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1 RENATA CIDRAL DE LIMA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ESTRUTURA E GESTÃO DE PROCESSOS: ESTUDO NA EMPRESA CACER LTDA Trabalho de conclusão desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ – SC, 2008

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RENATA CIDRAL DE LIMA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ESTRUTURA E GESTÃO DE PROCESSOS: ESTUDO NA EMPRESA CACER LTDA

Trabalho de conclusão desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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Agradeço à minha família amada, minha

mãe, meu pai e meus irmãos, que me

deram educação, amor, carinho e apoio,

onde nasceram meus valores. Meu pai, a

quem tenho muito orgulho nessa vida, as

lembranças que guardo com amor,

sinto-o presente no meu coração, eu sei

que hoje, está ao lado de Deus, torcendo

por mim.

Agradeço a todos meus professores, pois

contribuíram para minha formação. A

todos que me ajudaram na construção

deste trabalho, em especial, meu

orientador de estágio, meus diretores e

colegas da CACER.

Agradeço a todos meus amigos, colegas

e demais familiares, pois tiveram

paciência e compreensão, nos momentos

em que estive ausente.

Agradeço principalmente a Deus, por ter

sonhado minha vida, demonstrado seu

amor, por estar me guiando e me

protegendo da escuridão, por me fazer

feliz e vencedora com estas realizações.

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“Só é útil o conhecimento que nos torna

melhores”

(Sócrates)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Renata Cidral de Lima

b) Área de estágio

OSM - Organização, Sistemas e Métodos.

c) Supervisor de campo

Regina Figueiredo de Souza

d) Orientador de estágio

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Comissária, Assessoria de Comércio Exterior e Representações Ltda

b) Endereço

Avenida Marcos Konder, 391, Centro, Itajaí – SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Geral

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Regina Figueiredo de Souza, gerente administrativo.

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 03 DE NOVEMBRO DE 2008

A Empresa CACER, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do

Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio

executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Renata Cidral de Lima.

______________________________

Josebel Figueiredo de Souza Diretoria

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RESUMO

O serviço especializado em comércio exterior vem sendo cada vez mais necessitado pelo mercado brasileiro, exigindo máxima agilidade nas respostas e margem mínima de erro igual à zero. É constante a troca de informações entre as entidades e as pessoas envolvidas neste setor, e para que haja perfeição no serviço prestado, estas empresas precisam estar atentas às exigências do mercado, adequando assim, sua estrutura organizacional aos processos. Esta pesquisa foi realizada na empresa CACER Ltda., prestadora de serviços de assessoria em comércio exterior, que teve como principal objetivo analisar a estrutura organizacional na perspectiva dos processos, identificando assim, os fatores restritivos e propulsores para o sincronismo entre a estrutura e os processos. A estratégia adotada na pesquisa foi o estudo de caso, utilizando o levantamento dos dados, através da entrevista não-estruturada com pessoas-chaves, o uso da observação participante e a análise documental, viabilizando a organização dos dados para a análise qualitativa. Com os resultados das análises da estrutura e dos processos, foram identificados os pontos positivos e os pontos negativos da empresa, estes resultados apontaram que a estrutura atual da empresa apresenta falhas e não está adequada aos processos. Sobre este aspecto, foram elaboradas as propostas de melhoria com base nas ferramentas da qualidade, configurando nova estrutura organizacional para adequar-se aos processos da empresa.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Processos; Estrutura Organizacional; Sincronismo.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Etapas do desenvolvimento do trabalho de estágio................................................. 15

Figura 2 – Ciclo de serviços.................................................................................................... 22

Figura 3 – A estrutura organizacional de Mintzberg.............................................................. 28

Figura 4 – Hierarquia departamental...................................................................................... 29

Quadro 1 – Participantes da pesquisa..................................................................................... 13

Quadro 2 – Fases de estruturação de organização por processo............................................ 30

Quadro 3 – Stakeholders da CACER..................................................................................... 40

Quadro 4 – Diagnóstico pontos positivos e negativos da empresa......................................... 56

Gráfico 1 – Organograma situação atual................................................................................ 46

Gráfico 2 – Unidade de negócio da CACER......................................................................... 47

Gráfico 3 – Áreas de suporte ao macroprocesso da CACER.................................................. 48

Gráfico 4 – Fluxo do processo de importação........................................................................ 49

Gráfico 5 – Fluxo do processo de exportação......................................................................... 51

Gráfico 6 – Fluxo de faturamento........................................................................................... 53

Gráfico 7 – Sugestão ao macroprocesso CACER................................................................... 57

Gráfico 8 – Organograma sugestão estrutural......................................................................... 59

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 10 1.2 Objetivo geral e específicos......................................................................................... 12 1.3 Aspectos Metodológicos .............................................................................................. 12 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio........................................................................ 12 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa.......................................................................... 13 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados...................................................... 14 1.3.4 Tratamento e análise dos dados.................................................................................. 15

2 REVISÃO TEÓRICA................................................................................................... 17 2.1 Administração: aspectos gerais.................................................................................. 17 2.1.1 As áreas da Administração......................................................................................... 20 2.1.2 Administração de Serviços......................................................................................... 21 2.1.3 OSM: conceitos e atividades...................................................................................... 22 2.2 Organização.................................................................................................................. 23 2.3 Estrutura Organizacional........................................................................................... 25 2.4 Métodos de estruturação organizacional................................................................... 30 2.5 Gestão por processos................................................................................................... 31 2.6 Mudança Organizacional............................................................................................ 34

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO............................................. 37 3.1 Caracterização da empresa......................................................................................... 37 3.1.1 Estrutura da empresa................................................................................................... 38 3.1.2 Stakeholders................................................................................................................ 40 3.2 Diagnóstico situacional: estrutura e processos.......................................................... 41 3.2.1 Macroprocesso............................................................................................................ 46 3.2.2 Análise de processos................................................................................................... 49 3.2.3 Escopo do processo..................................................................................................... 54 3.3 Sugestões de melhoria.................................................................................................. 57 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 63 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS.......................................................................... 65 APÊNDICE I: Roteiro da entrevista e observação......................................................... 67

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1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira já passou e continua passando por diversos estágios devido à

globalização e as políticas governamentais adotadas no país e que de fato refletem direta e

indiretamente no desempenho das indústrias. O comércio exterior brasileiro vem se

destacando nos últimos anos no cenário econômico em função do desenvolvimento industrial,

pela necessidade das empresas em competir no mercado, aumentando e melhorando sua

produção através dos avanços tecnológicos, configuração de processos e desenvolvimento de

competências.

O governo de certa forma incentiva à prática do comércio exterior, principalmente às

empresas exportadoras. O Brasil criou relações com quase todos os países do mundo. As

indústrias almejam pela priorização da eficiência e eficácia na prestação de serviços das

empresas ligadas ao comércio exterior, pela utilização intensiva de novas tecnologias e do

emprego sistematizado da informática, aprimorando a comunicação e a logística.

As organizações prestadoras de serviços especializados de comércio exterior

necessitam de eficiência em seus processos, precisam estar bem estruturadas para desenvolver

a troca de informações com praticidade e devem, principalmente, administrar bem seus

recursos, configurando-os de acordo com as necessidades dos ambientes, em virtude de que

possam obter vantagem competitiva sustentável no mercado.

A ciência da Administração, voltada a estes aspectos de Organização, Sistemas e

Métodos (OSM), busca estudar e desenvolver análises com objetivo de conhecer ferramentas

eficientes para organização obter melhor desempenho em seus processos. Estudar o melhor

método para a organização desempenhar seus processos de acordo com o ambiente em que se

insere, considerando sua estrutura disponível, algo para o sucesso.

A empresa CACER, prestadora de serviços gerais em despachos e desembaraços de

cargas de diversos segmentos industriais, opera com a parte burocrática destes processos

regulamentados por lei. A empresa serve como intermediário de seus clientes perante órgãos

fiscais do governo, entre outros, com especialização em nacionalização e internacionalização

de mercadorias que entram e saem do país.

Empresa familiar de sociedade limitada fundada há 30 anos, localizada próximo ao

porto da cidade de Itajaí, uma das primeiras na região operando no setor aduaneiro. Nesta

região é considerável o número de concorrentes e vem crescendo cada vez mais, por se tratar

de uma cidade portuária em que os empreendedores do ramo identificam-na como ótima

oportunidade de negócio.

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A empresa atualmente pretende melhorar seus processos configurando sua estrutura,

melhorando a comunicação entre as pessoas e a qualidade nos serviços. Opera com mão-de-

obra especializada e a maior parte da estrutura são recursos próprios, possui capacidade para

manter-se no mercado, mas deseja estar à frente da concorrência e melhorar seu desempenho.

1.1 Problema de Pesquisa

A CACER há 30 anos fornece serviços especializados em comércio exterior, vem

encontrando dificuldades para competir com eficiência e eficácia. Isto ocorre pela falta de

sincronismo organizacional que inclui a integração dos processos, a resposta rápida, o

relacionamento com clientes e fornecedores e sua estrutura, almejando todos na organização

com o mesmo objetivo.

Com isso, definiu-se como problema de pesquisa que orientou o desenvolvimento

deste Trabalho de Conclusão de Estágio: Quais os fatores restritivos e propulsores para o

sincronismo entre a estrutura organizacional e os processos da empresa CACER?

O estudo é importante para empresa, pois permitiu a análise e avaliação dos

processos com a estrutura organizacional, identificando os fatores restritivos e propulsores,

propondo melhorias, beneficiando a organização, visando fornecer maior satisfação aos seus

clientes.

Importante para o acadêmico de administração em contato com outras áreas,

abrangendo, no caso específico a qualidade, utilizou-se ferramentas para análise dos processos

e diagnóstico organizacional, na oportunidade que este aprimorou seu conhecimento e

desenvolveu o senso crítico, ao colocar em prática seu aprendizado. Para a Univali, no curso

de Administração, deu abertura a outra linha de pesquisa em estágio supervisionado,

explorando o estudo de processos em empresas de serviços especializados de comércio

exterior.

O trabalho é original para empresa estudada, pois até o momento não havia sido

apresentado nenhum trabalho desta natureza, abordando o tema sobre a gestão de processos.

Na produção de estágio, do curso de Administração da Univali em Itajaí, observaram-se

outros trabalhos relacionados a esta área, porém nenhum em empresas desta natureza.

Obteve-se facilidade ao acesso de todo material literário entre outras fontes de

pesquisa que fundamentaram o trabalho, sendo permitida a realização deste, com execução

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dentro do tempo e recursos financeiros necessários. Pelo fato de a empresa ser pequena e com

poucos funcionários o tempo para executar a pesquisa foi bem aproveitado.

1.2 Objetivo Geral e Específicos

Perante o contexto definiu-se o objetivo geral e os objetivos específicos que

orientaram o desenvolvimento deste trabalho.

Este trabalho teve como objetivo geral analisar a estrutura organizacional da CACER

na perspectiva dos processos.

Considerando o objetivo geral apresentado, determinaram-se os seguintes objetivos

específicos:

- Descrever a estrutura organizacional da empresa.

- Descrever os processos internos.

- Identificar pontos fortes e fragilidades.

- Verificar alternativas para o sincronismo entre a estrutura e os processos

- Propor melhorias para estrutura e os processos da empresa.

1.3 Aspectos Metodológicos

Os aspectos metodológicos do trabalho de estágio descrevem como foi realizado,

abordando os itens de caracterização do método, participantes da pesquisa, instrumentos de coleta de

dados, tratamento e análise dos dados e resultados do trabalho.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

A tipologia do trabalho trata-se de uma avaliação formativa, visando analisar a

estrutura atual, avaliar e propor melhorias a esta, para elevar o nível de qualidade na execução

dos processos da empresa. Segundo Roesch (2007), a avaliação formativa consiste no

diagnóstico do sistema atual para elaboração de sugestões para sua reformulação.

Para atingir os objetivos deste trabalho, utilizou-se o método qualitativo,

predominantemente de natureza exploratório-descritiva. A metodologia qualitativa pode

descrever, conforme Richardson (1999), a complexidade de determinado problema, analisar o

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envolvimento de certas variáveis, compreender e classificar processos vividos por grupos

sociais, bem como entender o comportamento dos indivíduos em profundidade.

A estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de caso, por ser o mais adequado para a

realização deste trabalho de estágio, o que viabilizou melhor análise da empresa como um

todo. Para Roesch (2007, p.201), o estudo de caso: “permite o estudo de fenômenos em

profundidade dentro de seu contexto e especialmente adequado ao estudo de processos e

explora fenômenos com base em vários ângulos”.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

Este trabalho de estágio foi realizado na CACER, empresa de serviços especializados

em comércio exterior, que possui atualmente, em seu contexto organizacional, trinta e três

funcionários, caracterizando assim a população desta pesquisa.

Porém, para a análise do processo, interessam-se apenas àquelas pessoas envolvidas

direta e indiretamente, sendo elas, denominadas de pessoas-chave. Dessa forma, adotou-se a

amostra intencional que, segundo Richardson (1999), compreende em relacionar

intencionalmente os elementos-chave de acordo com certas características estabelecidas no

plano e nas hipóteses formuladas pelo pesquisador.

Para realização, foram convidados informantes que detinham conhecimento sobre as

atividades e negócio da empresa, como segue no quadro abaixo:

CARGO FUNÇÃO QUE EXERCE QUANTIDADE

Gerente geral Supervisão e coordenação geral 1

Gerente de exportação Supervisão e coordenação de exportação 1

Gerente de importação Supervisão e coordenação de importação 1

Auxiliar ad. financeiro Operações financeiras 1

Auxiliar ad. de faturamento

Operações financeiras, faturamento e prestação de contas

1

Auxiliar de importação Operações de importação 1

Auxiliar de exportação Operações de exportação 1

Auxiliar de expedição Expedição de documentos e diversos 1

Quadro 1 – Participantes da pesquisa. Fonte – Elaboração da acadêmica.

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Sendo assim, as pessoas-chave abordadas na realização deste trabalho, foram três

gerentes e cinco auxiliares operacionais, ou seja, um de cada departamento. Durante o estudo

foi necessário consultar opiniões de alguns clientes, selecionados pelo critério de maior ou

menor movimentação de serviço e pela fidelização, ou tempo com que operam junto à

empresa.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Para alcançar o objetivo proposto neste trabalho, utilizou-se dados de fontes

primárias e secundárias. Conforme Roesch (2007), os dados primários são aqueles elaborados

e colhidos diretamente pelo pesquisador, através de entrevistas e questionários; já os dados

secundários são aqueles, já existentes na forma de arquivos, banco de dados, índices ou

relatórios.

Como fonte de dados primária, utilizou-se como um dos instrumentos de coleta de

dados a entrevista não-estruturada com cada gerente e um operacional de cada departamento,

coletando dados através de suas opiniões. Roesch (2007) afirma que a entrevista não-

estruturada visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais importantes de

determinado problema.

Para maior profundidade e conhecimento dos processos, utilizou-se como

complemento, a observação participante ou direta com a finalidade de relatar possíveis

fenômenos omitidos e/ou não relatados pelos entrevistados. Esta observação foi possível pelo

fato do pesquisador fazer parte do quadro funcional da empresa.

Roesch (2007) caracteriza por observação participante encoberta quando o

pesquisador é empregado da empresa em estudo, argumentando que neste caso, além do

trabalho estará observando, participando, conversando e interpretando os acontecimentos.

Para tanto, elaborou-se um roteiro para a entrevista e observação, em formato de

perguntas específicas, cujas serviram de apoio na coleta de dados, apresentado no Apêndice I.

Utilizou-se, também, como instrumento de coleta de dados, a análise documental,

com objetivo de investigar e buscar evidências da organização e de seus processos em

determinados documentos, tais como, manuais de procedimentos, políticas adotadas, entre

outros. Conforme Roesch (2007), é normal a consulta de documentos organizacionais como

fonte de dados, são utilizadas para completar entrevistas ou outros métodos de coleta de

dados.

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1.3.4 Tratamento e análise dos dados

As respostas das entrevistas, as observações realizadas e os levantamentos efetuados

por análise documental resultaram em dados e sua organização facilitou o alcance do objetivo

proposto neste trabalho de estágio, em poder analisar a estrutura e os processos da empresa.

Para análise, adotou-se a técnica da análise de conteúdo que, segundo Roesch (2007)

define as unidades de análise sobre as respostas obtidas dos entrevistados e de observações,

bem como categorias de análise e codificações para interpretação com base nas teorias que

fundamentam o trabalho. As categorias serão definidas pelas etapas do processo.

Após a análise por categorias, realizou-se a avaliação para verificar sugestões de

melhorias e posteriormente a elaboração do plano de implantação. No entanto, as etapas de

realização do trabalho estão definidas a seguir:

Figura 1 – Etapas do desenvolvimento do trabalho de estágio. Fonte – Elaboração da acadêmica.

Descrição da estrutura da

empresa

Descrição dos processos

internos da empresa

Analise de estrutura e processos

Avaliação estrutura e processos

Proposta de

melhorias

Levantamento

dados

Entrevista/ observações

Análise de documentos/ observações

Análise de conteúdo

Categorias de análise

Organiza

dados

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A figura 1 demonstra as etapas do trabalho, na seqüência, iniciando pelo

levantamento de dados através das entrevistas, observações e análise documental, a

organização dos dados possibilitando à análise de conteúdo e na seqüência a avaliação da

estrutura e os processos por categorias de análise, e posteriormente, a proposta de melhorias.

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2 REVISÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresentar-se-á teorias, argumentações e definições de pesquisadores

da ciência da administração, com o objetivo de fundamentar o tema proposto neste trabalho de

estágio, iniciando pelos aspectos gerais da administração, as principais áreas da

administração, funções e definições, em seguida os conceitos e atividades de OSM, a estrutura

organizacional, a gestão por processos e a mudança organizacional.

2.1 Administração: aspectos gerais

Conhecer a forma como historicamente se manifestou a administração é um ponto

fundamental do estudo, pois todo conhecimento tem uma mecânica acumulativa, histórica e

social, e vai se adaptando ao modelo mental de cada ser.

Sabe-se que as ciências são obras desvendadas pelo próprio homem e com a

Administração não foi diferente. Desde a era dos primitivos ela se fez presente, porém não

conhecida. O fato de o homem ter de caçar para sustentar e abrigar sua família já exigia

esforços e planejamento. Na idade média, a fabricação do artesanato e sua comercialização; a

nobreza com seus servos ou o senhor feudal com seus escravos, já manifestava práticas de

Administração sem ser reconhecida.

Segundo Perel (1977), a revolução industrial faz parte de um sistema tecnológico que

produz contínuas mudanças e as indústrias necessitam de administração. Historicamente, a

teoria clássica da administração preocupou-se em estudar e analisar apenas empresas

industriais, uma vez que os clássicos engenheiros consideravam a empresa sob o ponto de

vista de sua organização interna, sem incluir os aspectos externos do ambiente.

Para Lodi (1998), Oliveira e Silva (2006), a Administração Científica foi o

movimento inicial que evidenciou e fundamentou a administração como ciência e mostrou sua

importância a sociedade. Devido à sua contribuição para o movimento da administração

científica, Frederick W. Taylor está ainda hoje entre as figuras que mais se destacaram na

história do pensamento administrativo.

Afirma Perel (1977, p.24): “Taylor preconizou a necessidade de separar o trabalho de

planejamento do de execução”. Crainer (1999) admite que Taylor foi o primeiro e mais

sincero defensor do comando e do controle, afirmando ainda que o exame elaborado por ele

na escola de engenharia Stevens deveria ser obedecido e rigorosamente seguido pelos

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empregados para obter um melhor desempenho, ao indicar a maneira ideal para realizarem

suas tarefas.

Maximiano (2000), Oliveira e Silva (2006), afirmam que a Administração Científica

foi a primeira teoria da administração, enfatizando os problemas técnicos da organização e,

além de Taylor, teve outras contribuições importantes como Henry Gantt, que desenvolveu o

gráfico de Gantt, Henry Ford, que aperfeiçoou o sistema de trabalho e o casal Frank e Lilian

Gilbreth, que racionalizaram movimentos necessários para as tarefas.

O francês Henri Fayol começa a desenvolver a administração clássica ao formular

um conjunto de princípios de administração geral ou uma teoria de gestão com a divisão do

trabalho, segundo Oliveira e Silva (2006). Afirma Lodi (1998, p.46): “Fayol definiu as

funções da administração nos seguintes termos: planejar, organizar, comandar (dirigir),

coordenar e controlar”. Fayol defendia o princípio de unidade de comando, que um operário

deve ter apenas um chefe.

Outra contribuição importante da teoria clássica foi do alemão sociólogo Max

Weber, ao elaborar uma escola cultural orientada para a sociologia da burocracia, o que ficou

de herança até hoje. Conforme Lodi (1998), Stoner e Freeman (1999), Oliveira e Silva (2006),

a burocracia de Weber é definida como um sistema social organizado por normas escritas

visando uma racionalidade e igualdade no tratamento organizacional.

Para Lodi (1998), Oliveira e Silva (2006), a administração das relações humanas

começa com George Elton Mayo, o cientista professor e diretor de pesquisas da Escola de

Administração de Empresas de Harvard, coordenador do projeto de pesquisa na fábrica

Hawtorne. Um movimento que trouxe muitos melhoramentos nas condições de trabalho, no

treinamento de supervisores, no desenvolvimento de estudos sobre dinâmica de grupo e

comunicações.

Segundo Maximiano (2000), Oliveira e Silva (2006), após a Segunda Guerra

Mundial, surge então as idéias oriundas da Teoria dos Sistemas colocadas primeiramente por

Ludovic Von Bertalanffy, com um impacto significativo em todas as áreas do conhecimento.

Na área da Administração, passa-se a considerar as empresas como um sistema aberto.

Segundo Oliveira e Silva (2006), após a administração do desenvolvimento

organizacional, surge então uma das principais teorias modernas de gestão, a abordagem

contingencial, trata-se de um desdobramento da teoria dos sistemas com foco na teoria

organizacional, desprezando soluções universalistas e enfocando para contingências do

ambiente e da tecnologia como fatores determinantes da estrutura organizacional.

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Começam a surgir outras abordagens nestas últimas décadas, conforme Oliveira e

Silva (2006), e com enfoque na qualidade, administração participativa, administração

estratégica, entre outros, pois a crença generalizada é de que os sistemas burocráticos

tornaram-se inapropriados para a era atual, buscando organizações mais flexíveis,

descentralizadas e receptivas à inovação.

Neste contexto evolutivo a definição de Administração foi sofrendo alterações,

podendo ser descrita pelos autores apresentados a seguir.

Para Maximiano (2000), administrar é o processo ou ação de executar, realizar e

alcançar ações que utilizam recursos para atingir os objetivos. Já para Stoner e Freeman

(1999), administração é o processo de planejar organizar, liderar e controlar o trabalho dos

membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para

alcançar objetivos estabelecidos.

Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998) afirmam que administração pode ser o

trabalho com todos os tipos de recursos disponíveis da empresa, humanos, financeiros e

materiais, para atingir objetivos organizacionais, através do desempenho das funções de

planejar, organizar, liderar e controlar.

A administração e os administradores servem para tornar uma organização bem

sucedida em alcançar seus objetivos e satisfazer suas responsabilidades sociais e na vida

pessoal também desenvolve a administração quando se lida com recursos, até mesmos nas

profissões que requerem habilidades de planejamento, organização, controle e direção.

(STONER E FREEMAN, 1999, MAXIMIANO, 2000).

Pode-se identificar semelhanças nas definições citadas acima, pois todos os autores

relacionam a administração como ações selecionadas por pessoas para que lidem com seus

recursos da melhor maneira possível, alcançando objetivos e obtendo bons resultados.

Para Stoner e Freeman (1999), Maximiano (2000), Megginson, Mosley e Pietri Jr.

(1998), o processo administrativo envolve quatro ações: planejar, organizar, liderar e

controlar. O planejamento sendo o processo que define objetivos, atividades e recursos.

Organizar define o trabalho a ser executado, bem como suas responsabilidades e distribuir os

recursos disponíveis. Liderar ou dirigir consiste em influenciar e motivar os colaboradores a

realizar as tarefas e controlar, um processo que assegura a realização dos objetivos e identifica

a necessidade de modificá-los.

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2.1.1 As Áreas da Administração

A administração, segundo Maximiano (2004), envolve áreas ou funções

organizacionais, sendo elas, tarefas especializadas executadas por pessoas e grupos para o

alcance dos objetivos da organização.

