4

    O crebro reptiliano de acordo com McLean, tem como principal funo a

    autoproteo e a autopreservao da vida. a zona responsvel pelos instintos ou reflexos.

    Estes so incapazes de manter memria e fazer planejamentos. O segundo crebro, o dos

    mamfero inferiores, ou crebro emocional, foi chamado por McLean apud Marino de

    sistema lmbico. Essa unidade cerebral responsvel por controlar o comportamento

    emocional dos indivduos. Para Marino esse sistema proporciona, ainda, emoes

    fundamentais, como alegria e amor, raiva e medo, cuidados maternos com nascituros e

    habilidade de brincar12.

    O terceiro crebro, o racional, conhecido tambm, segundo Marino, como crtex pr-

    frontal, a parte maior e mais desenvolvida do crebro. o centro do pensamento e da

    criatividade. Crtex significa casca em latim. 13

    As clulas nervosas (neurnios) se localizam

    no crtex, responsveis por grande parte de nossos processos mentais.

    Segundo MacLean apud Marino pelo neocrtex que o homem consegue

    desenvolver o pensamento abstrato e tem a capacidade de gerar invenes.14

    Seria a ltima

    camada, onde tambm se processam a linguagem simblica. Para Zohar os lobos pr-

    frontais do crtex so as estruturas de aparecimento mais recente e essenciais para as

    capacidades do ego racional15.

    Esse modelo trinico do crebro, difundido h algumas dcadas traz consigo uma

    viso linear do desenvolvimento do crebro, evoluo esta, muito necessria para o homem

    continuar seu progresso. 16

    Conforme Zohar, pensamos com todas as complexas redes nervosas entrelaadas

    em todo o nosso organismo. Todas elas fazem parte da inteligncia do homem17. Olhando o

    aspecto neurolgico, tudo o que influencia a inteligncia passa pelo crebro e por suas

    conexes neurais. Isto significa que o crebro no limitado nunca perde a capacidade de

    aprender e de transformar-se. Assim sendo a sua plasticidade que lhe d a habilidade de

    alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo decorrentes do meio ambiente.18

    Ao

    longo da histria o entendimento do crebro tm-se tornado um desafio.

    12

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro. p 83-84. 13

    Idem, p. 29. 14

    Idem, p.56. 15

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual, p 57. 16

    AMARAL, Jlio Rocha, MD e OLIVEIRA, de Jorge Martins, PHD. Sistema Lmbico: O Centro das

    Emoes. Disponvel em: http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/limbic.htm acesso dia 16-04-2013. 17

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual, p 57. 18

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. A nova neurocincia que une o crebro e mquinas- e

    como ela pode mudar nossas vidas. So Paulo: Companhia das Letras, 2012. p.142

  • 5

    Para, Zohar e Marshall, compreender as trs inteligncias preciso realmente

    entender os diferentes sistemas de pensamento do crebro e sua organizao neural19.

    2.0 ORGANIZAO NEURAL

    O sistema nervoso forma no organismo uma rede de comunicaes entre a cabea e

    todos os rgos do corpo. Ele formado pelo tecido nervoso onde se destacam os neurnios

    e as clulas glias20

    . Ser examinada com detalhes a fiao neural que serve de fundamento

    aos trs tipos bsicos de inteligncia.

    Atualmente a neurocincia uma das reas da cincia que mais avanou, em termos

    de pesquisas, a respeito do crebro. Quando se pensa no termo a primeira impresso que se

    tm de algo difcil incompreensvel, pois falar a respeito do crebro parece assunto

    especfico de mdicos. No entanto, conhecer o funcionamento cerebral, mecanismos

    biolgicos, neurnios e as emoes torna-se uma tarefa importante para se compreender a

    inteligncia e o pensamento humano.

    Raul Marino esclarece que a conscincia, as memrias e os pensamentos so

    produzidos a partir de grandes grupos neuronais e de redes neuronais 21. Para Mascaro o

    conceito de redes hoje central na compreenso da atividade cerebral 22. Tudo funciona em

    rede. Para entender a base emprica da inteligncia espiritual, o QS, preciso buscar

    explicaes na neurofisiologia, cincia que realiza o estudo do sistema nervoso.

    2.1 O neurnio

    Aquilo que somos e sentimos seria um produto direto dessa complexa rede de

    aproximadamente 100 bilhes de neurnios? Segundo Leonardo Mascaro, so os neurnios

    que geram, transmitem e armazenam informaes23. Conforme ele, o neurnio a

    unidade funcional e o tijolo de construo do crebro e de suas estruturas24.

    por isso que muitas vezes o crebro chamado de mquina neural25. Os

    neurnios so responsveis pela nossa capacidade mental de pensar sobre a nossa origem. A

    19

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. p. 53. 20

    As clulas-glias so as clulas que do sustentao aos neurnios e auxiliam no seu funcionamento.

    DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. p. 366. 21

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro, p 111. 22

    MASCARO, Leonardo. Para que medicao?. p.31. 23

    Idem, p. 4. 24

    Idem. 25

    Idem.

  • 6

    neurofisiologia, segundo Nicolelis, apresenta populaes de neurnios como as clulas

    fundamentais do sistema nervoso.26

    Afirma Damsio que, cada

    neurnio formado por trs elementos

    anatmicos, um corpo celular, um axnio

    e dendritos os quais se projetam do

    corpo celular, lembrando uma

    galhada27. Os dendritos so como

    braos pequenos que se estendem para

    conectar com outras clulas. O neurnio

    recebe informaes sensoriais pelos

    dendritos os quais podem estimul-los ou

    inibi-los.28

    Existem milhares de tipos diferentes de neurnios (ver figura). A neurobiologia nos

    mostra que alguns neurnios no possuem dendritos, mas outros possuem arborizaes

    dendrticas extremamente complexas. Alguns neurnios no possuem axnios, mas outros

    possuem axnios que podem atingir at 1m de extenso.29

    Os neurnios possuem padres de atividade eletromagntica e qumica. A principal

    funo dos neurnios comunicar-se entre si, recebendo e transmitindo impulsos eltricos e

    qumicos. Isso permite afirmar que os sinais qumicos que passam dos axnios para os

    dendritos so transformados em sinais eltricos. Portanto, dentro da sua morfologia particular

    observa Nicolelis: os neurnios so altamente especializados em receber e transmitir

    diminutas mensagens eletroqumicas atravs de contatos celulares30

    Explica Damsio que, o sinal eletroqumico viaja do corpo do neurnio ao longo do

    axnio. A fronteira sinptica localiza-se entre a extremidade de um axnio e o incio de

    outro neurnio, geralmente no dendrito31. Entende-se que os neurnios pelos sinais

    eletroqumicos passam mensagens de um para outro por longas distncias, como se fossem

    entradas e sadas de fios de um computador.

    26

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. p.21. 27

    DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. p. 366. 28

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p 58. 29

    ROQUE, Antonio. Introduo Neurocincia Computacional. Disponvel em:

    http://sisne.org/Disciplinas/PosGrad/IntrodNeuroComput/aula1.pdf acesso dia 05-05- 2013. 30

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. p.18. 31

    DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. p. 367.

    Figura 2: Tipos diferentes de neurnios.**

  • 7

    Tudo o que fazemos, pensamos, sentimos ou lembramos o resultado do

    funcionamento das conexes neurais. uma complexa rede que analisa e transmite toda

    informao que nos permite interagir com o ambiente.

