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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BERNARDO KLEIN KALSING
Trabalho de Iniciação Científica TRANSPORTE DE CARGAS EM NAVIOS ESPECIALIZADOS: ÊNFASE EM NAVIOS
FULL-CONTAINER
ITAJAÍ 2014
BERNARDO KLEIN KALSING
Trabalho de Iniciação Científica TRANSPORTE DE CARGAS EM NAVIOS ESPECIALIZADOS: ÊNFASE EM NAVIOS
FULL-CONTAINER
Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comercio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. Msc. Júlio Cesar Schmitt Neto.
ITAJAÍ 2014
Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Sueli e Inocêncio, por todo apoio durante esta estapa. Agradeço também meu orientador Prof. Msc. Julio Cesar Schmitt Neto pela paciência e por todo auxílio prestado e aos meus colegas de trabalho, Carlos e Edson, que me auxiliaram com as entrevistas, e a todos os amigos pelo auxílio de forma direta ou indireta para a conclusão e elaboração deste trabalho de iniciação científica.
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” (Charles Chaplin)
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário Bernardo Klein Kalsing b) Área de estágio Transportes Internacionais c) Orientador de conteúdo Prof. Msc. Júlio Cesar Schmitt Neto d) Responsável pelo Estágio Profª. Msc. Natalí Nascimento
RESUMO
O ser humano, desde os tempos primórdios, para a sua sobrevivência notou a necessidade do desenvolvimento, ousou a exploração naval pelos mares, e desta criou-se a necessidade de ir além, com a construção de embarcações tornou tudo isto possível. Embarcações estas que foram aprimoradas e então cada vez projetadas para o desenvolvimento das nações, transportando pessoas e mercadorias ao redor do mundo, abastecendo todos os setores da economia em todos países do mundo. O intuito deste trabalho é mostrar o desenvolvimento do transporte de cargas mundial e as principais características do transporte marítimo apresentando a diversidade de cargas transportadas, os tipos de navios utilizados enfatizando a utilização de navios full-container e apresentar também as diferentes formas de acondicionamento de carga e fretamento dos navios citados neste trabalho. A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho são os métodos qualitativo, bibliográfico e descritivo utilizando-se de livros, jornais, revistas, artigos científicos, sites oficiais e entrevistas a fim de alcançar todos os objetivos. Como resultado, atendendo aos objetivos apontados, foi descrito os principais características do transporte internacional de cargas, resgatando-as na história do comércio marítimo internacional e no comércio internacional brasileiro, foi-se diferenciado os principais navios existentes, sempre enfatizando e comparando com o navio full-container, foram identificados os modos de acondicionamento de carga nos diversos navios citados e finalizando com as principais diferenças no calculo do frete no transporte marítimo internacional. As aplicações do conhecimento acadêmico e profissional assim como o ganho do conhecimento foram muito importantes para o acadêmico e servirá para o desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional. Conclui-se que o transporte de cargas internacional, nos seus mais variados tipos, contribui intensamente para o desenvolvimento da economia mundial, e que o desenvolvimento de novas tecnologias neste setor é de suma importância para manter o abastecimento global. Palavras-chave: Transportes Internacionais. Transporte Marítimo. Navio Full-Com tainer.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 8 1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 8 1.3 Justificativa da realização do estudo ................................................................ 8 1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................... 9
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 10
2 COMÉRCIO INTERNACIONAL ......................................................................... 11
2.1 A Evolução do Comércio Internacional ........................................................... 11 2.2 O Comércio Internacional Brasileiro ............................................................... 17 2.3 O Transporte de Cargas no Comércio Internacional ...................................... 24 3 TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL .................................................. 28 3.1 Características do Transporte Marítimo Internacional .................................... 28
3.2 Navios Especializados e Suas Características ............................................... 30 3.2.1 Navio Porta-Contêiners (Full-container ship) .............................................. 32
3.2.2 Navio de Carga Geral (Breakbulk) .............................................................. 34 3.2.3 Navio Ro-Ro (roll-on/roll-of) ........................................................................ 35 3.2.4 Navio Graneleiro (Bulk Carrier) ................................................................... 37
3.2.5 Navio-Tanque (Tanker Vessel) ................................................................... 40
3.2.6 Navio Multipropósito (Multipurpose Vessel) ................................................ 42 3.2.7 Navios Gaseiros (gas tanker vessel)........................................................... 44 3.2.8 Navios Químicos (Chemical Tanker) ........................................................... 46
3.2.9 Navios Frigoríficos (Reefer Vessel)............................................................. 47 3.2.10 Navios Flo-Flo Heavy-Lift(Float-on/Float-off) .............................................. 49
3.2.11 Navio Porta-Barcaça ................................................................................... 51 3.3 Os Fretes Marítimos ....................................................................................... 53 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 58
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 APÊNDICES – Roteiro de Entrevista ........................................................................ 65
APÊNDICE A – Entrevista I ....................................................................................... 66
APÊNDICE B – Entrevista II ...................................................................................... 69 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 71
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1 INTRODUÇÃO
Na superfície terrestre, cerca de 70% do seu todo é ocupada com os recursos
naturais de rios, lagos, mares e oceanos, estes são utilizados desde os tempos
primórdios para a sobrevivência e movimentação da civilização. Com o
desenvolvimento da civilização e com as novas necessidades das populações
passou a servir também como transporte de mercadorias e passageiros.
Surgiu então a possibilidade de construção de embarcações e de
instrumentos náuticos, com este aperfeiçoamento encurtou-se distâncias entre terras
e nações pelas vias marítimas. Assim foram se estabelecendo rotas comerciais que
até a atualidade são utilizadas.
A principal vantagem da navegação marítima está no transporte de baixo
custo por longas distâncias e em grandes quantidades, assim como a interligação
dos continentes e a redução da poluição ao meio ambiente, quando comparado à
outros modais. Assim, tornando-se o principal meio de transporte utilizado por muitos
países para a realização do transporte de cargas.
O transporte de cargas, desde o início, era feito por embarcações que o
tamanho condizia de acordo a sua necessidade. Essas necessidades foram se
expandindo e assim criando a necessidade da expansão das embarcações, que
tinham sempre como o intuito carregar maiores quantidades, por maiores distâncias.
Estas embarcações de grande porte passaram a se chamar navios
especializados, os quais com o desenvolvimento foram criando características
específicas, navios de carga e navios de transporte de pessoas. Os navios de carga,
devido as necessidades modernas do comércio internacional, tiveram que se
adaptar aos diferentes tipos de cargas, como conteiners e cargas soltas.
Os navios que carregam no seu espaço total de carga contêineres, são
conhecidos como navios full-container, os quais serão o enfoque neste trabalho.
Serão apresentados aqui os diferentes tipos de navios de transporte
especializados, enfatizando os navios full-container e assim diferenciando-o dos
demais existentes. Serão identificados também as principais características nos
navios especializados, assim como apontada a diferença no cálculo de frete para os
diferentes tipos de cargas.
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1.1 Objetivo geral
Apresentar os diferentes tipos de navios de transporte especializados, com
ênfase em navio full-container.
1.2 Objetivos específicos
Diferenciar navios full-container dos demais existentes no transporte
marítimo internacional.
Identificar as principais características de acondicionamento de carga dos
navios especializados.
Apontar as principais características do cálculo de frete e a diferença para
os principais tipos de cargas.
1.3 Justificativa da realização do estudo
A movimentação de cargas, desde os tempos primórdios, sempre teve
fundamental importância para a população e para o comércio. Com o passar dos
tempos e o desenvolver da tecnologia esta movimentação foi se aprimorando assim
como o transporte cargas em navios especializados.
O transporte de cargas marítimo é uma forma de transporte que
necessariamente precisa ser atualizado, modificado e desenvolvido, para cada vez
poder transportar mais cargas, mais rápido e gastando menos.
Para a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e para os cursos do Centro
Acadêmico de Ciências Aplicadas Gestão (CECIESA), especialmente aos cursos de
Comérco Exterior, Logística e Gestão Portuária, encontra-se a relevância pelo fato
de ser uma pesquisa específica sobre o assunto em questão e cujo material se fará
disponível como fonte de pesquisa e informação à todos os interessados.
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Para a sociedade traz como benefício o conhecimento sobre o assunto em
potencial, às especificações do tema e a possibilidade de buscar inovações para o
modal marítimo e o transporte de cargas em geral.
Para o acadêmico, contribuiu para o próprio conhecimento, crescimento
pessoal, vida acadêmica e científica, e agregará valor a vida profissional pelo
convívio na área de transportes marítimos.
A pesquisa foi viável pela existência de materiais bibliográficos relacionados à
temática disponíveis em jornais, revistas, artigos ciêntíficos
1.4 Aspectos metodológicos
Para a elaboração deste trabalho de pesquisa foram utilizados os métodos
qualitativo, bibliográfico e descritivo.
Segundo Richardson (1999, p.90): “[...] a pesquisa qualitativa pode ser
caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e
características situacionais [...]”.
A escolha do método qualitativo deu-se, pois
Os aspectos essenciais da pesquisa qualitativa [...] consistem na escolha adequada de métodos e teorias convenientes; no reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas; nas reflexões dos pesquisadores a respeito de suas pesquisas como parte do processo de produção de conhecimento; e na variedade de abordagens e métodos.(FLICK, UWE, 2009, p.23)
Para complementar a pesquisa, um dos metodos usados foi o método de
pesquisa bibliográfica, que é uma fonte de pesquisa a qual já existe registros
escritos por outros autores e pesquisadores devidamente registrada e que estão
disponíveis como fontes dos temas a serem pesquisados como contribuição dos
autores em relação aos estudos já analisados contidos nos textos.(SEVERINO,
2007)
Este tipo de pesquisa também pode ser muito mais abrangente como, para
Marconi e Lakatos(2012, p.57) “Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,inclusive
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conferências seguidas de debates que tenham sido trascritos por alguma forma,
quer publicadas, quer gravadas.”
Já para Manzo (1971, p.32) a bibliografia pertinente “oferece meios para
definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar
novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente.”
Quanto referente ao tipo de pesquisa foi utilizado o tipo de pesquisa
descritiva, por que de acordo com Markoni e Lakatos (2012, p.6) “Delineia o que é –
aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de
fenômenos atuais, objetivando fatores; a importância encontra-se nas relações de
causa e efeito.”
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados
A coleta de dados para a elaboração deste trabalho foi realizada por meio de
pesquisas descritivas e bibliográficas, será utilizado o método qualitativo tendo como
base bibliografias relacionadas à temática, disponíveis nos meios de livros, jornais,
revistas, artigos científicos e sites oficiais e também será utilizado como base de
dados entrevistas feitas com profissionais da área de Comércio Exterior.
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2 COMÉRCIO INTERNACIONAL
O objetivo deste capítulo é introduzir o leitor à essência da necessidade do
desenvolvimento da economia e dos mercados nacional e internacional, com as
modificações e transformações humanas, sociais e históricas que acompanham
esta caminhada, conhecida como evolução. Esta evolução que tem como peça
fundamental o deslocamento de pessoas e mercadorias. O transporte, forma de
deslocamento que se desenvolveu e evoluiu juntamente com a evolução econômica,
sendo necessário, assim, sofrer as mais diferentes formas de adaptações
necessárias para suprir cada vez mais as necessidades humanas, para mover e
espalhar o desenvolvimento entre as nações através dos mares, assim, quebrando
as barreiras exitentes para satisfazer as necesidades humanas.
2.1 A Evolução do Comércio Internacional
O mais importante fato que da origem ao comércio internacional é baseado na
impossibilidade de um país produzir tudo o que seu povo necessita, ou seja, nenhum
país é autossuficiente a ponto de suprir todas suas necessidades sozinho, produzir
todos os bens e serviços à sua população. Mesmo que o país tenha capacidade da
produção de todos os bens e serviços sempre terá algum ponto em que não será tão
eficiente e vanjoso em relação a outro país especializados. Isto indica que todos os
países são dotados de habilidades, recursos naturais, clima e nível de tecnologia
distintos. A partir daí que foram se estabelecendo as trocas internacionais.
(FOSCHETTE, 2001)
Buscando o comércio internacional na história, vimos que na antiguidade por
volta de 3300 a.C., os egípcios notaram a dificuldade de não conseguir produzir
tudo. O comércio ocupava um setor muito pequeno na vida econômica e era muito
limitado, geralmente os produtos comercializados eram produtos de fácil transporte.
