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0 FACULDADE PEDRO LEOPOLDO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS Suprema Serviços Industriais Ltda Grupo Suprema Emiliano Teixeira Salvino Pedro Leopoldo Janeiro/2013

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Page 1: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE ......O tema deste projeto é “Formação de Lideranças”. Ele foi desenvolvido na empresa Suprema Serviços Industriais Ltda, localizada

0

FACULDADE PEDRO LEOPOLDO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS

Suprema Serviços Industriais Ltda

Grupo Suprema

Emiliano Teixeira Salvino

Pedro Leopoldo

Janeiro/2013

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EMILIANO TEIXEIRA SALVINO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS

Suprema Serviços Industriais Ltda

Grupo Suprema

Trabalho de Conclusão de Curso, apresenta ao Curso de Administração da Fundação Pedro Leopoldo, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Administração

Pedro Leopoldo

Janeiro/2013

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SUMÁRIO

...................................................................................................................Página

1 Introdução Geral...............................................................................................4

2 Diagnostico Organizacional..............................................................................5

2.1 Introdução......................................................................................................5

2.2 Dados Gerais.................................................................................................6

2.3 Histórico Da Empresa....................................................................................7

2.4 Organograma Funcional................................................................................8

2.5 Politica Empresarial.......................................................................................9

2.6 Pontos Fortes...............................................................................................10

2.7 Pontos Fracos..............................................................................................11

2.8 Setor De Suprimentos.................................................................................12

2.9 Unidade Operacional...................................................................................13

2.10 Setor Fiscal................................................................................................14

2.11 Setor De Qualidade...................................................................................14

2.12 Setor Financeiro........................................................................................15

2.13 Tecnologia Da Informação........................................................................16

2.14 Setor De Manutenção...............................................................................17

2.15 Centro Técnico De Varredeiras.................................................................18

2.16 Setor Comercial.........................................................................................18

2.17 Gestão De Pessoas...................................................................................19

2.18 Jurídico......................................................................................................20

2.19 Conclusão..................................................................................................21

3 Estudo Temático.............................................................................................23

3.1 Introdução....................................................................................................23

3.2 Conceito De Liderança................................................................................23

3.3 Liderança E Gestão De Pessoas................................................................24

3.4 Lider X Chefe..............................................................................................30

3.5 Estilos E Teorias Sobre Liderança..............................................................33

3.6 O Lider E O Processo De Motivoção Nas Organização.............................41

3.7 O Novo Papel Da Liderança Nas Organizações........................................45

3.8 Conclusão..................................................................................................49

4 Considerações Finais...................................................................................50

4.1 Recomendações........................................................................................50

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4.1.1 Definição Dos Princípios Da Empresa....................................................59

4.1.2 Treinamento Sobre Os Princípios Da Empresa......................................51

4.1.3 Treinamento Liderança............................................................................52

4.1.4 Treinamento Processo De Gestão Integrada...........................................53

4.1.5 Incentivo A Formação Técnica Dos Líderes.............................................53

4.1.6 Sistema De Avaliação E Feedbacks.........................................................53

4.1.7 Remuneração Por Meritocracia................................................................53

4.2 Conclusão....................................................................................................54

5 Bibliografia......................................................................................................55

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1 INTRODUÇÃO GERAL

A Liderança é um processo de conduzir grupos de pessoas. É a

habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor

forma com os objetivos do grupo ou da empresa.

Uma boa Liderança é essencial em todas as organizações humanas

principalmente nas empresas e em todas as demais áreas da administração.

Um gestor que conhece a motivação humana e sabe conduzir pessoas é um

Líder e o sucesso dele e da empresa é certo.

O tema deste projeto é “Formação de Lideranças”. Ele foi desenvolvido

na empresa Suprema Serviços Industriais Ltda, localizada na cidade de Pedro

Leopoldo/MG. Ela atua no ramo de prestação de serviços de Movimentação

Interna de Materiais em áreas industriais e Mineração.

A empresa possui uma grande frota de equipamentos pesados móveis,

como locomotivas, britadores, escadeiras, dentre outros, ou seja, possui um

patrimônio de grande valor financeiro. Possui um excelente software de gestão

integrada, que garante grande segurança ao fluxo de informações dentro da

empresa.

Contudo as pessoas que compõe o quadro da empresa não conseguem

acompanhar esse grande crescimento. Comunicação deficiente, falta de

motivação, falta de conhecimento técnico, falta de definição da cultura

organizacional são fatores que atrapalham a Suprema a alcançar seus

objetivos. É preciso fazer com que pessoas, máquinas e informações andem

alinhadas para que os objetivos da empresa sejam alcançados. O primeiro

passo para se alcançar este sucesso é formar lideres competentes dentro da

organização.

Este projeto tem como objetivo mostrar a importância e necessidade de

treinar e qualificar os supervisores, coordenadores e gestores da empresa. E

mostrar para eles o importante papel que eles possuem dentro do plano

estratégico da organização.

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2 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL

2.1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste diagnóstico é conhecer a empresa Suprema Serviços

Industriais ltda. Nesta primeira etapa deste trabalho analisaremos como todos

os processos são realizados na empresa para identificar onde as falhas

ocorrem e o motivo pelo qual ocorrem. E assim tornar possível a busca pelas

melhores soluções.

Serão apresentadas neste diagnóstico todo o histórico da Suprema, sua

estrutura organizacional, suas políticas, Missão, Visão e Valores. Seguidos de

uma analise profunda dos setores que compõe a empresa, destacando desta

forma seus pontos fracos e pontos fortes.

Através deste Diagnóstico entenderemos a dificuldade que os

Supervisores de Unidades Externas encontram na gestão de seus processos,

uma vez que a empresa possui toda sua administração centralizada em Pedro

Leopoldo e as áreas operacionais ficam localizadas em outras cidades e até

em outros estados.

Após levantadas todas estas informações será possível entender a

necessidades da realização de um projeto voltado a formação de lideranças,

que é proposta deste Trabalho.

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2.2 DADOS GERAIS

Nome Fantasia: Suprema Serviços

Razão Social: Suprema Serviços Industriais Ltda

CNPJ: 00.512.573/0001-02

I.E: 493.960.681-0090

Endereço: Rodovia Doutor Otávio Costa 1800, Parque Industrial Doutor Lund

Cidade: Pedro Leopoldo

Fone: (31) 3661-3300

Home Page: www.suprema.com.br

Data da Fundação: 01/02/1995

Atividade Econômica: Movimentação e Limpeza Industrial

Principal Concorrente: Funcional Serviços Ltda

Colaboradores Ativos: 500

Certificações: ISSO 9001:2000

Data da Certificação:16/08/2002

Órgão Certificador:BVQI

Certificações:OHSAS 18001:2007

Data da Certificação: 16/08/2002

Órgão Certificador:BSI Management Systems

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2.3 HISTÓRICO DA EMPRESA

A Suprema Serviços Industriais é uma empresa coligada do Grupo Suprema.

Fundada em 1995 em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, teve como objetivo inicial

a prestação de serviços de Limpeza Mecanizada nas áreas pavimentadas das

indústrias.

Em decorrência da alta demanda do mercado e a necessidade da criação de

diferenciais competitivos, a Suprema Serviços Industriais ampliou suas

atividades atuando como Operador Logístico nos principais áreas dos players

de Mineração, Cimentos, Siderurgia, Metalurgia Automotiva, Agronegócios e

Alimentos.

Hoje atua nos ramos de:

Logística interna

Atuando como operador logístico, a Suprema integra a cadeia de suprimentos

do cliente, gerenciando e executando as atividades de recebimento,

rastreamento de insumos, movimentação interna, armazenagem, e

carregamento. Utilizando equipamentos próprios para tração ferroviária à

empresa executa operações de Desvio Ferroviário, interligando as atividades

interna e externa de movimentação de produtos do cliente e seus

transportadores.

Limpeza mecanizada

Limpeza de áreas produtivas utilizando-se de varredeiras de diversos portes e

aspiradores industriais com alto poder de sucção, atende vários segmentos

industriais, considerando a integração ambiental.

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Mineração

Operação de minas a céu aberto e subterrâneas, atuando em uma rede

integrada de atividades para o melhor Planejamento de Lavra, Perfuração,

Desmonte, Carregamento e Transporte de Minério.

Seus principais clientes estão localizados na região sudeste do país.

Alem disso, a empresa investe continuamente na capacitação de seus

colaboradores, aperfeiçoamento nos processos industriais, aquisição de

equipamentos de alta performance e modernas tecnologias, tudo isso para

assegurar a satisfação dos clientes e garantir o sucesso da organização.

Dentre os principais clientes, que comprovam a qualidade dos serviços da

Suprema, estão: Grupo Intercement Brasil, Vale, Holcim Brasil S/A, Grupo

Votorantin, Teksid do Brasil, Grupo Arcelor Mittal Brasil S/A, Gerdau, Precon,

Belocal, Ical, Eimcal, Bunge, Cimento Tupi, Essencis, Foz de Jeceaba e outros.

LOGOMARCAS GRUPO ELEVA

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2.4 ORGANOGRAMA FUNCIONAL

SGI = Sistema de Gestão Integrado

GP = Gestão de Pessoas

RH = Recursos Humanos

DP = Departamento De Pessoal

UO = Unidade Operacional

ALMOX = Almoxarifado

ORGANOGRAMA FUNCIONAL

SGI = Sistema de Gestão Integrado

GP = Gestão de Pessoas

RH = Recursos Humanos

DP = Departamento De Pessoal

UO = Unidade Operacional

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2.5 POLITICA EMPRESARIAL

VISÃO

Ser reconhecida como uma empresa em continuo crescimento, com práticas de

gestão atualizadas e sólidas.

MISSÃO

Facilitar os processos produtivos de nossos clientes.

POLITICA DE VALORES

CLIENTES

Trabalhamos para surpreender positivamente nossos clientes, com serviços

ágeis e confiáveis.

PESSOAS

Priorizamos a vida das pessoas acima de tudo, e administramos os riscos de

forma a prevenir doenças e lesões. Valorizamos pessoas participativas e

criativas, dispostas a aprender e trabalhar em equipe, com segurança e

qualidade.

GESTÃO

Buscamos através das gerencias operacionais, resultados positivos e

sustentáveis, com segurança, saúde e qualidade.

2.6 PONTOS FORTES

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- A empresa possui um setor Corporativo onde concentram-se as atividades

voltadas a administração da empresa. Isso possibilita a centralização de

informações e a disposição destas para que a Direção possa tomar as

decisões de forma mais rápida e segura.

- Sistema Operacional TOTVS integra todos os setores da empresa.

Gerenciando informações sobre pessoal, equipamentos, materiais, fluxo

financeiro e contábil da organização e pode ser acessado remotamente de

qualquer lugar. Fornece relatórios gerenciais e indicadores que facilitam no

planejamento estratégico e na tomada de decisão.

- Todas as áreas possuem Procedimento Operacional Padrão – POP definido e

divulgado para as demais áreas.

- Investimento constante em treinamentos de colaboradores.

- Organograma enxuto

2.7 PONTOS FRACOS

- Grande dificuldade de comunicação, o que compromete a eficiência dos

processos.