Conforme Moraes (2000), a maioria das empresas encontran-se estruturadas por

áreas funcionais, entre as quais se destacam: produção e operações, mercadológicas

(marketing), finanças e recursos humanos. Coordenar todas essas funções especializadas é o

papel da administração geral.

Charnov e Montana (2003) caracterizam a administração da produção e operações,

como uma área de administração que desenvolve técnicas novas para aumentar a

produtividade.

Para Maximiano (2004), produção ou operações tem por objetivo básico, fornecer o

produto ou serviço da organização, envolve todos os tipos de operações para o fornecimento

de produtos ou serviços, transformando os recursos para fornecer bens e serviços ao público.

Quando se trata de prestação de serviços, os próprios clientes são processados e

transformados.

Maximiano (2007) afirma que o marketing tem a função de estabelecer e manter a

ligação entre a organização e as principais atividades são: pesquisa, desenvolvimento de

produtos, distribuição, preço, promoção e vendas. O autor relaciona a área de pesquisa e

desenvolvimento (P&D) com o marketing, pois a função da área é transformar as informações

de marketing junto às idéias originais e avanços da ciência, em produtos e serviços.

Segundo Maximiano (2007), a função financeira de uma organização objetiva a

proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, maximizando retorno dos acionistas ou

sócios, buscando manter certo grau de liquidez para a organização cumprir seus

compromissos. As decisões que a área financeira abrange: investimento, financiamento,

controle e destinação dos resultados.

Recursos humanos ou gestão de pessoas tem por objetivo principal, encontrar, atrair

e manter a mão-de-obra que a organização necessita, envolvendo atividades que começam

antes da contratação de pessoas e vão até após do desligamento dessas. (MAXIMIANO,

2007).

Conforme Charnov e Montana (2003), as principais atividades da gestão de pessoas

são: o planejamento de mão-de-obra, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento,

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avaliação de desempenho, remuneração ou compensação, higiene, saúde e segurança e

auditoria.

2.1.2 Administração de Serviços

Segundo Gianesi e Corrêa (1996), o serviço constitui de operações responsáveis em

produzir um bem intangível para o cliente, envolvendo expectativas e percepção deste pelo

serviço prestado, podendo satisfazê-lo, ou não.

Johnston e Clark (2002, p.55) afirmam que: “a maneira como a organização gostaria

de ter seus serviços percebidos por seus clientes, funcionários, acionistas e financiadores”,

propõe ao negócio, a maneira que o cliente percebe os serviços da organização. Sendo assim,

o serviço faz parte de uma função de marketing, cuja filosofia gerencial permite a organização

compreender como satisfazer as necessidades dos clientes, bem como seus objetivos.

Para Berry (1996), a excelência em serviços cria um diferencial competitivo para a

organização. A qualidade no serviço possibilita que a organização crie relacionamentos com

clientes, funcionários e demais interessados no negócio e a excelência em serviços deve ser

liderada por toda a organização, em harmonia com a energia e os valores.

Johnston e Clark (2002) apresentam a idéia do foco no serviço, que consiste em

concentrar esforços e atendimento num determinado segmento de clientes com faixa limitadas

de produtos por serviços, como por exemplo, algumas empresas de consultoria que focam o

fornecimento de serviços especializados a tipos específicos de clientes.

Para Tachizawa, Cruz Júnior e Rocha (2001) o setor de serviços especializados

refere-se às empresas de publicidade, consultoria, assessoria, auditoria, escritórios de

engenharia consultiva, entre outros que exigem formação e especialização de sua mão-de-

obra, conteúdo tecnológico e elevado grau agregado de conhecimento especializado. É o

aspecto em que a empresa CACER se enquadra, executando serviços especializados em

comércio exterior.

Johnston e Clark (2002) distinguem duas dimensões para foco nos serviços, sendo o

número de mercados servidos e faixa de serviços fornecidos, categorizam o serviço em quatro

tipos: serviço focado, mercado focado, serviço e mercado focados e serviço e mercados não

focados.

Para Tachizawa, Cruz Júnior e Rocha (2001), as principais estratégias de gestão de

processo em uma organização de serviço especializado, é a adoção de um banco de talentos e

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uma gerência proativa, de configuração matricial para a execução dos processos, cargos

flexíveis, formando equipes inter e multidisciplinares, ou seja, a gestão de processos neste

caso depende exclusivamente do desempenho de seus colaboradores.

Gianesi e Corrêa (1996) afirmam que o serviço possui um ciclo no qual é formado

por dois momentos críticos, os momentos iniciais, que preparam a percepção do cliente para

as próximas etapas e, os momentos finais do ciclo, formada a impressão do cliente percebida

no serviço, permanecendo mais forte na memória do cliente, o que irá influenciar nas suas

decisões e analisar se o serviço correspondeu com suas expectativas. Como segue na figura a

seguir:

Figura 2 – Ciclo de serviços. Fonte - Adaptado de Gianesi e Corrêa (1996).

2.1.3 OSM: conceitos e atividades

A Organização e Métodos (OSM) é uma das funções especializadas da

administração, responsável pela configuração da empresa na institucionalização de uma infra-

estrutura, definindo ou redefinindo processos e métodos de trabalho. Segundo Cury (2005), a

função de OSM tem como objetivo final a renovação organizacional através da manipulação

da empresa como um sistema social aberto em sintonia com suas variáveis internas e externas.

Início do ciclo Momentos iniciais

Final do ciclo Momentos finais

CICLO DE SERVIÇO

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Cruz (2002) atribui ao conceito de OSM o estudo das organizações por meio da

análise de cada uma das suas atividades, com objetivo de criar procedimentos que venham a

interligá-las de forma sistêmica.

Para que a função de OSM possa ser efetivada, Cury (2005) afirma que é necessária

sua institucionalização da empresa, devendo atuar em três cenários: o institucional, o dos

processos organizacionais e o dos métodos de trabalho.

Cury (2005) acredita que a OSM cumpre dois papéis importantes na organização:

assessorar a administração estratégica com participação das gerências e desenvolver projetos

de intervenções organizacionais através da análise administrativa. Algumas das atividades da

OSM e suas ferramentas são redesenhar processos empresarias e analisar a distribuição do

trabalho enfocando a qualidade.

Araújo (2001) afirma que os estudos de Organização, Sistemas e Métodos no

passado, era algo essencial para a consecução dos objetivos de racionalização e estruturação,

quando a mudança organizacional tinha sua origem através da análise estrutural e essa era a

maneira da OSM (antes O & M) atuar na organização. Acredita que a evolução de OSM não

acompanhou a evolução da teoria das organizações influenciada pelo ambiente tecnológico,

mas atualmente revela possibilidade de progresso e adaptação. O novo OSM assume forma

virtual, ligado diretamente ao ambiente da TI.

Da essência do estudo organizacional passa para a análise de processos pelo

surgimento de novos ingredientes de gestão nas organizações e, segundo Araújo (2001), a

OSM e suas ferramentas sempre serão úteis à medida que se integrarem aos novos

incrementos de ação organizacional.

Rocha (1998) define a OSM como sendo uma função mista de organizar e planejar,

que desenvolve na construção da estrutura de recursos e de operações de uma instituição,

como na determinação de seus planos, principalmente na definição dos procedimentos, rotinas

e métodos.

2.2 Organização

Jucius e Schlender (1981) definem a organização como uma função administrativa de

reunir os vários fatores e recursos necessários para a realização de planos, pois esta é baseada

no planejamento.

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Para Maximiano (2000), uma organização é um sistema de recursos que procura

realizar objetivos ou conjunto de objetivos e, as organizações constituem de sistemas, que é

todo um complexo organizado por partes ou elementos, que interagem para realizar um

objetivo explícito. Seus elementos mais importantes são seus objetivos, recursos, divisão do

trabalho e processos de transformação.

Oliveira e Silva (2006) caracterizam por organização, um grupo de pessoas que

interagem para realizar funções essenciais e alcançar metas. São sistemas compostos de vários

elementos, os principais são as pessoas e seus relacionamentos e a importância de uma

organização está em, civilizar a vida, servir à sociedade, realizar objetivos, preservar o

conhecimento e proporcionar carreiras.

Com base nas definições acima, pode-se caracterizar uma organização por um grupo

de pessoas e recursos unidos e disponibilizados, interagindo de modo a realizar objetivos.

As organizações são consideradas como unidades sociais de agrupamentos humanos

com o objetivo de atingir um ou mais objetivos específicos e conforme D’Ascenção (2001),

Oliveira e Silva (2006), existe a organização informal e a organização formal.

Segundo D’Ascenção (2001), Oliveira e Silva (2006), organização informal é fruto

da interação social de seus membros e desenvolvem-se naturalmente pela união das pessoas,

com o propósito de atender suas necessidades. A organização formal, representada na

Estrutura Organizacional, difere da anterior, estabelecendo formalmente as áreas de decisão

com a definição das respectivas responsabilidades e autoridades, e as coordenações

necessárias aos trabalhos que deverão ser executados pelas partes envolvidas.

Para Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998), Oliveira e Silva (2006) os tipos de

organizações formais mais populares são: organização de linha, organização funcional e

organização de linha-assessoria, definidas a seguir:

- Organização de linha, que desempenham atividades mais intimamente por sua

missão e identifica-se nela, autoridade única e absoluta do gerente sobre subordinados, a

comunicação é através de linhas representadas no organograma.

- Organização funcional que possui autoridade dividida, relativa ao grau de

especialização, sendo que um funcionário pode reportar-se e ser subordinado a um ou vários

gerentes, dependendo da atividade executada.

- Organização de linha-assessoria, que contratam pessoas para dar assistência em

alguns casos, há presença de características lineares e funcionais simultaneamente, as

unidades ou cargos possuem unidade de comando, mas também recebem assessoria de uma

unidade de apoio, bem como recebem autoridade funcional também.

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No contexto de formulação e gestão de estratégias, Mintzberg, Lampel, Quinn e

Ghoshal (2006) configuram a organização em: organização empreendedora, organização

máquina, organização profissional, organização diversificada, organização inovadora,

organização missionária e organização política. São distinguidas a seguir:

- Organização empreendedora que consiste numa estrutura simples, como uma

unidade com poucos gerentes e um grupo de operadores.

- Organização máquina, quando as tarefas tornam-se altamente especializadas e o

trabalho altamente padronizado.

- Organização profissional, que padroniza as atividades com pressão na

profissionalização.

- Organização diversificada, constitui em unidades da linha intermediária, como

divisões.

- Organização inovadora, consiste em segmentos que exigem especialistas de

diversas áreas e equipes criativas, por necessidade de inovar.

- Organização missionária, denominada por sua ideologia e membros encorajados a

união para executar funções de forma flexível, exercendo uma possível liderança em qualquer

tarefa.

- Organização política, sendo uma organização que não possui um comando definido

e separa suas partes diferentes.

Neste aspecto, a organização profissional é o tipo de organização identificada na

empresa em estudo, ao prestar serviços especializados, que exigem a padronização em suas

ações e profissionalismo de todos.

2.3 Estrutura Organizacional

Para D’Ascenção (2001), a estrutura organizacional sistematiza os componentes de

uma organização, dispondo-os de forma racional e lógica, de maneira eficiente, buscando

evitar o desperdício de recursos materiais, humanos, financeiros e de tempo.

Em OSM, Cury (2005) afirma que a estrutura envolve a disposição das diversas

unidades que compõem a empresa, como departamentos, divisões, seções, entre outros; além

das relações entre superiores e subordinados, envolvendo todos os processos da empresa e

seus sistemas.

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Para Oliveira e Silva (2006), a estrutura organizacional consiste no conjunto de

unidades que interligadas por meio de relações funcionais e hierárquicas, integram todos os

recursos da organização para alcançar objetivos ou metas traçadas. A estrutura organizacional

divide as atividades, define os responsáveis pela realização das atividades estabelecendo os

canais formais de comunicação.

Conforme Porter (1986), a estrutura da Indústria determina o comportamento das

organizações, levando a determinada performance das mesmas, uma vez que o

comportamento (estratégia) é definido pela estrutura da indústria em questão, caracterizada

pelo número e pelo tamanho relativo de concorrentes, compradores e vendedores, pelo grau

de integração vertical que existe, entre outros.

Para Seiffert e Costa (2007), os fatores que influenciam a elaboração da estrutura

organizacional para alcançar objetivos, envolvem as tarefas que devem ser desempenhadas, o

agrupamento destas para seu bom desempenho atribuindo responsabilidades as pessoas e

grupos, e a definição bem clara de papéis e responsabilidades.