A prosperidade agrícola dos egípcios naquela época provocou o desenvolvimento da
indústria, o que alcançou um nível técnico inigualável. (LABATUT, 1989)
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Essa prosperidade, segundo Silva (1991) levou a classe privilegiada buscar
cada vez mais por artigos de luxo, os quais não encontravam em seu mercado local.
Para satisfazer seus desejos foram em busca dos seus artigos luxuosos nos
mercados dos povos vizinhos.
A navegação no rio Nilo era o que mantia o comércio entre os povos
vizinhos, pois estes solicitavam muito seus produtos industriais e agrícolas. Na
região da meospotâmia este comércio era mais desenvolvido o que levou, assim, as
trocas de mercadorias e assim foi caracterizado como comércio internacional.
(LABATUT, 1989; SILVA, 1991)
Por outro lado ao mar os egípcios não se aventuravam, aversão motivada por
crenças religiosas e falta de madeira para a construção de embarcações
apropriadas, diferente dos fenícios que iam à Canope, na desembocadura do rio Nilo
para comerciar seus produtos. (LABATUT, 1989)
A fenícia, em um período de 1500 a.C. a 300 a.C, acabou por se tornar
referência comercial da época, pela agressividade comercial de seu povo e pela falta
de escolhas, pois em suas terras, de um lado havia montanhas e do outro o mar e
também eram pouco férteis, o que levou-os a desenvolver a cultura comercial
marítima, dominando este comércio por todo o mar mediterrâneo. (GUIDOLIN, 1991)
Os fenícios eram os únicos intermediários das mercadorias e difundiram um
grande mercado propagando suas conquistas até a costa do Mar Vermelho, Ilhas
Canárias, África Meridional e Oceano Índico. O que se destacou deste povo foi a
audácia aventureira e o desbravamento de povos desconhecidos assim como a
voracidade comercial, observavam com facilidade os costumes e a cultura dos
outros povos e com muita agilidade levavam aquilo que aos povos era necessario e
predileto, assim, monopolizavam o mercado internacional da época. Sua hegemonia
durou até a aparição dos Gregos, que na época helênica, avançavam ao mercado
externo em busca de alimentos, pois o que tinham não era o suficiente para suprir a
população. (GUIDOLIN, 1991; LABATUT, 1989)
Nesta mesma época os romanos desenvolveram as buscas por artigos de
luxo para satisfazero desejo das classes mais avantajadas, explorando, assim, os
países do oriente. (SILVA, 1991)
Com estes autores, pode-se perceber que o desenvolvimento dos povos e da
sociedade, assim como a busca por bens e serviços, se da pela necessidade dos
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mesmos pela população. Pode-se analisar assim que a busca por alimentos e bens
para a sobrevivencia predominava, não podendo descartar também a procura por
artigos de luxo, feita para a parcela mais privilegiada da população.
Segundo Stelzer (2007), os primeiros registros de comércio internacional
deram-se na Europa, por volta do século XIV quando em meio a uma grave crise
conjuntural dos setores agrário, demográfico e monetário, foi necessária a busca
por uma readaptação para a subsistência da população, fortalecimento do rei e a
estabilidade da burguesia. O objetivo era superar as necessidades e assim foi-se
aprimorarando o comércio com as outras localidades, a troca de bens, mercadorias
e dinheiro ou item de valor caracterizou um marco importante para a época onde os
grandes comerciantes, principalmente de fios e malhas, vendiam seus produtos,
inclusive para fora do que se nominava nação.
A partir do século XVI, com todas as transformações, crescimento economico
e populacional, também, com a descoberta das Américas, outros mercados foram
desenvolvidos, que se tornaram muito imoprtantes por terem grandes fontes de
riqueasa como ouro e prata. (SILVA, 1991)
Os comerciantes da época começaram a se destacar dentre a sociedade,
pois, a partir da descoberta dos novos produtos que estavam sendo inseridos no
mercado, procedentes das trocas no exterior, gerou um aquecimento do mercado
interno e um giro maior na economia, os sistemas de produção se expandiram
criando novas e poderosas nações-estados, na Europa. (GUIDOLIN, 1991)
Ao passar dos anos, conforme Guillochon (1979) surgiram dois fatos, os quais
se destacaram: A especialização dos países industrializados que se destacavam na
exportação de bens manufaturados e o surgimento de países emergentes e não
industrializados que se destacavam na exportação de matéria-prima. Isto tudo
gerando um crescimento considerável do volume da comercialização internacional.
Com todo este crescimento econômico que desenvolveu as nações-estados,
veio junto uma diferente forma de pensamento, o mercantilismo, que tinha como
principal característica a acumulação de riqueza, conquista de colônias e dominar
rotas marítimas. A melhor forma para atingir o objetivo de acumulo de riquesas, os
mercantilistas defendiam que era necessário exportar mais que importar, pois, na
época os pagamentos eram feitos em metais preciosos. (FOSCHETE, 2001;
STELZER, 2007)
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Do ponto de vista mercantilista, a riqueza das nações era medida pelo seu estoque de metais preciosos (ouro, pricipalmente). Com o ouro podia se equipar os exércitos, fortalecer a marinha de guerra e de comércio, além de proporcionar uma melhor circulação das mercadorias. (FOSCHETTE, 2001, p.17)
A posição mercantilista trazia um aspecto macroeconômico bastante
relevante e eram baseados em superávits comerciais, ou seja, exportações sempre
maiores que importações, porém, se todos os países seguissem os interesses
mercantilistas não haveria comércio internacional. (FOSCHETE, 2001)
Para manter a economia estável e permanecer com o superávit, o Estado,
para impor seu poder e não permitir que a economia entrasse em déficit, aplicava
medidas protecionistas alfandegárias que restringissem as importações com
pesadas taxas alfandegárias de forma que inviabilizasse as importações ou até
mesmo eram criadas medidas que proibissem certos artigos de serem importados. O
estado exerceu seu poder de forma altamente centralizada, buscando controlar em
todos os seus aspectos as atividades econômicas. (BORTOTO et al., 2004)
O mercantilismo perdurou por aproximadamente 300 anos, entre os séculos
XV e XVIII, quando, pela busca da burgesia por maior espaço político e econômico e
pelas reivindicações dos povos, os governos acabaram reduzindo o controle sobre
as atividades econômicas abrindo espaço para o surgimento de teorias liberais, as
quais contestavam a participação do Estado na economia. (MACHADO, 2014)
O liberalismo se fortaleceu com a revolução industrial na Inglaterra, que teve
início entre 1760 e 1839 quando os processos de inovação tecnológicas começaram
a florescer. A crescente liberalização do comércio por parte da Inglaterra junto do
seu dinamismo acarretou em um imediato crescimento dos índices de comércio
exterior, elevando as exportações inglesas a um quinto da renda nacional, dando
início ao capitalismo industrial. (MARINHO, 2011)
Pregando a redução dos gastos governamentais e controle do Estado sobre a
economia e o indivíduo, as transformações causadas pela Revolução Industrial e a
política do capitalismo industrial, se tornaram visíveis e marcantes para a história, as
invenções e inovações da época, como o surgimento da máquina a vapor, do tear
mecânico e o uso do carvão nos transportes propiciaram um ambiente de
desenvolvimento, que reduziu significativamente as barreiras protecionistas,
iniciando um processo de hegemonia inglesa na produção industrial, porém, que
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durou até o século XX, quando os Estados Unidos passou a se destacar como
produtor industrial e grande exportador. (MARINHO, 2011)
Após a ampla mudança na economia mundial com a Revolução Industrial, a
disputa do imperialismo das nações mais fortes em busca do topo econômico, da
liderança na circulação de bens e capitais, inevitavelmente, trouxe desacordos
políticos a ponto de acarretar o primeiro conflito global, a Primeira Guerra Mundial.
(STELZER, 2007)
Após toda a devastação que trouxe a primeira guerra mundial, o objetivo era
que a economia voltasse a ser como era antes da guerra. Do ponto de vista
econômico o vencedor foi os Estados Unidos, pois em 1925 a sua frota naval estava
praticamente três vezes maior que em 1914, ano de início da grande guerra.
(LABATUT, 1898)
Em 1929, período marcado como A Grande Depresão, uma das mais
profundas e longas recessões econômicas já vistas afetou a economia mundial entre
1929 e 1934, que teve como estopim a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque.
Mesmo os países vitoriosos do pós-guerra e os Estados Unidos que vivi
a o auge de sua hegemonia, como potênia industrial e financeira não resistiram às
proporções da grande crise que bateu recordes de desemprego e a falência de
muitos bancos. (CPDOC FGV, 2012)
A consequência da crise gerou uma insatisfação generalizada, a instabilidade
política, a alta taxa de desemprego e a inexpressiva circulação de bens no cenário
exterior, isso tudo dando abertura a mais um cenário de guerra: A Segunda Guerra
Mundial que teve início em 1939 até 1945, com a rendição da Alemanha. (STELZER,
2007)
No pós Segunda Guerra, a Europa se encontra aos pedaços, tanto sua
estrutura econômica quanto política e por este motivo os Estados Unidos cria o
Plano Marshall, financiando a reconstrução da Europa. “A partir da II Guerra
Mundial, os Estados Unidos despontam como a maior nação econômica do emisfério
ocidental, passando a predominar na capacidade produtiva internacional, assim
como no comércio Internacional”. (MARINHO, 2011, p.20)
Ainda neste cenário surge a Russia, rica em recursos naturais e humanos,
extremamente determinada a se tornar a maior potência militar do mundo,
abraçando a ideologia socialista, porém, sem suporte tecnológico e econômico. O
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mundo se encontrava em um cenário bipolar, de um lado o capitalismo e de outro o
socialismo dividido entre duas grandes potências e seus aliados, os Estados unidos
e a União Soviética. A rivalidade destas duas nações deu origem à Guerra-Fria.
(LABATUT, 1989)
Na perspectiva da reconstrução econômica internacional foi finalizado o
acordo mais conhecido como Bretton Woods, frutos deste acordo vieram a
existênias alguns organismos internacionais com o intuito de resolver problemas e
tornar possível a expansão mais acelerada do intercâmbio comercial, dentre eles
estão o FMI (Fundo Monetário Internacional), BIRD (Banco internacional para
Reconstruição e Desenvolvimento) e o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio). (BORTOTO et al., 2004)
Durante a década de 60 o mundo presenciava o grande “boom” econômico,
com altas taxas de desenvolvimento médio, porém este boom exibiu outro contexto,
a desigualdade entre os países ricos e pobres, gerando assim uma crise inflacionária
que se agravou em 1974, mas logo em 1975 recuou e em 1976 mostrou-se em
processo de recuperação. (LABATUT, 1989)
Com o fim da Guerra-Fria e da União Soviética em 1989, foi na década de
1990 que o comércio internacional demonstrou-se em um cenário de maior
evolução, com os processos de globalização da economia, a criação de novas
tecnologias, o comércio de bens e serviços, o crescimento econômico dos países
industrializados e também das economias emergentes. A fim de aprimorar o sistema
de solução de controvérsias e vigilância do cumprimento de normas, em 1994, para
substituir o GATT foi criada a OMC (Organização Mundial do Comércio).
(MARINHO, 2011)
Em 1999, Com o intuito de aderir a uma política monetária única, a União
Europeia intruzia ao mercado sua nova moeda, o Euro, que entrou em circulação em
2002, em 12 países, entre eles: Áutria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanhã,
Grécia, Itália, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Espanha. Às moedas
originais de cada país, foi pré-fixada taxas de conversão e assim se tornaram
subdivisões, e o Euro passou a ser utilizado como moeda oficial. (DAVID;
STEWART, 2010)
Demonstrando cada vez mais sua importância e com o crescimento
acentuado das economias emergentes, já na década de 2000, criou-se os BRICs,
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grupo de países formado pelas cinco economias emergentes em destaque (Brasil,
Russia, India e China) que foram responsáveis por quase metade do crescimento
mundial no período de 2003 a 2007 e são responsáveis pela maior parte do
abastecimento alimentício do mundo. (PRATES, 2009)
No entanto a crise mundial que afetou o mundo no ano de 2008, segundo
Marinho (2011, p.27):
O comércio internacional, em 2008, caracterizou-se por dois momentos. Do início do ano até setembro, quando eclodiu a crise internacional, o comércio mundial mostrava-se robusto e em franca expansão, beneficiado pela forte demanda de países com Estados Unidos, China, Japão, Índia e União Europeia, e pela elevação dos preços das commodities e do petróleo. O segundo momento é verificado a partir de setembro, com a deflagração da crise imobiliária dos EUA, que se transformou rapidamente em crise financeira de abrangência internacional, gerando efeitos devastadores sobre o financiamento do crédito ao comércio internacional, por falta de liquidez.
