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Universidade Federal do Rio de Janeiro
OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE
SUBJETIVIDADE EM TEXTOS MIDIÁTICOS
Letícia Fionda Campos
2015
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UFRJ
OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM
TEXTOS MIDIÁTICOS
Letícia Fionda Campos
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ –, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).
Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Helena Martins Gouvêa
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
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Campos, Letícia Fionda. Operadores argumentativos: uma marca de subjetividade em textos midiáticos/ Letícia Fionda Campos. – Rio de Janeiro: UFRJ/ FL, 2015. vii, 172 f.:il.;31cm. Orientadora: Lúcia Helena Martins Gouvêa Dissertação (Mestrado) – UFRJ/ FL/ Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas, 2015. Referências Bibliográficas: f. 132-135.
1. Discurso. 2. Operadores Argumentativos. 3. Subjetividade. 4. Modalização. 5. Estratégia Semântico-Discursiva. I. Gouvêa, Lúcia Helena Martins. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas. III. Operadores argumentativos: uma marca de subjetividade em textos midiáticos.
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OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM
TEXTOS MIDIÁTICOS
Letícia Fionda Campos Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ–, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).
BANCA EXAMINADORA: __________________________________________________________ Presidente, Profa. Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa – Orientadora __________________________________________________________ Profa. Doutora Maria Aparecida Lino Pauliukonis – UFRJ __________________________________________________________ Prof. Doutora Beatriz dos Santos Feres – UFF __________________________________________________________ Profa. Doutora Mônica Tavares Orsini – UFRJ, Suplente __________________________________________________________ Profa. Doutora Luciana Paiva de Vilhena Leite – UNIRIO, Suplente
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus pela minha vida, pela minha saúde,
pela minha família, por ter me ajudado e me dado forças para superar todas as
dificuldades e, assim, eu ter conseguido concluir uma etapa muito importante
da minha vida acadêmica.
A conclusão deste trabalho, além de ser uma realização pessoal, é mais
um fruto de uma trajetória acadêmica que, não sem esforço, vem sendo
construída desde que entrei na iniciação científica no terceiro período da
Faculdade de Letras.
Durante esse percurso de intensos estudos, tive a honra de poder contar
também com o apoio de pessoas muito especiais em minha vida. Por isso, não
poderia deixar de registrar a importância daqueles que convivem comigo
diariamente e acompanham a minha caminhada sempre torcendo pelo meu
sucesso e realização. Desta forma, agradeço a meus pais, Isa e Flívio, que
sempre apoiaram e incentivaram os meus estudos desde criança até os dias de
hoje. Minha mãe foi a minha primeira professora tanto na escola como na vida,
sempre me ensinando tudo e muitas vezes aprendendo para me ensinar
depois. Meu pai sempre se preocupou em nunca me faltar nada e que eu
sempre tivesse um ambiente ideal e sadio para a minha vida e meus estudos.
Sem eles, eu jamais teria conseguido chegar até aqui e me tornar uma mestra.
Agradeço à minha irmã, Juliana, que sempre esteve disposta a me
ajudar todas as vezes que precisei. Sei que posso contar com ela para tudo.
Agradeço ao meu noivo, Carlos Eduardo, que sempre valorizou e
incentivou os meus estudos, dando força para que eu ingressasse e concluísse
o mestrado, e me apoia a dar prosseguimento a minha vida acadêmica fazendo
o doutorado. Sei que ele torce muito por mim e estará ao meu lado me
ajudando a alcançar todos os meus sonhos e realizações.
Agradeço aos meus amigos, verdadeiros amigos, de quem estive
distante por muitas vezes, mas que nunca deixaram de me ajudar e torcer por
meu sucesso.
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Finalmente, agradeço a Lúcia Helena, minha orientadora, pelas horas
dedicadas a ler e reler não só esta dissertação, mas também todos os
trabalhos apresentados desde a iniciação científica até hoje. Agradeço pela
paciência que ela sempre teve comigo e por sempre ter me apoiado durante a
graduação e durante o mestrado. Sempre me incentivou a dar continuidade a
minha vida acadêmica mesmo nos momentos em que pensei em desistir. Se
hoje estou concluindo o mestrado devo grande parte desta conquista a ela, que
sempre foi uma orientadora presente e esteve disposta a ajudar no que fosse
preciso. Agradeço também pelos inúmeros atendimentos, conselhos,
sugestões, por me receber em sua casa e, principalmente, por confiar em mim
e ter aceitado me orientar desde o terceiro período da faculdade.
Muito obrigada a todos!
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SINOPSE
Estudo sincrônico dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos gêneros notícia e reportagem dos jornais O Globo e Extra, segundo os pressupostos teóricos da Teoria Semiolinguística do Discurso e da Semântica Argumentativa.
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RESUMO
OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM TEXTOS MIDIÁTICOS
Letícia Fionda Campos
Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa
Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ –, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre
em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).
Esta pesquisa tem por objetivo estudar o tema “modalização” por
intermédio dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos
gêneros textuais “notícia” e “reportagem”. Serão investigadas as motivações
semântico-discursivas para o seu uso e os contextos morfossintáticos em que
ocorrem, utilizando textos publicados no jornal “O Globo” e no jornal “Extra”, em
março de 2009. Considerando tais operadores como modalizadores, este
trabalho analisará o seu emprego no que concerne à estratégia semântico-
discursiva (manutenção, antecipação e suspense) que é utilizada com cada
tipo de operador e o contexto morfossintático no qual ele está inserido. Para
tanto, esta dissertação contará, principalmente, com duas linhas teóricas que
nortearão a análise: a Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, e
a Semântica Argumentativa, de Oswald Ducrot, esta em sua primeira e
segunda fases. Como fundamentação teórica, serão utilizados os seguintes
conceitos: Contrato de comunicação, Modos de organização do discurso e
Modalização (Patrick Charaudeau, 1992, 2008); Operadores argumentativos e
Polifonia (Oswald Ducrot, 1976, 1987), além de Estratégias Argumentativas,
trabalho elaborado por Eduardo Guimarães (1987) a partir da teoria de Oswald
Ducrot. No que diz respeito ao método de análise, serão utilizadas as
abordagens qualitativa – na medida em que se identificam os diferentes
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empregos dos operadores referidos – e quantitativa – na medida em que se
trabalha com o percentual de ocorrências dos operadores.
Palavras-chave: discurso; operadores argumentativos; subjetividade;
modalização; estratégia semântico-discursiva.
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
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ABSTRACT
ARGUMENTATIVE CONJOINS: A MARK OF SUBJECTIVITY IN MEDIATIC GENRES
Letícia Fionda Campos
Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa
Abstract da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ–, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre
em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).
This research aims at studying “modalization” by means of restrictive and
concessive argumentative conjoins in the textual genres “news” and “report”. In
this sense, it will be investigated the semantic-discoursive motivation for their
usage and the morphosyntactic contexts in which they occur, using texts from
the Brazilian newspapers “O Globo” and “Extra”, published in March, 2009.
Considering the aforementioned argumentative conjoins like modals, this
master’s dissertation is going to analyze their use concerning the semantic-
discoursive strategy which is applied to each type of argumentative conjoin and
the morphosyntactic context in which it is inserted. In order to achieve these
goals, this research will be based mainly on two theoretical perspectives:
Semiolinguistics of the Discourse, by Patrick Charaudeau, and Argumentative
Semantics, by Oswald Ducrot. The latter in its first and second stages. The
theoretical framework will include the following concepts: Communicative
contract, Mode of speech organization, Modalization (Patrick Charaudeau,
1992, 2008); Argumentative conjoins, Polyphony (Oswald Ducrot, 1976, 1987)
and Semantic-Discoursive Strategies, a concept elaborated by Eduardo
Guimarães (1987) from Oswald Ducrot’s theory. Regarding the analysis
method, it will be used the qualitative – once the different uses of the referred
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argumentative conjoins are identified – and the quantitative approaches – since
it permits to detect the usage percentage of conjoins in each genre studied.
Key-words: discourse; argumentative conjoins; subjectivity; modalization; semantic-discoursive strategy.
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
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GRÁFICOS
Gráfico I ................................................................................................ página 86 Gráfico II ............................................................................................... página 87 Gráfico III .............................................................................................. página 87 Gráfico IV ............................................................................................. página 88 Gráfico V .............................................................................................. página 89 Gráfico VI ............................................................................................. página 89 Gráfico VII ............................................................................................ página 90 Gráfico VIII ........................................................................................... página 91 Gráfico IX ............................................................................................. página 92 Gráfico X .............................................................................................. página 92 Gráfico XI ............................................................................................. página 93 Gráfico XII ............................................................................................ página 94 Gráfico XIII ........................................................................................... página 95 Gráfico XIV ........................................................................................... página 95 Gráfico XV ............................................................................................ página 96 Gráfico XVI ........................................................................................... página 97 Gráfico XVII .......................................................................................... página 98 Gráfico XVIII ....................................................................................... página 100 Gráfico XIX ......................................................................................... página 101 Gráfico XX .......................................................................................... página 101 Gráfico XXI ......................................................................................... página 102 Gráfico XXII ........................................................................................ página 103 Gráfico XXIII ....................................................................................... página 103 Gráfico XXIV ...................................................................................... página 104 Gráfico XXV ....................................................................................... página 105
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TABELAS Tabela I .............................................................................................. página 106 Tabela II ............................................................................................. página 114 Tabela III ............................................................................................ página 116 Tabela IV ............................................................................................ página 118 Tabela V ............................................................................................. página 119 Tabela VI ............................................................................................ página 120 Tabela VII ........................................................................................... página 120 Tabela VIII .......................................................................................... página 122 Tabela IX ............................................................................................ página 125 Tabela X ............................................................................................. página 126 Tabela XI ............................................................................................ página 127 Tabela XII ........................................................................................... página 128 Tabela XIII .......................................................................................... página 129
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ABREVIATURAS
NGB = Norma Gramatical Brasileira E1 = enunciador 1 E2 = enunciador 2 EUc = sujeito comunicante EUe = sujeito enunciador (imagem) TUi = sujeito interpretante TUd = sujeito destinatário (imagem) AD = Análise do Discurso L = locutor TAL = Teoria da Argumentação na Língua
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ................................................................... 20 2.1 Semiolinguística do discurso ................................................................. 20 2.1.1 Contrato de comunicação........................................................................ 24
2.1.1.1 O gênero textual notícia ....................................................................... 28
2.1.1.2 O gênero textual reportagem ............................................................... 29
2.1.2 Modos de organização do discurso ........................................................ 29
2.1.3 Modalização ............................................................................................ 34
2.2 Teoria da argumentação na língua ......................................................... 36
2.2.1 Os operadores argumentativos ............................................................... 38
2.2.2 O conceito de polifonia ........................................................................... 46
2.2.3 A teoria dos topoï .................................................................................... 50
2.3 Argumentação e estratégias de relação ................................................ 53
2.3.1 A estratégia da antecipação ................................................................... 58
2.3.2 A estratégia da manutenção .................................................................. 59
2.3.3 A estratégia do suspense ....................................................................... 60
3. METODOLOGIA .......................................................................................... 62
4. ANÁLISE DO CORPUS .............................................................................. 64
4.1 Análise qualitativa ................................................................................... 65
4.2 Análise quantitativa ................................................................................. 86
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 130
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 132 ANEXOS ........................................................................................................ 136
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1. INTRODUÇÃO Esta dissertação tem como proposta estudar o tema “modalização” por
intermédio dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos
gêneros textuais “notícia” e “reportagem”, utilizando textos1 publicados no jornal
O Globo e no jornal Extra, em março de 2009.
Segundo Charaudeau (1992), modalização é uma categoria de língua
que reúne o conjunto dos procedimentos linguísticos, os quais permitem tornar
explícito o ponto de vista do locutor. Em outras palavras, é um fenômeno
linguístico-discursivo que corresponde ao modo de dizer aquilo que é dito e
designa a atitude do sujeito falante em relação a seu próprio enunciado. A
modalização pode estar implícita ou explícita no discurso, mas ela está sempre
presente indicando a atitude do sujeito falante em relação ao seu interlocutor, a
si mesmo e a seu próprio enunciado. Dentre as diversas marcas linguísticas de
modalização, estão os operadores argumentativos.
Considerando, então, os operadores argumentativos como
modalizadores, este trabalho tem como objetivo analisar o emprego dos
operadores restritivos e concessivos no que diz respeito à estratégia
semântico-discursiva (manutenção, antecipação e suspense) que é utilizada
com cada tipo de operador e o contexto morfossintático no qual ele está
inserido. Em outras palavras, pretende-se verificar a relação existente entre a
estratégia semântico-discursiva adotada pelo locutor (no caso, o jornalista) e a
construção morfossintática.
Para realizar essa análise, serão levantadas e identificadas as
motivações para o uso de um operador em detrimento de outro, ou seja, será
levado em consideração o contexto linguístico em que os operadores
argumentativos são empregados, com a finalidade de descobrir em que
contextos o locutor usa cada tipo de operador.
É importante notar que a neutralidade dos textos informativos é um mito
e que as marcas do sujeito enunciador, a ideologia e a visão de mundo
1 As reportagens e notícias escolhidas para o corpus são textos que foram impressos e publicados nos jornais “O Globo” e “Extra”. Os textos analisados não foram encontrados em versão on-line.
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aparecem ao longo do texto. Os traços de subjetividade2, muitas vezes, são
suavizados para não comprometer a credibilidade do texto. Nesta pesquisa, a
preocupação é com a subjetividade que se manifesta em notícias e
reportagens, em que o sujeito enunciador marca sua posição no discurso por
meio dos operadores argumentativos.
A linguagem utilizada nos textos analisados pressupõe a existência de
um gênero informativo, de um contrato de comunicação que estabeleça
autenticidade e credibilidade, e de um público-alvo a quem esse discurso seja
destinado, estabelecendo assim as estratégias discursivas. Nas notícias e
reportagens, objeto de estudo desta dissertação, o jornalista tenta mascarar o
seu ponto de vista, sem conseguir tal empreendimento na maioria das vezes,
visto que a sua opinião é passível de ser recuperada através das marcas que
ele deixa em seu discurso.
No que diz respeito à fundamentação teórica, nortearão esta pesquisa a
Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2010), e a Semântica
Argumentativa, de Oswald Ducrot (1976, 1987), em sua primeira e segunda
fases. A teoria Semiolinguística conduzirá o estudo do corpus na sua face
macroestrutural, enquanto a Semântica Argumentativa se ocupará da
microestrutura textual. Como ponto comum entre as duas, destaca-se o fato de
ambas levarem em conta o fenômeno da enunciação, isto é, o enunciado
atualiza o seu sentido num dado lugar, com a participação de determinados
indivíduos, que viveram suas próprias experiências e têm a sua própria visão
de mundo.
Acrescenta-se a essas teorias, um trabalho elaborado por Eduardo
Guimarães (1987), que estuda estratégias de relação, ou seja, estratégias
linguístico-discursivas que orientam o discurso para dadas conclusões segundo
o tipo de operador utilizado.
2 Nesta pesquisa entende-se subjetividade como a capacidade do locutor de se posicionar como sujeito. (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012) Em outras palavras, é a presença do locutor em seu discurso. É necessário citar que é na enunciação que se fundamenta a subjetividade, entendida como a capacidade do locutor para se propor como sujeito (Benveniste,1889, p.286). De acordo com Benveniste, por haver um sujeito que enuncia, o sentido do texto está sempre comprometido com o ponto de vista do enunciador e, por conseguinte, a significação tem no sujeito sua principal fonte geradora de sentido.
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Quanto às hipóteses que nortearão este trabalho, levantaram-se as
seguintes:
a) os operadores restritivos apresentariam uma frequência maior do que os
concessivos nos dois jornais e gêneros;
b) o operador “mas” seria o mais recorrente nos dois gêneros e jornais;
c) o gênero reportagem apresentaria maior variedade de operadores
argumentativos do que o gênero notícia;
d) o jornal “O Globo” teria um percentual maior de operadores concessivos e
restritivos do que o “Extra”, sendo a diferença mais expressiva nos
concessivos.
e) o jornal “O Globo” apresentaria maior variedade de operadores
argumentativos do que o jornal “Extra”;
f) a estratégia argumentativa mais recorrente seria a estratégia do suspense
nos dois jornais e gêneros;
g) entre as estratégias argumentativas veiculadas pelo processo de
subordinação, a estratégia da antecipação seria a mais frequente nos dois
jornais e gêneros;
h) haveria uma relação entre o uso de um operador em detrimento do outro e
a estrutura morfossintática;
i) dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia do suspense,
haveria a predominância de uma determinada construção;
j) dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da antecipação
e da manutenção, haveria a predominância de um tipo de construção.
No que diz respeito à disposição das partes deste trabalho, inicia-se pela
introdução, em que se expõe, brevemente, o objeto de estudo – operadores
argumentativos restritivos e concessivos –, bem como a organização da
presente pesquisa.
No capítulo 2, apresentam-se os pressupostos teóricos, buscando-se
fundamentar os conceitos que serão utilizados na análise do corpus e explicar
o modo como eles são abordados pelos autores selecionados.
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O capítulo 3 aborda a metodologia empregada na análise do corpus,
contemplando o modo pelo qual foi conduzida a análise qualitativa e
quantitativa dos dados.
No capítulo 4, será apresentada a análise qualitativa e quantitativa do
corpus, momento em que as hipóteses que motivaram este trabalho serão
confirmadas ou não com base nas conclusões extraídas do material
investigado.
Por último, nas considerações finais (capítulo 5), serão acrescentados, à
guisa de conclusão, alguns comentários que ratifiquem o percurso percorrido
nesta pesquisa, seja para confirmar as hipóteses postuladas inicialmente, seja
para infirmá-las.
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2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Conforme foi dito anteriormente, neste capítulo serão abordados os
pressupostos teóricos que nortearão esta pesquisa. Dentre eles, encontram-se
a Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2010), a Semântica
Argumentativa, de Oswald Ducrot (1976, 1987), em sua primeira e segunda
fases, e as estratégias linguístico-discursivas elaboradas por Eduardo
Guimarães (1987).
2.1 A Semiolinguística do Discurso A linguagem sempre atraiu o interesse de estudiosos ao longo da
história da humanidade. Atualmente acredita-se que ela é inerente ao ser
humano e não apenas uma ferramenta ou mecanismo construído para que haja
comunicação. Vale ressaltar que existem muitas teorias que estudam a
linguagem, e essas áreas podem se dedicar ao estudo isolado de cada
dimensão existente nelas (cognitiva, psicossocial, semiótica e linguística) ou,
como será empregado nesta pesquisa, observar a intersecção dessas
naturezas, que trazem consigo contribuições importantes para a constituição de
um panorama mais amplo de análise do discurso. Com isso, baseado nas
informações supracitadas, escolheu-se a Semiolinguística do Discurso, de
Patrick Charaudeau, para nortear este trabalho.
De acordo com a Semiolinguística do Discurso (CHARAUDEAU, 2010),
a linguagem é uma realização multidimensional, consequentemente, essa
teoria não privilegia a Semiótica e a Linguística em detrimento das demais
dimensões da linguagem. Pelo contrário, uma análise semiolinguística do
discurso deseja compreender a natureza multidimensional da linguagem. Desta
maneira, pode-se observar que nem a Linguística nem a Semiótica podem se
separar ou apresentar maior relevância uma sobre a outra em uma análise
semiolinguística do discurso. Ao mesmo tempo em que a Semiótica defende
que a linguagem é por si e para si mesma instrumento de análise, a Linguística,
por seu turno, torna os fatos linguageiros o seu objeto de estudo. Ambas as
áreas, conectadas às dimensões psicossociais, compõem o campo de análise
da Semiolinguística do Discurso.
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Resumidamente, essa concepção defende que diferentes sistemas
semiológicos têm significado, isto é, o signo não é estritamente linguístico, mas
sim tudo aquilo que, de alguma forma, significa algo. A cor de um ônibus, por
exemplo, é um signo, pois significa a área da cidade que esse meio de
transporte percorre, logo, tem um significado.
Charaudeau (2007) afirma que a linguagem é a responsável pela
semiotização do mundo e, para tal, é preciso que ocorram dois processos: o
processo de transformação, em que o sujeito falante transforma um “mundo a
significar” em um “mundo significado”, e o processo de transação, que consiste
na utilização deste “mundo significado” como um objeto de troca para interação
do falante com seu destinatário. No processo de transformação, quatro
operações são essenciais para que, de fato, “mundo a significar” torne-se
“mundo significado”: identificação, qualificação, ação e causação.
A princípio, ocorre a identificação dos seres do mundo, transformando-
os em identidades nominais. Posteriormente, há uma qualificação desses
seres, possibilitando que sejam descritos através de suas características. A
próxima operação está ligada à ação e permite que os seres do mundo
obtenham identidades narrativas, para que estejam suscetíveis a praticar ou
sofrer uma ação. Por fim, é na causação que se desenvolve a capacidade de
os seres fazerem parte de um processo originado pela causalidade.
Tanto o processo de transformação quanto o de transação estão
conectados e acontecem simultaneamente, porém o processo de
transformação necessita ser norteado pelos direcionamentos do processo de
transação. É por meio deste que surgirá da comunicação um sentido baseado
no contexto, e isso advém de quatro princípios relacionados ao processo de
transação: o princípio de alteridade, o de pertinência, o de influência e o de
regulação.
O princípio de alteridade defende que a comunicação deve ocorrer entre
seres que se reconhecem como semelhantes e ao mesmo tempo distintos, a
fim de que se constitua não apenas um vínculo de interesses e saberes
mútuos, mas também o desempenho de papéis diferentes na troca linguageira
– os papéis de sujeito comunicante e sujeito interpretante. Já o princípio de
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pertinência defende que haja compartilhamento dos saberes envolvidos entre
os parceiros em uma troca comunicativa, isto é, que exista compartilhamento
do universo de referências em que estão inseridos, como os saberes sobre o
mundo, questões psicossociais ou de ordem comportamental.
No que concerne ao princípio de influência, pode-se afirmar que ele
corresponde à natureza de todo ato de linguagem. Em outras palavras, ele
corresponde à intenção de o sujeito comunicante atingir o sujeito interpretante
dependendo dos interesses que tenha naquela situação comunicativa. Em
contrapartida, o sujeito interpretante apresenta-se ciente de sua condição de
alvo daquela influência, podendo decidir se aceita, declina ou muda o tom
inicial das trocas sociolinguageiras. Por último, o princípio de regulação está
relacionado ao fato de que é no dispositivo sociolinguageiro que estão as
estratégias responsáveis por instaurar os limites do ato comunicativo e garantir
que o princípio de influência ocorra através de um acordo diplomático
consciente ou inconsciente entre os sujeitos.
É relevante notar que a teoria semiolinguística também é semiótica
(CHARAUDEAU, 2010), pois acredita na semiotização do mundo e defende
que os objetos ou significantes só se constituem através da intertextualidade
possibilitada pelos sujeitos da linguagem. Vale ressaltar, ainda, que, para essa
teoria, o material linguístico-discursivo é muito importante, uma vez que ela
leva em consideração a situação externa ao discurso e as realizações dos
enunciados no interior do discurso, caracterizando-os como elementos
essenciais para a Análise do Discurso.
No que diz respeito ao ato de linguagem, a Semiolinguística do Discurso
o encara como um fenômeno de intercâmbio entre sujeitos, um jogo de
interesses que depende de uma intencionalidade dos seres envolvidos.
Benveniste, em seus estudos sobre a subjetividade na linguagem, já se referia
à existência de um eu que se realiza na enunciação. Este fato pode ser
conferido no trecho abaixo:
[...] eu se refere ao ato de discurso individual no qual é pronunciado, e lhe designa o locutor. É um termo que não pode ser identificado a não ser dentro do que, noutro passo, chamamos uma instância de discurso, e que só tem referência
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atual. A realidade à qual ele remete é a realidade do discurso. É na instância do discurso na qual eu designa o locutor que este se enuncia como “sujeito”. (BENVENISTE, 2005, p. 288, grifos do autor)
Sob essa perspectiva, o autor alega que é a enunciação a responsável
pela construção do sujeito e, desta forma, o eu institui o outro diante de si.
Assim, toda enunciação é uma alocução (pressuposição do outro), pois postula
um alocutário, fazendo com que, ao existir um eu, exista um tu, já que a
consciência de si mesmo só surge através do contraste. Essa relação (eu-tu),
embora não seja igual, é complementar, ou seja, compõe uma realidade
dialética.
Desse modo, Charaudeau (2010) caracteriza o ato de linguagem como
um processo que possui dois espaços e engloba a projeção de, pelo menos,
quatro sujeitos. Em um espaço externo, os seres sociais correspondem ao
sujeito comunicante (EUc) e ao sujeito interpretante (TUi). No espaço interno,
onde se desempenha a enunciação, estão os seres de fala, os protagonistas,
que se realizam no discurso, denominados como sujeito enunciador (EUe) e
sujeito destinatário (TUd). Portanto, o Eu-comunicante e o Tu-interpretante são
pessoas reais, com identidade psicossocial, enquanto o Eu-enunciador e o Tu-
destinatário são entidades do discurso, só tendo existência teórica (não são
reais).
Nesse sentido, um enunciado qualquer seria de fato produzido e lido por
duas pessoas, que são o Eu-comunicante e o Tu-interpretante (pessoas
físicas). Quando, porém, o enunciador fala ou escreve, ele tem em mente a
figura do destinatário daquela mensagem. Essa “pessoa hipotética” seria o Tu-
destinatário, que seria a imagem idealizada pelo Eu-comunicante de seu
enunciatário. O Eu-comunicante (produtor real do enunciado) procura transmitir
para o Tu-interpretante (destinatário real do enunciado) uma imagem de si
mesmo, que poderá ser ou não aceita pelo Tu-interpretante. Essa imagem é
denominada Eu-enunciador, (imagem que o sujeito comunicante idealiza de si
mesmo e que o leitor idealiza do seu enunciador) que é igualmente uma figura
hipotética na enunciação.
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É essencial explicar que, segundo Charaudeau (2010, p. 44), todo ato de
linguagem é uma aposta do sujeito comunicante, pois suas expectativas em
relação ao interlocutor podem se confirmar ou não, uma vez que por trás de
Tu-destinatário, há também um sujeito social (Tu-interpretante), que é o
responsável por ratificar ou recusar a imagem que o Eu-comunicante projetou
inicialmente (Eu-enunciador) e também criar uma representação para si de Eu-
enunciador.
Nesta pesquisa, o Eu-comunicante é caracterizado pelo jornalista, que
por seu turno, escreve a reportagem ou a notícia e apresenta como Tu-
interpretante o leitor dos jornais “O Globo” e “Extra”. O Eu- enunciador seria a
imagem que o jornalista (Eu-comunicante) idealiza de si mesmo (não real) e o
Tu-destinatário seria a imagem que o jornalista idealiza dos seus leitores, isto
é, seria o leitor ideal para ele, que por sua vez, pode corresponder ou não ao
leitor real (Tu-interpretante).
Veja-se, a seguir, um conceito bastante importante para esta pesquisa.
2.1.1 Contrato de comunicação
Primeiramente é preciso explicitar que um ato de linguagem é um evento
que ocorre na área de intersecção entre os dois espaços da enunciação, o
interno e o externo. A fim de que o sujeito alcance o seu propósito
comunicacional com o outro, ele deverá obedecer a certas restrições que são
impostas pelos espaços em que ambos se inserem. Ao mesmo tempo, o sujeito
terá liberdade para selecionar suas estratégias de comunicação
(CHARAUDEAU, 2007, p. 17 - 18). Essa possibilidade que é oferecida ao
sujeito comunicante facilita-lhe ser bem sucedido em seu projeto de
intencionalidade, uma vez que ele procurará utilizar estratégias que visem à
união entre as identidades do sujeito destinatário e do sujeito interpretante.
Com isso, pode-se constatar que a realização de um ato de linguagem
depende de uma situação real de troca e de uma intencionalidade, e tem duas
naturezas – uma de rigidez e outra de flexibilidade – que equivalem,
respectivamente, aos espaços de restrições e de estratégias. Esse conjunto de
fatores relacionados ao ato de linguagem é o que produz as significações do
25
discurso, a partir da inter-relação entre os espaços interno e externo onde se
realiza a mise-en-scène discursiva.
Em outras palavras, com base em Charaudeau, o locutor, ao se
comunicar, realiza uma encenação, uma de mise-en-cene, que visa a produzir
certo efeito sobre o outro. A organização do projeto de comunicação do sujeito,
portanto, é feita por meio das escolhas do seu repertório de competências
obedecendo às restrições da situação discursiva.
Ainda segundo Charaudeau, é relevante observar que o ato de
linguagem se estrutura em três níveis: situacional, comunicacional e discursivo.
No nível situacional, estão presentes os elementos ligados ao espaço externo
da enunciação. É nesse nível que são determinados o espaço de restrições, a
finalidade da comunicação, a identidade dos parceiros, o domínio de saber
advindo da troca comunicativa e o reconhecimento do dispositivo
correspondente às condições materiais dessa troca.
No nível comunicacional estão inseridos os modos de falar ou escrever e
a determinação dos papéis linguageiros que legitimam o direito à fala dos
sujeitos. As escolhas no nível comunicacional estão ligadas ao nível situacional
e podem demonstrar a identidade do sujeito, o tratamento dado à determinada
proposição (tema) e sob quais circunstâncias (dispositivo) seu discurso foi
norteado.
No terceiro nível, o nível discursivo, destaca-se o espaço interno onde se
produz o ato de linguagem. Nele, o enunciador se revela como um sujeito de
fala que emprega recursos linguísticos a fim de desempenhar um projeto
discursivo. Nesse sentido, o sujeito deve buscar o equilíbrio entre as restrições
do nível situacional e as possibilidades fornecidas pelo nível comunicacional, e,
para que isso ocorra, é necessário que o sujeito atenda às condições de
legitimidade (princípio de alteridade), de credibilidade (princípio de pertinência)
e de captação (princípio de influência e de regulação).