Cury (2005) segmenta a palavra estrutura em duas partes, as partes físicas da

empresa (espaço, equipamento, bens e localização) e os elementos de trabalho (operações dos

processos, sistema de organização, entre outros).

Stoner e Freeman (1999) e Oliveira e Silva (2006) relacionam os tipos de estrutura

organizacional, sendo a estrutura funcional, a estrutura divisional e geográfica ou por

produto/mercado e a estrutura matricial, descritos a seguir:

- A Estrutura funcional quando as atividades são agrupadas por funções comuns às

pessoas envolvidas, uma departamentalização, cujas principais vantagens são a

especialização, a economia de escala e mais fácil supervisão.

- A Estrutura divisional e geográfica ou por produto/mercado quando grandes

empresas possuem grande linha de produtos e a alta administração enxerga a necessidade de

criar divisões semi-autônomas, com as pessoas envolvidas num produto, serviços ou num

mercado específico. A vantagem é que promove flexibilidade e mudança de cada unidade que

possibilita adaptação das necessidades do ambiente e descentraliza a tomada de decisão.

- A Estrutura matricial que consiste em combinar os benefícios dos dois tipos de

estrutura citados acima, gerando uma melhor especialização tecnológica nos negócios e na

produção coordenada de bens, dando ênfase ao produto e à função, ou ao produto e à

geografia, ao mesmo tempo. A delegação se faz horizontalmente e a divisão de produtos e a

estruturas funcionais são implantadas simultaneamente.

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Oliveira e Silva (2006) citam ainda, como abordagem mais recente da organização, a

estrutura horizontal, que organiza os funcionários para os processos centrais, concentrando

esforços e eliminando hierarquias verticais além de fronteiras entre unidades. Apresentam

também a estrutura híbrida que oferecem maior flexibilidade, pois combina características de

várias estruturas, extraindo o que elas têm de melhor para a organização em relação as suas

estratégias.

Charnov e Montana (2003) afirmam que na abordagem contigencial, a estrutura

organizacional mais apropriada depende da situação e consiste na tecnologia em particular, no

ambiente e em muitos outros fatores dinâmicos. No caso específico deste trabalho, deve-se

considerar o ciclo do serviço e suas operações.

Segundo D’Ascenção (2001), a estrutura organizacional pode ser definida também

como um sistema, sendo que os componentes da organização agem de forma dinâmica,

organizada e estruturada, sofrendo influências do ambiente interno e do ambiente externo. É

representada pelo organograma, ferramenta de OSM, gráfico que retrata, em dado momento,

como está estruturada a organização, visando à realização de um objetivo ou conjunto de

objetivos.

Para Cury (2005), o organograma consiste na representação gráfica da estrutura

organizacional com o objetivo em transparecer os órgãos componentes da empresa, funções

desenvolvidas por estes, a interdependência ou relações entre os órgãos, os níveis de

administrativos da organização, bem como a hierarquia de autoridade e responsabilidade.

Os fatores determinantes da estrutura organizacional, para Seiffert e Costa (2007)

pode ser o tamanho da organização em conjunto com outras variáveis, pois a formalização e a

complexidade não se compreendem através do tamanho, pode estar ligada ao fator tecnologia.

Mas, o fator determinante da estrutura deve estar relacionado com as escolhas estratégicas dos

tomadores de decisão. O fator ambiente também é um dos principais determinantes da

estrutura, pressiona a organização ao ajustamento de acordo com suas exigências.

Para Oliveira e Silva (2006), os elementos que compõem a estrutura organizacional

nos aspectos verticais e horizontais são: o número de níveis de hierarquia e amplitude de

controle dos gerentes; agrupamento de funcionários em unidades organizacionais, (tais como

setores, departamentos), a integração e a comunicação entre as unidades.

A estrutura organizacional de Mintzberg (1983) citado por Seiffert e Costa (2007)

está dividida em cinco partes básicas, sendo o nível estratégico, nível intermediário, nível

operacional, o suporte e a tecnoestrutura formada por analistas que servem à organização

visando um melhor desempenho organizacional, conforme a apresentada na figura a seguir:

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Figura 3 – A estrutura organizacional de Mintzberg (1983) Fonte – Adaptado de Seiffert e Costa (2007, p. 34).

O design da estrutura organizacional de Mintzberg (1983) compõe os seguintes

elementos:

- Especialização do trabalho

- Formalização do comportamento

- Treinamento e doutrinação

- Agrupamento das unidades

- Tamanho das unidades

- Sistema de planejamento e controle

- Dispositivo de ligação

- Descentralização vertical

- Descentralização horizontal

Para Mintzberg (2003), a hierarquia da organização é constituída através do processo

de agrupamentos em unidades do sistema de autoridade formal, que por sua vez é

representada pelo organograma organizacional. O design estrutural tem a função de delinear

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todas as tarefas que devem ser feitas com base nas necessidades organizacionais, metas

definidas e missões.

Seiffert e Costa (2007) relacionam o modelo de estruturação organizacional de

Mintzberg (1983), perante os cinco mecanismos de coordenação como o mútuo ajuste pela

comunicação informal, a supervisão direta, a padronização do processo de trabalho, a

padronização da saída do processo de trabalho e a padronização das habilidades necessárias

para realizar as atividades.

Na estrutura organizacional são identificados os departamentos que dividem a

organização em setores ou responsabilidades. Para Oliveira e Silva (2006), a hierarquia

departamental de decisões é formada por três tipos de níveis organizacionais, sendo: o nível

institucional, nível intermediário e nível operacional, como na figura a seguir:

Figura 4 - Hierarquia departamental Fonte - Adaptado de Oliveira e Silva (2006).

A departamentalização, segundo Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998), tende a ser

um processo organizacional que determina o agrupamento das atividades a serem

desempenhadas, consiste em dividir a organização em determinados aspectos.

Maximiano (2000) classifica os tipos de departamentalização: funcional que divide a

organização em funções; territorial que utiliza o critério geográfico por território; por produto

quando a empresa apresenta uma variada linha de produtos bem distintos; por cliente quando

Nível Institucional

Nível Intermediário

Nível Operacional

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estes são inúmeros e possuem necessidades distintas; por período (atividades com necessidade

de tempo); por disciplinas (áreas de conhecimento); por quantidade e também por fases.

Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998), relacionam ainda a departamentalização por

processo ou equipamento, que consiste em atividades que necessitam de equipamentos ou

processos específicos, e ainda a departamentalização matricial, quando uma exigência precisa

ser executada com a integração do trabalho de vários especialistas dos outros setores

funcionais.

2.4 Métodos de Estruturação Organizacional

Para Seiffert e Costa (2007, p.64): “o método para estruturar ou reestruturar uma

organização baseada em processo envolve cinco fases: diagnóstico, planejamento,

implantação, avaliação e ações de melhoria”. Descritos na tabela a seguir:

ETAPAS: DESCRIÇÃO:

Diagnóstico

Consiste no levantamento das características históricas da organização, como efeitos das mudanças na estrutura, deficiências e problemas até a atualidade.

Planejamento

Nova estrutura organizacional através da definição do modelo de negócio, (produtos, clientes), dos principais objetivos estratégicos, das principais estratégias do negócio para atingir os objetivos estratégicos, a definição dos macroprocessos para atingir objetivos, levantamento dos processos e desdobramento dos processos em subprocessos, definição dos relacionamentos entre processos, agrupamento dos processos e por último a definição da nova estrutura e dos cargos.

Implantação

Relativa a cada organização, as etapas obrigatórias são a padronização, a neutralização dos pontos de restrição (define-se um plano de ação contra as causas de insucesso da nova estrutura), estabelecimento de indicadores de processo (que meçam os resultados em termos de qualidade, produtividade, atendimento, e custo de cada processo), comunicação e treinamento.

Avaliação

Devem ser realizadas periodicamente com o objetivo de monitorar a implantação e definir ações corretivas.

Ações de melhoria

Aplicar ações para garantir a efetiva implantação da nova estrutura, e efetuar os ajustes necessários que não foram previstos no planejamento.

Quadro 2 - Fases de estruturação de organização por processo, Seiffert e Costa (2007). Fonte – Elaboração da acadêmica.

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Em relação ao diagnóstico organizacional, Cury (2005) apresenta e descreve o

modelo de Peter Drucker, com variáveis essenciais para o estudo de estrutura organizacional,

são elas:

- Análise das atividades que deverão ser executadas, a forma em que estarão

organizadas e agrupadas, bem como sua importância na estrutura organizacional.

- Análise das decisões, identificando a estrutura necessária de decisões e

responsabilidades para todos os níveis de gerência.

- Análise das relações, analisando as relações de operários com e gerentes, gerentes

com operários e gerentes com gerentes, possibilitando identificar a estrutura necessária para a

tomada de decisão.

O modelo de diagnóstico organizacional de Peter Drucker apud Cury (2005) será

utilizado neste trabalho de estágio, no que diz respeito ao item 1.3.4 - o tratamento e análise

dos dados com as etapas da pesquisa, com objetivo de avaliar a estrutura e os processos da

empresa e perante estes resultados, propor melhorias.

2.5 Gestão por Processo

Segundo Sordi (2008), os fluxos de trabalhos que atendem a um ou mais objetivos da

organização e que agregam valor na visão do cliente final, são chamados de processo de

negócio.

Para Davenport (1994) apud Mello et al (2007, p.42), o processo é “como a

ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um

fim, entradas e saídas claramente identificadas”.

Segundo D’Ascenção (2001), processo é um conjunto de causas que provoca um ou

mais efeitos, portanto uma organização pode ser definida como um processo, considerando a

produção de um bem ou um serviço, são os efeitos e os componentes da produção são as

causas que contribuem para a realização desses efeitos.

Para Sordi (2008), os processos organizacionais podem ser extensos e complexos,

extremamente dinâmicos (exigindo maior agilidade em resposta a demanda), distribuídos e

segmentados, duradouros, automatizados, dependente de pessoas e de difícil compreensão.

Sordi (2008) ressalta que na gestão por processos, as pessoas formam uma equipe

responsável pelas tarefas de um processo multifuncional, as equipes de trabalho, constituem

profissionais de diferentes perfis e habilidades, em que cada um desempenha um papel.

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Para Mello et al (2007) a organização pode modificar um processo para reduzir

custos, renovar sua competitividade e domínio tecnológico. Os processos sofrem alterações ao

longo do tempo, visando esperado resultado em sintonia com a demanda do cliente, mas essas

alterações podem estar sendo alocadas de forma negativa, reduzindo a eficácia e a qualidade

no resultado, portanto cabe ao gerente identificar o problema e propor o redesenho do

processo.

Segundo Sordi (2008), o papel do funcionário é valorizado na gestão por processos,

pois a tecnologia de comunicação provoca o fenômeno da globalização dos negócios e

consequentemente a reconfiguração da execução dos processos, portanto as pessoas devem

ser flexíveis e as empresas devem adotar uma gestão horizontal, descentralizando autoridade

em níveis hierárquicos, elevando a produtividade e qualidade do processo como um todo.

Conforme D’Ascenção (2001), organizar e automatizar fluxo de processos é uma

preocupação que nas últimas décadas, influenciou a qualidade e a reengenharia nas empresas,

focadas em melhorar o fluxo de seus processos, diminuir custos e ganhar maior agilidade e

eficiência.

Para Davenport (1994), a obtenção de vantagens na reengenharia de processos está

relacionada com o elemento estrutural do processo, pois é através da estrutura do processo

que a empresa vai produzir valor, estando envolvida diretamente com os seguintes elementos

do processo: custo, prazos, qualidade de produção e satisfação do cliente. A reengenharia tem

por objetivo a mudança para melhorar os processos de acordo com a necessidade

organizacional.

A estrutura para a reengenharia de processos, segundo Davenport (1994), envolve

cinco etapas: a identificação dos processos, a identificação dos instrumentos de mudança, o

desenvolvimento de uma visão das atividades e dos objetivos do processo, o entendimento e

medição dos processos existentes e por último, o planejamento e a construção de um

protótipo do novo processo e sua organização.

Para Albuquerque e Rocha (2007), os processos devem ser alinhados de forma a

redesenhar-los, compreendendo primeiramente, o modo como são atualmente e de uma forma

radical e criativa, deve-se redefinir como devem ser.

Para Adair e Murray apud Mello et al (2007), desenvolver o produto ou serviço,

gerar pedidos, atender os pedidos e atender os clientes, são os quatro processos centrais que

envolvem qualquer organização.