- Dificuldade de gestão por parte das lidranças

- Aumento da rotatividade de pessoal operacional.

- Dificuldade em encontrar mão de obra qualificada na região onde presta

serviço.

- Custo auto de manutenção de máquinas e equipamentos.

- Custo auto com mão de obra.

2.8 SETOR DE SUPRIMENTOS

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É de responsabilidade do setor de suprimentos o cadastro e a constante

atualização dos dados cadastrais dos fornecedores, garantir a qualidade e a

reposição em tempo hábil de peças e materiais em geral para o Almoxarifado,

efetuar o controle de apanha de mercadorias.

O Almoxarifado, responsável por receber e inspecionar as mercadorias

adquiridas pela equipe de compras além de organizar e administrar a

expedição dos mesmos às UO (Unidades Operacionais).

Toda nova aquisição inicia-se a partir da solicitação de compra, feita por

preenchimento do formulário de solicitação ou através do sistema integrado

TOTVS, ao gerar uma “Solicitação de Compra”. Toda compra deve passar pelo

quadro comparativo de auxilio a cotações, também operado a partir do sistema

TOTVS, que deve passar por duas etapas de aprovação, caso a operação seja

originária de uma das UO. A primeira sendo a aprovação da cotação feita pelos

compradores titulares do setor de Suprimentos Corporativo e, posteriormente, a

aprovação da ordem de compra, feita pelo Coordenador de Suprimentos.

Somente após a aprovação nas duas etapas, o requisitante está autorizado a

concretizar a compra junto ao fornecedor vencedor da cotação.

Todo e qualquer serviço/produto ou fornecedor devem estar devidamente

cadastrados no sistema Totvs antes que se inicie uma nova aquisição.

Responsabilidade de recebimento e conferencia de materiais:

Todas as aquisições feitas através do Setor de Suprimentos devem ser

conferidas pelo almoxarifado e pela gerencia de manutenção, quando

necessário.

Pontos Fortes: Conta com segundo maior ERP (Enterprise Resource Planning)

do mundo, o TOTVS. Um sistema de gerenciamento integrado com um amplo

leque de fornecedores cadastrados (Exportados do antigo Sistema de

Informação, Maxmanager) que possibilita o melhor controle de materiais e total

ciência das aquisições feitas pelas UO. Almoxarifado central localizado no

Corporativo, capaz de administrar e controlar o fluxo de materiais para as UOs.

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Pontos Fracos: Dificuldade na aquisição de peças exclusivas de determinados

equipamentos ou fabricantes. Com um custo normalmente elevado, a empresa

é optante por não manter este tipo de material em estoque, sendo assim

impossível a entrega imediata em caso de emergência. O Setor de

Suprimentos em geral está enfrentando uma grande dificuldade na

reorganização de seus processos administrativos além da falta de sincronismo

com os setores que o interligam ao processo, fiscal e financeiro, desde a

implantação do nosso sistema, Totvs.

2.9 UNIDADE OPERACIONAL

Como o ramo da empresa Suprema Serviços Industrais é a prestação de

serviços, temos uma equipe de trabalho alocada em cada uma delas, a esta

equipe é dada o nome de Unidade Operacional ( UO ). A UO tem autonomia de

execução dos trabalhos, ou seja são unidades independentes umas das outras.

Cada unidade possui em seu quadro um Supervisor de Unidade que é

responsável por administrar os serviços prestados, o orçamento, as compras,

pagamentos, equipamentos, manutenção, faturamento e os colaboradores de

sua unidade. Este Supervisor tem o apoio de um Auxiliar Administrativo que o

ajudará nos processos que exigem execução de burocracias para atender ao

setores que a unidade tem interface de gestão, tais como preenchimento de

formulários, lançamentos de requisição de compra, requisição de materiais no

sistema Totvs, fechamento de ponto de colaboradores, envio, recebimento e

arquivo de documentos dentre outras atividades. O quadro também conta com

um Técnico em Segurança do Trabalho que será responsável pelos trabalhos

do SESMT na UO, como PCMSO, PPRA, controle e agendamento de exames

ocupacionais, controle de uniforme e EPIs, CIPA. Os demais colaboradores

são operacionais, que compõe as áreas de prestação de serviços e

manutenção de equipamentos presente em cada UO.

Pontos Fortes: Conta com um excelente sistema de gestão, TOTVS, que

oferece suporte para compras manutenção e controle de estoques. Equipe bem

estruturada e treinada, o que torna mais fácil a execução das tarefas tanto

administrativas com operacionais.

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Pontos Fracos: Comunicação muito deficiente com o setor corporativo, por se

tratar de UO que estão muito distante. Os líderes, tais como Supervisores,

Técnicos em Segurança e Administrativos, não possuem habilidade de gestão

de pessoas, o que gera continuo aumento da rotatividade de pessoas da área

operacional.

2.10 SETOR FISCAL

É responsável pela emissão da NFe (Nota Fiscal Eletrônica) para qualquer

eventual movimentação de Ativos, remessas de peças e componentes para

conserto, devolução de materiais e outros. Este setor responde ainda pelo

acompanhamento e controle de multas de transito e controle de apólices de

seguro dos veículos. Hoje este setor é vinculado a Contabilidade, portanto o

mesmo Coordenador que administra a Contabilidade é também o gestor Fiscal

da empresa. A equipe Fiscal é composta por 01 Analista Sênior, 01 Analista

Junior e 01 Assistente Administrativo. Por não ter um Coordenador próprio, o

Analista Sênior tem como responsabilidade atuar como um segundo gestor do

setor Fiscal.

Pontos Fortes: Processo de emissão de documento fiscal informatizado,

permitindo debitar automaticamente do estoque mercadorias para

transferência, devolução e simples remessa. O sistema Totvs tora mais rápido

e seguro o processo. O setor conta com profissionais qualificados para a

atividade e que dominam todo o processo.

Pontos Fracos: O processo de emissão das NFe se torna lento e moroso ao

surgir a necessidade de cadastrar novos itens no sistema fiscal de assistência

às emissões. O setor faz interface direta com as UO que são responsáveis pelo

envio de grande parte das NFs e geralmente ocorrem muitos atrasos e extravio

destas NFs por parte da UOs.

2.11 SETOR DE QUALIDADE

A Suprema é uma empresa regida por normas e procedimentos. Possui

Certificação de Qualidade dos Processos ISSO 9001:2000 e OHSAS (Saúde e

Segurança do Trabalho), ou seja promove o controle e a melhoria continua de

todos os seus processos.

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A política de gestão da qualidade considera como fator de suma importância a

questão da saúde ocupacional de cada colaborador e através de uma

abordagem que busca transformar resultados indesejáveis em pontos positivos.

Para conhecer e averiguar as causas deste resultado insatisfatório é feito a

abertura de um Registro de Incidentes e Não-Conformidades, o RINC,

processo no qual se permite a investigação e a identificação dos mesmos.

O Setor de qualidade aplica o Modelo “Espinha de Peixe” à RINC a fim de

detalhar cada parte da Não-Conformidade identificada para que, uma vez

solucionada, não ocorra novamente.

O SGI coordena toda área de segurança do trabalho das empresas do Grupo

Suprema. Os Técnicos das UOs são subordinados tanto aos supervisores das

unidades como também ao coordenador de SGI.

Pontos Fortes: Constante busca pela Melhoria. Todos os processos possuem

Procedimentos Operacionais Padrão definidos. O que facilitar as auditorias e

controles do SGI. Presença de técnicos em segurança nas UOs para garantir

que as normas de segurança seus cumpridas.

Pontos Fracos: Com o novo sistema de gerenciamento ainda não

parametrizado e customizado por completo, existem algumas falhas com

relação ao controle de empréstimo de EPI’s, forçando a empresa a manter

ativa as “Fichas de Controle de EPI” de cada colaborador, com o auxilio dos

técnicos em segurança do trabalho de cada Unidade Operacional. Falta de

apoio dos Supervisores no processo de Segurança do Trabalho devido ao fato

de priorizarem a produção. Falta de habilidade de gestão por parte dos

técnicos em segurança, que deixam de atuar de forma pro ativa diante de

situações de risco. Má divulgação dos POPs para áreas, o que dificulta as

relações de trabalho entre os setores que fazem interface.

2.12 SETOR FINANCEIRO

O Financeiro desempenha atividades ligadas a pagamento e recebimento de

contas, todo este processo é acompanhado e supervisionado pela Diretoria

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Administrativa, definindo limites diversos e estabelecendo os valores para a

realização de despesas administrativas.

O Setor é responsável pelo acompanhamento de contratos de financiamento

de equipamentos e veículos, mantendo atualizados os licenciamentos

obrigatórios dos mesmos. Cabe também ao Setor Financeiro a emissão de

Notas Fiscais para faturamento junto aos clientes. O setor conta com em seu

quadro com 01 Analista Pleno e 02 Analistas Junior. Não há um coordenador

específico, e as tarefas de coordenação são exercidas pelo Diretor Adm.

Pontos Fortes: Conta com um sistema bem parametrizado além de um

profissional designado única e exclusivamente à gestão de contratos. A equipe

é formada de profissionais com grande tempo de serviços na empresa, desta

forma conhecem bem os processos e conseguem resolver problemas com

rapidez.

Pontos Fracos: Eventual descontrole de contas a pagar, devido ao numero de

U.O que ainda não estão operantes no sistema Totvs. Atraso no envio das

contas a pagar, tornando ineficiente a programação semanal de contas a pagar

que é feita hoje.

2.13 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Buscando simplificar os processos de tomada de decisões e acelerar o fluxo de

informações, a Suprema Serviços recentemente adquiriu um novo sistema de

informação, o Totvs. Substituindo os três antigos softwares, Max Manager

(Gestão de Suprimentos, qualidade e controladoria), Fleet Manager (Gestão de

manutenção) e o Prosoft (Gestão de pessoas e folha de pagamento).

O Totvs oferece recursos e ferramentas para a Gestão Contábil, Fiscal,

Compras e Estoques, Manutenção, Saúde e Segurança, Recursos Humanos,

Custos, Vendas, Gestão Financeira e contratos.

A manutenção, atualização e outros processos internos do sistema são de

responsabilidade da área de TI. Que também é responsável pela manutenção

de computadores e servidores de arquivos e internet.

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Pontos Fortes: Fluxo de informações altamente rápido e extremamente

confiável promovendo melhores condições para analises e eliminando o uso de

papel em alguns processos.

Pontos Fracos: O setor é terceirizado, o que causa demora na solução de

problemas pois não há um técnico full-time na empresa. Muitas vezes o

atendimento tem que ser feito por telefone ou acesso remoto, o que dificulta a

solução dos problemas. Falta de um coordenador de TI para que todas as

demandas sejam centralizadas nesta pessoa.

Dificuldade para a parametrização de todos os recursos oferecidos pelo ERP

criando a necessidade da contratação de um consultor de TI para auxiliar em

sua customização.

2.14 SETOR DE MANUTENÇÃO

O processo de manutenção da empresa ocorre de forma centralizada. Para

execução de qualquer intervenção mecânica é necessário o preenchimento de

alguns formulários denominados Registros da Qualidade (RQ), garantindo a

alimentação do histórico de manutenções já realizadas em cada equipamento.