Em 2014, o que pode se considerar um marco para a economia mundial, os
BRICs, para fazer frente ao Banco Mundial e ao FMI que são controlados
praticamente pelos Estados Unidos, e também para reduzir a influência dos Estados
Unidos e da União Europeia, criam seu próprio banco de desenvolvimento. Com um
capital inicial de US$50 bi o banco terá sede em Xangai na China. Hoje os cinco
países juntos têm 40% da população mundial e 25% do PIB global. (CORRÊA, 2014)
2.2 O Comércio Internacional Brasileiro
O comércio exterior no Brasil começou muito antes do que é imaginado,
desde a época da descoberta do Brasil, em 1500, onde ocorreu a primeira,
considerada, operação de comércio exterior do Brasil, quando, em Porto Seguro, os
marinheiros da frota de Cabral trocaram utencílios por macacos e papagaios com os
índios daquelas terras. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2014)
Nos 30 anos seguintes, o contrabando do pau-brasil foi extremamente
repudiado pela Coroa Portuguesa, entretanto, apenas em 1934, em conjunto das
Capitanias Hereditárias, foi criado uma rede de Alfândegas por todo o terrritório
brasileiro. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2014)
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O comércio internacional, neste período, era uma prática livre uma vez que
todos os tributos existentes e devidos eram pagos à Receita real:
Até 1808, o Brasil nao teve comércio exterior legal independente devido à sua situação de colônia portuguesa, e a lei da época determinava que qualquer mercadoria com destino ao Brasil ou dele procedente só poderia ser efetuado através de Lisboa. O comércio exterior do Btasil pertencia monopolisticamente à Coroa Portuguesa. (LABATUT, 1994, p. 173)
Então, a partir de 1808, com a abertura dos portos, que foi oficializado o início
do comércio exterior brasileiro. A economia brasileira foi marcada por vários ciclos
importantes e, dentre eles, pode-se destacar o ouro, açúcar, café, cacau, borracha,
siderurgia e indústria automobilística. Porém, o Brasil era colônia absoluta de
Portugal, assim, proibido das práticas de livre comércio, a ordem de abertura dos
portos brasileiros servia apenas às nações amigas. (MDIC, 2008)
O monopólio do Reinado Português prosperou sobre o Brasil até 1822, ano
de sua independência. A partir disso o início das grandes comercializações
internacionais que foram lideradas pelos Ingleses e Norte-Americanos. Por volta de
1830 o Brasil se tornava o primeiro produtor mundial de café, o café ocupou o 1º
lugar nas exportações brasileiras. Esta conquista foi crescendo gradativa e
acentuadamente. (LABATUT, 1989)
Segundo o MDIC (2008), o período de 1951 a 1960, nas exportações, o Café
contribuiu com 48,8%, o açúcar com 21,2%, algodão com 6,2%, o fumo com 2,6% e
co cacau com 1%, com esta gama de produtos o Brasil conseguiu ampliar um pouco
seus destinos de exportação, que antes eram concentradas na Grã-Bretanha. Assim,
pela primeira vez depois da independência, o Brasil obteve saldo positivo na balança
comercial.
Em 1889 o país produzia 5,9 milhões de sacas de café, o que correspondia a
56% da produção mundial, mesmo com o impacto da crise proveniente da Lei Áurea
em 1888 que extinguiu a escravatura no Brasil, com a mudança da estrutura
escravagista para a de trabalho assalariado não foi obstáculo para o setor dinâmico-
exportador, pois além do café o Brasil também exportava borracha, açúcar, cacau,
algodão, couros e peles, fumo e mate. (LABATUT, 1994)
Na década de 1890 o café ainda se mantia no topo, com aproximadamente
60% das exportações brasileiras, porém, ia abrindo, cada vez mais, espaço à
diferentes produtos, como a borracha, a qual a produção começou a ser
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intensificada, pela valorização da indústria automobilística que estava em seu início,
nos Estados Unidos. (MDIC, 2008)
Conforme Labatut (1989), o Brasil se encontrava em meio a uma crise, o
Brasil estava falido. A exportação da borracha amazônica, que com a exportação do
látex alcançaram grande importâcia relativa o que viabilizou um alívio nas questões
cambiais nas duas primeiras décadas do século XX, mas novamente devido a falta
de estrutura tornou-se incapaz de acompanhar o rápido aumento da demanda. O
modelo clássico de crescimento à base de exportação construiu um longo e incerto
caminho. As exportações eram de caráter extrativo e de limitada capacidade de
expansão e assim foi incapaz de acompanhar o aumento da demanda, pois faltava
infraestrutura de serviços públicos.
O Brasil permaneceu neste sistema de exportação extrativista até 1945, as
exportações permaneciam estagnadas e concentradas em poucos produtos
primários, também havia uma política restritiva de importações, estes fatores
juntamente com o aumento do mercado interno contribuíram para que em 1950
fosse criada uma política de substituição das importações o que visava um equilíbrio
da balança comercial com o desenvolvimento do mercado interno. (STELZER, 2007)
A substituição das importações tornou-se grande fator do desenvolvimento
econômico da época, além de substiuídas também foram suprimidas
sucessivamente as compras externas de bens de consumo imediato, bens de
consumo durável, chegando até a fase de substituição de bens de produção e de
produtos intermediários, o que contribuiu para modificar a composição das
importações tornando-se maiores as dependências externa de bens de capitais.
(LABATUT, 1989)
Entrou-se então no período da segunda guerra mundial, o mundo passava
pelo inimaginável e isto apenas 20 anos depois da Primeira Guerra Mundial e a
demanda por determinadas matérias primas aumentaram enormemente, assim, no
Brasil, a borracha registra o renascer do seu ciclo. O comércio internacional
brasileiro ficou praticamente entre os Estados Unidos, que também intermediavam
remessas à Inglaterra e o que gerou grandes lucros para o país. Assim como os
minerais e a borracha, após o término da Guerra o Café também se tornou um
atrativo, desta maneira, a sua produção e exportação retomam uma posição de
destaque. (MDIC, 2008)
20
Até o ano de 1942 o Brasil utilizava como moeda de apuração das transações
internacionais a libra esterlina, a partir deste momento começou a aplicar o Dólar
Norte Americano, pois as moedas dos países europeus após o período de guerra
não era considerada conversível, sendo assim o Brasil gerou um grande déficit com
os Estados Unidos. (BAER, 2002)
Neste período pós-guerra o Brasil concentrava suas exportações numa
pequena gama de produtos, o café, cacau, açúcar, algodão e fumo. Já as
importações sofreram um aumento no setor de bens de capitais e combustíveis,
Como forma de proteção da indústria local, foram adotadas medidas para enfrentar
as dificuldades da balança comercial, foi instaurado um controle cambial, assim
gerando um impulso na industrialização, entretanto este controle cambial fez com
que o cruzeiro se valorizasse, o que ocasionou um aumento nas importações e para
manter a demanda sob controle foi utilizado um sistema de licenciamento de
importações que era operado pelo CEXIM – Departamento de Exportações e
Importações do Banco do Brasil. (BAER, 2002)
Substituindo a CEXIM o Banco do Brasil, em 1953, criou a CACEX – Carteira
de Exportação e Importação do Banco do Brasil que visava principalmente a
emissão das licenças de importação, o estabelecimento de sobretaxas de câmbio,
controlar as operações de comércio exterior brasileiras e classificando produtos.
(STELZER, 2007; BANCO DO BRASIL, 2014)
Segundo Stelzer (2007), no Brasil, no período de 1956 a 1961, para o
financiamento da indústria de mecânica pesada e bens de capital, verificou-se a
entrada de capitais externos e o aumento da ação do governo. Com a Lei de Tarifas
Alfandegárias, para a proteção da indústria doméstica foram adotadas algumas
medidas como o imposto de importação e o antidumping determinados pela CPA –
Comissão de Politítica Aduaneira.
Já Labatut (1989) dizia que era necessário fixar algumas diretrizes para que o
país pudesse se modificar e solucionar alguns de seus problemas, as diretrizes
criadas foram: exportar tudo, mesmo a preços baixos; incentivar os investimentos
externos e internos; e estimular a poupança.
Complementando também que, em 1965 o governo, a partir de políticas
específicas de financiamento, fiscal, de promoção, de indução e simplificação de
burocracias, criou uma estrutura de apoio às exportações. Um slogan utilizado,
21
baseado em uma das diretrizes mencionadas era “exportar é a solução”, que
perdurou por mais de 20 anos, solucionando muitos dos problemas existentes na
época. Porém, era também necessário executar novos esquemas que
possibilitassem novas aberturas para se introduzir em novos mercados e se
consolidar, foi necessária a restruturação do comércio exterior brasileiro, assim,
entrando em uma fase moderna de comercialização internacional, foi criado o
CONCEX – Conselho Nacional do Comércio Exterior. (LABATUT, 1989)
Na industrialização brasileira um dos marcos mais significativo foi a
implantação da CSN – Compania Siderúrgica Nacional em 1955 e em 1968 a
criação da SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil que em substituição da
Direção Geral da Fazenda Nacional, com fruto das reformas do período de 65/67 foi
instituida pelo decreto 63.659/68, que adaptou a administração tributária ao rápido
cresciento econômico vivenciado pelo país, para então, em 1971, iniciar as
publicações periódicas e publicas, pela CACEX, das estatísticas do comércio
exterior brasileiro. (BANCO DO BRASIL, 2014; MDIC, 2014; RECEITA FEDERAL,
2014)
A partir de 1974 o Brasil passou a sofrer com a crise que estava iniciando, a
crise do petróleo, o que gerou um enorme déficit na balança de pagamentos, um
grande desequílibrio na balança comercial, o que consumiu grande parte das
reservas de dinheiro do país. Até o período de 1970 o Brasil importava de 70% a
80% do petróleo que consumia, o que representava cerca de 10% do total das
importações, a partir de 1974 passou a representar 30%. O aumento do preço do
petróleo, além de atingir a todos os produtos importados pelo Brasil passou a atingir
também a valoração da cadeia logística relacionada, o que acrescentava cada vez
mais o custo das importações (LABATUT, 1989)
Como forma de amenizar a crise do petróleo que afetou o país, apostando
que a recessão mundial seria breve e que as taxas de juros internacionais seriam
mantidas baixas, o Brasil intensifica o estimulo às exportações, restringe cada vez
mais as importações passando as alíquotas de 100% para 205% do imposto de
importação e como forma de sustentar as taxas de crescimento da economia
industrial utiliza de emprestimos externo, desta forma manteve uma taxa de
crescimento de 5% a 10% até 1880. Desta maneira o Brasil foi ficando cada vez
22
mais dependente da entrada de recursos externos ficando, no final dos anos 1980,
com um deficit em transações correntes de 12,8 bilhões. (MDIC, 2008)
No decorrer da década de 1880 com os elevados superávits comerciais e com
a melhoria na balança de pagamento, com a queda da taxa de juros no mercado
mundial e a retomada de fluxo de capitais privados, a liberalização progressiva do
comércio exterior foi consideravelmente acelerada. (GONÇALVES; BAUMANN;
PRADO; CANUTO, 1998).
No início da década de 1990, o Brasil programa ampla abertura comercial
com redução de tarifas de importação e reformulação dos incentivos à exportação.
Realiza uma reforma administrativa que termina com as extinções da CPA –
Comissão de Política Aduaneira e da CACEX – Carteira de Comércio Exterior e cria
o DECEX – Departamenteo de Comércio Exterior e a SECEX – Secretaria de
Comércio Exterior. Os fluxos comerciais se intensificam e é criado um bloco
econômico regional, o MERCOSUL – Mercado Comum do Sul, pelo Tratado de
Assunção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Também é criada a OMC -
Organização Mundial de Comércio, organismo multilateral responsável pela
regulamentação do comércio, acordos de comercialização de bens, comércio e
serviços. (MDIC, 2008)
No ano de 1993, foi implantado SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio
Exterior, com a finalidade de integrar e harmonizar todos os sistemas de comércio
exterior, como: As Secretarias de Comércio Exterior, a Receita Federal, o Ministério
do Desenvolvimento, o Ministério da Fazenda e o Banco Central, para unir todo o
fluxo de informações ligadas ao Comércio Exterior. (STELZER, 2007)
Em 1994, com a implantação do Plano Real, vieram algumas alterações para
a política comercial, sobretudo a valorização do real, já em 1995 fez com que a
balança comercial brasileira fechasse o ano em déficit, depois de 12 anos de
superávit. O Brasil, por fim, chegou a um grau de maturidade industrial que era
compatível com a sobrevivência da indústria. Entretanto, a abertura comercial
internacional acarretou em uma conjuntura macroeconomica desfavorável, com
valorização cambial e elevadas taxas de juros, e uma diplomacia econômica nem
sempre eficiente. (GONÇALVES; BAUMANN; PRADO; CANUTO, 1998)
Finalizando a década de 90, segundo os dados econômicos do Brasil
fornecidos pelo MDIC (2008), pode-se observar que as exportações totais foram de
23
US$ 451.033 bilhões com média anual de US$ 45.103 bilhões. As importações totais
foram de US$ 425.878 bilhões com média anual de US$ 42.588 bilhões. Os
principais produtos de exportação do período são os produtos metalúrgicos (14,1%),
máquinas e equipamentos (11,9%), materiais de transporte (9,9%), soja (8,4%) e
produtos químicos (7%). Quanto à participação dos principais mercados de destino
das exportações brasileiras, destacam-se a Europa, com 29,1%, seguida pelos
Estados Unidos, com 20,3%, a América do Sul, com 18,6%, e a Ásia, com 14,9%.