Mello et al (2007) apresentam a seguinte hierarquia de processos descrita por

Harrington, Davis e Weckler 1997:

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- Macroprocesso: que envolve as atividades-chaves na estrutura organizacional,

fundamentais para o funcionamento da organização.

- Processo: consiste na seqüência de atividades interligadas, desde a entrada da

matéria-prima, passando pela agregação de valor até a saída para o consumidor.

- Atividades: são os subprocessos, estão contidas no processo como funções

particulares e necessárias para a execução do mesmo.

- Tarefa ou operação: a menor parte específica do trabalho que é ou são requeridas

pela atividade. Funções contidas nas atividades.

Segundo Mello et al (2007), o fluxograma é uma ferramenta de gestão e controle,

que serve para mapear as principais tarefas ou atividades de um determinado processo, em

que todo processo, atividade ou tarefa, possui um ciclo de tempo necessário para a sua

execução e, variam em função de diversos fatores, que podem comprometer a eficiência do

processo, da produtividade e da lucratividade da organização.

Mello et al (2007) afirma que a gestão por processos consiste em uma metodologia

para contínua avaliação, análise, e melhoria do desempenho dos processos-chaves da

organização, melhoria de resultados e da satisfação das partes interessadas e para redução de

custos.

Para Sordi (2008) na gestão por processos, a avalição de desempenho se dá pelo

resultado final do processo, e na cadeia de comando o processo de negócio é administrado

pelos donos de processos, sendo que este não é chefe dos profissionais que atuam no seu

processo, mas exerce liderança.

Albuquerque e Rocha (2007,) definem a o sincronismo como a relação entre fatores

que acontecem ao mesmo tempo, acreditam que os problemas organizacionais manifestados,

(reclamações, resistência à mudança e proliferação de burocracia), são sintomas da falta de

redesenho e sincronismo (integração) entre processos, pessoas e sistemas, ou seja, falta de

sincronismo entre estrutura e processos organizacionais.

Os sistemas e os recursos organizacionais são ferramentas, não devem ser

considerados como elementos principais do processo, mas sim quem vai e como devem ser

utilizados os processos, visando obter sincronismo. Mesmo após muito trabalho e esforço de

toda organização com sinergia, o resultado não é percebido, isso ocorre porque os esforços

são executados paralelamente, porém isolados. Afirmam Albuquerque e Rocha (2007, p. 5):

“Sincronismo significa um passo adiante da sinergia. É todo mundo indo junto para o mesmo

lugar. Para que isso seja possível é necessário determinar para onde queremos ir e quando

precisamos chegar lá”.

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Para haver sincronismo organizacional, conforme Albuquerque e Rocha (2007), é

preciso o redesenho dos processos e a implantação da gestão dos processos. O sincronismo

organizacional tem a função de alinhar os indicadores estratégicos, dos processos e das

pessoas com seus postos de trabalho, levanto em conta suas metas quantitativas, qualitativas e

com prazo, além do monitoramento contínuo do ambiente externo e suas mudanças

significativas.

Voltar a organização para o cliente, garantindo qualidade e produtividade nos

principais processos, de modo a obter maior agilidade e eficiência nas decisões, é desenvolver

sincronismo organizacional, segundo Albuquerque e Rocha (2007). Muitas organizações, por

possuirem uma estrutura funcional de visão verticar tradicional, impedem que o processo

completo seja conhecido por todas as áreas, portanto o ideal é que as organizações sejam

orientadas por processos.

2.6 Mudança Organizacional

Mudança organizacional é toda e qualquer alteração que de alguma forma afeta a

rotina das empresas e o comportamento das pessoas que nela atuam. Segundo Galbraith e

Lawler (1995, p.69), “as tarefas que as atuais empresas enfrentam vai além da simples

expansão do foco para incluir inovações e soluções de problemas. Certos aspectos de modelo

organizacional promovem inovação, aprendizagem e mudança”.

Para Araújo (2001), a mudança organizacional pode ser qualquer alteração

significativa, articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo à

organização que tenha o apoio e a supervisão da administração superior e atinja

integradamente, os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico e

estratégico.

Galbraith e Lawler (1995, p.81):

A reformulação organizacional pode incluir mudanças substanciais nos valores que a organização esta tentando alcançar, nos papéis que as pessoas devem desempenhar, nas pressuposições e na visão global que governam o comportamento e nas características concretas do programa da organização.

Tais mudanças são realmente em larga escala, no sentido de que elas são abrangentes

envolvendo múltiplos aspectos da organização. Conforme Galbraith e Lawler (1995), um dos

objetivos principais da mudança é desenvolver novas normas organizacionais que irão

permitir às pessoas lidarem eficazmente com a complexidade, a ambiguidade, a desordem e

frequentes atividades.

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Para Bullock e Batten apud Tachizawa, Cruz Júnior e Rocha (2001), a mudança

planejada consiste em quatro fases descritas a segui:

- A fase de exploração que se identifica na organização a necessidade de mudar e a

busca dessa necessidade.

- A fase de planejamento, onde ocorre o diagnóstico da situação atual da organização

e a determinação dos seus objetivos, bem como as estratégias que deverão ser executadas para

o alcance destes.

- A fase da ação, a mudança propriamente dita.

-A fase de integração, que ocorre depois das mudanças aplicadas com sucesso,

exigindo novos esforços, novos comportamentos e uma nova cultura para a adaptação.

Geralmente a mudança organizacional vem acompanhada de muitos conflitos, como

regeições das pessoas que compõe a organização, este fato faz com que a organização deixe

de crescer. Araújo (2001, p.253), “os condutores nos processos de mudança devem estar

conscientes de que o próprio processo já é, por si só, uma mudança importante na estrutura

social da organização”.

Sabe-se que as organizações precisam responder com velocidade às turbulências do

ambiente para se manterem competitivas, mas não deve-se apenas enchergar o fenômeno das

mudanças pelo qual o mundo está passando e sim a natureza destas que estão ocorrendo.

Conforme Albuquerque e Rocha (2007), o que diferencia a mudança atual é que ela é

impelida pelo futuro e não mais pelas circunstâncias do passado.

Tachizawa, Cruz Júnior e Rocha (2001) citam algumas condições necessárias para

uma mudança bem-sucedida:

- Informação;

- Escolha livre e informada de todas as pessoas envolvidas no processo de mudança;

- Compromisso de todos envolvidos;

- Todos possíveis afetados no problema possam estar envolvidos;

- A mudança seja orientada para os problemas e oportunidades dos envolvidos;

- Transparência dos objetivos e das estratégias para alcançá-los;

- Experiência e investigação;

- Clima organizacional calmo e não ansioso / defensivo;

- Instrução para todos de como resolver problemas;

- Atividades atinjam a todos e;

- Todos comprometidos com a mudança.

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Portanto, as mudanças precisam ser trabalhadas na cabeça das pessoas que compõem

a organização, como algo indispensável no processo organizacional. Os gerentes, conforme

Araújo (2001) são os condutores e os responsáveis por mudanças e não podem esperar

resultados positivos de imediato.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO Nesta seção é apresentada a caracterização da empresa em estudo, bem como as

respostas aos objetivos propostos neste trabalho, incluindo o diagnóstico e resultado da

pesquisa e as sugestões de melhoria.

3.1 Caracterização da Empresa

A CACER, nome fantasia com base na abreviação nominal da razão social:

Comissária, Assessoria de Comércio Exterior e Representações Ltda., é uma empresa familiar

de capital fechado, integralizado e limitado por quotas a três sócios, restringindo suas

responsabilidades e direitos.

As decisões estratégicas e o poder de tomada de decisão estão concentrados nas mãos

dos principais gestores, membros da família. Foi fundada pelo sócio majoritário em 02 de

maio de 1979, na cidade de Itajaí – SC, onde se encontra atualmente localizada. No decorrer

dos anos, a CACER obteve mais dois sócios, o irmão e a esposa do fundador, tornando-se

uma grande comissária de despacho.

Em 29 de dezembro de 1981 houve alteração contratual, pela aquisição da filial na

cidade portuária de São Francisco do Sul, localizada no litoral norte de Santa Catarina. Na

visão estratégica de expandir seus serviços, aumentar seu rendimento e dar maior suporte aos

seus clientes, a empresa, além da filial em São Francisco do Sul, possui representantes em

outras principais cidades portuárias que movimentam o comércio exterior no Brasil:

Paranaguá - PR, Imbituba - SC e Santos - SP.

A empresa atua como prestadora de serviços e tem como objetivo a exploração no

ramo de assessoria em comércio exterior, com as seguintes atividades:

- Intermediação de negócios;

- Coordenação dos serviços de transportes terrestres, aéreos e marítimos;

- Representações comerciais;

- Despachos aduaneiros;

- Desembaraços de mercadorias exportadas, importadas e bagagens;

- Agenciamento marítimo e;

- Serviços de agente desconsolidador de cargas (NVOCC).

A missão da CACER declarada e divulgada no âmbito interno é: “assegurar o fluxo

contínuo, seguro e legal das cargas que entram e saem do país”. Seu objetivo é o despacho de

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cargas tanto de exportação quanto de importação, na função burocrática de fazer com que a

mercadoria do cliente seja liberada pelos órgãos governamentais, em tempo para seguir seu

destino.

No processo de exportação, primeiramente recebe-se a documentação do cliente

exportador que envia a sua mercadoria para um depósito, terminal/armazém de contêineres,

onde este unitiza o contêiner ou pallet1 com a mercadoria e envia para o recinto de embarque,

aguardando o despacho junto à Receita Federal. Já, no processo de importação, após o

desembarque da carga, ocorre o desembaraço da mercadoria em seu recinto alfandegário,

junto à receita federal para liberação e posteriormente, o carregamento até a chegada no

cliente.

A CACER acompanha toda a movimentação destes processos que envolvem

inúmeras atividades com diversas tarefas. A execução dos processos depende de variáveis

controláveis e incontroláveis, gerando expectativa e incertezas nas pessoas envolvidas.

Na exportação, o desembaraço consiste na liberação da mercadoria pela Receita

Federal, estando assim pronta para o embarque e sua internacionalização. Uma carga que saí

ou entra no país, sem o desembaraço legal, é considerada como contrabando. Na importação o

processo é bem mais burocrático devido à política governamental, faz-se exigência ao

cumprimento de diversas restrições para que a mercadoria possa ser nacionalizada.

3.1.1 Estrutura da Empresa

Com um faturamento anual de aproximadamente R$3.200.000,00, a empresa possui

uma estrutura que comporta 40 funcionários, sendo oito na filial em São Francisco do Sul e 32

na matriz em Itajaí. Para a realização deste Trabalho de Estágio, o alvo de estudo foi na matriz

em Itajaí, onde concentra sua gestão estratégica, operações comerciais, financeiras e de

recursos humanos.

A CACER contrata serviços terceirizados em funções específicas, como o fretamento

de documentos entre cidades próximas, limpeza do estabelecimento, contabilidade, recursos

humanos, programação de sistemas e Tecnologia da Informação - TI -, representantes dos

serviços portuários e despachantes das demais cidades portuárias do Brasil. Em Itajaí,

contratam estagiários contínuos para as operações externas, na movimentação de documentos,

o conhecido popularmente por ofice-boy.

1 Pequenos estrados de madeira para armazenar carga seca, no Brasil medida padrão de 1x1, 20 m.

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Seus escritórios são totalmente informatizados, integrados ao Sistema Integrado do

Comércio Exterior - SISCOMEX -, propiciando informações precisas e rápidas sobre os

processos da movimentação. Trabalha, também, com outros sistemas específicos de

processamento de informação e transações.

Os recursos materiais da empresa são próprios, incluindo o escritório onde está

localizada a matriz, os automóveis, motocicletas, equipamentos, computadores, móveis,

materiais de expediente e aparelhos de comunicação. A sala do escritório da filial em São

Francisco do Sul é alugada e as máquinas copiadoras utilizadas atualmente são contratos de

locação.

O mercado alvo da empresa é formado por empresas de médio e grande porte, que

praticam comércio exterior, ou seja, organizações que importam e exportam matéria-prima,

insumos, máquinas, mercadorias e qualquer outro item de sua atividade.