O setor de Manutenção fica localizado no Corporativo e sua equipe conta com

01 Supervisor de Manutenção e 03 mecânicos. Além disso as unidades

operacionais com maior volume de máquinas e equipamentos possuem em seu

quadro mecânicos para atender demandas emergências e de menor porte e

assim evitar que todos os equipamentos defeituosos tenham que ser enviados

para o corporativo. Para aquelas máquinas que não podem ser concertadas

nas próprias unidades, a empresa dispõe de caminhões prancha que recolhem

estas máquinas e levam para o setor de Manutenção e após o concerto as

devolvem a devida UO de origem.

RQ-CPV-02 Ordem de Serviço

Antes de iniciar qualquer intervenção em equipamentos e veículos, seja ela de

forma preventiva ou corretiva, na Unidade Operacional ou Corporativa, deve

ser aberta uma Ordem de Serviço (OS) correspondente à tarefa.

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Uma vez diagnosticada a avaria o material necessário para o conserto é

adquirido e então enviado ao setor de manutenção da UO juntamente com o

equipamento já com sua OS devidamente preenchida e anexada.

O equipamento ou veiculo somente será encaminhado para manutenção na

sede corporativa quando houver necessidade de uma manutenção ou reforma

mais complexa cujos mecânicos da UO não tenham recursos necessários para

executar tais operações.

RQ-CPV-08 Controle Semanal de Equipamento

O registro de Controle Semanal de Equipamento deve ser preenchido em todo

o abastecimento.

Neste controle, deverá ser anotada a data do abastecimento bem como os

dados do horímetro do equipamento e a quantidade de combustível aplicado.

O controle fica na UO até retirada de dados para demonstração do consumo de

combustível em cada equipamento feita para o cliente.

RQ-CPV-15 Check List Diário

Todo operador ou motorista, antes de iniciar sua jornada de trabalho de fazer o

Check List diário, e preencher o formulário correspondente ao equipamento ou

veiculo de sua responsabilidade. Após o preenchimento deste RQ, estando o

equipamento em perfeitas condições, o operador ou motorista está autorizado

a iniciar suas operações. Caso contrário o equipamento será retido para a

avaliação dos danos e posteriormente para a manutenção.

Pontos Fortes: A manutenção é realizada por profissionais altamente

especializados, com formação e experiência no ramo de manutenção de

equipamentos de grande porte.

Pontos Fracos: O setor ainda não opera por completo no sistema integrado

TOTVS, perdendo assim a precisão em algumas informações e tornando

alguns processos morosos.

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2.15 CENTRO TÉCNICO DE VARREDEIRAS

O processo de manutenção das máquinas varredeiras ocorre de forma

centralizada. O Centro Técnico de Varredeiras fica localizado no Corporativo e

sua equipe conta com 01 Supervisor, 03 montadores e 01 pintor. A empresa

dispõe de caminhões prancha que recolhem as varredeiras defeituosas e

levam para o Centro Técnico e após o concerto as devolvem a devida UO de

origem. Este setor até 2 meses atrás tinha o nome de Oficina Central, mas para

ir de acordo com o planejamento estratégico da empresa, que busca melhorias

em todos os setores da empresa. Para fazer jus aos investimentos a nível de

profissionais e maquinários que o setor vem recebendo e também pela grande

importância que a Limpeza Mecanizada exerce sobre os negócios da empresa,

a direção alterou o nome do setor para Centro Técnico de Varredeiras que

atuará de forma preventiva e corretiva na manutenção destes equipamentos.

Fornecendo instruções, treinamentos, apoio aos operadores, UOs e clientes

que só fazem a locação do equipamento e não possuem operadores

contratados pela Suprema.

Pontos Fortes: A manutenção é realizada por profissionais altamente

especializados, com formação e experiência no ramo de manutenção de

equipamentos, solda, montagem mecânica, pintura, lanternagem

Pontos Fracos: O setor ainda não opera por completo no sistema integrado

TOTVS, perdendo assim a precisão em algumas informações e tornando

alguns processos morosos. As varredeiras são equipamentos muito frágeis e

que necessitam de manutenção constante.

2.16 SETOR COMERCIAL

As negociações são realizadas pela Alta Direção ( sócios )

que mantém um contato direto com seus clientes atuais e potenciais

Qualquer alteração contratual com o cliente é feita pelo setor comercial.

As informações sobre esta área não são muito acessíveis, mas pode-se avaliar

a eficiência ao se observar o crescimento da carteira de cliente da empresa.

Que hoje possui grande saúde financeira e um crescimento muito satisfatório

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Pontos Fortes: Facilidade de comunicação entre empresa e cliente. Nivel de

conhecimento das necessidades e flexibilidade para entendimento a demanda

dos clientes.

Pontos Fracos: Falta de um planejamento de Gestão à Vista alem de ser

centralizado nos 02 sócios diretores.

2.17 GESTÃO DE PESSOAS

Até julho de 2012 este setor respondia pelo de Recursos Humanos e era

composto por duas áreas distintas, o Departamento Pessoal e o Recursos

Humanos propriamente dito, sendo o primeiro responsável por toda para de

administração de pessoal ( Folha de Pagamento, Encargos Trabalhistas,

Adimissões/Demissões, Férias, Controle de Ponto e outros ) e o outro era

responsável por recrutamento e seleção, treinamentos e desenvolvimentos de

pessoas.

Após grande trabalho de reestruturação da seção, mudanças de normas e

procedimentos, a direção mudou o título dessa área, que passou a chamar-se

Gestão de Pessoas. Com isso acabou o conceito de dois departamentos dentro

da mesma seção. O foco é tornar a área de Gestão de Pessoas forte, e que

atue unida para que a GP se torne a área mais estratégica dentro da empresa.

Uma vez que esta área faz interface com todas as outras áreas da empresa e é

o maior agente de mudanças dentro da organização.

A Gestão de Pessoas é composta por 01 Coordenador, 02 Analistas e 01

Psicólogo. E dentro das UOs ela conta com o apoio dos Administrativos e

Supervisores para executar seus trabalhos.

Pontos Fortes: Equipe especializada, com formação compatível com as

atividades. Processos de folha de pagamento, benefícios, recrutamento e

treinamentos parametrizados e realizados através do sistema integrado Totvs.

Apoio da Alta Direção para realização dos trabalhos.

Pontos Fracos: Comunicação deficiente com as UOs devido a distancia.

Processos de contratação com diversos problemas como demora, perfil

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inadequado, falta de documentos admissionais pois os processos são

realizados pela própria UO ( Unidade Operacional ) que não entende a

importância do processo. Erros na Folha de Pagamento ocasionados pelo falta

de informação ou informação incorreta enviada pelas UOs. Dificuldade de

gestão de pessoas, pois muitos gestores não têm o perfil adequado.

2.18 JURÍDICO

O setor Jurídico é terceirizado. A Suprema contratou o escritório de advocacia

Geraldo Nery localizado em Pedro Leopoldo para assumir todas as questões

jurídicas da empresa, desde trabalhista até a área fiscal.

O volume de processos é relativamente baixo, comparando com outras

empresas do ramo de prestação de serviços. Por isso a opção da diretoria por

terceirizar este trabalho.

Pontos Fortes: Escritório muito conceituado e com grande tempo de atuação no

mercado. Redução de custos com honorários advocatícios.

Pontos Fracos: Por não possuir um setor jurídico interno as consultorias são

mais demoradas. Quando há dúvidas jurídicas é mais fácil recorrer a

consultorias on-line ou atendimento telefônico em empresas como

CENOFISCO.

2.19 CONCLUSÃO

Com o diagnóstico apresentado é possível perceber que a Suprema

Serviços Industriais Ltda está em faze de crescimento, investindo em novas

técnicas e ferramentas de gestão e ampliando cada vez mais seu mercado.

Assim como qualquer empresa em crescimento a Suprema enfrenta problemas

com o sincronismo de seus processos. O que causa perda de tempo, dinheiro e

principalmente pessoas.

Trata-se de uma empresa de prestação de serviços, que tem suas

unidades de negócios espalhadas em diversas cidades e estados. E nesse tipo

de quadro é comum a dificuldade de gestão. As lideres destas unidades se

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perdem nos processos, deixando de observar procedimentos, normas e se

preocupando apenas com a operação em si. Não há uma gestão adequada.

Os setores são muito bem estruturados como pode-se observar no

diagnóstico acima. A maior dificuldade encontrada é na interface entre setores.

A empresa tem dificuldade em lidar com a distancia que existe entre as UOs e

os setores administrativos o que torna o fluxo de informações lento e muitas

vezes falho.

Os gestores das unidades têm que ser responsáveis por todos os

processos de sua respectivas unidades e entender a importância de seu

trabalho para o todo. E da mesma forma as setores que compõe a

administração precisam de gestores que tenham empatia com as áreas

operacionais e busquem soluções e melhorias que facilitem a execução dos

processos. Em resumo a empresa tem carência de Líderes que tenham visão

de donos, e atuem de forma a facilitar os processos e atender aos clientes

internos e externos da Suprema.

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3 ESTUDO TEMÁTICO

3.1 INTRODUÇÃO

Estudo tem como finalidade apresentar conceitos, citações e

argumentos que embasem a realização e implantação deste projeto.

Nele será apresentado o Tema Liderança sob a visão de vários autores.

De forma que será possível identificar as vantagens de se investir neste

projeto, os ganhos que a empresa terá a longo e curto prazo.

Num contexto global será possível entender porque a preocupação das

organizações em ter bons lideres e quais as situações em que um bom líder

poderá ser um diferencial competitivo dentro da empresa.

3.2 CONCEITO DE LIDERANÇA

As organizações são constituídas por pessoas, com sentimentos e

motivos racionais diferentes, sujeitos às forças do ambiente que influenciam a

motivação, os relacionamentos e a liderança, entre outras dinâmicas que

motivam o comportamento do ser humano e do grupo onde ele se situa.

Portanto, a liderança é necessária em todos os tipos de organização humana,

principalmente nas empresas.

O administrador precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir

as pessoas, isto é, liderar.

Até a década de 60, para o chefe bastava sentar na cadeira e exercer

controles mecânicos, saber planejar, organizar, controlar e corrigir. O bom

chefe era aquele que tinha o pessoal na palma da mão, ou seja, o total controle

dos seus funcionários dentro da empresa. Contudo, as empresas, a partir da

década de 70, passaram a necessitar mais de contribuições intelectuais de

seus funcionários. Principalmente no fim dos anos 80, com a evolução da

concorrência, criou-se a necessidade de ter nas empresas funcionários mais

dedicados. O novo bom chefe, agora chamado de líder, é aquele que consegue

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estimular os funcionários, “vender” os objetivos à equipe, e favorecer um bom

clima no ambiente de trabalho.