A partir desses níveis, chega-se ao conceito de contrato de
comunicação. No que concerne ao nível situacional, Charaudeau (2008, p.56)
afirma que, no momento do intercâmbio linguageiro, o locutor e o interlocutor
são ligados por um contrato de comunicação, que permite que uma troca
26
comunicativa aconteça entre ambos. Isso significa que os indivíduos
participantes dessa troca podem efetivamente se comunicar se forem
conhecedores do contrato, ou seja, se conhecerem as práticas linguísticas e
sociais que ele prevê para cada situação.
Em outras palavras, para ele, todo intercâmbio linguageiro se organiza
concretamente na forma de um contrato de comunicação, que pode ser
compreendido como um contrato no qual são reconhecidas as condições de
concretização das trocas linguísticas. Logo, pode-se dizer que o contrato de
comunicação é um acordo tácito, no qual os envolvidos sabem como devem
agir em determinada situação, e é a existência de tal contrato que possibilita e
molda o intercâmbio linguageiro.
Vale ressaltar que, no contrato de comunicação, deve haver o
reconhecimento recíproco dos sujeitos, isto é, para que esse contrato se
estabeleça, é necessário que o sujeito comunicante tenha seu direito de fala
reconhecido pelo sujeito interpretante, quer dizer, que ele seja considerado um
alguém digno de ser escutado.
Para que isso ocorra, é preciso que, primeiramente, os saberes
utilizados pelo sujeito comunicante sejam conhecidos e, então, reconhecidos
pelo sujeito interpretante para que o sentido do seu discurso possa ser
compreendido e avaliado. Em segundo lugar, o sujeito comunicante deve ser
reconhecido como dotado de determinadas identidades sociais que o legitimam
para proferir tal discurso. A identidade de professor, por exemplo, legitima
determinados discursos de um sujeito, mas não lhe confere autoridade para
falar sobre leis ou tratamentos médicos. Por último, Charaudeau considera que
o direito à fala também depende da capacidade do sujeito comunicante de
conquistar a credibilidade dos sujeitos destinatários a fim de tentar
corresponder às expectativas que se fazem sobre ele.
Conforme foi dito anteriormente, no contrato de comunicação existe um
espaço de restrições e um espaço de manobra (estratégias). Este consiste na
abertura de campos de possibilidades estratégicas, demandando a ação dos
sujeitos interlocutores. Enquanto aquele é composto por regulações,
convenções e normas que possibilitam a interlocução na medida em que a
27
governam. Por conseguinte, pode-se afirmar que todo ato discursivo é, em
parte, limitado pelo contrato de comunicação (espaço das restrições) e, em
parte, deixado livre para as estratégias (espaço de manobra) do sujeito da
enunciação.
Desta forma, a liberdade que o sujeito comunicante tem no momento da
escolha, organização e encenação de seus interesses, forma um conjunto de
estratégias que pertencem ao contrato de comunicação e almejam acarretar
determinados efeitos de discurso no TUi para que ele possa se identificar com
o TUd idealizado por EUc. Essas estratégias, entretanto, podem não provocar
o efeito esperado pelo EUc e, desse modo, TUi, ciente de que está sob a
regulação de um contrato de comunicação e sob a influência das estratégias de
EUc, pode aceitar ou rejeitar sua encenação.
A fim de uma fusão entre TUd e TUi, o EUc pode escolher inúmeras
estratégias para a composição da imagem de EUe, e tal escolha é permitida
pelo nível de credibilidade que há entre os seres sociais e corresponde a uma
legitimação de fala. Assim, quanto maior a credibilidade do sujeito comunicante
diante do sujeito interpretante, maior será a permissão que aquele terá para a
construção da imagem de EUe.
Cada gênero textual tem suas peculiaridades contratuais e cada contrato
está relacionado a um gênero dentro de determinada situação comunicativa.
Nesse sentido, uma mesma sequência de palavras pode apresentar diferentes
significados, de acordo com a situação comunicativa. A escolha do sentido
apropriado depende do tema do contrato e da situação comunicativa na qual foi
produzido.
Um contrato terá de definir os seguintes aspectos:
• os papéis na comunicação: cada interlocutor realizará um papel baseado
no contrato ligado à situação comunicativa;
• a natureza monolocutiva ou interlocutiva: aquela acontece quando não
há troca de papéis entre interlocutores; esta ocorre quando os papéis se
alternam;
• os rituais de abordagem: condições para entrar em contato com o
interlocutor.
28
Nas notícias e reportagens, objeto de análise desta dissertação, o sujeito
comunicante é o produtor do texto, que está a serviço de um outro sujeito
comunicante, os jornais. Desta forma, os sujeitos comunicantes, no caso, os
jornais “O Globo” e “Extra” colocam em cena sujeitos enunciadores (EUe) que
correspondem aos EUc (jornalistas), que veicularão pontos de vista baseados
na ideologia dos jornais. Não basta ao sujeito enunciador construir um discurso
verdadeiro, mas é indispensável que o discurso cause um efeito de verdade,
fazendo com que o leitor (TUd) interprete e creia nas ideias e fatos relatados
nos textos. A fim de alcançar esse objetivo, o EUc deve ter clareza de
raciocínio e adequada concatenação dos argumentos, além de procurar
persuadir o sujeito destinatário (leitor) por meio de evidências que possam
ratificar seus argumentos. Nesta pesquisa é preciso lembrar que, apesar de os
gêneros analisados serem textos de caráter informativo, eles apresentam
características que os distinguem no tocante ao contrato de comunicação.
Neste momento faz-se necessário estabelecer uma distinção entre os
gêneros textuais estudados para que se possa compreender melhor as
características de cada um.
2.1.1.1 O gênero textual notícia
De maneira geral, é importante notar que os gêneros textuais
analisados, notícia e reportagem, caracterizam-se essencialmente por uma
relação distanciada entre aquele que escreve e aquele que lê, isto é, há uma
ausência física da instância de emissão para com a instância de recepção.
Essa relação distanciada e ausente fisicamente entre as instâncias da troca faz
com que a imprensa, no caso o jornal “O Globo” e “Extra”, seja uma mídia que
não pode fazer coincidir tempo e acontecimento, ou seja, tempo da escritura,
tempo de produção da informação e tempo de leitura. Consequentemente, há
uma defasagem entre o surgimento do acontecimento e o momento em que o
leitor se torna consciente dele.
O contrato de comunicação da notícia (CHARAUDEAU, 2006) apresenta
como características básicas o fato de ela ser um gênero textual que tem
caráter de novidade e cujo quadro temporal é a atualidade. A notícia sempre
29
antecede a reportagem, isto é, primeiro publica-se a notícia com as
informações mais relevantes acerca do fato (o que/ quando/ onde/ como),
sendo, assim, mais objetiva e sucinta, e depois, publica-se a reportagem com
mais detalhes. Normalmente, também não costuma haver assinatura na
notícia; apenas na reportagem há a presença do nome do jornalista que a
escreveu.
2.1.1.2 O gênero textual reportagem
A reportagem (CHARAUDEAU, 2006) caracteriza-se principalmente por
ser um gênero textual que tenta explicar um fenômeno social3 ou político, que
por sua vez, não precisa estar necessariamente ligado de maneira direta com a
atualidade. A reportagem retrata esse fenômeno como um fato, procurando ser
o mais fiel possível à realidade dele. Deste modo, ela tende a apresentar um
ponto de vista distanciado e global, demonstrar imparcialidade, propor um
questionamento e fazer comentários sobre o assunto tratado. Vale destacar
que a reportagem retrata um fenômeno que preexiste ao surgimento da notícia
– esta publicada antes daquela. Esse fenômeno é retratado e discutido com
maior riqueza de detalhes na reportagem, por isso o seu texto tende a ser mais
extenso do que o da notícia.
Deste modo, espera-se que o autor de uma reportagem esteja o mais
próximo possível da realidade do fato e que sua maneira de perguntar e tratar
as respostas não seja influenciada por seu engajamento.
É importante lembrar que as características supracitadas de ambos os
gêneros configuram o espaço das restrições do contrato de comunicação. Veja-
se, no item seguinte, o tratamento dado aos modos de organização do
discurso.
2.1.2 Modos de organização do discurso
Em se tratando de matéria linguística, um ato de linguagem, regulado
por um contrato de comunicação, apenas ganha forma orientado pelos modos
de organização do discurso. Esses modos são procedimentos que empregam 3 Um fenômeno social é uma série de fatos que se produzem no espaço público, que represente de alguma maneira uma desordem social. (CHARAUDEAU, 2006)
30
certas categorias de língua para ordená-las em função dos propósitos
discursivos do ato comunicativo. Conforme Charaudeau (2010), são quatro os
modos de organização do discurso: o descritivo, o narrativo, o argumentativo e
o enunciativo. Todos têm uma função de base, que consiste na finalidade
discursiva do sujeito falante, e um princípio de organização, que corresponde à
lógica de construção de sua encenação.
O modo descritivo permite fazer existirem os seres do mundo, ao
nomeá-los e qualificá-los. A qualificação atribui um sentido específico a esses
seres, e isso pode ser feito de modo mais ou menos objetivo, pois toda
qualificação tem como ponto de partida o olhar que o sujeito falante tem sobre
os outros seres e o mundo, testemunhando, então, sua subjetividade. Outro
componente importante é a posição espaço-temporal que consiste em definir o
lugar que um ser ocupa no espaço e no tempo.
O modo narrativo permite organizar a sucessão das ações e dos
eventos nos quais os seres do mundo estão implicados. Nele, o mundo é
organizado de modo sucessivo e contínuo, numa lógica cuja coerência é
assinalada por seu próprio fechamento. O sujeito que narra apresenta o papel
de testemunha que está em contato direto com a experiência a que assiste e
observa como os seres se transformam sob o efeito de seus atos.
É importante perceber que os modos de organização descritivo e
narrativo diferenciam-se pelo tipo de visão do mundo que constroem e pelos
papéis desempenhados pelo sujeito que descreve ou narra. O descritivo
caracteriza um mundo que se presume existir como um estar-aí que se
apresenta como tal, de modo imutável. O narrativo, por seu turno, define um
mundo que é construído no desenrolar de uma sucessão de ações que se
influenciam umas às outras e se transformam num encadeamento progressivo.
É fundamental dizer que o modo de organização narrativo é predominante no
corpus, objeto de estudo desta dissertação.
O modo argumentativo permite organizar as relações de causalidade
que se instauram entre essas ações, com auxílio de vários procedimentos que
incidem sobre o encadeamento e o valor dos argumentos. O seu princípio de
organização é baseado na lógica e na encenação argumentativas. Nele, o
31
sujeito enunciador assume uma posição contrária ou favorável a uma tese,
proposta por meio de um tema, sustentando-se em uma ou várias asserções.
Este modo tem como fundamental característica formar laços de
causalidade entre o conteúdo das asserções, permitindo a construção de
explicações sobre asserções realizadas sobre o mundo, almejando a atuação
sobre o sujeito-alvo. Ele apresenta como principal função explanar uma
verdade a fim de influenciar o interlocutor. É necessário citar que a
argumentação é distinta da persuasão, pois todo discurso argumentativo é
persuasivo, mas o contrário não é verdadeiro, uma vez que nem todo discurso
persuasivo é argumentativo. A argumentação, para poder ser convincente, tem
de estar relacionada à razão e ao julgamento de quem participa da situação
comunicativa. Na argumentação objetiva-se convencer alguém que uma dada
tese é preferível a outra.
O modo enunciativo, contudo, é o único presente nos outros três modos,
fazendo com que estes disponham de um duplo princípio de organização. Ele
tem como função
(...) dar conta da posição do locutor com relação ao interlocutor, a si mesmo e aos outros – o que resulta na construção de um aparelho enunciativo; por outro lado, e em nome dessa mesma vocação, esse modo intervém na encenação de cada um dos três outros modos de organização. E é por isso que se pode dizer que este modo comanda os demais (...) (CHARAUDEAU, 2008, p. 74)
O modo de organização enunciativo destaca-se por sua função de
organizar os lugares e os estatutos dos protagonistas do ato de linguagem.
Assim sendo, ele corresponde aos processos de modalização do sujeito com
relação ao que diz e escreve. Devido à sua natureza metalinguística, ele estará
a serviço dos demais modos, gerenciando-os e caracterizando a marca dos
enunciadores.
Nesta pesquisa, serão focalizados os modos narrativo, argumentativo e
enunciativo na medida em que eles estão presentes em maior ou menor grau
nas reportagens e notícias analisadas. Vale mencionar, entretanto, que se
trabalhará fundamentalmente com o modo enunciativo devido ao fato de ele
32
estar presente em todos os demais modos de organização do discurso e
corresponder à subjetividade do locutor dentro da narrativa, da descrição e da
argumentação, ou seja, ele corresponde ao modo pelo qual se diz aquilo que
se quer dizer. Assim, almeja-se investigar a subjetividade do locutor por meio
do uso dos operadores argumentativos restritivos e concessivos que ele utiliza,
transmitindo, implicitamente, o seu posicionamento em relação ao conteúdo
informativo. Desta forma, ele objetiva convencer o leitor a crer naquilo que está
sendo dito como uma representação fiel da realidade e guiá-lo à determinada
conclusão.
É necessário levar em consideração ainda que o modo enunciativo diz
respeito à maneira selecionada pelo sujeito comunicante para fazer o sujeito
enunciador agir na encenação de um ato de comunicação. Além disso, ele é
responsável por marcar a posição do locutor diante do interlocutor, diante de si
mesmo e dos outros. Em outras palavras, pode-se afirmar que o modo
enunciativo é uma categoria de discurso que evidencia os protagonistas da
encenação. Assim, essa forma de agir no modo enunciativo pode acontecer
através de três maneiras, o que corresponde às três funções desse modo: uma
relação de influência do locutor sobre o interlocutor, chamada de
comportamento alocutivo; uma demonstração do ponto de vista do locutor,
denominada comportamento elocutivo; um “apagamento” do locutor, visando à
construção de um discurso mais objetivo ou à reprodução da fala de um
terceiro, o que se chama comportamento delocutivo (CHARAUDEAU, 2010, p.
82).
As modalidades alocutivas caracterizam-se por implicar o locutor e o
interlocutor, ou seja, é o modo pelo qual o locutor impõe um comportamento ao
interlocutor. Este tipo de modalidade tende a apresentar marcas de 2ª pessoa.
A partir de um ponto de vista acional, através de uma construção enunciativa
fundamentada na alocução e estando em posição de superioridade, o locutor
impõe ao interlocutor um “fazer fazer” ou “fazer dizer”, instando-o a agir de
alguma forma, como por exemplo, nas modalidades de injunção e interpelação.
Vale destacar que, se o locutor estiver em condições de inferioridade em
relação ao interlocutor, haverá, igualmente, uma implicação deste, mas de
33
modo que evidencie um “saber” ou consinta ao locutor um “poder fazer”,
desempenhando sua autoridade. Assim, entre falante e destinatário, há uma
relação de solicitação, o que se realiza através das modalidades de
interrogação e de petição.
As modalidades elocutivas, por sua vez, não envolvem o interlocutor no
ato locutivo. Elas estão relacionadas à maneira pela qual o locutor demonstra seu ponto de vista sobre aquilo que enuncia. Assim, o propósito referencial é
enunciado como uma maneira de construir a imagem de um protagonista-
sujeito-enunciador como aquele que possui um modo de saber, como detentor
de uma avaliação, como um falante que se fundamenta em uma motivação,
como um sujeito com um engajamento e com uma proposição de decisão. De
maneira geral, utilizam-se marcas de 1ª pessoa neste tipo de modalidade.
Por último, as modalidades delocutivas não estão ligadas nem ao locutor
nem ao interlocutor, consequentemente, nesta modalidade, não há a presença
de marcas de 1ª ou 2ª pessoas. Neste caso, a proposta enunciada existe em si
mesma e se impõe aos interlocutores em seu modo de dizer. É preciso notar,
entretanto, que a tentativa de apagamento da subjetividade em um discurso
não constitui a sua ausência, uma vez que a subjetividade é inerente à
linguagem humana. Nesta modalidade há referências ao mundo externo à
encenação do ato comunicativo por meio de textos e propósitos de terceiros.
Assim, o locutor pode enunciar um propósito que se impõe por si só, sem
marcas de um discurso pessoal (mas norteado por seu engajamento), ou
enunciar um texto que não é de sua autoria, quando o locutor passa a se
comportar como uma espécie de relator do discurso alheio.
No comportamento delocutivo, os mecanismos linguísticos são
empregados a fim de transmitir uma aparente objetividade. Nesse sentido, o
locutor utiliza, por exemplo, frases impessoais ou com emprego de verbos no
infinitivo a fim de assegurar que seu discurso apresente um ar de verdade
absoluta e, ao mesmo tempo, colabore para a construção da imagem do
falante como um sujeito conhecedor e detentor da verdade. Nesta pesquisa,
será estudada especialmente a modalidade delocutiva (modalidades da
asserção e do discurso relatado), uma vez que somente ela está presente nos
34
gêneros analisados. As modalidades alocutivas e elocutivas não se encontram
nos textos examinados.
A partir desse momento faz-se necessário explicitar o conceito de
modalização, que será abordado na próxima seção desta pesquisa.
2.1.3 Modalização
Primeiramente, é preciso observar que, conforme Charaudeau (1992), a
modalização é uma categoria de língua que reúne o conjunto dos
procedimentos linguísticos, os quais permitem tornar o ponto de vista do locutor
explícito ou implícito, apagando o seu engajamento ou responsabilizando outro
pela opinião. Dentre as diversas marcas linguísticas que funcionam como
modalizadores, estão também os operadores argumentativos, como por
exemplo, os operadores restritivos e concessivos que são empregados para
contrapor argumentos orientados para conclusões contrárias (mas, porém, contudo,
todavia, embora, ainda que, entre outros). Vale lembrar que serão estes tipos de
operadores que serão focalizados nesta pesquisa.
Não se pode, entretanto, tratar do tema modalização sem relembrar a
importância de Benveniste no que se refere a esse assunto, uma vez que ele
foi o pioneiro do estudo da enunciação e da subjetividade na linguagem.
Segundo Benveniste (1989), a enunciação é um procedimento de apropriação
da língua por parte do enunciador, já que, por haver um sujeito que enuncia, o
sentido do texto tende a estar atrelado ao ponto de vista dele. Benveniste
defende ainda a tese da subjetividade na linguagem, assinalando estruturas
que indicam a presença do enunciador nos enunciados por ele produzidos,
conhecidas como modalizadores ou marcas linguísticas da enunciação.
Nessa perspectiva, a língua só apresenta sentido através da
enunciação, cujo protagonista é o sujeito. Na enunciação, ao estabelecer-se
um eu, estabelece-se do mesmo modo um tu, e esses serão os protagonistas
da enunciação, apresentando relações intersubjetivas. O enunciador, por sua
vez, assinala sua presença no enunciado por meio das marcas de
modalização, conhecidas como índice de atitudes, opiniões, intenções,
sentimentos e pontos de vista. Vale ressaltar que a modalização colabora para
35
proporcionar ao leitor um direcionamento argumentativo, um modo de ler o
texto e avaliar os fatos, conduzindo o sujeito destinatário a conclusões ou
interpretações, que interessam ao sujeito enunciador.
Por conseguinte, embora o enunciador empregue procedimentos para
transmitir objetividade e neutralidade, pode-se notar, através das marcas de
modalização, um posicionamento dele e uma intencionalidade a partir da
orientação argumentativa estabelecida no texto. Desta forma, a modalização é
a marca que o sujeito deixa no seu discurso, e por meio dela, pode-se perceber
se a sua tomada de posição é dada com engajamento ou distanciamento (de
modo mais explícito ou discreto).
Baseado em Koch (1996, p. 138), os modalizadores [...] caracterizam os tipos de ato de fala que [o locutor] deseja desempenhar, revelam o maior ou menor grau de engajamento do falante com relação ao conteúdo proposicional veiculado, apontam as conclusões para as quais os diversos enunciados podem servir de argumento, selecionam os encadeamentos capazes de continuá-los, dão vida, enfim, aos diversos personagens cujas vozes se fazem ouvir no interior de cada discurso.
É importante observar que, entre os diversos tipos de lexicalização das
modalidades, podem-se citar:
a) performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, etc.
b) auxiliares modais: poder, dever, querer, etc.
c) predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário, etc.
d) advérbios modalizadores: provavelmente, certamente, necessariamente, etc.
e) formas verbais perifrásticas: dever, poder, querer, etc. + infinitivo.
f) modos e tempos verbais: imperativo; certos empregos de subjuntivo; futuro
do pretérito com valor de probabilidade, hipótese; imperfeito do indicativo com
valor de irrealidade, etc.
g) operadores argumentativos: até, mesmo, até mesmo, inclusive, mas porém,
todavia, embora, contudo, entre outros.
36
h) verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, etc.
i) entoação (é importante notar que esse tipo de lexicalização das modalidades
não é possível em textos escritos)
Veja-se, a seguir, outra teoria indispensável para esta pesquisa.
2.2 Teoria da Argumentação na Língua
A Semântica Argumentativa (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012)
foi criada na França, na École des Hautes Études en Sciences de Paris por
Oswald Ducrot, inicialmente com Jean-Claude Anscombre, e continuada hoje
em dia por Ducrot com a ajuda de Marion Carel, no mesmo centro de
pesquisas.
A Semântica Argumentativa apresenta, como fundamentação filosófica,
a noção de alteridade4 concebida por Platão e trazida para o estudo da
linguagem por Saussure. Ducrot leva a noção de valor linguístico para o
emprego da língua, mostrando-o em diferentes níveis: na relação entre
entidades lexicais, entre enunciados, entre discursos, entre locutor e alocutário.
Nessa ótica, todas as temáticas relativas à linguagem produzida por um locutor
para seu alocutário são objeto de estudo para a explicação do sentido.
Para explicar os fenômenos da linguagem, dando ênfase ao sentido
produzido no discurso, essa teoria tratou dos conceitos de frase e enunciado
(DUCROT,1984). Este é entendido como a realização da frase (entidade
empírica, que se lê ou se ouve), enquanto aquele é uma entidade teórica,
construída pelo linguista para explicar os enunciados. Assim, a língua é um
conjunto de frases e o discurso é composto por enunciados, constituídos por
dois segmentos relacionados, em que o primeiro só possui sentido através do
segundo, ou seja, o primeiro segmento não será entendido se não for
relacionado ao segundo e vice-versa. Semanticamente, a frase apresenta
significação, e o enunciado apresenta sentido. Se o enunciado é a realização
da frase, então frase e enunciado, e seus respectivos significação e sentido,
são inseparáveis. 4 A noção de alteridade baseia-se na necessidade da presença do Outro, do Outro enunciado, do Outro discurso, do Outro interlocutor, sem o qual a linguagem não faz sentido.
37
Conforme foi dito anteriormente, a Semântica Argumentativa preocupa-
se com o uso da linguagem e, por isso, considera que a análise de textos e a
linguística devem ser combinadas de modo que uma contribua para o
entendimento da outra, da mesma forma que o sistema serve ao uso, e o uso
serve ao sistema. Deste jeito, a argumentação é intrínseca à língua e constitui
o sentido, que por seu turno é constituído por uma ordem puramente linguística
e deve ser descrito semanticamente por meio das relações que as palavras ou
os enunciados apresentam entre si. O fato de a argumentação não ser
independente da língua pode ser observado através da existência de
enunciados diferentes que designam o mesmo fato do mesmo contexto e, no
entanto as argumentações possíveis a partir desses enunciados são distintas.
Desse modo, Ducrot (1990) afirma que a argumentação está inscrita no
sistema linguístico, não nos fatos e, por isso, a semântica argumentativa almeja
descrever o sentido do enunciado a partir das conclusões por ele evocadas.
Essa teoria defende que a palavra contém uma significação que permite
certas continuações no enunciado e impede outras. Na medida em que essas
continuações são concretizadas, um sentido que surge das relações entre as
palavras se constitui. Pode-se notar que o locutor, ao optar por uma
continuação, deixou de escolher outras, e que o sentido de uma entidade
lexical no discurso depende da relação, dentre aquelas que são possíveis.
Vale ressaltar que o sentido pode ser distinto da significação que a
entidade lexical tem, se for compreendida de maneira isolada. A partir da
orientação especificada pela significação, decorrem instruções, ou seja, regras
que apontam as possibilidades ou impossibilidades de interpretação dos
enunciados. A orientação também diz respeito aos efeitos subjetivos e
intersubjetivos do enunciado, resultante da relação entre locutor e alocutário.
Com base em Ducrot, a intersubjetividade é a função fundamental da
linguagem, assim, quando o locutor produz um discurso, ele está expressando
seu pensamento por meio de enunciados, e o seu alocutário tende a dar-lhe
uma resposta. Consequentemente, o sentido do enunciado está na relação que
se estabelece entre ele e o outro. Com isso, argumentar é levar o alocutário a
determinada continuação.
38
Neste momento torna-se essencial explicar que a Teoria da
Argumentação na Língua é dividida em três formas, de acordo com o passar
dos anos: a primeira, a forma standard, que propõe o estudo dos operadores
argumentativos; a segunda forma, que acrescenta outros conceitos,
principalmente a noção de polifonia e topos; e a atual, conhecida como Teoria
dos Blocos Semânticos. Interessarão, a esta pesquisa, a primeira e a segunda
fases, na medida em que a primeira considera a argumentação intrínseca à
língua e a segunda leva em conta conceitos que perpassam a língua e o
discurso, ou seja, considera os espaços interno e externo de construção do ato
de linguagem, ponto de interseção com a teoria Semiolinguística do Discurso.
Na próxima seção serão caracterizados os operadores argumentativos,
que fazem parte da primeira forma da Teoria da Argumentação na Língua.
2.2.1 Os operadores argumentativos
De modo geral, a gramática tradicional caracteriza os operadores
argumentativos como elementos meramente relacionais, isto é, em um nível
linguístico, são conhecidos como conectivos (conjunções) que têm a função de
conectar orações. A Semântica Argumentativa, porém, os denomina como
operadores argumentativos, pois eles são marcas linguísticas que determinam
o valor argumentativo dos enunciados.
Para Vogt (1980), os operadores argumentativos correspondem a
marcadores de subjetividade, com a função de orientar a sequência discursiva
de um enunciado, levando o interlocutor à determinada conclusão, e seu
estudo deverá indicar o propósito dos falantes na elaboração do discurso e na
sua estruturação enquanto texto. Assim, os operadores resgatam elementos da
gramática, pois eles não só são responsáveis pela coesão do texto, mas
também apresentam uma carga retórica própria, colaborando para que surjam
os efeitos de sentido propiciados pelo contexto.
Conforme Ducrot (1976, 1987), os operadores argumentativos são
elementos da gramática da língua que têm por função indicar a força
argumentativa dos enunciados (porque, além de, apenas, mas, embora etc).
Eles são importantes tanto para a leitura quanto para a produção de textos,
39
pois funcionam como um elo, apresentando um caráter coesivo, que assegura
a progressão textual, além de fornecerem pistas para a construção do sentido
pelo interlocutor, demonstrando a força argumentativa dos enunciados e a
direção para a qual apontam. Em outras palavras, tais marcas instigam e
direcionam argumentativamente os personagens da enunciação.
É essencial comentar que essas marcas linguísticas são fundamentais
ao desencadeamento de efeitos, de ações, de comportamentos, de
conclusões. Segundo Oliveira (1999, p. 100):
Ducrot, ao formular os princípios básicos da Semântica Argumentativa, chamou de operadores argumentativos a um grupo de elementos da gramática, cujo objetivo fundamental é revelar a argumentatividade inerente a determinados enunciados e direcioná-los a uma conclusão específica de acordo com as condições de uso.
Dentro da categoria de operadores argumentativos, existem elementos
que, na perspectiva da gramática tradicional, fazem parte de várias classes
gramaticais, como conjunção, preposição, advérbio, pronome, e outras
palavras que, segundo alguns gramáticos, não pertencem a essas classes.
Rocha Lima (1972, p. 155) emprega o termo palavras denotativas para
caracterizar palavras e locuções que indicam afirmação (sim), negação (não),
exclusão (apenas, só), inclusão (também), avaliação (quase), designação (eis),
explicação (como), retificação (aliás) e apreciação modificando a frase
(felizmente). Em Bechara (2002, p. 291), há os denotadores de inclusão (até,
mesmo, também, inclusive), de exclusão (só, somente, apenas, etc), de
retificação (aliás, isto é), de situação (afinal, então, etc), de designação (eis), de
realce (é que), expletivo (lá, só, ora, que), e de explicação (a saber, por
exemplo).
Conforme Koch (2004), os operadores argumentativos são palavras da
gramática de uma língua que são responsáveis por uma relação precisa entre
os enunciados. Esses operadores são compostos por conectivos -- que são
considerados tradicionalmente como elementos meramente relacionais -- e por
40
alguns vocábulos, que a NGB não enquadra em nenhuma das dez classes
gramaticais.
Ducrot, ao criar a categoria operadores argumentativos, dividiu-os em
dois grupos, mostrando que eles podem pertencer a uma classe argumentativa
ou a uma escala argumentativa. Uma classe argumentativa se forma de um
conjunto de argumentos de mesmo peso que introduzem argumentos de
mesmo peso, isto é, operadores que apontam para a mesma conclusão (e,
também, ainda, nem, tanto... como, além disso...). Uma escala argumentativa
se constitui de um grupo de argumentos de pesos diferentes que introduzem
argumentos de peso diferente, ou seja, operadores que não apontam para a
mesma conclusão (mas, porém, contudo, todavia, no entanto, embora, ainda
que, posto que, apesar de (que), etc.)
