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Universidade Federal do Rio de Janeiro OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM TEXTOS MIDIÁTICOS Letícia Fionda Campos 2015

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE

SUBJETIVIDADE EM TEXTOS MIDIÁTICOS

Letícia Fionda Campos

2015

2

UFRJ

OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM

TEXTOS MIDIÁTICOS

Letícia Fionda Campos

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ –, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).

Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Helena Martins Gouvêa

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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Campos, Letícia Fionda. Operadores argumentativos: uma marca de subjetividade em textos midiáticos/ Letícia Fionda Campos. – Rio de Janeiro: UFRJ/ FL, 2015. vii, 172 f.:il.;31cm. Orientadora: Lúcia Helena Martins Gouvêa Dissertação (Mestrado) – UFRJ/ FL/ Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas, 2015. Referências Bibliográficas: f. 132-135.

1. Discurso. 2. Operadores Argumentativos. 3. Subjetividade. 4. Modalização. 5. Estratégia Semântico-Discursiva. I. Gouvêa, Lúcia Helena Martins. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas. III. Operadores argumentativos: uma marca de subjetividade em textos midiáticos.

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OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM

TEXTOS MIDIÁTICOS

Letícia Fionda Campos Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ–, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).

BANCA EXAMINADORA: __________________________________________________________ Presidente, Profa. Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa – Orientadora __________________________________________________________ Profa. Doutora Maria Aparecida Lino Pauliukonis – UFRJ __________________________________________________________ Prof. Doutora Beatriz dos Santos Feres – UFF __________________________________________________________ Profa. Doutora Mônica Tavares Orsini – UFRJ, Suplente __________________________________________________________ Profa. Doutora Luciana Paiva de Vilhena Leite – UNIRIO, Suplente

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pela minha vida, pela minha saúde,

pela minha família, por ter me ajudado e me dado forças para superar todas as

dificuldades e, assim, eu ter conseguido concluir uma etapa muito importante

da minha vida acadêmica.

A conclusão deste trabalho, além de ser uma realização pessoal, é mais

um fruto de uma trajetória acadêmica que, não sem esforço, vem sendo

construída desde que entrei na iniciação científica no terceiro período da

Faculdade de Letras.

Durante esse percurso de intensos estudos, tive a honra de poder contar

também com o apoio de pessoas muito especiais em minha vida. Por isso, não

poderia deixar de registrar a importância daqueles que convivem comigo

diariamente e acompanham a minha caminhada sempre torcendo pelo meu

sucesso e realização. Desta forma, agradeço a meus pais, Isa e Flívio, que

sempre apoiaram e incentivaram os meus estudos desde criança até os dias de

hoje. Minha mãe foi a minha primeira professora tanto na escola como na vida,

sempre me ensinando tudo e muitas vezes aprendendo para me ensinar

depois. Meu pai sempre se preocupou em nunca me faltar nada e que eu

sempre tivesse um ambiente ideal e sadio para a minha vida e meus estudos.

Sem eles, eu jamais teria conseguido chegar até aqui e me tornar uma mestra.

Agradeço à minha irmã, Juliana, que sempre esteve disposta a me

ajudar todas as vezes que precisei. Sei que posso contar com ela para tudo.

Agradeço ao meu noivo, Carlos Eduardo, que sempre valorizou e

incentivou os meus estudos, dando força para que eu ingressasse e concluísse

o mestrado, e me apoia a dar prosseguimento a minha vida acadêmica fazendo

o doutorado. Sei que ele torce muito por mim e estará ao meu lado me

ajudando a alcançar todos os meus sonhos e realizações.

Agradeço aos meus amigos, verdadeiros amigos, de quem estive

distante por muitas vezes, mas que nunca deixaram de me ajudar e torcer por

meu sucesso.

6

Finalmente, agradeço a Lúcia Helena, minha orientadora, pelas horas

dedicadas a ler e reler não só esta dissertação, mas também todos os

trabalhos apresentados desde a iniciação científica até hoje. Agradeço pela

paciência que ela sempre teve comigo e por sempre ter me apoiado durante a

graduação e durante o mestrado. Sempre me incentivou a dar continuidade a

minha vida acadêmica mesmo nos momentos em que pensei em desistir. Se

hoje estou concluindo o mestrado devo grande parte desta conquista a ela, que

sempre foi uma orientadora presente e esteve disposta a ajudar no que fosse

preciso. Agradeço também pelos inúmeros atendimentos, conselhos,

sugestões, por me receber em sua casa e, principalmente, por confiar em mim

e ter aceitado me orientar desde o terceiro período da faculdade.

Muito obrigada a todos!

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SINOPSE

Estudo sincrônico dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos gêneros notícia e reportagem dos jornais O Globo e Extra, segundo os pressupostos teóricos da Teoria Semiolinguística do Discurso e da Semântica Argumentativa.

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RESUMO

OPERADORES ARGUMENTATIVOS: UMA MARCA DE SUBJETIVIDADE EM TEXTOS MIDIÁTICOS

Letícia Fionda Campos

Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa

Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro –

UFRJ –, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre

em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).

Esta pesquisa tem por objetivo estudar o tema “modalização” por

intermédio dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos

gêneros textuais “notícia” e “reportagem”. Serão investigadas as motivações

semântico-discursivas para o seu uso e os contextos morfossintáticos em que

ocorrem, utilizando textos publicados no jornal “O Globo” e no jornal “Extra”, em

março de 2009. Considerando tais operadores como modalizadores, este

trabalho analisará o seu emprego no que concerne à estratégia semântico-

discursiva (manutenção, antecipação e suspense) que é utilizada com cada

tipo de operador e o contexto morfossintático no qual ele está inserido. Para

tanto, esta dissertação contará, principalmente, com duas linhas teóricas que

nortearão a análise: a Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, e

a Semântica Argumentativa, de Oswald Ducrot, esta em sua primeira e

segunda fases. Como fundamentação teórica, serão utilizados os seguintes

conceitos: Contrato de comunicação, Modos de organização do discurso e

Modalização (Patrick Charaudeau, 1992, 2008); Operadores argumentativos e

Polifonia (Oswald Ducrot, 1976, 1987), além de Estratégias Argumentativas,

trabalho elaborado por Eduardo Guimarães (1987) a partir da teoria de Oswald

Ducrot. No que diz respeito ao método de análise, serão utilizadas as

abordagens qualitativa – na medida em que se identificam os diferentes

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empregos dos operadores referidos – e quantitativa – na medida em que se

trabalha com o percentual de ocorrências dos operadores.

Palavras-chave: discurso; operadores argumentativos; subjetividade;

modalização; estratégia semântico-discursiva.

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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ABSTRACT

ARGUMENTATIVE CONJOINS: A MARK OF SUBJECTIVITY IN MEDIATIC GENRES

Letícia Fionda Campos

Orientadora: Professora Doutora Lúcia Helena Martins Gouvêa

Abstract da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro –

UFRJ–, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre

em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa).

This research aims at studying “modalization” by means of restrictive and

concessive argumentative conjoins in the textual genres “news” and “report”. In

this sense, it will be investigated the semantic-discoursive motivation for their

usage and the morphosyntactic contexts in which they occur, using texts from

the Brazilian newspapers “O Globo” and “Extra”, published in March, 2009.

Considering the aforementioned argumentative conjoins like modals, this

master’s dissertation is going to analyze their use concerning the semantic-

discoursive strategy which is applied to each type of argumentative conjoin and

the morphosyntactic context in which it is inserted. In order to achieve these

goals, this research will be based mainly on two theoretical perspectives:

Semiolinguistics of the Discourse, by Patrick Charaudeau, and Argumentative

Semantics, by Oswald Ducrot. The latter in its first and second stages. The

theoretical framework will include the following concepts: Communicative

contract, Mode of speech organization, Modalization (Patrick Charaudeau,

1992, 2008); Argumentative conjoins, Polyphony (Oswald Ducrot, 1976, 1987)

and Semantic-Discoursive Strategies, a concept elaborated by Eduardo

Guimarães (1987) from Oswald Ducrot’s theory. Regarding the analysis

method, it will be used the qualitative – once the different uses of the referred

11

argumentative conjoins are identified – and the quantitative approaches – since

it permits to detect the usage percentage of conjoins in each genre studied.

Key-words: discourse; argumentative conjoins; subjectivity; modalization; semantic-discoursive strategy.

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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GRÁFICOS

Gráfico I ................................................................................................ página 86 Gráfico II ............................................................................................... página 87 Gráfico III .............................................................................................. página 87 Gráfico IV ............................................................................................. página 88 Gráfico V .............................................................................................. página 89 Gráfico VI ............................................................................................. página 89 Gráfico VII ............................................................................................ página 90 Gráfico VIII ........................................................................................... página 91 Gráfico IX ............................................................................................. página 92 Gráfico X .............................................................................................. página 92 Gráfico XI ............................................................................................. página 93 Gráfico XII ............................................................................................ página 94 Gráfico XIII ........................................................................................... página 95 Gráfico XIV ........................................................................................... página 95 Gráfico XV ............................................................................................ página 96 Gráfico XVI ........................................................................................... página 97 Gráfico XVII .......................................................................................... página 98 Gráfico XVIII ....................................................................................... página 100 Gráfico XIX ......................................................................................... página 101 Gráfico XX .......................................................................................... página 101 Gráfico XXI ......................................................................................... página 102 Gráfico XXII ........................................................................................ página 103 Gráfico XXIII ....................................................................................... página 103 Gráfico XXIV ...................................................................................... página 104 Gráfico XXV ....................................................................................... página 105

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TABELAS Tabela I .............................................................................................. página 106 Tabela II ............................................................................................. página 114 Tabela III ............................................................................................ página 116 Tabela IV ............................................................................................ página 118 Tabela V ............................................................................................. página 119 Tabela VI ............................................................................................ página 120 Tabela VII ........................................................................................... página 120 Tabela VIII .......................................................................................... página 122 Tabela IX ............................................................................................ página 125 Tabela X ............................................................................................. página 126 Tabela XI ............................................................................................ página 127 Tabela XII ........................................................................................... página 128 Tabela XIII .......................................................................................... página 129

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ABREVIATURAS

NGB = Norma Gramatical Brasileira E1 = enunciador 1 E2 = enunciador 2 EUc = sujeito comunicante EUe = sujeito enunciador (imagem) TUi = sujeito interpretante TUd = sujeito destinatário (imagem) AD = Análise do Discurso L = locutor TAL = Teoria da Argumentação na Língua

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16

2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ................................................................... 20 2.1 Semiolinguística do discurso ................................................................. 20 2.1.1 Contrato de comunicação........................................................................ 24

2.1.1.1 O gênero textual notícia ....................................................................... 28

2.1.1.2 O gênero textual reportagem ............................................................... 29

2.1.2 Modos de organização do discurso ........................................................ 29

2.1.3 Modalização ............................................................................................ 34

2.2 Teoria da argumentação na língua ......................................................... 36

2.2.1 Os operadores argumentativos ............................................................... 38

2.2.2 O conceito de polifonia ........................................................................... 46

2.2.3 A teoria dos topoï .................................................................................... 50

2.3 Argumentação e estratégias de relação ................................................ 53

2.3.1 A estratégia da antecipação ................................................................... 58

2.3.2 A estratégia da manutenção .................................................................. 59

2.3.3 A estratégia do suspense ....................................................................... 60

3. METODOLOGIA .......................................................................................... 62

4. ANÁLISE DO CORPUS .............................................................................. 64

4.1 Análise qualitativa ................................................................................... 65

4.2 Análise quantitativa ................................................................................. 86

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 130

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 132 ANEXOS ........................................................................................................ 136

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1. INTRODUÇÃO Esta dissertação tem como proposta estudar o tema “modalização” por

intermédio dos operadores argumentativos restritivos e concessivos nos

gêneros textuais “notícia” e “reportagem”, utilizando textos1 publicados no jornal

O Globo e no jornal Extra, em março de 2009.

Segundo Charaudeau (1992), modalização é uma categoria de língua

que reúne o conjunto dos procedimentos linguísticos, os quais permitem tornar

explícito o ponto de vista do locutor. Em outras palavras, é um fenômeno

linguístico-discursivo que corresponde ao modo de dizer aquilo que é dito e

designa a atitude do sujeito falante em relação a seu próprio enunciado. A

modalização pode estar implícita ou explícita no discurso, mas ela está sempre

presente indicando a atitude do sujeito falante em relação ao seu interlocutor, a

si mesmo e a seu próprio enunciado.  Dentre as diversas marcas linguísticas de

modalização, estão os operadores argumentativos.

Considerando, então, os operadores argumentativos como

modalizadores, este trabalho tem como objetivo analisar o emprego dos

operadores restritivos e concessivos no que diz respeito à estratégia

semântico-discursiva (manutenção, antecipação e suspense) que é utilizada

com cada tipo de operador e o contexto morfossintático no qual ele está

inserido. Em outras palavras, pretende-se verificar a relação existente entre a

estratégia semântico-discursiva adotada pelo locutor (no caso, o jornalista) e a

construção morfossintática.

Para realizar essa análise, serão levantadas e identificadas as

motivações para o uso de um operador em detrimento de outro, ou seja, será

levado em consideração o contexto linguístico em que os operadores

argumentativos são empregados, com a finalidade de descobrir em que

contextos o locutor usa cada tipo de operador.

É importante notar que a neutralidade dos textos informativos é um mito

e que as marcas do sujeito enunciador, a ideologia e a visão de mundo

1 As reportagens e notícias escolhidas para o corpus são textos que foram impressos e publicados nos jornais “O Globo” e “Extra”. Os textos analisados não foram encontrados em versão on-line.

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aparecem ao longo do texto. Os traços de subjetividade2, muitas vezes, são

suavizados para não comprometer a credibilidade do texto. Nesta pesquisa, a

preocupação é com a subjetividade que se manifesta em notícias e

reportagens, em que o sujeito enunciador marca sua posição no discurso por

meio dos operadores argumentativos.

A linguagem utilizada nos textos analisados pressupõe a existência de

um gênero informativo, de um contrato de comunicação que estabeleça

autenticidade e credibilidade, e de um público-alvo a quem esse discurso seja

destinado, estabelecendo assim as estratégias discursivas. Nas notícias e

reportagens, objeto de estudo desta dissertação, o jornalista tenta mascarar o

seu ponto de vista, sem conseguir tal empreendimento na maioria das vezes,

visto que a sua opinião é passível de ser recuperada através das marcas que

ele deixa em seu discurso.

No que diz respeito à fundamentação teórica, nortearão esta pesquisa a

Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2010), e a Semântica

Argumentativa, de Oswald Ducrot   (1976, 1987), em sua primeira e segunda

fases. A teoria Semiolinguística conduzirá o estudo do corpus na sua face

macroestrutural, enquanto a Semântica Argumentativa se ocupará da

microestrutura textual. Como ponto comum entre as duas, destaca-se o fato de

ambas levarem em conta o fenômeno da enunciação, isto é, o enunciado

atualiza o seu sentido num dado lugar, com a participação de determinados

indivíduos, que viveram suas próprias experiências e têm a sua própria visão

de mundo.

Acrescenta-se a essas teorias, um trabalho elaborado por Eduardo

Guimarães (1987), que estuda estratégias de relação, ou seja, estratégias

linguístico-discursivas que orientam o discurso para dadas conclusões segundo

o tipo de operador utilizado.

2 Nesta pesquisa entende-se subjetividade como a capacidade do locutor de se posicionar como sujeito. (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012) Em outras palavras, é a presença do locutor em seu discurso. É necessário citar que é na enunciação que se fundamenta a subjetividade, entendida como a capacidade do locutor para se propor como sujeito (Benveniste,1889, p.286). De acordo com Benveniste, por haver um sujeito que enuncia, o sentido do texto está sempre comprometido com o ponto de vista do enunciador e, por conseguinte, a significação tem no sujeito sua principal fonte geradora de sentido.

18

Quanto às hipóteses que nortearão este trabalho, levantaram-se as

seguintes:

a) os operadores restritivos apresentariam uma frequência maior do que os

concessivos nos dois jornais e gêneros;

b) o operador “mas” seria o mais recorrente nos dois gêneros e jornais;

c) o gênero reportagem apresentaria maior variedade de operadores

argumentativos do que o gênero notícia;

d) o jornal “O Globo” teria um percentual maior de operadores concessivos e

restritivos do que o “Extra”, sendo a diferença mais expressiva nos

concessivos.

e) o jornal “O Globo” apresentaria maior variedade de operadores

argumentativos do que o jornal “Extra”;

f) a estratégia argumentativa mais recorrente seria a estratégia do suspense

nos dois jornais e gêneros;

g) entre as estratégias argumentativas veiculadas pelo processo de

subordinação, a estratégia da antecipação seria a mais frequente nos dois

jornais e gêneros;

h) haveria uma relação entre o uso de um operador em detrimento do outro e

a estrutura morfossintática;

i) dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia do suspense,

haveria a predominância de uma determinada construção;

j) dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da antecipação

e da manutenção, haveria a predominância de um tipo de construção.

No que diz respeito à disposição das partes deste trabalho, inicia-se pela

introdução, em que se expõe, brevemente, o objeto de estudo – operadores

argumentativos restritivos e concessivos –, bem como a organização da

presente pesquisa.

No capítulo 2, apresentam-se os pressupostos teóricos, buscando-se

fundamentar os conceitos que serão utilizados na análise do corpus e explicar

o modo como eles são abordados pelos autores selecionados.

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O capítulo 3 aborda a metodologia empregada na análise do corpus,

contemplando o modo pelo qual foi conduzida a análise qualitativa e

quantitativa dos dados.

No capítulo 4, será apresentada a análise qualitativa e quantitativa do

corpus, momento em que as hipóteses que motivaram este trabalho serão

confirmadas ou não com base nas conclusões extraídas do material

investigado.

Por último, nas considerações finais (capítulo 5), serão acrescentados, à

guisa de conclusão, alguns comentários que ratifiquem o percurso percorrido

nesta pesquisa, seja para confirmar as hipóteses postuladas inicialmente, seja

para infirmá-las.