A década de 2000, para o Brasil foi um pulo ao desenvolvimento e ao
crescimento. O comércio exterior brasileiro entrou em um rítimo mais vigoroso, com
o crescimento acentuado, o aumento da participação no mercado mundial, a
participação do país no bloco das quatro maiores economias emergentes, os BRIC’s
(Brasil, Russia, India e China), a participação do Brasil no G-20 (Grupo das 20
maiores potências ou grupo dos países em desenvolvimento) e a solidificação com
um dos maiores exportadores mundiais de commodities: soja, açúcar e petróleo.
(VAZQUEZ, 2009)
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (2008), o Brasil, depois de
seis anos de déficits consecutivos, fecha a balança comercial, em 2001, com um
superávit de US$ 2,6 bilhões. As exportações atingiram US$58,2bi, com crescimento
de 6% e as importações se mantiveram na faixa de US$55,6bi. Este crescimento se
deu com as commodities, assim ocupando o espaço de segundo maior produtor e
exportador de açúcar do mundo.
Em uma pesquisa levantada dentre os anos de 1995 e 2008 pode-se
constatar o crescimento econômico acentuado obtido pelo Brasil, neste período as
exportações aumentaram em 326%, as importações de 248% e o movimento
comercial teve um salto de 285%. (VAZQUEZ, 2009)
Mesmo com todo este crescimento o Brasil ainda se encontra entre um dos
países mais fechados para o comércio internacional, os fatores que influenciaram
esta conclusão estão diretamente ligados com a administração do Estado e envolve
desde barreiras comerciais a infraestrutura portuária, rodoviária e de comunicação,
no ranking do Fórum Econômico Mundial, das 118 economias pesquisadas, o Brasil
ficou em 80º lugar. (MARINHO, 2011)
Em 2008, ano da crise do setor imobiliário dos Estados Unidos que afetou o
mundo inteiro levando países à uma crise profunda e deixando outros com grandes
24
dívidas. Como consequência o Brasil também sofreu com esta crise, porém, com
proporções muito menores, com uma queda notável, a balança comercial brasileira
em 2008 fechou o ano com um resultado 38% menor que em 2007, em função do
ritmo acelerado de crescimento das importações em realçao às exportações, com
uma diferença de 21 pontos percentuais, contudo, manteve-se superávitário em
US$24,7 bilhões. (SÃO PAULO, 2009)
Entre os anos de 2010 e 2011 o Brasil teve um crescimento nas exportações
de 27% passando de US$202 bi para US$256 bi, para as importações o crescimento
foi equivalente, 24% passando de US$182 bi para US$226 bi. Entre 2011 e 2013
houve uma queda nas exportações, que fecharam em US$242 bi e um aumento nas
importações que fechou o ano em US$239bi. (MRE, 2014)
E conforme dados do Ministério das Realações Exteriores (2014, p.2) “No
primeiro semestre de 2014, a balança comercial brasileira registrou um déficit de
US$ 2,5 bi, ante déficit de US$ 3,1 bi registrados no mesmo período em 2013.”
A estrutura atual do comércio exterior brasileiro, é composta basicamente
pelos seguintes órgãos do comércio exterior brasileiro, MDIC (Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio), SECEX (Secretaria do Comércio Exterior),
DEPLA (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior),
CAMEX (Camara do Comércio Exterior), SRFB (Secretaria da Receita Federal do
Brasil), MRE (Ministério das Relações Exteriores) e outros órgãos anuentes. (MDIC,
2012b)
2.3 O Transporte de Cargas no Comércio Internacional
“O Progresso da civilização tem sido determinado pelo desenvolvimento dos
meios de transporte. Por sua vez estes meios se desenvolvem em função do avanço
tecnológico e do aproveitamento das disponibilidades de energia.” (LABATUT, 1989)
A história dos transportes como já dizia Labatut (1989), começou desde o
início das civilizações, os primórdios utilizavam como meio de transporte e transporte
de mercadorias a força animal e dos ventos.
25
“A evolução humana foi acompanhada pelo desenvolvimento do sistema de
transporte, que foi se adaptando à sua necessidade através do tempo” (KEEDI;
MENDONÇA, 1997).
Destacavam-se na idade antiga os Egípcios, que para o transporte de
pessoas e mercadorias utilizavam-se dos camelos, assim percorrendo maiores
distâncias transportando mais mercadoria. (LUDOVICO, 2012)
Já os fenícios, conhecidos como os maiores navegadores da história,
segundo Labatut (1989), os fenícios foram educados para a navegação e o comércio
marítimo, pois habitavam uma terra remota e pouco fértil entre o mar e as
montanhas, devido às suas necessidades, aventuravam-se ao Mediterrâneo em
suas embarcações para comercializar seus produtos e madeira.
Embora a evolução da época era extremamente lenta pela falta de tecnologia
e conhecimento, o homem se aperfeiçoava, da força humana através dos remos
para o vento, através das velas. Estes meios rústicos de transporte, tanto terrestre
quanto marítimo prevaleceram por milênios. Entretanto, com a Revolução Industrial,
no século XVII, foi criado o motor a vapor, assim, criados o trêm e o barco a vapor.
(KEEDI; MENDONÇA, 1997)
Apesar da máquina a vapor revolucionar a história do transporte de cargas,
levou alguns anos para se adquirir a força dos motores e também a confiança. Neste
meio tempo as duas forças atuavam em conjunto, até o que o motor a vapor tomou
conta. A velocidade foi um dos quesitos mais requeridos na época, e um dos
maiores avanços no emprego do vapor, foi a quando a turbina entrou em cena, em
1897 que proporcionou a um pequeno navio a velocidade de 34,5 nós. (LUDOVICO,
2012)
No final do século XIX, entrou em cena o motor a diesel, trazendo à realidade
a indústria automobilística e por seus veículos de transporte, o carro e o caminhão,
esta nova descoberta complementou a revolução do transporte ligando então pontos
mais distantes e de forma mais barata os pontos em que os trens não alcançavam,
isto com certeza foi um avanço para as trocas comerciais, entre países e
continentes. (KEEDI; MENDONÇA, 1997)
Nesse passar de anos, o foco para o transporte de mercadorias estava
realmente no meio de trasnporte, se por navio, trêm e caminhão. Até 1956, toda
mercadoria era carregada nos transportes em sacas ou pallets, amarradas por cintas
26
ou redes e levantadas ou carregadas, o processo de descarregamento não era
muito diferente e o resultado de todo esse trabalho era mão de obra intensíva e
muitos acidentes de trabalho. Porém, em 1956 foram criadas “grandes caixas”
chamadas de container e mudaram completamente o foco da logística, poupando
tempo e dinheiro. (DAVID; STEWART, 2010)
No início a conteinerização teve seus problemas, os contêiners não tinham
um padrão universal de tamanho, assim, cada armador tinha seus próprios
equipamentos com tamanhos diversos, além de que a infraestrutura portuária era
precária, na época. Com o tempo foi criado uma padronização do tamanho através
da ISO (International Organization for Standardization), esta padronização permitiu a
contrução de navios porta-containers exclusivos, ou em conjunto com outros tipos de
cargas não conteinerizadas, assim como a aprimoração das estruturas portuárias
para estes equipamentos. (KEEDI; MENDONÇA, 1997)
Sobre logística, o termo foi criado durante o mercantilismo, no período das
grandes navegações “arte prática de movimentar exércitos.”, a palavra logística vem
de loger (alojar) que era um termo militar significando a arte de transportar,
abastecer e transportar as tropas, que posteriormente se expandiu à arte de
administrar o fluxo de materiais e produtos. (RODRIGUES, 2010)
Após a criação do avião, neste contexto entra em cena em 1918, quando foi
inaugurada a primeira rota de transporte de passageiros entre Nova Iorque e
Washington, com a ampliação dos serviços nos EUA, em 1924 foi criada o primeiro
serviço de correio aéreo, cruzando o país de Leste à Oeste. (LUDOVICO, 2012)
Mesmo com um sistema aéreo de transporte de pessoas já existente, o
desafio era transportar mercadorias pesadas em aéronaves, era o ultimo passo que
faltava para a total interligação dos continentes. Embora não houvesse muita
capacidade carga por se tratar de um modal ainda em desenvolvimento, foi após a
2ª Guerra Mundial que se oficializou o transporte aéreo de cargas, oferecendo
escalas para todo o mundo, diretamente ou por via de transbordos (KEEDI;
MENDONÇA, 1997)
Na atualidade o maior navio de carga conteinerizada do mundo, foi anunciado
em julho de 2013 pela empresa dinamarquesa, gigante dos transportes
internacionais marítimos, MAERSK LINE, o navio de classe Triple-E e com nome de
MC-Kinney Moller tem 400 metros de comprimento e 59 metros de largura, com
27
capacidade de 18 mil TEUS (Twenty-foot Equivalent Unit), o navio consome 35%
menos combustível que os demais da mesma categoria, é impulsionado por dois
motores com potência de 32 MW e tem um custo aproximado US$ 185 milhões.
(JOSÉ, 2013)
O maior avião existente foi projetado no final da Guerra Fria, pela Russia. A
aeronave tem 84 metros de largura e 88,4 metros de envergadura de asa, tem
capacidade para transportar até 640 toneladas e foi projetada para carregar em seu
exterior itens de até 200 toneladas. (TARANTOLA, 2013)
O maior caminhão de cargas do mundo é chamado de trêm sobre rodas, com
174 metros de comprimento, capacidade de carga de 150 toneladas podendo andar
a uma velocidade máxima de 32 km/h, o veículo é um hibrido entre caminhão e trêm,
formado por 12 vagões e 54 rodas. (KLEINA, 2013)
28
3 TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL
No cenário da logística internacional é importante compreender as
alternativas de transporte disponíveis. Neste capítulo serão apresentadas
características deste modal de transporte assim como a estrutura básica das
embarcações e também mais diversos tipos de navios presentes no transporte
marítimo de cargas, para demonstrar a imensidão desta categoria de transporte e
suas especificidades, para que de forma técnica seja expostas as vantagens deste
modal de transporte.
3.1 Características do Transporte Marítimo Internacional
O Transporte marítimo é um tipo de transporte do modal aquaviário que opera
por meio de navio e embarcações para facilitar e promover o transporte e
movimentação de passageiros, produtos e mercadorias explorando e utilizando o
mar aberto como via de circulação e deslocamento. (BRASILIA, 2014)
A navegação marítima se tornou a forma mais importante de transporte
internacional de cargas. Este transporte, hoje, é o mais utilizado por ter
caracteristicas de melhor custo, benefício e grande capacidade, cerca de 90% das
cargas do mundo são transportadas em navios. Denomina-se como transporte
internacional a navegação de Longo Curso que refere-se a navegação de navios de
grande porte entre portos de países distintos. (RODRIGUES, 2010)
Complementando, Keedi (2011) diz que as vantagens deste meio de
transporte se destacam principalmente na eficiência para o transporte internacional,
pois é capaz de servir em qualquer lugar do planeta, com a sua funcionalidade
operacional, pela grande extensão marítima navegável e da imensa quantidade de
portos disponíveis em todos os continentes. Ressalva também sobre o baixo custo
de frete, a segurança e os poucos problemas com perda ou avaria de carga.