É essencial observar que os argumentos orientados para a mesma
conclusão constituem uma classe argumentativa e, dependendo da relação de
força estabelecida entre os enunciados, eles podem se hierarquizar,
constituindo, consequentemente, uma escala argumentativa. Nesse sentido, o
conceito de escala argumentativa (Ducrot, 1981) pode ser definido como
enunciados de uma classe colocados em ordem de força em favor de uma
mesma conclusão.
Resumidamente, conforme Guimarães (1987), classe argumentativa “é
definida por uma conclusão e constituída pelos enunciados cujos conteúdos
podem ser argumento para tal conclusão”, e escala argumentativa “é uma
classe argumentativa em que se configura uma relação de força maior ou
menor dos conteúdos dos enunciados”. (GUIMARÃES, 1987, p. 26-28).
Considerando, assim, os conceitos de classe e escala argumentativa,
Ducrot (apud GOUVÊA, 2002) cria a expressão orientação argumentativa, que pode ser definida como os desenvolvimentos possíveis do discurso por
intermédio dos operadores argumentativos. Considerando um locutor que
coordene dois elementos semânticos p e q por meio do morfema mas [(Ele
afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes) (p), (mas, por
41
enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer
injustiças.)](q)5, observar-se-á o seguinte:
a) a existência de uma conclusão r (logo ele deve colaborar para o
reconhecimento do bandido), sugerida por p e não confirmada por q, o que
significa que p e q têm orientações argumentativas opostas em relação a r.
b) a força de q, contrária a r, é maior do que a força de p a favor de r, o que faz
com que a estrutura p mas q seja orientada no sentido de ~r (logo ele não deve
colaborar para o reconhecimento do bandido).
Por outro lado, se o jogo entre p e q se realizar por meio do morfema
embora [(Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi
poupado por Dunga), (p) (embora o time tenha melhorado com a sua saída e o
gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu) (q).]6, verificar-se-á isto:
a) p e q continuam tendo orientações argumentativas opostas em relação a r:
Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por
Dunga [logo Ronaldinho Gaúcho deve estar sendo preservado para jogos mais
importantes (r)], embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol,
marcado por Júlio Baptista, que o substituiu [logo Ronaldinho Gaúcho não deve
ser preservado para jogos mais importantes (~r)];
b) ao contrário do que ocorre na estrutura p mas q, em p embora q, a força de
q, contrária a r, é menor do que a força de p a favor de r, o que faz com que a
estrutura p embora q seja orientada no sentido de r (logo Ronaldinho Gaúcho
deve estar sendo preservado para jogos mais importantes).
5 Exemplo colhido de uma reportagem publicada no jornal O Globo no dia 03 de março de 2009. Título: “Não posso te deixar assim”, disse bandido para Yuka. Essa reportagem compõe o corpus analisado nesta dissertação. 6 Exemplo colhido de uma notícia publicada no jornal “Extra” em 30 de março de 2009, intitulada “Dunga rebate críticas à seleção”. Esta notícia faz parte do corpus utilizado nesta pesquisa.
42
Diante dos exemplos com mas (a) e embora (b), observa-se que a
progressão do texto pode dar-se pelo enunciado introduzido pelo morfema ou
pelo enunciado não introduzido por ele. O que decidirá essa questão será o
tipo de operador empregado.
Do ponto de vista semântico, os operadores restritivos e concessivos
apresentam comportamento semelhante, uma vez que ambos opõem
argumentos que orientam para conclusões contrárias e são utilizados pelo
enunciador para focalizar o discurso argumentativo.
Este fato pode ser observado através dos dois supracitados exemplos.
Em Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas, por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer
injustiças, pode-se verificar que existem dois argumentos, que orientam para
conclusões opostas e estão unidos por meio do operador restritivo mas. Neste
caso, pode-se notar que o primeiro argumento, mais fraco, (Ele afirmou que
tem condições de reconhecer um dos assaltantes) aponta para a conclusão
logo ele deve colaborar para o reconhecimento do bandido. Enquanto o
segundo argumento, mais forte, (mas, por enquanto, não quer colaborar com
retratos falados para não cometer injustiças) está orientado para a conclusão
logo ele não deve colaborar para o reconhecimento do bandido, que é a
conclusão que prevalecerá.
No enunciado Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou,
foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o
gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu é empregado o operador
concessivo embora, que, conforme ocorre com os operadores restritivos,
também une dois argumentos, que apontam para conclusões contrárias. O
primeiro argumento, mais forte, (Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez
decepcionou, foi poupado por Dunga) aponta para a conclusão logo
Ronaldinho Gaúcho deve ser preservado para alguns jogos, que é a que
prevalecerá. Enquanto o segundo argumento, mais fraco, (embora o time
tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o
substituiu) aponta para a conclusão logo Ronaldinho Gaúcho não deve ser
preservado para jogos mais importantes.
43
Tomando-se os exemplos acima, pode-se perceber que, através dos
enunciados concessivos (Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos
assaltantes e embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol,
marcado por Júlio Baptista, que o substituiu), o locutor pode indicar que está
ciente de que há outros pontos de vista; antecipar-se a uma contra-
argumentação ou crítica que poderia desqualificar a argumentação; preservar o
interlocutor, demonstrando que sua maneira de encarar os fatos não está
plenamente equivocada, embora não seja o seu ponto de vista ou argumento
que prevaleça; e por último, estabelecer a imagem de um sujeito de espírito
aberto, capaz de considerar o ponto de vista de terceiros.
Por intermédio dos enunciados restritivos (mas, por enquanto, não quer
colaborar com retratos falados para não cometer injustiça e Até Ronaldinho
Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga), pode-se
notar que o locutor introduz o argumento mais forte. Com isso, o argumento
restritivo (mais forte) é favorável à tese do argumentador, apresentando o seu
ponto de vista, e tem por função desqualificar a conclusão do enunciado
concessivo, que é “indesejável” à perspectiva do locutor/argumentador,
apontando para a conclusão que prevalecerá (favorável ao ponto de vista do
locutor/argumentador).
É importante ainda registrar a classificação de Koch (2004) no que
concerne aos operadores argumentativos. De acordo com ela, é possível
classificar os operadores em nove tipos segundo as relações semântico-
discursivas que exercem. Essa classificação pode ser observada abaixo:
a) operadores que assinalam o argumento mais forte dentro de uma escala que
direciona para determinada conclusão: até, mesmo, até mesmo, inclusive.
b) operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: e,
também, ainda, não só... mas também.
c) operadores que introduzem uma conclusão relacionada a um argumento
apresentado anteriormente: portanto, logo, pois.
44
d) operadores que permitem introduzir argumentos alternativos e levam a
conclusões opostas ou diferentes: ou, ou então, quer...quer.
e) operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos,
visando a atingir determinada conclusão: mais que, tão...como.
f) operadores que introduzem uma justificativa ou explicação: porque, já que,
pois.
g) operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões
contrárias: mas (porém, contudo, todavia, entre outros), embora (se bem que,
ainda que, posto que, entre outros).
h) operadores que introduzem conteúdos pressupostos: já, ainda, agora.
i) operadores que, de acordo com a maneira que foram empregados, podem
tanto estabelecer uma conclusão positiva, quanto uma conclusão negativa:
tudo, todos (afirmação), nada, nenhum (negação).
Nesta pesquisa, trabalhar-se-á especificamente com os operadores que
contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias (g), conhecidos
também como operadores argumentativos restritivos e concessivos. Na
terminologia tradicional, os restritivos são representados pelas conjunções
adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não
obstante, senão, entre outros), enquanto os concessivos são representados
pelas conjunções concessivas (embora, ainda que, apesar de que, se bem que,
mesmo que, por mais que, posto que, conquanto etc). Tanto os primeiros
quanto os segundos estabelecem, entre os enunciados, os valores semânticos
de restrição e concessão.
O comportamento dos dois tipos de operadores se distingue
discursivamente, levando em conta as construções sintáticas em que eles
atuam. Os restritivos operam em construções sintáticas de coordenação,
enquanto os concessivos atuam em construções sintáticas de subordinação.
45
Observem-se os exemplos7:
1. A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém não deu
prazos para cobrir o déficit de pessoal.
2. Apesar dessas dificuldades, Luiz Maurício afirma que não há qualquer
recomendação para evitar o Rocha Faria.
Na construção de coordenação (1), pode ser constatado que o operador
restritivo, no caso porém, introduz o segundo enunciado (a 2ª oração),
enquanto o primeiro (1ª oração) não é introduzido por operador. O enunciado
marcado pelo operador (não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal)
funciona, discursivamente, como argumento mais forte.
O primeiro enunciado (A secretaria estadual pretende contratar novos
médicos) funciona como argumento mais fraco e aponta para a conclusão logo
a população poderá ter atendimento em breve. O segundo enunciado (porém
não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal) funciona como argumento mais
forte e aponta para a conclusão contrária logo a população poderá não ter
atendimento em breve. A conclusão do argumento introduzido pelo operador é
a que prevalecerá.
Na construção de subordinação (2), observa-se que o operador
concessivo apesar de introduz o 1º enunciado (Apesar dessas dificuldades),
enquanto o segundo (Luiz Maurício afirma que não há qualquer recomendação
para evitar o Rocha Faria) não é marcado por nenhum operador. Neste
exemplo, o enunciado marcado pelo operador (Apesar dessas dificuldades)
funciona, discursivamente, como argumento mais fraco do que o enunciado
que o sucede (não há qualquer recomendação para evitar o Rocha Faria), este
funcionando como argumento mais forte. O argumento mais fraco aponta para
a conclusão logo ir ao Rocha Faria não resolve o problema. O argumento mais
7 Ambos os exemplos foram extraídos do corpus desta dissertação. Os dois exemplos foram retirados da reportagem “Demissão em massa abre crise no Rocha Faria” publicada no jornal O Globo no dia 10 de março de 2009.
46
forte aponta para a conclusão contrária logo ir ao Rocha Faria resolve o
problema, conclusão que prevalecerá.
A partir de agora, é preciso caracterizar o fenômeno da polifonia para
que em seguida seja possível explicar os valores semânticos dos operadores
argumentativos restritivos e concessivos.
2.2.2 O conceito de polifonia
Inicialmente, é essencial diferenciar a noção de polifonia da
possibilidade de relatar num discurso o discurso do outro (tanto em estilo direto
quanto em indireto). Conforme Oswald Ducrot (1976, 1987), para que ocorra a
polifonia, não é suficiente que haja, no discurso atribuído a um locutor (L), um
discurso de uma outra pessoa (L’), porque a presença da fala de (L’) na de (L)
pode estar atrelada ao simples discurso relatado, e isso exclui a polifonia. O
autor opera o conceito de polifonia no nível linguístico, indicando, por meio
dele, a possibilidade de um desdobramento enunciativo dentro do próprio
enunciado, como se fosse uma encenação teatral em que atuam vários
personagens.
Ducrot define ainda os elementos que compõem o sentido na descrição
polifônica: o primeiro deles são os pontos de vista de cada enunciador presente
no enunciado. O segundo é a posição do locutor a respeito desses
enunciadores. Na teoria polifônica, o enunciado apresenta pontos de vista
distintos, e o locutor assume atitudes a respeito desses pontos de vista.
Além disso, Ducrot defende a ideia de que o pensamento expresso no
enunciado não é necessariamente o do sujeito falante e de que este toma
certas atitudes com relação ao conteúdo do enunciado. Ele propõe, em sua
teoria, as figuras de locutor e de enunciador, representando o locutor, como ser
no mundo, sob a forma de Y, e o locutor, como responsável pelo discurso, sob
a forma de L. Nesta concepção o locutor é o ser visto como responsável pelo
enunciado; é a ele que se referem o pronome “eu” e as outras marcas de
primeira pessoa. No enunciado, porém, podem aparecer vozes que não são a
do locutor. Essas vozes são dos enunciadores, que são representadas sob as
formas E1 e E2. Os enunciadores são seres que se expressam através da
47
enunciação por meio do seu ponto de vista. Se eles falam, é somente no
sentido em que a enunciação é encarada como uma indicação da sua posição,
atitude, mas não, no sentido concreto do termo, através de palavras
específicas.
Deve-se observar que essas entidades propostas por Ducrot têm
estatuto diferente. O locutor Y é encarado como ser empírico, que não é objeto
de estudo do linguista, enquanto o locutor L é um ser do discurso, portanto,
objeto de estudo. Na polifonia dos enunciadores, E1 e E2 deixam de ser
sujeitos de atos ilocutórios, porque não falam, e passam a ser vozes, pontos de
vista com os quais o locutor L interage. O enunciador é encarado como origem
dos pontos de vista presentes nos enuncidos.
Baseado nessas informações, pode-se afirmar que a polifonia, segundo
Oswald Ducrot (1976, 1987), é um fenômeno discursivo que consiste na
presença de outras vozes além da do locutor, no discurso. Esse fenômeno
pode ser observado nas construções de coordenação por meio dos conectores
restritivos e nas construções de subordinação através dos conectores
concessivos. Esse fato pode ser ilustrado a partir do seguinte diálogo:
Situação: Duas amigas estão conversando sobre a festa do João.
Amiga 1: -- A festa do João foi legal (E1). (aponta para a conclusão “logo, você
ficou satisfeita”)
Amiga 2 (L): -- A festa do João foi legal (E1), mas houve muitas discussões
(E2). (aponta para a conclusão “logo, eu não fiquei tão satisfeita”)
ou
Amiga 2 (L): -- Embora a festa do João tenha sido legal (E1), houve muitas
discussões (E2). (aponta para a conclusão “logo, eu não fiquei tão satisfeita”)
Com base na teoria polifônica, verifica-se que, na primeira frase, há
apenas uma voz, que é a do seu próprio enunciador (E1). Esse enunciador
pode corresponder ao alocutário ou a um terceiro ou à voz pública – o senso
comum. Já na segunda e terceira frases há a presença de duas vozes em cada
(E1 e E2). Na segunda frase, por se tratar de um período composto por
48
coordenação com um operador argumentativo restritivo (mas), primeiramente o
locutor L concede razão ao interlocutor (“A festa do João foi legal”) para em
seguida introduzir o argumento mais forte (“mas houve muitas discussões”),
que apontará para a conclusão contrária a do argumento apresentado pelo
interlocutor. Na terceira frase, por se tratar de um período composto por
subordinação, empregando um operador argumentativo concessivo, o locutor
L, desde o início de sua fala (“Embora a festa do João tenha sido legal”),
demonstra que introduzirá um argumento mais forte que apontará para uma
conclusão contrária a do argumento do interlocutor (“houve muitas
discussões”).
Com isso, tanto na construção com mas, quanto na construção com
embora, há dois enunciados que representam pontos de vista de enunciadores
distintos (E1 e E2). O locutor (L), ao proferir seu enunciado como um todo,
também apresenta o seu ponto de vista sobre uma determinada questão, a sua
voz e o ponto de vista de outro, a voz de outro, que pode ser o alocutário, um
terceiro, ou a voz pública (GOUVÊA, 2002). Nesse sentindo, o locutor credita o
primeiro argumento, o mais fraco, ao alocutário, compondo a perspectiva de
E1, enquanto se responsabiliza pelo segundo argumento, o mais forte, da sua
perspectiva (E2). A direção apontada pelo argumento desta perspectiva é que
prevalecerá. Nestas construções, o dono do enunciado – e o enunciado aqui
considerado como um todo –, o locutor L, reconhece que a festa do João foi
legal, mas o que interessa para ele é que houve muitas discussões, logo a
festa não foi muito legal ou tão boa assim como defende o alocutário.
Além disso, é preciso notar que este diálogo não apresenta somente a
justaposição de duas fotografias (a festa do João foi legal; a festa do João não
foi muito legal), mas uma determinada apresentação dessas fotografias
baseadas em perspectivas diferentes [representadas pelos enunciadores (E1 e
E2)]. Se a ordem das duas fotografias for invertida ("Houve muitas discussões,
mas a festa do João foi legal" ou “Embora houvesse muitas discussões, a festa
do João foi legal”), a orientação argumentativa das duas construções se altera
49
(logo, a festa do João foi legal)8. A alteração se deve à mudança da
perspectiva dos enunciadores, mesmo os fatos representados se mantendo
idênticos. Aliás, esse fenômeno, para Ducrot, leva-o a considerar que o sentido
dos enunciados não se resume ao seu valor de verdade.
Do ponto de vista formal, na subordinação (Embora a festa do João
tenha sido legal (E1), houve muitas discussões (E2)) o enunciado restritivo não
é introduzido por operador (houve muitas discussões (E2)). Na coordenação (A
festa do João foi legal (E1), mas houve muitas discussões (E2)), porém, esse
enunciado é introduzido por um operador restritivo (mas houve muitas
discussões (E2)).
Com isso, pode-se perceber que a restrição é uma estratégia
argumentativa, e não apenas uma oposição de enunciados. O argumento
restritivo (mais forte) é favorável à tese do locutor (houve muitas discussões,
logo a festa do João não foi muito legal) e objetiva desqualificar a conclusão do
enunciado concessivo (logo, a festa do João foi legal), tornando-se
argumentativamente mais forte do que este, pois realiza no texto o papel de
restrição. Por conseguinte, em ambos os exemplos o enunciado da perspectiva
(ponto de vista) do enunciador 1 veicula a concessão, e o enunciado da
perspectiva do enunciador 2, a restrição.
Do ponto de vista argumentativo, o enunciado concessivo (E1) funciona
como argumento mais fraco, e o enunciado restritivo (E2), como argumento
mais forte. Desta forma, por meio dos operadores argumentativos concessivos,
o locutor demonstra previamente o argumento que será invalidado. Vale
ressaltar que esse tipo de operador sugere concessão às ações do verbo da
oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.
Segundo o Dicionário de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau e
Dominique Maingueneau (2012), por meio da concessão o locutor modifica sua
posição diminuindo suas exigências ou concedendo ao interlocutor pontos
controversos. Nesse sentido, a concessão é um momento de negociação,
compreendida como uma discussão sobre um desacordo aberto e que tende a
constituir um acordo. 8 Neste caso o fato de ter havido muitas discussões (argumento fraco) não afetou o fato de a festa ter sido boa, isto é, ela foi boa independentemente de ter havido discussões.
50
Na perspectiva argumentativa, quando o locutor utiliza um operador
argumentativo concessivo em seu discurso ele reconhece determinada
validade no discurso do seu interlocutor, que por seu turno, defende um ponto
de vista contrário ao seu, porém mantém suas próprias conclusões. Assim, o
locutor pode acreditar que possui mais argumentos ou que eles são mais
fortes; pode ter argumentos de outra ordem que não quer abdicar; ou até
mesmo pode não ter nenhum argumento e, mesmo assim, querer manter o seu
ponto de vista.
Conforme foi visto, à guisa de conclusão desta seção, é interessante
perceber que as construções concessivas são formadas pela união de dois
enunciados através de um conector restritivo ou concessivo. Os enunciados,
por seu turno, são orientados para as conclusões C e não C, respectivamente.
A construção concessiva tem por orientação geral a perspectiva do enunciador
1, enquanto a construção restritiva tem como orientação a perspectiva do
enunciador 2, como por ser visto em “concedo a E1, mas E2”; “embora
conceda a E1, E2”; “E2, embora conceda a E1”.
Nestes casos, locutor retoma o discurso de E1, oponente real ou fictício,
e E2 reafirma a posição do L, que orienta para a conclusão contrária à
conclusão de E1. A opção por um determinado tipo de operador em detrimento
do outro tem implicações na estratégia argumentativa, logo, do ponto de vista
discursivo, as construções com os operadores restritivos ou operadores
concessivos veiculam estratégias argumentativas diferentes, que serão
explicadas mais detalhadamente na parte desta pesquisa destinada às
estratégias de relação.
A seguir será estudada a teoria dos topoï e, posteriormente, serão
explanadas as estratégias de relação propostas por Eduardo Guimarães.
2.2.3 A teoria dos topoï
A palavra topos (plural, topoï) foi emprestada do grego e corresponde ao
latim lócus communis, de que resultou lugar comum. De maneira geral, pode-
se dizer que os topoï são princípios gerais, comuns, apresentados como
aceitos pela coletividade. (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012)
51
O princípio argumentativo dos topoï faz parte da segunda fase da Teoria
da Argumentação na Língua. Esse conceito define o ato de argumentação a
partir dos enunciadores, buscando identificar o caráter argumentativo dos
diversos pontos de vista presentes no enunciado. Desta forma, o valor
argumentativo passa a ser compreendido como parte constitutiva do enunciado
e depende da existência de um enunciador que argumenta, quer ele se
identifique com o locutor quer não. É preciso levar em consideração que o
topos é visto como um lugar-comum argumentativo no sentido de que serve de
intermediário entre o argumento e a conclusão.
É importante notar que os topoï apresentam as propriedades da
universalidade, da generalidade e da gradualidade. Eles são tratados como
universais porque demonstram que as crenças são partilhadas pelo locutor e
pelo interlocutor. A generalidade indica que as crenças se aplicam a muitas
situações, e não apenas a do momento em que se fala. Por último, a
gradualidade relaciona o conceito de escala à transição do argumento para a
conclusão. Eles são graduais porque relacionam duas propriedades graduais,
duas escalas. Deste modo, o movimento em uma delas acarreta o movimento
na outra, e a direção do movimento de uma condiciona a direção do movimento
da outra; isto é, se o valor demonstrado em uma das escalas aumenta, o valor
presente na outra também aumentará; se ele decresce, o outro também
decrescerá. A partir da noção de gradualidade, advêm a noção de formas
tópicas: quanto mais P, mais Q; quanto menos P, menos Q; quanto mais P
menos Q e quanto menos P mais Q.
A fim de esclarecer a relação entre argumento e conclusão, Ducrot
(1989, p. 24) enfatiza a propriedade da gradualidade, que, conforme foi dito
anteriormente, refere-se às escalas. Este fato pode ser ilustrado através do
seguinte exemplo “O dia está quente, então vamos lavar a roupa”.
O topos “quando o dia está quente, a roupa seca mais rápido” torna o
ato de lavar a roupa ideal para este tipo de dia, admitindo o uso do argumento
“O dia está quente” para defender a conclusão “devemos lavar a roupa”. Em
outras palavras, existe um topos que diz que, quando o dia está quente, as
roupas secam mais rapidamente do que em um dia frio.
52
Através desse exemplo, pode-se entender o que Ducrot diz quando
afirma que o topos compreende duas escalas. A primeira é a escala das
temperaturas e a segunda é a escala do ideal. Ele defende a existência de uma
ligação entre as duas escalas, tal que os movimentos ocorridos em uma geram
movimentos na outra, isto é, quanto mais alta for a temperatura, mais ideal será
o ato de lavar a roupa, assim como, quanto menos alta for a temperatura, o ato
de lavar a roupa será visto como “menos ideal” para aquele momento.
Tais fatos permitiram que Oswald Ducrot chegasse às seguintes
conclusões:
a) o valor argumentativo dos enunciados, assim como os pontos de vista
expressos neles estão inscritos na língua;
b) a determinação argumentativa é possível, sobretudo, graças às expressões
argumentativas;
c) o valor argumentativo dos pontos de vista dos enunciadores corresponde à
convocação, por parte deles, de topoï graduais;
d) cada topos possui duas formas tópicas recíprocas;
e) os operadores argumentativos são os responsáveis pelo caráter das formas
tópicas empregadas;
f) a argumentação não é o conjunto das conclusões possíveis para uma frase,
mas está relacionada com os topoï escolhidos9.
9 É importante lembrar que posteriormente, durante a terceira fase da Teoria da Argumentação na Língua (teoria dos Blocos Semânticos), Ducrot rejeita a teoria dos topoï como uma realização discursiva composta por argumentos e conclusões, e passa a defender a noção de encadeamento discursivo, que, por seu turno, legitima a existência de uma dependência entre o argumento e a conclusão, que se formariam mutuamente. O autor ainda afirma que “é impossível argumentar com as palavras, que nossos discursos, mesmo que sejam comumente qualificados de ‘argumentativos’, não correspondem a nada do que se entende por argumentação, ou ainda que a argumentação é uma miragem” (1999, p. 1). Desta maneira, ele admite que seus trabalhos realizados na perspectiva da teoria dos topoï argumentativos são afetados pelo menos de alguma forma pela retórica, no sentido de que a teoria dos topoï colocava na argumentação um terceiro termo extralinguístico. Em outras palavras, encarava a argumentação como se existissem argumentos que levassem a conclusões específicas ou até mesmo argumentos autônomos das conclusões. Vale ressaltar que esta última forma da Teoria da Argumentação na Língua não será levada em consideração ao longo desta dissertação.
53
O próximo aspecto a ser abordado está relacionado às estratégias de
relação estudadas por Guimarães (1987), ou seja, tem a ver com a escolha do operador argumentativo bem como com a mobilidade que alguns operadores
oferecem à oração que introduzem.
2.3 Argumentação e estratégias de relação Eduardo Guimarães (1987) (apud GOUVÊA, 2002), no capítulo Mas,
embora: argumentação, polifonia e estratégias de relação, ao abordar a
possibilidade de inversão dos enunciados com o conector embora e da
impossibilidade de inversão com o mas, analisou o valor argumentativo do
emprego de um tipo de morfema em detrimento de outro. O jogo enunciativo
entre representação do sujeito da enunciação, orientação argumentativa e
articulação tema/comentário de recortes do tipo X, mas Y, X embora Y e
embora Y, X dá origem às estratégias de relação que, por sua vez, geram
caminhos na organização textual e, por conseguinte, na construção dos efeitos
de sentido desses recortes.
Segundo Guimarães, numa construção de subordinação, os operadores
argumentativos concessivos marcam não apenas o comentário, mas também
podem indicar o tema, e por isso há uma possibilidade de inversão das orações
no processo de subordinação. Numa construção de coordenação, ao contrário,
os operadores restritivos só marcam o comentário e, consequentemente, a
inversão das orações, que ocorre no primeiro processo, não ocorre no
segundo, conforme foi mencionado no parágrafo anterior. Observe-se, nos
exemplos extraídos do corpus desta dissertação, o que diz Guimarães:
(1) Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem
muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado,
castigam o município.10
(2) Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por
Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por
Júlio Baptista, que o substituiu.11 10 Reportagem, intitulada “Panisset: ‘Fui para o lado errado’”, publicada no jornal Extra em 14 de março de 2009.
54
(3) Embora manifestem confiança nos dirigentes, os profissionais do futebol
vascaíno já se preocupam com a demora na solução.12
No exemplo (1), pode-se observar o emprego do operador restritivo
“mas” em uma estrutura de coordenação. Além disso, pode-se observar a
impossibilidade da inversão das orações, uma vez que os operadores
restritivos só introduzem o comentário, e não o tema. Desta forma, “Mas a
culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município,
Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos
buracos” é uma construção semanticamente inaceitável devido à mudança de
posição das orações. Nesse trecho, a princípio, o locutor (jornalista), através do
discurso relatado, apresenta a opinião da prefeita Aparecida Panisset com
relação ao problema que está se passando em São Gonçalo.
Nesse enunciado, a princípio, Panisset concede razão ao interlocutor,
que seria o povo que está reclamando do excesso de buracos. Deste modo,
primeiramente aparece o argumento mais fraco (São Gonçalo realmente tem
muitos buracos), que representa a perspectiva de E1 e que aponta para a
conclusão logo, a prefeitura não está trabalhando bem. Em seguida, porém, ela
introduz o argumento mais forte, que representa a perspectiva de E2 –
perspectiva de Aparecida Panisset – (a culpa é das chuvas que, desde o ano
passado, castigam o município) e que aponta para a conclusão que
prevalecerá (logo, a prefeitura está trabalhando bem).
A conclusão apontada pelo argumento mais forte, por sua vez, é oposta
à conclusão apontada pelo argumento mais fraco. Assim, pode-se observar
que, por meio desse tipo de construção, primeiramente tem-se a impressão de
que a conclusão que prevalecerá será a do interlocutor, causando um
suspense, que logo em seguida, é quebrado através da inserção do argumento
introduzido pelo operador “mas”.
11 Notícia publicada no jornal “Extra” em 30 de março de 2009, intitulada “Dunga rebate críticas à seleção”. 12 Reportagem, intitulada “Vasco vive dias decisivos para a sua reconstrução”, publicada no jornal O Globo em 05 de março de 2009.
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No exemplo (2), é utilizado o operador concessivo “embora”, em uma
construção de subordinação. Nesse trecho, é possível a inversão das orações,
já que os operadores concessivos podem introduzir tanto o tema quanto o
comentário. Assim, a construção “Embora o time tenha melhorado com a saída
de Ronaldinho Gaúcho, e Julio Baptista, que o substituiu, tenha marcado o gol,
até Ronaldinho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga” é
semanticamente aceitável.
Ainda nesse exemplo, primeiramente é introduzido o argumento mais
forte (Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por
Dunga), que apresenta a perspectiva do locutor. Esse argumento aponta para a
conclusão que prevalecerá (logo, Ronaldinho Gaúcho deveria ser poupado).
Em seguida, há o emprego do argumento mais fraco que, por seu turno, é
introduzido pelo operador “embora”, (embora o time tenha melhorado com a
sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu) e que aponta
para a conclusão logo, Ronaldinho Gaúcho não deveria ser poupado. Vale
dizer que este último argumento não influencia o primeiro argumento (mais
forte) nem a conclusão para a qual ele aponta, funcionando apenas como um
comentário.