A maioria dos clientes da CACER são pessoas jurídicas, destacando como principais:

Whirlpool S/A, Eliane S/A Revestimentos Cerâmicos, Cecrisa Revestimentos Cerâmicos S/A,

Cerâmica Portinari S/A, Itagres Revestimentos Cerâmicos Ltda, Pisoforte Revestimentos

Cerâmicos Ltda, Torrecid do Brasil Fritas, Esmaltes e Corantes Ltda, Netzsch do Brasil

Indústria e Comércio Ltda, Estaleiro Navship Ltda, Cia Hering, Duas Rodas Industrial Ltda,

Femepe Indústria e Comércio de Pescados Ltda, Cebrace Cristal Plano, Arcelor Mittal S/A,

Beckhauser Indústria e Comércio de Malhas Ltda, Portobello S/A, entre outros.

Os produtos movimentados por estas empresas são: compressores, revestimentos

cerâmicos, frita cerâmica, bombas volumétricas, peças para produção de embarcações,

algodão, fios, alimentação e pescados. Haja visto, que aproximadamente 70% dos clientes

pertencem à indústria de revestimentos cerâmicos.

Neste mercado a concorrência é bastante acirrada, existem muitos concorrentes, seus

principais são: Nelson Heusi Ltda., Heusi Comissária Ltda., Itajaí Comissária Ltda.,

Sulpartinier Ltda e Open Trade Ltda. O mercado está cada vez mai exigente, qualquer falha

da empresa, o cliente abandona e procura outra. A CACER tem reconhecimento forte no

mercado, pela sua vasta experiência na área, foi uma das primeiras empresas a operar com

este segmento na região.

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3.1.2 Stakeholders

O ambiente do comércio exterior é um dos mais turbulentos envolvendo muitas

empresas especializadas em prestação de serviços, como terminais portuários, aeroportos,

agências de transportes internacionais - NVOCC -, agências de comércio exterior que

comercializam a mercadoria do cliente, ou seja, negociam, compram e vendem mercadorias -

Trader’s, expurgadores de cargas, despachantes aduaneiros, terminais e armazéns logísticos,

armadores, órgãos do governo, sindicatos entre outros.

Para tanto, os processos dependem da troca de informações contínuas entre os

envolvidos e suas competências para realizar o objetivo de todos com sucesso, ambiente

interno e ambiente externo. A necessidade de parceria e flexibilidade entre os envolvidos é

fundamental, necessitam de uma logística eficiente, em que os prazos exigidos são cada vez

mais curtos e os clientes almejam por agilidade e qualidade nos serviços. As imperfeições,

erros e problemas podem gerar grandes custos e insatisfação do cliente.

Entende-se por stakeholders, todos que possuem interesses e que estão envolvidos

em um negócio. Os principais stakeholders internos e externos da CACER estão descritos no

quadro abaixo:

STAKEHOLDERS - CACER

INTERNOS

• Colaboradores organizacionais (funcionários,

gerentes e estagiários) • Terceirizados: RH, TI, Contabilidade e despachantes • Sócios • Diretor • Filhos do diretor e outros membros da família

EXTERNOS

• Cliente importador ou exportador • Terminais e armazéns de carga • Receita Federal • Ministério da Agricultura • Fundação da Marinha Mercante • Entre outros órgãos públicos (municipais estaduais e

federais) • Terminais portuários • Agências de transportes internacionais • Concorrentes • Armadores • Sindicatos

Quadro 3 - Stakeholders da CACER. Fonte – Elaboração da acadêmica.

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Os consideráveis stakeholders que possuem ações diretas nos processos da empresa

são: colaboradores, diretores, clientes, terminais de carga, órgãos públicos, armadores e

agenciadores. Subentende-se que na ausência das ações necessárias por estes, o processo não

se completa. Os demais stakeholders relacionados do Quadro 3, possuem ações indiretas nos

processos.

3.2 Diagnóstico Situacional: Estrutura e Processos

A CACER está organizada com uma departamentalização funcional. As pessoas

estão agrupadas por funções e atividades semelhantes, gerando grupos especializados e possui

uma hierarquia verticalizada. Não há um organograma definido e divulgado, a divisão do

trabalho reconhecida por seus colaboradores e identificada conforme descrito a seguir:

- Departamento de importação

- Departamento de exportação

- Departamento financeiro

- Departamento de faturamento

- Departamento de expedição

- Colaborador da recepção

- Colaboradores de operações externas

O Departamento de Importação opera com sete colaboradores e possuem as seguintes

responsabilidades:

- Receber as instruções e documentação do cliente.

- Conferir os documentos e abrir um cadastro com um número para a identificação

do processo no sistema da CACER.

- Elaborar e enviar para o cliente, solicitação do numerário com custo estimado para

toda operação.

- Após a chegada da carga na Unidade da Receita Federal - URF - ou recinto

alfandegário, agendar a conferência física por parte do Ministério da Agricultura.

- Após liberação pelo Ministério da Agricultura e a confirmação do depósito do

cliente pelo numerário na conta da CACER, enviar a nota de débito da agência transportadora

para o departamento financeiro.

- Confirmar a carga no porto e solicitar do número da presença de carga.

- Registrar a Declaração de Importação - DI - junto ao SISCOMEX.

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- Levar as documentações até a receita para fazer a liberação da carga.

- Aguardar a parametrização2 por parte da Receita Federal do Brasil.

- Após liberada pela RF, solicitar a liberação pelo pagamento do Adicional de Frete

para Reparos a Marinha Mercante – AFRMM.

- Finalizada a liberação, comunicar ao importador que a sua mercadoria está pronta

para carregar.

- Emitir o Comprovante de Importação - CI- do SISCOMEX

- Solicitar a retirada da carga do cliente no recinto alfandegário.

- Organizar toda documentação original do processo e encaminhar ao recinto onde se

encontra a carga.

- Conferir e solicitar ao financeiro o pagamento da Armazenagem pela utilização do

contêiner – Sobreestadia do Contêiner e do terminal.

- Arquivar as cópias e os documentos originais em uma pasta com o número de

identificação do processo e encaminhar para o colaborador da expedição.

- Assessorar a movimentação do processo junto ao cliente.

Há uma departamentalização por cliente no departamento de importação, são três

duplas de colaboradores. A dupla é formada pelo dono do processo - principal responsável, e

um auxiliar principal. Cada dupla é responsável por um determinado grupo de clientes, os

demais integrantes do departamento, prestam auxílio geral em atividades de rotina.

A departamentalização por clientes gera especialização entre as duplas,

principalmente no que diz respeito ao relacionamento e integridade com seus clientes, porém

as duplas não trocam informações entre si e a tomada de decisão principal é do diretor.

Quando aumenta a demanda pelos serviços de determinado cliente ou atividade, os

colaboradores das duplas se sobrecarregam como num efeito gargalo, e assim o tempo torna-

se escasso para a realização eficiente das operações e troca de informações completas,

podendo gerar insatisfação do cliente.

Observa-se que as duplas não dividem suas funções com os outros colaboradores,

pois segundo eles, há falta de tempo em transmitir o conhecimento a estes que estão menos

sobrecarregados, e que preferem limitar-se a suas responsabilidades.

O Departamento de Exportação opera com nove colaboradores e um gerente,

responsáveis por desenvolver as seguintes tarefas:

- Receber do cliente toda documentação física da mercadoria.

2 Seleção da carga pela Receita Federal para fiscalização.

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- Abrir um número para controle do processo e cadastrar no sistema da CACER.

- Cadastrar todas as informações no Sistema de Operações - IBF.

- Elaborar uma planilha com as informações do romaneio3 da carga para o terminal

devolver com os números dos contêineres.

- Receber a planilha do terminal com os números dos contêineres, após a unitização

da mercadoria.

- Elaborar o Registro de Exportação - RE - e posteriormente a Declaração de

Despacho - DDE - junto ao SISCOMEX

- Elaborar a solicitação do numerário e enviar ao cliente.

- Entregar a documentação no porto (DDE, o RE e as Notas da mercadoria) e ao

mesmo tempo elaborar o draft – rascunho com as informações do embarque e número de

contêineres - e enviar por e-mail a agência de transporte internacional.

- Aguardar a chegada dos contêineres no porto e pegar a presença de carga - carimbo

de protocolo no envelope da documentação.

- Preparar e enviar a documentação física da carga para a Receita Federal.

- Aguardar a parametrização para liberação do processo através do SICOMEX.

- Aguardar a confirmação do embarque

- Após liberação, retirar a cópia do Bill of Lading - BL ou Conhecimento de

Embarque - na agência e passar uma cópia para o departamento financeiro da CACER.

- Arquivar toda documentação do embarque em uma pasta e enviar para o

colaborador do departamento de expedição completar o cadastro dos dados do processo no

sistema da CACER.

- Após o pagamento do BL, retirar junto à agência o BL original e encaminhar ao

departamento de expedição para o envio imediato ao cliente.

- Assessorar movimentações do processo junto ao cliente.

Os colaboradores do departamento de exportação estão subordinados a um gerente,

porém as decisões mais importantes são realizadas pelo diretor. Ao contrário do departamento

de importação, cada colaborador é responsável por um número de atividades, não são

departamentalizados por clientes.

O departamento, além dos sistemas de registros e consultas operacionais, também

utiliza o sistema IBF para cadastrar todas as informações dos processos, com todos os dados

possíveis, facilitando o acesso às informações pelos colaboradores. Porém o sistema não foi

3 Descrição com dados gerais da mercadoria, contendo volume, número do pedido, peso líquido, peso bruto, entre outros.

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customizado, não é 100% alimentado pelos colaboradores, devido ao tempo escasso de todos.

Portanto ainda não há um sistema central com acesso a todas as informações sobre o processo.

O Departamento Financeiro possui três colaboradores, é responsável pela execução

das seguintes atividades:

- Cadastrar o CNPJ do cliente no sistema da CACER.

- Efetuar todos os pagamentos, depósitos e transferências de despesas e valores,

provenientes dos processos de exportação e importação.

-Lançar e registrar no sistema as remessas de numerários de entrada.

- Lançar e registrar no sistema todas as despesas e faturas pagas.

- Efetuar os pagamentos das despesas administrativas da empresa.

- Controlar a movimentação dos bancos e fluxo de entrada e saída de remessas,

contas a pagar e a receber.

- Elaborar a cópia de cheque - relatório dos pagamentos com cópias das faturas e

despesas dos processos.

- Enviar para o faturamento as cópias de cheque anexadas às despesas originais do

cliente.

- Emitir relatórios a contabilidade e aos gestores.

No Departamento de Faturamento operam quatro colaboradores e cabem a estes a

execução e responsabilidade das seguintes tarefas:

- Receber, controlar e coordenar todas as despesas operacionais dos processos.

- Controlar as remessas nos processos dos clientes.

- Solicitar pagamento de despesas operacionais dos clientes ao financeiro.

- Cadastrar os dados da razão social ou nome e endereço do cliente no sistema

(exceto quando o cliente já está cadastrado)

- Conferir o cadastro do processo do cliente efetuado no sistema.

- Cadastrar a comissão do serviço, referente ao processo.

- Lançar taxas operacionais e despesas específicas na prestação de contas.

- Conferir todas as despesas pagas e as remessas do cliente, provenientes do

processo.

- Emitir nota fiscal do serviço prestado.

- Recolher encargos e imposto de renda das notas do serviço prestado em alguns

casos específicos.

- Tirar cópia das despesas para manter no arquivo do processo.

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- Emitir relatório de prestação de contas relacionando e anexando todas as despesas e

remessas provenientes do processo

- Emissão de títulos bancários para cobrança

- Informar remessas de valores que sobram ao cliente no final da prestação de contas

em casos específicos.

- Assessorar o cliente quanto à movimentação das despesas no processo.

- Emitir relatórios estatísticos para análise e encaminhar aos gerentes e ao diretor.

- Emitir relatórios para contabilidade

- Controlar e cadastrar requisições e exigências dos clientes.

- Solicitar numerários aos clientes, para despesas complementares do processo.

- Arquivar o processo com cópia das despesas e relatório de prestação de contas após

envio da mesma ao cliente.

No Departamento de Expedição opera um colaborador apenas e a este competem as

seguintes tarefas:

- Expedir documentos originais aos órgãos, clientes ou terceiros

- Controlar e registrar documentos expedidos

- Cadastrar as pastas dos processos e enviar ao faturamento

- Organizar e controlar os materiais de expediente

- Emitir relatório de embarques aos gerentes e diretor

- Coordenar o envio da documentação com empresas distribuidoras de

correspondências

Na Recepção da empresa há um colaborador responsável pelas seguintes tarefas:

- efetuar e receber ligações

- recepcionar pessoas

- receber e protocolar documentos

- agendar reuniões e demais eventos

- organizar e cadastrar o sistema de agenda de contatos

- auxiliar os departamentos em algumas tarefas eventuais

- monitorar a circulação de veículos da empresa.