    No modo de funcionamento do sistema nervoso os neurnios tanto competem como

    cooperam uns com os outros, do modo semelhante na sociedade. Pesquisadores descobrem

    no crebro clulas neurais mais competitivas.

    Segundo o neurocientista:

    ( ...) Hisashi Umemori da Universidade de Michigan e seus colegas identificaram

    um mecanismo cerebral que regula a memria descartando os neurnios menos eficientes para conservar os bons. Os cientistas focaram o estudo na conexo entre o hipocampo crucial para a aprendizagem e a memria e o crtex cerebral, rea chave da percepo e da conscincia e descobriram que o processo

    de escolha dos melhores neurnios aperfeioa o desenvolvimento cerebral.32

    Danah Zohar comenta que sistemas neurais pouco usados encolhem, desaparecem

    ou so cooptados para outras finalidades33. As conexes entre axnios e dendritos so

    chamadas sinapses, o local de contato entre dois neurnios, que perpassam a maioria das

    comunicaes entre populaes dessas clulas.34

    O que seriam as sinapses?

    2.2 Sinapse

    De acordo com Roberto Lent, a sinapse o

    chip do sistema nervoso; capaz no s de transmitir

    mensagens entre duas clulas, mas tambm de

    bloque-las ou modific-las inteiramente: realiza um

    verdadeiro processamento de informao35. A

    sinapse vai transmitir informao. Segundo Zohar a

    maioria das sinapses funciona pela sinalizao

    qumica 36, um neurotransmissor. Acrescenta

    Roberto Lent, h dois tipos bsicos de sinapses: as

    qumicas e as eltricas37.

    32

    Revista cientfica Mente e Crebro. Batalha entre neurnios. Disponvel em: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/batalha_entre_neuronios.html acesso dia 15-07-2013. 33

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p 54. 34

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios? : conceitos fundamentais de neurocincias. So Paulo: Editora

    Atheneu, 2001. p. 113. 35

    Idem, p.13. 36

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p 59. 37

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios?. p. 121.

    Figura 3: Integrao Sinptica***

  • 8

    Afirma Gilson Marciano de Oliveira que:

    (...) as sinapses eltricas so tambm chamadas de junes comunicantes,

    responsveis pela sincronia operacional das clulas. J as sinapses qumicas so

    verdadeiros chips biolgicos, em decorrncia da capacidade que elas possuem para

    alterar dados diante de determinadas circunstncias. Mas o crebro no trabalha

    com sinapses isoladas, pois elas seriam de pouca utilidade. A grande plasticidade e

    capacidade que o crebro possui vm da disposio dos milhares de arranjos que

    cada neurnio pode realizar com outros neurnios simultaneamente.38

    O crebro, para funcionar necessita dessa informao dos neurnios e desta sinapse

    neural. Quando um impulso eltrico ao viajar para a "cauda" da clula, chamada axnio",

    chega a seu trmino, ele dispara minsculas gotculas que contm um neurotransmissor

    (sinapse) as quais se movem em direo membrana terminal. As vesculas se fundem com

    a membrana terminal para liberar seus contedos.39

    Para Roberto Lent, essa caracterstica

    transformadora justamente a propriedade mais importante da sinapse40. Todas as nossas

    experincias emocionais ou habilidades mentais surgem dessa atividade cerebral.

    Todos os processos da memria so explicados em termos dessas descargas. Os

    neurnios por serem microscpicos s podem ser vistos com aumentos acima de 500 vezes.

    Comenta Damsio que cada neurnio to pequeno que requer a mxima amplificao ao

    microscpio para ser visto; uma sinapse demanda um microscpio ainda mais poderoso41.

    So estes mecanismos da neurobiologia, invisveis a ns, que daro as bases cientficas para

    o QS.

    3.0 AS TRS BASES CIENTFICAS DO QS

    No livro de Dana Zohar, o QS, ela apresenta como base cientfica para a Inteligncia

    Espiritual trs fundamentos. Comunicao Neural a 40Hz; Ponto Deus e Inconsciente

    Coletivo.

    Os neurnios esto conectados uns aos outros atravs de sinapses, e juntos formam

    uma grande rede, chamada rede neural. a base para a origem dos pensamentos,

    comportamentos e de nossas atividades dirias. Todas as funes e movimentos do

    organismo esto relacionados ao funcionamento destas pequenas clulas.

    38

    OLIVEIRA, Gilson M. A agresso humana: uma investigao filosfica mediante o pensamento de Steven

    Pinker. Paran: Maxi Grfica, 2009. p. 70. 39

    Neurnios. Disponvel em:

    http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/05_eletrofisiologia/neuronios_sinapses.htm. acesso dia 22-07-2013. 40

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios?. p. 121. 41

    DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. p. 367.

  • 9

    Na compreenso de Miguel Nicolelis,

    (...) essas redes neuronais microscpicas so na verdade as nicas responsveis

    pela gerao de cada ato de pensamento, criao, destruio, descoberta,

    ocultao, comunicao, conquista, seduo, rendio, amor, dio, felicidade,

    tristeza, solidariedade, egosmo, introspeco e exultao jamais perpetrado por

    todo e qualquer um de ns, nossos ancestrais e prognie, ao longo de toda a

    existncia da humanidade. Se a palavra milagre no tivesse sido apropriada

    indevidamente por outro ramo de negcios, acredito que a sociedade deveria

    licenciar o termo para uso exclusivo da neurocincia ao relatar as maravilhas que

    brotam do trabalho rotineiro de nossos circuitos neurais.42

    Numa sociedade cada vez mais marcada pela pluralidade de culturas e

    conhecimentos, pertence Neurocincia o desafio de explicar como as clulas cerebrais no

    s direcionam a atuao como tambm so influenciadas pelo comportamento das pessoas e

    pelo meio ambiente.

    A descoberta de como o sistema nervoso organizado e atua em nvel celular

    constitui um dos mais ricos e fascinantes episdios da histria da cincia. Em vrios lugares

    do mundo pesquisadores buscam bases para suas teorias em torno da neurocincia.

    Danah Zohar em seus estudos afirma que so as conexes neurais que do

    inteligncia ao homem e o mesmo no decorrer de sua vida, pelas experincias, vai criando

    novas conexes neurais. Nesta nova era do crebro, nos apresentado por Zohar o terceiro

    tipo de pensamento que nos habilita a reinstalar constantemente uma nova fiao no

    crebro.43

    Este tipo de inteligncia nos d a possibilidade de se colocar num contexto mais

    amplo e experimentar a conexo perfeita, a qual nos ajuda a entender a realidade de toda e

    qualquer situao. Para Francesc Torralba o QS a inteligncia que d capacidade para

    penetrar na mais ntima estrutura da realidade, naqueles questionamentos que transcendem o

    mtodo cientfico e que esto fora do imaginrio social44. Dentro da rea desta temtica

    cientfica, inteligncia espiritual, se encontram muitos pesquisadores, que divulgam

    pesquisas onde mostram as bases neurolgicas da inteligncia espiritual.

    O considervel conhecimento da organizao neural e da fisiologia do crebro

    alcanado no momento tem contribudo para um maior aprofundamento neste desafiante

    trabalho da neurocincia. Os neurocientista conseguem provar, atravs de pesquisas, que o

    quociente espiritual, unifica os processos mentais, no fragmenta, ao contrrio, integra.