20

2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Conforme foi dito anteriormente, neste capítulo serão abordados os

pressupostos teóricos que nortearão esta pesquisa. Dentre eles, encontram-se

a Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2010), a Semântica

Argumentativa, de Oswald Ducrot   (1976, 1987), em sua primeira e segunda

fases, e as estratégias linguístico-discursivas elaboradas por Eduardo

Guimarães (1987).

2.1 A Semiolinguística do Discurso A linguagem sempre atraiu o interesse de estudiosos ao longo da

história da humanidade. Atualmente acredita-se que ela é inerente ao ser

humano e não apenas uma ferramenta ou mecanismo construído para que haja

comunicação. Vale ressaltar que existem muitas teorias que estudam a

linguagem, e essas áreas podem se dedicar ao estudo isolado de cada

dimensão existente nelas (cognitiva, psicossocial, semiótica e linguística) ou,

como será empregado nesta pesquisa, observar a intersecção dessas

naturezas, que trazem consigo contribuições importantes para a constituição de

um panorama mais amplo de análise do discurso. Com isso, baseado nas

informações supracitadas, escolheu-se a Semiolinguística do Discurso, de

Patrick Charaudeau, para nortear este trabalho.

De acordo com a Semiolinguística do Discurso (CHARAUDEAU, 2010),

a linguagem é uma realização multidimensional, consequentemente, essa

teoria não privilegia a Semiótica e a Linguística em detrimento das demais

dimensões da linguagem. Pelo contrário, uma análise semiolinguística do

discurso deseja compreender a natureza multidimensional da linguagem. Desta

maneira, pode-se observar que nem a Linguística nem a Semiótica podem se

separar ou apresentar maior relevância uma sobre a outra em uma análise

semiolinguística do discurso. Ao mesmo tempo em que a Semiótica defende

que a linguagem é por si e para si mesma instrumento de análise, a Linguística,

por seu turno, torna os fatos linguageiros o seu objeto de estudo. Ambas as

áreas, conectadas às dimensões psicossociais, compõem o campo de análise

da Semiolinguística do Discurso.

21

Resumidamente, essa concepção defende que diferentes sistemas

semiológicos têm significado, isto é, o signo não é estritamente linguístico, mas

sim tudo aquilo que, de alguma forma, significa algo. A cor de um ônibus, por

exemplo, é um signo, pois significa a área da cidade que esse meio de

transporte percorre, logo, tem um significado.

Charaudeau (2007) afirma que a linguagem é a responsável pela

semiotização do mundo e, para tal, é preciso que ocorram dois processos: o

processo de transformação, em que o sujeito falante transforma um “mundo a

significar” em um “mundo significado”, e o processo de transação, que consiste

na utilização deste “mundo significado” como um objeto de troca para interação

do falante com seu destinatário. No processo de transformação, quatro

operações são essenciais para que, de fato, “mundo a significar” torne-se

“mundo significado”: identificação, qualificação, ação e causação.

A princípio, ocorre a identificação dos seres do mundo, transformando-

os em identidades nominais. Posteriormente, há uma qualificação desses

seres, possibilitando que sejam descritos através de suas características. A

próxima operação está ligada à ação e permite que os seres do mundo

obtenham identidades narrativas, para que estejam suscetíveis a praticar ou

sofrer uma ação. Por fim, é na causação que se desenvolve a capacidade de

os seres fazerem parte de um processo originado pela causalidade.

Tanto o processo de transformação quanto o de transação estão

conectados e acontecem simultaneamente, porém o processo de

transformação necessita ser norteado pelos direcionamentos do processo de

transação. É por meio deste que surgirá da comunicação um sentido baseado

no contexto, e isso advém de quatro princípios relacionados ao processo de

transação: o princípio de alteridade, o de pertinência, o de influência e o de

regulação.

O princípio de alteridade defende que a comunicação deve ocorrer entre

seres que se reconhecem como semelhantes e ao mesmo tempo distintos, a

fim de que se constitua não apenas um vínculo de interesses e saberes

mútuos, mas também o desempenho de papéis diferentes na troca linguageira

– os papéis de sujeito comunicante e sujeito interpretante. Já o princípio de

22

pertinência defende que haja compartilhamento dos saberes envolvidos entre

os parceiros em uma troca comunicativa, isto é, que exista compartilhamento

do universo de referências em que estão inseridos, como os saberes sobre o

mundo, questões psicossociais ou de ordem comportamental.

No que concerne ao princípio de influência, pode-se afirmar que ele

corresponde à natureza de todo ato de linguagem. Em outras palavras, ele

corresponde à intenção de o sujeito comunicante atingir o sujeito interpretante

dependendo dos interesses que tenha naquela situação comunicativa. Em

contrapartida, o sujeito interpretante apresenta-se ciente de sua condição de

alvo daquela influência, podendo decidir se aceita, declina ou muda o tom

inicial das trocas sociolinguageiras. Por último, o princípio de regulação está

relacionado ao fato de que é no dispositivo sociolinguageiro que estão as

estratégias responsáveis por instaurar os limites do ato comunicativo e garantir

que o princípio de influência ocorra através de um acordo diplomático

consciente ou inconsciente entre os sujeitos.

É relevante notar que a teoria semiolinguística também é semiótica

(CHARAUDEAU, 2010), pois acredita na semiotização do mundo e defende

que os objetos ou significantes só se constituem através da intertextualidade

possibilitada pelos sujeitos da linguagem. Vale ressaltar, ainda, que, para essa

teoria, o material linguístico-discursivo é muito importante, uma vez que ela

leva em consideração a situação externa ao discurso e as realizações dos

enunciados no interior do discurso, caracterizando-os como elementos

essenciais para a Análise do Discurso.

No que diz respeito ao ato de linguagem, a Semiolinguística do Discurso

o encara como um fenômeno de intercâmbio entre sujeitos, um jogo de

interesses que depende de uma intencionalidade dos seres envolvidos.

Benveniste, em seus estudos sobre a subjetividade na linguagem, já se referia

à existência de um eu que se realiza na enunciação. Este fato pode ser

conferido no trecho abaixo:

[...] eu se refere ao ato de discurso individual no qual é pronunciado, e lhe designa o locutor. É um termo que não pode ser identificado a não ser dentro do que, noutro passo, chamamos uma instância de discurso, e que só tem referência

23

atual. A realidade à qual ele remete é a realidade do discurso. É na instância do discurso na qual eu designa o locutor que este se enuncia como “sujeito”. (BENVENISTE, 2005, p. 288, grifos do autor)

Sob essa perspectiva, o autor alega que é a enunciação a responsável

pela construção do sujeito e, desta forma, o eu institui o outro diante de si.

Assim, toda enunciação é uma alocução (pressuposição do outro), pois postula

um alocutário, fazendo com que, ao existir um eu, exista um tu, já que a

consciência de si mesmo só surge através do contraste. Essa relação (eu-tu),

embora não seja igual, é complementar, ou seja, compõe uma realidade

dialética.

Desse modo, Charaudeau (2010) caracteriza o ato de linguagem como

um processo que possui dois espaços e engloba a projeção de, pelo menos,

quatro sujeitos. Em um espaço externo, os seres sociais correspondem ao

sujeito comunicante (EUc) e ao sujeito interpretante (TUi). No espaço interno,

onde se desempenha a enunciação, estão os seres de fala, os protagonistas,

que se realizam no discurso, denominados como sujeito enunciador (EUe) e

sujeito destinatário (TUd). Portanto, o Eu-comunicante e o Tu-interpretante são

pessoas reais, com identidade psicossocial, enquanto o Eu-enunciador e o Tu-

destinatário são entidades do discurso, só tendo existência teórica (não são

reais).

Nesse sentido, um enunciado qualquer seria de fato produzido e lido por

duas pessoas, que são o Eu-comunicante e o Tu-interpretante (pessoas

físicas). Quando, porém, o enunciador fala ou escreve, ele tem em mente a

figura do destinatário daquela mensagem. Essa “pessoa hipotética” seria o Tu-

destinatário, que seria a imagem idealizada pelo Eu-comunicante de seu

enunciatário. O Eu-comunicante (produtor real do enunciado) procura transmitir

para o Tu-interpretante (destinatário real do enunciado) uma imagem de si

mesmo, que poderá ser ou não aceita pelo Tu-interpretante. Essa imagem é

denominada Eu-enunciador, (imagem que o sujeito comunicante idealiza de si

mesmo e que o leitor idealiza do seu enunciador) que é igualmente uma figura

hipotética na enunciação.

24

É essencial explicar que, segundo Charaudeau (2010, p. 44), todo ato de

linguagem é uma aposta do sujeito comunicante, pois suas expectativas em

relação ao interlocutor podem se confirmar ou não, uma vez que por trás de

Tu-destinatário, há também um sujeito social (Tu-interpretante), que é o

responsável por ratificar ou recusar a imagem que o Eu-comunicante projetou

inicialmente (Eu-enunciador) e também criar uma representação para si de Eu-

enunciador.

Nesta pesquisa, o Eu-comunicante é caracterizado pelo jornalista, que

por seu turno, escreve a reportagem ou a notícia e apresenta como Tu-

interpretante o leitor dos jornais “O Globo” e “Extra”. O Eu- enunciador seria a

imagem que o jornalista (Eu-comunicante) idealiza de si mesmo (não real) e o

Tu-destinatário seria a imagem que o jornalista idealiza dos seus leitores, isto

é, seria o leitor ideal para ele, que por sua vez, pode corresponder ou não ao

leitor real (Tu-interpretante).

Veja-se, a seguir, um conceito bastante importante para esta pesquisa.

2.1.1 Contrato de comunicação

Primeiramente é preciso explicitar que um ato de linguagem é um evento

que ocorre na área de intersecção entre os dois espaços da enunciação, o

interno e o externo. A fim de que o sujeito alcance o seu propósito

comunicacional com o outro, ele deverá obedecer a certas restrições que são

impostas pelos espaços em que ambos se inserem. Ao mesmo tempo, o sujeito

terá liberdade para selecionar suas estratégias de comunicação

(CHARAUDEAU, 2007, p. 17 - 18). Essa possibilidade que é oferecida ao

sujeito comunicante facilita-lhe ser bem sucedido em seu projeto de

intencionalidade, uma vez que ele procurará utilizar estratégias que visem à

união entre as identidades do sujeito destinatário e do sujeito interpretante.

Com isso, pode-se constatar que a realização de um ato de linguagem

depende de uma situação real de troca e de uma intencionalidade, e tem duas

naturezas – uma de rigidez e outra de flexibilidade – que equivalem,

respectivamente, aos espaços de restrições e de estratégias. Esse conjunto de

fatores relacionados ao ato de linguagem é o que produz as significações do

25

discurso, a partir da inter-relação entre os espaços interno e externo onde se

realiza a mise-en-scène discursiva.

Em outras palavras, com base em Charaudeau, o locutor, ao se

comunicar, realiza uma encenação, uma de mise-en-cene, que visa a produzir

certo efeito sobre o outro. A organização do projeto de comunicação do sujeito,

portanto, é feita por meio das escolhas do seu repertório de competências

obedecendo às restrições da situação discursiva.

Ainda segundo Charaudeau, é relevante observar que o ato de

linguagem se estrutura em três níveis: situacional, comunicacional e discursivo.

No nível situacional, estão presentes os elementos ligados ao espaço externo

da enunciação. É nesse nível que são determinados o espaço de restrições, a

finalidade da comunicação, a identidade dos parceiros, o domínio de saber

advindo da troca comunicativa e o reconhecimento do dispositivo

correspondente às condições materiais dessa troca.

No nível comunicacional estão inseridos os modos de falar ou escrever e

a determinação dos papéis linguageiros que legitimam o direito à fala dos

sujeitos. As escolhas no nível comunicacional estão ligadas ao nível situacional

e podem demonstrar a identidade do sujeito, o tratamento dado à determinada

proposição (tema) e sob quais circunstâncias (dispositivo) seu discurso foi

norteado.

No terceiro nível, o nível discursivo, destaca-se o espaço interno onde se

produz o ato de linguagem. Nele, o enunciador se revela como um sujeito de

fala que emprega recursos linguísticos a fim de desempenhar um projeto

discursivo. Nesse sentido, o sujeito deve buscar o equilíbrio entre as restrições

do nível situacional e as possibilidades fornecidas pelo nível comunicacional, e,

para que isso ocorra, é necessário que o sujeito atenda às condições de

legitimidade (princípio de alteridade), de credibilidade (princípio de pertinência)

e de captação (princípio de influência e de regulação).

A partir desses níveis, chega-se ao conceito de contrato de

comunicação. No que concerne ao nível situacional, Charaudeau (2008, p.56)

afirma que, no momento do intercâmbio linguageiro, o locutor e o interlocutor

são ligados por um contrato de comunicação, que permite que uma troca

26

comunicativa aconteça entre ambos. Isso significa que os indivíduos

participantes dessa troca podem efetivamente se comunicar se forem

conhecedores do contrato, ou seja, se conhecerem as práticas linguísticas e

sociais que ele prevê para cada situação.

Em outras palavras, para ele, todo intercâmbio linguageiro se organiza

concretamente na forma de um contrato de comunicação, que pode ser

compreendido como um contrato no qual são reconhecidas as condições de

concretização das trocas linguísticas. Logo, pode-se dizer que o contrato de

comunicação é um acordo tácito, no qual os envolvidos sabem como devem

agir em determinada situação, e é a existência de tal contrato que possibilita e

molda o intercâmbio linguageiro.

Vale ressaltar que, no contrato de comunicação, deve haver o

reconhecimento recíproco dos sujeitos, isto é, para que esse contrato se

estabeleça, é necessário que o sujeito comunicante tenha seu direito de fala

reconhecido pelo sujeito interpretante, quer dizer, que ele seja considerado um

alguém digno de ser escutado.

Para que isso ocorra, é preciso que, primeiramente, os saberes

utilizados pelo sujeito comunicante sejam conhecidos e, então, reconhecidos

pelo sujeito interpretante para que o sentido do seu discurso possa ser

compreendido e avaliado. Em segundo lugar, o sujeito comunicante deve ser

reconhecido como dotado de determinadas identidades sociais que o legitimam

para proferir tal discurso. A identidade de professor, por exemplo, legitima

determinados discursos de um sujeito, mas não lhe confere autoridade para

falar sobre leis ou tratamentos médicos. Por último, Charaudeau considera que

o direito à fala também depende da capacidade do sujeito comunicante de

conquistar a credibilidade dos sujeitos destinatários a fim de tentar

corresponder às expectativas que se fazem sobre ele.

Conforme foi dito anteriormente, no contrato de comunicação existe um

espaço de restrições e um espaço de manobra (estratégias). Este consiste na

abertura de campos de possibilidades estratégicas, demandando a ação dos

sujeitos interlocutores. Enquanto aquele é composto por regulações,

convenções e normas que possibilitam a interlocução na medida em que a

27

governam. Por conseguinte, pode-se afirmar que todo ato discursivo é, em

parte, limitado pelo contrato de comunicação (espaço das restrições) e, em

parte, deixado livre para as estratégias (espaço de manobra) do sujeito da

enunciação.

Desta forma, a liberdade que o sujeito comunicante tem no momento da

escolha, organização e encenação de seus interesses, forma um conjunto de

estratégias que pertencem ao contrato de comunicação e almejam acarretar

determinados efeitos de discurso no TUi para que ele possa se identificar com

o TUd idealizado por EUc. Essas estratégias, entretanto, podem não provocar

o efeito esperado pelo EUc e, desse modo, TUi, ciente de que está sob a

regulação de um contrato de comunicação e sob a influência das estratégias de

EUc, pode aceitar ou rejeitar sua encenação.

A fim de uma fusão entre TUd e TUi, o EUc pode escolher inúmeras

estratégias para a composição da imagem de EUe, e tal escolha é permitida

pelo nível de credibilidade que há entre os seres sociais e corresponde a uma

legitimação de fala. Assim, quanto maior a credibilidade do sujeito comunicante

diante do sujeito interpretante, maior será a permissão que aquele terá para a

construção da imagem de EUe.

Cada gênero textual tem suas peculiaridades contratuais e cada contrato

está relacionado a um gênero dentro de determinada situação comunicativa.

Nesse sentido, uma mesma sequência de palavras pode apresentar diferentes

significados, de acordo com a situação comunicativa. A escolha do sentido

apropriado depende do tema do contrato e da situação comunicativa na qual foi

produzido.

Um contrato terá de definir os seguintes aspectos:

• os papéis na comunicação: cada interlocutor realizará um papel baseado

no contrato ligado à situação comunicativa;

• a natureza monolocutiva ou interlocutiva: aquela acontece quando não

há troca de papéis entre interlocutores; esta ocorre quando os papéis se

alternam;

• os rituais de abordagem: condições para entrar em contato com o

interlocutor.

28

Nas notícias e reportagens, objeto de análise desta dissertação, o sujeito

comunicante é o produtor do texto, que está a serviço de um outro sujeito

comunicante, os jornais. Desta forma, os sujeitos comunicantes, no caso, os

jornais “O Globo” e “Extra” colocam em cena sujeitos enunciadores (EUe) que

correspondem aos EUc (jornalistas), que veicularão pontos de vista baseados

na ideologia dos jornais. Não basta ao sujeito enunciador construir um discurso

verdadeiro, mas é indispensável que o discurso cause um efeito de verdade,

fazendo com que o leitor (TUd) interprete e creia nas ideias e fatos relatados

nos textos. A fim de alcançar esse objetivo, o EUc deve ter clareza de

raciocínio e adequada concatenação dos argumentos, além de procurar

persuadir o sujeito destinatário (leitor) por meio de evidências que possam

ratificar seus argumentos. Nesta pesquisa é preciso lembrar que, apesar de os

gêneros analisados serem textos de caráter informativo, eles apresentam

características que os distinguem no tocante ao contrato de comunicação.

Neste momento faz-se necessário estabelecer uma distinção entre os

gêneros textuais estudados para que se possa compreender melhor as

características de cada um.