Líder, chefe, comandante, autoridade, são algumas das primeiras

palavras que nos ocorrem quando pensamos em liderança. É comum, também,

sermos tentados a entender que liderar é tarefa aquelas pessoas com QI

elevado, mais autoconfiantes ou bastante ambiciosas, ou ainda aquelas que

têm sutis habilidades sociais. Contudo, observa-se que atualmente o conceito

de liderança é colocado da seguinte forma: “Liderança representa a sua

capacidade de influenciar pessoas a agir”. (HUNTER, 2004, p.105).

Levando em consideração a colocação acima, isso significa exercer

liderança por meio de persuasão (convencimento, sensibilidade, conhecimento

e carisma), e não de poder. Quando costumeiramente usamos o poder,

estamos obrigando as pessoas a fazerem a nossa vontade, por conta da

posição que nós ocupamos. Mas, se por algum momento usamos a persuasão,

as pessoas irão fazer o que queremos de boa vontade. Para entendermos a

liderança é preciso conhecer de onde emana o poder e a sua legitimidade.

Alberoni relata em seu livro a seguinte informação sobre legitimidade:

“ O sociólogo Max Weber sustenta que existem três tipos de poder legítimo: O

tradicional, em que vemos o líder do tipo patriarcal, o cacique; o carismático,

onde vemos o líder popular, político e demagogo; e o legal, em que o poder

deriva do respeito aos procedimentos indicados pela lei – o mais importante do

mundo moderno. (ALBERONI, 2004, p 26). ”

Vale ressaltar que a liderança está longe de ser o único fator a

influenciar o desempenho de grupos de trabalho, mas que, dependendo do tipo

de líder, podem resultar equipes motivadas, comprometidas, vencedoras, ou

equipes que apenas cumprem suas obrigações, obtendo determinado

resultado, mas não atuam com satisfação. Segundo Kelley (1999, p.177), a

liderança está centrada na capacidade do líder de ser eficaz:

“ Para ser um líder eficaz [...], um membro de equipe deve garantir o respeito

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dos colegas de trabalho em pelo menos uma das três áreas cobertas por essa

habilidade crítica:1. Quociente de conhecimento – respeitada qualificação e

comprovado bom-senso em áreas relevantes para as metas do grupo. 2.

Quociente de pessoas-habilidade – indica que você tem consideração pelos

colegas e que as metas deles têm tanto valor quanto as suas; assim eles são

levados a trabalhar de forma voluntária com você para alcançar o objetivo.

3. Quociente de iniciativa – indica que você desempenhará as atividades que

ajudam o grupo a alcançar, de fato, a meta. “

A liderança eficaz consiste em fornecer aos colaboradores o que eles

ainda não conseguiram suprir por si próprios. O objetivo das ações do líder é

criar condições para que as pessoas se tornem cada vez mais dirigidas e

motivadas por si mesmas.

Para a liderança se faz necessário também ter sensibilidade, dedicação

à equipe e intuição do coletivo. O líder deve ser antes de tudo um gestor de

pessoas. Como tal, ele precisa agir de acordo com seu discurso, uma vez que

deve servir de exemplo para as pessoas sob sua subordinação.

Quando o profissional executor de atividades técnicas passa a assumir

um papel de liderança, a equipe espera que ele tenha objetivos claros e

estratégias adequadas para conduzir as ações em direção aos resultados

organizacionais.

3.3 LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

É importante ressaltar que a condução das ações passa primeiro pela

condução das pessoas.

Segundo CHIAVENATO (2004, p. 446) "A liderança é, de certa forma, um tipo de poder pessoal. Através da liderança uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes (...)"

De acordo com STONER (1999, p. 344) "liderança é o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo"

Cada pessoa é um ser humano único, sistêmico, com personalidade,

características, habilidades, atitudes e conhecimentos diferentes dos demais.

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Por isso, é preciso conhecer as ferramentas de gestão de pessoas que

poderão auxiliar o líder na tomada de decisões em relação ao aproveitamento e

valorização dos talentos que integram as equipes de trabalho. A principal

ferramenta da gestão de pessoas é o aprendizado contínuo, que direciona o

líder para o aprendizado organizacional, ou seja, é preciso que ele desenvolva

a capacidade de promover educação/desenvolvimento com serviço de alta

qualidade e dar abertura para a transmissão de informações, tanto no ambiente

interno quanto no ambiente externo, de maneira a permitir a participação dos

colaboradores na tomada de decisões, atuando como educador, negociador,

incentivador e coordenador.

O líder deve observar freqüentemente o comportamento pessoal e

profissional de seus colaboradores, buscando identificar os pontos fortes e os

pontos fracos de cada indivíduo, direcionando-os para a busca de melhorias

contínuas, tanto no aspecto técnico quanto no comportamental. Precisa ajudar

as pessoas a encararem a realidade e mobilizá-las para que façam mudanças,

para que superem hoje o que fizeram ontem e para que despertem para novos

desafios a cada dia.

O líder despreparado cria conflitos desnecessários, estimula jogos de

poder e, principalmente, desmotiva a equipe. Se os líderes não tiverem

consciência dos desafios enfrentados por suas equipes, a empresa se

transforma em um navio sem rumo.

Como a liderança é hoje um dos condutores das organizações ao

alcance da excelência e da sua própria superação, fato que atrai um grande

número de conjecturas sobre modelos e aplicações utilizados para identificar,

desenvolver e avaliar o potencial dos executivos e pessoas-chave dentro das

empresas, bem como o desempenho das equipes de trabalho, encontrar

líderes eficazes parece ter se tornado vital para o sucesso das organizações.

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A visão representa o destino que se pretende transformar em realidade. Liderança visionária é a capacidade de criar e articular uma visão realista, crível e atraente do futuro para uma organização ou unidade organizacional que cresce e melhora a partir do presente. Essa visão, se selecionada e implementada apropriadamente, é tão energética que na verdade dá a partida para o futuro clamando por habilidades, talentos e recursos para faze-lo acontecer. (CHIAVENATO 1994, p.163).

É sabido que a busca de resultados tangíveis sempre foi um dos

grandes motores do funcionamento das organizações. A descoberta da

necessidade de reconhecimento, segurança e sentido de pertinência por parte

dos empregados promoveu a primeira grande mudança na forma de conduzir a

organização e os seus empregados. Como conseqüência, mudaram também

os parâmetros que definiam um bom chefe e começou a delinear-se a

concepção do moderno conceito de liderança.

Definir liderança é uma tarefa difícil, tendo em vista os diversos enfoques

encontrados na literatura disponível sobre o assunto.

Bergamini (1997, p.88) descreve a existência de três abordagens no

conceito de “liderança”:

a) Preocupação com o que o líder é: alguns autores associam liderança com

características pessoais, como carisma e firmeza. É o caso de Wess Roberts

(apud BERGAMINI, 1997, p.90), que, ao delinear o perfil de Átila, o huno, como

o de um exímio líder, estabelece os seguintes atributos da liderança: lealdade,

coragem, anseio, resistência emocional, vigor físico, empatia, poder de

decisão, antecipação, sincronização, competitividade, autoconfiança,

responsabilidade, credibilidade, tenacidade, confiabilidade, vigilância e

proteção. Esta abordagem é bastante restrita, pois pressupõe que a liderança

seja um dom nato.

b) Preocupação com aquilo que o líder faz: um segundo grupo de

pesquisadores, como Namiki, Gomes e Zeferino (apud BERGAMINI, 1997)

concentrou seus esforços na investigação de diferentes estilos de liderança.

Procurou-se, neste momento, estabelecer a correlação entre o comportamento

do líder - independentemente de suas características pessoais - e a eficácia da

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liderança. Foram descritos dois estilos básicos, o autoritário e o democrático.

Entre estes dois extremos foram sendo encaixados os demais estilos de

liderança.

c) Teorias situacionais: tanto os autores que buscaram delinear o perfil do líder

quanto os autores que procuraram estabelecer o estilo ideal de liderança

omitiram em suas pesquisas a análise do ambiente que cerca a relação

líder/subordinado. Eles procuraram identificar um perfil/estilo ideal para o líder,

que seria o mais indicado em qualquer situação. Um terceiro grupo de autores

começou a trabalhar com duas outras variáveis determinantes da eficácia do

líder: as características do liderado e as circunstâncias ambientais da

organização. Não existiria, desta forma, um perfil ideal de líder, nem um estilo

ideal de liderança, mas um estilo mais adequado à situação existente. Os

autores que apoiam esta corrente contestam a idéia de que a liderança é um

dom nato. Para eles, os administradores podem e devem ser treinados para

serem líderes. Bergamini (1997, p.103) aponta ainda dois aspectos comuns às

definições de liderança:

“ Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança

esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou mais pessoas. Em

segundo lugar, fica evidente tratar-se de um processo de influenciação

exercido de forma intencional por parte dos líderes sobre seus seguidores.”

O que podemos considerar, no estudo da liderança, é sua relação com o

aspecto de motivação das equipes. Talvez o termo “influenciação” utilizado por

Bergamini não reflita exatamente o que as modernas concepções acerca de

liderança têm proposto.

Bennis e Nannus (1988, p.15), ao escreverem sobre a questão, propõem

que líderes são aqueles que “delegam poder aos empregados, a fim de que

eles procurem novas maneiras de atuar”. Ramos (1989, p.146), ao modelar a

nova organização como uma interação de homens parentéticos, apresenta o

líder como “um agente capaz de facilitar o desenvolvimento de iniciativas

livremente geradas pelos indivíduos, passíveis de se amalgamarem sob a

forma de configurações reais”. Em outras palavras, um agente de motivação.

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Max De Pree (1989, p.34) refere-se ao líder como um servidor da organização

e das pessoas que trabalham com ele.

Todas estas afirmações possuem um traço em comum: o líder deve

proporcionar ao seu liderado o apoio necessário à motivação no trabalho. Em

outras palavras, não cabe ao líder influenciar o liderado a alcançar um dado

objetivo. A motivação para o alcance do objetivo deve ser intrínseca ao

trabalhador. Ao líder, cabe o papel de facilitador.

A própria Bergamini (1997, p.105), ao analisar a relação entre liderança

e motivação, constata que “esses dois termos, a partir de um determinado

momento, parecem definitivamente unidos na teoria e na prática por uma

relação de causa e efeito”. A autora salienta, entretanto, que a função do líder

não é motivar seus liderados, pois a motivação é uma força intrínseca, mas

cabe ao líder manter seus liderados motivados. Esta proposta baseia-se na

premissa de que “quando aceitam um novo emprego, as pessoas, em geral,

estão cheios de esperanças e acalentam expectativas, sendo, por isso,

depositárias de um rico manancial de motivação”. Entretanto, não é sempre

que o líder irá se deparar com uma equipe voluntariamente motivada. Muitas

vezes, ele precisa saber criar um ambiente no qual o trabalhador possa

despertar o seu potencial motivacional. É certo que esta tarefa é muito mais

difícil do que apenas manter o trabalhador motivado. Por isso, todo esforço no

sentido de não desmotivar um trabalhador é fundamental no processo de

liderança.