    42

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. p.18-19. 43

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p.54. 44

    TORRALBA, Francesc. Inteligncia Espiritual. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. p. 73.

  • 10

    3.1.0 Comunicao Neural a 40Hz

    A evoluo dos meios de comunicao amplia possibilidades de conhecer pesquisas

    de carter cientfico realizadas em reas cerebrais. Nos ltimos anos houve considerveis

    avanos nas pesquisas dos estados mentais atravs da neurocincia.

    Zohar descreve trs tipos de comunicao neural, modelos totalmente distintos. O

    primeiro fornece as bases para o pensamento racional, lgico, pautado por regras, o QI. O

    segundo fornece as bases para o pensamento associativo, responsvel pelo QE. O terceiro

    fornece as bases para o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de

    regras. o QS.45

    Segundo Richard Bowel a neurocincia mostra-nos o o que e o como

    mas no o porqu46. Quem nos apresenta o porque o terceiro tipo de pensamento, a

    inteligncia espiritual.

    Danah Zohar classifica o primeiro modelo como simplista de pensamento linear47,

    o qual resolve problemas racionais cujo pensamento de fiao precisa. Um neurnio s se

    comunica com mais um, ponto a ponto, sem desdobramento. Citado por ela tambm o

    segundo sistema de pensamento chamado associativo, o QE. Esse tipo de pensamento est

    na origem da maior parte da nossa inteligncia emocional.

    Segundo Daniel Goleman, a mente emocional possui uma lgica associativa;

    elementos que simbolizam uma realidade ou que de alguma forma lembrem essa realidade

    so, para a mente emocional, a prpria realidade48. Para Roberto Lent, o conjunto de

    neurnios associados formam os chamados circuitos ou redes neurais49.

    Na rede neural as emoes so aprendidas no modelo de tentativas e erros. Redes

    neurais so capazes de aprender com a repetio, permite realizar o pensamento associativo

    afetado por hbitos. Segundo Danah Zohar, no sistema lmbico a sede central do controle

    emocional no crebro, no qual esto presentes tratos neurais seriais e redes neurais

    associativas.50

    Afirma Roberto Lent que de um modo ou de outro, nossos atos e pensamentos so

    sempre guiados e influenciados pelas emoes51. o modelo de pensamento que possui

    flexibilidade, mas menos exato que o primeiro, no possui a preciso da inteligncia

    45

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p.53. 46

    BOWELL, Richard. As Sete Etapas da Inteligncia Espiritual. p. 69. 47

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p.60. 48

    GOLEMAN, Daniel. Inteligncia Emocional. a teoria revolucionria que redefine o que ser inteligente.

    43ed, Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. p. 308. 49

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios?. p. 15. 50

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 66. 51

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios?. p. 736.

  • 11

    racional. Para Zohar, os dois sistemas de pensamento o QI e o QE interagem e se reforam,

    dando-nos um tipo de inteligncia que nenhum dos dois poderia ter sozinho52.

    O terceiro sistema de pensamento chamado por Danah Zohar de pensamento

    unitivo, ele apresenta a capacidade de unificar experincias dando um sentido maior.

    Segundo ela, essa capacidade unitiva constitui um aspecto essencial da conscincia e

    fundamental para compreendermos a base neurolgica do QS 53

    .

    3.1.1 Dificuldades neurolgicas do terceiro modelo

    H um crescente acmulo de conhecimentos neurocientficos, principalmente em

    questes relacionadas localizao das funes mentais. A questo apresentada para a

    neurobiologia o de compreender como o crebro constri redes e circuitos neurais e os

    transforma em imagens mentais cheias de sentido que permitem o estranho processo que faz

    de voc o observador, o proprietrio dos pensamentos formados de sua perspectiva, sendo

    voc, o agente em potencial.54

    Danah Zohar interroga: Como os fragmentos dspares e

    divididos de um crebro podem ser interligados formando uma mente unificada e

    coerente?55

    Alm desta, outras perguntas fazem os neurocientistas. o crebro que vibra e

    produz a conscincia? Ou a conscincia que se utiliza do crebro para faz-lo vibrar?

    Quem veio primeiro a mente ou o crebro? A conscincia um fenmeno particularmente

    unificado? Como consegue trabalhar a nossa concepo do mundo com o nosso sentir do

    mundo e de ns mesmos? Perguntas que vo ser objeto de numerosas pesquisas e agora pode

    ser pelo menos parcialmente entendida.

    Os cientistas buscam o lugar fsico do ponto central e unificador da conscincia

    humana. Existe uma infinidade imensa de neurnios que, atravs de suas clulas

    especializadas, formam o crebro e o sistema nervoso, onde se comunicam uns com os

    outros atravs de sinais eletroqumicos produzindo atividades muito especiais: nossos

    pensamentos e sentimentos. Contudo, afirma Danah Zohar que, nenhum tipo de conexo

    neural fsica liga todos os neurnios do crebro entre si ou mesmo todas as cadeias ou

    mdulos de neurnios56.

    52

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 69. 53

    Idem, p. 73. 54

    DAMSIO, Antonio. O mistrio da Conscincia: do corpo e das emoes ao conhecimento de si. So

    Paulo: Companhia das Letras, 2000. pdf p.253. 55

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 74. 56

    Idem.

  • 12

    Roger Penrose, matemtico e fsico britnico, em seu livro A mente nova do

    imperador lanou um olhar pelo vasto panorama da cincia moderna e chegou a concluso

    que esse conhecimento possivelmente no tinha meios de explicar o mistrio supremo da

    existncia: a conscincia humana. Marino explica mais detalhadamente que:

    Penrose (e Hameroff) no acreditam que os fenmenos da conscincia

    possam ser explicados apenas neurobiologicamente, no plano dos neurnios e das

    redes neurais. Acham que a chave da conscincia e dos pensamentos repousa em

    eventos qunticos, no plano das pequenas estruturas proteicas os microtbulos situadas no interior dos neurnios, estruturas essas que tambm se encontram em

    todas as clulas do organismo e tm outras funes, incluindo a mediao na

    diviso celular. 57

    So muitos os neurocientistas que continuam mapeando o crebro buscando

    compreender a conscincia. Comenta Damsio, mas quando nos pomos a refletir sobre ela,

    todos ns, cientistas ou no, ficamos perplexos. De que feita a conscincia?(...) Como o

    crebro faz a mente? 58. Antonio Damsio, um dos maiores neurologistas do mundo59 e

    autor dos livros, O mistrio da conscincia e E o crebro criou o homem, afirma que a

    grande polmica, no futuro, ser o controle das emoes pelo conhecimento da mente.

    No livro O mistrio da Conscincia, Damsio, busca refletir a duas perguntas:

    como o crebro constri a mente e, como o crebro torna essa mente consciente? O mistrio

    de como isso pode acontecer conhecido em neurologia, psicologia e filosofia como

    problema de aglutinao.60 Tambm era chamado de problema de integrao ou seja como

    o crebro junta suas experincias.61

    Por mais importante que possa ser uma base neurolgica

    das atividades do crebro, no se pode negligenciar a existncia de uma conscincia

    integradora.