2.1.1.1 O gênero textual notícia

De maneira geral, é importante notar que os gêneros textuais

analisados, notícia e reportagem, caracterizam-se essencialmente por uma

relação distanciada entre aquele que escreve e aquele que lê, isto é, há uma

ausência física da instância de emissão para com a instância de recepção.

Essa relação distanciada e ausente fisicamente entre as instâncias da troca faz

com que a imprensa, no caso o jornal “O Globo” e “Extra”, seja uma mídia que

não pode fazer coincidir tempo e acontecimento, ou seja, tempo da escritura,

tempo de produção da informação e tempo de leitura. Consequentemente, há

uma defasagem entre o surgimento do acontecimento e o momento em que o

leitor se torna consciente dele.

O contrato de comunicação da notícia (CHARAUDEAU, 2006) apresenta

como características básicas o fato de ela ser um gênero textual que tem

caráter de novidade e cujo quadro temporal é a atualidade. A notícia sempre

29

antecede a reportagem, isto é, primeiro publica-se a notícia com as

informações mais relevantes acerca do fato (o que/ quando/ onde/ como),

sendo, assim, mais objetiva e sucinta, e depois, publica-se a reportagem com

mais detalhes. Normalmente, também não costuma haver assinatura na

notícia; apenas na reportagem há a presença do nome do jornalista que a

escreveu.

2.1.1.2 O gênero textual reportagem

A reportagem (CHARAUDEAU, 2006) caracteriza-se principalmente por

ser um gênero textual que tenta explicar um fenômeno social3 ou político, que

por sua vez, não precisa estar necessariamente ligado de maneira direta com a

atualidade. A reportagem retrata esse fenômeno como um fato, procurando ser

o mais fiel possível à realidade dele. Deste modo, ela tende a apresentar um

ponto de vista distanciado e global, demonstrar imparcialidade, propor um

questionamento e fazer comentários sobre o assunto tratado. Vale destacar

que a reportagem retrata um fenômeno que preexiste ao surgimento da notícia

– esta publicada antes daquela. Esse fenômeno é retratado e discutido com

maior riqueza de detalhes na reportagem, por isso o seu texto tende a ser mais

extenso do que o da notícia.

Deste modo, espera-se que o autor de uma reportagem esteja o mais

próximo possível da realidade do fato e que sua maneira de perguntar e tratar

as respostas não seja influenciada por seu engajamento.

É importante lembrar que as características supracitadas de ambos os

gêneros configuram o espaço das restrições do contrato de comunicação. Veja-

se, no item seguinte, o tratamento dado aos modos de organização do

discurso.

2.1.2 Modos de organização do discurso

Em se tratando de matéria linguística, um ato de linguagem, regulado

por um contrato de comunicação, apenas ganha forma orientado pelos modos

de organização do discurso. Esses modos são procedimentos que empregam 3 Um fenômeno social é uma série de fatos que se produzem no espaço público, que represente de alguma maneira uma desordem social. (CHARAUDEAU, 2006)

30

certas categorias de língua para ordená-las em função dos propósitos

discursivos do ato comunicativo. Conforme Charaudeau (2010), são quatro os

modos de organização do discurso: o descritivo, o narrativo, o argumentativo e

o enunciativo. Todos têm uma função de base, que consiste na finalidade

discursiva do sujeito falante, e um princípio de organização, que corresponde à

lógica de construção de sua encenação.

O modo descritivo permite fazer existirem os seres do mundo, ao

nomeá-los e qualificá-los. A qualificação atribui um sentido específico a esses

seres, e isso pode ser feito de modo mais ou menos objetivo, pois toda

qualificação tem como ponto de partida o olhar que o sujeito falante tem sobre

os outros seres e o mundo, testemunhando, então, sua subjetividade. Outro

componente importante é a posição espaço-temporal que consiste em definir o

lugar que um ser ocupa no espaço e no tempo.

O modo narrativo permite organizar a sucessão das ações e dos

eventos nos quais os seres do mundo estão implicados. Nele, o mundo é

organizado de modo sucessivo e contínuo, numa lógica cuja coerência é

assinalada por seu próprio fechamento. O sujeito que narra apresenta o papel

de testemunha que está em contato direto com a experiência a que assiste e

observa como os seres se transformam sob o efeito de seus atos.

É importante perceber que os modos de organização descritivo e

narrativo diferenciam-se pelo tipo de visão do mundo que constroem e pelos

papéis desempenhados pelo sujeito que descreve ou narra. O descritivo

caracteriza um mundo que se presume existir como um estar-aí que se

apresenta como tal, de modo imutável. O narrativo, por seu turno, define um

mundo que é construído no desenrolar de uma sucessão de ações que se

influenciam umas às outras e se transformam num encadeamento progressivo.

É fundamental dizer que o modo de organização narrativo é predominante no

corpus, objeto de estudo desta dissertação.

O modo argumentativo permite organizar as relações de causalidade

que se instauram entre essas ações, com auxílio de vários procedimentos que

incidem sobre o encadeamento e o valor dos argumentos. O seu princípio de

organização é baseado na lógica e na encenação argumentativas. Nele, o

31

sujeito enunciador assume uma posição contrária ou favorável a uma tese,

proposta por meio de um tema, sustentando-se em uma ou várias asserções.

Este modo tem como fundamental característica formar laços de

causalidade entre o conteúdo das asserções, permitindo a construção de

explicações sobre asserções realizadas sobre o mundo, almejando a atuação

sobre o sujeito-alvo. Ele apresenta como principal função explanar uma

verdade a fim de influenciar o interlocutor. É necessário citar que a

argumentação é distinta da persuasão, pois todo discurso argumentativo é

persuasivo, mas o contrário não é verdadeiro, uma vez que nem todo discurso

persuasivo é argumentativo. A argumentação, para poder ser convincente, tem

de estar relacionada à razão e ao julgamento de quem participa da situação

comunicativa. Na argumentação objetiva-se convencer alguém que uma dada

tese é preferível a outra.

O modo enunciativo, contudo, é o único presente nos outros três modos,

fazendo com que estes disponham de um duplo princípio de organização. Ele

tem como função

(...) dar conta da posição do locutor com relação ao interlocutor, a si mesmo e aos outros – o que resulta na construção de um aparelho enunciativo; por outro lado, e em nome dessa mesma vocação, esse modo intervém na encenação de cada um dos três outros modos de organização. E é por isso que se pode dizer que este modo comanda os demais (...) (CHARAUDEAU, 2008, p. 74)

O modo de organização enunciativo destaca-se por sua função de

organizar os lugares e os estatutos dos protagonistas do ato de linguagem.

Assim sendo, ele corresponde aos processos de modalização do sujeito com

relação ao que diz e escreve. Devido à sua natureza metalinguística, ele estará

a serviço dos demais modos, gerenciando-os e caracterizando a marca dos

enunciadores.

Nesta pesquisa, serão focalizados os modos narrativo, argumentativo e

enunciativo na medida em que eles estão presentes em maior ou menor grau

nas reportagens e notícias analisadas. Vale mencionar, entretanto, que se

trabalhará fundamentalmente com o modo enunciativo devido ao fato de ele

32

estar presente em todos os demais modos de organização do discurso e

corresponder à subjetividade do locutor dentro da narrativa, da descrição e da

argumentação, ou seja, ele corresponde ao modo pelo qual se diz aquilo que

se quer dizer. Assim, almeja-se investigar a subjetividade do locutor por meio

do uso dos operadores argumentativos restritivos e concessivos que ele utiliza,

transmitindo, implicitamente, o seu posicionamento em relação ao conteúdo

informativo. Desta forma, ele objetiva convencer o leitor a crer naquilo que está

sendo dito como uma representação fiel da realidade e guiá-lo à determinada

conclusão.

É necessário levar em consideração ainda que o modo enunciativo diz

respeito à maneira selecionada pelo sujeito comunicante para fazer o sujeito

enunciador agir na encenação de um ato de comunicação. Além disso, ele é

responsável por marcar a posição do locutor diante do interlocutor, diante de si

mesmo e dos outros. Em outras palavras, pode-se afirmar que o modo

enunciativo é uma categoria de discurso que evidencia os protagonistas da

encenação. Assim, essa forma de agir no modo enunciativo pode acontecer

através de três maneiras, o que corresponde às três funções desse modo: uma

relação de influência do locutor sobre o interlocutor, chamada de

comportamento alocutivo; uma demonstração do ponto de vista do locutor,

denominada comportamento elocutivo; um “apagamento” do locutor, visando à

construção de um discurso mais objetivo ou à reprodução da fala de um

terceiro, o que se chama comportamento delocutivo (CHARAUDEAU, 2010, p.

82).

As modalidades alocutivas caracterizam-se por implicar o locutor e o

interlocutor, ou seja, é o modo pelo qual o locutor impõe um comportamento ao

interlocutor. Este tipo de modalidade tende a apresentar marcas de 2ª pessoa.

A partir de um ponto de vista acional, através de uma construção enunciativa

fundamentada na alocução e estando em posição de superioridade, o locutor

impõe ao interlocutor um “fazer fazer” ou “fazer dizer”, instando-o a agir de

alguma forma, como por exemplo, nas modalidades de injunção e interpelação.

Vale destacar que, se o locutor estiver em condições de inferioridade em

relação ao interlocutor, haverá, igualmente, uma implicação deste, mas de

33

modo que evidencie um “saber” ou consinta ao locutor um “poder fazer”,

desempenhando sua autoridade. Assim, entre falante e destinatário, há uma

relação de solicitação, o que se realiza através das modalidades de

interrogação e de petição.

As modalidades elocutivas, por sua vez, não envolvem o interlocutor no

ato locutivo. Elas estão relacionadas à maneira pela qual o locutor demonstra seu ponto de vista sobre aquilo que enuncia. Assim, o propósito referencial é

enunciado como uma maneira de construir a imagem de um protagonista-

sujeito-enunciador como aquele que possui um modo de saber, como detentor

de uma avaliação, como um falante que se fundamenta em uma motivação,

como um sujeito com um engajamento e com uma proposição de decisão. De

maneira geral, utilizam-se marcas de 1ª pessoa neste tipo de modalidade.

Por último, as modalidades delocutivas não estão ligadas nem ao locutor

nem ao interlocutor, consequentemente, nesta modalidade, não há a presença

de marcas de 1ª ou 2ª pessoas. Neste caso, a proposta enunciada existe em si

mesma e se impõe aos interlocutores em seu modo de dizer. É preciso notar,

entretanto, que a tentativa de apagamento da subjetividade em um discurso

não constitui a sua ausência, uma vez que a subjetividade é inerente à

linguagem humana. Nesta modalidade há referências ao mundo externo à

encenação do ato comunicativo por meio de textos e propósitos de terceiros.

Assim, o locutor pode enunciar um propósito que se impõe por si só, sem

marcas de um discurso pessoal (mas norteado por seu engajamento), ou

enunciar um texto que não é de sua autoria, quando o locutor passa a se

comportar como uma espécie de relator do discurso alheio.

No comportamento delocutivo, os mecanismos linguísticos são

empregados a fim de transmitir uma aparente objetividade. Nesse sentido, o

locutor utiliza, por exemplo, frases impessoais ou com emprego de verbos no

infinitivo a fim de assegurar que seu discurso apresente um ar de verdade

absoluta e, ao mesmo tempo, colabore para a construção da imagem do

falante como um sujeito conhecedor e detentor da verdade. Nesta pesquisa,

será estudada especialmente a modalidade delocutiva (modalidades da

asserção e do discurso relatado), uma vez que somente ela está presente nos

34

gêneros analisados. As modalidades alocutivas e elocutivas não se encontram

nos textos examinados.

A partir desse momento faz-se necessário explicitar o conceito de

modalização, que será abordado na próxima seção desta pesquisa.

2.1.3 Modalização

Primeiramente, é preciso observar que, conforme Charaudeau (1992), a

modalização é uma categoria de língua que reúne o conjunto dos

procedimentos linguísticos, os quais permitem tornar o ponto de vista do locutor

explícito ou implícito, apagando o seu engajamento ou responsabilizando outro

pela opinião. Dentre as diversas marcas linguísticas que funcionam como

modalizadores, estão também os operadores argumentativos, como por

exemplo, os operadores restritivos e concessivos que são empregados para

contrapor argumentos orientados para conclusões contrárias (mas, porém, contudo,

todavia, embora, ainda que, entre outros). Vale lembrar que serão estes tipos de

operadores que serão focalizados nesta pesquisa.

Não se pode, entretanto, tratar do tema modalização sem relembrar a

importância de Benveniste no que se refere a esse assunto, uma vez que ele

foi o pioneiro do estudo da enunciação e da subjetividade na linguagem.

Segundo Benveniste (1989), a enunciação é um procedimento de apropriação

da língua por parte do enunciador, já que, por haver um sujeito que enuncia, o

sentido do texto tende a estar atrelado ao ponto de vista dele. Benveniste

defende ainda a tese da subjetividade na linguagem, assinalando estruturas

que indicam a presença do enunciador nos enunciados por ele produzidos,

conhecidas como modalizadores ou marcas linguísticas da enunciação.

Nessa perspectiva, a língua só apresenta sentido através da

enunciação, cujo protagonista é o sujeito. Na enunciação, ao estabelecer-se

um eu, estabelece-se do mesmo modo um tu, e esses serão os protagonistas

da enunciação, apresentando relações intersubjetivas. O enunciador, por sua

vez, assinala sua presença no enunciado por meio das marcas de

modalização, conhecidas como índice de atitudes, opiniões, intenções,

sentimentos e pontos de vista. Vale ressaltar que a modalização colabora para

35

proporcionar ao leitor um direcionamento argumentativo, um modo de ler o

texto e avaliar os fatos, conduzindo o sujeito destinatário a conclusões ou

interpretações, que interessam ao sujeito enunciador.

Por conseguinte, embora o enunciador empregue procedimentos para

transmitir objetividade e neutralidade, pode-se notar, através das marcas de

modalização, um posicionamento dele e uma intencionalidade a partir da

orientação argumentativa estabelecida no texto. Desta forma, a modalização é

a marca que o sujeito deixa no seu discurso, e por meio dela, pode-se perceber

se a sua tomada de posição é dada com engajamento ou distanciamento (de

modo mais explícito ou discreto).

Baseado em Koch (1996, p. 138), os modalizadores [...] caracterizam os tipos de ato de fala que [o locutor] deseja desempenhar, revelam o maior ou menor grau de engajamento do falante com relação ao conteúdo proposicional veiculado, apontam as conclusões para as quais os diversos enunciados podem servir de argumento, selecionam os encadeamentos capazes de continuá-los, dão vida, enfim, aos diversos personagens cujas vozes se fazem ouvir no interior de cada discurso.

É importante observar que, entre os diversos tipos de lexicalização das

modalidades, podem-se citar:

a) performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, etc.

b) auxiliares modais: poder, dever, querer, etc.

c) predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário, etc.

d) advérbios modalizadores: provavelmente, certamente, necessariamente, etc.

e) formas verbais perifrásticas: dever, poder, querer, etc. + infinitivo.

f) modos e tempos verbais: imperativo; certos empregos de subjuntivo; futuro

do pretérito com valor de probabilidade, hipótese; imperfeito do indicativo com

valor de irrealidade, etc.

g) operadores argumentativos: até, mesmo, até mesmo, inclusive, mas porém,

todavia, embora, contudo, entre outros.

36

h) verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, etc.

i) entoação (é importante notar que esse tipo de lexicalização das modalidades

não é possível em textos escritos)

Veja-se, a seguir, outra teoria indispensável para esta pesquisa.

2.2 Teoria da Argumentação na Língua

A Semântica Argumentativa (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012)

foi criada na França, na École des Hautes Études en Sciences de Paris por

Oswald Ducrot, inicialmente com Jean-Claude Anscombre, e continuada hoje

em dia por Ducrot com a ajuda de Marion Carel, no mesmo centro de

pesquisas.

A Semântica Argumentativa apresenta, como fundamentação filosófica,

a noção de alteridade4 concebida por Platão e trazida para o estudo da

linguagem por Saussure. Ducrot leva a noção de valor linguístico para o

emprego da língua, mostrando-o em diferentes níveis: na relação entre

entidades lexicais, entre enunciados, entre discursos, entre locutor e alocutário.

Nessa ótica, todas as temáticas relativas à linguagem produzida por um locutor

para seu alocutário são objeto de estudo para a explicação do sentido.

Para explicar os fenômenos da linguagem, dando ênfase ao sentido

produzido no discurso, essa teoria tratou dos conceitos de frase e enunciado

(DUCROT,1984). Este é entendido como a realização da frase (entidade

empírica, que se lê ou se ouve), enquanto aquele é uma entidade teórica,

construída pelo linguista para explicar os enunciados. Assim, a língua é um

conjunto de frases e o discurso é composto por enunciados, constituídos por

dois segmentos relacionados, em que o primeiro só possui sentido através do

segundo, ou seja, o primeiro segmento não será entendido se não for

relacionado ao segundo e vice-versa. Semanticamente, a frase apresenta

significação, e o enunciado apresenta sentido. Se o enunciado é a realização

da frase, então frase e enunciado, e seus respectivos significação e sentido,

são inseparáveis. 4 A noção de alteridade baseia-se na necessidade da presença do Outro, do Outro enunciado, do Outro discurso, do Outro interlocutor, sem o qual a linguagem não faz sentido.

37

Conforme foi dito anteriormente, a Semântica Argumentativa preocupa-

se com o uso da linguagem e, por isso, considera que a análise de textos e a

linguística devem ser combinadas de modo que uma contribua para o

entendimento da outra, da mesma forma que o sistema serve ao uso, e o uso

serve ao sistema. Deste jeito, a argumentação é intrínseca à língua e constitui

o sentido, que por seu turno é constituído por uma ordem puramente linguística

e deve ser descrito semanticamente por meio das relações que as palavras ou

os enunciados apresentam entre si. O fato de a argumentação não ser

independente da língua pode ser observado através da existência de

enunciados diferentes que designam o mesmo fato do mesmo contexto e, no

entanto as argumentações possíveis a partir desses enunciados são distintas.