Com todas estas vantagens pode-se considerar, hoje, que a navegação é a
chave para a economia global, sem ela o transporte de cargas, bens de consumo,
29
matérias-primas e alimentos a um valor acessível, seria impossibilitado. A frota
mercante mundial, hoje, está registrada em mais de 150 países e tripulada por mais
de um milhão de marinheiros de todas as nacionalidades. Com fator econômico
verifica-se que os grandes navios possuem um custo capital bastante superior a US$
100 milhões e arrecada anualmente com suas operações e fretes um valor superior
a US$ 380 bilhões para a economia global. (DAVID; STEWART, 2010)
Nesta categoria de transporte os armadores (companhias marítimas)
oferecem dois tipos de serviços, o de linha regular (linner) e linha não regular
(tramp).
Linha Regular (Linner): O navio pratica uma rota determinada contínua ao
longo do tempo e em portos preestabelecidos, com serviços regulares e com rotas,
datas de saídas e chegadas dos portos anunciadas com antecedência.
(RODRIGUES, 2010)
Complementam sobre este assunto, David e Stewart (2010, p.274),
Uma viagem pode incluir apenas dois portos ou, o que é mais comum, incluir um série de portos de uma determinada região do planeta.[...] Há vários tipos de navios de linha, grande número deles adaptado a rotas específicas, com tamano e equipamentos dependentes dos portos de esqcala que visitam e dos tipos específicos de carga que a sua rota comercial impõe.
Já a linha não regular (Tramp) é um serviço também conhecido como
Cargueiros irregulares. O navio não pratica uma rota preestabelecida, esta é
ajustada conforme a necessidade do embarcador ou do armador, podendo ela ser à
disponibilidade do navio no porto a espera de uma carga e que é alugado para
transporte, levando o nome de navio Tramp, que significa disponibilidade imediata
por já estar no porto necessario ou afretamento pelo armador, conhecido como
Charter Party (carta de fretamento). (KEEDI, 2011)
Para David e Stewart (2010) os cargueiros irregulares operam onde o
mercado determinar, não fazem um cronograma regular e viajam até onde a
companhia contratou o frete. Este tipo de serviço geralmente é designado a apenas
um tipo de carga por vez para determinado exportador ou importador.
Para entender um pouco mais sobre estes gigantes dos mares o próximo item
distingüirá os mais variados tipos de navios existentes no mercado internacional.
30
3.2 Navios Especializados e Suas Características
Os navios são estruturas devidademente adequadas de forma que permita a
sua perfeita flutuabilidade para a navegação em mares, rios, lagos e oceanos, os
navios exibem as mais diversos tipos, tamanhos, características e possibilidades de
transportes. (KEEDI, 2011)
Os navios costumam ser categorizados basicamente de três formas: com o
seu tamanho expresso em toneladas, em relação ao tamanho que diz respeito aos
navios que podem passar pelo canal do Panamá e a principal, em relação ao tipo de
carga que o navio carrega. (DAVID; STEWART, 2010)
Em relação à categorização em tonelagem pode-se classificá-los quanto a
sua capacidade de deslocamento Bruto e Líquido e esta medição é feita com o
resultado da diferença entre o nível do deslocamento da água quando o navio está
vazio e quando está carregado com o toda sua capacidade. (DAVID; STEWART,
2010)
O deslocamento Bruto (Gross Displacement) referê-se ao “Peso total que
pode ser deslocado pelo navio, ou seja, o seu próprio peso (casco + motor +
equipamentos), a equipagem (tripulação + pertences), combustível e carga.” (KEEDI,
2011, p.98)
David e Stewart (2010) dizem que esta forma de apuração pode gerar
confusão, pois considera apenas a capacidade do navio abaixo do convés, não é
uma medida apropriada para determinar a capacidade de transporte de carga de um
navio, porque muitos navios também carregam carga acima do convés.
Já no deslocamento Líquido (Net Displacement), Keedi (2011, p.98) diz que
“peso total apenas do navio (casco + motor + equipamentos)”.
David e Stewart (2010) complementam que o deslocamento líquido é quando
são removidos o volume ocupado pela sala de máquinas, a tripulação e qualquer
outro espaço necessário para a boa operação do navio e daí obtém-se a tonelagem
líquida desejada.
No mundo há mais de 46.000 navios comerciais, com capacidade superiores a 500 toneladas brutas registradas e tonelagem combinada de 597.709.000 de toneladas brutas registradas. A maioria desses navios é projetada de maneira diversa; portanto, é difícil melhor classificação do que
31
aqueles baseados grupos diversos. Há vários navios que não se encaixam em determinada categoria. (DAVID; STEWART; 2010 p.279)
Um navio sendo observado de frente, a partir da proa para a popa sua lateral
direita é chamada de bombordo (port side), enquanto a lateral esquerda é
denominada boreste ou estibordo (starbord side). Os navios navegam a uma
velocidade aproximada de 25 nós por hora, cada nó representa uma milha náutica
internacional que corresponde a 1852 metros. (KEEDI, 2011)
Já Rodrigues (2010, p. 91) comenta que:
Atualmente, com imensa capacidade de carga, os navios superam facilmente 25 nós de velocidade; operações que demandariam centenas de trabalhadores e semanas para serem realizadas, comumente são executadas por bem menos pessoas, com o uso de modernos equipamentos, capazes de gerar produtividades antes insuspeitada.
Conforme na Figura 01, a ilustração da estruturá básica de um navio:
Figura 01 – Estrutura básica de um navio
Fonte: Batista (2013)
32
3.2.1 Navio Porta-Contêiners (Full-container ship)
Os porta-conêineres são especializados no transporte de cargas gerais desde
que devidamente conteinerizadas. Estes navios podem ser considerados
supermultipropósito, tendo como limitação o tamanho da carga e sua viabilidade
para transporte, neste tipo de equipamento. Sua capacidade é dada em TEU
(Twenty-foot Equivalent Unit) e as unidades são empilhadas nos navios. (KEEDI,
2011)
Comenta também Keedi (2011), sobre o posicionamento dos contêineres nos
navios, que os espaços ocupados pelos contêiners são chamados de bays (baias),
que se estendem a bombordo e estibordo ocupando espaços tanto abaixo quanto
acima do deck principal. A divisão das baias ocorre a partir da proa (parte dianteira
do navio) para a popa (parte traseira do navio) e é feita por colunas (rows) para o
encaixe dos contêineres, e os navios são construidos para a colocação de
contêineres de 20’ e/ou 40’ pés.
Em um primeiro momento, alguns contêineres são armazenados nos porões do navio. Então, as tampas das escotilhas (convés) são colocadas no lugar e o restante dos contêineres é depositado sobre elas. Contêineres colocados sob o convés geralmente são organizados por guias verticais ao longo das quais o operador de guindastes as faz delizar. No convés os contêineres costumar ser empilhados uns sobre os outros e presos uns nos outros por meio de barras de metal e de travas twist-lock. (DAVID; STEWART, 2010, p. 281)
Essas embarcações realizam serviço de transporte fixo em intervalos
regulares, entre portos e terminais portuários pré-estabelecidos e costumam ter uma
velocidade de serviço superior à dos cargueiros tradicionais. (FERREIRA;
CONCEIÇÃO, 2012)
Na Figura 02, será ilustrado o navio da classe Triple E da empresa Maersk, o
navio Maersk Mc-Kinney Moller, hoje, considerado o maior navio porta-contêineres
do mundo com 400 metros de comprimento e capacidade de 18.000 TEUS.
33
Figura 02 – Navio Maersk Mc Kenney Moller
Fonte: Parandi (2011)
Já na figura 03 será apresentada a estrutura de um navio porta-contêineres,
demonstrando o posicionamento dos contêineres nos porões e sobre o convés do
navio Maersk Mc Kenney Moller.
Figura 03 – Estrutura de um navio porta-contêiner
Fonte: Bettencourt (2013)
34
3.2.2 Navio de Carga Geral (Breakbulk)
Navios de carga geral (Figura 04) são aqueles que em seu espaço útil para
carregamento podem transportar varios tipos de carga, podendo estas ser
paletizadas (palletized), carga seca (dry cargo), cargas refrigeradas (reefer cargo),
embaladas ou não e cargas soltas. É considerado como carga seca todo e qualquer
tipo de carga que não necessite nenhum tipo de controle de temperatura, já as
refrigeradas, para cargas com necessidade de controle especial de temperatura,
tanto positiva quanto negativa. (KEEDI, 2011)
Também conhecidos como navios de cargas fracionadas, atendem
geralmente a um comércio especializado ou uma rota determinada, pois constitui
uma categoria menos homogênea de embarcações para carga, possuem multiplos
propósitos, porém, são geralmente usados para o transporte de cargas de tamanhos
incomuns, unitizados, em paletes, em sacos ou engradados. (DAVID; STEWART,
2010)
Aos poucos, com modernização do sistema de unitização de cargas, em
especial a conteinerização, os navios de carga geral vão saindo de cena e dando
cada vez mais espaço aos navios porta-contêineres e navios roll-on/roll-off.
(RODRIGUES, 2010)
Um problema que é influenciado por essa fragmentação de cargas é em
relação ao processo de carga e descarga, pois cada peça unitizada deve ser
manuseada separadamente, é preciso estivadores trabalhando nos porões e no
convés do navio, no cais, além dos operadores de guindastes, e como cada carga
apresenta um tamanho diferenciado, cada peça pode exigir um equipamento
diferenciado e/ou especial para o seu manuseio, isso tudo levando a operação do
navio no terminal ser muito mais longa que a de um navio porta-contêineres, por
exemplo. (DAVID; STEWART, 2010)
Já um ponto positivo é em relação a variedade de carga que pode carregar,
pode fazer escalas em praticamente qualquer porto e coletar diferentes tipos de
carga completa, valendo, também, ressaltar que muitos dos navios de breakbulk
possuem um prórpio guindaste a bordo, o que lhes permite carregar e descarregar
sem utilizar os equipamentos do porto. (DAVID; STEWART, 2010)
35
Figura 04 – Navio de carga geral (breakbulk)
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
3.2.3 Navio Ro-Ro (roll-on/roll-of)
Estes navios são especialmente construídos e equipados com rampas para o
transporte de veículos, como: carros, caminhões, carretas, trailers e tratores. O navio
tem este nome, pois possui rampas de acesso, tanto no seu interior quando no
exterior, para que os veículos utilizando-se ou não de sua própria força motriz,
desloque-se para dentro e fora da embarcação “rolando”, conforme ilustrado na
Figura 05. (RODRIGUES, 2010)
Em concordância, David e Stewart (2010, p.283), complementam o seguinte:
Os navios Ro-Ro (roll-on/roll-off) foram criados para acomodar carga autopropulsionada, como automóveis ou caminhões, ou carga que pode ser transportada sobre rodas para dentro de um navio, como vagões ferroviários. São, essencialmente, garagens flutuantes.
Estes navios apresentam muita semelhança ao estacionamento de um
Shopping Center, e tem sua capacidade medida pela quantidade de veículos, seu
36
interior é dividido em vários decks com diferentes tamanhos e alturas, para
comportar os mais diversos tipos de veículos. As rampas dos navios Ro-Ro são
atreladas ao próprio casco, na proa, na popa ou na lateral, que descem sobre o cais
do porto para viabilizar o deslocamento dos veículos. (KEEDI, 2011)
A vantagem apresentada por este tipo de navio é que não necessita de
equipamentos especiais para levante de mercadoria, independente do seu tamanho,
pois a carga roda com sua própria força ou é puxada por um trator. A desvantagem
apresentada está na quantidade de mão de obra utilizada para o deslocamento de
todos os veículos e operação do navio. Também vale ressaltar que uma operação
em um navio Ro-Ro só é válida caso exista uma quantidade considerável de
veículos a serem transportados, pois, caso a demanda seja pequena, hoje, o
transporte de veículos é feito conteinerizado em navios porta-contêineres. (DAVID;
STEWART, 2010)
Figura 05 – Navio Ro-Ro (Estrutura e operação)
Fonte: Nyk Line do Brasil (2014)
A Figura 06 apresenta um navio Ro-Ro em alto mar navegando, seu
diferencial das outras embarcações é por ser completamente “fechado”, pois toda
carga a bordo permanece nos porões.
37
Figura 06 – Navio Ro-Ro
Fonte: Nyk Line do Brasil (2014)
3.2.4 Navio Graneleiro (Bulk Carrier)
O navio graneleiro tem por objetivo trabalhar com cargas secas a granel, em
seu casco possui porões nos quais é colocada a carga não unitizada. Os navios de
carga a granel carregam, geralmente, commodities, dentre elas, as principais são os
produtos agrícolas: cereais, carvão, minérios, sucata, produtos químicos secos.