    A chegada de tecnologias computadorizadas para de perto analisar o crebro, d

    seriedade cientfica pesquisa. No so especulaes, mas dedues em fatos com

    fundamentao segura.

    57

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro. So Paulo: Editora Gente, 2005. p. 14. 58

    DAMSIO, Antonio R. E o crebro criou o homem. p. 17-18. 59

    BURGIERMAN, Denis Russo . Um dos maiores neurologistas , Antnio Damsio. Disponvel em: http://super.abril.com.br/ecologia/maiores-neurologistas-antonio-damasio-442142.shtml acessado

    dia 13-04-2013. 60

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 74. 61

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual: usando as inteligncias racional, emocional e

    espiritual para realizar transformaes pessoais e profissionais. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 101.

  • 13

    3.1.2 Ondas cerebrais a 40 Hz

    A neurocincia sabe que a mente complexa e trabalha junto ao crebro e que a

    mesma registra e controla as ondas eltricas. Essas pequenas descargas eltricas (sinapses)

    estabelecem as comunicaes entre os neurnios. O

    nosso crebro emite impulsos eltricos leves que

    podem ser medidos e registrados pelos aparelhos de

    EEG eletroencefalograma.

    Afirma Nicolelis que, o EEG

    rotineiramente usado em todo mundo como uma

    ferramenta essencial, tanto para pesquisas como para

    diagnsticos62

    . Para Leonardo Mascaro, este aparelho:

    (...) a mensurao da atividade eltrica do crtex cerebral a partir de contatos

    (eletrodos) colocados na superfcie da cabea. Essa atividade eltrica mensurada

    por dois parmetros fundamentais: frequncia e amplitude. O que chamaremos de

    frequncia uma medida do nmero de vezes que cada neurnio emite um pulso

    de informao para outros neurnios em um segundo, o que medido em Hertz

    (Hz). A amplitude do sinal diz respeito a intensidade de cada impulso eltrico e

    medida em milivolts (mV).63

    O crebro humano possui clulas nervosas que geram impulsos eltricos os quais

    vibram em frequncias. Tudo leva a crer que o crebro funciona tipo antena parablica. Os

    neurologistas tm ficado intrigados com a importncia dessas ondas que h muito era um

    mistrio para a cincia.64

    Alguns insistem que as ondas no tem nenhuma finalidade. O

    interessante que a ausncia destas ondas indica morte clnica. As ondas cerebrais esto

    relacionadas a diversos estados de conscincia.

    Comentam Zohar e Marshall que, ocorrem no crebro oscilaes e ondas de todos

    os tipos e frequncias (...) gerados por numerosos dendritos, que oscilam em sincronia, mas

    que no chegam a disparar65. Esses impulsos flutuam em ritmos de padres distintos

    chamados padres de onda cerebral. Com eletrodos grudados no couro cabeludo da pessoa

    registram ciclos de pulsos eltricos ondulantes, ou ondas cerebrais. Essa descoberta

    representou um papel importante na compreenso de como o crebro funciona, buscando

    pistas sobre a natureza da conscincia.

    62

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso Eu. p. 134. 63

    MASCARO, Leonardo. Para que medicao?.p.15. 64

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual. p. 101. 65

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 85.

    Figura 4:Eletroencefalograma****

    (EEG)

  • 14

    Danah Zohar e Marshall destacam uma

    pesquisa do neurologista Wolf Singer da dcada

    de 1990. O trabalho foi sobre o problema de

    aglutinao em que apresenta um processo

    neural no crebro que unifica e confere sentido s

    nossas experincias. Singer em sua pesquisa

    apresenta o primeiro indcio do pensamento

    unitivo, que o terceiro tipo de pensamento.

    Comentam Zohar e I. Marshall:

    (...) em uma pesquisa em que o pioneiro foi Wolf Singer, descobriu-se que os neurnios do crebro humano vibram em unssono em reao a estmulos

    especficos. Quando voc olha para um relgio, por exemplo, uma parte do crebro

    vibra em reao ao desenho redondo do mostrador, outra parte aos braos dos

    ponteiros, e outra ainda ao significado do tempo, e assim por diante,mas todos

    esses neurnios vibram em unssono. As vibraes ou oscilaes tm uma

    frequncia de 40Hz=40 ciclos por segundo. As clulas neurais que no participam

    do processo vibram em frequncias diferentes.66

    O QS com seu padro neural baseado nas oscilaes neurais a 40HZ sincronizadas

    nos apresenta um terceiro caminho ou processo gerador de vida. Unificando dados no

    crebro todo, integra e adquire potencial de transformao auxiliado pelos outros dois

    processos neurais de pensamento. Coordena um dilogo entre a emoo e a razo entre a

    mente e o corpo. Favorece um centro para o crescimento e mudana de vida. Integra o EU,

    unificando e gerando um sentido maior ao viver.

    Mas a nossa conscincia a vibrao a 40Hz dos neurnios? Zohar e I. Marshall

    explicam da seguinte forma:

    Sempre que um ser humano est consciente, essas oscilaes neurais de 40Hz

    movimentam-se como uma onda por todo o crebro, indo dos lobos frontais para

    os lobos posteriores, onde so modificadas por diferentes experincias cognitivas

    ou perceptivas. Agora, sabe-se que essas oscilaes de 40Hz constituem de fato, a

    base neural da conscincia.67

    Os neurocientistas atualmente podem contar no s com o Eletroencefalograma, mas

    com a Ressonncia Magntica (MRI), com tomografia computadorizada, (CT), a tomografia

    por emisso de psitrons (PET Scan e (MEG) magnetoencefalografia. Alessandro Greco

    66

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual. p. 101. 67

    Idem, p.102.

    FIGURA 3 [ONDAS

    CEREBRAIS]

    Figura 5: Ondas cerebrais*****

  • 15

    comenta que com esse quarteto mgico os cientistas conseguiram virar o crebro do avesso,

    elucidando muito de sua anatomia e seu funcionamento68.

    Segundo Danah Zohar com esses aparelhos neurocientistas puderam finalmente

    obter uma imagem da atividade oscilatria neural em todo o crebro e em suas

    profundezas69. Pode-se hoje enxergar a mente humana funcionando de modo to claro

    como o da ultrassonografia.

    Portanto, conclui Danah Zohar, a primeira base cientfica mostra que:

    H oscilaes de 40Hz em todo o crebro. As oscilaes parecem necessariamente

    associadas possibilidade de conscincia no crebro; as oscilaes aglutinam eventos cognitivos individuais no crebro e os transformam em um todo maior e

    de maior sentido; e talvez haja uma dimenso quntica na atividade dos canais de

    ons que geram as oscilaes, bem como coerncia quntica entre as oscilaes no

    nvel de multineurnios.70

    O neurologista e antroplogo biolgico Terrance Deacon tambm citado por Danah

    Zohar e Marshall, esse pesquisador realiza estudos sobre a evoluo da linguagem e seu

    consequente papel no crebro. Essa evoluo foi responsvel pelo aumento do tamanho da

    parte frontal do crebro.71

    Passemos para o segundo fundamento das bases cientficas do QS.