Desse modo, Ducrot (1990) afirma que a argumentação está inscrita no

sistema linguístico, não nos fatos e, por isso, a semântica argumentativa almeja

descrever o sentido do enunciado a partir das conclusões por ele evocadas.

Essa teoria defende que a palavra contém uma significação que permite

certas continuações no enunciado e impede outras. Na medida em que essas

continuações são concretizadas, um sentido que surge das relações entre as

palavras se constitui. Pode-se notar que o locutor, ao optar por uma

continuação, deixou de escolher outras, e que o sentido de uma entidade

lexical no discurso depende da relação, dentre aquelas que são possíveis.

Vale ressaltar que o sentido pode ser distinto da significação que a

entidade lexical tem, se for compreendida de maneira isolada. A partir da

orientação especificada pela significação, decorrem instruções, ou seja, regras

que apontam as possibilidades ou impossibilidades de interpretação dos

enunciados. A orientação também diz respeito aos efeitos subjetivos e

intersubjetivos do enunciado, resultante da relação entre locutor e alocutário.

Com base em Ducrot, a intersubjetividade é a função fundamental da

linguagem, assim, quando o locutor produz um discurso, ele está expressando

seu pensamento por meio de enunciados, e o seu alocutário tende a dar-lhe

uma resposta. Consequentemente, o sentido do enunciado está na relação que

se estabelece entre ele e o outro. Com isso, argumentar é levar o alocutário a

determinada continuação.

38

Neste momento torna-se essencial explicar que a Teoria da

Argumentação na Língua é dividida em três formas, de acordo com o passar

dos anos: a primeira, a forma standard, que propõe o estudo dos operadores

argumentativos; a segunda forma, que acrescenta outros conceitos,

principalmente a noção de polifonia e topos; e a atual, conhecida como Teoria

dos Blocos Semânticos. Interessarão, a esta pesquisa, a primeira e a segunda

fases, na medida em que a primeira considera a argumentação intrínseca à

língua e a segunda leva em conta conceitos que perpassam a língua e o

discurso, ou seja, considera os espaços interno e externo de construção do ato

de linguagem, ponto de interseção com a teoria Semiolinguística do Discurso.

Na próxima seção serão caracterizados os operadores argumentativos,

que fazem parte da primeira forma da Teoria da Argumentação na Língua.

2.2.1 Os operadores argumentativos

De modo geral, a gramática tradicional caracteriza os operadores

argumentativos como elementos meramente relacionais, isto é, em um nível

linguístico, são conhecidos como conectivos (conjunções) que têm a função de

conectar orações. A Semântica Argumentativa, porém, os denomina como

operadores argumentativos, pois eles são marcas linguísticas que determinam

o valor argumentativo dos enunciados.

Para Vogt (1980), os operadores argumentativos correspondem a

marcadores de subjetividade, com a função de orientar a sequência discursiva

de um enunciado, levando o interlocutor à determinada conclusão, e seu

estudo deverá indicar o propósito dos falantes na elaboração do discurso e na

sua estruturação enquanto texto. Assim, os operadores resgatam elementos da

gramática, pois eles não só são responsáveis pela coesão do texto, mas

também apresentam uma carga retórica própria, colaborando para que surjam

os efeitos de sentido propiciados pelo contexto.

Conforme Ducrot (1976, 1987), os operadores argumentativos são

elementos da gramática da língua que têm por função indicar a força

argumentativa dos enunciados (porque, além de, apenas, mas, embora etc).

Eles são importantes tanto para a leitura quanto para a produção de textos,

39

pois funcionam como um elo, apresentando um caráter coesivo, que assegura

a progressão textual, além de fornecerem pistas para a construção do sentido

pelo interlocutor, demonstrando a força argumentativa dos enunciados e a

direção para a qual apontam. Em outras palavras, tais marcas instigam e

direcionam argumentativamente os personagens da enunciação.

É essencial comentar que essas marcas linguísticas são fundamentais

ao desencadeamento de efeitos, de ações, de comportamentos, de

conclusões. Segundo Oliveira (1999, p. 100):

Ducrot, ao formular os princípios básicos da Semântica Argumentativa, chamou de operadores argumentativos a um grupo de elementos da gramática, cujo objetivo fundamental é revelar a argumentatividade inerente a determinados enunciados e direcioná-los a uma conclusão específica de acordo com as condições de uso.

Dentro da categoria de operadores argumentativos, existem elementos

que, na perspectiva da gramática tradicional, fazem parte de várias classes

gramaticais, como conjunção, preposição, advérbio, pronome, e outras

palavras que, segundo alguns gramáticos, não pertencem a essas classes.

Rocha Lima (1972, p. 155) emprega o termo palavras denotativas para

caracterizar palavras e locuções que indicam afirmação (sim), negação (não),

exclusão (apenas, só), inclusão (também), avaliação (quase), designação (eis),

explicação (como), retificação (aliás) e apreciação modificando a frase

(felizmente). Em Bechara (2002, p. 291), há os denotadores de inclusão (até,

mesmo, também, inclusive), de exclusão (só, somente, apenas, etc), de

retificação (aliás, isto é), de situação (afinal, então, etc), de designação (eis), de

realce (é que), expletivo (lá, só, ora, que), e de explicação (a saber, por

exemplo).

Conforme Koch (2004), os operadores argumentativos são palavras da

gramática de uma língua que são responsáveis por uma relação precisa entre

os enunciados. Esses operadores são compostos por conectivos -- que são

considerados tradicionalmente como elementos meramente relacionais -- e por

40

alguns vocábulos, que a NGB não enquadra em nenhuma das dez classes

gramaticais.

Ducrot, ao criar a categoria operadores argumentativos, dividiu-os em

dois grupos, mostrando que eles podem pertencer a uma classe argumentativa

ou a uma escala argumentativa. Uma classe argumentativa se forma de um

conjunto de argumentos de mesmo peso que introduzem argumentos de

mesmo peso, isto é, operadores que apontam para a mesma conclusão (e,

também, ainda, nem, tanto... como, além disso...). Uma escala argumentativa

se constitui de um grupo de argumentos de pesos diferentes que introduzem

argumentos de peso diferente, ou seja, operadores que não apontam para a

mesma conclusão (mas, porém, contudo, todavia, no entanto, embora, ainda

que, posto que, apesar de (que), etc.)

É essencial observar que os argumentos orientados para a mesma

conclusão constituem uma classe argumentativa e, dependendo da relação de

força estabelecida entre os enunciados, eles podem se hierarquizar,

constituindo, consequentemente, uma escala argumentativa. Nesse sentido, o

conceito de escala argumentativa (Ducrot, 1981) pode ser definido como

enunciados de uma classe colocados em ordem de força em favor de uma

mesma conclusão.

Resumidamente, conforme Guimarães (1987), classe argumentativa “é

definida por uma conclusão e constituída pelos enunciados cujos conteúdos

podem ser argumento para tal conclusão”, e escala argumentativa “é uma

classe argumentativa em que se configura uma relação de força maior ou

menor dos conteúdos dos enunciados”. (GUIMARÃES, 1987, p. 26-28).

Considerando, assim, os conceitos de classe e escala argumentativa,

Ducrot (apud GOUVÊA, 2002) cria a expressão orientação argumentativa, que pode ser definida como os desenvolvimentos possíveis do discurso por

intermédio dos operadores argumentativos. Considerando um locutor que

coordene dois elementos semânticos p e q por meio do morfema mas [(Ele

afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes) (p), (mas, por

41

enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer

injustiças.)](q)5, observar-se-á o seguinte:

a) a existência de uma conclusão r (logo ele deve colaborar para o

reconhecimento do bandido), sugerida por p e não confirmada por q, o que

significa que p e q têm orientações argumentativas opostas em relação a r.

b) a força de q, contrária a r, é maior do que a força de p a favor de r, o que faz

com que a estrutura p mas q seja orientada no sentido de ~r (logo ele não deve

colaborar para o reconhecimento do bandido).

Por outro lado, se o jogo entre p e q se realizar por meio do morfema

embora [(Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi

poupado por Dunga), (p) (embora o time tenha melhorado com a sua saída e o

gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu) (q).]6, verificar-se-á isto:

a) p e q continuam tendo orientações argumentativas opostas em relação a r:

Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por

Dunga [logo Ronaldinho Gaúcho deve estar sendo preservado para jogos mais

importantes (r)], embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol,

marcado por Júlio Baptista, que o substituiu [logo Ronaldinho Gaúcho não deve

ser preservado para jogos mais importantes (~r)];

b) ao contrário do que ocorre na estrutura p mas q, em p embora q, a força de

q, contrária a r, é menor do que a força de p a favor de r, o que faz com que a

estrutura p embora q seja orientada no sentido de r (logo Ronaldinho Gaúcho

deve estar sendo preservado para jogos mais importantes).

5 Exemplo colhido de uma reportagem publicada no jornal O Globo no dia 03 de março de 2009. Título: “Não posso te deixar assim”, disse bandido para Yuka. Essa reportagem compõe o corpus analisado nesta dissertação. 6 Exemplo colhido de uma notícia publicada no jornal “Extra” em 30 de março de 2009, intitulada “Dunga rebate críticas à seleção”. Esta notícia faz parte do corpus utilizado nesta pesquisa.

42

Diante dos exemplos com mas (a) e embora (b), observa-se que a

progressão do texto pode dar-se pelo enunciado introduzido pelo morfema ou

pelo enunciado não introduzido por ele. O que decidirá essa questão será o

tipo de operador empregado.

Do ponto de vista semântico, os operadores restritivos e concessivos

apresentam comportamento semelhante, uma vez que ambos opõem

argumentos que orientam para conclusões contrárias e são utilizados pelo

enunciador para focalizar o discurso argumentativo.

Este fato pode ser observado através dos dois supracitados exemplos.

Em Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas, por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer

injustiças, pode-se verificar que existem dois argumentos, que orientam para

conclusões opostas e estão unidos por meio do operador restritivo mas. Neste

caso, pode-se notar que o primeiro argumento, mais fraco, (Ele afirmou que

tem condições de reconhecer um dos assaltantes) aponta para a conclusão

logo ele deve colaborar para o reconhecimento do bandido. Enquanto o

segundo argumento, mais forte, (mas, por enquanto, não quer colaborar com

retratos falados para não cometer injustiças) está orientado para a conclusão

logo ele não deve colaborar para o reconhecimento do bandido, que é a

conclusão que prevalecerá.

No enunciado Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou,

foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o

gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu é empregado o operador

concessivo embora, que, conforme ocorre com os operadores restritivos,

também une dois argumentos, que apontam para conclusões contrárias. O

primeiro argumento, mais forte, (Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez

decepcionou, foi poupado por Dunga) aponta para a conclusão logo

Ronaldinho Gaúcho deve ser preservado para alguns jogos, que é a que

prevalecerá. Enquanto o segundo argumento, mais fraco, (embora o time

tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o

substituiu) aponta para a conclusão logo Ronaldinho Gaúcho não deve ser

preservado para jogos mais importantes.

43

Tomando-se os exemplos acima, pode-se perceber que, através dos

enunciados concessivos (Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos

assaltantes e embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol,

marcado por Júlio Baptista, que o substituiu), o locutor pode indicar que está

ciente de que há outros pontos de vista; antecipar-se a uma contra-

argumentação ou crítica que poderia desqualificar a argumentação; preservar o

interlocutor, demonstrando que sua maneira de encarar os fatos não está

plenamente equivocada, embora não seja o seu ponto de vista ou argumento

que prevaleça; e por último, estabelecer a imagem de um sujeito de espírito

aberto, capaz de considerar o ponto de vista de terceiros.

Por intermédio dos enunciados restritivos (mas, por enquanto, não quer

colaborar com retratos falados para não cometer injustiça e Até Ronaldinho

Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga), pode-se

notar que o locutor introduz o argumento mais forte. Com isso, o argumento

restritivo (mais forte) é favorável à tese do argumentador, apresentando o seu

ponto de vista, e tem por função desqualificar a conclusão do enunciado

concessivo, que é “indesejável” à perspectiva do locutor/argumentador,

apontando para a conclusão que prevalecerá (favorável ao ponto de vista do

locutor/argumentador).

É importante ainda registrar a classificação de Koch (2004) no que

concerne aos operadores argumentativos. De acordo com ela, é possível

classificar os operadores em nove tipos segundo as relações semântico-

discursivas que exercem. Essa classificação pode ser observada abaixo:

a) operadores que assinalam o argumento mais forte dentro de uma escala que

direciona para determinada conclusão: até, mesmo, até mesmo, inclusive.

b) operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: e,

também, ainda, não só... mas também.

c) operadores que introduzem uma conclusão relacionada a um argumento

apresentado anteriormente: portanto, logo, pois.

44

d) operadores que permitem introduzir argumentos alternativos e levam a

conclusões opostas ou diferentes: ou, ou então, quer...quer.

e) operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos,

visando a atingir determinada conclusão: mais que, tão...como.

f) operadores que introduzem uma justificativa ou explicação: porque, já que,

pois.

g) operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões

contrárias: mas (porém, contudo, todavia, entre outros), embora (se bem que,

ainda que, posto que, entre outros).

h) operadores que introduzem conteúdos pressupostos: já, ainda, agora.

i) operadores que, de acordo com a maneira que foram empregados, podem

tanto estabelecer uma conclusão positiva, quanto uma conclusão negativa:

tudo, todos (afirmação), nada, nenhum (negação).

Nesta pesquisa, trabalhar-se-á especificamente com os operadores que

contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias (g), conhecidos

também como operadores argumentativos restritivos e concessivos. Na

terminologia tradicional, os restritivos são representados pelas conjunções

adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não

obstante, senão, entre outros), enquanto os concessivos são representados

pelas conjunções concessivas (embora, ainda que, apesar de que, se bem que,

mesmo que, por mais que, posto que, conquanto etc). Tanto os primeiros

quanto os segundos estabelecem, entre os enunciados, os valores semânticos

de restrição e concessão.

O comportamento dos dois tipos de operadores se distingue

discursivamente, levando em conta as construções sintáticas em que eles

atuam. Os restritivos operam em construções sintáticas de coordenação,

enquanto os concessivos atuam em construções sintáticas de subordinação.

45

Observem-se os exemplos7:

1. A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém não deu

prazos para cobrir o déficit de pessoal.

2. Apesar dessas dificuldades, Luiz Maurício afirma que não há qualquer

recomendação para evitar o Rocha Faria.

Na construção de coordenação (1), pode ser constatado que o operador

restritivo, no caso porém, introduz o segundo enunciado (a 2ª oração),

enquanto o primeiro (1ª oração) não é introduzido por operador. O enunciado

marcado pelo operador (não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal)

funciona, discursivamente, como argumento mais forte.

O primeiro enunciado (A secretaria estadual pretende contratar novos

médicos) funciona como argumento mais fraco e aponta para a conclusão logo

a população poderá ter atendimento em breve. O segundo enunciado (porém

não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal) funciona como argumento mais

forte e aponta para a conclusão contrária logo a população poderá não ter

atendimento em breve. A conclusão do argumento introduzido pelo operador é

a que prevalecerá.

Na construção de subordinação (2), observa-se que o operador

concessivo apesar de introduz o 1º enunciado (Apesar dessas dificuldades),

enquanto o segundo (Luiz Maurício afirma que não há qualquer recomendação

para evitar o Rocha Faria) não é marcado por nenhum operador. Neste

exemplo, o enunciado marcado pelo operador (Apesar dessas dificuldades)

funciona, discursivamente, como argumento mais fraco do que o enunciado

que o sucede (não há qualquer recomendação para evitar o Rocha Faria), este

funcionando como argumento mais forte. O argumento mais fraco aponta para

a conclusão logo ir ao Rocha Faria não resolve o problema. O argumento mais

7 Ambos os exemplos foram extraídos do corpus desta dissertação. Os dois exemplos foram retirados da reportagem “Demissão em massa abre crise no Rocha Faria” publicada no jornal O Globo no dia 10 de março de 2009.

46

forte aponta para a conclusão contrária logo ir ao Rocha Faria resolve o

problema, conclusão que prevalecerá.

A partir de agora, é preciso caracterizar o fenômeno da polifonia para

que em seguida seja possível explicar os valores semânticos dos operadores

argumentativos restritivos e concessivos.

2.2.2 O conceito de polifonia

Inicialmente, é essencial diferenciar a noção de polifonia da

possibilidade de relatar num discurso o discurso do outro (tanto em estilo direto

quanto em indireto). Conforme Oswald Ducrot (1976, 1987), para que ocorra a

polifonia, não é suficiente que haja, no discurso atribuído a um locutor (L), um

discurso de uma outra pessoa (L’), porque a presença da fala de (L’) na de (L)

pode estar atrelada ao simples discurso relatado, e isso exclui a polifonia. O

autor opera o conceito de polifonia no nível linguístico, indicando, por meio

dele, a possibilidade de um desdobramento enunciativo dentro do próprio

enunciado, como se fosse uma encenação teatral em que atuam vários

personagens.

Ducrot define ainda os elementos que compõem o sentido na descrição

polifônica: o primeiro deles são os pontos de vista de cada enunciador presente

no enunciado. O segundo é a posição do locutor a respeito desses

enunciadores. Na teoria polifônica, o enunciado apresenta pontos de vista

distintos, e o locutor assume atitudes a respeito desses pontos de vista.

Além disso, Ducrot defende a ideia de que o pensamento expresso no

enunciado não é necessariamente o do sujeito falante e de que este toma

certas atitudes com relação ao conteúdo do enunciado. Ele propõe, em sua

teoria, as figuras de locutor e de enunciador, representando o locutor, como ser

no mundo, sob a forma de Y, e o locutor, como responsável pelo discurso, sob

a forma de L. Nesta concepção o locutor é o ser visto como responsável pelo

enunciado; é a ele que se referem o pronome “eu” e as outras marcas de

primeira pessoa. No enunciado, porém, podem aparecer vozes que não são a

do locutor. Essas vozes são dos enunciadores, que são representadas sob as

formas E1 e E2. Os enunciadores são seres que se expressam através da

47

enunciação por meio do seu ponto de vista. Se eles falam, é somente no

sentido em que a enunciação é encarada como uma indicação da sua posição,

atitude, mas não, no sentido concreto do termo, através de palavras

específicas.