Por último, no exemplo (3), também é utilizado o operador concessivo
“embora” em uma construção de subordinação. Esse exemplo difere de (2)
quanto à posição das orações: a oração subordinada aparece antes da
principal, isto é, a frase é introduzida pelo operador “embora”. Nesse
fragmento, igualmente é possível a inversão das orações sem tornar a
construção semanticamente inaceitável, como pode ser visto em “Os
profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a demora na solução,
embora manifestem confiança nos dirigentes.” No exemplo (3) o operador
introduz o argumento mais fraco (os profissionais manifestem confiança nos
dirigentes) que já constava no início da sentença e dava indícios de que a
conclusão que prevaleceria não seria a apontada por ele (logo, não importa
para eles o pagamento do salário).
Desta forma, este tipo de construção não causa suspense no
interlocutor, como na construção de coordenação, pois, desde o início, o
56
locutor antecipa ao interlocutor que a conclusão que prevalecerá será a
apontada pelo argumento seguinte, o mais forte. Neste exemplo, o argumento
mais forte é “os profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a
demora na solução” assinalando a conclusão “logo eles se importam com o
pagamento do salário”.
A partir dessas observações, Guimarães propõe que, com o uso dos
operadores restritivos, emprega-se a estratégia do suspense, enquanto com o
uso dos operadores concessivos podem ocorrer duas estratégias: a da
antecipação e a da manutenção13.
As estratégias de relação estudadas por Guimarães, portanto,
constituem-se em estratégias argumentativas importantes para a persuasão.
Dependendo da situação de comunicação e dos objetivos do locutor, a escolha
de uma ou de outra será decisiva. Com isso, pode-se notar que essa
característica dos operadores permite que se usem as construções
morfossintáticas como estratégias argumentativas e, dependendo da estratégia
que seja utilizada, obter-se-ão diferentes resultados. Esse fato pode ser
ilustrado através da seguinte situação: uma professora irá reprovar um
determinado aluno.
Se o aluno for uma pessoa dócil, calma e educada, a professora
(locutor) tende a adotar a estratégia do suspense para lhe dar a notícia. Com
essa estratégia – que se caracteriza pelo uso de uma construção de
coordenação com o operador mas ou outros restritivos –, ela primeiramente irá
ressaltar as qualidades do aluno (Pedro, você se esforçou e estudou para a
prova final) a fim de, de alguma forma, amenizar a reprovação. Em seguida,
porém, introduzirá o argumento mais forte (mas não conseguiu atingir a média
suficiente para passar de ano), que aponta para a conclusão de ele que será
reprovado. Veja-se:
13 Guimarães identifica as três estratégias, mas só nomeia as duas primeiras, como suspense e antecipação. O nome manutenção, para a estratégia em que o operador concessivo introduz a última oração numa construção de subordinação, foi proposta por Gouvêa, 2002.
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Exemplo (1): -- Pedro, você se esforçou e estudou para a prova final, mas não
conseguiu atingir a média suficiente para passar de ano. (estratégia do
suspense)
Se o aluno for uma pessoa grosseira, nervosa e mal-educada, a
professora tende a adotar a estratégia da antecipação para lhe dar a notícia
(exemplo (2)). Com essa estratégia – que se caracteriza pelo uso de uma
construção de subordinação em que a oração subordinada, introduzida pelo
operador embora, vem antes da principal –, ela, já no começo de seu discurso
(Embora você tenha se esforçado e estudado para a prova final), elimina
qualquer esperança de que o aluno tenha sido aprovado. A presença do
operador embora, no início do recorte, antecipa que o que se segue (não
atingiu a média suficiente para passar de ano) apontará para a conclusão
contrária e que prevalecerá. Vale dizer, ela introduz o recorte pelo argumento
mais fraco, vindo, em seguida, o mais forte, cuja conclusão prevalecerá. Desta
forma, ela evita uma possível situação desagradável ou qualquer atitude
violenta ou rebelde, por parte do aluno, o que não evitaria se usasse a
estratégia do suspense. Veja-se:
Exemplo (2): -- Embora você tenha se esforçado e estudado para a prova final,
não atingiu a média suficiente para passar de ano. (estratégia da antecipação)
Outra opção para dar a notícia a esse mesmo aluno é utilizar a
estratégia da manutenção (exemplo (3)), que se caracteriza também pelo uso
de uma construção de subordinação, mas, diferentemente do exemplo (2), o
recorte é introduzido pela oração principal, aparecendo a oração subordinada
introduzida por embora, no final da sentença.
Desta forma, a professora inicia a frase com o argumento mais forte
(você não atingiu a média suficiente para passar de ano), que aponta para a
conclusão de que o aluno será reprovado, não tendo, o argumento final, o mais
fraco, qualquer poder de modificar o que se põe na oração principal. Assim,
mantém-se a orientação da primeira oração. Veja-se:
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Exemplo (3): -- Você não atingiu a média suficiente para passar de ano,
embora tenha se esforçado e estudado para a prova final. (estratégia da
manutenção)
Por meio dos três exemplos, pode-se observar, então, que, dependendo
da situação sociolinguageira e do objetivo do locutor, ele pode utilizar
determinada estratégia semântico-discursiva e empregar, propositalmente, o
operador em determinadas posições no enunciado. A estratégia que o locutor
empregar poderá acarretar diversas atitudes no interlocutor.
A seguir, serão caracterizadas as estratégias de relação propostas por
Guimarães.
2.3.1 A estratégia da antecipação
De modo geral, a estratégia da antecipação ocorre quando o operador
concessivo é empregado no início da frase (no tema) e, com isso, o locutor
antecipa que o argumento seguinte (o comentário) apontará para a conclusão
contrária, conclusão essa que prevalecerá. Vale notar que esse tipo de
estratégia só ocorre em períodos compostos por subordinação, já que os
operadores concessivos só podem ser empregados em construções marcadas
pela subordinação.
Desta forma, o operador concessivo subordinativo introduz a estratégia
da antecipação, pois a sua presença indica que o argumento introduzido por
ele será anulado. Este mecanismo pode ser visto através do enunciado
“Embora tenha chegado atrasado à festa (E1), participou dos momentos mais
importantes” (E2).
O locutor, ao apresentar o primeiro argumento, da perspectiva de E1,
concede razão ao interlocutor, reconhecendo que o fato de “a pessoa ter
chegado atrasada na festa” é um bom argumento para a conclusão “então ele
não se divertiu”. Em seguida, porém, ao encadear o argumento “ele participou
dos momentos mais importantes”, argumento mais forte, de sua perspectiva, a
59
de E2, ele orienta o discurso para a conclusão predominante “então ele se
divertiu”.
É importante perceber que, na estratégia da antecipação, o argumento
mais fraco é introduzido pelo operador, uma vez que o argumento concessivo,
por representar o ponto de vista do interlocutor, é consequentemente o mais
fraco. Nesse mecanismo, o locutor apresenta no início do enunciado uma
informação que não é predominante, que não é sustentável na organização
argumentativa, e esse caráter não-predominante é antecipado devido ao fato
de o recorte ser introduzido pelo operador. Essa estratégia auxilia o locutor a
ganhar credibilidade argumentativa, pois ele, primeiramente, se põe nesse
espaço junto com o alocutário, e somente depois se distancia desse lugar,
inserindo o argumento contrário e mais forte. Nestes casos, a primeira oração
(introduzida pelo operador concessivo) terá valor semântico de concessão e a
segunda oração apresentará valor de restrição.
2.3.2 A estratégia da manutenção
Considerando-se o exemplo “Ele participou dos momentos mais
importantes (E2), embora tenha chegado atrasado à festa (E1)”, observa-se
que, na estratégia da manutenção, o tema [Ele participou dos momentos mais
importantes da festa (E2)] não é afetado pelo comentário [embora tenha
chegado atrasado (E1)]. O que se tem no comentário é um mero contraponto,
argumento mais fraco que aponta para a conclusão contrária e não
predominante “logo ele não se divertiu”. A conclusão predominante é indicada
pelo argumento que ocupa a posição de tema: “Ele participou dos momentos
mais importantes (E2), então ele se divertiu”.
Nesse sentido, a estratégia da manutenção consiste em manter aquilo
que se deu na primeira oração. Neste caso, a segunda oração (introduzida pelo
operador concessivo) nega a si mesma como prevalecente, denotando que o
que se enuncia desse lugar não compromete o que é apresentado na oração
principal. Na verdade, o que se tem é a perspectiva de E2 prevalecendo desde
o início (na oração principal) e a perspectiva de E1 funcionando apenas como
um contraponto.
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Comparando-se os dois exemplos, o da estratégia da antecipação e o da
estratégia da manutenção, pode-se constatar que, no segundo, operador
introduz o comentário, e não o tema como ocorre no primeiro. Esse fato
comprova o que já foi dito anteriormente: no processo da subordinação, nem
sempre o comentário é introduzido por operador.
Deste modo, quando o alocutário encontra este tipo de enunciado, logo
nota a fragilidade do argumento, por ele ser introduzido pelo operador e por
estar no final de frase, que é uma posição desprestigiada. É importante
observar ainda que, na estratégia de manutenção, a primeira oração terá valor
semântico de restrição, e a segunda oração apresentará o valor de concessão.
2.3.3 A estratégia do suspense
A estratégia do suspense ocorre nas construções de coordenação e se
caracteriza por o tema não ser introduzido por operador, mas sim o comentário.
Veja-se o exemplo: “Ele chegou atrasado (E1), mas participou dos momentos
mais importantes (E2)”.
Considerando-se o exemplo, verifica-se que o alocutário, ao se deparar
com a primeira oração [Ele chegou atrasado (E1)], não faz ideia da sequência
da frase. Só perceberá que a conclusão que prevalecerá será contrária ao seu
argumento quando encontrar o operador introduzindo o comentário [mas
participou dos momentos mais importantes (E2)]. A conclusão (“então ele não
se divertiu”) que vem à mente, a partir do primeiro argumento, não é efetivada,
já que se apresenta outro argumento (mais forte) que faz com que o alocutário
chegue a uma conclusão contrária (“então ele se divertiu”). Esse tipo de
mecanismo só ocorre entre orações coordenadas, apresentando, a primeira
oração, valor semântico de concessão e, a segunda, valor de restrição.
Vale dizer que o argumento introduzido pelo operador restritivo é sempre
o mais forte, visto que representa o ponto de vista do locutor, o que faz com
que sua conclusão seja predominante. O fato de, nas estruturas coordenativas,
a oração restritiva ocorrer sempre em posição final atesta o uso dessa espécie
de mecanismo argumentativo.
61
Este tipo de estratégia, exemplificada através da construção “Ele chegou
atrasado à festa (E1), mas participou dos momentos mais importantes” (E2),
demonstra que o operador marca o comentário, pois não há possibilidade de
inversão das orações (*Mas participou dos momentos mais importantes, ele
chegou atrasado à festa). Neste caso, o locutor primeiramente concede razão
ao interlocutor, criando nele uma expectativa a partir do enunciado concessivo,
e logo em seguida, essa expectativa é frustrada por meio do enunciado
restritivo.
Finalmente, para concluir essa seção, é necessário dizer que, a partir de
uma perspectiva discursiva, pode-se perceber que os valores de restrição e
concessão não são transmitidos apenas por estruturas com os operadores
restritivos ou com estruturas com operadores concessivos. Esses dois valores
semânticos podem ser observados tanto em construções de coordenação
quanto em construções de subordinação. Em enunciados do tipo “p mas q”, “p”,
sem operador, veicula a ideia de concessão, e “q”, com operador, veicula a
ideia de restrição. Em enunciados do tipo “embora p, q”, “p”, com operador,
veicula o valor de concessão, e “q”, sem operador, veicula o valor de restrição.
Por fim, em estruturas “q, embora p”, “q”, sem operador, expressa restrição, e
“p” expressa concessão.
Como se pode perceber, os dois valores ocorrem na coordenação e na
subordinação, o que significa que ambos estão intimamente ligados às três
estratégias estudadas por Guimarães.
Tendo em vista que os pressupostos teóricos desta dissertação já foram
explicitados, é fundamental observar as diversas etapas que foram adotadas
para a realização dessa pesquisa.
62
3. METODOLOGIA
Quanto à metodologia, esta pesquisa envolve várias etapas, desde a
reunião do corpus até a confirmação das hipóteses. O trabalho, portanto,
adotou os passos que se seguem:
a) reunião do corpus, sendo constituído por 30 reportagens e 30 notícias do
jornal “O Globo” e “Extra”, totalizando 120 textos informativos;
b) análise da produtividade de cada operador em cada gênero e jornal;
c) observação do percentual de uso dos operadores restritivos e
concessivos, verificando quais são os usos mais frequentes e os menos
freqüentes;
d) levantamento e identificação do contexto morfossintático e das
estratégias argumentativas empregadas;
e) constatação da relação existente entre a construção morfossintática e a
estratégia semântico-discursiva adotada pelo locutor;
f) verificação da incidência dos contextos morfossintáticos no que se refere
ao uso de cada operador;
g) análise das motivações para o emprego dos operadores nos dois jornais.
A partir dos passos supracitados, pode-se perceber que, primeiramente,
para formar o corpus foram selecionadas trinta reportagens e trinta notícias de
cada jornal. Cada reportagem e cada notícia publicadas no mesmo dia
abordavam o mesmo assunto em cada jornal, isto é, seguiam uma mesma
temática. Vale dizer que esse critério foi adotado a fim de que, desta forma,
fosse possível comparar ambos os jornais no que diz respeito à linguagem, uso
dos operadores analisados e tratamento do assunto (mais ou menos detalhes;
textos mais longos ou curtos).
Em um segundo momento, foi feita a análise quantitativa do corpus.
Nesta etapa foi verificado o percentual dos operadores em cada jornal e gênero
analisado, constatando quais são os mais recorrentes e os menos frequentes,
assim como a produtividade de cada um. Ainda nessa etapa também foram
analisadas as estratégias semântico-discursiva e o contexto morfossintático
mais frequentes e menos frequentes com cada operador.
63
Durante a análise qualitativa do corpus, foram observadas as
características de cada gênero informativo, assim como o contrato de
comunicação que rege cada um deles. Além disso, foi possível verificar os
conceitos teóricos explicitados no capítulo intitulado “Pressupostos teóricos” em
cada um dos textos analisados, levando-se em conta o corpus na sua face
macroestrutural e microestrutural.
64
4. ANÁLISE DO CORPUS Neste capítulo, a princípio, serão caracterizados brevemente os jornais
“O Globo” e “Extra” a fim de estabelecer as principais diferenças existentes
entre eles, já que as reportagens e as notícias analisadas são provenientes de
ambos. Em um segundo momento, será feita a análise qualitativa de uma
reportagem extraída do corpus, para em seguida, ser feita a análise
quantitativa dos dados. De maneira geral, o jornal “O Globo” é um veículo de comunicação que
se destina às classes A e B, que por sua vez, são classes sociais que
apresentam bom poder aquisitivo e, com isso, apresentam um nível
sociocultural mais alto. Assim, as reportagens e as notícias desse jornal
costumam apresentar um conteúdo mais extenso, com muitos detalhes e uma
linguagem mais formal, uma vez que o seu público-alvo costuma buscar maior
profundidade e temas mais abrangentes. Distinguindo-se do jornal
mencionado, o “Extra” destina-se às classes C e D, que apresentam um nível
sociocultural mais baixo e, por isso, normalmente preferem ler reportagens e
notícias mais curtas.
Conforme foi verificado, muitas vezes o “Extra” apresenta como fonte de
referências informações veiculadas no jornal “O Globo”, porém, devido ao fato
de se destinar às classes mais populares, ele procura transmitir as mesmas
informações de um modo mais simples, utilizando uma linguagem menos
formal e até mesmo reduzindo de certa forma a informação que consta no “O
Globo” a fim de encurtar o texto e torná-lo mais direto. Neste sentido, pode-se
dizer que o “Extra” trata os temas de maneira mais sucinta, sem apresentar
longos textos sobre os fatos que estão sendo narrados.
No que se refere à organização de cada jornal, existe uma diferença
entre ambos, pois cada um distribui as suas reportagens e notícias de acordo
com os seguintes temas:
1) O jornal O Globo divide-se em: “Ciência”, “Economia”, “Esportes”, “O
Mundo”, “O País", “Opinião”, “Rio”, “Revista Digital”, “Megazine”, “Carro
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e etc”, “Boa Viagem”, “Caderno Rio Show”, “Prosa e Verso”, “Caderno
Ela”, “Globinho”, “Boa Chance”, “Revista da TV” e “Morar bem”.
2) O jornal Extra divide-se em: 1º Caderno – “Brasil”, “Bizarro”, “Economia”,
“Tecnologia” e “Educação”; 2º Caderno (Jogo Extra) – “Rio 2016” e
“Campeonato Carioca”; 3º Caderno Sessão Extra – “Televisão”,
“Cinema”, “Show” e “Vida Moderna”.
Comparando-se os dois jornais em questão, pode-se observar que o
jornal “Extra” apresenta menor quantidade de cadernos, caracterizando-se,
dessa forma, por ser um jornal mais “resumido”. Vale ressaltar que o jornal
“Extra” tende a dar mais relevância a assuntos do âmbito regional e nacional,
não atribuindo muita ênfase aos fatos que ocorrem em âmbito internacional.
Pode-se afirmar que este fato não ocorre no jornal “O Globo”, que apresenta
um editorial apenas para tratar de assuntos de âmbito mundial (“O Mundo”). É
necessário notar que, embora os dois jornais se destinem a públicos-alvo
distintos e apresentem diferenças com relação à sua estrutura e linguagem,
ambos pertencem à mesma empresa, as “Organizações Globo”. Entretanto, é
importante dizer que embora esses jornais apresentem o mesmo produtor (as
“Organizações Globo”), eles não apresentam o mesmo receptor (público-alvo)
o que faz com eles se distingam em alguns aspectos, ainda que não haja
diferenças muito expressivas.
4.1 Análise qualitativa Nesta seção, será feita a análise qualitativa da reportagem intitulada
“Troca-troca de carnavalescos já começa a aquecer o carnaval 2010”,
publicada no jornal “Extra” em 02 de março de 2009. Essa reportagem retrata o
fato de o carnaval, especificamente o desfile das escolas de samba, apesar de
geralmente ser encarado como um momento de descontração, também é um
momento de tensão em que muitas mudanças podem ocorrer, levando até
mesmo a demissões dos integrantes das Escolas. Veja-se:
66
Troca-troca de carnavalescos já começa a aquecer o carnaval 2010
Escolas do Grupo Especial anunciam mudanças, comemoram o resultado e lamentam injustiças no Desfile das Campeãs. CARLA FELÍCIA [email protected] FRED SOARES [email protected] O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. Em pleno Desfile das Campeãs no sábado, Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel este ano, anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. Já a direção da Viradouro informou que Milton Cunha está de partida. Júnior Schail, ex-diretor da Vermelho-e-branco de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de Padre Miguel, formarão a nova dupla encarregada de fazer a escola brilhar no ano que vem. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela. Ele assinou com Lane Santana o enredo “E por falar em amor, onde anda você?”, que deu à escola a melhor colocação dos últimos dez anos. -- Estou emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais a minha cara – disse. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. A presidente da escola, Regina Duran, demitiu o diretor de carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho. Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! Descontração O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas. Sem a tensão da disputa pelo campeonato e o rigor das fantasias impecáveis, o clima era de total descontração. Até quem não participou do desfile oficial fez questão de vestir uma camiseta de diretoria para participar da festa, como Carolina Dieckmann, Claudia Gimenez e Giovanna Antonelli. Após a passagem de Mangueira, Grande Rio, Vila Isabel, Portela e Beija-flor, o público cantou ao som dos tambores do Salgueiro. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco. “Salgueiro, campeão de fato e de direito.” -- A preocupação agora é corrigir alguns erros que cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco Renato Lage. Ausência de uma voz marcante Uma ausência marcou o Desfile das Campeãs. A voz que entoou o enredo sobre o banho, levado à Avenida pela Azul-e-branco de Nilópolis, não era aquela que os foliões estão acostumados a ouvir a mais de três décadas. Em tratamento contra um câncer no intestino, Neguinho da Beija-flor foi proibido pelos médicos de cantar na Sapucaí.
67
-- Ele foi fazer um show no interior e passou mal – disse Laíla, diretor de carnaval da escola, referindo-se a uma apresentação de Neguinho em Campos, na última terça-feira. -- É a primeira vez que ele não vem. A voz de Neguinho é primordial. Mas vamos passar com os garotos que já fizeram ensaio técnico sem ele. Os “garotos” a que Laíla se referia foram liderados por Gilson Bacana, segundo intérprete da agremiação. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada. Ele estaria em conflito com a direção da escola para a escolha do enredo de 2010 e já teria se mostrado insatisfeito com uma possível interferência de Joãosinho Trinta em seu trabalho. Colaboraram Fernanda Baldioti e Isabel Boechat
Primeiramente, a análise será conduzida levando em conta a face
macroestrutural da reportagem, baseada nos conceitos da Semiolinguística de
Patrick Charaudeau, para em seguida, ser feito um estudo levando-se em
consideração a sua microestrutura, seguindo os pressupostos da Semântica
Argumentativa. Vale dizer que serão verificados também os tipos de estratégias
linguístico-discursivas (estratégia do suspense, antecipação e manutenção)
utilizados em cada emprego dos operadores argumentativos restritivos e
concessivos.
Conforme foi explicitado no capítulo sobre os pressupostos teóricos
desta dissertação, de acordo com a Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2010), a
linguagem é a responsável pela semiotização do mundo e, para que isso
ocorra, são necessários dois processos que estão interligados e acontecem
simultaneamente: o processo de transformação e o processo de transação.
Este é composto por quatro princípios – o princípio de alteridade, o de
pertinência, o de influência e o de regulação –, enquanto aquele é formado por
quatro operações – identificação, qualificação, ação e causação.
Na reportagem selecionada para esta análise, pode-se observar tanto o
processo de transformação quanto o processo de transação. O processo de
transformação refere-se à realidade, que, neste caso, é o troca-troca das
Escolas de Samba, uma vez que esse é o fato da realidade que se transforma
em discurso nessa reportagem. É importante observar que as quatro
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operações que formam esse processo também podem ser vistas na
reportagem analisada.
A identificação pode ser verificada quando o enunciador nomeia as
pessoas envolvidas no fato, como “Paulo Barros”, “Milton Cunha”, “Júnior
Schail”, “Edson Pereira”, “Jorge Caribé”, “Lane Santana”, “Regina Duran”, “Luís
Otávio Novello”, “Carolina Dieckmann”, “Claudia Gimenez”, “Giovanna
Antonelli”, “Quinho”, “Renato Lage”, “Laíla”, “Gilson Bacana”, “Alexandre
Louzada” e “Joãosinho Trinta”. Deste modo, o enunciador transforma as
pessoas em personagens da reportagem.
A qualificação pode ser observada na reportagem toda vez que o
enunciador explica ou define quem é cada pessoa envolvida no fato. Essa
operação pode ser vista nos seguintes trechos: “Paulo Barros, que comandou o
desfile da Vila Isabel este ano”; “Júnior Schail, ex-diretor da Vermelho-e-branco
de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de Padre Miguel”; “Jorge Caribé (...)
carnavalesco da Portela”; “A presidente da escola, Regina Duran”; “o diretor de
carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho”; “o puxador Quinho deu o tom da
festa da Vermelho-e-branco” (do Salgueiro); “o carnavalesco Renato Lage”;
“Laíla, diretor de carnaval da escola” (Beija-Flor); “Gilson Bacana, segundo
intérprete da agremiação” e “carnavalesco Alexandre Louzada”.
É necessário comentar que a ação diz respeito aos fatos que
aconteceram. Na reportagem analisada, a ação seria o “troca-troca dos
carnavalescos”, enquanto a causação (o que causou o fato que está sendo
narrado) seria a insatisfação com relação às pessoas que foram demitidas ou
pediram a sua própria demissão, gerando, assim, o troca-troca (ação) relatado
no texto.
No que concerne aos princípios da transação, pode-se afirmar que a
alteridade pode ser vista através da presença do jornalista (Eu-comunicante) e
do leitor (Tu-interpretante). A pertinência também pode ser observada na
reportagem analisada, pois o jornalista aborda um assunto, imaginando que o
leitor tenha interesse por ele e, consequentemente, terá interesse em ler o
texto. Logo, pode-se dizer que o enunciador retrata um fato que para o leitor é
pertinente.
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No texto analisado, o princípio da influência está relacionado à
informação, pois querer influir é querer informar algo que aconteceu para que o
leitor possa saber sobre um fato de que não tinha conhecimento antes. Em
outras palavras, pode-se dizer que esse princípio está relacionado a um fazer
saber. É preciso notar também que o jornalista pretende influir sobre o leitor a
fim de fazê-lo crer naquilo que está sendo dito como verdade e partilhar o
mesmo ponto de vista, isto é, o jornalista quer fazer saber14, mas, ao mesmo
tempo, também pretende convencer o leitor.
Na reportagem em questão, primeiramente o enunciador trata dos
momentos tensos (demissões e despedidas) para, em seguida, falar sobre os
momentos de descontração e alegria no Desfile das Campeãs. A partir disso,
observa-se que os jornalistas, Carla Felícia e Fred soares, defendem uma tese,
embora redijam um texto de caráter informativo, que é a reportagem. A tese
defendida por eles é: O Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de
tensão e descontração. Com isso, além de a dupla fazer saber, também
pretende convencer o leitor de que o Desfile das Campeãs foi marcado por
duas partes bem delineadas (tensão e descontração).
O princípio de regulação é formado pelas estratégias que o jornalista
utiliza para defender o seu ponto de vista e narrar os fatos de acordo com a
sua perspectiva. Esse princípio pode ser observado no texto analisado por
meio do emprego dos operadores argumentativos “mesmo” (“Mesmo após
conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé
pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.”; “Mesmo com a
conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças.”), “mas”
(“Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu
não merecia isso!”), “porém” (“O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado
apenas por despedidas.”) e “apesar de” (“Apesar do bom resultado da Azul-e-
branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada.”). A escolha
de um operador em detrimento do outro e até mesmo a posição que ele ocupa
na frase implicam reações no leitor, isto é, dependendo da posição que o
operador ocupe, pode causar suspense no leitor, ou o fato de o argumento 14 Vale dizer que em um texto jornalístico há um projeto persuasivo e um projeto informativo, por isso neste caso o fazer crer e o fazer saber são importantes.
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mais forte estar no início do enunciado já deixar clara a conclusão que
prevalecerá para o leitor, sem causar nenhum suspense.
No tocante ao conceito de contrato de comunicação, pode-se afirmar
que, na reportagem analisada, a sua natureza é monolocutiva, uma vez que
não há inversão de papéis entre interlocutores, ou seja, o locutor (jornalistas) e
o alocutário (leitor) não trocam de posição. O leitor é sempre o alocutário e os
jornalistas são sempre o locutor. Além disso, ela apresenta, como dispositivo
comunicativo, o jornal “Extra”, que é um veículo informativo midiático, ou seja,
faz parte da comunicação midiática.
É preciso lembrar também que, no contrato de comunicação, há os
espaços de restrição e de manobra. O espaço de restrição de uma reportagem
é caracterizado principalmente pelo fato de ela ser um gênero textual que se
propõe a relatar e explicar um fenômeno social ou político, que por sua vez,
não precisa estar necessariamente ligado de maneira direta com a atualidade.
Ela deve retratar esse fenômeno como um fato, procurando ser o mais fiel
possível à realidade dele. Na reportagem analisada, está sendo narrado um
fenômeno social, que consiste nas mudanças que ocorreram nas Escolas de
Samba, causando demissões de integrantes e gerando um momento de
tensão, inclusive durante o desfile das campeãs.
A reportagem, ainda, deve apresentar um ponto de vista distanciado e
global, demonstrar imparcialidade e propor um questionamento sobre o
assunto tratado, além de poder apresentar comentários ou falas de terceiros
(“Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!”; “-- Estou
emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais
a minha cara – disse”; “-- A preocupação agora é corrigir alguns erros que
cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco
Renato Lage.”) e outros fatos relacionados à temática. Neste caso, os
jornalistas que escreveram o texto também comentaram a ausência de
Neguinho da Beija-Flor no desfile, devido a problemas de saúde (“Ausência de
uma voz”), trazendo assim, um assunto relacionado a temática, mas que não
estava diretamente ligado ao fato relatado (as mudanças que ocorreram nas
Escolas de Samba durante o desfile das Campeãs).
71
Vale destacar que a reportagem deve retratar com riqueza de detalhes
um fato que já foi relatado em uma notícia, por isso o seu texto tende a ser
maior do que o da notícia. O espaço de restrição desse gênero textual também
prevê que ele deva fornecer informações a cerca do:
• o quê? (“troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba”);
• quando? (“no sábado” – 28/02/2009);
• onde? (“Desfile das Campeãs”);
• como? [“Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel (...) anunciou
que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca; a direção da
Viradouro informou que Milton Cunha está de partida; Júnior Schail, ex-
diretor da Vermelho-e-branco de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de
Padre Miguel, formarão a nova dupla encarregada de fazer a escola brilhar
no ano que vem”];
• além da presença da assinatura, com o nome do(s) jornalista(s) que
escreveu o texto.
A reportagem analisada foi escrita por dois jornalistas, por isso constam
duas assinaturas, “Carla Felícia” e “Fred Soares”, além da assinatura dos
colaboradores “Fernanda Baldioti e Isabel Boechat”.