Assim, é possível dizer que ao líder cabem dois papéis fundamentais:

a) Auxiliar na alavancagem da energia motivacional nos liderados. Não se trata

aqui de incentivar os colaboradores ao alcance do objetivo proposto. O papel

do líder é, antes de tudo, desenvolver um ambiente de trabalho no qual o

trabalhador possa ativar sua motivação intrínseca. Conforme foi proposto

anteriormente, isto pode ser conseguido através de três ações conjuntas:

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despertar no funcionário o sentido do trabalho, estimular sua participação e

proporcionar-lhe educação.

b) Manter a energia motivacional dos liderados. Se, por um lado, é impossível

motivar alguém, por outro lado é muito fácil desmotivar uma pessoa. O líder,

através fundamentalmente de uma comunicação correta e de um adequado

esforço de reconhecimento, precisa estar constantemente preocupado em

manter a motivação do seu liderado.

A partir das análises feitas, é possível, então, conceituar liderança como

a capacidade de acionar e manter a motivação dos colaboradores para o

alcance dos objetivos propostos pela organização. Pode-se, assim, conceber o

líder como o administrador empenhado em promover o crescimento de seus

subordinados rumo à participação e à criatividade, utilizando-se, para tanto, da

delegação e tornando-se, assim, como disse Max De Pree (1989, p.46), um

servidor.

3.4 LIDER X CHEFE

Ser líder não é ser o “chefe” ou o “gerente”, é muito diferente disto. Para

continuar líder de qualquer tipo de grupo, a pessoa deve ter conhecimento e

habilidade necessária para poder guiar o grupo no cumprimento de suas

tarefas.

Segundo Tourinho (1981, p.58) chefe é alguém que exerce o poder de

mando em virtude de uma autoridade oficial ou oficiosa. Líder é uma pessoa

que, graças à própria personalidade e não a qualquer injunção administrativa,

“dirige um grupo com a colaboração dos seus membros”. Para os que

compõem o grupo, liderança pode ser sinônimo de prestígio, de manutenção

de determinado posto, de realização de atividades importantes para o grupo ou

de uma relação emocional entre o líder e o grupo. Paralelamente a isso, pode

estar associado o cargo que a pessoa exerce ou não; decerto deve-se verificar

o grau de influência que essa pessoa exerce sobre os demais e como isso se

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dá, ou seja, qual a forma sob a qual a liderança é exercida. Certamente, não há

um consenso acerca de um único sentido para o termo líder. O que é

incontestável é que o termo seja aceitável para todos os interessados em

liderança.

A palavra liderança é usada não só para designar quem comanda

(chefe) como para quem guia (líder). Na prática, há enormes diferenças nos

tipos de liderança. Às vezes o chefe não lidera e sim tem um poder autoritário

sobre os liderados. Já o líder é a pessoa que tem influência sobre os membros

do grupo ou equipe.

Um outro ponto fundamental mencionado por Tourinho (1981, p.64) e

que se constata na prática, é a dificuldade de anuência da chefia com a

liderança, pois o chefe tem a obrigação de defender os interesses da empresa,

já o líder volta-se ao desejo intenso de alcançar um objetivo, um alvo, um fim

para o seu grupo.

“ O líder da tarefa de um grupo é muito atraente, porque possui as perícias ou

características a que o grupo dá alto valor, mas ele não é altamente acessível.

[...] O líder-emocional é altamente acessível, porque os outros sentem que ele

é uma pessoa à qual podem queixar-se, lamuriar-se, demonstrar afeição, ou,

por quaisquer outros modos, demonstrar seus sentimentos; mais atraente do

que outros membros do grupo, embora não tanto quanto o líder da tarefa.

(SHEPHERD, 1969, p. 83) “

De acordo com Max De Pree (1989, p. 65) o líder tem que ficar atento,

uma vez que “entre as principais queixas a respeito dos líderes de equipe estão

a inabilidade desses elementos para coordenar boas reuniões, envolver todas

as discussões, resolver conflitos e utilizar eficazmente todos os recursos

humanos da equipe”.

O líder é a pessoa que ajuda o grupo a atingir suas metas; possibilita a

satisfação das necessidades dos membros. Por exemplo, na relação familiar

essa liderança pode ser o pai, a mãe, o irmão mais velho ou um parente

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próximo, visto que a liderança propriamente dita significa o poder de influência

sobre as pessoas.

Para tanto, será observada a afetividade, o carisma, até mesmo o poder

financeiro que a pessoa exerce sobre os demais parentes. Mas será sempre

aquela pessoa que está à frente na família, chefiando, encaminhando,

dirigindo-a, dando lhe uma direção.

No entendimento de Katzenbach & Smith (2001, p.81) “ as equipes são

beneficiadas pela liderança múltipla na qual o papel de comando muda dentro

do grupo conforme a necessidade. O líder adapta-se à organização, contudo

deve ser capaz de impulsionar os seus gerenciados, com habilidade, respeito,

deferência e ainda, estimulá-los para que todos sigam num grupo coeso. “

Entretanto, Max De Pree (1989, p.72) suscita ainda dentre outras

atribuições do líder de equipe, algumas habilidades de processo positivo como

interagir com idéias e estímulos a discussões, saber e ter argumentações, bem

como saber ouvir para uma melhor comunicação; incentivar os membros dos

grupos que são mais tímidos a participar mais e os mais falantes a não exceder

os limites, criando um clima natural no qual os membros sintam-se à vontade

para que se expressem com sinceridade opondo seus pontos de vista. Em

suma, o líder deve utilizar de consenso para chegar a uma conclusão sobre

determinado assunto sobre o qual a equipe esteja discutindo.

O papel do líder neste milênio é muito mais de um mentor, guia e

orientador do que propriamente o de um “chefe”. Não devemos confundir

liderança com chefia, pois existem grandes diferenças comportamentais entre

liderança e chefia. São elas:

� O chefe conduz, o líder aconselha;

� O chefe inspira medo, o líder entusiasmo;

� O chefe diz “EU”, o líder diz “NÓS”;

� O chefe se preocupa com as coisas, o líder com as pessoas;

� O chefe colhe os louros, o líder os distribuir;

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� O chefe enxerga o hoje, o líder contempla o amanhã. (BAGGIO, 2007,

on line)

3.5 ESTILOS E TEORIAS SOBRE LIDERANÇA

Uma liderança ideal é algo difícil de ser definido, tendo em vista que um

estilo adotado por um líder pode ser extremamente eficaz em determinada

situação e, num outro momento, o mesmo estilo poderá ser totalmente

inadequado. Por exemplo, um líder de presença marcante, de idéias definidas,

o tipo conhecido como “personalidade forte”, pode ser um agente

impulsionador para uma equipe composta de pessoas mais dependentes e que

possuem uma tarefa a ser cumprida num curto espaço de tempo. Por outro

lado, este estilo de liderança poderia causar a desmotivação em pessoas mais

maduras, que se realizam ao efetuar suas atividades com autonomia.

Na verdade, esta dificuldade em definir um estilo ideal de liderança não

nos impede de analisar as muitas formas de liderar, bem como sobre os

resultados alcançados por estas ou sobre seus “efeitos colaterais”.

A controvérsia entre os que defendem que uma pessoa já nasce com

determinados traços de personalidade para liderar e os que acreditam que a

habilidade de liderança é algo adquirido, através das experiências de vida, já

não causa tanta polêmica, pois na prática, percebemos que pessoa alguma

lidera sempre, em qualquer situação, como já comentamos anteriormente.

Logo, a teoria dos traços de personalidade não encontra muita sustentação.

É comum, entretanto, encontrar pessoas defendendo que o líder já

nasce pronto. Na maioria das vezes, estas pessoas percebem que os líderes

possuem características pessoais que lhes proporcionam esta habilidade, mas

cientificamente não podemos afirmar que eles já nasceram com estas

características.

Segundo Chiavenato (2002, p.137) a teoria mais conhecida que explica

a liderança por meio de estilos de comportamentos, sem se preocupar com

características pessoais de personalidade do líder refere-se aos estilos de

liderança “autocrática” e a “democrática”.

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O líder autocrático é mais conhecido como “chefe”. Seria aquele

condutor que define o que e como deve ser feito. Podemos supor que se é ele

quem define tudo, este acredita ser a sua opinião sempre a mais correta e

ainda serem seus subordinados pouco merecedores de confiança. Fica nítido

que a atenção principal deste líder está voltada para as tarefas e não para as

relações humanas de seu grupo. Baseia seu poder geralmente na posição

(cargo) que ocupa.

Já o líder democrático busca compartilhar suas decisões e atividades

com os outros membros do grupo. Podemos dizer que ele possui outra visão

do ser humano e de si. Caso acredite que todos devam participar do

planejamento e execução da tarefa, podemos supor que não acredita ser o

dono da verdade e que todos possuem condições de agir com autonomia e

responsabilidade. Sua atenção está voltada principalmente para as relações

interpessoais e vê seu poder baseado na credibilidade que o grupo lhe atribui.

Esta teoria, que divide a liderança em autocrática e democrática, é

antiga e simplista. No entanto, podemos perceber que a maioria das outras são

embasadas nesta classificação.

Quando saímos da teoria, podemos observar que raramente um líder

possui apenas um estilo, que seja sempre autocrático ou sempre democrático.

Ou ainda que, embora seja predominantemente democrático, não possa

também possuir uma grande atenção para a tarefa.

Para Chiavenato (2006, p. 18-19) a liderança “(...) é essencial em

todas as funções da Administração: o administrador precisa conhecer

a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar”.

Entende-se por liderança a percepção do grupo em relação ao líder,

que consegue influenciar, persuadir e argumentar sobre pessoas.

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Esta “mescla” de estilos na mesma pessoa pode ser extremamente

benéfica. Como já disse anteriormente, a defesa de apenas um estilo como

sendo o mais adequado é praticamente impossível, já que existem inúmeras

situações pelas quais um grupo pode estar passando e que exigirá uma forma

ou outra de liderança. Fatores como a maturidade dos membros do grupo, o

relacionamento grupal, as crenças e valores pessoais, as diferentes tarefas que

serão cumpridas e os prazos para execução, entre outros, deverão certamente

influenciar no comportamento do líder.

Diante desta constatação e após exaustivos estudos nos mais diversos

segmentos da sociedade, uma equipe de psicólogos, coordenada por Paul

Hersey (Universidade de Ohio), sistematizou a teoria da liderança situacional.

Com este raciocínio, podemos analisar as diferentes situações com que nos

defrontamos diariamente e conseqüentemente, os estilos mais adequados para

lidar com cada uma delas. Podemos, por exemplo, verificar o grau de

motivação, o comprometimento e o preparo técnico da equipe que lideramos.

Suponhamos, a partir disto, quatro situações diferentes:

1) Numa equipe extremamente motivada, comprometida em alcançar o

sucesso e bem preparada tecnicamente, podemos supor que a atenção do

líder deverá estar voltada apenas para a definição de objetivos e verificação

dos resultados.

2) Numa outra situação, podemos nos deparar com uma equipe formada por

pessoas altamente capacitadas, porém não demonstrando motivação e

comprometimento com os resultados. Neste caso, o líder não se preocupará

com aspectos técnicos na execução das tarefas, mas estará voltado para o

incentivo e estímulo dos participantes.

3) Pensemos numa outra situação, inversa da descrita acima: uma equipe

motivada e comprometida, porém incompetente para a realização das tarefas

exigidas. Neste caso, o foco principal do líder deveria ser a capacitação técnica

dos demais, através de treinamento.