Deve-se observar que essas entidades propostas por Ducrot têm

estatuto diferente. O locutor Y é encarado como ser empírico, que não é objeto

de estudo do linguista, enquanto o locutor L é um ser do discurso, portanto,

objeto de estudo. Na polifonia dos enunciadores, E1 e E2 deixam de ser

sujeitos de atos ilocutórios, porque não falam, e passam a ser vozes, pontos de

vista com os quais o locutor L interage. O enunciador é encarado como origem

dos pontos de vista presentes nos enuncidos.

Baseado nessas informações, pode-se afirmar que a polifonia, segundo

Oswald Ducrot (1976, 1987), é um fenômeno discursivo que consiste na

presença de outras vozes além da do locutor, no discurso. Esse fenômeno

pode ser observado nas construções de coordenação por meio dos conectores

restritivos e nas construções de subordinação através dos conectores

concessivos. Esse fato pode ser ilustrado a partir do seguinte diálogo:

Situação: Duas amigas estão conversando sobre a festa do João.

Amiga 1: -- A festa do João foi legal (E1). (aponta para a conclusão “logo, você

ficou satisfeita”)

Amiga 2 (L): -- A festa do João foi legal (E1), mas houve muitas discussões

(E2). (aponta para a conclusão “logo, eu não fiquei tão satisfeita”)

ou

Amiga 2 (L): -- Embora a festa do João tenha sido legal (E1), houve muitas

discussões (E2). (aponta para a conclusão “logo, eu não fiquei tão satisfeita”)

Com base na teoria polifônica, verifica-se que, na primeira frase, há

apenas uma voz, que é a do seu próprio enunciador (E1). Esse enunciador

pode corresponder ao alocutário ou a um terceiro ou à voz pública – o senso

comum. Já na segunda e terceira frases há a presença de duas vozes em cada

(E1 e E2). Na segunda frase, por se tratar de um período composto por

48

coordenação com um operador argumentativo restritivo (mas), primeiramente o

locutor L concede razão ao interlocutor (“A festa do João foi legal”) para em

seguida introduzir o argumento mais forte (“mas houve muitas discussões”),

que apontará para a conclusão contrária a do argumento apresentado pelo

interlocutor. Na terceira frase, por se tratar de um período composto por

subordinação, empregando um operador argumentativo concessivo, o locutor

L, desde o início de sua fala (“Embora a festa do João tenha sido legal”),

demonstra que introduzirá um argumento mais forte que apontará para uma

conclusão contrária a do argumento do interlocutor (“houve muitas

discussões”).

Com isso, tanto na construção com mas, quanto na construção com

embora, há dois enunciados que representam pontos de vista de enunciadores

distintos (E1 e E2). O locutor (L), ao proferir seu enunciado como um todo,

também apresenta o seu ponto de vista sobre uma determinada questão, a sua

voz e o ponto de vista de outro, a voz de outro, que pode ser o alocutário, um

terceiro, ou a voz pública (GOUVÊA, 2002). Nesse sentindo, o locutor credita o

primeiro argumento, o mais fraco, ao alocutário, compondo a perspectiva de

E1, enquanto se responsabiliza pelo segundo argumento, o mais forte, da sua

perspectiva (E2). A direção apontada pelo argumento desta perspectiva é que

prevalecerá. Nestas construções, o dono do enunciado – e o enunciado aqui

considerado como um todo –, o locutor L, reconhece que a festa do João foi

legal, mas o que interessa para ele é que houve muitas discussões, logo a

festa não foi muito legal ou tão boa assim como defende o alocutário.

Além disso, é preciso notar que este diálogo não apresenta somente a

justaposição de duas fotografias (a festa do João foi legal; a festa do João não

foi muito legal), mas uma determinada apresentação dessas fotografias

baseadas em perspectivas diferentes [representadas pelos enunciadores (E1 e

E2)]. Se a ordem das duas fotografias for invertida ("Houve muitas discussões,

mas a festa do João foi legal" ou “Embora houvesse muitas discussões, a festa

do João foi legal”), a orientação argumentativa das duas construções se altera

49

(logo, a festa do João foi legal)8. A alteração se deve à mudança da

perspectiva dos enunciadores, mesmo os fatos representados se mantendo

idênticos. Aliás, esse fenômeno, para Ducrot, leva-o a considerar que o sentido

dos enunciados não se resume ao seu valor de verdade.

Do ponto de vista formal, na subordinação (Embora a festa do João

tenha sido legal (E1), houve muitas discussões (E2)) o enunciado restritivo não

é introduzido por operador (houve muitas discussões (E2)). Na coordenação (A

festa do João foi legal (E1), mas houve muitas discussões (E2)), porém, esse

enunciado é introduzido por um operador restritivo (mas houve muitas

discussões (E2)).

Com isso, pode-se perceber que a restrição é uma estratégia

argumentativa, e não apenas uma oposição de enunciados. O argumento

restritivo (mais forte) é favorável à tese do locutor (houve muitas discussões,

logo a festa do João não foi muito legal) e objetiva desqualificar a conclusão do

enunciado concessivo (logo, a festa do João foi legal), tornando-se

argumentativamente mais forte do que este, pois realiza no texto o papel de

restrição. Por conseguinte, em ambos os exemplos o enunciado da perspectiva

(ponto de vista) do enunciador 1 veicula a concessão, e o enunciado da

perspectiva do enunciador 2, a restrição.

Do ponto de vista argumentativo, o enunciado concessivo (E1) funciona

como argumento mais fraco, e o enunciado restritivo (E2), como argumento

mais forte. Desta forma, por meio dos operadores argumentativos concessivos,

o locutor demonstra previamente o argumento que será invalidado. Vale

ressaltar que esse tipo de operador sugere concessão às ações do verbo da

oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.

Segundo o Dicionário de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau e

Dominique Maingueneau (2012), por meio da concessão o locutor modifica sua

posição diminuindo suas exigências ou concedendo ao interlocutor pontos

controversos. Nesse sentido, a concessão é um momento de negociação,

compreendida como uma discussão sobre um desacordo aberto e que tende a

constituir um acordo. 8 Neste caso o fato de ter havido muitas discussões (argumento fraco) não afetou o fato de a festa ter sido boa, isto é, ela foi boa independentemente de ter havido discussões.

50

Na perspectiva argumentativa, quando o locutor utiliza um operador

argumentativo concessivo em seu discurso ele reconhece determinada

validade no discurso do seu interlocutor, que por seu turno, defende um ponto

de vista contrário ao seu, porém mantém suas próprias conclusões. Assim, o

locutor pode acreditar que possui mais argumentos ou que eles são mais

fortes; pode ter argumentos de outra ordem que não quer abdicar; ou até

mesmo pode não ter nenhum argumento e, mesmo assim, querer manter o seu

ponto de vista.

Conforme foi visto, à guisa de conclusão desta seção, é interessante

perceber que as construções concessivas são formadas pela união de dois

enunciados através de um conector restritivo ou concessivo. Os enunciados,

por seu turno, são orientados para as conclusões C e não C, respectivamente.

A construção concessiva tem por orientação geral a perspectiva do enunciador

1, enquanto a construção restritiva tem como orientação a perspectiva do

enunciador 2, como por ser visto em “concedo a E1, mas E2”; “embora

conceda a E1, E2”; “E2, embora conceda a E1”.

Nestes casos, locutor retoma o discurso de E1, oponente real ou fictício,

e E2 reafirma a posição do L, que orienta para a conclusão contrária à

conclusão de E1. A opção por um determinado tipo de operador em detrimento

do outro tem implicações na estratégia argumentativa, logo, do ponto de vista

discursivo, as construções com os operadores restritivos ou operadores

concessivos veiculam estratégias argumentativas diferentes, que serão

explicadas mais detalhadamente na parte desta pesquisa destinada às

estratégias de relação.

A seguir será estudada a teoria dos topoï e, posteriormente, serão

explanadas as estratégias de relação propostas por Eduardo Guimarães.

2.2.3 A teoria dos topoï

A palavra topos (plural, topoï) foi emprestada do grego e corresponde ao

latim lócus communis, de que resultou lugar comum. De maneira geral, pode-

se dizer que os topoï são princípios gerais, comuns, apresentados como

aceitos pela coletividade. (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU, 2012)

51

O princípio argumentativo dos topoï faz parte da segunda fase da Teoria

da Argumentação na Língua. Esse conceito define o ato de argumentação a

partir dos enunciadores, buscando identificar o caráter argumentativo dos

diversos pontos de vista presentes no enunciado. Desta forma, o valor

argumentativo passa a ser compreendido como parte constitutiva do enunciado

e depende da existência de um enunciador que argumenta, quer ele se

identifique com o locutor quer não. É preciso levar em consideração que o

topos é visto como um lugar-comum argumentativo no sentido de que serve de

intermediário entre o argumento e a conclusão.

É importante notar que os topoï apresentam as propriedades da

universalidade, da generalidade e da gradualidade. Eles são tratados como

universais porque demonstram que as crenças são partilhadas pelo locutor e

pelo interlocutor. A generalidade indica que as crenças se aplicam a muitas

situações, e não apenas a do momento em que se fala. Por último, a

gradualidade relaciona o conceito de escala à transição do argumento para a

conclusão. Eles são graduais porque relacionam duas propriedades graduais,

duas escalas. Deste modo, o movimento em uma delas acarreta o movimento

na outra, e a direção do movimento de uma condiciona a direção do movimento

da outra; isto é, se o valor demonstrado em uma das escalas aumenta, o valor

presente na outra também aumentará; se ele decresce, o outro também

decrescerá. A partir da noção de gradualidade, advêm a noção de formas

tópicas: quanto mais P, mais Q; quanto menos P, menos Q; quanto mais P

menos Q e quanto menos P mais Q.

A fim de esclarecer a relação entre argumento e conclusão, Ducrot

(1989, p. 24) enfatiza a propriedade da gradualidade, que, conforme foi dito

anteriormente, refere-se às escalas. Este fato pode ser ilustrado através do

seguinte exemplo “O dia está quente, então vamos lavar a roupa”.

O topos “quando o dia está quente, a roupa seca mais rápido” torna o

ato de lavar a roupa ideal para este tipo de dia, admitindo o uso do argumento

“O dia está quente” para defender a conclusão “devemos lavar a roupa”. Em

outras palavras, existe um topos que diz que, quando o dia está quente, as

roupas secam mais rapidamente do que em um dia frio.

52

Através desse exemplo, pode-se entender o que Ducrot diz quando

afirma que o topos compreende duas escalas. A primeira é a escala das

temperaturas e a segunda é a escala do ideal. Ele defende a existência de uma

ligação entre as duas escalas, tal que os movimentos ocorridos em uma geram

movimentos na outra, isto é, quanto mais alta for a temperatura, mais ideal será

o ato de lavar a roupa, assim como, quanto menos alta for a temperatura, o ato

de lavar a roupa será visto como “menos ideal” para aquele momento.

Tais fatos permitiram que Oswald Ducrot chegasse às seguintes

conclusões:

a) o valor argumentativo dos enunciados, assim como os pontos de vista

expressos neles estão inscritos na língua;

b) a determinação argumentativa é possível, sobretudo, graças às expressões

argumentativas;

c) o valor argumentativo dos pontos de vista dos enunciadores corresponde à

convocação, por parte deles, de topoï graduais;

d) cada topos possui duas formas tópicas recíprocas;

e) os operadores argumentativos são os responsáveis pelo caráter das formas

tópicas empregadas;

f) a argumentação não é o conjunto das conclusões possíveis para uma frase,

mas está relacionada com os topoï escolhidos9.

9 É importante lembrar que posteriormente, durante a terceira fase da Teoria da Argumentação na Língua (teoria dos Blocos Semânticos), Ducrot rejeita a teoria dos topoï como uma realização discursiva composta por argumentos e conclusões, e passa a defender a noção de encadeamento discursivo, que, por seu turno, legitima a existência de uma dependência entre o argumento e a conclusão, que se formariam mutuamente. O autor ainda afirma que “é impossível argumentar com as palavras, que nossos discursos, mesmo que sejam comumente qualificados de ‘argumentativos’, não correspondem a nada do que se entende por argumentação, ou ainda que a argumentação é uma miragem” (1999, p. 1). Desta maneira, ele admite que seus trabalhos realizados na perspectiva da teoria dos topoï argumentativos são afetados pelo menos de alguma forma pela retórica, no sentido de que a teoria dos topoï colocava na argumentação um terceiro termo extralinguístico. Em outras palavras, encarava a argumentação como se existissem argumentos que levassem a conclusões específicas ou até mesmo argumentos autônomos das conclusões. Vale ressaltar que esta última forma da Teoria da Argumentação na Língua não será levada em consideração ao longo desta dissertação.

53

O próximo aspecto a ser abordado está relacionado às estratégias de

relação estudadas por Guimarães (1987), ou seja, tem a ver com a escolha do operador argumentativo bem como com a mobilidade que alguns operadores

oferecem à oração que introduzem.

2.3 Argumentação e estratégias de relação Eduardo Guimarães (1987) (apud GOUVÊA, 2002), no capítulo Mas,

embora: argumentação, polifonia e estratégias de relação, ao abordar a

possibilidade de inversão dos enunciados com o conector embora e da

impossibilidade de inversão com o mas, analisou o valor argumentativo do

emprego de um tipo de morfema em detrimento de outro. O jogo enunciativo

entre representação do sujeito da enunciação, orientação argumentativa e

articulação tema/comentário de recortes do tipo X, mas Y, X embora Y e

embora Y, X dá origem às estratégias de relação que, por sua vez, geram

caminhos na organização textual e, por conseguinte, na construção dos efeitos

de sentido desses recortes.

Segundo Guimarães, numa construção de subordinação, os operadores

argumentativos concessivos marcam não apenas o comentário, mas também

podem indicar o tema, e por isso há uma possibilidade de inversão das orações

no processo de subordinação. Numa construção de coordenação, ao contrário,

os operadores restritivos só marcam o comentário e, consequentemente, a

inversão das orações, que ocorre no primeiro processo, não ocorre no

segundo, conforme foi mencionado no parágrafo anterior. Observe-se, nos

exemplos extraídos do corpus desta dissertação, o que diz Guimarães:

(1) Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem

muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado,

castigam o município.10

(2) Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por

Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por

Júlio Baptista, que o substituiu.11 10 Reportagem, intitulada “Panisset: ‘Fui para o lado errado’”, publicada no jornal Extra em 14 de março de 2009.

54

(3) Embora manifestem confiança nos dirigentes, os profissionais do futebol

vascaíno já se preocupam com a demora na solução.12

No exemplo (1), pode-se observar o emprego do operador restritivo

“mas” em uma estrutura de coordenação. Além disso, pode-se observar a

impossibilidade da inversão das orações, uma vez que os operadores

restritivos só introduzem o comentário, e não o tema. Desta forma, “Mas a

culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município,

Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos

buracos” é uma construção semanticamente inaceitável devido à mudança de

posição das orações. Nesse trecho, a princípio, o locutor (jornalista), através do

discurso relatado, apresenta a opinião da prefeita Aparecida Panisset com

relação ao problema que está se passando em São Gonçalo.

Nesse enunciado, a princípio, Panisset concede razão ao interlocutor,

que seria o povo que está reclamando do excesso de buracos. Deste modo,

primeiramente aparece o argumento mais fraco (São Gonçalo realmente tem

muitos buracos), que representa a perspectiva de E1 e que aponta para a

conclusão logo, a prefeitura não está trabalhando bem. Em seguida, porém, ela

introduz o argumento mais forte, que representa a perspectiva de E2 –

perspectiva de Aparecida Panisset – (a culpa é das chuvas que, desde o ano

passado, castigam o município) e que aponta para a conclusão que

prevalecerá (logo, a prefeitura está trabalhando bem).

A conclusão apontada pelo argumento mais forte, por sua vez, é oposta

à conclusão apontada pelo argumento mais fraco. Assim, pode-se observar

que, por meio desse tipo de construção, primeiramente tem-se a impressão de

que a conclusão que prevalecerá será a do interlocutor, causando um

suspense, que logo em seguida, é quebrado através da inserção do argumento

introduzido pelo operador “mas”.

11 Notícia publicada no jornal “Extra” em 30 de março de 2009, intitulada “Dunga rebate críticas à seleção”. 12 Reportagem, intitulada “Vasco vive dias decisivos para a sua reconstrução”, publicada no jornal O Globo em 05 de março de 2009.

55

No exemplo (2), é utilizado o operador concessivo “embora”, em uma

construção de subordinação. Nesse trecho, é possível a inversão das orações,

já que os operadores concessivos podem introduzir tanto o tema quanto o

comentário. Assim, a construção “Embora o time tenha melhorado com a saída

de Ronaldinho Gaúcho, e Julio Baptista, que o substituiu, tenha marcado o gol,

até Ronaldinho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga” é

semanticamente aceitável.

Ainda nesse exemplo, primeiramente é introduzido o argumento mais

forte (Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por

Dunga), que apresenta a perspectiva do locutor. Esse argumento aponta para a

conclusão que prevalecerá (logo, Ronaldinho Gaúcho deveria ser poupado).

Em seguida, há o emprego do argumento mais fraco que, por seu turno, é

introduzido pelo operador “embora”, (embora o time tenha melhorado com a

sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu) e que aponta

para a conclusão logo, Ronaldinho Gaúcho não deveria ser poupado. Vale

dizer que este último argumento não influencia o primeiro argumento (mais

forte) nem a conclusão para a qual ele aponta, funcionando apenas como um

comentário.