No espaço de manobra, o enunciador pode empregar estratégias,
modalizando o seu discurso e fazendo as escolhas lexicais que ele julga mais
apropriadas a fim de atingir o seu objetivo, transmitindo a informação que
deseja ao leitor e tentando fazê-lo crer no que foi escrito por ele. É importante
citar que, quando o jornalista, no espaço de manobra, opta por uma estratégia
em detrimento de outra, ele está pensando no público-alvo a que se destina, já
que é pensando nele que o seu discurso se baseia. Isso pode ser visto quando
o enunciador utiliza um operador em vez de outro e, dependendo da posição
que ele ocupe no enunciado, irá causar diferentes reações no leitor.
No trecho “O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por
despedidas”, pode-se perceber que o enunciador optou pelo operador “porém”
em detrimento dos demais operadores restritivos. Pode-se pensar que esta
72
escolha apresenta um valor argumentativo, uma vez que neste contexto o
‘‘porém’’ significaria “no lugar de” indicando um movimento argumentativo (no
lugar das (ao invés das) despedidas, instalou-se o clima de descontração).
Ainda neste mesmo trecho, pode-se notar que possivelmente o
enunciador utilizou um operador restritivo em vez de um concessivo, porque
este ocorre apenas em construções de subordinação, cuja estrutura é mais
complexa, podendo causar problemas de interpretação para o leitor. Desta
maneira, assim como ocorreu nesse fragmento, muitas vezes o locutor opta
pelo uso dos operadores restritivos, pois eles estão presentes em construções
de coordenação, que se caracterizam por serem mais simples e, por
conseguinte, mais usadas pelo público-alvo do jornal.
De forma geral, pode-se dizer que o enunciador escreve a reportagem
pensando no seu público-alvo, isto é, em quem irá lê-la e, com isso, ele
constrói a imagem do seu leitor (não real), idealizando um tu-destinatário
(entidade do discurso). No caso da reportagem do jornal “Extra”, embora o tu-
destinatário seja encarado como uma pessoa que apresenta um nível
sociocultural mais baixo do que o do leitor do “O Globo”, ele também é visto
como uma pessoa que busca estar bem informada, interessando-se
fundamentalmente na informação com riqueza de detalhes e esperando que a
reportagem seja sustentada por fatos, sofrendo a menor interferência possível
por parte do jornalista que a redigiu. Vale destacar que, quando o tu-
destinatário (leitor idealizado) não corresponde ao tu-interpretante (pessoa
física que irá ler o jornal), ocorre um problema na comunicação.
Conforme foi explicitado na parte teórica desta dissertação, assim como
existe o tu-destinatário, existe também o Eu-enunciador (idealizado) que pode
ser construído pelo leitor, a partir da extremidade da recepção, e ele também
pode ser planejado pelo próprio locutor, sujeito comunicante, utilizando
determinado modo de falar a fim de que o leitor entenda de uma determinada
maneira e não de outra.
Por meio da reportagem analisada, acredita-se que o leitor do jornal
“Extra” crie a imagem de que o Eu-enunciador seja uma pessoa confiável,
crível, objetiva e que relate apenas o conteúdo informativo de maneira
73
impessoal. Neste caso, para o leitor, o Eu-enunciador isenta-se em dar
opiniões, limitando-se a transmitir o conteúdo informativo. Na realidade, o Eu-
comunicante (pessoa física) é uma pessoa (jornalistas Carla Felícia e Fred
Soares) que descreve os fatos procurando defender o seu ponto de vista de
forma implícita, apresentando um discurso com traços de subjetividade, para
conseguir convencer o leitor de que aquilo que está escrito no texto é uma
representação fiel da realidade.
No que concerne aos modos de organização do discurso, pode-se
afirmar que, no corpus desta dissertação, estão presentes os modos narrativo,
argumentativo e enunciativo, em maior ou menor grau. Na reportagem
selecionada, pode-se observar o modo narrativo nos seguintes trechos:
1.O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. Em pleno, Desfile das Campeãs no sábado, Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel este ano, anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. 2.Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.”; “A presidente da escola, Regina Duran, demitiu o diretor de carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho.
Por meio desses fragmentos, o jornalista narra os principais
acontecimentos envolvidos no fato relatado.
O modo argumentativo pode ser visto em “O Desfile das Campeãs,
porém, não foi marcado apenas por despedidas.” Nesse trecho, pode-se
perceber que sujeito enunciador assume uma posição contrária a tudo o que
até então havia sido proposto no texto. Vale dizer que a ideia que havia sido
proposta desde o início da reportagem era a de que o Desfile das Campeãs
fora marcado por momentos de tensão (momentos ruins), como pode ser visto
através do fragmento “O som dos tamborins ainda não havia cessado na
Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já
começava a esquentar o carnaval 2010”. O jornalista utiliza o operador
“porém” nesse enunciado para introduzir um argumento que se contrapõe à
ideia que vinha sendo defendida na reportagem, demonstrando que não houve
apenas momentos de tensão (tensão à descontração).
74
O enunciador utiliza o supracitado fragmento para introduzir um novo
argumento, que é oposto ao que havia sido exposto anteriormente e que
aponta para a conclusão “logo, o Desfile das Campeãs foi marcado por
momentos de descontração” (momentos bons). Esse argumento é
apresentado, ao longo da reportagem, por meio de asserções como:
1.Até quem não participou do desfile oficial fez questão de vestir uma camiseta de diretoria para participar da festa. 2.Após a passagem de Mangueira, Grande Rio, Vila Isabel, Portela e Beija-flor, o público cantou ao som dos tambores do Salgueiro. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco.
É importante notar, ainda, que o jornalista organiza as relações entre os
argumentos através do operador argumentativo restritivo “porém”,
estabelecendo, desta forma, o valor dos argumentos, e mantendo o
encadeamento e lógica do texto.
O modo enunciativo está presente nos outros dois modos
exemplificados, gerenciando-os e caracterizando a marca dos enunciadores.
Neste caso, pode-se afirmar que o modo enunciativo corresponde à
subjetividade do enunciador dentro da narrativa e da argumentação.
Na reportagem selecionada, ele ocorre por meio do comportamento
delocutivo15, através das modalidades da asserção e do discurso relatado,
respectivamente, como é possível ver nos trechos que se seguem: 1.Sem a tensão da disputa pelo campeonato e o rigor das fantasias impecáveis, o clima era de total descontração. 1. Paulo Barros (...) anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. 2. Já a direção da Viradouro informou que Milton Cunha está de partida: – Estou emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais a minha cara – disse. 3. Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: – Eu não merecia isso! 4. A preocupação agora é corrigir alguns erros que cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco Renato Lage.
15 É importante dizer que, no comportamento delocutivo, existe subjetividade, porém, ela ocorre de forma “camuflada”.
75
5. – Ele foi fazer um show no interior e passou mal – disse Laíla. 6. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco. “Salgueiro, campeão de fato e de direito”.
Nos exemplos de discurso relatado, o locutor apresenta a fala das
pessoas ipsis litteris a fim de deixar o seu texto mais direto, construindo,
consequentemente, uma imagem objetiva. Na reportagem analisada, o
enunciador emprega com frequência a modalidade do discurso relatado, porém
o uso da modalidade da asserção16 é mais raro.
É necessário comentar que o sujeito da enunciação utiliza o
comportamento delocutivo com o propósito de construir a imagem (Eu-
enunciador) de pessoa crível, confiável e imparcial para o leitor. Deste modo,
conforme foi ilustrado anteriormente, ele faz uso do discurso relatado e
emprega asserções utilizando sempre o texto em terceira pessoa, almejando,
assim, transmitir maior credibilidade ao leitor e promover certo distanciamento
do fato narrado. Utilizando esse tipo de comportamento, o enunciador
consegue isentar-se da responsabilidade do que está escrito, já que as
palavras que estão empregadas foram ditas por outras pessoas, e não por ele
próprio. Vale ressaltar que, a fim de proporcionar maior veracidade ao que está
escrito, o enunciador identifica, no texto, as pessoas que fizeram as
declarações, pois elas são indivíduos importantes que estão envolvidos no fato
narrado.
No que diz respeito à face microestrutural da reportagem, cuja análise se
apoiará nos pressupostos da Semântica Argumentativa, pode-se afirmar que a
subjetividade do locutor está presente no texto através dos operadores
argumentativos restritivos e concessivos, objeto de estudo deste trabalho.
Os operadores funcionam como modalizadores, isto é, por intermédio
deles é possível perceber o ponto de vista do locutor. É preciso lembrar que os
operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pelo
estabelecimento das relações semânticas entre sintagmas oracionais ou
16 Não foi possível ilustrar a modalidade da asserção com tantos exemplos como com o discurso relatado, porque ela não foi muito empregada pelo enunciador no texto.
76
sintagmas simples e oracionais, pela coesão sequencial do texto e por indicar a
força argumentativa dos enunciados, a direção para a qual apontam.
Na presente análise, serão levados em consideração apenas os
operadores argumentativos concessivos e restritivos, que, por sua vez, são
empregados para opor argumentos que orientam para conclusões contrárias
(DUCROT, 1976, 1987). Através deles, o enunciador pode focalizar o
argumento que quer dar mais destaque, além de transmitir a imagem (EU-
enunciador) de que ele é uma pessoa que respeita e considera o ponto de vista
do outro, mas, efetivamente, o argumento que prevalece e é mais pertinente é
o dele. Os operadores concessivos podem ser vistos nos seguintes trechos:
1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela; 2. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. 3. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada.
Nesses fragmentos, o operador concessivo (“mesmo” e “apesar de”)
introduz o argumento que será invalidado, o mais fraco (“Mesmo após
conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira”; “Mesmo com a
conquista do campeonato” e “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco”),
antecipando para o leitor que o argumento que prevalecerá será o seguinte, o
mais forte (“Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da
Portela”; “o Salgueiro passa por mudanças” e “a situação do carnavalesco
Alexandre Louzada é delicada.”), que, por seu turno, aponta para a conclusão
oposta a do primeiro argumento. Nesses casos, o operador introduz uma
oração cuja conclusão expressa uma ideia contrária à conclusão para a qual
aponta a oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Desta
forma, o argumento introduzido por ele não predomina sobre o outro
argumento.
Deste modo, considerando os conceitos de classe e escala
argumentativa, pode-se afirmar que os operadores “mesmo” e “apesar de”
77
atuam numa escala argumentativa, pois contrapõem argumentos que apontam
para conclusões contrárias, sendo um deles o mais forte. Nesse sentido, os
enunciados que são relacionados por eles têm uma orientação argumentativa
contrária a da oração principal, uma vez que há uma relação de força entre os
argumentos (mais fraco/ mais forte). Assim, nos casos em que o operador
concessivo foi empregado, pode-se observar o seguinte:
Nos recortes 1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-
branco de Madureira (p) (r: logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-branco),
Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela (q) (~r:
logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco); 2. Mesmo com a
conquista do campeonato (p) (r: logo, não deve haver demissões), o Salgueiro
passa por mudanças (q) (~r: logo, deve haver demissões); e 3. Apesar do bom
resultado da Azul-e-branco (p) (r: logo, Alexandre Louzada não deve ser
demitido), a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (q) (~r:
logo, Alexandre Louzada pode ser demitido); pode-se dizer que p e q têm
orientações argumentativas opostas em relação às conclusões (r e ~r)
propostas por eles. Nesses exemplos a força de p, contrária a ~r, é menor do
que a força de q a favor de ~r, o que faz com que essas estruturas sejam
orientadas no sentido de ~r. Isso significa que a orientação argumentativa de
cada recorte como um todo é:
1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de
Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da
Portela. (Logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco.)
2. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por
mudanças. (Logo, deve haver demissões.)
3. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco
Alexandre Louzada é delicada. (Logo, Alexandre Louzada pode ser
demitido.)
Por outro lado, os operadores argumentativos restritivos sempre
introduzem o argumento mais forte, o argumento cuja conclusão predomina,
78
embora o enunciador demonstre que leva em consideração o argumento mais
fraco ao utilizá-los. Esse tipo de operador pode ser visto nos recortes a seguir:
1.Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! 2. O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas.
Nos trechos em destaque, pode-se observar que, no primeiro exemplo, a
primeira oração (“Segundo ela, a decisão foi conjunta”) é o argumento mais
fraco, enquanto a segunda oração (“Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não
merecia isso!”), introduzida pelo “mas”, é o argumento mais forte, cuja
conclusão é oposta a do argumento anterior e é a que prevalecerá.
No segundo exemplo, pode-se afirmar que tudo o que foi escrito
anteriormente ao segundo enunciado ([“O som dos tamborins ainda não havia
cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de
samba já começava a esquentar o carnaval 2010. (...)”] estaria funcionando
como o argumento mais fraco. O operador argumentativo “porém”, por sua vez,
sinaliza a mudança de assunto na reportagem, introduzindo um novo
argumento, este mais forte (“O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado
apenas por despedidas”), que aponta para a conclusão contrária a dos
argumentos que vinham sendo expostos ao longo do texto.
Considerando-se o operador restritivo, em 1.Segundo ela, a decisão foi
conjunta (p) (r: logo, Tavinho deve ser demitido). Mas Tavinho, abalado,
declarou: -- Eu não merecia isso! (q) (~r: logo, Tavinho não deveria ser
demitido), pode-se notar que as duas orações encontram-se coordenadas por
intermédio do morfema “mas”. Nesse caso, a conclusão r, sugerida por p e não
confirmada por q, demonstra que p e q têm orientações argumentativas
opostas em relação a r. Desta forma, a força de q, contrária a r, é maior do que
a força de p a favor de r, o que faz com que a estrutura p mas q seja orientada
no sentido de ~r (logo Tavinho não deveria ser demitido).
79
Em 2. O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o
troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010 (p) (r: logo o desfile das campeãs foi marcado por
momentos de tensão). O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado
apenas por despedidas (q) (~r: Logo, o Desfile das Campeãs foi marcado
também por momentos de descontração), a oração que contém o operador
restritivo “porém” contrapõe-se a todos os argumentos que haviam sido
apresentados ao longo da reportagem e apontam para a conclusão r (logo, o
Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de tensão). Nesse exemplo, p
aponta para a conclusão r, que não é admitida por q, que por sua vez aponta
para ~r. Assim, pode-se concluir que p e q têm orientações argumentativas
opostas em relação à r, pois a força de q, a favor de ~r, é maior do que a força
de p contra ~r. Isso significa que a orientação argumentativa de cada recorte (1
e 2) como um todo é:
1- Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: --
Eu não merecia isso! (Logo, Tavinho não deveria ser demitido).
2- O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-
troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010. (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi
marcado apenas por despedidas. (Logo, o Desfile das Campeãs foi
marcado também por momentos de descontração).
É importante verificar que os trechos estudados se caracterizam pelo
fenômeno da polifonia, uma vez que ocorre a presença de outras vozes além
da do locutor.
Para Ducrot (1976, 1987), as construções concessivas (embora p, q / p
embora q) e as restritivas (p mas q) são marcadas pelas seguintes entidades
discursivas: L (locutor) ; E1(perspectiva do enunciador 1); E2 (perspectiva do
enunciador 2). Baseado nos exemplos que estão sendo estudados nesta
seção, pode-se dizer que, tanto na construção com operadores restritivos,
quanto concessivos, há dois enunciados que representam pontos de vista de
80
enunciadores distintos (E1 e E2). O locutor (L), ao proferir seu enunciado como
um todo, também apresenta o seu ponto de vista e o ponto de vista do outro
sobre um determinado assunto. Conforme foi visto nos enunciados analisados,
o outro pode ser o alocutário, um terceiro, ou a voz pública. Nesse sentindo, o
locutor utiliza o primeiro argumento, o mais fraco, compondo a perspectiva de
E1, e emprega o segundo argumento, o mais forte, para expor a sua
perspectiva (E2). Assim, a orientação argumentativa deste é que prevalecerá.
Nas frases que contêm operadores concessivos (“mesmo” e “apesar
de”), por tratar-se de um período composto por subordinação, o jornalista
(locutor (L)), desde o início de sua fala (“Mesmo após conquistar o terceiro
lugar para a Azul-e-branco de Madureira” (E1); “Mesmo com a conquista do
campeonato” (E1) e “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco” (E1)),
demonstra que concederá razão a E1, mas introduzirá um argumento mais
forte, da perspectiva de E2 (perspectiva do locutor). Veja-se:
1. E1: Após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira
(p). [logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-branco (r)]
E2: Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela
(q). [logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco. (~r)]
L: Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de
Madureira, (E1) Jorge Caribé pediu demissão da função de
carnavalesco da Portela (E2). [logo, Jorge Caribé não vai continuar na
Azul-e-branco.(~r)]
2. E1: Com a conquista do campeonato (p). [logo, não deve haver
demissões(r)].
E2: O Salgueiro passa por mudanças (q). [logo, deve haver demissões
(~r)]
L: Mesmo com a conquista do campeonato (E1), o Salgueiro passa por
mudanças (E2). [logo, deve haver demissões. (~r)]
3. E1: Bom resultado da Azul-e-branco (p). [logo, Alexandre Louzada não
deve ser demitido (r)]
81
E2: A situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (q). [logo,
Alexandre Louzada pode ser demitido (~r)]
L: Apesar do bom resultado da Azul-e-branco (E1), a situação do
carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (E2). [logo, Alexandre
Louzada pode ser demitido. (~r)]
Na frase “Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado,
declarou: -- Eu não merecia isso!”, por se tratar de um período composto por
coordenação com um operador argumentativo restritivo (mas e porém),
primeiramente o locutor (L) concede razão à presidente do Salgueiro
(“Segundo ela, a decisão foi conjunta.” (E1)) para em seguida introduzir o
argumento mais forte (“Mas Tavinho, abalado, declarou: “-- Eu não merecia
isso!”” (E2)), que apontará para a conclusão contrária a do argumento
apresentado por ela. Observe-se a seguir:
E1: Segundo ela, a decisão foi conjunta (p). [logo, Tavinho deve ser
demitido (r)].
E2: Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! (q) [logo,
Tavinho não deveria ser demitido (~r)]
L: Segundo ela, a decisão foi conjunta. (E1) Mas Tavinho, abalado,
declarou: -- Eu não merecia isso! (E2) [logo, Tavinho não deveria ser
demitido (~r)]
Na frase “O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por
despedidas”, a oração como um todo apresenta a perspectiva de E2,
consequentemente é o argumento mais forte, que está funcionando como um
contraponto a tudo o que foi dito anteriormente na reportagem. Desta forma,
tudo o que foi escrito na reportagem antes desse enunciado seria a partir da
perspectiva de E1, configurando o argumento mais fraco, que aponta para a
conclusão logo, o Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de tensão.
Essa conclusão, por seu turno, não prevalecerá, uma vez que a conclusão que
prevalecerá será aquela apontada pelo argumento da perspectiva de E2 (logo,
82
o Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de tensão).
Veja-se:
E1: O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-
troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010 (...) (p). [logo, o desfile das campeãs foi
marcado por momentos de tensão (r)].
E2: O Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por despedidas (q)
[logo, o Desfile das Campeãs foi marcado também por momentos de
descontração (~r)]
L: O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-
troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010 (...) (E1). O Desfile das Campeãs, porém,
não foi marcado apenas por despedidas (E2) [logo, o Desfile das
Campeãs foi marcado também por momentos de descontração (~r)]
É preciso comentar ainda que cada argumento dos exemplos estudados
durante esta seção se fundamenta em um topos (plural, topoï). Na frase
Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira,
Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela, o primeiro
argumento (Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de
Madureira) pode defender a tese (logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-
branco) porque se apoia num topos que diz: “quem conquista uma boa
classificação não troca de escola”. Entende-se que quem conquistou um bom
lugar em uma Escola de Samba do Grupo Especial não quer ir para uma
Escola do grupo de acesso. O segundo argumento (Jorge Caribé pediu
demissão da função de carnavalesco da Portela), entretanto, pode defender a
tese contrária (logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco) porque
se sustenta num topos que diz: “quem pede demissão troca de Escola, isto é,
quer sair dela”.
Na construção Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro
passa por mudanças, o primeiro argumento (Mesmo com a conquista do
campeonato) pode defender a tese (logo, não deve haver demissões) porque
se fundamenta num topos que diz: “quando algo está dando bons resultados
83
não deve ser modificado”. No entanto, o segundo argumento (o Salgueiro
passa por mudanças) pode defender a tese contrária (logo, deve haver
demissões) porque se apoia num topos que diz: “quando algo passa por
mudanças é modificado”.
Já no enunciado Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho,
abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!”, o primeiro argumento (Segundo
ela, a decisão foi conjunta) pode defender a tese logo, Tavinho deve ser
demitido porque se fundamenta num topos que diz: “quando um grupo de
pessoas decide que alguém deve ser demitido, significa que a pessoa fez algo
de errado”. O segundo argumento, por seu turno (Mas Tavinho, abalado,
declarou: “-- Eu não merecia isso!”), pode defender a tese contrária logo,
Tavinho não deveria ser demitido porque se sustenta num topos que diz:
“quando alguém é demitido, não pensa que fez algo de errado”.
No fragmento O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida
e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010 (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi
marcado apenas por despedidas, o primeiro argumento17 [O som dos tamborins
ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as
escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010 (...)] pode
defender a tese (logo, o desfile das campeãs foi marcado por momentos de
tensão) porque se sustenta num topos que diz: Quando ocorre troca-troca de
carnavalescos, está presente o estresse. O segundo argumento (O Desfile das
Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas) pode defender a
tese (logo, o Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de
tensão) porque se apoia num topos que diz: Quando ocorrem despedidas e
momentos alegres, estão presentes o estresse e a descontração.Com isso,
pode-se notar que este último argumento se sustenta num topos que é oposto
ao topos no qual os argumentos que foram expostos ao longo da reportagem
se sustentam.
17 É importante lembrar que o primeiro argumento (mais fraco) que antecede o enunciado O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas, corresponde a toda porção textual que o precede.
84
No último exemplo Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a
situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada, o primeiro argumento
(Apesar do bom resultado da Azul-e-branco) pode defender a tese (logo,
Alexandre Louzada não deve ser demitido) porque se sustenta num topos que
diz: “quando a Escola de Samba tem um bom desfile na Sapucaí os integrantes
são mantidos na Escola”. No entanto, o segundo argumento (a situação do
carnavalesco Alexandre Louzada é delicada) pode defender a tese contrária
(logo, Alexandre Louzada pode ser demitido) porque se apoia num topos que
diz: “quando a situação de uma pessoa é delicada, ela pode não ser mantida
na Escola”.
Por fim, o conceito que será abordado nesta seção serão as estratégias
de relação propostas por Guimarães. A partir dos enunciados analisados,
pode-se perceber que, nas construções em que há a presença do operador
concessivo, foi utilizada a estratégia da antecipação. Veja-se:
1. “Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de
Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da
Portela.”
2. “Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por
mudanças.”
3. “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco
Alexandre Louzada é delicada.”
Conforme foi ilustrado, nos exemplos acima, foi utilizada a estratégia da
antecipação. Com isso, o locutor, ao introduzir o primeiro argumento por
operador (Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de
Madureira; Mesmo com a conquista do campeonato; Apesar do bom resultado
da Azul-e-branco), antecipou que o argumento seguinte (Jorge Caribé pediu
demissão da função de carnavalesco da Portela; o Salgueiro passa por
mudanças; a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada)
apontaria para a conclusão contrária (logo, Jorge Caribé não vai continuar na
Azul-e-branco; logo, deve haver demissões; logo, Alexandre Louzada pode ser
demitido), conclusão essa que prevaleceria. Assim, o argumento introduzido
85
pelo operador (argumento mais fraco e com valor semântico de concessão), foi
anulado, enquanto, o segundo argumento, o que não foi introduzido pelo
operador (mais forte e com valor semântico de restrição), se manteve e
prevaleceu.
Por outro lado, os enunciados que apresentam operadores restritivos
constroem-se por meio da estratégia do suspense. Veja-se:
1. “Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado,
declarou: -- Eu não merecia isso!”
2. “O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-
troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a
esquentar o carnaval 2010 (...) O Desfile das Campeãs, porém, não
foi marcado apenas por despedidas.”
Nestes casos, o argumento que contém o operador é o mais forte (Mas
Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!; O Desfile das Campeãs,
porém, não foi marcado apenas por despedidas), o que faz com que sua
conclusão seja predominante (logo, Tavinho não deveria ser demitido; logo, o
Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de tensão). Pode-
se afirmar que esses tipos de construção causam suspense no leitor, pois, ao
ler a primeira oração (Segundo ela, a decisão foi conjunta e O som dos
tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de
carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval
2010 (...)), ele não imagina qual será a continuação da frase. Deste modo, ele
somente percebe que a conclusão que prevalecerá será contrária a do primeiro
argumento quando vê o operador restritivo introduzindo o comentário.
É importante observar que, ao longo desta seção, foi feita uma análise
qualitativa de uma reportagem retirada do corpus, aplicando-se os conceitos
que foram explicados no capítulo destinado aos pressupostos teóricos. Na
próxima parte desta dissertação, será apresentada a análise quantitativa dos
dados.
86
4.2 Análise quantitativa Nesta seção, serão divulgados os dados desta pesquisa, segundo uma
análise quantitativa dos gêneros notícia e reportagem dos jornais O Globo e
Extra.
Primeiramente, foi observada a frequência dos operadores
argumentativos de maneira geral, sem distinção de jornal, de gênero textual ou
até mesmo de tipo de operador. Veja-se a seguir:
Gráfico I
A partir do gráfico I, pode-se constatar que, independentemente do jornal
e do gênero textual, os operadores argumentativos restritivos (80,89%) são
mais recorrentes do que os operadores argumentativos concessivos (19,10%).
Esse resultado confirma a hipótese de que os operadores restritivos
apresentariam uma frequência maior do que os concessivos nos dois jornais e
gêneros. Pode-se afirmar que essa hipótese se justifica pelo fato de que o
enunciador prefere empregar um operador restritivo em vez de um concessivo,
porque este ocorre apenas em construções de subordinação, cuja estrutura é
mais complexa, podendo causar problemas de interpretação para o leitor.
Desta forma, muitas vezes o locutor opta pelo uso dos operadores restritivos,
pois eles estão presentes em construções de coordenação, que se
OPERADORES ARGUMENTATIVOS RESTRITIVOS E OPERADORES
ARGUMENTATIVOS CONCESSIVOS
80,89%
19,10%
OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS
87
caracterizam por serem mais simples e, por conseguinte, mais utilizadas pelo
público-alvo do jornal.
Em um segundo momento, foi feita uma análise quantitativa, levando-se
em consideração apenas o jornal “O Globo”. Como pode ser visto através do
gráfico abaixo:
Gráfico II
OPERADORES RESTRITIVOS E CONCESSIVOS NO JORNAL
"O GLOBO"
78,70%
21,29%
OPERADORES RESTRITIVOSOPERADORES CONCESSIVOS
Por intermédio do gráfico II, pode ser verificado que, no jornal “O Globo”,
os operadores restritivos (78,70%) são mais frequentes do que os operadores
concessivos (21,29%). Vale dizer que o mesmo ocorre no jornal Extra como
pode ser observado no gráfico a seguir:
Gráfico III
OPERADORES RESTRITIVOS E CONCESSIVOS NO JORNAL
"EXTRA"
83,92%
16,07%
OPERADORES RESTRITIVOSOPERADORES CONCESSIVOS
88
No gráfico acima, pode-se perceber que, no jornal “Extra”, os operadores
restritivos (83,92%) também apresentam um percentual maior do que os
concessivos (16,07%).
Comparando-se, porém, ambos os jornais no que diz respeito apenas à
frequência dos operadores concessivos, foi constatado que, no jornal “O
Globo”, (67,34%), eles são mais recorrentes do que no jornal “Extra” (32,66%).
Esses dados podem ser comprovados através do gráfico a seguir:
Gráfico IV
OPERADORES CONCESSIVOS NOS JORNAIS "O GLOBO" E "EXTRA"
67,34%
32,66%OPERADORES CONCESSIVOS"O GLOBO"OPERADORES CONCESSIVOS"EXTRA"
É necessário notar que os resultados dos gráficos II, III e IV ratificam a
hipótese de que o jornal “O Globo” teria um percentual maior de operadores
concessivos e restritivos do que o “Extra”, sendo a diferença mais expressiva
nos concessivos. Essa hipótese se explica pelo fato de que as reportagens e
as notícias do jornal “O Globo” costumam apresentar um conteúdo mais
extenso, com muitos detalhes e uma linguagem mais formal, diferenciando-se
do jornal “Extra”, que normalmente tem reportagens e notícias mais curtas com
uma linguagem mais informal e com construções simples.
Nos gráficos abaixo, o percentual dos operadores foi calculado levando-
se em consideração o gênero textual e o jornal analisado.
89
Gráfico V
NOTÍCIA EM "O GLOBO"
78,12%
21,87%
OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS
Desta forma, o gráfico V apresenta o percentual dos operadores
argumentativos restritivos e concessivos nas notícias do jornal “O Globo”. A
partir desse gráfico, pode-se dizer que os operadores concessivos (21,87%)
são menos frequentes do que os restritivos (78,12%) nas notícias do jornal “O
Globo”.
Um resultado similar foi obtido no gráfico VI, como pode ser visto a
seguir:
Gráfico VI
NOTÍCIA EM "EXTRA"
83,72%
16,27%
OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS
90
O gráfico VI ilustra que os operadores restritivos (83,72%) também são
mais recorrentes do que os concessivos (16,27%) nas notícias do jornal
“Extra”. Por meio dos gráficos V e VI, pode-se perceber que, comparando o
jornal “O Globo” ao “Extra”, a diferença de emprego entre os operadores
restritivos e concessivos é mais significativa no “Extra” (83,72% X 16,27%), isto
é, este jornal utiliza muito mais estruturas com os operadores restritivos do que
com os concessivos.