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4) Por fim, vamos imaginar um grupo de pessoas desmotivadas,

descomprometidas e incompetentes. Aí, a atenção do líder necessitaria estar

voltada para todos os aspectos discutidos nas situações anteriores.

Assim, fica clara a necessidade do líder desenvolver sua sensibilidade e

percepção, “diagnosticando” sua equipe, para que possa definir

deliberadamente como irá atuar.

Não podemos esquecer que, em qualquer situação em que uma equipe

possa estar, o líder nunca deverá perder de vista suas funções básicas de

gerenciador, com atenção concentrada nos objetivos e resultados. Por fim,

seria fundamental lembrar que uma mesma equipe, assim como cada

indivíduo, passa por diferentes graus de maturidade, ao longo de sua

existência. Isto é importante para que não rotulemos as equipes de maduras ou

imaturas. E convém lembrar: a responsabilidade de tornar uma equipe cada

vez mais madura é fundamentalmente do líder.

De acordo com Hersey e Blanchard (1986, p.187) a chave da utilização

da Liderança Situacional consiste em avaliar o nível de maturidade dos

liderados e comportar-se de acordo com o modelo. Na Liderança Situacional

está implícita a idéia de que o líder deve ajudar os liderados a amadurecer até

o ponto em que sejam capazes e estejam dispostos a fazê-lo. Esse

desenvolvimento dos liderados deve ser realizado ajustando-se o

comportamento de liderança, ou seja, passando pelos quatro estilos.

Segundo esta perspectiva, a liderança é algo que já nasce com a

pessoa, é algo que lhe está intrínseco, é possuir uma série de características

(tais como a sociabilidade, a fluência verbal, a inteligência, a iniciativa, a

sensibilidade às necessidades das outras pessoas, a autoconfiança) que os

distinguem de imediato dos não líderes.

Dado que a liderança é uma questão de traços, a melhor maneira de

avaliar da capacidade de uma pessoa ser um líder é através de questionários e

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testes de personalidade e de aptidões. A grande dificuldade em aplicar esta

Teoria era isolar um conjunto finito de traços e características bem definidas

possuídas por todos os líderes e seguidamente assegurar que estas

características não estavam presentes nos não líderes. Assim, nos anos

cinqüenta, chegou-se à conclusão de que a definição de traços e

características comuns dos líderes não era suficiente para definir o que é

liderança. Daí, os investigadores começaram a procurar nos comportamentos

em grupo uma resposta para a verdadeira definição de liderança.

De acordo com a teoria Situacional de Fiedler, é muito difícil para um

gestor alterar o estilo de gestão com o qual teve sucesso. Assim, como os

estilos são relativamente inflexíveis e já que nenhum estilo é apropriado para

todas as situações, a performance eficaz num grupo só pode ser atingida

tentando adaptar o gestor à situação ou mudar a situação de modo a encaixá-

la no estilo do gestor.

Fiedler mediu o estilo de liderança numa escala que indicava “o grau no

qual um homem descrevia favorável ou desfavoravelmente o seu co-

trabalhador” (least preferred co-worker - LPC). Os líderes que classificavam o

colaborador menos preferido de uma forma muito negativa obtêm uma

classificação baixa na escala LPC (eram líderes com um estilo orientado para o

controle das tarefas e menos preocupado com as relações humanas). Os

líderes que classificavam de uma maneira mais positiva o seu co-colaborador

menos preferido, obtinham uma pontuação elevada na escala LPC (o seu estilo

tende a ser permissivo e orientado para as relações humanas).

O modelo de Fiedler teve o mérito de iniciar o debate sobre a idéia de

liderança situacional, mas suas proposições são muito questionadas por outros

pesquisadores. As críticas dirigem-se principalmente ao fato de que seus

questionários para medir o estilo do líder avaliam atitudes e não

comportamentos reais, que podem ser diferentes. O líder que está sendo

estudado pode dizer uma coisa e fazer outra. Além disso, outras características

da situação, como as competências dos subordinados e a própria competência

do líder são negligenciadas. Porém, manteve-se do modelo de Fiedler a idéia

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de que o líder deve flexibilizar seu comportamento a fim de ajustá-lo à situação.

Esta idéia foi decisiva no desenvolvimento subseqüente dos estudos sobre a

liderança.

A Teoria Situacional de Hersey e Blanchard (1986, p.190) reside na

tentativa de assegurar a possibilidade de escolha efetiva de um comportamento

do líder adaptado à situação. O fator de contexto utilizado para determinar a

escolha é a maturidade dos subordinados, avaliada em termos de grau de

capacidade e interesse em fazer um bom trabalho. Este modelo recomenda um

estilo de liderança dinâmico e flexível, pois consoante o grau de motivação e

experiência dos subordinados, o estilo do líder deve corresponder àquele a ser

utilizado.

Assim, na fase inicial há o estilo dedicado (elevado esforço de iniciação

de estrutura, mas baixo empenho na consideração - os empregados devem ser

familiarizados com as tarefas, regras e procedimentos de organização). Na

fase seguinte vem o estilo integrado (em que há um elevado empenho nos dois

parâmetros) - os empregados já estão familiarizados, mas ainda não estão

capacitados para funcionar sem estrutura.

Numa terceira fase, o estilo é relacionado (alta consideração, mas pouco

esforço de iniciação de estrutura) - os empregados têm mais habilitações e

aumenta a motivação, procurando alcançar maiores responsabilidades. À

medida que os seguidores se tornam mais confiantes, com mais experiência,

melhor direcionada, o líder começa a reduzir o grau de apoio e encorajamento.

Um dos pontos fortes nessa teoria é o reconhecimento da competência e

motivação como elementos importantes do processo de liderança e a

constatação de que a maturidade é dinâmica. Um problema dessa proposição

está na idéia de que as pessoas imaturas devem ser tratadas com o “uso forte”

da autoridade, criando-se a possibilidade de que essas pessoas não cheguem

a se desenvolver.

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A Teoria Situacional de Tannenbaum e Schmidt, é muito antiga mas é

válida sua análise mesmo nos tempos atuais, ela propõe três critérios para

avaliar a situação:

I – O gerente: a forma como o líder se comporta é influenciada principalmente

por sua formação, conhecimento, valores e experiência. Uma pessoa que

valorize a iniciativa e a liberdade, por exemplo, tende a dar prioridade aos

comportamentos democráticos.

II – Os funcionários: as características dos funcionários influenciam a escolha e

a eficácia do estilo de liderança. Para Tannenbaum e Schmidt, o dirigente

deveria proporcionar maior participação e liberdade de escolha para os

funcionários quando estes apresentassem as seguintes características, entre

outras: capacidade de identificar os objetivos da organização, desejo de

assumir responsabilidade e tomar decisões, experiência para resolver o

problema eficientemente, expectativa de participar e intensa necessidade de

independência.

III – A situação: o clima da organização, o grupo de trabalho, a natureza da

tarefa e a pressão do tempo caracterizam a situação na qual os estilos

funcionam com maior ou menor eficácia.

As teorias de Traços de Personalidade são mais antigas a respeito da

liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da

personalidade. Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns

traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas.

Assim, o líder apresenta características marcantes de personalidade por meio

das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. Essas

teorias foram influenciadas pela teoria do “grande homem”, defendida por

Carlyle (2001) para explicar que o progresso do mundo foi produto das

realizações pessoais de alguns homens que dominam a história da

humanidade. Essa teoria especifica alguns traços característicos de

personalidade que definem o líder, como:

- Traços físicos: energia, aparência pessoal, estatura e peso.

- Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e

autoconfiança.

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- Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade

administrativa.

- Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e

iniciativa.

Um líder deve inspirar confiança, ser inteligente e decisivo para ter

condições de liderar com sucesso.

Os estudos de Liderança da Ohio State University, iniciados em 1945,

tentaram identificar várias dimensões do comportamento de líder. A equipe de

pesquisa definiu liderança da seguinte maneira: “Comportamento de um

indivíduo quando dirige as atividades de um grupo para a realização de um

objetivo”.

Os pesquisadores limitaram a descrição do comportamento de líder a

duas dimensões: Estrutura Inicial e Consideração. A primeira refere-se ao

comportamento do líder ao delinear a relação entre ele e os membros do grupo

de trabalho, bem como ao tentar estabelecer padrões bem definidos de

organização, canais de comunicação e métodos de ação. Já a segunda

dimensão sugere comportamento, que indica amizade, confiança mútua, afeto

na relação entre o líder e os membros de sua equipe.

Através do estudo do comportamento de líder, a equipe de Ohio State verificou

que as duas dimensões anteriormente referidas são distintas. Uma não

depende da outra. Assim, o comportamento de líder, para esta escola, pode ser

descrito como uma combinação das duas dimensões.

A Rede Administrativa de Hersey e Blanchard (1986, p.194), ao discutir

conceitos de liderança da Ohio State University, de Michigan e da Dinâmica de

Grupo, concentram-se em dois conceitos teóricos; um deles acentua a

realização de tarefa e o outro foca o desenvolvimento de relações pessoais.

Estes conceitos foram, segundo os autores, popularizados por Robert

Blake e Jane Mouton, em sua Rede Administrativa. Neste modelo, são

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localizados cinco tipos diferentes de liderança, desenvolvidos em cima dos

quadrantes identificados pelos estudos da Ohio State University. São eles:

- Empobrecido: esforço mínimo para que se realize o trabalho para se manter

na organização;

- “Country” Clube: atenção para as relações entre as pessoas se dá de forma

amistosa e agradável dentro da organização;

- Tarefa: eficiência de operações resulta numa interferência mínima de

elementos humanos;

- Meio Termo: equilíbrio entre a necessidade de realização do trabalho e a

manutenção do moral das pessoas em nível satisfatório; e,

- Equipe: trabalho com pessoas interessadas num objetivo comum, havendo

relações de confiança e respeito.

- diferença básica entre os modelos da Ohio State e Rede Administrativa

centra-se no fato de que este tende a ser um modelo de atitude que mede as

predisposições de um administrador, enquanto que a primeira aborda o

aspecto comportamental que examina como as ações do líder são percebidas

por outros.

3.6 O LIDER E O PROCESSO DE MOTIVOÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Segundo Volpato (1998, p.82), um dos pontos em que a motivação é

considerada muito importante diz respeito ao sucesso empresarial,

entendendo-o como uma forma efetiva de alcançar a realização de um projeto

ou uma gestão.

Tanto sob o ponto de vista da administração, como dos trabalhadores, o

sucesso é um tipo de motivação que não nasce sozinho, depende tanto da

tecnologia adotada na organização como do desempenho e da qualidade

exercida pelas pessoas que ali trabalham em torno de um mesmo objetivo.

Sob o ponto de vista da administração estratégica, a conotação do trabalho e

da motivação deve estar em sintonia com o sistema de valores estabelecido

pela cultura da organização. Sabe-se que a cultura organizacional está

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intimamente ligada ao conjunto de valores pessoais a ponto de exercer

influência em todo o sistema empresarial.