Por último, no exemplo (3), também é utilizado o operador concessivo

“embora” em uma construção de subordinação. Esse exemplo difere de (2)

quanto à posição das orações: a oração subordinada aparece antes da

principal, isto é, a frase é introduzida pelo operador “embora”. Nesse

fragmento, igualmente é possível a inversão das orações sem tornar a

construção semanticamente inaceitável, como pode ser visto em “Os

profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a demora na solução,

embora manifestem confiança nos dirigentes.” No exemplo (3) o operador

introduz o argumento mais fraco (os profissionais manifestem confiança nos

dirigentes) que já constava no início da sentença e dava indícios de que a

conclusão que prevaleceria não seria a apontada por ele (logo, não importa

para eles o pagamento do salário).

Desta forma, este tipo de construção não causa suspense no

interlocutor, como na construção de coordenação, pois, desde o início, o

56

locutor antecipa ao interlocutor que a conclusão que prevalecerá será a

apontada pelo argumento seguinte, o mais forte. Neste exemplo, o argumento

mais forte é “os profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a

demora na solução” assinalando a conclusão “logo eles se importam com o

pagamento do salário”.

A partir dessas observações, Guimarães propõe que, com o uso dos

operadores restritivos, emprega-se a estratégia do suspense, enquanto com o

uso dos operadores concessivos podem ocorrer duas estratégias: a da

antecipação e a da manutenção13.

As estratégias de relação estudadas por Guimarães, portanto,

constituem-se em estratégias argumentativas importantes para a persuasão.

Dependendo da situação de comunicação e dos objetivos do locutor, a escolha

de uma ou de outra será decisiva. Com isso, pode-se notar que essa

característica dos operadores permite que se usem as construções

morfossintáticas como estratégias argumentativas e, dependendo da estratégia

que seja utilizada, obter-se-ão diferentes resultados. Esse fato pode ser

ilustrado através da seguinte situação: uma professora irá reprovar um

determinado aluno.

Se o aluno for uma pessoa dócil, calma e educada, a professora

(locutor) tende a adotar a estratégia do suspense para lhe dar a notícia. Com

essa estratégia – que se caracteriza pelo uso de uma construção de

coordenação com o operador mas ou outros restritivos –, ela primeiramente irá

ressaltar as qualidades do aluno (Pedro, você se esforçou e estudou para a

prova final) a fim de, de alguma forma, amenizar a reprovação. Em seguida,

porém, introduzirá o argumento mais forte (mas não conseguiu atingir a média

suficiente para passar de ano), que aponta para a conclusão de ele que será

reprovado. Veja-se:

13 Guimarães identifica as três estratégias, mas só nomeia as duas primeiras, como suspense e antecipação. O nome manutenção, para a estratégia em que o operador concessivo introduz a última oração numa construção de subordinação, foi proposta por Gouvêa, 2002.

57

Exemplo (1): -- Pedro, você se esforçou e estudou para a prova final, mas não

conseguiu atingir a média suficiente para passar de ano. (estratégia do

suspense)

Se o aluno for uma pessoa grosseira, nervosa e mal-educada, a

professora tende a adotar a estratégia da antecipação para lhe dar a notícia

(exemplo (2)). Com essa estratégia – que se caracteriza pelo uso de uma

construção de subordinação em que a oração subordinada, introduzida pelo

operador embora, vem antes da principal –, ela, já no começo de seu discurso

(Embora você tenha se esforçado e estudado para a prova final), elimina

qualquer esperança de que o aluno tenha sido aprovado. A presença do

operador embora, no início do recorte, antecipa que o que se segue (não

atingiu a média suficiente para passar de ano) apontará para a conclusão

contrária e que prevalecerá. Vale dizer, ela introduz o recorte pelo argumento

mais fraco, vindo, em seguida, o mais forte, cuja conclusão prevalecerá. Desta

forma, ela evita uma possível situação desagradável ou qualquer atitude

violenta ou rebelde, por parte do aluno, o que não evitaria se usasse a

estratégia do suspense. Veja-se:

Exemplo (2): -- Embora você tenha se esforçado e estudado para a prova final,

não atingiu a média suficiente para passar de ano. (estratégia da antecipação)

Outra opção para dar a notícia a esse mesmo aluno é utilizar a

estratégia da manutenção (exemplo (3)), que se caracteriza também pelo uso

de uma construção de subordinação, mas, diferentemente do exemplo (2), o

recorte é introduzido pela oração principal, aparecendo a oração subordinada

introduzida por embora, no final da sentença.

Desta forma, a professora inicia a frase com o argumento mais forte

(você não atingiu a média suficiente para passar de ano), que aponta para a

conclusão de que o aluno será reprovado, não tendo, o argumento final, o mais

fraco, qualquer poder de modificar o que se põe na oração principal. Assim,

mantém-se a orientação da primeira oração. Veja-se:

58

Exemplo (3): -- Você não atingiu a média suficiente para passar de ano,

embora tenha se esforçado e estudado para a prova final. (estratégia da

manutenção)

Por meio dos três exemplos, pode-se observar, então, que, dependendo

da situação sociolinguageira e do objetivo do locutor, ele pode utilizar

determinada estratégia semântico-discursiva e empregar, propositalmente, o

operador em determinadas posições no enunciado. A estratégia que o locutor

empregar poderá acarretar diversas atitudes no interlocutor.

A seguir, serão caracterizadas as estratégias de relação propostas por

Guimarães.

2.3.1 A estratégia da antecipação

De modo geral, a estratégia da antecipação ocorre quando o operador

concessivo é empregado no início da frase (no tema) e, com isso, o locutor

antecipa que o argumento seguinte (o comentário) apontará para a conclusão

contrária, conclusão essa que prevalecerá. Vale notar que esse tipo de

estratégia só ocorre em períodos compostos por subordinação, já que os

operadores concessivos só podem ser empregados em construções marcadas

pela subordinação.

Desta forma, o operador concessivo subordinativo introduz a estratégia

da antecipação, pois a sua presença indica que o argumento introduzido por

ele será anulado. Este mecanismo pode ser visto através do enunciado

“Embora tenha chegado atrasado à festa (E1), participou dos momentos mais

importantes” (E2).

O locutor, ao apresentar o primeiro argumento, da perspectiva de E1,

concede razão ao interlocutor, reconhecendo que o fato de “a pessoa ter

chegado atrasada na festa” é um bom argumento para a conclusão “então ele

não se divertiu”. Em seguida, porém, ao encadear o argumento “ele participou

dos momentos mais importantes”, argumento mais forte, de sua perspectiva, a

59

de E2, ele orienta o discurso para a conclusão predominante “então ele se

divertiu”.

É importante perceber que, na estratégia da antecipação, o argumento

mais fraco é introduzido pelo operador, uma vez que o argumento concessivo,

por representar o ponto de vista do interlocutor, é consequentemente o mais

fraco. Nesse mecanismo, o locutor apresenta no início do enunciado uma

informação que não é predominante, que não é sustentável na organização

argumentativa, e esse caráter não-predominante é antecipado devido ao fato

de o recorte ser introduzido pelo operador. Essa estratégia auxilia o locutor a

ganhar credibilidade argumentativa, pois ele, primeiramente, se põe nesse

espaço junto com o alocutário, e somente depois se distancia desse lugar,

inserindo o argumento contrário e mais forte. Nestes casos, a primeira oração

(introduzida pelo operador concessivo) terá valor semântico de concessão e a

segunda oração apresentará valor de restrição.

2.3.2 A estratégia da manutenção

Considerando-se o exemplo “Ele participou dos momentos mais

importantes (E2), embora tenha chegado atrasado à festa (E1)”, observa-se

que, na estratégia da manutenção, o tema [Ele participou dos momentos mais

importantes da festa (E2)] não é afetado pelo comentário [embora tenha

chegado atrasado (E1)]. O que se tem no comentário é um mero contraponto,

argumento mais fraco que aponta para a conclusão contrária e não

predominante “logo ele não se divertiu”. A conclusão predominante é indicada

pelo argumento que ocupa a posição de tema: “Ele participou dos momentos

mais importantes (E2), então ele se divertiu”.

Nesse sentido, a estratégia da manutenção consiste em manter aquilo

que se deu na primeira oração. Neste caso, a segunda oração (introduzida pelo

operador concessivo) nega a si mesma como prevalecente, denotando que o

que se enuncia desse lugar não compromete o que é apresentado na oração

principal. Na verdade, o que se tem é a perspectiva de E2 prevalecendo desde

o início (na oração principal) e a perspectiva de E1 funcionando apenas como

um contraponto.

60

Comparando-se os dois exemplos, o da estratégia da antecipação e o da

estratégia da manutenção, pode-se constatar que, no segundo, operador

introduz o comentário, e não o tema como ocorre no primeiro. Esse fato

comprova o que já foi dito anteriormente: no processo da subordinação, nem

sempre o comentário é introduzido por operador.

Deste modo, quando o alocutário encontra este tipo de enunciado, logo

nota a fragilidade do argumento, por ele ser introduzido pelo operador e por

estar no final de frase, que é uma posição desprestigiada. É importante

observar ainda que, na estratégia de manutenção, a primeira oração terá valor

semântico de restrição, e a segunda oração apresentará o valor de concessão.

2.3.3 A estratégia do suspense

A estratégia do suspense ocorre nas construções de coordenação e se

caracteriza por o tema não ser introduzido por operador, mas sim o comentário.

Veja-se o exemplo: “Ele chegou atrasado (E1), mas participou dos momentos

mais importantes (E2)”.

Considerando-se o exemplo, verifica-se que o alocutário, ao se deparar

com a primeira oração [Ele chegou atrasado (E1)], não faz ideia da sequência

da frase. Só perceberá que a conclusão que prevalecerá será contrária ao seu

argumento quando encontrar o operador introduzindo o comentário [mas

participou dos momentos mais importantes (E2)]. A conclusão (“então ele não

se divertiu”) que vem à mente, a partir do primeiro argumento, não é efetivada,

já que se apresenta outro argumento (mais forte) que faz com que o alocutário

chegue a uma conclusão contrária (“então ele se divertiu”). Esse tipo de

mecanismo só ocorre entre orações coordenadas, apresentando, a primeira

oração, valor semântico de concessão e, a segunda, valor de restrição.

Vale dizer que o argumento introduzido pelo operador restritivo é sempre

o mais forte, visto que representa o ponto de vista do locutor, o que faz com

que sua conclusão seja predominante. O fato de, nas estruturas coordenativas,

a oração restritiva ocorrer sempre em posição final atesta o uso dessa espécie

de mecanismo argumentativo.

61

Este tipo de estratégia, exemplificada através da construção “Ele chegou

atrasado à festa (E1), mas participou dos momentos mais importantes” (E2),

demonstra que o operador marca o comentário, pois não há possibilidade de

inversão das orações (*Mas participou dos momentos mais importantes, ele

chegou atrasado à festa). Neste caso, o locutor primeiramente concede razão

ao interlocutor, criando nele uma expectativa a partir do enunciado concessivo,

e logo em seguida, essa expectativa é frustrada por meio do enunciado

restritivo.

Finalmente, para concluir essa seção, é necessário dizer que, a partir de

uma perspectiva discursiva, pode-se perceber que os valores de restrição e

concessão não são transmitidos apenas por estruturas com os operadores

restritivos ou com estruturas com operadores concessivos. Esses dois valores

semânticos podem ser observados tanto em construções de coordenação

quanto em construções de subordinação. Em enunciados do tipo “p mas q”, “p”,

sem operador, veicula a ideia de concessão, e “q”, com operador, veicula a

ideia de restrição. Em enunciados do tipo “embora p, q”, “p”, com operador,

veicula o valor de concessão, e “q”, sem operador, veicula o valor de restrição.

Por fim, em estruturas “q, embora p”, “q”, sem operador, expressa restrição, e

“p” expressa concessão.

Como se pode perceber, os dois valores ocorrem na coordenação e na

subordinação, o que significa que ambos estão intimamente ligados às três

estratégias estudadas por Guimarães.

Tendo em vista que os pressupostos teóricos desta dissertação já foram

explicitados, é fundamental observar as diversas etapas que foram adotadas

para a realização dessa pesquisa.

62

3. METODOLOGIA

Quanto à metodologia, esta pesquisa envolve várias etapas, desde a

reunião do corpus até a confirmação das hipóteses. O trabalho, portanto,

adotou os passos que se seguem:

a) reunião do corpus, sendo constituído por 30 reportagens e 30 notícias do

jornal “O Globo” e “Extra”, totalizando 120 textos informativos;

b) análise da produtividade de cada operador em cada gênero e jornal;

c) observação do percentual de uso dos operadores restritivos e

concessivos, verificando quais são os usos mais frequentes e os menos

freqüentes;

d) levantamento e identificação do contexto morfossintático e das

estratégias argumentativas empregadas;

e) constatação da relação existente entre a construção morfossintática e a

estratégia semântico-discursiva adotada pelo locutor;

f) verificação da incidência dos contextos morfossintáticos no que se refere

ao uso de cada operador;

g) análise das motivações para o emprego dos operadores nos dois jornais.

A partir dos passos supracitados, pode-se perceber que, primeiramente,

para formar o corpus foram selecionadas trinta reportagens e trinta notícias de

cada jornal. Cada reportagem e cada notícia publicadas no mesmo dia

abordavam o mesmo assunto em cada jornal, isto é, seguiam uma mesma

temática. Vale dizer que esse critério foi adotado a fim de que, desta forma,

fosse possível comparar ambos os jornais no que diz respeito à linguagem, uso

dos operadores analisados e tratamento do assunto (mais ou menos detalhes;

textos mais longos ou curtos).

Em um segundo momento, foi feita a análise quantitativa do corpus.

Nesta etapa foi verificado o percentual dos operadores em cada jornal e gênero

analisado, constatando quais são os mais recorrentes e os menos frequentes,

assim como a produtividade de cada um. Ainda nessa etapa também foram

analisadas as estratégias semântico-discursiva e o contexto morfossintático

mais frequentes e menos frequentes com cada operador.

63

Durante a análise qualitativa do corpus, foram observadas as

características de cada gênero informativo, assim como o contrato de

comunicação que rege cada um deles. Além disso, foi possível verificar os

conceitos teóricos explicitados no capítulo intitulado “Pressupostos teóricos” em

cada um dos textos analisados, levando-se em conta o corpus na sua face

macroestrutural e microestrutural.

64

4. ANÁLISE DO CORPUS Neste capítulo, a princípio, serão caracterizados brevemente os jornais

“O Globo” e “Extra” a fim de estabelecer as principais diferenças existentes

entre eles, já que as reportagens e as notícias analisadas são provenientes de

ambos. Em um segundo momento, será feita a análise qualitativa de uma

reportagem extraída do corpus, para em seguida, ser feita a análise

quantitativa dos dados. De maneira geral, o jornal “O Globo” é um veículo de comunicação que

se destina às classes A e B, que por sua vez, são classes sociais que

apresentam bom poder aquisitivo e, com isso, apresentam um nível

sociocultural mais alto. Assim, as reportagens e as notícias desse jornal

costumam apresentar um conteúdo mais extenso, com muitos detalhes e uma

linguagem mais formal, uma vez que o seu público-alvo costuma buscar maior

profundidade e temas mais abrangentes. Distinguindo-se do jornal

mencionado, o “Extra” destina-se às classes C e D, que apresentam um nível

sociocultural mais baixo e, por isso, normalmente preferem ler reportagens e

notícias mais curtas.

Conforme foi verificado, muitas vezes o “Extra” apresenta como fonte de

referências informações veiculadas no jornal “O Globo”, porém, devido ao fato

de se destinar às classes mais populares, ele procura transmitir as mesmas

informações de um modo mais simples, utilizando uma linguagem menos

formal e até mesmo reduzindo de certa forma a informação que consta no “O

Globo” a fim de encurtar o texto e torná-lo mais direto. Neste sentido, pode-se

dizer que o “Extra” trata os temas de maneira mais sucinta, sem apresentar

longos textos sobre os fatos que estão sendo narrados.

No que se refere à organização de cada jornal, existe uma diferença

entre ambos, pois cada um distribui as suas reportagens e notícias de acordo

com os seguintes temas:

1) O jornal O Globo divide-se em: “Ciência”, “Economia”, “Esportes”, “O

Mundo”, “O País", “Opinião”, “Rio”, “Revista Digital”, “Megazine”, “Carro

65

e etc”, “Boa Viagem”, “Caderno Rio Show”, “Prosa e Verso”, “Caderno

Ela”, “Globinho”, “Boa Chance”, “Revista da TV” e “Morar bem”.

2) O jornal Extra divide-se em: 1º Caderno – “Brasil”, “Bizarro”, “Economia”,

“Tecnologia” e “Educação”; 2º Caderno (Jogo Extra) – “Rio 2016” e

“Campeonato Carioca”; 3º Caderno Sessão Extra – “Televisão”,

“Cinema”, “Show” e “Vida Moderna”.

Comparando-se os dois jornais em questão, pode-se observar que o

jornal “Extra” apresenta menor quantidade de cadernos, caracterizando-se,

dessa forma, por ser um jornal mais “resumido”. Vale ressaltar que o jornal

“Extra” tende a dar mais relevância a assuntos do âmbito regional e nacional,

não atribuindo muita ênfase aos fatos que ocorrem em âmbito internacional.

Pode-se afirmar que este fato não ocorre no jornal “O Globo”, que apresenta

um editorial apenas para tratar de assuntos de âmbito mundial (“O Mundo”). É

necessário notar que, embora os dois jornais se destinem a públicos-alvo

distintos e apresentem diferenças com relação à sua estrutura e linguagem,

ambos pertencem à mesma empresa, as “Organizações Globo”. Entretanto, é

importante dizer que embora esses jornais apresentem o mesmo produtor (as

“Organizações Globo”), eles não apresentam o mesmo receptor (público-alvo)

o que faz com eles se distingam em alguns aspectos, ainda que não haja

diferenças muito expressivas.