No que concerne às reportagens do jornal “O Globo”, pode-se verificar o
seguinte:
Gráfico VII
REPORTAGEM EM "O GLOBO"
78,86%
21,13%
OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS
A partir do gráfico VII, pode-se afirmar que as reportagens do “O Globo”
apresentam 78,86% de operadores restritivos e 21,13% de operadores
concessivos.
O próximo gráfico representa o percentual dos operadores nas
reportagens do jornal “Extra”.
91
Gráfico VIII
REPORTAGEM EM "EXTRA"
84,05%
15,94%
OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS
O gráfico VIII demonstra que as reportagens do jornal “Extra”
apresentam 84,05% de operadores restritivos e 15,94% de concessivos. Deste
modo, com base nos gráficos II ao VIII, foi verificado que os operadores
restritivos apresentam uma frequência maior do que os concessivos nos dois
jornais e gêneros. Além disso, vale ressaltar que o jornal “O Globo” tem um
percentual maior de operadores concessivos e restritivos do que o “Extra”,
sendo a diferença mais expressiva nos concessivos. É preciso observar que o
jornal “O Globo” tem um percentual maior de operadores concessivos do que o
“Extra” devido ao seu público-alvo, uma vez que este se destina às classes C e
D, enquanto aquele se destina às classes A e B. Nesse sentido, acredita-se
que, como o público-alvo do “O Globo” tende a apresentar um nível
sociocultural mais alto, ele utiliza mais construções de subordinação, que são
caracterizadas por serem estruturas mais complexas, do que o “Extra”.
Os gráficos seguintes (IX, X, XI e XII) ilustrarão a frequência do operador
restritivo “mas”, comparando-o com os demais operadores restritivos e
concessivos.
92
Gráfico IX
OPERADOR "MAS" NAS NOTÍCIAS DO JORNAL "O GLOBO"
46,87%
53,12%
OPERADOR "MAS"
DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS
O gráfico IX leva em consideração o percentual do operador “mas” e dos
demais operadores nas notícias do jornal “O Globo”, demonstrando que esse
gênero textual apresenta uma frequência de 46,87% do operador “mas” e
53,12% dos demais operadores.
A seguir pode-se observar o gráfico X:
Gráfico X
OPERADOR "MAS" NAS NOTÍCIAS DO JORNAL "EXTRA"
65,11%
34,88% OPERADOR "MAS"
DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS
No que concerne às notícias do jornal “Extra”, pode-se ver, através do
gráfico X, que o operador “mas” tem uma frequência de 65,11%, enquanto os
demais operadores apresentam um percentual de 34,88%. Comparando-se o
93
gráfico IX e o X, pode-se notar que, nas notícias do jornal “O Globo”, a
porcentagem do operador “mas” é inferior à porcentagem dos demais
operadores, enquanto no “Extra”, embora a porcentagem do “mas” seja inferior
a dos demais operadores, a diferença entre eles é muito pequena (6,25%).
Este resultado deve-se ao fato de que o jornal “O Globo” dirige-se a um público
mais escolarizado do que o “Extra” e, por isso, procura usar diversos tipos de
operadores.
Gráfico XI
OPERADOR "MAS" NAS REPORTAGENS DO JORNAL
"O GLOBO"
60,97%
39,02%OPERADOR "MAS"
DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS ECONCESSIVOS
Por intermédio do gráfico XI, pode-se perceber que, nas reportagens do
jornal “O Globo”, o operador “mas” apresenta o percentual de 60,97% enquanto
os demais operadores representam apenas 39,02%.
O próximo gráfico ilustra o percentual do operador “mas” e dos demais
operadores nas reportagens do jornal “Extra”.
94
Gráfico XII
OPERADOR "MAS" NAS REPORTAGENS DO JORNAL
"EXTRA"
59,42%
40,57% OPERADOR "MAS"
DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS
Assim como nas reportagens do jornal “O Globo”, pode-se verificar por
meio do gráfico XII que, nas reportagens do jornal “Extra”, há também o
predomínio do uso do operador “mas” (59,42%) com relação aos demais
operadores, que representam 40,57% das ocorrências. Desta maneira, em uma
análise quantitativa dos gráficos IX, X, XI e XII, pode-se afirmar que os
resultados obtidos confirmam a hipótese de que o operador “mas” é o mais
recorrente nos dois gêneros e jornais, sendo, consequentemente, conforme
afirma Ducrot (1987), o operador argumentativo por excelência.
Nesta parte desta seção, serão exibidos gráficos que ilustram a
produtividade de cada operador argumentativo restritivo e concessivo que
estão presentes no corpus desta dissertação, a fim de apontar quais são os
mais produtivos e os menos produtivos em cada gênero e jornal estudado. A
princípio, será exposto o gráfico XIII, que demonstra a produtividade de cada
operador de maneira geral, sem levar em consideração o jornal e o gênero
textual.
95
Gráfico XIII
Independentemente do gênero e jornal analisado, a partir do gráfico XIII,
pode-se constatar que o operador “mas” é o mais produtivo, apresentando o
percentual de 60,23%, seguido pelos operadores “no entanto” (10,81%),
“porém” (8,49%) e “apesar de” (8,49%). O operador menos utilizado, por sua
vez, é “ao contrário” (0,38%) seguido por “entretanto” (0,77%) e “já” (1,54%).
A seguir, poder-se-á observar o gráfico que representa a produtividade
dos operadores nas notícias do jornal “O Globo”.
Gráfico XIV
96
No que diz respeito à produtividade dos operadores estudados nas
notícias do jornal “O Globo”, através do gráfico XIV é possível identificar que o
operador “mas” é o mais frequente, apresentando o percentual de 53,57%,
seguido pelos operadores “no entanto” e “apesar de”, que apresentam o
percentual de 17,58%. Este gráfico aponta, ainda, que os operadores menos
recorrentes são “entretanto”, “ao contrário” e “mesmo”, uma vez que não houve
nenhuma ocorrência (0%) deles em notícias do jornal “O Globo”.
O próximo gráfico ilustra a produtividade dos operadores nas notícias do
jornal “Extra”.
Gráfico XV
Considerando os operadores que estão presentes nas notícias do jornal
“Extra”, o gráfico XV demonstra que o operador “mas” é o mais produtivo,
seguido pelos operadores “no entanto” e “mesmo”, que apresentam o
percentual de 13,33% e 8,88%, respectivamente. Por outro lado, pode-se notar
que os operadores menos frequentes são “entretanto” e “ao contrário”, pois não
houve nenhuma ocorrência deles no gênero textual desse jornal.
O gráfico XVI expõe a produtividade dos operadores nas reportagens do
jornal “O Globo”.
97
Gráfico XVI
No que concerne à produtividade dos operadores argumentativos
restritivos e concessivos nas reportagens do jornal “O Globo”, pode ser visto
através do gráfico XVI que o operador “mas” é o mais empregado,
representando 61,53% das ocorrências, seguido pelo operador “porém”
(9,40%) e “apesar de” (8,54%). Nesse mesmo gráfico, pode-se perceber que os
operadores menos produtivos são “entretanto”, “ao contrário” e “já”, que
apresentam o mesmo percentual, 0,85%.
A seguir, será exposto o último gráfico (XVII), que diz respeito à
produtividade de cada operador analisado nesta dissertação. Por meio dele,
pode-se verificar a frequência dos operadores nas reportagens do jornal
“Extra”. Assim, pode-se notar que o operador “mas” é o mais utilizado,
apresentando o percentual de 60,86% das ocorrências, seguido pelos
operadores “no entanto” e “porém”, que correspondem a 13,04% e 10,14% das
ocorrências, respectivamente. Os operadores menos recorrentes nesse gênero
desse jornal são “ao contrário” e “embora”, que não tiveram nenhuma
ocorrência (0%), seguidos pelos operadores “entretanto” e “já” que
representam apenas 1,44% das ocorrências.
98
Gráfico XVII
Cotejando-se os gráficos XIII, XIV, XV, XVI e XVII, de maneira geral
pode-se dizer que os dois operadores mais produtivos nos jornais e gêneros
analisados são restritivos (“mas” e “no entanto”) seguidos pelo operador
concessivo “apesar de”. Do ponto de vista sintático, esse resultado se deve ao
fato de que os operadores restritivos operam em construções de coordenação,
enquanto os concessivos atuam em construções de subordinação. Nesse
sentido, possivelmente o enunciador opte pelo uso de um operador restritivo
em vez de um concessivo, porque este ocorre apenas em construções de
subordinação, cuja estrutura é mais complexa, podendo causar problemas de
interpretação para o leitor. Da perspectiva discursiva, esse dado se deve
provavelmente ao fato de que os operadores restritivos introduzem o
argumento mais forte e, por isso, tendem a ser mais utilizados, enquanto os
concessivos introduzem o argumento mais fraco.
Assim, mediante a análise quantitativa ilustrada nos gráficos (XIII, XIV,
XV, XVI e XVII) que apresentaram a produtividade de cada operador nos
gêneros e jornais analisados nesta dissertação, foi possível chegar a uma série
de resultados, que serão explicitados a seguir. Veja-se:
99
a) o gênero reportagem apresenta maior variedade de operadores
argumentativos do que o gênero notícia;
b) o jornal “O Globo” apresenta maior variedade de operadores
argumentativos do que o jornal “Extra”;
c) cotejando-se a frequência de cada operador argumentativo, constata-se
que o operador “mas” é o mais produtivo nos dois gêneros e jornais,
sendo seguido pelos operadores “no entanto”, “apesar de” e “porém”.
Desta forma, com base na análise qualitativa e quantitativa que foi feita
nesta dissertação, foi possível verificar que o operador “mas” é o mais
frequente e mais produtivo dentre os operadores concessivos e restritivos.
Além disso, comparando-se o jornal “Extra” e o “O Globo”, foi observado que
este apresenta maior variedade e frequência de operadores tanto concessivos
quanto restritivos. No que diz respeito aos gêneros textuais, pode-se dizer que,
mediante as análises feitas, o gênero reportagem apresenta maior frequência e
variedade de operadores do que a notícia.
É importante comentar que o gênero reportagem apresenta maior
variedade de operadores argumentativos do que o gênero notícia, pois este
apresenta apenas as informações mais relevantes acerca do fato, sendo,
assim, mais objetivo e sucinto do que a reportagem. A reportagem, por seu
turno, retrata e discute o acontecimento relatado com maior riqueza de
detalhes e, por isso, o seu texto tende a ser mais extenso do que o da notícia,
apresentando mais construções e, consequentemente, mais operadores
também.
Vale ressaltar que o jornal “O Globo” apresenta maior variedade de
operadores argumentativos do que o “Extra”, pois este se destina às classes C
e D, que, por sua vez, tendem a apresentar um nível sociocultural mais baixo
do que o público-alvo do “O Globo” (classes A e B). Por conseguinte, as
reportagens e as notícias do “O Globo” costumam apresentar um conteúdo
mais extenso, com muitos detalhes e uma linguagem mais formal, contendo
uma maior variedade de construções e operadores, distinguindo-se do “Extra”,
que apresenta normalmente reportagens e notícias mais curtas.
100
O fato de o operador “mas” ser o mais produtivo nos dois gêneros e
jornais, sendo seguido pelos operadores “no entanto”, “apesar de” e “porém”,
conforme já foi explicitado, vai ao encontro do pensamento de Ducrot de que o
“mas” é um operador argumentativo por excelência. O operador “mas” – assim
como o operador “no entanto” – é um operador restritivo utilizado em
construções de coordenação. Deste modo, o enunciador tende a preferir usar
um operador restritivo a um concessivo, porque aquele é típico de construções
mais simples.
No que concerne às estratégias argumentativas propostas por
Guimarães, a seguir serão apresentados gráficos que demonstram a
frequência de cada uma delas nos gêneros e jornais analisados ao longo desta
dissertação. Veja-se:
Gráfico XVIII
81,81%
13,63%
4,54%
suspense
antecipação
manutenção
Estratégias argumentativas nas notícias do jornal Extra
A partir do gráfico XVIII, pode-se verificar que, nas notícias do jornal
“Extra”, a estratégia do suspense é a mais recorrente, apresentando o
percentual de 81,81%, seguida pela estratégia da antecipação (13,63%) e
manutenção (4,54%).
101
Gráfico XIX
80%
16,66%
3,33%
suspense
antecipação
manutenção
Estratégias argumentativas nas notícias do jornal O Globo
Assim como nas notícias do jornal “Extra”, pode-se constatar, por meio
do gráfico XIX, que nas notícias do jornal “O Globo” há também o predomínio
da estratégia do suspense (80%) com relação às estratégias da antecipação e
manutenção, que representam 16,66% e 3,33%, respectivamente.
Gráfico XX
No que diz respeito às reportagens do jornal “Extra”, pode-se ver,
através do gráfico XX, que elas têm 83,82% da estratégia do suspense,
14,70% da antecipação e 1,47% da manutenção.
102
Gráfico XXI
O gráfico XXI demonstra que as reportagens do jornal “O Globo”
apresentam 81% de construções utilizando a estratégia do suspense, 15,96%
usando a estratégia da antecipação e 3,36% empregando a estratégia da
manutenção. Deste modo, com base nos gráficos XVIII ao XXI, pode-se
confirmar a hipótese de que a estratégia argumentativa mais recorrente nos
dois jornais e gêneros é a estratégia do suspense.
É importante lembrar que a estratégia do suspense é a mais produtiva
nos dois gêneros e jornais, pois, assim como os operadores restritivos, ela é
típica de construções de coordenação, que se caracterizam por serem mais
simples. Consequentemente, essa estratégia tende a ser mais utilizada do que
as demais, que, por seu turno, são empregadas em estruturas compostas por
subordinação (mais complexas).
A estratégia do suspense, do ponto de vista sintático, está ligada a uma
estrutura mais simples, que é o processo de coordenação. Do ponto de vista
discursivo, porém, é uma estratégia muito importante, na medida em que ela se
constitui em conceder razão ao outro (há valorização do ponto de vista do
outro) sem demonstrar que o argumento seguinte (contrário) será o que irá
prevalecer.
Nos gráficos abaixo será ilustrada a frequência das estratégias da antecipação e
da manutenção levando-se em consideração apenas as estratégias veiculadas pela
subordinação. Veja-se a seguir:
103
Gráfico XXII
A partir do gráfico XXII, pode-se dizer que a estratégia da antecipação é
mais frequente (75%) do que a da manutenção (25%) nas notícias do jornal
“Extra”. No que concerne às notícias do jornal “O Globo”, pode-se verificar o seguinte:
Gráfico XXIII
Segundo o gráfico XXIII, pode-se observar que a estratégia da
manutenção, que apresenta o percentual de 16,66%, também é menos
recorrente do que a da antecipação (83,33%) nas notícias do jornal “O Globo”.
Comparando-se o gráfico XXII e XXIII, é possivel perceber que, nas notícias do
104
jornal “Extra”, há uma diferença menor entre o uso de construções com a
estratégia da antecipação e da manutenção (50%) do que no jornal “O Globo”.
Nas notícias deste jornal, a diferença entre o uso dessas duas estratégias é
maior (66,67%). Este fato demonstra que, nas notícias do jornal “Extra”, há um
emprego maior da estratégia da manutenção (comparado ao uso da estratégia
da antecipação) do que nas notícias do jornal “O Globo”.
Este resultado talvez possa ser explicado pelo fato de a estratégia da
manutenção ter menos peso do ponto de vista argumentativo do que a da
antecipação. Vale comentar que a estratégia da antecipação, por ser
introduzida pelo operador e estar no início da frase, provoca um impacto maior
no alocutário do que a estratégia da manutenção, que está presente no final do
frase e funciona como um contraponto. Logo, baseado nesses dados, pode-se
afirmar que o jornal “O Globo” é mais argumentativo do que o “Extra”.
Gráfico XXIV
O gráfico XXIV demonstra que a estratégia da antecipação (90,90%) é
mais produtiva do que a estratégia da manutenção (9,09%) nas reportagens do
jornal “Extra”. Um resultado parecido foi obtido no gráfico XXV que ilustra que a
estratégia da antecipação (82,60%) também é mais recorrente do que a da
manutenção (17,39%) nas reportagens do jornal “O Globo”. Veja abaixo:
Gráfico XXV
105
Cotejando os gráficos XXIV e XXV, pode-se notar que, nas reportagens
do jornal “Extra”, há uma diferença maior entre o uso de construções com a
estratégia da antecipação e da manutenção (81,81%) do que no jornal “O
Globo”. Nas reportagens deste jornal, a desigualdade entre o emprego dessas
duas estratégias é menor (65,21%). Este dado aponta que nas reportagens do
jornal “O Globo” há maior utilização da estratégia da manutenção (comparado
ao uso da estratégia da antecipação) do que nas reportagens do jornal “Extra”.
É importante dizer que provavelmente isso ocorra devido ao fato de as
reportagens do jornal “O Globo” serem mais extensas e conterem maior
diversidade de construções do que no “Extra”.
Desta forma, em uma análise quantitativa dos gráficos XXII, XXIII, XXIV
e XXV, foi possível ratificar a hipótese de que, entre as estratégias
argumentativas veiculadas pelo processo de subordinação, a estratégia da
antecipação é a mais frequente nos dois jornais e gêneros analisados. Vale
lembrar que este dado está relacionado ao fato de o enunciador buscar
destacar a concessão, utilizando a estratégia da antecipação, pois, quando ele
utiliza esse mecanismo, ele dá ênfase ao fato de estar levando em
consideração o ponto de vista do outro.
Consequentemente, esse mecanismo ajuda o enunciador a transmitir
uma imagem de pessoa justa, crível e imparcial para o leitor. Por outro lado,
quando ele utiliza a estratégia da manutenção, a concessão fica em um plano
106
secundário e não fica tão evidente para o leitor que o enunciador está
considerando o ponto de vista do outro.
Nesta parte desta seção, serão exibidas tabelas que tratam do contexto
morfossintático em que os operadores argumentativos restritivos e concessivos
estão inseridos. Com base nelas, serão constatadas as estruturas mais
utilizadas com cada operador. Vale dizer que neste momento não serão
levados em consideração o jornal e o gênero textual.
Primeiramente, serão verificados os contextos morfossintáticos nos
quais os operadores argumentativos restritivos se encontram, para em seguida
serem estudados os contextos presentes com os operadores concessivos. Na
tabela abaixo, serão observadas estruturas em que o operador “mas” se
encontra. Veja-se:
Tabela I MAS
Oração+MAS+oração
(Leandro Guerreiro, Juninho e Alessandro participaram de grandes times alvinegros nos últimos dois anos, mas agora querem ser campeões pelo clube.)
31,64%
MAS+oração
(Mas perdeu a decisão do Estadual para o Flamengo (1 a 0 e 3 a 1).)
13,29%
Sintagma preposicional +oração + MAS +oração
(Segundo informações do médico Joaquim Neto, que atendeu os feridos, as duas vítimas passaram por cirurgias na madrugada de ontem, mas não resistiram.)
8,86%
MAS+sintagma preposicional+oração
(Mas até agora, tudo vem sendo
4,43%
107
controlado na base de muita conversa)
Sintagma nominal +oração +MAS + oração
(O presidente do Timão, Andres Sanchez, também estaria no grupo, mas ninguém confirmou.)
3,79%
Oração+sintagma preposicional +mas +oração
(O corpo de Renan foi levado, na manhã de ontem, para o Instituto Médico-Legal (IML), mas os amigos estão com dificuldade para conseguir a liberação.)
3,79%
Oração+MAS+sintagma preposicional +oração
(Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer injustiças.)
3,79%
Oração+ MAS + oração + sintagma preposicional + oração
(Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município.)
2,53%
Oração+MAS+sintagma nominal + oração
(Os criminosos queriam subir para assaltar as pessoas na festa, mas o delegado, que não estava com a carteira funcional, nem sua arma e tampouco se identificou como policial, conseguiu convencer os bandidos a irem embora.)
1,89%
108
Sintagma preposicional+oração+MAS +sintagma nominal
(Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis.)
1,89%
Oração+sintagma preposicional + oração +MAS+oração
(Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos armados tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo.)
1,26%
MAS+sintagma nominal+sintagma adjetival+oração
(Mas a providência, tomada logo nas primeiras horas da manhã, não convenceu boa parte dos senadores.)
1,26%
MAS+oração+sintagma preposicional +sintagma nominal
(Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção)
1,26%
Oração+MAS+sintagma preposicional
(CNBB defende arcebispo que excomungou mãe e médicos e pede punição ao agressor, mas na Justiça.)
1,26%
Oração principal+sintagma adverbial +oração subordinada+MAS+oração
(Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões.)
1,26%
Sintagma preposicional +oração +MAS+oração+sintagma nominal
(No segundo, Baby devolveu a liderança
1,26%
109
ao Flamengo com uma cesta de dois pontos, mas Valtinho aproveitou contra-ataque e deixou tudo igual: 27 a 27.)
Oração+sintagma nominal +MAS + oração
(Tim disse ter pedido ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mas que nada foi feito.)
1,26%
Sintagma preposicional +oração + MAS +sintagma preposicional
(Na estação das barcas em Niterói, o movimento foi intenso pela manhã, mas sem tumultos.)
1,26%
Sintagma adjetival +oração +MAS + oração
(Agredido, músico fica com pernas sob o carro, mas assaltantes não conseguem ligar o veículo.)
0,63%
Oração+sintagma preposicional + sintagma nominal + sintagma adjetival +oração+MAS+oração
(Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos – um deles armado - tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo.)
0,63%
MAS+sintagma nominal+oração
(Mas, pouco depois da meia-noite, Sarney estava totalmente decidido.)
0,63%
Oração + MAS + que + oração parentética
(Eles disseram que a promotoria não conseguiu provar além de qualquer dúvida que houve intenção deliberada
0,63%
110
massacrar ou expulsar totalmente a população da região – mas que, se forem apresentadas novas provas, a decisão pode ser emendada.)
Oração+MAS+apesar de+oração
(Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube.)
0,63%
Sintagma adverbial+oração + MAS +oração
(Ontem, o técnico Dorival Júnior confirmou as exigências que fez ao assinar contrato com o Vasco, mas disse que está dando um voto de confiança à diretoria.)
0,63%
MAS+oração+sintagma preposicional
(Mas rompeu com o presidente no ano seguinte, por causa de disputas políticas em Alagoas.)
0,63%
Sintagma adjetival+MAS+oração
(Alfabetizados, mas incapazes de ler ou compreender textos.)
0,63%
Sintagma nominal + sintagma preposicional + oração+MAS+oração
(O arquivista Jorge Luiz Costa, de 58 anos, pensava em contar com os trens, mas encontrou as portas fechadas.)
0,63%
Oração+sintagma preposicional +MAS +sintagma preposicional+oração
(Quatro mulheres permanecem em observação, no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas, segundo a assessoria da unidade, nenhuma delas
0,63%
111
corre risco de vida.)
MAS+sintagma preposicional + sintagma nominal +oração
(Mas, segundo o comerciante Pedro José de Menezes, de 50 anos, uma das vítimas, os criminosos roubaram no mínimo seis pessoas.)
0,63%
Sintagma nominal+oração+sintagma preposicional+MAS+oração+sintagma adverbial+sintagma preposicional
(Verônica, que foi enterrada ontem pela manhã no Cemitério de Irajá, tinha um coagulo, provocado por uma queda no banheiro, do lado esquerdo da cabeça, mas a cirurgia foi realizada, primeiramente, na parte direita.)
0,63%
Sintagma preposicional+oração+ Sintagma preposicional +MAS + sintagma adjetival
(Naquela ocasião – com atraso, na comparação com os principais emergentes e países ricos – o BC decidiu reduzir os juros, em 1 ponto percentual, mas rachado.)
0,63%
MAS+sintagma adjetival+oração
(Mas bem marcado e cometendo muitas faltas, o Flamengo permaneceu atrás no marcador até o final do quarto.)
0,63%
Oração+MAS+sintagma adverbial + oração
(Elas não serão mais analisadas mês a mês, mas trimestralmente, seguindo uma orientação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).)
0,63%
112
Sintagma nominal+sintagma preposicional + oração + sintagma preposicional+oração+MAS+oração
(O empresário Alexandre Torres, de 32 anos, fez compras ontem na loja do West Shopping, em Campo Grande, e pretendia pagá-las em dinheiro, mas mudou de ideia ao saber da possibilidade de usar o cartão.)
0,63%
Sintagma nominal+sintagma preposicional +oração+ sintagma preposicional+MAS+oração+sintagma nominal+oração
(A dona de casa Fabiana Pires da Silva, de 23 anos, deveria ter parto tranquilo, no leito de um hospital ou, no máximo, na maca de uma ambulância, mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti -como área de risco e decidiu não entrar na comunidade.)
0,63%
MAS+oração+sintagma nominal + oração
(Mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti -como área de risco, e decidiu não entrar na comunidade.)
0,63%
Oração+MAS+oração+sintagma preposicional
(A operação não durou muito tempo, mas os policiais mantiveram a contenção tanto nas entradas por Botafogo quanto por Copacabana e
0,63%
113
Fonte da Saudade, na Lagoa.)
Sintagma verbal +oração +MAS + oração
(Vestidos de ternos, o francês e o argentino tentaram fugir pegando um taxi, mas foram detidos pelos policiais e levados à 6ª DP (Cidade Nova).)
0,63%
Oração+sintagma adverbial +MAS +oração
(Ele foi operado e seu estado é estável, assim como o de seu irmão, mas ainda não há previsão de alta.)
0,63%
MAS+apesar de+sintagma nominal +oração
(Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira, não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo.)
0,63%
Segundo a tabela I, pode-se notar que o operador “mas” está presente
em diversos tipos de construções, principalmente devido ao fato de ele ser o
mais produtivo no corpus analisado. Os contextos morfossintáticos mais
frequentes com esse tipo de operador são: oração + MAS + oração (31,64%);
MAS + oração (13,29%) e sintagma preposicional + oração + MAS + oração
(8,86%). As construções menos utilizadas com esse tipo de operador são:
sintagma verbal + oração + MAS + oração (0,63%); oração + sintagma
adverbial + MAS + oração (0,63%) e MAS + apesar de +sintagma nominal +
oração (0,63%).
Ainda através dessa tabela, pode-se verificar que o operador “mas”
tende a ser mais utilizado em posição medial nas sentenças, uma vez que ele
foi empregado em trinta tipos de construções em posição medial e em dez tipos
de construções em posição inicial. Em outras palavras, a partir do corpus
114
estudado, pode-se dizer que existe uma tendência em usar o “mas” em posição
intermediária. Contudo, é possível dizer que, com o operador “no entanto”,
este tipo de preferência tende a não ocorrer, pois ele é utilizado tanto em
posição medial quanto em inicial. Com base nos gêneros analisados, não há
uma diferença significativa entre o uso desse operador em contexto inicial (4
construções) e final (5 construções). Observe-se na tabela abaixo:
Tabela II NO ENTANTO
NO ENTANTO+oração
(No entanto, o conserto foi interrompido às 8h50m por uma nova troca de tiros, sendo retomado apenas às 10h15m.)
35,71%
Sintagma nominal+NO ENTANTO +oração
(O Vaticano, no entanto, considerou as desculpas insuficientes.)
32,14%
NO ENTANTO + sintagma preposicional + oração
(No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado.)
7,14%
NO ENTANTO+sintagma nominal +oração
(No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio PedrolinoWerling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça.)
7,14%
Sintagma preposicional + NO ENTANTO + oração
3,57%
115
(Diante de uma consulta feita pela Receita, no entanto, a PGFN entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos.)
NO ENTANTO + sintagma preposicional + sintagma nominal + oração
(No entanto, de acordo com Virginia Dias, diretora, de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), a perícia também constatou a existência de uma lesão no hemisfério direito e de uma mancha roxa num dos braços de Verônica)
3,57%
Oração+NO ENTANTO+que+oração
(Paes adiantou, no entanto, que, se não houver licença, a demolição será inevitável.)
3,57%
Oração+NO ENTANTO+oração
(Temporão garantiu, no entanto, que o país não cortará verbas para tratamento e prevenção.)
3,57%
Sintagma nominal+NO ENTANTO +oração+sintagma nominal
(Eles, no entanto, não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem.)
3,57%
A partir da tabela II, também é possível constatar que há a presença do
operador “no entanto” em alguns tipos contextos morfossintáticos. Os contextos
mais recorrentes são NO ENTANTO + oração (35,71%) e sintagma nominal +
NO ENTANTO + oração (32,14%), e os menos usados são oração + NO
ENTANTO + oração (3,57%) e sintagma nominal + NO ENTANTO + oração +
sintagma nominal (3,57%).
116
Por intermédio da tabela III, pode-se examinar os contextos
morfossintáticos mais e menos frequentes com o operador “porém”. Veja a
seguir:
Tabela III PORÉM
Sintagma nominal+PORÉM+oração
(A polícia, porém, não confirma a versão.)
36,36%
PORÉM+oração
(Porém, nada foi encontrado.)
18,18%
Oração+PORÉM+oração
(A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém, não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal.)
18,18%
Sintagma preposicional +PORÉM + oração
(No dia seguinte, porém, a Alerj revogou a prisão do então deputado.)
9,09%
PORÉM+sintagma nominal+oração
(Porém, outras questões como a demora na assinatura com a Eletrobrás, também por falta de verbas para obter certidões obrigatórias, e a perda de receita (especialmente da televisão) com o rebaixamento agravaram a situação além do que esperavam os profissionais do futebol.)
4,54%
PORÉM+sintagma nominal + sintagma adjetival +oração
(Porém, o coronel Marcus Jardim,
4,54%
117
responsável pelo 1º Comando de patrulhamento de Área (CPA), afirmou que equipes fazem diariamente policiamento fixo e móvel na região.)