A CACER em Itajaí possui seis colaboradores responsáveis pelas atividades externas

da empresa, com a movimentação de documentos nos portos, recinto alfandegário, Receita

Federal, agências, entre outros.

Após esta descrição, o desenho do organograma representando a situação atual da

empresa a seguir:

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Gráfico I – Organograma Situação Atual Fonte – Elaboração da acadêmica. Observa-se no gráfico a estrutura em linha e departamentalização funcional

caracterizada pelos departamentos e funções específicas já descritas anteriormente. As

atividades de Recursos Humanos - RH-, TI e Contabilidade são contratos de terceiros.

O planejamento, controle e a tomada de decisão são centralizados nas mãos da

diretoria, mas possui um apoio da gerente geral, uma das sócias. A Expedição, a Recepção e

os colaboradores das Operações Externas executam responsabilidades impostas pela diretoria

e gerentes, bem como atividades designadas por demais departamentos.

Na empresa não há alguém determinado ou especialmente encarregado em

desenvolver o Marketing, em assuntos ligados a pesquisa de satisfação, ou relacionamento

pós-venda com os clientes, bem como a parte comercial de prospecção.

3.2.1 Macroprocesso

O Macroprocesso representa a estrutura dos processos da empresa, ou seja, as

atividades-chave necessárias para o seu funcionamento. O gráfico a seguir representa o

Macroprocesso da CACER, permitindo a análise do mapeamento de seus processos.

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Gráfico 2 - Unidade de negócio da CACER Fonte – Adaptado de Mello (2007) com dados da CACER.

Missão da CACER: Assegurar o fluxo contínuo, seguro e legal das cargas que entram e saem do país.

FORNECEDORES INSUMOS MACROPROCESSO PRODUTO /SERVIÇO CLIENTE

• Cliente exportador • Cliente importador • Terminal de

contêineres e transportes

• Armazéns • SISCOMEX • Terminal portuário • Receita federal • Agências de transporte

internacional • Armadores • Ministério da

agricultura • Recinto alfandegário • Marinha mercante

• Documentação da mercadoria negociada

• Planilhas de conteineirização

• Transporte ou carregamento interno

• Liberação da carga • Informações

específicas • Embarque da carga • Desembarque da carga • Presença de carga • Dados do processo • Armazenagem e

movimentação da carga • Documentação

específica • BL (informação do

embarque pela agência de transporte internacional)

• CE mercante (comprovante de marinha mercante)

• Numerários (remessas em moeda corrente)

• Faturas e comprovantes de pagamento das despesas

• DI (declaração de importação)

• CI (comprovante de importação)

• Pagamentos das taxas e despesas decorrentes

• Assessoria e acompanhamento dos processos

• Solicitação de suspensão total ou parcial da marinha mercante

• Termo de responsabilidade para suspensão total ou parcial da marinha mercante

• RE (registro de exportação)

• DDE (declaração de despacho exportação)

• Comprovante de exportação

• Suporte e prestação de contas provenientes do processo

• Expedição de

documentos

• Assessoria de informação e dados do processo

• Chegada legal e segura da mercadoria no destino

• Prestação de contas do

processo

Faturamento e gestão

das despesas decorrentes dos

processos

Despacho de

mercadoria para exportação

Desembaraço da

mercadoria importada para nacionalização

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DIRETORIA

GERÊNCIA – GESTÃO

ÁREAS DE SUPORTE

RH Financeiro Recepção Expedição Contabilidade TI

Gráfico 3 - Áreas de suporte ao macroprocesso da CACER

Fonte: Elaboração da acadêmica.

Pode-se observar nos gráficos anteriores que as atividades-chave para o alcance dos

objetivos da empresa são: o desembaraço e o despacho aduaneiro, respectivas importação e

exportação. O faturamento dos processos como uma atividade-chave que agrega valor ao

cliente e as áreas que dão suporte: RH, Financeiro, Recepção, Contabilidade, Expedição e

TI.

A gestão concentra-se na diretoria e gerentes, onde é possível identificar a ausência

de um apoio para qualidade no planejamento.

FATURAMENTO DAS DESPESAS DECORRENTES

IMPORTADOR EXPORTADOR

Desembaraço Aduaneiro

Despacho Aduaneiro

IMPORTADOR EXPORTADOR

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3.2.2 Análise de Processos

Na seqüência são demonstrados os fluxogramas dos processos-chave da empresa:

importação, exportação e faturamento. Os fluxos foram elaborados a partir da observação

participante e envolvimento das pessoas responsáveis pelos processos na empresa. O primeiro

gráfico demonstra o processo de importação.

Gráfico 4 – Fluxo do processo de Importação Fonte – Elaboração da acadêmica

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Verifica-se no Gráfico 4 que o processo de importação abrange inúmeras atividades,

envolvendo órgãos externos e internos, com trocas de informações e documentos entre as

partes.

As primeiras atividades do processo de importação tratam do recebimento de

remessa de custos e da documentação correta e necessária para a confecção da Declaração de

Importação. É fundamental esta primeira etapa, pois sem a remessa do cliente, se torna

impossível o registro de importação para o desembaraço, uma vez em que se necessita de

valores disponíveis para pagar todos os encargos federais inerentes à mercadoria.

São envolvidos os órgãos públicos, fiscalizadores e arrecadadores de receitas sobre a

mercadoria que está sendo nacionalizada, para liberação da mesma - o Ministério da

Agricultura e a Receita Federal, considerados como duas variáveis incontroláveis e

interdependentes no processo. A Fundação da Marinha Mercante é o último órgão público que

libera a mercadoria após o recolhimento da tarifa relativa ao processo.

O desembaraço é executado com muitas exigências e restrições, demandando muito

trabalho, em que o principal objetivo é obter 0% de erro.

Aos desembaraços de importação, são atribuídos um número de identificação no

sistema da CACER, sendo cadastrado inicialmente pelo Departamento de Importação e

finalizado com as informações complementares pelo colaborador da Expedição, que

posteriormente envia ao Faturamento para sua finalização.

Na seqüência segue o gráfico representando o fluxo de exportação.

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Recebimento da documentação do

exportador

Cadastro das informações no sistema IBF

Transmissão da lista de carga ao

terminal

Recebimento da planilha de contêiner do terminal

Elaboração do DDE junto ao SISCOMEX

Elaboração do draft para agência

transporte internacional

Entrega da doc. no local de embarque

Solicitação de numerário ao exportador

Entrega da doc. na R.F.

Parametrização da R.F.

Liberado?

Aguarda

Envio do BL original ao cliente exportador

NÃO

SIM

Exportador

Gráfico 5 – Fluxo do processo de exportação

Fonte – Elaboração da acadêmica.

Observa-se no Gráfico 5 que o processo de exportação, depende da Receita Federal

na liberação da carga para o embarque, ou, em alguns casos específicos, dependendo do tipo

de carga ou exigências do cliente externo, podem ser requisitados a fiscalização ou

documentações de outros órgãos públicos. Os Armadores também podem impedir o embarque

da carga, geralmente por problemas operacionais, ocasionando demora ou sinistros.

Todas as operações para o despacho da carga são realizadas em tempo limitado, para

que a mercadoria embarque no tempo programado. O fluxo de documentos e informações

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trocadas pode demandar mais tempo, dependendo da situação em que se encontra o processo e

também do volume de carga.

O processo de exportação também depende da execução de atividades por parte do

terminal, em enviar a carga a tempo para o porto, ou aeroporto de embarque e da agência na

confecção do BL.

Tanto a exportação como a importação, após o registro e apresentação documental

junto ao SISCOMEX, aguarda-se a parametrização pela Receita Federal, que consiste na

seleção do canal em que será liberada a carga, podendo ser basicamente:

- canal verde: liberado sem conferência aduaneira;

- canal amarelo, seleção para exame documental e,

- canal vermelho, seleção para exame documental e vistoria completa da mercadoria.

Os dois últimos canais podem deixar a carga paralisada para conferência,

demandando mais tempo para ser liberada.

Os clientes, tanto importadores como exportadores exigem agilidade e qualidade no

serviço, e quando ocorre um sinistro com suas cargas, necessitam de todas as informações

para que possam acompanhar o processo. Este é um indicador que apresenta um dos pontos

mais fracos na empresa, dando origem a maior parte das reclamações. Os clientes se queixam

pela demora dos processos, e por não acompanharem as informações, sem saber o motivo da

demora.

O processo de Faturamento sucede aos processos de Importação e Exportação,

representado no gráfico a seguir.

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Recebimento de despesas dos processos /clientes

Controle de remessas/numerários recebidos

Controle e envio de despesas ao financeiro

Cadastramento de requisições e solicitações de

clientes

Recebimento dos processos p/ faturaramento

Conferência das despesas

decorrentes do processo

Pronto p/ faturar?

Emissão de Nota e extrato de despesas ao

cliente

AguardaNÂO

SIM

Importação e Exportação

Gráfico 6 – Fluxo de faturamento Fonte – Elaboração da acadêmica

No Gráfico 6 pode-se observar que o processo de Faturamento compreende os

processos de Importação e Exportação. É o serviço final que agrega valor aos clientes, uma

vez que estes não precisam se preocupar diretamente com o fluxo e acompanhamento das

despesas decorrentes dos processos de importação e exportação. O departamento é

especializado em administrar essas despesas e prestar contas junto aos clientes, dentro de suas

exigências, respeitando prazos e restrições em que julguem necessários, e com autorização do

diretor.

Após o término do processo de importação ou de exportação a documentação

originada é arquivada em uma pasta e encaminhada ao Departamento de Expedição para o

cadastro, e este, posteriormente, encaminha a pasta com o processo cadastrado ao

Departamento de Faturamento, onde é feita a prestação de contas.

Entretanto, a comunicação entre os departamentos é uma variável crítica para que a

prestação de contas chegue ao cliente de forma correta e dentro de suas exigências. A falta de

informação pode acarretar em erros graves, como por exemplo, o pagamento de uma despesa

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indevida ou o fechamento da prestação de contas incompleto, faltando o pagamento de

alguma despesa, pois a informação não foi transmitida e nem sistematizada.

Nestes casos, os colaboradores do departamento devem investigar e buscar

informações, para dar resposta rápida ao cliente que precisa do fechamento do processo. O

Departamento de Faturamento depende do maior número de informações possíveis e

acompanhamento dos processos para que possam atender os clientes, elevando nível de

qualidade no serviço prestado.

Dependem excepcionalmente das informações do Departamento Financeiro para

acompanhar o pagamento e os lançamentos devidos das despesas dos clientes, relacionadas

aos processos.

Não há alguém determinado ou especialmente encarregado em desenvolver na

empresa, pesquisa de níveis de satisfação, ou relacionamento pós-venda com os clientes, bem

como a parte comercial de prospecção.

3.2.3 Escopo do Processo

Apresenta-se a seguir, o escopo de cada processo organizado por tópicos de

categorias.

A) Missão do processo

- Importação: desembaraçar legalmente as cargas que entram no país, para sua

nacionalização.

- Exportação: despachar legalmente as cargas que saem do país, para sua

internacionalização.

- Faturamento: administrar as despesas e custos decorrentes dos processos de

exportação e importação, visando eliminar custos desnecessários ao cliente e cobrar o serviço

prestado, gerando receita para a empresa.

B) Onde inicia o processo

- Importação / Exportação: após o contrato da prestação de serviço entre CACER e

cliente, o recebimento de toda documentação e informações necessárias, pelos donos dos

processos nos departamentos, dando assim a abertura no processo.

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- Faturamento: o recebimento das despesas a pagar ou comprovantes de remessas

dos clientes, em conjunto com troca de documentos e informações internas.

C) O que ele contém (atividades principais)

- Importação / Exportação: registro junto aos órgãos federais para a sua liberação

- Faturamento: prestação de contas e emissão de títulos aos clientes

D) Onde termina o processo

- Importação / Exportação: quando a carga chega liberada no destino determinado

pelo cliente.

- Faturamento: quando o cliente, após receber e conferir a prestação de contas, paga

o montante devedor ou finaliza sua contabilidade nos casos em que a remessa enviada no

início exceder ao total das despesas, então a CACER devolve o saldo excedente.