4.1 Análise qualitativa Nesta seção, será feita a análise qualitativa da reportagem intitulada

“Troca-troca de carnavalescos já começa a aquecer o carnaval 2010”,

publicada no jornal “Extra” em 02 de março de 2009. Essa reportagem retrata o

fato de o carnaval, especificamente o desfile das escolas de samba, apesar de

geralmente ser encarado como um momento de descontração, também é um

momento de tensão em que muitas mudanças podem ocorrer, levando até

mesmo a demissões dos integrantes das Escolas. Veja-se:

66

Troca-troca de carnavalescos já começa a aquecer o carnaval 2010

Escolas do Grupo Especial anunciam mudanças, comemoram o resultado e lamentam injustiças no Desfile das Campeãs. CARLA FELÍCIA [email protected] FRED SOARES [email protected] O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. Em pleno Desfile das Campeãs no sábado, Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel este ano, anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. Já a direção da Viradouro informou que Milton Cunha está de partida. Júnior Schail, ex-diretor da Vermelho-e-branco de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de Padre Miguel, formarão a nova dupla encarregada de fazer a escola brilhar no ano que vem. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela. Ele assinou com Lane Santana o enredo “E por falar em amor, onde anda você?”, que deu à escola a melhor colocação dos últimos dez anos. -- Estou emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais a minha cara – disse. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. A presidente da escola, Regina Duran, demitiu o diretor de carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho. Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! Descontração O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas. Sem a tensão da disputa pelo campeonato e o rigor das fantasias impecáveis, o clima era de total descontração. Até quem não participou do desfile oficial fez questão de vestir uma camiseta de diretoria para participar da festa, como Carolina Dieckmann, Claudia Gimenez e Giovanna Antonelli. Após a passagem de Mangueira, Grande Rio, Vila Isabel, Portela e Beija-flor, o público cantou ao som dos tambores do Salgueiro. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco. “Salgueiro, campeão de fato e de direito.” -- A preocupação agora é corrigir alguns erros que cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco Renato Lage. Ausência de uma voz marcante Uma ausência marcou o Desfile das Campeãs. A voz que entoou o enredo sobre o banho, levado à Avenida pela Azul-e-branco de Nilópolis, não era aquela que os foliões estão acostumados a ouvir a mais de três décadas. Em tratamento contra um câncer no intestino, Neguinho da Beija-flor foi proibido pelos médicos de cantar na Sapucaí.

67

-- Ele foi fazer um show no interior e passou mal – disse Laíla, diretor de carnaval da escola, referindo-se a uma apresentação de Neguinho em Campos, na última terça-feira. -- É a primeira vez que ele não vem. A voz de Neguinho é primordial. Mas vamos passar com os garotos que já fizeram ensaio técnico sem ele. Os “garotos” a que Laíla se referia foram liderados por Gilson Bacana, segundo intérprete da agremiação. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada. Ele estaria em conflito com a direção da escola para a escolha do enredo de 2010 e já teria se mostrado insatisfeito com uma possível interferência de Joãosinho Trinta em seu trabalho. Colaboraram Fernanda Baldioti e Isabel Boechat

Primeiramente, a análise será conduzida levando em conta a face

macroestrutural da reportagem, baseada nos conceitos da Semiolinguística de

Patrick Charaudeau, para em seguida, ser feito um estudo levando-se em

consideração a sua microestrutura, seguindo os pressupostos da Semântica

Argumentativa. Vale dizer que serão verificados também os tipos de estratégias

linguístico-discursivas (estratégia do suspense, antecipação e manutenção)

utilizados em cada emprego dos operadores argumentativos restritivos e

concessivos.

Conforme foi explicitado no capítulo sobre os pressupostos teóricos

desta dissertação, de acordo com a Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2010), a

linguagem é a responsável pela semiotização do mundo e, para que isso

ocorra, são necessários dois processos que estão interligados e acontecem

simultaneamente: o processo de transformação e o processo de transação.

Este é composto por quatro princípios – o princípio de alteridade, o de

pertinência, o de influência e o de regulação –, enquanto aquele é formado por

quatro operações – identificação, qualificação, ação e causação.

Na reportagem selecionada para esta análise, pode-se observar tanto o

processo de transformação quanto o processo de transação. O processo de

transformação refere-se à realidade, que, neste caso, é o troca-troca das

Escolas de Samba, uma vez que esse é o fato da realidade que se transforma

em discurso nessa reportagem. É importante observar que as quatro

68

operações que formam esse processo também podem ser vistas na

reportagem analisada.

A identificação pode ser verificada quando o enunciador nomeia as

pessoas envolvidas no fato, como “Paulo Barros”, “Milton Cunha”, “Júnior

Schail”, “Edson Pereira”, “Jorge Caribé”, “Lane Santana”, “Regina Duran”, “Luís

Otávio Novello”, “Carolina Dieckmann”, “Claudia Gimenez”, “Giovanna

Antonelli”, “Quinho”, “Renato Lage”, “Laíla”, “Gilson Bacana”, “Alexandre

Louzada” e “Joãosinho Trinta”. Deste modo, o enunciador transforma as

pessoas em personagens da reportagem.

A qualificação pode ser observada na reportagem toda vez que o

enunciador explica ou define quem é cada pessoa envolvida no fato. Essa

operação pode ser vista nos seguintes trechos: “Paulo Barros, que comandou o

desfile da Vila Isabel este ano”; “Júnior Schail, ex-diretor da Vermelho-e-branco

de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de Padre Miguel”; “Jorge Caribé (...)

carnavalesco da Portela”; “A presidente da escola, Regina Duran”; “o diretor de

carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho”; “o puxador Quinho deu o tom da

festa da Vermelho-e-branco” (do Salgueiro); “o carnavalesco Renato Lage”;

“Laíla, diretor de carnaval da escola” (Beija-Flor); “Gilson Bacana, segundo

intérprete da agremiação” e “carnavalesco Alexandre Louzada”.

É necessário comentar que a ação diz respeito aos fatos que

aconteceram. Na reportagem analisada, a ação seria o “troca-troca dos

carnavalescos”, enquanto a causação (o que causou o fato que está sendo

narrado) seria a insatisfação com relação às pessoas que foram demitidas ou

pediram a sua própria demissão, gerando, assim, o troca-troca (ação) relatado

no texto.

No que concerne aos princípios da transação, pode-se afirmar que a

alteridade pode ser vista através da presença do jornalista (Eu-comunicante) e

do leitor (Tu-interpretante). A pertinência também pode ser observada na

reportagem analisada, pois o jornalista aborda um assunto, imaginando que o

leitor tenha interesse por ele e, consequentemente, terá interesse em ler o

texto. Logo, pode-se dizer que o enunciador retrata um fato que para o leitor é

pertinente.

69

No texto analisado, o princípio da influência está relacionado à

informação, pois querer influir é querer informar algo que aconteceu para que o

leitor possa saber sobre um fato de que não tinha conhecimento antes. Em

outras palavras, pode-se dizer que esse princípio está relacionado a um fazer

saber. É preciso notar também que o jornalista pretende influir sobre o leitor a

fim de fazê-lo crer naquilo que está sendo dito como verdade e partilhar o

mesmo ponto de vista, isto é, o jornalista quer fazer saber14, mas, ao mesmo

tempo, também pretende convencer o leitor.

Na reportagem em questão, primeiramente o enunciador trata dos

momentos tensos (demissões e despedidas) para, em seguida, falar sobre os

momentos de descontração e alegria no Desfile das Campeãs. A partir disso,

observa-se que os jornalistas, Carla Felícia e Fred soares, defendem uma tese,

embora redijam um texto de caráter informativo, que é a reportagem. A tese

defendida por eles é: O Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de

tensão e descontração. Com isso, além de a dupla fazer saber, também

pretende convencer o leitor de que o Desfile das Campeãs foi marcado por

duas partes bem delineadas (tensão e descontração).

O princípio de regulação é formado pelas estratégias que o jornalista

utiliza para defender o seu ponto de vista e narrar os fatos de acordo com a

sua perspectiva. Esse princípio pode ser observado no texto analisado por

meio do emprego dos operadores argumentativos “mesmo” (“Mesmo após

conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé

pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.”; “Mesmo com a

conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças.”), “mas”

(“Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu

não merecia isso!”), “porém” (“O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado

apenas por despedidas.”) e “apesar de” (“Apesar do bom resultado da Azul-e-

branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada.”). A escolha

de um operador em detrimento do outro e até mesmo a posição que ele ocupa

na frase implicam reações no leitor, isto é, dependendo da posição que o

operador ocupe, pode causar suspense no leitor, ou o fato de o argumento 14 Vale dizer que em um texto jornalístico há um projeto persuasivo e um projeto informativo, por isso neste caso o fazer crer e o fazer saber são importantes.

70

mais forte estar no início do enunciado já deixar clara a conclusão que

prevalecerá para o leitor, sem causar nenhum suspense.

No tocante ao conceito de contrato de comunicação, pode-se afirmar

que, na reportagem analisada, a sua natureza é monolocutiva, uma vez que

não há inversão de papéis entre interlocutores, ou seja, o locutor (jornalistas) e

o alocutário (leitor) não trocam de posição. O leitor é sempre o alocutário e os

jornalistas são sempre o locutor. Além disso, ela apresenta, como dispositivo

comunicativo, o jornal “Extra”, que é um veículo informativo midiático, ou seja,

faz parte da comunicação midiática.

É preciso lembrar também que, no contrato de comunicação, há os

espaços de restrição e de manobra. O espaço de restrição de uma reportagem

é caracterizado principalmente pelo fato de ela ser um gênero textual que se

propõe a relatar e explicar um fenômeno social ou político, que por sua vez,

não precisa estar necessariamente ligado de maneira direta com a atualidade.

Ela deve retratar esse fenômeno como um fato, procurando ser o mais fiel

possível à realidade dele. Na reportagem analisada, está sendo narrado um

fenômeno social, que consiste nas mudanças que ocorreram nas Escolas de

Samba, causando demissões de integrantes e gerando um momento de

tensão, inclusive durante o desfile das campeãs.

A reportagem, ainda, deve apresentar um ponto de vista distanciado e

global, demonstrar imparcialidade e propor um questionamento sobre o

assunto tratado, além de poder apresentar comentários ou falas de terceiros

(“Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!”; “-- Estou

emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais

a minha cara – disse”; “-- A preocupação agora é corrigir alguns erros que

cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco

Renato Lage.”) e outros fatos relacionados à temática. Neste caso, os

jornalistas que escreveram o texto também comentaram a ausência de

Neguinho da Beija-Flor no desfile, devido a problemas de saúde (“Ausência de

uma voz”), trazendo assim, um assunto relacionado a temática, mas que não

estava diretamente ligado ao fato relatado (as mudanças que ocorreram nas

Escolas de Samba durante o desfile das Campeãs).

71

Vale destacar que a reportagem deve retratar com riqueza de detalhes

um fato que já foi relatado em uma notícia, por isso o seu texto tende a ser

maior do que o da notícia. O espaço de restrição desse gênero textual também

prevê que ele deva fornecer informações a cerca do:

• o quê? (“troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba”);

• quando? (“no sábado” – 28/02/2009);

• onde? (“Desfile das Campeãs”);

• como? [“Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel (...) anunciou

que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca; a direção da

Viradouro informou que Milton Cunha está de partida; Júnior Schail, ex-

diretor da Vermelho-e-branco de Niterói, e Edson Pereira, ex-Unidos de

Padre Miguel, formarão a nova dupla encarregada de fazer a escola brilhar

no ano que vem”];

• além da presença da assinatura, com o nome do(s) jornalista(s) que

escreveu o texto.

A reportagem analisada foi escrita por dois jornalistas, por isso constam

duas assinaturas, “Carla Felícia” e “Fred Soares”, além da assinatura dos

colaboradores “Fernanda Baldioti e Isabel Boechat”.

No espaço de manobra, o enunciador pode empregar estratégias,

modalizando o seu discurso e fazendo as escolhas lexicais que ele julga mais

apropriadas a fim de atingir o seu objetivo, transmitindo a informação que

deseja ao leitor e tentando fazê-lo crer no que foi escrito por ele. É importante

citar que, quando o jornalista, no espaço de manobra, opta por uma estratégia

em detrimento de outra, ele está pensando no público-alvo a que se destina, já

que é pensando nele que o seu discurso se baseia. Isso pode ser visto quando

o enunciador utiliza um operador em vez de outro e, dependendo da posição

que ele ocupe no enunciado, irá causar diferentes reações no leitor.

No trecho “O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por

despedidas”, pode-se perceber que o enunciador optou pelo operador “porém”

em detrimento dos demais operadores restritivos. Pode-se pensar que esta

72

escolha apresenta um valor argumentativo, uma vez que neste contexto o

‘‘porém’’ significaria “no lugar de” indicando um movimento argumentativo (no

lugar das (ao invés das) despedidas, instalou-se o clima de descontração).

Ainda neste mesmo trecho, pode-se notar que possivelmente o

enunciador utilizou um operador restritivo em vez de um concessivo, porque

este ocorre apenas em construções de subordinação, cuja estrutura é mais

complexa, podendo causar problemas de interpretação para o leitor. Desta

maneira, assim como ocorreu nesse fragmento, muitas vezes o locutor opta

pelo uso dos operadores restritivos, pois eles estão presentes em construções

de coordenação, que se caracterizam por serem mais simples e, por

conseguinte, mais usadas pelo público-alvo do jornal.

De forma geral, pode-se dizer que o enunciador escreve a reportagem

pensando no seu público-alvo, isto é, em quem irá lê-la e, com isso, ele

constrói a imagem do seu leitor (não real), idealizando um tu-destinatário

(entidade do discurso). No caso da reportagem do jornal “Extra”, embora o tu-

destinatário seja encarado como uma pessoa que apresenta um nível

sociocultural mais baixo do que o do leitor do “O Globo”, ele também é visto

como uma pessoa que busca estar bem informada, interessando-se

fundamentalmente na informação com riqueza de detalhes e esperando que a

reportagem seja sustentada por fatos, sofrendo a menor interferência possível

por parte do jornalista que a redigiu. Vale destacar que, quando o tu-

destinatário (leitor idealizado) não corresponde ao tu-interpretante (pessoa

física que irá ler o jornal), ocorre um problema na comunicação.

Conforme foi explicitado na parte teórica desta dissertação, assim como

existe o tu-destinatário, existe também o Eu-enunciador (idealizado) que pode

ser construído pelo leitor, a partir da extremidade da recepção, e ele também

pode ser planejado pelo próprio locutor, sujeito comunicante, utilizando

determinado modo de falar a fim de que o leitor entenda de uma determinada

maneira e não de outra.

Por meio da reportagem analisada, acredita-se que o leitor do jornal

“Extra” crie a imagem de que o Eu-enunciador seja uma pessoa confiável,

crível, objetiva e que relate apenas o conteúdo informativo de maneira

73

impessoal. Neste caso, para o leitor, o Eu-enunciador isenta-se em dar

opiniões, limitando-se a transmitir o conteúdo informativo. Na realidade, o Eu-

comunicante (pessoa física) é uma pessoa (jornalistas Carla Felícia e Fred

Soares) que descreve os fatos procurando defender o seu ponto de vista de

forma implícita, apresentando um discurso com traços de subjetividade, para

conseguir convencer o leitor de que aquilo que está escrito no texto é uma

representação fiel da realidade.

No que concerne aos modos de organização do discurso, pode-se

afirmar que, no corpus desta dissertação, estão presentes os modos narrativo,

argumentativo e enunciativo, em maior ou menor grau. Na reportagem

selecionada, pode-se observar o modo narrativo nos seguintes trechos:

1.O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. Em pleno, Desfile das Campeãs no sábado, Paulo Barros, que comandou o desfile da Vila Isabel este ano, anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. 2.Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.”; “A presidente da escola, Regina Duran, demitiu o diretor de carnaval, Luís Otávio Novello, o Tavinho.

Por meio desses fragmentos, o jornalista narra os principais

acontecimentos envolvidos no fato relatado.

O modo argumentativo pode ser visto em “O Desfile das Campeãs,

porém, não foi marcado apenas por despedidas.” Nesse trecho, pode-se

perceber que sujeito enunciador assume uma posição contrária a tudo o que

até então havia sido proposto no texto. Vale dizer que a ideia que havia sido

proposta desde o início da reportagem era a de que o Desfile das Campeãs

fora marcado por momentos de tensão (momentos ruins), como pode ser visto

através do fragmento “O som dos tamborins ainda não havia cessado na

Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já

começava a esquentar o carnaval 2010”. O jornalista utiliza o operador

“porém” nesse enunciado para introduzir um argumento que se contrapõe à

ideia que vinha sendo defendida na reportagem, demonstrando que não houve

apenas momentos de tensão (tensão à descontração).

74

O enunciador utiliza o supracitado fragmento para introduzir um novo

argumento, que é oposto ao que havia sido exposto anteriormente e que

aponta para a conclusão “logo, o Desfile das Campeãs foi marcado por

momentos de descontração” (momentos bons). Esse argumento é

apresentado, ao longo da reportagem, por meio de asserções como:

1.Até quem não participou do desfile oficial fez questão de vestir uma camiseta de diretoria para participar da festa. 2.Após a passagem de Mangueira, Grande Rio, Vila Isabel, Portela e Beija-flor, o público cantou ao som dos tambores do Salgueiro. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco.

É importante notar, ainda, que o jornalista organiza as relações entre os

argumentos através do operador argumentativo restritivo “porém”,

estabelecendo, desta forma, o valor dos argumentos, e mantendo o

encadeamento e lógica do texto.

O modo enunciativo está presente nos outros dois modos

exemplificados, gerenciando-os e caracterizando a marca dos enunciadores.

Neste caso, pode-se afirmar que o modo enunciativo corresponde à

subjetividade do enunciador dentro da narrativa e da argumentação.

Na reportagem selecionada, ele ocorre por meio do comportamento

delocutivo15, através das modalidades da asserção e do discurso relatado,

respectivamente, como é possível ver nos trechos que se seguem: 1.Sem a tensão da disputa pelo campeonato e o rigor das fantasias impecáveis, o clima era de total descontração. 1. Paulo Barros (...) anunciou que vai voltar ao berço que o consagrou: a Unidos da Tijuca. 2. Já a direção da Viradouro informou que Milton Cunha está de partida: – Estou emocionado, mas quero voltar a fazer carnavais nos grupos de acesso. É mais a minha cara – disse. 3. Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: – Eu não merecia isso! 4. A preocupação agora é corrigir alguns erros que cometemos para chegar ao bi-campeonato em 2010 – disse o carnavalesco Renato Lage.