(DAVID; STEWART, 2010)
São navios de baixo custo operacional e velocidade reduzida, destinados apenas ao transporte de grenéis solidos. Seus porões apresentam formas abauladas e sem divisões. Uma vez que os mercados de granéis são extremamente voláteis, dependendo em grande parte das safras, políticas governamentais e outros fatores, geralmente não possuem linhas regulares, operando na forma de tramp. (RODRIGUES, 2010, p.107)
Em relação ao tamanho dos navios graneleiros David e Stewart (2010),
comentam que existem três formas para a classificação do tamanho destes navios,
38
uma delas é o cape size, que são navios muito grandes para passar pelo Canal de
Suez, por isso devem contornar o Cabo da Boa Esperança no extremo sul da Africa,
outra é o Panamax, navios pequenos o bastante que passam pelo Canal do Panamá
e os graneleiros Handysize, de 10.000 a 45.000 toneladas de carga.
Ainda em relação à classificação dos tamanhos dos navios graneleiros,
Rodrigues (2010) além de complementar cada uma das dessas classificações
adiciona a categoria general purpose que a considera com grande flexibilidade
operacional, transportando diversos tipos de cargas granel. Normalmente situam-se
entre 25.000 e 50.000 TPB (Toneladas de Porte bruto), com grande variedade de
projetos e formas. Já para a categoria Handy Size, considera como
navio mineraleiros extremamente econômicos quando refere-se ao consumo de
combustível e atendem às restrições de navegação dos canais do Panamá e de
Suez com capacidade entre 25.000 e 50.000 TPB. Os navios “Panamax” foam
elaborados de forma a potencializar a capacidade de transporte, dentro das
limitações de boca e calado impostas pelo Canal do Panamá sua capacidade está
entre 50.000 e 75.000 TPB, com boca máxima de 32,5m. Já para os navios
categorizados como Cape Size, os considera como graneleiros projetados para a
potencialização do lote a ser transportado, não podendo cruzar os canais do
Panamá e Suez e apresentam deslocamento superior a 75.000 TPB.
Na Figura 07 está ilustrado um navio graneleiro em alto mar, ângulo ao qual
podem ser observadas suas comportas no convés de carga, por onde é carregado e
descarregado toda sua carga.
39
Figura 07 – Navio Graneleiro
Fonte: Patriota (2011) Já a Figura 08 está demonstrando a estrutura dos navios graneleiros e suas
mais diferentes acomodações de carga. Figura 08 – Navio Graneleiro (Estrutura)
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
40
3.2.5 Navio-Tanque (Tanker Vessel)
Estes navios são especialmente projetados para o transporte de granéis
líquidos, utilizados principalmente no transporte de combustíveis líquidos,
principalmente o petróleo, assim conhecidos como ore-oil. Os tankers estão entre os
maiores navios já construídos, o maior é um petroleiro, o navio Knock Nevis com 458
metros de comprimento. (RODRIGUES, 2010)
David e Stewart (2010) complementam que os navios tanker também
transportam, além de petróleo, os produtos refinados do petróleo, como gasolina,
óleo diesel e os demais derivados refinados. Podem carregar, se houver subdivisões
nos porões e sistema de tubulação especializado, até seis diferentes produtos.
Porém existem navios específicos para o transporte apenas do transporte de
petróleo bruto.
Após o fechamento do canal de Suez, na década de 1970, passou a existir a
necessidade de navios maiores como forma de reduzir os custos operacionais
decorrente do aumento das distâncias. Assim criaram-se os superpetroleiros, VLCC
(Very Large Crude Carrier) navios com capacidade acima de 150.000 TPB e os
ULCC (Ultra Large Crude Carrier), com capacidade de armazenamento acima de
300.000 TPB. (RODRIGUES, 2010)
Os navios tankers menores são chamados de AfraMax com capacidade de
armazenamento de até 80.000 TPB. Os navios VLCC e ULCC são navios tão
grandes que em muitos portos os navios não entram, sendo assim apenas em portos
com infraestrutura capaz de recebê-los, a profundidade destes portos precisa ser
bastante profundo, pois um petroleiro, quando carregado, pode chegar a 35 metros
de calado. O que é feito muitas vezes é uma baldeação entre um superpetroleiro e
um tanker menor para que possa atracar nos portos sem a estrutura para receber os
superpetroleiros. (DAVID; STEWART, 2010)
Em 1997, havia aproximadamente 450 navios VLCC e ULCC, este número
não aumentou consideravelmente até a atualidade, pois muitos dos navios
existentes foram substituídos, por navios com tecnologia avançada e principalmente
casco duplo. Pois após muitos acidentes com navios petroleiros e o derramamento
do oleo bruto ao mar que geraram grandes desastres ambientais, o IMO
41
(International Maritime Organization) promulgou uma convenção sobre o tema
“casco duplo”, que obrigou a adoção gradual desse tipo de navio, para evitar os
incidentes marítimos e minimizar os desastres ambientais gerados pelos inidentes.
(DAVID. STEWART, 2010)
Na Figura 09 do navio Knock Nevis, após ser vendido, seu nome foi mudado
para Jahre Viking, maior petroleiro do mundo com 458 metros de comprmento.
Figura 09 – Petroleiro Jahre Viking
Fonte: Prandi (2012)
Conforme ilustrado na Figura 10, os diferentes tamanhos dos navios tankers
citados no texto, assim como a capacidade de cada navio.
42
Figura 10 – Evolução dos navios petroleiros
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
3.2.6 Navio Multipropósito (Multipurpose Vessel)
O navio Multipropósito, assim como o seu nome já o denomina, é um tipo de
navio que pode carregar os mais diversos tipos de carga, sendo cargas de navios
especializados e de carga geral ao mesmo tempo. Estes navios podem transportar
ao mesmo ao mesmo tempo minérios, óleo, granéis líquidos, granéis sólidos,
veículos e contêineres. Pode ser considerado ao mesmo tempo um navio roll-on/roll-
off, porta-contêineres, ore-oil vessel e breakbulk. (KEEDI, 2011)
Os novos navios multipropósito construidos, foram especialmente projetados
para, exatamente, cumprir com a sua função e carregar todos os tipos possíveis de
carga em uma úinica viagem, seus porões e convés possuem mais divisões para,
especialmente, poder acomodar estes diferentes tipos de cargas conforme suas
necessidades. Estes navios são bem-sucedidos para as rotas marítimas em que o
volume de comércio é pequeno, para rotas entre países pequenos e pouco
desenvolvidos e também ilhas, pois se pode aproveitar em uma viagem várias
43
necessidades, sem contar que também possuem um ou mais guindastes para
facilitar a operação em portos com pouca ou sem estrutura de guindastes. (DAVID;
STEWART, 2010)
Para Rodrigues (2010), são navios muito versáteis, projetados para oferecer
flexibilidade nos mais diversos tipos de serviços oferecidos em função das
demandas do tráfego, são navios que dispões de rampas de acessos, elevadores
para movimentação no porão do navio e guindastes para operação acima do
convés.
Conforme ilustrado nas Figuras 11 e 12 um navio multipropósito e sua
estrutura.
Figura 11 – Navio Multipropósito
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
44
Figura 12 – Navio Multipropósito (Estrutura)
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
3.2.7 Navios Gaseiros (gas tanker vessel)
Navios gaseiros são o tipo de navio especializado no transporte e
armazenamento de gases à granel, faz principalmente o transporte de gases
liquefeitos, sob alta pressão, possui um design bem característico com enormes
tanques em formato de balões. Estas embarcações transportam gases GLP (Gás
Liquefeito de Petroleo), GNL (Gás Natural Liquefeito) e outros tipos de gases
liquefeitos. (RATTON et al, 2013)
Estes navios se diferem dos demais exatamente por possuírem grandes
balões, os tanques de gás comprimido, porém, apenas parte deles é visto acima do
convés principal (Figuras 13 e 14). Este tipo de transporte a granel, difere-se muito
dos demais transportes a granel, pois são utilizados em um comércio característico e
por longos períodos, em contratos de longo prazo, que são conhecidos com
afretamento por tempo, para estes embarques há sempre um cronograma de
navegação. Por ser um tipo de carga perigosa e explosiva, requer atenção especial
e medidas de seguança elevadas em relação ao armazenamento e em todo período
da viagem do navio até o porto de destino, assim como o porto deve ser
45
devidamente seguro e equipado para este tipo de mercadoria. (DAVID; STEWART,
2010)
Figura 13 – Navio Gaseiro – Tanque de gás
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
Figura 14 – Navio Gaseiro
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
46
3.2.8 Navios Químicos (Chemical Tanker)
Os navios químicos são navios especializados no transporte de mercadorias
químicas e perigosas, estes navios são semelhantes aos navios gaseiros na questão
da segurança de transporte e armazenamento seus principais produtos
transportados são: enxofre líquido, ácido fosfórico e soda cáustica. (ABRETI, 2014)
Os tanques dos navios químicos são geralmente revestidos em aço
inoxidável, um diferencial destas embarcações é a possibilidade de transportar
varios tipos de produtos ao mesmo tempo, por ter tanques independentes, com
sistema de carga e descarga independentes. Para o transporte de produtos
químicos o transportador deve tomar alguns cuidados especiais, a IMO divide
produtos químicos em três categorias: Tipo 1 – substâncias perigosas com efeitos
graves para além da vizinança imediata do navio (ex:fósforo, ácido clorosulfonico);
Tipo 2 – substâncias perigosas que não tem efeitos graves para além da vizinhança
imediata do navio (ex: anilina, cloropreno); Tipo 3 – substâncias menos perigosas
para o meio ambiente (ex: ácido sulfurico, isopreno). (INSTITUTO SUPERIOR
TECNICO LISBOA, 2014)
Segundo a Voestalpine (2014) este tipo de embarcação (Figura 15), nos dias
de hoje transporta mais de seis bilhões de toneladas de matéria prima solta, o
transporte inclui desde produtos químicos e do petróleo até cargas de carvão,
minério de ferro, bauxita, oleos vegetais e até vinho. Este transporte variado dá-se
pela sementação de seus tanques de armazenamento, porém, seu foco são os
produtos químicos, por todo o preparo e estrutura especial que os navios têm para
isto.
47
Figura 15 – Navio Químico
Fonte: (AZEVEDO, 2014)
3.2.9 Navios Frigoríficos (Reefer Vessel)
Os navios frigoríficos (Figura 16) são muito semelhantes aos navios de carga
geral, com a diferença de que seus porões são especialmente preparados e
equipados com maquinários para refrigeração, é um navio adequado para o
transporte de cargas congeladas ou que exijam algum tipo de refrigeração. Os
principais produtos transportados por estes navios são: carnes, frutas, leite e
derivados e sucos. Os porões são divididos em decks, e podem ter controles
diferenciados de temperatura, possibilitando o transporte de vários tipos de
produtos, simultaneamente cada um com sua temperatura específica. (RATTON et
al, 2013)
Pode ser considerado também um navio porta-contêineres que possui
tomadas elétricas para todos os slots, tomadas estas que são utilizadas pelos
contêineres refrigerados para manter sua a temperatura desejada para o produto
dentro dele. O consumo de energia destes navios é superior ao tradicional, desta
48
forma seu consumo de combustível é igualmente superior, assim diminuindo sua
autonomia em alto mar. (BAPTISTA 2006).
Figura 16 – Navio Refrigerado – tradicional
Fonte: RATTON, Eduardo et al (2013)
Há no mercado dois tipos de navios reefers, os convencionais que são
carregados e descarregados via guindastes pela parte superior do navio e
empilhados nos porões, porém esta prática é compromete o mantimento da
temperatura, pois durante a operação do navio as portas dos porões permanecem,
abertas. O outro tipo são os navios reefers com porta lateral, semelhante aos navios
Ro-Ro, (Figura 17) este tipo de navio tem a intenção de facilitar e otimizar a
operação, assim como manter a temperatura dos porões, enquanto o navio está em
operação no porto, para facilitar o manuseio e tornar a operação mais econômica
este navio possui elevadores e empilhadeiras. (CARACTERISTICAS, 2014)
49
Figura 17 – Navio Refrigerado – Ro-Ro
Fonte: THE MOTORSHIP, 2013
3.2.10 Navios Flo-Flo Heavy-Lift(Float-on/Float-off)
São navios especialmente projetados para o transporte de cargas
extremamente pesadas, estas embarcações carregam, por exemplo: Outros Navios,
Plataformas de petróleo e Portêineres. O porte destas cargas pode superar 50.000
toneladas, como de exemplo o maior navio Heavy Lift Blue Marlin (Figura 18) com
capacidade de carga de 76.000 toneladas. (SILVA; SILVA, 2010)
A capacidade de carga do Blue Marlin é comparada com o transporte de 18
navios ao mesmo tempo, esta embarcação possui 224 metros de comprimento e
largura de 63 metros, para sua movimentação e operação o navio conta com 24
motores a diesel e apesar de tantos motores a embarcação alcança uma velocidade
de até 13 nós, o seu deck, pode ser submersível até 13 metros de profundidade,
para a operacionalização de suas cargas. (VOLTOLINI, 2014)
O Heavy Lift é uma modalidade de transporte às cargas extremamente
pesadas e de grandes dimensões são transportadas a bordo destas grandes
embarcações semisubmersíveis (Figura 18). Atualmente existem em
50
aproximadamente 20 navios capazes de realizar este tipo de transporte. Para a sua
operação de carregamento e descarregamento, o navio emerge-se ou submerge-se
esvaziando e enchendo seus tanques de água de lastro até atingir a profundidade
requerida para o carregamento e então com o auxílio de rebocadores, em caso do
transporte de outro navio, é colocada sobre o convés de cargas, posicionada sobre a
parte submersa, em seguida é despejada a aguá do lastro uniformemente para a
carga e o convés emergirem e seguirem viagem. (SOARES, 2009)
Esta operação é chamada de float-on/float-off, e devido a sua complexidade
deve ser feita em águas calmas, o nível de segurança das operações devem ser
sempre altos, pois sofre grande influência das condições climáticas e ambientais.