Chiavenato (1999, p. 257) acredita que a liderança é essencial às

organizações e “é necessária em todos os tipos de organização

humana, principalmente nas empresas e em todas as demais funções

da administração: o administrador precisa conhecer a motivação

humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar”.

O desenvolvimento do processo motivacional na organização é o

elemento chave de uma gestão estratégica e de resultados. Seu grande

diferencial se dá por meio do equilíbrio da capacidade produtiva e da motivação

dos trabalhadores. Este, porém não ocorre sem um conjunto claro e expressivo

de valores.

Os valores são entendidos como uma crença no que é valioso ou

relevante, princípios ou padrões considerados importantes por determinada

pessoa ou grupo. Cada organização define seus valores no que considera

merecer mais atenção.

Volpato (1998, p.82) afirma que para conhecer quais são os valores

numa organização é necessário entender o que baliza as prioridades e

caminhos que se desejam seguir na busca de seus objetivos, ou qual a visão

de futuro da organização com relação aos seus colaboradores e consigo

mesma.

Entende-se que o processo motivacional deve estar em concordância

com os valores internos e externos da organização, pois para que haja um

consenso na busca de produtividade e conseqüentemente lucratividade, a

organização seguida de seus colaboradores internos, precisa estar na busca

constante de satisfação de nível operacional e pessoal.

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Percebe-se que para solucionar problemas de desmotivação no local de

trabalho se pressupõe a adaptação às mudanças ambientais e organizacionais.

A resolução de problemas desta ordem requer também uma administração dos

recursos humanos de forma estratégica.

Para Volpato (1998, p.83), apesar dos enormes avanços na área

comportamental das organizações, trabalhadores ainda se ressentem da falta

efetiva de comunicação entre setores, da troca de “feedback” entre chefias e

trabalhadores, do planejamento propriamente dito e do excessivo controle nas

decisões e ações individuais ou grupais.

É através destes fatores que se pode ter noção de como anda o nível de

satisfação e conseqüentemente a motivação dos funcionários dentro da

organização. A participação de um profissional motivado é fator determinante

da eficácia, pois ele será o operador de equipamentos, o executor dos

procedimentos e o responsável pelo cumprimento das metas.

A percepção da importância das pessoas como tais e não como

números dentro da empresa permitirá que a organização redescubra talentos

que poderão contribuir positivamente para o bem comum na empresa gerando

maior produtividade.

Segundo Volpato (1998, p.83), todos os trabalhadores são fontes

sublimadas de inovação dentro do processo produtivo e podem contribuir por

meio de seu conhecimento tácito, intervindo no sistema de rotinas e

procedimentos, com sugestões ou opiniões, consolidando assim uma maior

integração com o seu meio de trabalho, deixando de serem simples executores

de tarefas para serem sujeitos da ação, isto é, passando de sujeitos passivos

para ativos.

Para que isso aconteça nas organizações, são necessárias mudanças

comportamentais em todos os níveis da empresa. Faz-se necessária a criação

de um ambiente motivacional para a inovação.

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Volpato (1998, p.83) acredita que esse ambiente ultrapassa a simples

mudança e requer a adoção de uma nova filosofia de trabalho, fazendo com

que o trabalhador, por meio de seu conhecimento e trabalho, sinta-se motivado

para inovar. Separar o trabalho manual do intelectual e romper com a visão

fordista tornase uma necessidade fundamental para a criação de um ambiente

motivacional à inovação.

Atuando dessa forma, contribui-se para atingir níveis almejados de

competitividade e produtividade nas empresas e progressivamente fazer das

inovações procedimentos permanentes nas organizações. Deste modo, haverá

constante atualização de todos os membros da empresa e estes poderão estar

sempre buscando e alcançando a motivação em suas respectivas funções.

Outro elemento de motivação utilizado por empresas preocupadas em

criar um ambiente propício à inovação e a criatividade, expressando seus

valores em busca da produtividade, é o cuidadoso alinhamento dos sistemas e

recompensa.

De acordo com Volpato (1998, p.85), as organizações centradas nas

pessoas não destacam o dinheiro como fator primário de motivação, preferindo

salientar as recompensas intrínsecas do prazer, do crescimento, do trabalho

em equipe, do desafio e da realização. Para tanto, proporcionam aos

trabalhadores oportunidades constantes para que estes se sintam bem em

relação às suas conquistas, contando com o reconhecimento de pessoas com

quem se importam, como seus colegas e chefes.

Para Carvalho (1995, p.170), o empregado deve sempre sentir a relação

entre ele e o produto acabado no sentido do orgulho de dizer “eu fiz parte do

processo, eu colaborei neste feito”; isso é muito importante dentro das

organizações, um colaborador motivado produz mais e melhor.

A responsabiliade do líder é, por muitas vezes, maior que a capacidade

individual de carregá-la. Neste caso, o líder delega. Assim, ele pode dedicar-se

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a tarefas mais importantes, tendo ao seu lado homens capazes de substituí-lo

quando necessário.

3.7 O NOVO PAPEL DA LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Através do levantamento bibliográfico e da análise dos dados pode-se

constatar que há influência dos estilos de liderança na gestão organizacional,

pois se constatou que os líderes que não consultam sua equipe e que

apresentam dificuldades em se comunicar possuem como característica

predominante o estilo autoritário coercitivo, enquanto os líderes com bom

relacionamento interpessoal tendem a serem participativos na tomada de

decisões. Neste contexto, pode-se dizer que, conforme o estilo de liderança

predominante existe uma variação na forma com que se administra a

organização.

Para CHIAVENATO (1994, p.148-149), “o líder surge como um meio para o alcance dos objetivos desejados pelo grupo. O comportamento de liderança deve ajustar o grupo a atingir seus objetivos ou a satisfazer suas necessidades”.

Liderança é o processo de influenciar pessoas no sentido de que ajam

em prol dos objetivos da instituição. É a capacidade de levar alguém a

cooperar espontaneamente. Quando o gerente não tem liderança, o funcionário

adota a estratégia de fingir que faz ou que obedece e faz o mínimo necessário

para não perder o emprego. A liderança traz o poder sólido e sustentável. Para

falar de liderança é necessário que se faça uma explanação sobre o que vem a

ser organização.

Para Maximiano (2000) objetivos e recursos são as palavras chaves na

definição de administração e também de organização. Uma organização é uma

combinação de recursos que deliberadamente realiza algum tipo de objetivo

(ou conjunto de objetivos). Em outras palavras pode-se dizer que é uma

combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos

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coletivos, além de pessoas as organizações utilizam outros recursos, como

máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo, espaço e conhecimento. Um

sistema é um todo complexo e organizado, formado de partes ou elementos

que interagem, para realizar um objetivo explícito. “A administração é

profundamente influenciada pelas pressuposições implícitas ou explícitas a

respeito da natureza das pessoas” (Chiavenato, 1999).

A disciplina e a motivação decorrem dessas pressuposições. Como já

vimos anteriormente, há mais de quatro décadas, McGregor (1961) identificou

dois conjuntos de pressuposições aos quais denominou Teoria X e Teoria Y. A

Teoria X (abordagem tradicional), envolve convicções negativas a respeito das

pessoas e influencia o estilo de administração dos gerentes, moldando-os em

características autocráticas e impositivas. Ao contrário, a Teoria Y (abordagem

moderna), envolve convicções positivas que levam os gerentes a assumir uma

postura democrática e consultiva. De acordo com estas teorias pode-se notar

claramente a influência dos liderados na formação do caráter do líder. Pode-se

dizer que o líder hoje é aquele que se enquadra na Teoria Y, na qual o mesmo

tem respeito às pessoas e às suas diferenças individuais; assim como as

pessoas que o cercam, pois estas influenciam suas decisões positivamente.

“A confiança, ao mesmo tempo em que é recíproca pode ser também

uma conseqüência das atividades do líder” (BULLARA, 2003). O líder não é

aquele que consegue resultados através das pessoas, mas com as pessoas.

Enquanto no primeiro caso, o resultado é o fim em si mesmo, e as pessoas, o

instrumento, ou seja, usa as pessoas para se alcançar algo mesmo que para

isso seja necessário manipular; no segundo caso, o resultado é a

conseqüência natural do processo de liderança, e as pessoas estão em

primeiro lugar. Chega-se a um ponto onde a confiança mútua é manifestada.

Líderes e liderados realmente trabalham em conjunto visando a um objetivo

comum.

Como visto anteriormente, muitos autores fazem uma diferenciação

entre chefe e líder, outros comparam gerente e líder, há ainda os que chamam

de patrão e líder. Para Gibb (apud Penteado 1981) há uma distinção muito

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clara entre liderança e dominação. A Dominação é mantida através de um

sistema organizado e não por um reconhecimento espontâneo. O objetivo do

grupo é escolhido pelo chefe, de acordo com os interesses dele, chefe, sem ser

determinado pelo próprio grupo.

Na Dominação há pouco ou nenhum sentimento de participação na

consecução dos objetivos. Nas relações de Dominação há um abismo entre

chefe e subordinados e o chefe procura manter essa distância como uma ajuda

à coação que exerce sobre o grupo. Basicamente, essas duas formas de

influência diferem quanto à fonte da autoridade exercida: a Dominação não

leva em conta o consentimento. Ainda seguindo essa linha de raciocínio

Charles W. Johnson (apud Penteado 1981) faz algumas comparações entre o

patrão e o líder:

PATRÃO – Manda

LÍDER – Orienta

PATRÃO – Amedronta

LIDER – Entusiasma

PATRÃO DIZ – Vá!

LIDER Diz – Vamos!

PATRÃO – Baseia-se na autoridade

LIDER – Baseia-se na cooperação

PATRÃO Diz – eu

LIDER Diz – Nós

PATRÃO – Procura “culpados”

LIDER – Assume responsabilidades

Este paralelo mostra os diferentes pontos de vista de quem chefia e de

quem lidera. É indispensável realizar um esforço para ampliar a visão das

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empresas no sentido de acreditar que além das qualificações técnicas, são

necessárias também as qualidades de liderança, a fim de que a eficiência e a

eficácia sejam alcançadas e o êxito seja concretizado.

Segundo pesquisa da Harvard Business School, uma cultura forte e

flexível, baseada em valores compartilhados levou algumas empresas

americanas a, num período de 11 anos, faturarem quatro vezes mais, criarem

sete vezes mais emprego, terem suas ações aumentadas 12 vezes mais rápido

e obterem lucratividade 750% superior às com cultura rígida e autoritária.

Neste sentido, para sustentar as mudanças necessárias, é necessário

uma transformação pessoal dos níveis superiores das organizações, que

capacite os profissionais a responder, e não a reagir aos desafios. Reagir é o

fundamento da impulsividade ou da acomodação, de acordo com padrões

limitadores do passado – é “dirigir olhando pelo retrovisor”. Responder é a base

da responsabilidade, agindo de forma consciente, com referência no presente

(abertura) e no futuro (visão). Líderes responsáveis discernem as ameaças

imaginárias (modelos mentais pessoais) das reais (questões objetivas) e assim

enxergam oportunidades e criam uma visão motivadora. Valorizam o trabalho

em equipe e apoiam o aprendizado e a iniciativa. Não abrem mão da ética por

objetivos de curto prazo, pois sabem que a missão da empresa vai além dos

resultados financeiros.