E) Quais são os objetivos

- Importação / Exportação / Faturamento: satisfazer as necessidades dos clientes,

agregando valor, elevando o nível de qualidade do serviço prestado na percepção do cliente.

F) Os fatores críticos de sucesso

- Importação / Exportação / Faturamento: tempo, informações / comunicação,

documentação correta, cadastro correto, exigências de órgãos federais atendidas, identificação

das tendências do macro-ambiente, ótimos relacionamentos com os stakeholders e o

sincronismo entre estrutura e processos e órgãos internos e externos.

G) Pontos-chave dos processos

- Conhecimento e acesso rápido as informações necessárias;

- habilidade técnica dos colaboradores;

- sistema customizado com informações unificadas para melhor assessoria ao cliente;

- transparência e comunicação entre gestores e colaboradores.

H) Suporte críticos aos processos

- Organização;

- recursos de locomoção, comunicação e materiais de expediente disponíveis;

- administração e desenvolvimento de recursos humanos;

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- suporte em TI;

- determinação de indicadores para o controle e coordenação das atividades.

O Quadro a seguir define os pontos positivos e negativos levantados na empresa,

relativos ao estudo desenvolvido neste trabalho:

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

• Competência técnica e especializada

da mão-de-obra • Recursos materiais e bens

imobilizados próprios • Bons relacionamentos, acessibilidade

e parceria com Stakeholders • Boa imagem no mercado com

reconhecimento e tempo • Processos eficientes • Estrutura geográfica (localização) • Recursos tecnológicos e materiais

disponíveis • Know - how dos processos-chave

• Troca de informações entre grupos e

pessoas imperfeita • Falta de integração dos sistemas e

dados dos processos • Distribuição das tarefas entre as

pessoas de forma inadequada • Pessoas estão restritas nos

departamentos, não há transferência de conhecimento

• Informações centralizadas dificultam as ações dos grupos para assessoria junto ao cliente e órgãos externos

• Risco e incerteza sobre colaboradores que detém o Know – how

• Autoridade centralizada, inexistência de delegação

• Inexistência de indicadores para controle de qualidade e processos

• Não há uma área ou equipe de pessoas com responsabilidade em desenvolver ações de Marketing. (Ex: prospectar novos clientes, relações pós-vendas, pesquisa de satisfação, entre outros)

• Falta de Planejamento estratégico • Falta de sincronismo organizacional,

os processos são executados para a estrutura e não ao contrário.

Quadro 4 – Diagnóstico pontos positivos e negativos da empresa Fonte – Elaboração da acadêmica Após as análises dos levantamentos realizados na empresa, apresenta-se no próximo item as sugestões para a adequação da estrutura aos processos da CACER.

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3.3 Sugestões de Melhoria

Com base no diagnóstico dos processos de Mello et al (2007), apresentado no

referencial teórico este trabalho, apresenta-se as sugestões com a visão proposta do

Macroprocesso.

GESTÃO - DIRETORIA - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

ÁREAS DE APOIO

Recepção Financeiro RH TI Contabilidade Marketing

Gráfico 7 – Sugestão ao Macroprocesso CACER Fonte – Elaboração da acadêmica

Pode-se observar na proposta do Gráfico 7, a caracterização dos processos-chave da

empresa, Importação e Exportação, envolvendo um ciclo de serviços com as principais

atividades, tendo como entrada, o cliente ao contratar o serviço, envia informações e

documentações para CACER, que dará início ao processo de importação ou exportação, até

que se atinja o objetivo principal do cliente : quando a carga estiver liberada. Então, serão

executadas as atividades finais do processo e que agregam valor ao cliente.

IMPORTAÇÃO

Recebedoc.

Desembaraça Fatura

Expede doc.

CLIENTES IMPORTADOR EXPORTADOR

CLIENTES IMPORTADOR EXPORTADOR

EXPORTAÇÃO

Recebedoc.

Despacho

Expede doc.

Fatura

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A proposta traz uma nova visão ao Macroprocesso da empresa, o que antes tinha o

Faturamento como um processo-chave, agora este deve ser considerado como uma das

atividades principais que finalizam o processo. No referencial teórico deste trabalho, na

Gestão de Processos, é preciso que haja o Sincronismo Organizacional, sendo necessário o

redesenho entre a estrutura e os processos da empresa.

Portanto, os dois processos, Importação e Exportação, deverão ser organizados por

projeto, ou seja, um serviço contratado pelo cliente, será um projeto que terá início no

recebimento da documentação, desembaraço ou despacho aduaneiro, faturamento e

expedição, finalizando com a entrega do produto (documentação).

Neste caso, todas as áreas da empresa executarão suas tarefas de forma mais

integrada, ágil e eficiente, acompanhando desde o início do projeto do cliente até sua

finalização, trabalhando com qualidade para o alcance do objetivo final: proporcionar maior

satisfação no cliente, a formação da percepção do cliente no ciclo do serviço supere as

expectativas iniciais.

Para aplicabilidade desta proposta, deverão ser redesenhados a Estrutura e os

Processos da empresa. A Estrutura Organizacional, de seu modelo funcional passa para o

modelo de Estrutura Horizontal, organizada para os processos centrais, eliminando

hierarquias verticais e fronteiras entre as áreas, conforme levantado no referencial teórico.

A partir da sugestão de melhoria, com base no Macroprocesso proposto, definiu-se o

plano de uma nova Estrutura para a CACER, representado no organograma a seguir:

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Gráfico 8 – Organograma Sugestão Estrutural Fonte – Elaboração da acadêmica

Ao Departamento de Importação competem as seguintes atividades-chave:

- Recepção ao cliente importador, quanto ao recebimento de toda documentação e

informações necessárias para dar entrada ao processo;

- Acompanhamento e assessoramento ao cliente e demais envolvidos sobre a carga

que está sendo nacionalizada;

- Desembaraço aduaneiro da carga com objetivo de liberação perante órgãos públicos

fiscalizadores, concluindo assim a nacionalização da mesma e,

- A gestão das despesas e expedição dos documentos decorrentes dos projetos.

O Departamento de Exportação, ficando então, responsável pela execução das

atividades-chave do processo de Exportação, conforme descrição a seguir:

- Recepção ao cliente exportador, quanto ao recebimento de toda documentação e

informações necessárias para dar entrada ao processo;

- Acompanhamento e assessoramento ao cliente e demais envolvidos sobre a carga

que deverá ser internacionalizada;

- Despacho aduaneiro da carga para exportação, perante documentação e registros

comprovados, para liberação, perante órgãos públicos e fiscalizadores, visando iniciar a

internacionalização desta, e,

- A gestão das despesas e expedição dos documentos decorrentes dos projetos.

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Para o Escritório de São Francisco do Sul, define-se a execução das atividades-chave

dos processos de Importação e Exportação ligadas ao porto desta localidade, porém com a

responsabilidade de transmitir documentações e trocar informações necessárias e de forma

eficaz, utilizando o sistema unificado junto à Matriz de Itajaí, onde estão centralizadas as

Áreas de Apoio e a Gestão Estratégica da empresa.

Os Assistentes Externos da empresa devem operar em Sincronismo com os

processos, de forma integrada com as demais áreas, desenvolvendo as atividades operacionais

com qualidade e agilidade, conforme demandadas pelos processos.

A área Financeira da Organização, sendo responsáveis pelas seguintes atividades:

- Cadastro do cliente e registro de solicitações deste

- Acompanhamento de valores recebidos

- Acompanhamento, coordenação e pagamento das despesas dos processos

- Prestação de contas

- Faturamento do serviço prestado junto ao cliente

- Gestão de fluxo de caixa

- Assessoria de informações aos clientes

- Cobrança e demais operações financeiras

A área de Marketing deve ser incorporada a Estrutura da empresa na necessidade

apresentada pelo diagnóstico atual, descrito anteriormente. Sendo esta nova área, responsável

no desenvolvimento das seguintes atividades:

- Prospectar clientes no mercado segmentado

- Executar pesquisa de satisfação com pós-venda

- Desenvolver indicadores para auxiliar no Planejamento Estratégico e Gestão

Organizacional.

A gestão organizacional, de responsabilidade da Diretoria deve ser executada com

ênfase nos processos, apoiada no Planejamento Estratégico e do Marketing, visando alcançar

os objetivos da CACER.

Ás áreas terceirizadas, devem fornecer o suporte adequado aos objetivos estratégicos

da empresa e com base no Macroprocesso definido, aprimorando a qualidade no desempenho

organizacional.

Contudo, a sugestão proposta, se aplicada e desenvolvida, poderá proporcionar

benefícios à empresa, dentre eles os mais importantes estão descritos a seguir:

- Sincronismo Organizacional; pessoas trabalhando em grupo por um mesmo

objetivo.

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- Integração das pessoas aos processos - chaves e objetivos.

- Integração das informações.

- Melhor relacionamento e agilidade das informações com os Stakehorders.

- Desenvolvimento de talentos; pessoas trabalhando nas variadas etapas dos projetos.

- Processos executados com qualidade.

- Elevação do nível de satisfação do cliente e,

- Vantagem competitiva no mercado.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme visto, a CACER, empresa em que foi realizado este Trabalho de

Conclusão de Estágio, atualmente encontra-se estável no mercado em que atua, em fornecer

serviços especializados em comércio exterior. Neste segmento o mercado é altamente

concorrido e a empresa está lutando para melhorar a qualidade do serviço prestado aos seus

clientes, elevando o nível de satisfação destes.

No entanto, este trabalho de estágio teve como objetivo geral, analisar a estrutura

organizacional da empresa na perspectiva dos processos. Para tanto, foram efetuados

levantamentos da estrutura e dos processos atuais, analisado e elaborando proposta para

adequação organizacional.

Para realização do Trabalho de Conclusão de Estágio - TCE -, foi utilizada a

metodologia de Avaliação Formativa com a estratégia de Estudo de Caso. As fontes de dados

abordadas foram: a entrevista não-estruturada, a observação participante e análise

documental.

Como apoios teóricos, foram utilizadas obras atualizadas, direcionadas para o estudo

da organização, qualidade e processos. Artigos científicos e revistas especializadas na área,

também serviram como meios de análise.

Os resultados apresentados demonstram que a estrutura atual da empresa não permite

flexibilidade e agilidade devido à divisão das funções. Na proposta apresentada, a estrutura

por processos possibilita maior integração das atividades e das pessoas, bem como o

desenvolvimento dos objetivos organizacionais.

Após a realização do trabalho, pôde-se responder o problema de pesquisa

apresentado no início do estudo, portanto os fatores restritivos para o sincronismo entre a

estrutura e os processos organizacionais da empresa CACER, estão identificados na sua

estrutura atual, sendo ela funcional e departamentalizada. O foco para o processo possibilitará

novas integrações e o sincronismo organizacional.

Esse trabalho de estágio foi importante para a acadêmica, conferindo-lhe a

oportunidade de aprendizagem no assunto e na aplicação de seus conhecimentos adquiridos

durante o curso e, com o objetivo de beneficiar a organização em que trabalha. Após

prestigiar o trabalho, a empresa CACER está analisando a proposta, na perspectiva de

implantação para melhorar o desempenho organizacional.

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Renata Cidral de Lima

Estagiária

Regina Figueiredo de Souza

Supervisora de campo

Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.

Orientador de estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc.

Responsável pelos estágios em administração

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APÊNDICE I

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Roteiro da Entrevista e Observação

As entrevistas não-estruturadas foram gravadas e transcritas para no levantamento de

dados do trabalho, realizadas com os participantes mencionados no item 1.3.2, com base nas

seguintes perguntas:

1) Quais atividades são executadas pelos departamentos.

2) Quais atividades são consideradas chaves para o desempenho dos processos?

3) Onde inicia e onde termina o processo?

4) Quais as pessoas que estão diretamente envolvidas no processo?

5) Quantas e quais as pessoas que desenvolvem as atividades-chaves do processo?

6) Quem são os principais responsáveis pelos processos?

7) Como é realizada a comunicação entre as partes envolvidas?

8) Quem detém as principais informações e como elas são disseminadas.

9) Onde estão centralizadas as principais decisões?

10) Quem são os principais Stakeholders?

11) Qual a missão e o objetivo do processo?

12) Quais as principais dificuldades encontradas nos departamentos?

13) Quais as reclamações constantes dos clientes?

14) Como está a relação com o mercado?

15) Quais os fatores críticos de sucesso?