    3.2.0 Ponto Deus

    Partimos do princpio de que, se o comportamento humano responde sempre a

    padres neurais, tambm o comportamento religioso deve ter suas estruturas neurais

    prprias. Dana Zohar e Marshall fazem referncia s pesquisas que em 1993 foram

    realizadas pelo neuropsiclogo Michael Persinger em 1987, e depois, em 1997, pelo

    neurologista Vilayanu Ramachandran e sua equipe na Universidade da Califrnia, sobre a

    existncia de um "ponto divino" no crebro humano.72

    A existncia deste ponto divino

    representa uma vantagem evolutiva em nossa espcie 73

    . Ser que esse lugar mostra

    efetivamente que Deus existe? Enfatiza Zohar que ele no prova, de nenhuma forma, se

    Deus existe realmente ou no, ou se seres humanos comunicam-se de fato com Ele74.

    68

    GRECO, Alessandro. Crebro- a maravilhosa mquina de viver. So Paulo: Mostarda, 2006. p 15. 69

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 87. 70

    Idem, p. 100. 71

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual. p.100. 72

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 108. 73

    Idem. 74

    Idem.

  • 16

    Persinger e seus colegas elaboraram um aparelho em condies de gerar campos

    eletromagnticos fracos e focaliz-los em reas selecionadas do tecido cerebral. Esse centro

    espiritual interno localiza-se entre conexes neurais nos lobos temporais do crebro.75

    Conforme Michael Persinger os lobos temporais merecem muita ateno nos estudos dos

    estados mentais relacionados com a mstica e os estados alterados da conscincia.

    Comenta Raul Marino:

    (...) foroso citar estudos mais recentes, como o de Persinger, publicado em

    1987, por terem sido realizados em indivduos voluntrios normais, mediante

    estimulao de campos magnticos transcranianos sobre os lobos temporais. Sob

    tal ativao, os voluntrios relatavam as sensaes mais dspares, como, por

    exemplo, a sensao de uma presena no visvel perto deles, relatada em 80% dos casos. Mesmo os atestas referiam-se a uma sensao de unidade com o universo e relatavam alucinaes visuais, como a apario de uma viso angelical, de grande quantidade de luz, de sons rpidos e de sensaes sublimes.

    76

    Segundo Danah Zohar em tomografia realizadas por emisso de psitrons (TEP),

    observa-se que essas reas se iluminam em todos os casos em que os pacientes em pesquisa

    participavam da discusso de tpicos espirituais ou religiosos 77. Sempre que se abordam

    temas religiosos, referncia a Deus ou valores que atribuem sentido profundo s coisas,

    produzem no crebro igual excitao de 40 Hz.

    Por esta razo, em conjunto neurobilogos como Persinger, Ramachandran e a fsica

    quntica Zohar deram o nome a essa regio localizada nos lobos temporais de o ponto

    Deus ou ponto divino.78 Persinger e o seu grupo elaboraram um instrumento em

    condies de gerar campos eletromagnticos fracos e focaliz-los em reas da superfcie

    cortical. Semelhante a um capacete de motocicleta, o equipamento em condies de

    estimular partes no crebro do lobo temporal, com eletroms, recebeu o nome de God

    Helmet, capacete de Deus. 79

    Estes cientistas tm buscado razes neurais biolgicas para

    explicar o religioso. Para Danah e Marshal:

    (...) esse lugar de Deus so massas de tecido neural localizadas nos lobos

    temporais do crebro, situados logo aps das tmporas. Ele que nos leva a fazer

    perguntas sobre o significado de nossa existncia e a buscar respostas

    fundamentais. (...) O Lugar de Deus est ativado quando temos experincias

    75

    CESCON, Everaldo. Neurocincia e Religio: as pesquisas neurolgicas em torno da experincia religiosa.

    Disponvel em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/view/8828/6689 , acesso dia 23-07-

    2013. 76

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro, p 36. 77

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 25. 78

    Idem, p 108. 79

    CESCON, Everaldo. Neurocincia e Religio: as pesquisas neurolgicas em torno da experincia religiosa.

    http://revistaseletronicas.pucrs.br/fo/ojs/index.php/teo/article/viewFile/8828/6689 acesso em 13-04-2013.

  • 17

    espirituais, como um profundo sentido de amor, de paz, da unidade da existncia e

    da profunda beleza.80

    Raul Marino tambm apresenta Andrew Newberg, como um especialista em

    neurofisiologia da experincia religiosa. Ele pesquisa como a orao e a meditao se

    manifestam no crebro.81

    A meditao pode levar a pessoa a ter emoes religiosas, como a

    sensao de estar em contato com Deus. O que Andrew Newberg descobriu em suas

    pesquisas tecnolgicas sobre a mente humana se acha documentado devidamente na

    literatura mdica. Junto dele trabalha em parceria tambm o brasileiro Julio Peres, psiclogo

    clnico doutor em neurocincia pela USP os quais realizam esta pesquisa em

    neuroimagens.82

    Para Newberg, o mais desenvolvido rgo humano especialmente

    calibrado para a experincia espiritual.

    Andrew Newberg e Eugene dAquili estudaram crebro de budistas praticantes

    mediante tomografia e emisso de um s fton (SPECT). Esta metodologia de

    neuroimagem, empregando contrastes convencionais, fornece quadros funcionais do crebro

    com um grau de definio bastante elevada.83

    O radiologista Andrew Newberg, mapeou a ativao cerebral de monges budistas.

    analisando tomografias dos religiosos durante a meditao, Newberg notou que a rea

    relacionada orientao corporal quase toda desativada, o que pode justificar a sensao

    relatada de desligamento do corpo.84

    Ele tambm observou freiras franciscanas durante longas preces. Escolheram trs

    religiosas que aceitaram participar de uma intensa e profunda meditao fazendo uma orao

    mental repetitiva. Descobriu que o fluxo sanguneo do lbulo parietal esquerdo, parte

    responsvel pela orientao, caa bruscamente. Para Newberg, as irms franciscanas

    experimentavam a sensao de unio com Deus porque o crebro delas deixava de fazer a

    separao do prprio corpo com o mundo.85

    Estes cientistas tambm descobriram que quando se alcana um estado de meditao

    profunda as regies do crebro que regulam a construo do eu se desativam. Deste modo

    80

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual: usando as inteligncias racional, emocional e

    espiritual para realizar transformaes pessoais e profissionais. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 100. 81

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro, p. 90-91. 82

    PARANA, Denise. Os avanos da cincia da alma. Disponvel em:

    http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/11/os-avancos-da-ciencia-da-alma.html acesso dia 23-07-

    2013. 83

    CESCON, Everaldo. Neurocincia e Religio: as pesquisas neurolgicas em torno da experincia religiosa.

    http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/view/8828/6689, acesso dia 23-07-2013 84

    Idem. 85

    Idem.

  • 18

    o praticante da meditao perde o sentido do prprio eu individual, supera as dualidades e se

    integra em uma total e nica transcendncia.

    A meditao pode levar a pessoa a ter emoes religiosas, como a sensao de estar

    em contato com Deus. Zohar prope uma pergunta, ser o ponto Deus um truque

    neurolgico feito conosco pela natureza, porque a crena humana em Deus , de alguma

    maneira til natureza e sociedade?86

    A pergunta feita pela fsica e filsofa Zohar leva a pensar sobre o ponto Deus no

    ser humano. Essa realidade neurolgica mostra que o sentimento religioso tem sido um

    importante fator, que inevitavelmente se coloca em nossas vidas nos convidando a uma

    deciso pessoal. preciso compreender que a crena em Deus produto da busca do ser

    humano, da fora que ele prprio carrega consigo e que sua inteligncia espiritual.