No primeiro estágio da mudança – transformação pessoal – os novos

líderes têm de encarar seus medos e se tornar mais autênticos, aprendendo a

questionar verdades estabelecidas e práticas que limitam a evolução da

empresa. Por exemplo, libertam-se do pressuposto de que para crescerem e

estarem “bem na foto” e precisam ser viciados em trabalho. Eles se tornam

líderes facilitadores. Entre os desafios estão: ter clareza e apoiar os valores no

trabalho, estabelecer uma missão e uma visão pessoal e alinhá-las com as da

empresa, saber gerenciar a transição – isso é, libertar-se das atitudes de

gerente e apoiar as de líder – e ter as competências para lidar com o estresse.

No segundo estágio – competência emocional – eles aprendem a se

conectar com os seus colegas para fortalecer o espírito de equipe e de coesão

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interna. Tornam-se líderes colaboradores. Para isso, aprendem as habilidades

do líder-coach, como a capacidade de escutar de forma ativa e de fazer

perguntas desafiadoras (sem oferecer respostas prontas). Colocando desta

forma parece muito trabalhoso! Mas o fato é que enquanto muitos dirigentes

estão paralisados pelas possíveis conseqüências das mudanças listadas

acima, principalmente sobre o seu estilo de gestão, seus

competidores/concorrentes podem ter reconhecido serem elas o elemento

chave para criar organizações eficientes e de sucesso financeiro. Devemos

lembrar que “não são as organizações que se transformam, mas as pessoas”

(ZIEMER 2005).

O resultado final disto é o crescimento da organização como um todo. O

verdadeiro líder é aquele que percebe esta realidade. Tem plena consciência

de que não basta apenas conseguir resultados - ser eficaz. Torna-se

necessário pensar sobre o modo pelo qual se obtém tais resultados. Segundo

Hersey (2005), “ a liderança ideal é feita por quem sabe influenciar sem

manipular, é flexível na medida exata para se adaptar rapidamente a situações

diversas, não se deslumbra facilmente com o poder que o cargo lhe confere e,

acima de tudo, vibra quando os que estão à sua volta são bem sucedidos.”

Somente o verdadeiro líder tem essa intenção de ajudar ao seu grupo a ponto

de vibrar com uma vitória conjunta.

3.8 CONCLUSÃO

Os autores apresentados nesse estudo raramente se contradizem, pelo

contrário, todas as teorias acabam se completando. E todos afirmam que o

investimento em formação de lideranças competentes é uma tendência

adotada por todas as empresas de sucessos e garantem excelentes

resultados.

Depois desta profunda análise sobre os estilos de lideranças, os seus

benefícios e os impactos que podem causar em uma empresa, fica claro a

necessidade de investimento da Suprema na formação de seus líderes

Este trabalho, embasado em todos os autores apresentados, defende a

necessidade de implantação de um projeto de Formação de Lideranças na

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empresa Suprema Serviços Industriais Ltda. O que será mais detalhado nas

considerações finais a seguir.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1 RECOMENDAÇÕES

Analisada a situação da empresa Suprema Serviços Industriais ltda, e

com todo o embase fornecido pelos autores apresentados no Estudo Temático

podemos então traçar um plano de ações que terá como objetivo final

promover a Formação de Lideranças capazes de sustentar o crescimento

acelerado da empresa.

Segue abaixo a relação de Ações recomendas, as quais serão

dissertadas em seqüência:

- Definição dos Princípios da Empresa

- Treinamento sobre as Novas Políticas da Empresa

- Treinamento “ Líder Coach”

- Treinamento – Processo de Gestão Integrada

- Incentivo a Formação Técnica do Líderes

- Sistema de Avaliação e Feedbacks

- Implantação de Avaliação por Meritocracia

4.1.1 Definição dos Princípios da Empresa

Para entender o porquê de definir os Princípios da empresa, precisamos

primeiramente entender o que é Cultura Organizacional. Que bicho é esse?

As organizações são compostas por pessoas, cada qual vinda de

regiões diferentes, que possuem modos de agir e falar diferente, criação

paterna e influências culturais diferentes, e lógico, experiências profissionais

diferentes. Então como se liderar grupos tão adversos. É nesse ponto que

entra a Cultura Organizacional. A Cultura é imposta pela Alta Direção, no caso

da empresa Suprema pelos seus donos.

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Essa cultura deve ser vista por todos colaboradores como a forma

correta de agir dentro da empresa. E então ele fará tudo para se adaptar a

essa cultura, caso contrário ele mesmo se verá excluído do grupo.

A Suprema já possui uma Cultura Organizacional forte como visto no

Diagnóstico. Porém por se tratar de uma empresa de prestação de serviços,

essa cultura se perde e não conseguindo chegar nas pontas do processo.

Então a Direção deve se perguntar se a cultura da empresa está

chegando lá no meu Auxiliar de Serviços Gerais. Claro que a resposta é “não”.

Então como fazer para que chegue até ele? Aí entra o papel do Líder. Ele é os

olhos do dono em cada unidade.

Mas para que ele desempenhe este papel de forma adequada será

necessário que a Direção da empresa defina por escrito e de forma clara os

Princípios da Suprema. Estes princípios podem tratar como por exemplo de

como a empresa avalia o trabalho do colaborador, a preocupação da empresa

com a saúde e segurança no trabalho, a responsabilidade sócio-ambiental da

empresa, a preocupação da empresa com o crescimento individual de cada

colaborador e até sua preocupação com a sustentabilidade financeira da

organização.

Estes princípios escritos serão a ferramenta inicial para a mudança nas

Lideranças da empresa, que passam a saber como os donos esperam que eles

ajam. E assim possam também repassar esse entendimento aos seus

liderados.

4.1.2 Treinamento sobre os Princípios da Empresa

Após definidos os Princípios da empresa, deve ser feito um trabalho de

divulgação destes princípios. A sugestão neste caso é que seja feito um

caderno contendo todos estes princípios. Os quais serão enviados para o

endereço de cada colaborador, afim de que não só o colaborador, mas também

sua família tenha acesso e conheça mais sobre a empresa.

Já para Lideranças, deverá ser feito um treinamento específico sobre os

Princípios. Estes deverão ser reunidos e ali todos os princípios serão passados

a eles de forma mais abrangente. É essencial a presença da Direção neste

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treinamento. O objetivo é que os líderes consigam absorver ao máximo os

princípios e se tornem multiplicadores deles.

É importante que este treinamento seja realizado não só com os

Supervisores e Coordenadores, mas que, em datas diferentes, este

treinamento seja aplicado aos Administrativos das Unidades Operacionais, aos

Técnicos em Segurança e aos colaboradores que compõe o quadro do setor

Corporativo da Suprema. Pois de certo modo todos estes atuam como líderes

em dados momentos e exercem influencias em outros colaboradores.

4.1.3 Treinamento Liderança

Essa parte do plano de ações trata de um treinamento específico para

os Supervisores e Coordenadores da empresa, pois tem o objetivo de ensinar a

estes “chefes” a se tornarem Líderes.

Este Treinamento de Liderança deverá capacitar os lideres da empresa,

dando-lhes habilidades e capacidades específicas, que melhorarão sua gestão

dentro da empresa. Tais como, Visão ( saber enxergar o norte e direcionar sua

equipe ), Capacidade de Inspirar seus colaboradores, Boa Comunicação,

Motivação, Capacidade de dar feedbacks e de receber, Reconhecer talentos e

ter ótimo relacionamento interpessoal.

4.1.4 Treinamento Processo de Gestão Integrada

O Sistema de Gestão Integrada trata dos procedimentos internos da

Suprema. É de grande importância que todos os lideres de todas ás áreas

sejam treinados nos processos de cada setor da empresa, principalmente os

lideres de unidades externas.

Nesse treinamento os lideres entenderam como funciona cada processo

da empresa, os impactos de cada ação no processo de determinada área. E

passaram a enxergar a co-relação entre os setores de uma organização.

A líder saberá a quem recorrer em frente a problemas e a quem devem

prestar informações e prazo para se fazer isso.

Os dentre o material didático deste treinamento, deve-se entregar

também a cada líder uma pasta contendo a Procedimento Padrão de cada

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setor da Suprema e todos os procedimentos devem ser apresentados ao

treinandos.

4.1.5 Incentivo a Formação Técnica dos Líderes

Promover a formação técnica dos Supervisores e Coordenadores para

que tenham nível de conhecimento adequado a função. Por exemplo, para o

supervisor de uma unidade onde a operação principal é a extração mineral,

seria de grande valor se este supervisor possuísse formação técnica nesta

área.

4.1.6 Sistema de Avaliação e Feedbacks

Implantado o plano de ações, com todos os passos citados até agora, é

necessário também criar um método de avaliação de resultados para que a

Direção possa medir a eficiência do projeto de Formação de Lideranças.

Esta avaliação pode ser Qualitativa, através de questionários de

avaliação com temas comportamentais o RH junto com a Direção poderá

avaliar o desenvolvimento pessoal do líder. E também pode ser Quantitativa,

neste caso o desenvolvimento do líder é medido através de seus resultados,

sejam resultados financeiros, tournover, faturamento, quebra de máquinas,

retrabalho, margem ebtida, dentre outros.

Feita a avaliação deve haver sempre o feedback ao líder avaliado, sendo

apresentado a ele o resultado das avaliações e repassados os pontos bons e

os pontos de melhoria. O feedback deve ser feito pela Direção.

4.1.7 Remuneração por Meritocracia

Este é o ultimo passo recomendado neste projeto, já é utilizado por

diversas empresas e trará grandes resultados para Suprema.

Implementado o processo de Avaliação e Feedbacks, a empresa deve

criar metas para cada líder e cumprida as metas este receberá incentivos

financeiros ou prêmios pelo seu trabalho.

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As metas devem ser alcançáveis e a premiação deve gerar motivação

para que o líder se esforce ainda mais em sua função. Embora saibamos que a

motivação é intríseca, não se pode negar que premiações dentro da cultura

brasileira sempre gera maior intusiamo.

4.2 CONCLUSÃO

No diagnóstico deste trabalho foram identificadas dificuldades claras na

gestão de pessoas e comunicação interna da empresa Suprema. O que

resultava alto índice de rotatividade de pessoal, o que acarretava custo elevado

com mão de obra, e treinamentos, gerando perca de tempo de produção e

vários outros prejuízos à organização.

Então este projeto foi realizado com o objetivo de tratar a causa destes

problemas na sua origem. E o primeiro passo para este processo de melhoria é

ter lideranças fortes, capazes de gerir o maior patrimônio da Suprema, são as

pessoas, e ainda garantir uma comunicação clara entre os demais setores da

empresa e assim garantir a eficiência do processo como um todo.

As nas considerações finais foram apresentados o projeto de “Formação

de Lideranças”, divido por etapas, que a Suprema deverá seguir. Ao final

destas etapas, o resultado será um grupo de líderes bem formado e integrados

com os objetivos da empresa. E principalmente, capazes de sustentar o

crescimento acelerado do Grupo.

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