Com a finalidade de transportar as supercargas pelo mundo, não possuem uma rota
comercial estabelecida, as rotas são determinadas pela necessidade de transporte
das cargas cuja embarcação está habilitada a fazer, e sempre deve ser
minuciosamente examinadas todas as limitações físicas existentes para operação do
navio, para não comprometer com a segurança da embarcação. (SILVA; SILVA,
2010)
Figura 18 – Navio Blue Marlin
Fonte: (VOLTOLINI, 2014)
51
Figura 19 – Blue Marlin (Semisubmerso)
Fonte: (VOLTOLINI, 2014)
3.2.11 Navio Porta-Barcaça
Os navios porta-barcaças tem um conceito muito similar aos navios porta-
contêineres, pois as chamadas barcaças são contêineres maiores que os normais,
com 60 pés sendo 18 metros de comprimento, 9 metros de largura e 3 metros de
profundidade, com capacidade de carga de aproximadamente 385 toneladas, estas
barcaças são totalmente a prova d’água e são chamadas assim, pois pode flutuar,
sua cobertura é de escotilha. (DAVID; STEWART, 2010)
Os navios porta-barcaças também são conhecidos como LASH (Lighter
Aboard ship) surgiram nos anos 60 como um facilitador no transporte fluvial no rio
Mississipi nos Estados Unidos, e tornou-se uma solução bastante eficiente para
aquele transporte. Os primeiros navios porta-barcaças criados transportavam 89
barcaças que posicionadas a bordo por meio de uma grua de pórtico, guindaste
próprio (Figura 20). A partir dos anos 70, criou-se a necessidade de expandir estas
52
capacidades de cargas das barcaças, assim, foi criada outra solução de barcaças
com capacidade de 840 toneladas de carga. (INSTITUTO SUPERIOR TECNICO
LISBOA, 2014).
Uma facilidade que este tipo de embarcação oferece é de permitir que o
fretador movimente as barcaças independentemente da programação do navio e
tornam mais ágeis as operações de carga de descarga, outro ponto que se
considera um facilitador para a operação desta embarcação é que suas barcaças
podem flutuar, assim, a forma de carregamento do navio ocorre com barcaça sendo
levada flutuando até o guindaste prórprio do navio e assim carregada, permitindo
que este tipo de embarcação opere em portos pouco preparados para este tipo de
carga ou em portos muito rasos onde a embarcação não consiga atracar. Os porta-
barcaças podem operar sem estar atracado no porto, apenas ancorado em áreas
costeiras ou embocaduras de rios, assim podendo operar entregas em áreas mais
remotas (Figura 21). (DAVID; STEWART, 2010)
Figura 20 – Navio Porta-Barcaça (guindaste próprio)
Fonte: Lara (2011)
53
Figura 21 – Navio Porta-Barcaça (em operação não-atracado)
.
Fonte: Instituto Superior Tecnico Lisboa (2014)
3.3 Os Fretes Marítimos
O frete marítimo é o valor cobrado pelo armador que envolve todos os custos
e despesas observados no transporte desde a origem até o destino da carga. O frete
é calculado a partir de vários fatores que envolvem todo o transporte e manuzeio da
carga, os principais fatores para este cálculo são: Tipo de mercadoria; Embalagem;
Peso e volume; Distância percorrida; Condições dos portos de embarque e
desembarque; Facilidade e custo de atracação e de operação; Custo de utilização
portuária; Freqüencia de carga; Periculosidade da carga; Custo do navio; Custos da
tripulação; custos de combustível. (ZANINI, 2009)
Keedi (2011) complementa e detalha que os custos são definidos entres
partes, custos estruturais, de embarque e de desembarque, incluindo também custos
administrativos, comissões à agentes, despesas do navio até chegar ao porto de
54
origem, para carregamento, fundeio, gastos com profisionais de manobra (práticos) e
incluindo também o lucro previsto. Quando fala-se de pagamento de frete, o frete
pode ser pago tanto na origem, antes do embarque pelo vendedor da mercadoria
(frete prepaid) quanto no destino, pelo comprador da mercadoria (frete collect)
modalidades comuns mais conhecidas como à vista (antecipado) ou à prazo
respectivamente. (KEEDI, 2011)
“Na cotação de frete marítimo, o armador, que é o transportador marítimo,
pode cotar o frete ao embarcador por tonelada, por metro cúbico, por unidade, por
viagem, por dia etc. E a isso agregar ou não outros valores”. (KEEDI, 2011b, p.1)
As cotações mais comuns são feitas segundo o peso ou volume (cubagem)
da carga e nestas circunstâncias sempre prevalecendo o que gerar maior receita ao
armador. Algumas taxas que se incluem ao valor do frete básico: taxa ad-valorem
que implica em um percentual sobre o valor FOB (Free on bord) da mercadoria
geralmente quando o valor corresponder a mais de 1000,00 dólares por tonelada;
sobretaxa de combustível (Bunker Surcharge) que incide sobre o valor de frete
básico designado a abonar custos com combustível; taxa para volumes pesados
(Heavy Lift Surcharge) taxa que inside sobre o valor do frete básico quando a
mercadoria em específico ultrapassa o peso limite estipulado em cotação; taxa para
volumes com grandes dimensões (Extra Length Surcharge) incide sobre o valor do
frete básico quando a carga ultrapassar os volumes dimensionais limites, passados
em cotação; sobretaxa de congestionamento (Port Congestion Surcharge) incide
sobre o valor do frete básico quando há congestionamento e atraso de atracação do
navio. (FRETE MARÍTIMO, 2014)
A fim de exemplificar o que gera maior receita ao armador, COMÉRCIO
EXTERIOR INTELIGENTE (2009, p.1) expõe que “Um cubo de metal mede 2 metros
cúbicos, entretanto este mesmo cubo pesa 4000 kg, portanto a composição do frete
será a partir do peso, pois o que gera maior receita para o armador é o fator peso”.
No mundo dos transportes internacionais também é praticado o fretamento,
que se refere ao arrendamento de um navio por um tempo determinado ou por uma
viagem em específico pelo fretador (armador ou proprietário do navio) a um afretador
(quem queira arrendar o navio). (RODRIGUES, 2010)
De forma a trazer a experiência dos fretes internacionais à esfera prática e
mais atualizada, buscou-se o conhecimento de profissionais da área de Comércio
55
Exterior. Os próximos parágrafos serão baseados nas entrevistas transcritas nos
apêndices A e B deste trabalho.
Para descrever quais são os principais fatores determinantes para a
composição do frete marítimo, conforme Santos (2014) o incoterm negociado, o
porto de origem e destino, o tipo da mercadoria, a quantidade, o volume (metragem
cúbica), peso bruto e a forma em que deve ser transportada e acondicionada são
fatores determinantes para a contratação do frete.
Knaesel (2014) complementa informando que para a composição do frete é
preciso levar também em consideração todos os custos envolvidos no transporte,
com tripulação, manutenção, tempo de viagem e depreciação do navio, valendo
lembrar que fatores externos como demanda e reposição de contêiner, quando se
tratar de cargas contêinerizadas e navios porta-contêineres, são fatores que podem
encarecer ou subsidiar o valor dos fretes.
Em relação aos multiplicadores que são considerados para o tipo de
mercadoria e/ou navio fretado Knaesel (2014 p.1) “Com exeção do navio porta-
contêiner que o valor é por contêiner, os demais navios utilizarão como base de
cálculo a metragem cúbica ou tonelagem, dependencdo do tipo de mercadoria que
está se transportando”.
Já Santos (2014) sugere que seja primeiro analisado o tipo de mercadocia a
ser transportada, para então determinar o tipo de navio e o tipo de equipamento para
acondicionamento da carga. Não menos importante, determinar a classificação IMO,
se a carga é perigosa ou não. Para as cargas contêinerizadas o multiplicador
utilizado é o numero de unidades TEU’s e verifica-se o peso, para caso de sobretaxa
de carga pesada. Para cargas soltas transportadas em contêineres são
considerados o tipo de mercadoria e então volume e peso, o determinador será o
que gerar maior receita ao armador. Para as demais cargas dos navios citados,
como Break Bulk, granel, líquidos e gases se utiliza o volume ou tonelagem, o que
se adequar melhor à mercadoria transportada. E para o caso dos navios Ro-Ro além
de volume e tonelagem também é considerado como multiplicador a unidade
avaliada.
Em busca de saber qual o frete a ser considerado para cada tipo de carga,
Knaesel (2014) busca dentro da história do transporte de cargas marítimo explicar
que o meio de transporte mais comum sempre foi o navio de carga geral, mas com o
56
passar dos tempos começou-se a utilizar o navio porta-contêineres, pela praticidade
da consolidação de carga, tomando como particularidade cargas projeto ou cargas
com tamanhos fora do padrão que são então utilizados contêineres break
(contêineres com aberturas laterais ou dimensões diferenciadas) ou navios
multipropositos e diz ainda que para os demais navios não existe uma regra clara
pois tudo vai depender do custo real do transporte e a forma em que está
acondicionado, sem contar que atualmente já estão sendo utilizados conêineres até
para o transporte de grãos, pois este está bastante competitivo.
Santos (2014) enfatiza que o fator determinante e que primeiro deve ser
analisado é o tipo de mercadoria, para descobrir o meio de transporte, o
acondiciomento necessário para atender às especificidades da carga, por exemplo,
cargas refrigeradas necessitarão de um navio reefer, ou porta-contêineres adaptado
com tomadas, mercadorias com superdimensões em navios breakbulk, produtos
químicos em navios químicos. Ou seja, cada mercadoria tem seu meio de transporte
especializado de acordo a suas necessidades.
Em relação a melhor maneira de solicitar uma cotação de frete, Knaesel
(2014) explica que o cliente deve sempre passar o maior numero de informações
possíveis (origem, destino, mercadoria, dimensões, peso) e esclarecer todas as suas
necessidades e exigências como free-time (tempo livre para sobreestadia de
contêiner) e exigir que receba a sua cotação também da forma mais detalhada,
contendo informações como transit-time (tempo de viagem), frequência de navio e
informações do frete contendo todas as taxas detalhadas.
Santos (2014) comenta as mesmas coisas e ainda complementa que o cliente
deve saber a quantidade a ser transportada, à exemplo: número de contêineres, se
há volumes mensais e o incoterm desejado.
Para se negociar uma proposta de frete ou reduzir uma cotação Knaesel
(2014) aconselha o cliente a ter uma programação pontual de embarques
(embarques x semanas/mês) e que seja feita uma negociação com espaço garantido
no navio e compromentimento de embarque, caso o cliente tenha importações e
exportações com mesmos destinos e origens há também a possibilidade da compra
de contêineres, o que pode gerar uma significante redução no valor do frete.
Santos (2014) complementa esta opinião citando fatores que também possam
contribuir com a redução do valor do frete, este fator está relacionado à necessidade
57
e a pressa do comprador em relação a mercadoria, pois pode-se escolher opções de
frete com transit-time mais curto ou mais longo, os transit-times mais longos darão
uma pequena redução no valor do frete, pela inconveniência na demora da entrega
da carga. Mas enfatiza que o fator mais determinante à uma redução significativa é o
volume de carga dentro de um tempo específico, à exemplo quanto maior o volume
semanal, mensal ou trimestral, maior a redução nos valores de frete.