PORÉM+sintagma preposicional + oração
(Porém, na visão de analistas de mercado, não houve qualquer sinalização de qual será a intensidade dos próximos cortes de juros)
4,54%
Oração+PORÉM+sintagma preposicional
(Especialistas reunidos no Rio alertam, porém, para efeitos da crise.)
4,54%
De acordo com a tabela acima, pode-se afirmar que as construções mais
produtivas com o operador “porém” são: sintagma nominal + PORÉM + oração
(36,36%); PORÉM + oração (18,18%) e oração+PORÉM+oração (18,18%). As
estruturas menos utilizadas são: PORÉM + sintagma nominal + sintagma
adjetival +oração (4,54%); PORÉM + sintagma preposicional + oração (4,54%)
e oração + PORÉM + sintagma preposicional (4,54%). Assim como ocorreu
com o operador “mas”, há uma tendência em empregar o operador “porém” em
posição medial nos enunciados. Nesse sentido, pode-se verificar, por meio da
tabela III, que, embora existam quatro tipos de construções utilizando o esse
operador em posição medial e posição inicial, em 68,17% das ocorrências ele
está em posição medial e em 31,83% ele está em posição final.
Na próxima tabela serão analisados os contextos morfossintáticos em
que o operador “entretanto” se encontra. Veja-se:
118
Tabela IV ENTRETANTO
ENTRETANTO+sintagma preposicional +oração + sintagma preposicional
(Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo ao vencer por 82 a 78 ontem, pelo Novo Basquete Brasileiro (NBB).)
50%
ENTRETANTO+sintagma preposicional +oração +sintagma preposicional +sintagma nominal
(Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Universo/Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo/Petrobras ao vencer por 78 a 82 (44 a 44) ontem, na 13º rodada da primeira fase do Novo Basquete Brasileiro (NBB), o campeonato nacional masculino da modalidade.)
50%
A tabela IV demonstra que o operador “entretanto” não está presente em
muitos tipos de construções. Há apenas dois tipos de estruturas em que ele
está inserido. É preciso lembrar que esse operador não é produtivo nos
gêneros estudados nesta dissertação, porém, em todas as suas ocorrências,
ele estava ocupando a posição inicial do enunciado. Desta forma, apesar de
ele não apresentar um número muito significativo de contextos
morfossintáticos, acredita-se que exista uma tendência em utilizá-lo no início
dos enunciados. O mesmo fenômeno acontece com o operador “já”, como
pode ser visto na tabela abaixo.
119
Tabela V JÁ
JÁ+oração
(Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação.)
50%
JÁ+ sintagma nominal+sintagma nominal +oração
(Já o marido da dona-de-casa, Giovani de Matos Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher.)
25%
JÁ+sintagma preposicional + sintagma preposicional +oração
(Já na conclusão da CPI, no fim do ano passado, o número chegava a 171)
25%
Conforme a tabela V, pode-se notar que o operador “já” não é utilizado
em vários tipos de construções, uma vez que ele está inserido em apenas três
tipos de estrutura. O contexto mais recorrente em que ele se encontra é: JÁ +
oração (50%).
Vale comentar que, embora esse operador não esteja presente em uma
grande variedade de estruturas, pode-se perceber que ele está em posição
inicial em todas elas. Por conseguinte, é possível dizer que, baseado na tabela
acima, o enunciador dos jornais analisados tende a empregar o operador “já”
em posição inicial, evitando utilizá-lo em posição medial nos enunciados.
O último operador restritivo que será analisado é o “ao contrário”. Veja-
se:
120
Tabela VI AO CONTRÁRIO
Oração +AO CONTRÁRIO + oração
(A equipe de reportagem do “Extra” estava anteontem na Rua Sete de Setembro, no bairro Gradim, onde mora a prefeita, mostrando que não havia buracos na porta de sua casa, ao contrário do que ocorre no restante do município.)
100%
Conforme a tabela acima, o operador “ao contrário” está presente em
apenas um tipo de construção. Nela ele está inserido em posição medial com
valor de “mas”. Os dados obtidos através desta dissertação, porém, não são
suficientes para afirmar que exista uma tendência em empregá-lo em posição
medial nos enunciados, pois ele não foi muito produtivo no corpus estudado,
apresentando apenas uma ocorrência.
Neste momento, serão apresentadas as tabelas que expõem a
frequência dos contextos morfossintáticos em que se encontram os operadores
argumentativos concessivos. Veja-se a seguir:
Tabela VII
APESAR DE
APESAR DE+sintagma nominal +oração
(Apesar de tudo, Marcelo Yuka não pretende se mudar da Tijuca)
43,47%
APESAR DE+oração
(Apesar de o corpo ter sido encontrado por moradores às 9h30m, um rabecão só chegou ao local às 17h.)
26,08%
Oração+mas+APESAR DE+sintagma nominal+oração
4,34%
121
(Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube.)
APESAR DE+oração +oração parentética +oração
(Apesar de a avaliação do Ideb acontecer a cada dois anos – a próxima está marcada para outubro deste ano -, a Secretaria de Educação do Rio quer estabelecer uma avaliação anual, para identificar problemas com maior rapidez.)
4,34%
Oração + que + APESAR DE+sintagma nominal +oração
(A publicitária disse que, apesar da violência, não pretende sair do Rio)
4,34%
APESAR DE+sintagma nominal + sintagma adjetival+oração
(Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça, constatado através de tomografia computadorizada, Pedro Ricardo Mendes fez uma cirurgia no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.)
4,34%
APESAR DE+sintagma nominal + sintagma adjetival +oração + sintagma adjetival+oração
(Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça - constatado por meio de tomografia computadorizada - Pedro Ricardo Mendes fez uma intervenção cirúrgica no lado direito,
4,34%
122
durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.)
Oração +APESAR DE + oração
(O Brasil foi escolhido para sediar o encontro porque, apesar de ocupar a 16ª posição no ranking, tem investido em prevenção e tratamento.)
4,34%
APESAR DE+sintagma adjetival +oração
(Apesar de embriagado, Jorge dirigiu o veículo por cerca de dois quilômetros, passando pelas avenidas Brás de Pina e Nossa Senhora da Penha.)
4,34%
A partir da tabela VII, pode-se constatar que os contextos
morfossintáticos mais frequentes com o operador “apesar de” são: APESAR
DE + sintagma nominal + oração (43,47%) e APESAR DE + oração (26,08%).
As demais construções em que ele está inserido apresentam a mesma
porcentagem. De acordo com essa tabela, pode-se verificar também que este
tipo de operador tende a ser empregado em posição inicial nos enunciados,
uma vez que, em seis tipos de estruturas, ele ocupa tal posição (86,98%) e nas
três demais ele está em posição medial (13,02%).
Na tabela VIII, serão divulgados os contextos morfossintáticos em que o
operador “mesmo” se encontra. Observe-se abaixo:
Tabela VIII MESMO
MESMO+sintagma preposicional +oração
(Mesmo com pouco gols, Reinaldo, com sua velocidade e força física, vem sendo peça importante no ataque do recém-montado time do técnico
27,77%
123
Ney Franco.)
MESMO+oração
(Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a azul-e- branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.)
16,66%
Oração+MESMO+oração
(Ele teria ficado na Boate Pops Drinks com o craque mesmo sabendo que os jogadores teriam de retornar ao hotel às 23h.)
11,11%
Sintagma preposicional +MESMO +sintagma preposicional+oração
(Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade, como pequenos entorses e lombalgias, por exemplo, continuam sendo recebidos nas UPAs por médicos socorristas.)
11,11%
MESMO+assim+oração
(Mesmo assim, elogiou a capacidade e eficiência de Agaciel, nomeado pelo próprio Sarney para o cargo.)
5,55%
MESMO+sintagma adjetival+oração
(Mesmo ferido, ele, que pediu para não ser identificado, conseguiu dirigir até o Hospital Salgado Filho.)
5,55%
MESMO+sintagma preposicional +sintagma nominal+oração
(Mesmo com a derrota, os jogadores, que já tinham erguido o troféu do Campeonato Sul-Americano antes do jogo, foram ovacionados pela torcida
5,55%
124
com gritos de “é campeão”.)
Oração+que+MESMO+sintagma adjetival+oração
(O tempo inteiro o time procurava o artilheiro, que, mesmo pouco entrosado, estava sempre bem posicionado e era a referência.)
5,55%
Oração+que+oração parentética (MESMO+sintagma preposicional) +oração
(É considerado um analfabeto funcional a pessoa que – mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos – não desenvolve a habilidade de interpretação de textos.)
5,55%
Oração+oração parentética + MESMO +que+oração
(O problema foi lembrado por quase todos os jogadores – Felipe Melo revelou ao deixar o campo que os atletas brasileiros precisaram de oxigênio no intervalo –,mesmo que a maioria tenha admitido que faltou mais bola do que ar.)
5,55%
Por intermédio da tabela acima, pode-se verificar que o operador
“mesmo” está presente em dez tipos distintos de contextos morfossintáticos.
Os contextos mais frequentes são: MESMO+sintagma preposicional +oração
(27,77%) e MESMO+oração (16,66%). No que concerne à posição que esse
operador ocupa nos enunciados, pode ser visto através da tabela X que o
enunciador dos textos analisados tende a empregá-lo em posição inicial
(61,08%), não sendo tão utilizado em posição medial (38,98%).
125
Um resultado similar foi obtido no estudo feito do emprego do operador
“embora”, conforme mostra a tabela IX. Observe-se abaixo:
Tabela IX EMBORA
EMBORA+oração
(Embora reitere que não cometeu crime, ele admitiu preocupação com a pressão política.)
66,66%
Oração+EMBORA+sintagma preposicional+oração
(Assim como fez na Comissão de infraestrutura, Renan designou parte de sua tropa de choque para a comissão de Direitos Humanos para garantir a eleição do senador Magno Malta (PR-ES) para o comando do colegiado, embora, pelo critério da proporcionalidade, a vaga possa ser reivindicada pelo PDT.)
16,66%
Sintagma preposicional +oração +EMBORA+oração
(Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu.)
16,66%
O último operador a ser estudado nessa seção será o operador
“embora”. Segundo a tabela IX, o contexto morfossintático mais produtivo com
esse operador é EMBORA + oração, representando 66,66% de suas
ocorrências, o que aponta que há uma preferência em utilizar esse operador
em posição inicial nos gêneros e jornais analisados.
126
É necessário comentar que, por meio das tabelas I a IX, foi possível
confirmar a hipótese de que há uma relação entre o uso de um operador em
detrimento do outro e a estrutura morfossintática. Este fato pode ser justificado
através dos dados que demonstram que alguns operadores tendem a ser
utilizados em posição medial enquanto outros em posição final, além de
apontar que, com determinados operadores, algumas estruturas são mais
produtivas do que outras.
Neste momento serão divulgados os contextos morfossintáticos mais
frequentes e menos frequentes encontrados no corpus, levando-se em
consideração todos os operadores estudados nesta dissertação, mas sem
distinção entre gênero textual e jornal. Veja-se:
Tabela X
Contextos morfossintáticos mais recorrentes
Oração+OPERADOR+oração 21,83%
OPERADOR+oração 19,54%
Sintagma nominal + OPERADOR + oração
6,51%
OPERADOR + sintagma preposicional + oração
6,13%
Sintagma preposicional +oração + OPERADOR + oração
5,74%
OPERADOR + sintagma nominal + oração
5,36%
Conforme a tabela X, pode-se notar que o contexto morfossintático mais
produtivo no corpus desta pesquisa foi oração + OPERADOR +oração. Esta
tabela apresenta os seis contextos morfossintáticos mais recorrentes, os
demais contextos apresentam uma porcentagem inferior a 5,36% do corpus
estudo.
Na tabela abaixo (tabela XI), serão divulgadas as construções
morfossintáticas mais frequentes, considerando-se apenas as construções que
127
apresentam um operador argumentativo restritivo inserido e, por conseguinte,
utilizam a estratégia do suspense. Veja a seguir:
Tabela XI Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia do suspense
Oração+OPERADOR+oração 25,58%
OPERADOR+oração 17,20
Sintagma nominal + OPERADOR + oração
7,90%
Sintagma preposicional+oração + OPERADOR+oração
6,51%
OPERADOR + sintagma preposicional + oração
5,11%
Por intermédio da tabela XI, podem-se constatar os cinco contextos
morfossintáticos mais frequentes em que se encontra a estratégia do
suspense. A construção mais produtiva é oração + OPERADOR + oração
representando 25,58% dos contextos morfossintáticos encontrados no corpus.
Cotejando-se as tabelas X e XI, é possível verificar que o contexto mais
frequente da estratégia do suspense (oração + OPERADOR + oração) é
também o contexto mais frequente de todo o corpus, considerando-se todos os
operadores e estratégias. Acredita-se que este resultado se deve ao fato de
essa construção ser a mais frequente utilizada com o operador “mas”18
(representando 31,64% de suas ocorrências), que, por seu turno, é o operador
mais empregado nos gêneros e jornais analisados.
É importante citar que a tabela XI ratifica a hipótese de que dentre as
construções morfossintáticas típicas da estratégia do suspense, há a
predominância de uma determinada construção, que neste caso é oração +
OPERADOR + oração.
18 Este dado pode ser observado na tabela I desta dissertação.
128
A tabela XII divulga quais são as construções mais frequentes em que
se encontra a estratégia da antecipação. Observe abaixo:
Tabela XII Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia da
antecipação
OPERADOR + oração 32,5%
OPERADOR + sintagma nominal +oração
25%
OPERADOR + sintagma preposicional + oração
12,5%
Na tabela XII foram considerados apenas os contextos morfossintáticos
que apresentam um operador concessivo inserido em um contexto no qual a
estratégia da antecipação se encontra. A partir dessa tabela, pode-se notar que
o contexto morfossintático mais produtivo na estratégia da antecipação é
OPERADOR + oração. Comparando a tabela X e a tabela XII, pode-se
constatar que o contexto morfossintático mais frequente da estratégia da
antecipação (OPERADOR + oração) é o segundo contexto mais frequente de
todo o corpus, considerando-se todos os operadores e estratégias. Acredita-se,
porém, que esse contexto seja o segundo mais frequente de todo o corpus,
pois ele também é o segundo mais produtivo utilizado com o operador “mas”19
(13,29%), que, conforme já foi dito anteriormente, é o operador mais utilizado
no corpus estudado.
É necessário mencionar que a tabela XII confirma a hipótese de que
dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da antecipação, há
a predominância de uma determinada construção, que neste caso é
OPERADOR + oração.
A última tabela a ser divulgada nesta dissertação é a que apresenta os
contextos morfossintáticos mais frequentes em que se encontra a estratégia da
manutenção. Veja-se a seguir: 19 Este dado pode ser visto na tabela I desta dissertação.
129
Tabela XIII Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia da
manutenção
Oração+OPERADOR+oração 37,5%
Sintagma preposicional +oração +OPERADOR +oração
12,5
Oração+OPERADOR+sintagma preposicional+oração
12,5%
Através da tabela XIII, pode-se perceber que há três contextos
morfossintáticos que são os mais recorrentes quando a estratégia da
manutenção é empregada. Vale notar que, assim como ocorreu na estratégia
do suspense, o contexto mais frequente na manutenção é oração +
OPERADOR + oração, que, por sua vez, é o contexto morfossintático mais
produtivo de todo o corpus conforme já foi explicitado.
Neste momento é preciso dizer que a tabela XIII corrobora a hipótese de
que dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da
manutenção, há a predominância de um tipo de construção, que neste caso é
oração + OPERADOR + oração.
Desta forma, no próximo capítulo serão tecidas as principais conclusões
a que se chegou a partir desta pesquisa.
130
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, e da
Semântica Argumentativa, de Oswald Ducrot, foi desenvolvido um estudo que
investigou o uso dos operadores argumentativos restritivos e concessivos em
reportagens e notícias do jornal “O Globo” e “Extra”. Levando-se em
consideração o fato de que tais operadores aparecem com frequência nesses
gêneros textuais, foi possível notar que eles funcionam como estratégias
argumentativas que ajudam a conduzir o leitor (alocutário) a concordar com
determinado ponto de vista adotado pelo jornal, personificado no jornalista.
Conforme pôde ser observado ao longo desta dissertação, os
operadores argumentativos são elementos linguísticos que fornecem
informações e, ao mesmo tempo, funcionam como instrumentos de
argumentação, evidenciando a poderosa força que eles transmitem. Assim,
constatou-se que o valor argumentativo de um enunciado não é somente uma
consequência das informações que ele contém, mas, dependendo de como ele
for construído, pode servir para dar uma orientação argumentativa ao texto.
Nesse sentido, pode-se dizer que os operadores contribuem para a
solidificação dos argumentos no texto.
Deste modo, mediante a análise qualitativa e quantitativa do corpus
desta pesquisa, foi possível chegar à conclusão de que, no discurso
jornalístico, especificamente em notícias e reportagens, o sujeito da
enunciação não só informa, mas igualmente imprime seu ponto de vista de
maneira implícita (discreta), buscando criar um efeito de objetividade, realidade
e imparcialidade no seu discurso, transmitindo, assim, credibilidade para o
leitor. O leitor, normalmente, não percebe que a informação transmitida está
acompanhada de subjetividade e, por conseguinte, acredita naquilo que está
sendo dito como uma representação fiel da realidade, sendo guiado a chegar à
determinada conclusão.
Pode-se dizer, ainda, que a reportagem costuma apresentar mais
marcas de subjetividade do que a notícia na medida em que ela não só
informa, mas também pode discutir o que está sendo relatado, enquanto a
notícia apenas narra o fato. Nesses gêneros textuais, o enunciador almeja
131
convencer o leitor a assumir um posicionamento diante do fato descrito. Para
isso, ele utiliza um processo de argumentação a favor de determinadas idéias.
Ao mesmo tempo, foi examinado também que, apesar de os jornais “O
Globo” e “Extra” apresentarem públicos-alvo distintos, não há um contraste
significativo no estilo de escrita utilizado por ambos. Comparando-se,
entretanto, os resultados obtidos nos dois jornais, foi possível perceber que há
uma diferença na escolha dos operadores motivada pelo público-alvo a que se
destina cada jornal. O jornal “Extra” dirige-se a um público cujo nível
sociocultural e econômico geralmente está abaixo do público do “O Globo” e,
por isso, este apresenta um percentual maior de operadores concessivos,
consequentemente, apresentando também maior número de construções de
subordinação.
Por fim, diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, pode-se concluir
que os operadores argumentativos restritivos e concessivos são utilizados
como estratégia argumentativa. Nesse sentido, dependendo da posição que
ocupam no enunciado, podem apresentar estratégias semântico-discursivas
conhecidas como do suspense, da antecipação ou da manutenção que, por
sua vez, causam efeitos diferentes no leitor.
Desta forma, pode-se afirmar que esses operadores são responsáveis
por comprovar a orientação dos enunciados para determinadas conclusões,
revelar a intencionalidade do projeto de fala do sujeito comunicante e colaborar
para a construção dos sentidos dos textos. É importante observar que o seu
estudo se torna essencial, sobretudo quando se admite que a
argumentatividade está inscrita na língua e se objetiva entender o processo de
enunciação.
132
REFERÊNCIAS ANSCOMBRE, Jean Claude e DUCROT, Oswald. L’argumentation dans la langue.Bruxelas: Mardaga, 1983. AZEREDO, José Carlos. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. ______. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. BARBISAN, Leci B. Semântica Argumentativa. In: FERRAREZI Jr., Celso e BASSO, Renato. Semântica, Semânticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2013. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. São Paulo: Lucena, 2002. BENVENISTE, Émile. Problemas de Lingüística Geral II. Campinas: Pontes, 1989. ______. Problemas de Lingüística Geral I. Campinas: Pontes, 2005. CABRAL, Ana Lúcia Tinoco. A força das palavras: dizer e argumentar. São Paulo: Contexto, 2010. CASTILHO, Ataliba T. de. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.
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KERBRAT-ORECCHIONI, Catherine. La enunciación: de La subjetividad del lenguaje. Tradução para o espanhol de Gladys Ânfora e Emma Gregores. Buenos Aires: edicial, 1980. KOCH, Ingedore G. Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
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KURY, Adriano da Gama. Novas lições de análise sintática. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987.
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135
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136
ANEXO
Seguem abaixo todas as ocorrências, as estratégias de relação e os contextos morfossintáticos onde os operadores argumentativos restritivos e concessivos foram empregados nos textos que pertencem ao corpus desta pesquisa.
MESMO
O Globo
REP(01/03/09) Mesmo com pouco gols, Reinaldo, com sua velocidade e força física, vem sendo peça importante no ataque do recém-montado time do técnico Ney Franco. (MESMO+SPREP+ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação
Extra
REP(02/03/09) Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a azul-e- branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela. (MESMO+ORAÇÃO SUBORDINADA+ ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação
REP - Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. (MESMO+SPREP+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação
O Globo
REP(04/03/09) Ele teria ficado na Boate Pops Drinks com o craque mesmo sabendo que os jogadores teriam de retornar ao hotel às 23h. (ORAÇÃO PRINCIPAL +MESMO+ORAÇÃO SUBORDINADA) – Estratégia da manutenção
REP - Mesmo assim, elogiou a capacidade e eficiência de Agaciel, nomeado pelo próprio Sarney para o cargo. (MESMO ASSIM+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação
Extra
NOT(05/03/09) Mesmo entregando carro, dinheiro e celulares, e não reagindo, foram jogados do alto da encosta da Niemeyer. (MESMO+ORAÇÃO subordinada + ORAÇÃO subordinada + oração principal) - Estratégia da antecipação
O Globo
REP(05/03/09) Igreja Católica ameaça processar mãe da vítima por interrupção da gravidez, mesmo tendo sido feita dentro da lei. (ORAÇÃO
137
PRINCIPAL+MESMO+ ORAÇÃO SUBORDINADA) – Estratégia da manutenção
REP - Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade, como pequenos entorses e lombalgias, por exemplo, continuam sendo recebidos nas UPAs por médicos socorristas. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
Extra
REP(05/03/09) Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade ainda são atendidos por médicos socorristas. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
O Globo
REP(08/03/09) Mesmo ferido, ele, que pediu para não ser identificado, conseguiu dirigir até o Hospital Salgado Filho. (MESMO+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
REP(12/03/09) Mesmo com o corte de ontem na Selic, o Brasil continua como o país de maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
Extra
NOT(14/03/09) Mesmo sem escutar direito, ela teria ouvido um “barulho estrondoso” e se assustado, pensando se tratar de um assalto ou sequestro. [MESMO+oração subordinada+ORAÇÃO principaL + ORAÇÃO PRINCIPAL (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO subordinada] - Estratégia da antecipação
REP(16/03/09) Mesmo com a derrota, os jogadores foram ovacionados pela torcida. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação
O Globo
REP(16/03/09) Mesmo com a derrota, os jogadores, que já tinham erguido o troféu do Campeonato Sul-Americano antes do jogo, foram ovacionados pela torcida com gritos de “é campeão”. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SN + oração sub.+ ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação
138
Extra
REP(16/03/09) O tempo inteiro o time procurava o artilheiro, que, mesmo pouco entrosado, estava sempre bem posicionado e era a referência. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ QUE + MESMO+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + ORAÇÃO SUBORDINADA (COORDENADAS ENTRE SI)] – Estratégia da manutenção
Globo
Rep (18/03/09) É considerado um analfabeto funcional a pessoa que – mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos – não desenvolve a habilidade de interpretação de textos. (ORAÇÃO PRINCIPAL + QUE+ORAÇÃO PARENTÉTICA (MESMO +Sprep) + oração subordinada) – Estratégia da manutenção
Extra
Not (24/03/09) Mesmo com o carro bastante danificado, os estrangeiros conseguiram sair do morro. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO principal) - Estratégia da antecipação
Not (30/03/09) O problema foi lembrado por quase todos os jogadores – Felipe Melo revelou ao deixar o campo que os atletas brasileiros precisaram de oxigênio no intervalo -, mesmo que a maioria tenha admitido que faltou mais bola do que ar. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO parentética + MESMO QUE + ORAÇÃO SUBORDINADA ) – Estratégia da manutenção
EMBORA
Globo
REP (03/03/09) Embora reitere que não cometeu crime, ele admitiu preocupação com a pressão política. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA + ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
REP (04/03/09) Assim como fez na Comissão de infraestrutura , Renan designou parte de sua tropa de choque para a comissão de Direitos Humanos para garantir a eleição do senador Magno Malta (PR-ES) para o comando do colegiado, embora, pelo critério da proporcionalidade, a vaga possa ser reivindicada pelo PDT. (oração subordinada + ORAÇÃO PRINCIPAL+EMBORA+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO subordinada) – Estratégia da manutenção
REP (05/03/09) Embora manifestem confiança nos dirigentes, os profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a demora na solução.
139
(EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
NOT (24/03/09) Embora o Brasil esteja entre os 16 países com maior número de casos de tuberculose no mundo, nos últimos sete anos as taxas de incidência e mortalidade de tuberculose no país caíram 24,4% e 31%, respectivamente, segundo anunciou ontem o Ministério da Saúde. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
REP (26/03/09) Embora não tenha sido contemplada no pacote anunciado ontem, a classe média alta – famílias com renda acima de dez salários mínimos – também terá benefícios na hora de comprar a casa própria. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação
Extra
NOT (30/03/09) Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ oração subordinada+ORAÇÃO principal+EMBORA+ORAÇÃO subordinada+ORAÇÃO SUBORDINADA (COORDENADAS ENTRE SI)] – Estratégia da manutenção
APESAR DE
Globo
REP (02/03/09) Apesar de tudo, Marcelo Yuka não pretende se mudar da Tijuca. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação
Extra
REP (02/03/09 Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco, Alexandre Louzada é delicada. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO)
Extra
Rep (05/03/09) Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube. (ORAÇÃO coordenada + MAS + APESAR DE+ SN + oração coordenada) estratégia da antecipação
140
Apesar da confiança no trabalho da diretoria, o técnico reconheceu que sempre há comentários no grupo. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação
Extra
Not (06/03/09) Apesar da suspeita de assalto, o serviço de relações públicas da PM afirmou que também há a possibilidade de a vítima ter se envolvido numa discussão de trânsito. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação
Globo
Not (06/03/09) Apesar da suspeita de assalto, o serviço de relações públicas da PM afirmou que também há a possibilidade de a vítima ter se envolvido numa discussão de trânsito. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação
Globo
Rep (06/03/09) Apesar de a avaliação do Ideb acontecer a cada dois anos – a próxima está marcada para outubro deste ano -, a Secretaria de Educação do Rio quer estabelecer uma avaliação anual, para identificar problemas com maior rapidez. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA + oração parentética +ORAÇÃO principal) estratégia da antecipação
Globo
Rep (06/03/09) A publicitária disse que, apesar da violência, não pretende sair do Rio. (ORAÇÃO PRINCIPAL + QUE +APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação
Globo
Rep (08/03/09) Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça, constatado através de tomografia computadorizada, Pedro Ricardo Mendes fez uma cirurgia no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.
141
(APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ Sintagma adjetival +ORAÇÃO subordinada + oração principal) estratégia da antecipação
Extra
Rep (08/03/09) Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça - constatado por meio de tomografia computadorizada - Pedro Ricardo Mendes fez uma intervenção cirúrgica no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ sintagma adjetival +ORAÇÃO subordinada + sintagma adjetival + oração principal) estratégia da antecipação.
O Globo
Rep (09/03/09) Apesar de o corpo ter sido encontrado por moradores às 9h30m, um rabecão só chegou ao local às 17h. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
O Globo
Rep (10/03/09) Apesar de afirmar que os índices de roubos na área caíram, ele alegou que alguns casos são inevitáveis porque as vias estão cercadas de favelas. (APESAR DE+ORAÇÃO subordinada + ORAÇÃO principal) estratégia da antecipação.
O Globo
Rep (10/03/090 Apesar do esquema, nos casos em que é possível transferir pacientes, eles são removidos para o Hospital Pedro II, em santa Cruz. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia da antecipação.
Apesar dessas dificuldades, Luiz Maurício afirma que não há qualquer recomendação para evitar o Rocha Faria. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação.
Extra
142
Rep (11/03/09) Apesar do esquema especial montado na emergência e na maternidade desde segunda-feira, gestantes ficaram sem consulta médica ontem no Rocha Faria. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
Extra
Not (24/03/09) Apesar de reduzir a quantidade de comprimidos, o novo esquema terapêutico – recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – aumentará o número de drogas de três para quatro. [APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ORAÇÃO PRINCIPAL (CONTINUAÇÃO)] estratégia da antecipação.
O Globo
Not (24/03/09) O Brasil foi escolhido para sediar o encontro porque, apesar de ocupar a 16ª posição no ranking, tem investido em prevenção e tratamento. (ORAÇÃO PRINCIPAL+APESAR DE +ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da manutenção.
Extra
Not (24/03/09) Apesar de o crime ter sido praticado em frente a um posto de gasolina e a um supermercado, funcionários e clientes alegaram não ter visto o momento em que a mulher foi assassinada pelos bandidos. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
O Globo
Not (24/03/09) Apesar de o crime ter sido praticado em frente a um posto de gasolina e a um supermercado, funcionários e clientes alegaram não ter visto o momento em que a mulher foi assassinada. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
143
Apesar do confronto, ele não se feriu. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
O Globo
Not (27/03/09) Apesar de embriagado, Jorge dirigiu o veículo por cerca de dois quilômetros, passando pelas avenidas Brás de Pina e Nossa Senhora da Penha. (APESAR DE +SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
O Globo
Rep (30/03/09) Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo. (MAS+APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação
Apesar das dificuldades que todos imaginavam encontrar na altitude, o goleiro reconheceu que a atuação da equipe não foi das melhores. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.