    Um estudo feito por Richard Davidson (Universidade de Wisconsin) concluram que

    pessoas que meditam conseguem detectar estmulos de mudana rpida, como uma

    expresso facial que pode ter algum significado emocional. O estado de ateno do nosso

    crebro pode mudar, podemos ficar mais atentos se praticarmos a meditao. Isso quer dizer

    que o nosso crebro pode se adaptar, aprender ou melhorar habilidades com o treinamento.87

    E uma das coisas mais interessantes que a meditao faz bem para o corao! Ela pode

    diminuir casos de infarto do miocrdio e auxiliar na desobstruo vascular e diminuir o

    stress.

    Salienta Raul Marino, que as prticas de meditao transcendental tm demonstrado

    diminuio da presso sangunea, das frequncias cardaca e respiratria e dos reflexo

    psicogalvnico cutneo88. A inteligncia espiritual e o reconhecimento neurolgico do

    ponto Deus se apresentam como timos coadjuvantes no processo teraputico e na

    experincia espiritual.

    Os cientistas no conseguem comprovar a existncia ou inexistncia de Deus. Mas as

    pesquisas deixam cada dia mais claro: a religio faz bem para a sade. Mostrando os

    benefcios da meditao, comenta Newberg ao dar uma entrevista revista poca:

    (...) Um dos estudos que fizemos, por exemplo, fala sobre como a meditao ajuda

    a melhorar a memria e, ao que parece, consegue esse efeito alterando a estrutura

    cerebral relacionada memria. Uma de nossas pesquisas mostrou at que a rea

    do crebro ficou mais espessa e maior com a prtica da meditao ao longo de um

    perodo.(...) As pessoas tendem a conseguir controlar mais suas emoes,

    86

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 108. 87

    Portal do Crebro. Meditao para o crebro e corao. Disponvel em:

    http://connectdominios.com.br/sites/index.php/site/portaldocerebro/184 acesso dia 23-07-2013. 88

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro, p 146.

  • 19

    express-las, senti-las. A meditao e a orao ajuda a melhorar a sua relao

    consigo mesmo e com os outros 89

    .

    Enfatiza Danah Zohar, que o QS pode nos tornar espiritualmente inteligentes sobre

    religio, no entanto podemos ter qualidades extraordinrias no campo espiritual sem sermos

    absolutamente religiosos.90

    Para que o ponto Deus constitua base neural com o QS precisa estar integrado

    atividade geral do crebro, as oscilaes a 40 Hz, e com o QI e o QE. Tambm necessrio

    que esteja em dilogo com o centro do eu e sua maneira especial de conhecer.91

    O objetivo

    maior do ser humano tornar-se ele mesmo.

    3.3.0 Inconsciente Coletivo

    Parece existir uma emergncia por uma nova conscincia na humanidade. Isto nasce

    da necessidade de uma nova viso do mundo, um novo paradigma. Um paradigma que pede

    uma compreenso do mundo mais adequada sobrevivncia humana. Um jeito novo de

    viver, essencial para a harmonia do ser humano, da sociedade e da natureza. Isto pede uma

    maior conscientizao de fraternidade, uma percepo de que no estamos ss e de que no

    podemos crescer isolados. Um crescimento do nvel de conscincia na direo do bem

    prprio para o bem comum exige mudana de comportamento e hbitos levando os

    pensamentos e atitudes para um foco coletivo com um olhar mais amplo e planetrio.

    Verificou-se cientificamente que a experincia unificadora se origina de oscilaes

    neurais a 40 Hz, especialmente localizada nos lobos temporais. Mas, ainda permanece a

    pergunta de onde vem a conscincia?

    Danah Zohar e I.Marshall interrogam: qual o lugar, no universo de seres humanos

    conscientes? Que profundidade tem nossas razes?92 A conscincia parece fugir s leis

    fsicas, qumicas e biolgicas; algo familiar, mas, ao mesmo tempo, misterioso. Realmente

    no fcil falar da conscincia consciente de si. Sobre essa realidade Zohar e Marshall

    apresentam a protoconscincia 93

    :

    (...) os neurnios teriam protoconscincia e neste caso as oscilaes de 40Hz so o

    fator necessrio para combinar fragmentos protoconscientes e transform-los em

    89

    SORG, Leticia. No importa qual a religio, o importante pratic-la. Disponvel em:

    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI65037-15224,00-

    NAO+IMPORTA+QUAL+A+RELIGIAO+O+IMPORTANTE+E+PRATICALA.html.Acesso dia 23-07-2013. 90

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual: usando as inteligncias racional, emocional e

    espiritual para realizar transformaes pessoais e profissionais. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 102 91

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 124-125. 92

    Idem, p. 101. 93

    Idem, p. 95. uma parte natural das leis fsicas fundamentais do universo e est presente desde o comeo dos tempos.

  • 20

    conscincia. (...) j que os neurnios so clulas individuais, ns seres humanos,

    poderemos estar enraizados em todas as demais formas de vida unicelular neste

    planeta. Nossa inteligncia espiritual teria razes na prpria vida e, portanto teria

    origem biolgica e evolutiva.94

    A evoluo e sempre ser coletiva. importante compreender a necessidade de

    utilizarmos as ferramentas do paradigma emergente holstico que nos fornece o QS.

    Caminhar para o encontro de si mesmo se reintegrando com o todo.

    Vimos que a mente capaz de moldar o crebro. O que ns pensamos representado

    no crebro com a formao de redes neurais e exploso de vrios neurotransmissores. De

    acordo com Marino campos eletromagnticos em constante mudana, a partir de redes

    neuronais podem ser considerados fenmenos de coerncia quntica95. Seria a conscincia

    um fenmeno quntico? Na opinio de Marino certo que a fsica quntica no tem

    explicao para a essncia da conscincia ou para o segredo da vida, mas nos ajuda a

    entender a transio de campos de conscincia do espao-fase para o mundo material.96

    Marino explica que:

    (...) a fsica quntica tem revolucionado os conceitos tradicionais de um mundo

    material e manifesto que denominamos de espao real, afirmando, por exemplo,

    que partculas podem se propagar como se fossem ondas e vice-versa, podendo,

    portanto, ser consideradas uma funo quntica.97

    O grande psiquiatra suo Carl Gustav Jung ao estudar os complexos98

    descobriu

    outro nvel da psique, ao qual chamou de inconsciente coletivo. A grande descoberta de

    Jung foi o inconsciente coletivo. Segundo ele, o inconsciente no de natureza individual,

    mas, universal. Para Jung a idia do inconsciente coletivo, indica a existncia de

    determinadas formas na psique, que esto presentes em todo tempo e em todo lugar99.

    nessa camada do inconsciente que todos os humanos so iguais. Segundo ele a conscincia

    vista como menor que o inconsciente. Para Jung o ser humano nasce inconsciente e traz com

    ele muitos contedos herdados dos ancestrais. Assim, o inconsciente existe antes, pr-

    existente ao consciente.