58
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O transporte de cargas, desde o seu início teve uma participação fundamental
para a população e para economia mundial, com o passar do tempo e o
desenvolvimento da economia, o transporte de cargas também sofreu modificações,
transformações e desenvolvimento estrutural, o que promoveu e continua
promovendo facilidades para movimentação de pessoas e mercadorias, em especial
com o transporte marítimo internacional, que por sua vez atende a demanda
mundial, abastecendo todos os setores da economia e em todos os países do
mundo.
Com o intuito de mostrar o desenvolvimento do transporte de cargas mundial
este trabalho teve por objetivo apresentar as principais características do transporte
marítimo, mostrar também a diversidade de cargas transportadas, os tipos de navios
utilizados enfatizando a utilização dos navios full-container, o qual domina o
mercado de transporte marítimo internacional. Apresentou-se também as mais
diferentes formas de acondicionamento de carga para cada navio citado assim como
o fretamento e suas características principais.
A presente pesquisa iniciou-se contando a história da navegação
internacional assim como a brasileira e introduzindo aos transportes de cargas no
comércio internacional. Atendendo aos objetivos foram descritas as características
do transporte marítimo internacional, diferenciado os principais navios existentes,
sempre enfatizando e comparando com o navio full-container, foram identificados os
modos de acondicionamento de carga nos diversos navios citados e finalizando com
as principais diferenças no calculo do frete no transporte marítimo internacional.
Este trabalho foi de extremo ganho de conhecimento, pois aprofundou-se num
tema ao qual busca durante a história, o desenvolvimento das pessoas, da
economia mundial, da economia do Brasil e principalmente o desenvolvimento do
transporte marítimo, o qual faz-se notavelmente presente e contribuinte ao
desenvolvimento mundial e o transporte de mercadorias e pessoas. Para o
acadêmico o conhecimento adquirido foi de enorme proveito, pois reune uma gama
de ensinamentos acadêmicos, profissionais e pessoais, os quais contribuirão para o
desempenho profissional do acadêmico.
59
Confiante também que a pesquisa aqui feita contribuirá para o conhecimento
da sociedade à qual se interessar pelo assunto e também contribuirá como fonte de
pesquisa para outros acadêmicos
Acredito poder considerar este trabalho como contribuinte ao conhecimento
da história da navegação, assim como da economia mundial e brasileira e como a
navegação influenciou e continua influenciando na história dos países, das pessoas
e da economia, assim, também acredito ter esclarecido as dúvidas existentes sobre
o assunto.
Conclui-se então que o transporte de cargas internacional, nos seus mais
variados tipos, contribui intensamente para o desenvolvimento da economia mundial,
e que o desenvolvimento de novas tecnologias neste setor é de suma importância
para manter o abastecimento global.
Como sugestão para próximos estudos, recomendo que seja pesquisado
sobre o que se espera da navegação, o quanto ainda pode se desenvolver e as
novas expectativas do mercado em relação a contrução naval, acondicionamento e
a consolidação de carga.
60
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APÊNDICES – Roteiro de Entrevista
Entrevista para Coleta de Dados Sobre Frete Marítimo Internacional
A entrevista a seguir servirá como fonte de dados para elaboração do trabalho de conclusão de curso do aluno Bernardo Klein Kalsing. A entrevista é formada por um conjunto de cinco perguntas que serão respondidas pelo entrevistado. A intenção deste questionário é buscar conhecimento de profissionais da área de Comércio Exterior sobre o assunto em pauta.
Informações do entrevistado:
Nome: Empresa em que trabalha:
Função: Tempo de Experiência Profissional:
As respostas deverão ser baseadas nos tipos de navios listados:
Navio Porta-Contêiners (Full-container ship)
Navio de Carga Geral (Breakbulk)
Navio Ro-Ro (roll-on/roll-of)
Navio Graneleiro (Bulk Carrier)
Navio-Tanque (Tanker Vessel)
Navio Multipropósito (Multipurpose Vessel)
Navios Gaseiros (gas tanker vessel)
Navios Químicos (Chemical Tanker)
Navios Frigoríficos (Reefer Vessel)
Navios Flo-Flo Heavy-Lift (float-on/float-off)
Navio Porta-Barcaça
Questionário:
1) Quais são os fatores determinantes para a composição dos fretes?
2) Quais são os multiplicadores que são considerados para cada tipo de mercadoria/navio fretado?
3) Qual frete que deve ser considerado para cada tipo de carga?
4) Qual a melhor maneira de solicitar a cotação de frete ao agente de carga/armador?
5) Como se pode negociar ou reduzir uma cotação de frete recebido?
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APÊNDICE A – Entrevista I
Nome: Edson Cezar Carvalho dos Santos Empresa em que trabalha: VMLOG Logística Internacional Ltda. Função: Cordenador Overseas – Importação Tempo de Experiência Profissional: 9 anos
1) Quais são os fatores determinantes para a composição dos fretes?
São fatores determinantes a contratação do frete: O Incoterm negociado, que irá
determinar se o frete será Collect (a cobrar) ou Prepaid (pre pago). O porto de
origem e destino, que indica o local de entrega da mercadoria para transporte e local
de entrega da mercadoria. Nos Incoterms EX-WORKS, DDU, DDP, por exemplo, o
local de coleta e local de entrega da carga são também fatores determinantes, pois
envolvem custos de transporte na origem ou no destino para entrega da mercadoria
(Inicio e Fim do transporte).
A respeito da mercadoria a ser transportada é necessário para a composição de
frete saber qual é a mercadoria, a quantidade a ser transportada, volume, peso
bruto, e como deve ser transportada – Se será um processo LCL (Less than
Container Loaded); FCL (Full Container), Carga Solta (Break Bulk), Carga Agranel,
Roll-on / Roll off, ou mesmo se será uma carga projeto. Quando me refiro a saber
qual o tipo da mercadoria é também necessário saber se será por exemplo, uma
carga refrigerada, ou química, que estes fatores interferem na cotação do frete.
2) Quais são os multiplicadores que são considerados para cada tipo de
mercadoria/navio fretado?
Primeiramente é necessário saber qual é a mercadoria a ser transportada. Isso irá
determinar o tipo de navio e transportes da mercadoria, por exemplo se é
Conteinerizada ou não, se precisa de refrigeração ou mesmo de equipamentos
especiais. É determinante também a classificação da carga, se perigosa ou não.
Como exemplo de carga perigosa, podemos citar Inflamável, Explosiva ou mesmo
com risco químico.
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São considerados multiplicadores para transporte:
- Para cargas Conteinerizadas : o número de unidades / TEU`s e o peso da cada
uma das unidades. No caso do transporte de carga pesadas tais como pisos
cerâmicos, pois pode existir a cobrança da taxa de sobrepeso por unidade. O frete é
cobrado por unidade transportada.
- Para Cargas soltas, mas ainda assim transportadas em Containeres (Transporte
Consolidado); qual a mercadoria – se perigosa ou não, o volume e peso da carga. O
frete é cobrado pelo tipo da carga e como fator multiplicador o volume ou peso, no
caso o multiplicador que for maior.
- Para cargas Soltas e ou Especializadas – Agranel, Break Bulk, Líquidos ou demais
transportes de carga com navios especializados, utiliza-se a metragem cubica,
tonelagem ou a unidade de medida utilizada que melhor se adequa ao transporte.
Nos casos dos Roll-on / Roll- Off também é considerado o número de unidade
transportadas.
3) Qual frete que deve ser considerado para cada tipo de carga?
A mercadoria é o fator determinante para o tipo de transporte. Cada carga tem suas
necessidades especificas para transporte, tal como as cargas reeffer, que é
necessário um navio reeffer ou um navio porta Container com plugs para manter as
unidades ligadas e refrigeradas durante o transporte. O frete a ser considerado é
aquele atende a todas as necessidades de transporte da mercadoria. Como exemplo
temos as cargas projeto, que são transportadas em navio Breakbulk, por terem
dimensões que excedem as dos contêineres, ou mesmo veículos quando
transportados em Roll-on / roll-off que entram e saem dos navios com sua própria
propulsão. Para cargas mais especificas como produtos químicos, também existem
navios especializados para este transporte.
4) Qual a melhor maneira de solicitar a cotação de frete ao agente de
carga/armador?
A melhor maneira é já ter determinado como a mercadoria será transportada e a
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classificação, número de unidades, peso ou volume a ser transportado, Portos de
origem e destino definidos e o Incoterm e frequência deste transporte – Volumes
mensais, semanais por exemplo. Todos os fatores acima ajudam ao consolidador ou
armador a definir a melhor oferta de frete a ser enviada ao solicitante.
5) Como se pode negociar ou reduzir uma cotação de frete recebido?
Quanto maior a quantidade de carga e ou a frequência do transporte melhor será o
frete. Já ter em mãos uma programação dos volumes que serão movimentados
durante determinado período pode levar a negociação de um contrato com o agente
de cargas ou transportador, com valores reduzidos ou mesmo fixos durante toda a
validade do transporte. Existem variados serviços para uma mesma linha, alguns
com tempo de transito maior e outros menores, tudo vai depender da necessidade
do comprador em ter a mercadoria disponível. Com tempos de transito maior, o valor
do frete tende a diminuir. Existem outros fatores além do tempo de transito e do
volume de transporte, mas os volumes a serem movimentados são sempre o melhor
fator para receber melhores fretes.
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APÊNDICE B – ENTREVISTA II
Nome: Carlos Gustavo Knaesel Empresa em que trabalha: VMLOG Logística Internacional Ltda. Função: Diretor Overseas – Importação e Exportação Tempo de Experiência Profissional: 15 anos 1) Quais são os fatores determinantes para a composição dos fretes?
Para a composição do frete marítimo, os fatores mais comuns são custo da
tripulação, custo para manutenção, tempo de viagem e depreciação do navio. Vale
lembrar que existe outros fatores que muitas vezes podem subsidiar ou até
encarecer o frete, tais como reposição de containers vazio ou em situações onde a
demanda de carga é maior que o espaço ofertado.
2) Quais são os multiplicadores que são considerados para cada tipo de
mercadoria/navio fretado?
Com exeção do navio porta-contêiner que o valor é por contêiner, os demais navios
utilizarão como base de cálculo a metragem cúbica ou tonelagem, dependencdo do tipo de
mercadoria que está se transportando.
3) Qual frete que deve ser considerado para cada tipo de carga?
No inicio do mercado internacional marítimo o meio de transporte mais comum
sempre foi o Navio de Carga Geral, e com o passar do tempo os Navios Porta
Containers se tornaram mais usuais. Com a particularidade de cargas projeto ou
cargas com tamanho fora do padrão normalmente são utilizados os containers Break
Bulk ou navios multipropósito, já para as demais cargas não existe uma regra clara,
pois tudo vai depender do custo real do transporte, para ter uma ideia historicamente
os embarques de grãos ou açúcar sempre foi Break Bulk, mas atualmente já
estamos vendo embarques dessas mercadorias em containers, pois o custo
tonelada em container já esta sendo mais competitivo que o Break Bulk. Mas
podemos dizer que mais de 80% das cargas movimentadas atualmente são feitas
por navios porta containers.
4) Qual a melhor maneira de solicitar a cotação de frete ao agente de
carga/armador?
A melhor forma de solicitar frete é sempre passar o máximo de informação possível
sobre a carga a ser transportada ( Origem, Destino, Mercadoria ( caso chega carga
projeto passar medidas e peso ), Tipo de Equipamento. Também é importante
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esclarecer todas a suas exigências tais como free time solicitado na origem e
destino. E sempre exigir que a cotação seja o mais detalhado possível, com
informações do tipo, Transit Time, Frequência, Detalhamento do frete incluindo taxas
de origem e destino.
5) Como se pode negociar ou reduzir uma cotação de frete recebido?
Caso você tenha uma programação pontual de embarques ( Embarques X Semana ) é interessante que seja feita uma negociação com espaço garantido e com comprometimento de embarque. Nesta forma é possível conseguir boa redução de frete. Para casos onde o cliente ter importações e exportações da mesma origem e destino, é possível o cliente comprar seus próprios containers, dessa forma também é possível conseguir uma boa redução de frete. Caso não seja possível realizar uma programação semanal, tente fazer negociações para volume de carga mensal ou trimestral, dessa forma também é possível conseguir um frete diferenciado.
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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
Nome do estagiário Bernardo Klein Kalsing
Orientador de conteúdo Prof. Msc. Júlio Cesar Schmitt Neto
Responsável pelo Estágio Profª. Msc. Natalí Nascimento