NO ENTANTO
O Globo
Not (03/03/09) O Vaticano, no entanto, considerou as desculpas insuficientes. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense
Extra
Rep (03/03/09) Diante de uma consulta feita pela Receita, no entanto, a PGFN entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
144
Rep (04/03/09) A nota da embaixada, no entanto, contém outro erro, ao dizer que “o relatório deveria fazer referência a um ex-governador que foi indiciado – e não preso – por corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão e contrabando”. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.
Garotinho, no entanto, foi denunciado apenas por formação de quadrilha armada. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (04/03/09) A nota da embaixada, no entanto, contém outro erro, ao dizer que “o relatório deveria fazer referência a um ex-governador que foi indiciado – e não preso – por corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão e contrabando”. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.
Garotinho, no entanto, foi denunciado apenas por formação de quadrilha armada. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (05/03/09) No entanto, o Disque-Denúncia divulgou que essa informação chegou ao órgão às 19h e foi repassada às polícias. (NO ENTANTO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense. àneste caso, causa suspense com relação com a oração que o antecede.
O Globo
Rep (06/03/09) Os médicos, no entanto, não demonstraram arrependimento, e confirmaram a convicção que a menina poderia morrer. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) estratégia do suspense.
O Globo
145
Rep (06/03/09) O caso, no entanto, foi em Belo Horizonte, quando o casal estava de férias. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
O Globo
Rep (07/03/09) No entanto, o conserto foi interrompido às 8h50m por uma nova troca de tiros, sendo retomado apenas às 10h15m. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (09/03/09) No entanto, apenas uma vítima chegou ao Souza Aguiar. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (09/03/09) No entanto, apenas uma vítima chegou ao Souza Aguiar. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (09/03/09) No entanto, de acordo com Virginia Dias, diretora, de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), a perícia também constatou a existência de uma lesão no hemisfério direito e de uma mancha roxa num dos braços de Verônica. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL+ ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (10/03/09) No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense. O Globo
146
Rep (10/03/09) No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense. Extra
Rep (12/03/09) No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça. (NO ENTANTO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO +ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (12/03/09) No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça. (NO ENTANTO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO +ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (14/03/09) No entanto, ainda não há pistas sobre o que possa ter motivado o assassinato do policial, que estava de folga. (NO ENTANTO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (15/03/09) No entanto, nenhuma prefeitura conseguiu zerar a lista de problemas publicada há duas semanas. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (16/03/09) No entanto, mostraram apenas um protocolo datado de 22 de novembro de 2007. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
147
Rep (16/03/09) No entanto, mostraram apenas um protocolo de pedido de licença, com data de 22 de novembro de 2007. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Paes adiantou, no entanto, que, se não houver licença, a demolição será inevitável. (ORAÇÃO PRINCIPAL+NO ENTANTO+QUE+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Not (24/03/09) Temporão garantiu, no entanto, que o país não cortará verbas para tratamento e prevenção. (ORAÇÃO PRINCIPAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense
O Globo
Not (26/03/09) A operação, no entanto, foi pacífica, sem resistências. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense
Extra
Not (26/03/09) A operação, no entanto, foi pacífica. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense
O Globo
Rep (26/03/09) Eles, no entanto, não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL)
Extra
Rep (26/03/09) No entanto, mais detalhes serão fornecidos apenas no dia 13 de abril. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
148
Extra
Not (30/03/09) No entanto, depois de evitar que os equatorianos abrissem o placar em pelo menos quatro oportunidades, o gol sofrido aos 43 m do segundo tempo foi difícil de digerir. (NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
PORÉM
Extra
Not (02/03/09) A polícia, porém, não confirma a versão. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (02/03/09) O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (03/03/09) Porém, afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes. (PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (04/03/09) A maioria da Casa, porém, comemorou a rapidez da ação de Sarney e elogiou a decisão de Agaciel de pedir demissão. [SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
O Globo
Rep (05/03/09) Fontes diplomáticas, porém, afirmam que alguns países africanos ameaçaram se retirar do TPI. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (05/03/09) No Vasco, porém, ciente da situação dramática que vive o clube, prefere evitar ataques. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+PORÉM+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.
149
Porém, outras questões como a demora na assinatura com a Eletrobrás, também por falta de verbas para obter certidões obrigatórias, e a perda de receita (especialmente da televisão) com o rebaixamento agravaram a situação além do que esperavam os profissionais do futebol. (PORÉM+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (05/03/09) Este ano, porém, a bancada petista tinha interesse especial pela comissão, que deverá avaliar o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e discutir mudanças no marco regulatório do petróleo por causa das descobertas de novas bacias na área do pré-sal, assim como eventuais alterações na legislação das agências reguladoras. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O principal embate, porém, deverá se dar na definição de um novo marco regulatório para a exploração do pré-sal. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (09/03/09) Porém, nada foi encontrado. (PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (09/03/09) Porém, o coronel Marcus Jardim, responsável pelo 1º Comando de patrulhamento de Área (CPA), afirmou que equipes fazem diariamente policiamento fixo e móvel na região. (PORÉM+ SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (10/03/09) A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém, não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal. (ORAÇÃO+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (11/03/09) Porém, após esperar por mais de três horas, ela não foi atendida. (PORÉM+ORAÇÃO +ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
150
Rep (12/03/09) No dia seguinte, porém, a Alerj revogou a prisão do então deputado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (12/03/09) Porém, a associação lembra que a diferença final para o consumidor deve ser muito pequena. (PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (12/03/09) Porém, na visão de analistas de mercado, não houve qualquer sinalização de qual será a intensidade dos próximos cortes de juros. (PORÉM+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Não repetiu, porém, que estava realizando “parte relevante” do ajuste nos juros neste encontro, como ocorreu no de janeiro. (ORAÇÃO PRINCIPAL+PORÉM+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (15/03/09) João Buracão, porém, não pensa em aposentadoria: em breve retomará a caça aos buracos em outros municípios. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (24/03/09) Especialistas reunidos no Rio alertam, porém, para efeitos da crise. (ORAÇÃO+PORÉM+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
Extra
Rep (26/03/09) Para participar dessa modalidade de financiamento, porém, as famílias não deverão ter outro imóvel em seu nome ou qualquer empréstimo pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). (ORAÇÃO SUBORDINADA+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.
Extra
Not (26/03/09) Para se candidatar, porém, será preciso procurar o governo do estado ou as prefeituras. (ORAÇÃO SUBORDINADA+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.
O Globo
151
Rep (26/03/09) O governo estadual, porém, ainda não decidiu sobre a redução do ICMS, medida com a qual a União conta para permitir redução em custos de produção e financiamento. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
JÁ
Extra
Rep (09/03/09) Já o marido da dona-de-casa, Giovani de Matos Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher. (JÁ+SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação
O Globo
Rep (14/03/09) Já na conclusão da CPI, no fim do ano passado, o número chegava a 171. (JÁ+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (24/03/09) Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação. (JÁ+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Not (24/03/09) Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou, através de sua assessoria, que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação. (JÁ+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
AO CONTRÁRIO
O Globo
Rep (13/03/09) A equipe de reportagem do “Extra” estava anteontem na Rua Sete de Setembro, no bairro Gradim, onde mora a prefeita, mostrando que não havia buracos na porta de sua casa, ao contrário do que ocorre no restante do município. [ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO PRINCIPAL (CONTINUAÇÃO)+AO CONTRÁRIO DO QUE + ORAÇÃO SUBORDINADA] estratégia do suspense.
ENTRETANTO
Extra
152
Rep (16/03/09) Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo ao vencer por 82 a 78 ontem, pelo Novo Basquete Brasileiro (NBB). (ENTRETANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (16/03/09) Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Universo/Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo/Petrobras ao vencer por 78 a 82 (44 a 44) ontem, na 13º rodada da primeira fase do Novo Basquete Brasileiro (NBB), o campeonato nacional masculino da modalidade. (ENTRETANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.
MAS
Extra
Not (01/03/09) Segundo informações do médico Joaquim Neto, que atendeu os feridos, as duas vítimas passaram por cirurgias na madrugada de ontem, mas não resistiram. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Not (01/03/09) Leandro Guerreiro, Juninho e Alessandro participaram de grandes times alvinegros nos últimos dois anos, mas agora querem ser campeões pelo clube. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Os times formados encheram os olhos de muita gente, mas o bom futebol não foi transformado em conquistas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
A vitória de 2 a 1sobre o Boavista passou longe do bom futebol de outros tempos, mas a garra mostrada e o bom desempenho de alguns recém-chegados, como o meia Maicosuel, chamaram a atenção. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] Estratégia do suspense.
O Globo
153
Rep (01/03/09) Em 2007, o Botafogo venceu a Taça Rio mas perdeu para o Flamengo na decisão do Campeonato Estadual (2 a 2 e 2 a 2, com a derrota nos pênaltis). (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas perdeu a decisão do Estadual para o Flamengo (1 a 0 e 3 a 1). (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Rep (01/03/09) Mas na decisão do campeonato foi novamente superado pelo Rubro-negro. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Rep (02/03/09) Agredido, músico fica com pernas sob o carro, mas assaltantes não conseguem ligar o veículo. (SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos armados tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (02/03/09) Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos – um deles armado - tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Uma das testemunhas acredita que os bandidos planejavam assaltar a padaria, mas desistiram ao observar que estava cheia. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (02/03/09) (...) disse Szaniecki, que espera permanecer na Mangueira em 2010, mas botou seu cargo à disposição da diretoria. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
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Rep (02/03/09) Mas Tavinho, abalado, declarou: (MAS+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+SINTAGMA VERBAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (03/03/09) Ladrão afirmou que poderia ser preso, mas quis ajudar músico que agredira a voltar para carro. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Sobre o crime no sábado, ele disse que foi à 19ª DP (Tijuca), mas não conseguiu identificar os bandidos por fotos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer injustiças. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Not (03/09/09) Sobre o crime ocorrido no sábado, ele disse que foi à 19ª DP (Tijuca), mas não conseguiu identificar os bandidos por meio de fotografias. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (03/03/09) Sarney pede ao TCU para investigar a evolução patrimonial de Agaciel Maia, mas o mantém no cargo. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas a providência, tomada logo nas primeiras horas da manhã, não convenceu boa parte dos senadores. (MAS+SINTAGAMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL +ORAÇÃO)
Agaciel admite que nunca registrou em cartório a compra da casa, como mostrou reportagem da “Folha de S. Paulo”, mas apresentou ontem declarações de imposto de Renda na qual registra a aquisição do imóvel. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O deputado pediu desfiliação do DEM por justa causa, mas não aparece em Brasília desde meados de fevereiro. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
155
Extra
Not (03/03/09) Mas a providência não convenceu boa parte dos senadores. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Agaciel admite que nunca registrou em cartório a compra da casa, mas apresentou ontem declarações de Imposto de Renda na qual registra a aquisição do imóvel. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (03/03/09) Mas diante de uma consulta feita pelo Fisco, a Procuradoria entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos, mesmo prazo válido para prescrição de outros direitos e obrigações tributárias. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.
Extra
Rep (03/03/09) O corpo de Renan foi levado, na manhã de ontem, para o Instituto Médico-Legal (IML), mas os amigos estão com dificuldade para conseguir a liberação. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O laudo da necropsia ainda não estava pronto, mas, em uma avaliação preliminar, os médicos constataram uma facada do lado esquerdo, na altura do peito. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (04/03/09) A expectativa era de que o Fenômeno só estreasse domingo, no clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, em Presidente Prudente, mas Mano Menezes mudou de ideia. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas sua escalação ainda não está confirmada. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas a verdade é que a oposição forçou o presidente Andres Sanchez a demitir o coordenador, depois que foi revelado que ele acompanhara Ronaldo na farra em Presidente Prudente. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.
156
Extra
Not (04/03/09) Ronaldo começa no banco, mas deve estrear hoje no Corinthians. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O presidente do Timão, Andres Sanchez, também estaria no grupo, mas ninguém confirmou. (SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL +ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (04/03/09) Mas, pouco depois da meia-noite, Sarney estava totalmente decidido. (MAS+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O presidente do Senado ficou com a primeira opção, mas Gazineo assumirá o cargo inteiramente. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Em outras ocasiões, Agaciel ficou sob os holofotes, mas conseguiu se safar. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas conspirou para sua queda uma série de outros fatores. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Not (04/03/09) Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção. (MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Not (04/03/09) Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção. (MAS+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Not (04/03/09) Na ocasião, o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha armada, mas não chegou a ser preso. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Extra
Rep (04/03/09) Na ocasião, o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha armada, mas
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não chegou a ser preso. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (05/03/09) Eles disseram que a promotoria não conseguiu provar além de qualquer dúvida que houve intenção deliberada massacrar ou expulsar totalmente a população da região – mas que, se forem apresentadas novas provas, a decisão pode ser emendada. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+QUE+ORAÇÃO PARENTÉTICA) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (05/03/09) Segundo o prefeito, a falta de recursos humanos para hospitais é um problema que vem sendo enfrentado em todas as esferas de governo, mas as autoridades esperam resolvê-lo com trabalho integrado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (05/03/09) Mostra crença na diretoria, mas teme que o comando se enfraqueça. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.
Extra
Rep (05/03/09) Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube. (ORAÇÃO+MAS+APESAR DE+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas até agora, tudo vem sendo controlado na base de muita conversa. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Ontem, o técnico Dorival Júnior confirmou as exigências que fez ao assinar contrato com o Vasco, mas disse que está dando um voto de confiança à diretoria. (SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.
Elogia os jogadores e o técnico, mostra crença na diretoria, mas teme que o comando se enfraqueça caso a solução salarial não venha. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA] Estratégia do suspense.
O globo
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Rep (05/03/09) Mas é o cenário perfeito para a oposição contraditar o principal programa de ações do governo Lula e da campanha da ministra Dilma Rousseff. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Não só com discursos questionando prioridades e balanços apresentados pelo governo, mas com convocações de ministros e solicitação de informações oficiais sobre dados nem sempre abertos ao público. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
Mas rompeu com o presidente no ano seguinte, por causa de disputas políticas em Alagoas. (MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.
Num aparte ao primeiro discurso de Collor como senador, em 2007, disse ter orgulho do trabalho da CPI, mas considerou que Collor pagou “um preço muito alto” – o impeachment. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (06/03/09) Alfabetizados, mas incapazes de ler ou compreender textos. (SINTAGMA ADJETIVAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (06/03/09) Mas ainda não tem consciência do problema que enfrentou. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.
O Globo
Rep (06/03/09) ... negaram os crimes logo após a prisão, mas, no decorrer do dia de ontem, confessaram, acrescentando que só prestariam depoimento na Justiça. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Os criminosos queriam subir para assaltar as pessoas na festa, mas o delegado, que não estava com a carteira funcional, nem sua arma e tampouco se identificou como policial, conseguiu convencer os bandidos a irem embora. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.
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Extra
Rep (07/03/09) O arquivista Jorge Luiz Costa, de 58 anos, pensava em contar com os trens, mas encontrou as portas fechadas. (SINTAGMA NOMINAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL + ORAÇÃO + MAS + ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O governador Sérgio Cabral lamentou a paralisação dos trens devido ao tiroteio entre policiais e traficantes, em Senador Câmara, mas reafirmou que o caminho é o enfrentamento. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (07/03/09) O governador Sérgio Cabral lamentou a paralisação dos trens ocorrida na Zona Oeste, mas disse que não há outro caminho a não ser o enfrentamento. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Not (07/03/09) Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (07/03/09) Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.
Marzagão tentou dissipar o mal-estar criado durante o dia, quando o Exército divulgou nota esclarecendo que a fiscalização era obrigação militar, mas a segurança do local era de responsabilidade do CTT. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO SUBORDINADA (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.
Extra
Rep (07/03/09) Peritos do Instituto Félix Pacheco foram ao Hospital Miguel Couto, onde ele está internado, mas não conseguiram fazer o exame datiloscópico para confirmar a identidade, porque ele estava sendo operado. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
160
O traficante tentou se esconder na Rocinha, mas, como sangrava muito, teve de ir para o Miguel Couto, onde foi preso. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (07/03/09) Eles chegaram a passar por uma blitz da PM, mas os policiais não perceberam que havia um assalto em andamento. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (07/03/09) Arcebispo excomunga médicos, mas não o estuprador de menina de 9 anos. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO (COM VERBO IMPLÍCITO)] estratégia do suspense.
CNBB defende arcebispo que excomungou mãe e médicos e pede punição ao agressor, mas na Justiça. [ORAÇÃO + ORAÇÃO (COORDENADAS)+MAS+ SINTAGMA PREPOSICIONAL ) estratégia do suspense.
Extra
Not (08/03/09) Quatro mulheres permanecem em observação, no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas, segundo a assessoria da unidade, nenhuma delas corre risco de vida. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (08/03/09) Dom José Cardoso diz que perdão aos envolvidos em aborto de menina é possível, mas só com arrependimento. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (08/03/09) Acácio ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) + SINTAGMA PREPOSICIONAL+ MAS+ORAÇÃO] estratégia do suspense.
Extra
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Rep (08/03/09) O médico ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Na fuga, os criminosos sequestaram um taxista, mas acabaram presos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Mas, segundo o comerciante Pedro José de Menezes, de 50 anos, uma das vítimas, os criminosos roubaram no mínimo seis pessoas. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (09/03/09) A polícia acredita que a criança sofreu violência sexual, mas isso só poderá ser comprovado com o resultado de um laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deverá ficar pronto em uma semana. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (09/03/09) A criança foi socorrida pelo suposto agressor, mas, segundo a polícia, chegou morta ao Posto de Saúde 24 horas do município, na madrugada de ontem. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
O Globo
Not (09/03/09) A vítima, que teria envolvimento com o tráfico, foi socorrida e levada para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu e morreu na emergência da unidade. [SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Extra
Not (09/03/09) A vítima, que teria envolvimento com o tráfico, foi socorrida e levada para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu e morreu na emergência
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da unidade. . [SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
O Globo
Rep (09/03/09) Verônica, que foi enterrada ontem pela manhã no Cemitério de Irajá, tinha um coagulo, provocado por uma queda no banheiro, do lado esquerdo da cabeça, mas a cirurgia foi realizada, primeiramente, na parte direita. (SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA ADVERBIAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
O marido de Verônica, Giovani Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher, que teria batido a cabeça no vaso sanitário, mas negou que seria responsável pelas lesões. (SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (09/03/09) Mas ele negou que tenha causado a lesão na cabeça dela. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (09/03/09) Algumas testemunhas foram ouvidas mas, até ontem, a polícia não tinha suspeitos. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
No mesmo dia, três homens roubaram motoristas e passageiros de um ônibus e sequestraram um taxista, mas foram presos. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO] estratégia do suspense.
O Globo
Rep (10/03/09) Mas afirmou que as reivindicações estavam “fora de foco”. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
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O ministro disse manter boas relações com o colega, mas não deixou de dar uma estocada em Cassel, ao dizer que não entende por que a pequena agricultura não avança no Pará, onde há 180 mil assentados. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (10/03/09) Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões. (ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (10/03/09) Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ SINTAGMA ADVERBIAL +ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (10/03/09) Susanne chegou a dar R$ 21,1 milhões ao vigarista, mas pôs fim ao caso e o denunciou depois que ele ameaçou enviar fotos e gravações dos encontros amorosos dos dois a familiares e amigos dela, caso a bilionária, que é casada e mãe de três filhos, não lhe pagasse mais 49 milhões de euros. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL] estratégia do suspense.
O Globo
Not (10/03/09) Suzanne chegou a dar 7 milhões de euros (R$ 21, 1 milhões) em notas de 500 euros ao vigarista, mas pôs fim ao caso e o denunciou depois que ele ameaçou enviar fotos e gravações dos encontros amorosos dos dois a familiares e amigos dela, caso a bilionária, que é casada e mãe de três filhos, não lhe pagasse mais 49 milhões de euros. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL] estratégia do suspense.
Extra
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Not (10/03/09) Mas, de acordo com a delegada, nenhuma hipótese será descartada. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (10/03/09) Quinio reconhece a missão da Igreja, que proclama que a vida começa no momento da concepção, de defender esse direito à vida, mas pergunta: (ORAÇÃO+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (11/03/09) Ela confirmou que tem uma prima distante trabalhando no tribunal, mas não disse o total de parentes empregados. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (11/03/09) Remarcaram para segunda-feira, mas, se duvidar, não terá médico de novo. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA VERBAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (12/03/09) Mas apenas Rodrigo e Leonardo foram condenados a prisão em regime fechado. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (12/03/09) No dia 31 de janeiro do ano passado, cinco jovens foram considerados culpados pela agressão à doméstica, mas apenas Rodrigo e Leonardo foram condenados a prisão em regime fechado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (12/03/09) A equipe entrou no carro do “Extra” e fechou os vidros, mas o carro foi bloqueado por outro com vidros escurecidos por insulfilm. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (12/03/09) Fabio disse ainda que não se recordava de ter dado uma gravata no fotógrafo Fabiano Rocha, mas que poderia ter acontecido, mas não
165
teria sido de propósito. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (12/03/09) O corte de 1,5 ponto percentual – o de maior magnitude desde novembro de 2003 – representava a média das projeções de mercado, mas ainda assim foi encarado como um movimento cauteloso por analistas, setor produtivo, trabalhadores e lideranças políticas. (SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Naquela ocasião – com atraso, na comparação com os principais emergentes e países ricos – o BC decidiu reduzir os juros, em 1 ponto percentual, mas rachado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+SINTAGMA ADJETIVAL) estratégia do suspense.
Extra
Not (14/03/09) O PM chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSCIONAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (14/03/09) Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (15/03/09) Cinco prefeitos do Grande Rio estavam na disputa, mas o grande vencedor foi o leitor do EXTRA. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Mas como o município de Nova Iguaçu continua cheio de crateras, a prefeita afirmou que vai melhorar 1.435 ruas até agosto. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (16/03/09) Mas, a 5m38s, dois lances livres convertidos pelo Brasília puseram o time visitante na frente pela primeira vez: 10 a 11.
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(MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.
No segundo, Baby devolveu a liderança ao Flamengo com uma cesta de dois pontos, mas Valtinho aproveitou contra-ataque e deixou tudo igual: 27 a 27. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +SINTAGMA NOMINAL] estratégia do suspense.
Mas bem marcado e cometendo muitas faltas, o Flamengo permaneceu atrás no marcador até o final do quarto. (MAS+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Mas o Brasília ganhou mais três lances livres de dois arremessos cada. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (16/03/09) Mas aos 7m, André Gomes foi expulso e o jogo mudou. [MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Extra
Rep (17/03/09) Mas isso tem um preço, que ele já começou a pagar. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (17/03/09) Neymar tinha marcado uma pelada com os amigos na praia, mas acabou impedido pela constante marcação paterna. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (18/03/09) Os dados são parciais e foram apurados após a correção das provas de português aplicadas no último dia 10 para conhecer quem sabe ler, mas não consegue interpretar os textos e usar a escrita em seu dia-a-dia. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Claudia Costin já esperava um índice de analfabetos funcionais próximo a 14%, mas afirmou que a taxa já deveria ter sido superada pelo município.
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(ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (18/03/09) Mas, a farra pode acabar. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Mas não é o que acontece com os PMs que moram na capital . (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O coronel David foi procurado pelo GLOBO para explicar por que não renunciou ao auxílio-moradia antes do corte determinado pelo secretário, mas não quis dar declarações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (19/03/09) Mas cresceram os números de roubo de aparelho celular (13,5%), estupro (6,9%) e roubo de banco. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Elas não serão mais analisadas mês a mês, mas trimestralmente, seguindo uma orientação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (20/03/09) O empresário Alexandre Torres, de 32 anos, fez compras ontem na loja do West Shopping, em Campo Grande, e pretendia pagá-las em dinheiro, mas mudou de ideia ao saber da possibilidade de usar o cartão. (SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
Extra
Rep (21/03/09) Serviço não atende grávida por achar que ela mora em área perigosa, mas Cauã veio ao mundo graças às amigas de Fabiana. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
A dona de casa Fabiana Pires da Silva, de 23 anos, deveria ter parto tranquilo, no leito de um hospital ou, no máximo, na maca de uma ambulância, mas o
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Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti - como área de risco e decidiu não entrar na comunidade. [SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL +ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
O Globo
Not (21/03/09) Mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti - como área de risco, e decidiu não entrar na comunidade. [MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO(COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Extra
Not (22/03/09) Mas como só participam do programa os que desejam, nem sempre o abrigo funciona com plena capacidade. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (22/03/09) A vítima foi levada pelo pai para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (22/03/09) Júlia chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu ao ferimento na barriga. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (23/03/09) O Ministério das Relações Exteriores informou que o serviço consular acompanha pedidos de asilo feitos por brasileiros no exterior, mas desconhece o caso de Genesio. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (23/03/09) Tim disse ter pedido ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mas que nada foi feito. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + SINTAGMA NOMINAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
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O Globo
Rep (23/03/09) A Ladeira dos Tabajaras fica a cerca de um quilômetro do prédio onde Maria Louerdes mora com o marido, o zelador Antônio Pereira dos Santos, mas o barulho do tiroteio chegou com clareza à área. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + SINTAGMA NOMINAL +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Morro dos Cabritos separa o prédio da Rua Maria Eugênia e a Ladeira dos Tabajaras, mas isso não impede que o projétil tenha saído da favela. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
A operação não durou muito tempo, mas os policiais mantiveram a contenção tanto nas entradas por Botafogo quanto por Copacabana e Fonte da Saudade, na Lagoa. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
Extra
Not (24/03/09) Governo aumenta número de drogas mas reduz quantidade de comprimidos de seis para dois ao dia. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (24/03/09) Os dois são da Ladeira dos Tabajaras, mas trocaram de facção, foram para o Morro do Vidigal e, com apoio da Rocinha, lideraram a invasão. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Segundo alguns policiais, essa foi a terceira vez que a informação chegou até à polícia, mas apenas desta vez ela foi consumada. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (24/03/09) Vestidos de ternos, o francês e o argentino tentaram fugir pegando um taxi, mas foram detidos pelos policiais e levados à 6ª DP (Cidade Nova). [SINTAGMA VERBAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+oração (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.
Extra
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Not (24/03/09) Policiais da 6ª DP (Cidade Nova) e do 1º BPM (Estácio) estiveram no local para ouvir as testemunhas, mas poucas pessoas deram informações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (24/03/09) Policiais da 6ª DP (Cidade Nova) e do 1º BPM (Estácio) estiveram no local para ouvir as testemunhas, mas poucas pessoas deram informações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Os criminosos foram cercados por policiais, mas só entregaram as vítimas após a chegada do coronel Lima Castro. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Eles conseguiram escapar do prédio em obras, mas foram vistos por PMs, por volta das 13h, logo após renderem o taxista Carlos Pontes, quando ele deixava um passageiro no local. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (26/03/09) Durante a operação, o comércio fechou, mas, no meio da manhã, reabriu. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as escolas não foram fechadas por causa da incursão, mas porque houve conselho de classe. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Apenas uma creche estava funcionando, mas, de acordo com a secretaria, os pais preferiram deixar seus filhos em casa. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (26/03/09) Ação na favela deixa 3 mortos, mas bandido procurado escapa. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Em resposta à tentativa de invasão da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, por traficantes da Rocinha, cerca de 300 policiais civis fizeram ontem uma operação na favela de São Conrado, mas não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+
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SINTAGMA PREPOSICIONAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.
Extra
Rep (26/03/09) Mas, ao contrário dos brasileiros com renda de até R$ 1.395, esses mutuários não precisarão se cadastrar em prefeituras, órgãos estaduais ou movimentos sociais para ter acesso à casa própria. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Not (27/03/09) Mas, como a chave não estava na ignição, não conseguiu movê-lo. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Jorge ainda tentou sair em busca de um terceiro ônibus, mas não conseguiu destravar as portas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (27/03/09) Mas, como a chave não estava na ignição, não conseguiu sair do lugar. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Jorge ainda tentou sair em busca de um terceiro ônibus, mas não conseguiu destravar as portas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (28/03/09) Segundo ela, o desembargador Stefanini não considerou o estado de saúde de Eliane, que está se tratando de um câncer pulmonar com metástase na coluna, mas a inconstitucionalidade da prisão. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.
... disse a advogada, que recebeu às 18h30m a decisão e o alvará de soltura e se dirigiu à penitenciária, mas só conseguiu libertá-la às 20h25m. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (28/03/09) Poucos ônibus regulares circularam, mas havia muitos piratas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (28/03/09) Mas, numa rua próxima ao terminal, o cenário era outro. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
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Na estação das barcas em Niterói, o movimento foi intenso pela manhã, mas sem tumultos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.
O Globo
Not (29/03/09) Ele foi operado e seu estado é estável, assim como o de seu irmão, mas ainda não há previsão de alta. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +SINTAGMA ADVERBIAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Rep (29/03/09) O Bope deixou a comunidade por volta das 8h30m, mas ninguém foi preso durante a incursão. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (30/03/09) Goleiro pede atuação melhor, mas companheiros acham empate bom. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira, não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo. (MAS+APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Ele espalmou um chute à queima-roupa, mas o rebote acabou sobrando para Noboa marcar. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
O Globo
Rep (30/03/09) Mas admitiu deixar o estádio com um sabor amargo, diante do gol sofrido nos minutos finais. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.
Extra
Not (30/03/09) Robinho, que na goleada contra o Equador no Maracanã ganhou até uma placa por um drible, admitiu que a seleção ficou devendo, mas citou a altitude como uma das culpadas. (SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.