    94

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 101. 95

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro, p 115. 96

    Idem. 97

    Idem, p.114. 98

    Os complexos so imagens ou ideias carregadas emocionalmente, via rgia de acesso para o

    inconsciente. Possuidores de uma fora de atrao poderosa, os complexos funcionam como ims, atraindo os

    contedos do inconsciente para a conscincia. BOMFIM, Renata. A psicologia dos complexos, de Carl

    Gustav Jung. Disponvel em: http://www.letraefel.com/2009/09/psicologia-dos-complexos-de-carl-

    gustav.html. Acesso dia 04-08 2013. 99

    JUNG, Carl Gustav - Os Arqutipos e o Inconsciente Coletivo. Rio de Janeiro:Vozes, 2002, p. 53.

  • 21

    Segundo Zohar e Marshall:

    (...) Carl Jung props sua teoria do Inconsciente Coletivo, uma camada da vida

    mental dos seres humanos, povoada de arqutipos, significados e eventos

    traumticos em larga escala, que pode ser acessado por qualquer indivduo. (...)

    Yung tambm sentia que o Inconsciente Coletivo est por trs das inmeras

    experincias de telepatia de indivduos e a sincronicidade de eventos

    aparentemente separados, mas com o mesmo significado100

    .

    Dean Radin,101

    engenheiro eletrecista, pesquisador americano, considerado um dos

    parapsiclogos mais inovadores da atualidade, desenvolve estudos sobre conscincia

    (inconsciente coletivo) em diversas universidades e institutos. Nas pesquisas sobre

    conscincia apareceu um dado interessante que pesquisadores descobriram atravs de

    geradores de nmeros.102

    Dean Radin verificou o comportamento destes aparelhos durante eventos que atraam

    grande ateno. A hiptese que quando vrias pessoas prestam ateno a um mesmo

    evento, elas criam uma ressonncia que afeta a matria e que poderia ser detectada em um

    gerador de nmeros. Eles aguardavam que no momento forte de comoo haveria um padro

    nos dados em vez de nmeros aleatrios.

    Sobre esta realidade explica Zohar e Marshall:

    (...) Os pesquisadores espalharam cerca de cinquenta geradores eletrnicos de

    nmeros aleatrios (RNG) pelos vrios continentes e os conectaram a um

    computador central em Princeton. Nas ocasies em que ocorreram eventos que

    afetaram grandes massas de pessoas, houve correlao nos resultados vindo dos

    vrios geradores. Uma delas foi por ocasio do funeral da princesa Diana e outra

    em 11 de setembro. Os pesquisadores interpretaram esses resultados como um

    indcio da existncia de um campo mundial de conscincia e da interao desse

    campo com a matria. Como todos estavam pensando na mesma frequncia os

    aparelhos geraram nmeros parecidos.103

    Foi Dean Radin quem criou a expresso "Campo da Conscincia" para designar o

    campo gerado pela mente, capaz de influenciar os RNGs. Esse campo, ao contrrio dos da

    fsica, no decai com a distncia. Espera-se, na fsica, teorias mais gerais sobre a realidade,

    onde a conscincia humana dela far parte integrante.

    Na opinio de muitos cientistas, baseados na fsica atual, existe a ideia de que h uma

    conscincia universal. Tudo leva a crer que o universo todo uma conscincia. Tudo tem

    um grau de conscincia. Comenta Albert Einstein quanto mais eu observo o universo mais

    100

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual. p. 104. 101

    Telecinese - A mente move montanhas? http://super.abril.com.br/ciencia/telecinese-mente-move-montanhas-686685.shtml com acesso dia 23-07-2013. 102

    Idem. 103

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual. p. 106.

  • 22

    ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande mquina. Na opinio de outro

    grande cientista fsico quntico Amit Goswami, o Universo autoconsciente. Deepak

    Chopra alega que ns somos manifestaes do pensamento de Deus. Somos fruto da

    conscincia de Deus.104

    Conclui Danah Zohar :

    (...) que o QS confere a mente um aspecto transcendente que nos radica, no

    mnimo, no resto da vida neste planeta. O centro do eu est enraizado pelo menos em alguma coisa to profunda quanto o inconsciente coletivo de Yung, no

    estamos ss. A inteligncia no nos isola na esfera estreita da experincia do ego,

    nem mesmo na experincia da espcie humana. (...)as oscilaes de 40 Hz que

    culminam em nossa conscincia humana e inteligncia espiritual tm suas razes

    em nada menos do que Deus. Deus o verdadeiro centro do eu105

    .

    CONSIDERAES FINAIS

    Este artigo foi baseado em estudos recentes que revelam preocupao com a essncia

    do ser humano e sua trajetria criativa no mundo, no como temtica mstica e religiosa,

    mas como retorno ao essencial, acreditando na fora do transcendente que confere liberdade

    e uma volta ao equilbrio. Vivemos momentos de grande transformao. Tivemos de fato um

    elevado desenvolvimento na neurocincia. O ser humano sempre procurou compreender-se e

    encontrar o seu sentido mais profundo e verdadeiro. Aprender uma caracterstica intrnseca

    do ser humano.

    Neste artigo houve empenho em explicar e comprovar a existncia do QS a partir do

    crebro e suas redes neuronais. Verificou-se uma busca cientfica da base biolgica da

    terceira inteligncia, o QS. Pesquisas sobre a inteligncia espiritual nos apresentam o

    pensamento unificado (perceptivo integral), que oscila em unssono entre frequncias de 35

    e 40 Hz. Olhando o funcionamento cerebral com suas ligaes eletroqumicas chegamos ao

    campo magntico (ondas) e fenmenos qunticos. Ondas a 40 Hz a base neural da

    Inteligncia Espiritual (QS),

    Conhecer s faz sentido se for em direo de uma humanidade melhor. Pensar bem

    implica em dirigir a preocupao ao que realmente vale a pena. Como que pensamos e

    104

    CHOPRA, Deepak. O poder da conscincia: respostas para os maiores desafios da vida. (Traduo Carlos

    Szlak) So Paulo: Leya, 2012. 105

    ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligncia espiritual. p. 102-103.

  • 23

    aprendemos? O que conscincia? Como o ser humano se relaciona com o outro ou com

    Deus? So perguntas que continuaro sendo feitas.

    Atravs do conhecimento cientfico, troca de experincias, julgamento crtico,

    dedicao, pacincia e fazendo bom uso das contribuies das neurocincias tivemos a

    oportunidade de reconhecer o crebro como rgo de aprendizagem, percebendo suas

    mudanas neurobiolgicas que levaram ao reconhecimento da existncia da terceira

    inteligncia. medida que o ser humano evolui eliminando barreiras, quebrando

    paradigmas e ampliando sua conscincia supera em si mesmo as trevas da ignorncia e

    alcana novos patamares da compreenso de sua unicidade com o universo, reconhecendo

    foras espirituais que portador. O desenvolvimento da inteligncia espiritual acontece a

    quem se autodetermina a conquist-la.

    Esta inteligncia desafia a mudar nossa forma de viver. Sugere uma espiritualidade

    tal qual uma rvore que lana razes em direo gua; e dali ganha fora e inspirao para

    as atividades, mesmo adversas e complexas, no mundo atual. Parece importante sondar onde

    se lanam nossas razes para agir no mundo. A inteligncia espiritual facilita-nos descobrir

    nossa riqueza interior. Fornece ferramentas para aprendermos como avaliar e fazer a auto-

    crtica, nos d alm de sentido e direo a velocidade certa que necessitamos para

    acompanhar a prpria vida em seus avanos.

    Estamos conectados, e o jeito que vivemos nossa vida afeta a vida um do outro. Os

    novos recursos da sociedade da informtica, juntamente aos conhecimentos do

    desenvolvimento das pessoas e sobre o funcionamento do crebro abrem novas

    possibilidades ao ser humano no seu processo de autoconhecimento, autoformao. O ser

    humano no s produto, como tambm produtor do seu prprio crebro, ele tem o poder de

    se permitir um espao de liberdade dando lugar a construo do eu. O crebro um rgo

    plstico que se contri e se reconstri a partir de suas experincias e do meio ambiente.

    De posse desta inteligncia, o QS, que lhe inato a pessoa pode abrir novos

    caminhos, descobrir novas manifestaes. a inteligncia que operando a partir do centro

    do crebro, integra-se outras duas inteligncias, funcionando juntas e apoiando-se

    mutuamente. Assim atuando, a partir de sua prpria rea no crebro, procedendo de forma

    mais equilibrada, d a si mesmo a capacidade de lidar com seus problemas existenciais.

    Uma inteligncia que nos d conscincia do nosso eu profundo.

    De acordo com os neurocientistas por meio do crebro que ocorrem todos os

    processos mentais conscientes e inconscientes. As pesquisas em torno do crebro se

    apresentam com uma teoria do conhecimento sobre a conscincia e a liberdade com base nas

  • 24

    pesquisas das neurocincias. As novas tcnicas de neuroimagem permitiram uma grande

    evoluo a respeito do conhecimento de circuitos neurais responsveis por distintas

    atividades do conhecimento humano. As experincias e interaes sociais reforam as

    conexes sinpticas.

    Conhecer as pesquisas que comprovam no crebro a existncia do QS foi uma

    experincia extremamente enriquecedora, pois foi possvel observar que o meio social de

    forma determinante, pode modificar o crebro atravs do desenvolvimento neuronal. A

    neurocincia oferece um grande potencial para desenvolver nas pessoas o QS, no que diz

    respeito a plasticidade cerebral, pois apresentam uma nova viso, novos conhecimentos,

    habilidades cerebrais que modificam seus hbitos e comportamentos.

    O ser humano tem a capacidade de mudar o prprio substrato neuronal do seu

    pensamento. As redes neuronais desenvolvem determinadas e diferentes conexes a partir de

    decises pessoais de cada pessoa. Portanto precisamos de um novo tipo de ser humano, que

    se sinta forte, confiante em si mesmo, motivado, capaz de dissociar-se do passado,

    enfrentando o desconhecido e criando novos caminhos e solues.

  • 25

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BOWEL, Richard. As sete etapas da inteligncia espiritual. Rio de Janeiro: Qualitymark,

    2005, 195 p.

    DAMSIO, Antonio. E o crebro criou o homem. So Paulo: Companhia das Letras,

    2011. 439p.

    DAMSIO, Antonio. O mistrio da Conscincia: do corpo e das emoes ao

    conhecimento de si. So Paulo: Companhia das Letras, 2000. pdf

    GOLEMAN, Daniel. Inteligncia Emocional: a teoria revolucionria que redefine o que

    ser inteligente. 43ed, Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 370p

    GRECO, Alessandro. Crebro- a maravilhosa mquina de viver. So Paulo: Mostarda,

    2006, 93 p.

    JUNG, Carl Gustav - Os Arqutipos e o Inconsciente Coletivo. Rio de Janeiro:Vozes,

    2002, 469p.

    LENT, Roberto. Cem bilhes de neurnios: conceitos fundamentais de neurocincias. So

    Paulo: Editora Atheneu, 2001. 740p.pdf

    MARINO Junior, Raul. A Religio do Crebro. So Paulo: Editora Gente, 2005. 169 p.

    MASCARO, Leonardo. Para que medicao? Rio de Janeiro: Campus, 2012. 133p

    NICOLELIS, Miguel. Muito alm do nosso eu. A nova neurocincia que une crebro e

    mquinas e como ela pode mudar nossas vidas. So Paulo: Companhia das Letras, 2011. 534p.

    OLIVEIRA, Gilson M. A agresso humana: uma investigao filosfica mediante o

    pensamento de Steven Pinker. Paran: Maxi Grfica, 2009.152p.

    TORRALBA, Francesc. Inteligncia Espiritual. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. 304p

    WOLMAN, Richard N. Inteligncia Espiritual. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 329p

    ZOHAR, Danah e MARSHALL, Ian. Capital Espiritual: usando as inteligncias racional,

    emocional e espiritual para realizar transformaes pessoais e profissionais. Rio de Janeiro:

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    ---------- O ser quntico. Traduo de Maria Antonia Van Acker. So Paulo,1990.

    ---------- QS inteligncia espiritual o Q que faz a diferena. Traduo de Ruy Jugmann. Rio de Janeiro: Record, 2000, 332 p.

  • 26

    CHOPRA, Deepak. O poder da conscincia: respostas para os maiores desafios da vida.

    (Traduo Carlos Szlak) So Paulo: Leya, 2012, 165p.

    BOMFIM, Renata. A psicologia dos complexos, de Carl Gustav Jung. Disponvel em:

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    CESCON, Everaldo. Neurocincia e Religio: as pesquisas neurolgicas em torno da

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    :http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/view/8828/6689, acesso dia 23-

    07-2013

    ROQUE, Antonio. Introduo Neurocincia Computacional. Disponvel em:

    http://sisne.org/Disciplinas/PosGrad/IntrodNeuroComput/aula1.pdf acesso dia 05-05- 2013

    REVISTA CIENTFICA Mente e Crebro. Batalha entre neurnios. Disponvel em: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/batalha_entre_neuronios.html acesso dia 15-07-

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    http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/05_eletrofisiologia/neuronios_sinapses.htm.

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    Disponvel em:

    http://super.abril.com.br/ecologia/maiores-neurologistas-antonio-damasio-442142.shtml

    acessado dia 13-04-2013.

    SORG, Leticia. No importa qual a religio, o importante pratic-la. Disponvel em:

    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI65037-15224,00-

    NAO+IMPORTA+QUAL+A+RELIGIAO+O+IMPORTANTE+E+PRATICALA.html.

    Acesso dia 23-07-2013.

    Telecinese - A mente move montanhas? http://super.abril.com.br/ciencia/telecinese-mente-

    move-montanhas-686685.shtml com acesso dia 23-07-2013.

    Anexos

    *Figura n 1 Cerebro Trino. Fonte: http://inconscientecoletivo.net/o-imperativo-noetico-e-os-mitos-da-

    ciencia/# acesso dia 03-05-13.

    **Figura n2 Tipos diferentes de neurnios. Fonte:

    http://sisne.org/Disciplinas/PosGrad/IntrodNeuroComput/aula1.pdf acesso dia 05-05- 2013.

    ***Figura n 3 Integrao sinptica. Fonte:

    http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/05_eletrofisiologia/neuronios_sinapses.htm acesso dia 05-05-2013.

    ****Figura n4 Eletroencefalograma. Fonte:

    http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=2&materia_id=462& acesso dia 03-05-13.

    *****Figura n5 Ondas cerebrais. Fonte: SAFRA, Edmond e Lily. Acesso dia 23-07-2013.

  • 27

    http://forumatenas.blogspot.com.br/2012/03/brasileiros-descobrem-novo-tipo-de-onda.html