15 É importante dizer que, no comportamento delocutivo, existe subjetividade, porém, ela ocorre de forma “camuflada”.

75

5. – Ele foi fazer um show no interior e passou mal – disse Laíla. 6. Como num desabafo, o puxador Quinho deu o tom da festa da Vermelho-e-branco. “Salgueiro, campeão de fato e de direito”.

Nos exemplos de discurso relatado, o locutor apresenta a fala das

pessoas ipsis litteris a fim de deixar o seu texto mais direto, construindo,

consequentemente, uma imagem objetiva. Na reportagem analisada, o

enunciador emprega com frequência a modalidade do discurso relatado, porém

o uso da modalidade da asserção16 é mais raro.

É necessário comentar que o sujeito da enunciação utiliza o

comportamento delocutivo com o propósito de construir a imagem (Eu-

enunciador) de pessoa crível, confiável e imparcial para o leitor. Deste modo,

conforme foi ilustrado anteriormente, ele faz uso do discurso relatado e

emprega asserções utilizando sempre o texto em terceira pessoa, almejando,

assim, transmitir maior credibilidade ao leitor e promover certo distanciamento

do fato narrado. Utilizando esse tipo de comportamento, o enunciador

consegue isentar-se da responsabilidade do que está escrito, já que as

palavras que estão empregadas foram ditas por outras pessoas, e não por ele

próprio. Vale ressaltar que, a fim de proporcionar maior veracidade ao que está

escrito, o enunciador identifica, no texto, as pessoas que fizeram as

declarações, pois elas são indivíduos importantes que estão envolvidos no fato

narrado.

No que diz respeito à face microestrutural da reportagem, cuja análise se

apoiará nos pressupostos da Semântica Argumentativa, pode-se afirmar que a

subjetividade do locutor está presente no texto através dos operadores

argumentativos restritivos e concessivos, objeto de estudo deste trabalho.

Os operadores funcionam como modalizadores, isto é, por intermédio

deles é possível perceber o ponto de vista do locutor. É preciso lembrar que os

operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pelo

estabelecimento das relações semânticas entre sintagmas oracionais ou

16 Não foi possível ilustrar a modalidade da asserção com tantos exemplos como com o discurso relatado, porque ela não foi muito empregada pelo enunciador no texto.

76

sintagmas simples e oracionais, pela coesão sequencial do texto e por indicar a

força argumentativa dos enunciados, a direção para a qual apontam.

Na presente análise, serão levados em consideração apenas os

operadores argumentativos concessivos e restritivos, que, por sua vez, são

empregados para opor argumentos que orientam para conclusões contrárias

(DUCROT, 1976, 1987). Através deles, o enunciador pode focalizar o

argumento que quer dar mais destaque, além de transmitir a imagem (EU-

enunciador) de que ele é uma pessoa que respeita e considera o ponto de vista

do outro, mas, efetivamente, o argumento que prevalece e é mais pertinente é

o dele. Os operadores concessivos podem ser vistos nos seguintes trechos:

1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela; 2. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. 3. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada.

Nesses fragmentos, o operador concessivo (“mesmo” e “apesar de”)

introduz o argumento que será invalidado, o mais fraco (“Mesmo após

conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira”; “Mesmo com a

conquista do campeonato” e “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco”),

antecipando para o leitor que o argumento que prevalecerá será o seguinte, o

mais forte (“Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da

Portela”; “o Salgueiro passa por mudanças” e “a situação do carnavalesco

Alexandre Louzada é delicada.”), que, por seu turno, aponta para a conclusão

oposta a do primeiro argumento. Nesses casos, o operador introduz uma

oração cuja conclusão expressa uma ideia contrária à conclusão para a qual

aponta a oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Desta

forma, o argumento introduzido por ele não predomina sobre o outro

argumento.

Deste modo, considerando os conceitos de classe e escala

argumentativa, pode-se afirmar que os operadores “mesmo” e “apesar de”

77

atuam numa escala argumentativa, pois contrapõem argumentos que apontam

para conclusões contrárias, sendo um deles o mais forte. Nesse sentido, os

enunciados que são relacionados por eles têm uma orientação argumentativa

contrária a da oração principal, uma vez que há uma relação de força entre os

argumentos (mais fraco/ mais forte). Assim, nos casos em que o operador

concessivo foi empregado, pode-se observar o seguinte:

Nos recortes 1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-

branco de Madureira (p) (r: logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-branco),

Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela (q) (~r:

logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco); 2. Mesmo com a

conquista do campeonato (p) (r: logo, não deve haver demissões), o Salgueiro

passa por mudanças (q) (~r: logo, deve haver demissões); e 3. Apesar do bom

resultado da Azul-e-branco (p) (r: logo, Alexandre Louzada não deve ser

demitido), a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (q) (~r:

logo, Alexandre Louzada pode ser demitido); pode-se dizer que p e q têm

orientações argumentativas opostas em relação às conclusões (r e ~r)

propostas por eles. Nesses exemplos a força de p, contrária a ~r, é menor do

que a força de q a favor de ~r, o que faz com que essas estruturas sejam

orientadas no sentido de ~r. Isso significa que a orientação argumentativa de

cada recorte como um todo é:

1. Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de

Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da

Portela. (Logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco.)

2. Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por

mudanças. (Logo, deve haver demissões.)

3. Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco

Alexandre Louzada é delicada. (Logo, Alexandre Louzada pode ser

demitido.)

Por outro lado, os operadores argumentativos restritivos sempre

introduzem o argumento mais forte, o argumento cuja conclusão predomina,

78

embora o enunciador demonstre que leva em consideração o argumento mais

fraco ao utilizá-los. Esse tipo de operador pode ser visto nos recortes a seguir:

1.Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! 2. O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010. (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas.

Nos trechos em destaque, pode-se observar que, no primeiro exemplo, a

primeira oração (“Segundo ela, a decisão foi conjunta”) é o argumento mais

fraco, enquanto a segunda oração (“Mas Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não

merecia isso!”), introduzida pelo “mas”, é o argumento mais forte, cuja

conclusão é oposta a do argumento anterior e é a que prevalecerá.

No segundo exemplo, pode-se afirmar que tudo o que foi escrito

anteriormente ao segundo enunciado ([“O som dos tamborins ainda não havia

cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de

samba já começava a esquentar o carnaval 2010. (...)”] estaria funcionando

como o argumento mais fraco. O operador argumentativo “porém”, por sua vez,

sinaliza a mudança de assunto na reportagem, introduzindo um novo

argumento, este mais forte (“O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado

apenas por despedidas”), que aponta para a conclusão contrária a dos

argumentos que vinham sendo expostos ao longo do texto.

Considerando-se o operador restritivo, em 1.Segundo ela, a decisão foi

conjunta (p) (r: logo, Tavinho deve ser demitido). Mas Tavinho, abalado,

declarou: -- Eu não merecia isso! (q) (~r: logo, Tavinho não deveria ser

demitido), pode-se notar que as duas orações encontram-se coordenadas por

intermédio do morfema “mas”. Nesse caso, a conclusão r, sugerida por p e não

confirmada por q, demonstra que p e q têm orientações argumentativas

opostas em relação a r. Desta forma, a força de q, contrária a r, é maior do que

a força de p a favor de r, o que faz com que a estrutura p mas q seja orientada

no sentido de ~r (logo Tavinho não deveria ser demitido).

79

Em 2. O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o

troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010 (p) (r: logo o desfile das campeãs foi marcado por

momentos de tensão). O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado

apenas por despedidas (q) (~r: Logo, o Desfile das Campeãs foi marcado

também por momentos de descontração), a oração que contém o operador

restritivo “porém” contrapõe-se a todos os argumentos que haviam sido

apresentados ao longo da reportagem e apontam para a conclusão r (logo, o

Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de tensão). Nesse exemplo, p

aponta para a conclusão r, que não é admitida por q, que por sua vez aponta

para ~r. Assim, pode-se concluir que p e q têm orientações argumentativas

opostas em relação à r, pois a força de q, a favor de ~r, é maior do que a força

de p contra ~r. Isso significa que a orientação argumentativa de cada recorte (1

e 2) como um todo é:

1- Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado, declarou: --

Eu não merecia isso! (Logo, Tavinho não deveria ser demitido).

2- O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-

troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010. (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi

marcado apenas por despedidas. (Logo, o Desfile das Campeãs foi

marcado também por momentos de descontração).

É importante verificar que os trechos estudados se caracterizam pelo

fenômeno da polifonia, uma vez que ocorre a presença de outras vozes além

da do locutor.

Para Ducrot (1976, 1987), as construções concessivas (embora p, q / p

embora q) e as restritivas (p mas q) são marcadas pelas seguintes entidades

discursivas: L (locutor) ; E1(perspectiva do enunciador 1); E2 (perspectiva do

enunciador 2). Baseado nos exemplos que estão sendo estudados nesta

seção, pode-se dizer que, tanto na construção com operadores restritivos,

quanto concessivos, há dois enunciados que representam pontos de vista de

80

enunciadores distintos (E1 e E2). O locutor (L), ao proferir seu enunciado como

um todo, também apresenta o seu ponto de vista e o ponto de vista do outro

sobre um determinado assunto. Conforme foi visto nos enunciados analisados,

o outro pode ser o alocutário, um terceiro, ou a voz pública. Nesse sentindo, o

locutor utiliza o primeiro argumento, o mais fraco, compondo a perspectiva de

E1, e emprega o segundo argumento, o mais forte, para expor a sua

perspectiva (E2). Assim, a orientação argumentativa deste é que prevalecerá.

Nas frases que contêm operadores concessivos (“mesmo” e “apesar

de”), por tratar-se de um período composto por subordinação, o jornalista

(locutor (L)), desde o início de sua fala (“Mesmo após conquistar o terceiro

lugar para a Azul-e-branco de Madureira” (E1); “Mesmo com a conquista do

campeonato” (E1) e “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco” (E1)),

demonstra que concederá razão a E1, mas introduzirá um argumento mais

forte, da perspectiva de E2 (perspectiva do locutor). Veja-se:

1. E1: Após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira

(p). [logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-branco (r)]

E2: Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela

(q). [logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco. (~r)]

L: Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de

Madureira, (E1) Jorge Caribé pediu demissão da função de

carnavalesco da Portela (E2). [logo, Jorge Caribé não vai continuar na

Azul-e-branco.(~r)]

2. E1: Com a conquista do campeonato (p). [logo, não deve haver

demissões(r)].

E2: O Salgueiro passa por mudanças (q). [logo, deve haver demissões

(~r)]

L: Mesmo com a conquista do campeonato (E1), o Salgueiro passa por

mudanças (E2). [logo, deve haver demissões. (~r)]

3. E1: Bom resultado da Azul-e-branco (p). [logo, Alexandre Louzada não

deve ser demitido (r)]

81

E2: A situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (q). [logo,

Alexandre Louzada pode ser demitido (~r)]

L: Apesar do bom resultado da Azul-e-branco (E1), a situação do

carnavalesco Alexandre Louzada é delicada (E2). [logo, Alexandre

Louzada pode ser demitido. (~r)]

Na frase “Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado,

declarou: -- Eu não merecia isso!”, por se tratar de um período composto por

coordenação com um operador argumentativo restritivo (mas e porém),

primeiramente o locutor (L) concede razão à presidente do Salgueiro

(“Segundo ela, a decisão foi conjunta.” (E1)) para em seguida introduzir o

argumento mais forte (“Mas Tavinho, abalado, declarou: “-- Eu não merecia

isso!”” (E2)), que apontará para a conclusão contrária a do argumento

apresentado por ela. Observe-se a seguir:

E1: Segundo ela, a decisão foi conjunta (p). [logo, Tavinho deve ser

demitido (r)].

E2: Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso! (q) [logo,

Tavinho não deveria ser demitido (~r)]

L: Segundo ela, a decisão foi conjunta. (E1) Mas Tavinho, abalado,

declarou: -- Eu não merecia isso! (E2) [logo, Tavinho não deveria ser

demitido (~r)]

Na frase “O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por

despedidas”, a oração como um todo apresenta a perspectiva de E2,

consequentemente é o argumento mais forte, que está funcionando como um

contraponto a tudo o que foi dito anteriormente na reportagem. Desta forma,

tudo o que foi escrito na reportagem antes desse enunciado seria a partir da

perspectiva de E1, configurando o argumento mais fraco, que aponta para a

conclusão logo, o Desfile das Campeãs foi marcado por momentos de tensão.

Essa conclusão, por seu turno, não prevalecerá, uma vez que a conclusão que

prevalecerá será aquela apontada pelo argumento da perspectiva de E2 (logo,

82

o Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de tensão).

Veja-se:

E1: O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-

troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010 (...) (p). [logo, o desfile das campeãs foi

marcado por momentos de tensão (r)].

E2: O Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por despedidas (q)

[logo, o Desfile das Campeãs foi marcado também por momentos de

descontração (~r)]

L: O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-

troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010 (...) (E1). O Desfile das Campeãs, porém,

não foi marcado apenas por despedidas (E2) [logo, o Desfile das

Campeãs foi marcado também por momentos de descontração (~r)]

É preciso comentar ainda que cada argumento dos exemplos estudados

durante esta seção se fundamenta em um topos (plural, topoï). Na frase

Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de Madureira,

Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela, o primeiro

argumento (Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de

Madureira) pode defender a tese (logo, Jorge Caribé vai continuar na Azul-e-

branco) porque se apoia num topos que diz: “quem conquista uma boa

classificação não troca de escola”. Entende-se que quem conquistou um bom

lugar em uma Escola de Samba do Grupo Especial não quer ir para uma

Escola do grupo de acesso. O segundo argumento (Jorge Caribé pediu

demissão da função de carnavalesco da Portela), entretanto, pode defender a

tese contrária (logo, Jorge Caribé não vai continuar na Azul-e-branco) porque

se sustenta num topos que diz: “quem pede demissão troca de Escola, isto é,

quer sair dela”.

Na construção Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro

passa por mudanças, o primeiro argumento (Mesmo com a conquista do

campeonato) pode defender a tese (logo, não deve haver demissões) porque

se fundamenta num topos que diz: “quando algo está dando bons resultados

83

não deve ser modificado”. No entanto, o segundo argumento (o Salgueiro

passa por mudanças) pode defender a tese contrária (logo, deve haver

demissões) porque se apoia num topos que diz: “quando algo passa por

mudanças é modificado”.

Já no enunciado Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho,

abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!”, o primeiro argumento (Segundo

ela, a decisão foi conjunta) pode defender a tese logo, Tavinho deve ser

demitido porque se fundamenta num topos que diz: “quando um grupo de

pessoas decide que alguém deve ser demitido, significa que a pessoa fez algo

de errado”. O segundo argumento, por seu turno (Mas Tavinho, abalado,

declarou: “-- Eu não merecia isso!”), pode defender a tese contrária logo,

Tavinho não deveria ser demitido porque se sustenta num topos que diz:

“quando alguém é demitido, não pensa que fez algo de errado”.

No fragmento O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida

e o troca-troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010 (...) O Desfile das Campeãs, porém, não foi

marcado apenas por despedidas, o primeiro argumento17 [O som dos tamborins

ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de carnavalescos entre as

escolas de samba já começava a esquentar o carnaval 2010 (...)] pode

defender a tese (logo, o desfile das campeãs foi marcado por momentos de

tensão) porque se sustenta num topos que diz: Quando ocorre troca-troca de

carnavalescos, está presente o estresse. O segundo argumento (O Desfile das

Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas) pode defender a

tese (logo, o Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de

tensão) porque se apoia num topos que diz: Quando ocorrem despedidas e

momentos alegres, estão presentes o estresse e a descontração.Com isso,

pode-se notar que este último argumento se sustenta num topos que é oposto

ao topos no qual os argumentos que foram expostos ao longo da reportagem

se sustentam.

17 É importante lembrar que o primeiro argumento (mais fraco) que antecede o enunciado O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas, corresponde a toda porção textual que o precede.

84

No último exemplo Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a

situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada, o primeiro argumento

(Apesar do bom resultado da Azul-e-branco) pode defender a tese (logo,

Alexandre Louzada não deve ser demitido) porque se sustenta num topos que

diz: “quando a Escola de Samba tem um bom desfile na Sapucaí os integrantes

são mantidos na Escola”. No entanto, o segundo argumento (a situação do

carnavalesco Alexandre Louzada é delicada) pode defender a tese contrária

(logo, Alexandre Louzada pode ser demitido) porque se apoia num topos que

diz: “quando a situação de uma pessoa é delicada, ela pode não ser mantida

na Escola”.

Por fim, o conceito que será abordado nesta seção serão as estratégias

de relação propostas por Guimarães. A partir dos enunciados analisados,

pode-se perceber que, nas construções em que há a presença do operador

concessivo, foi utilizada a estratégia da antecipação. Veja-se:

1. “Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de

Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da

Portela.”

2. “Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por

mudanças.”

3. “Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco

Alexandre Louzada é delicada.”

Conforme foi ilustrado, nos exemplos acima, foi utilizada a estratégia da

antecipação. Com isso, o locutor, ao introduzir o primeiro argumento por

operador (Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a Azul-e-branco de

Madureira; Mesmo com a conquista do campeonato; Apesar do bom resultado

da Azul-e-branco), antecipou que o argumento seguinte (Jorge Caribé pediu

demissão da função de carnavalesco da Portela; o Salgueiro passa por

mudanças; a situação do carnavalesco Alexandre Louzada é delicada)

apontaria para a conclusão contrária (logo, Jorge Caribé não vai continuar na

Azul-e-branco; logo, deve haver demissões; logo, Alexandre Louzada pode ser

demitido), conclusão essa que prevaleceria. Assim, o argumento introduzido

85

pelo operador (argumento mais fraco e com valor semântico de concessão), foi

anulado, enquanto, o segundo argumento, o que não foi introduzido pelo

operador (mais forte e com valor semântico de restrição), se manteve e

prevaleceu.

Por outro lado, os enunciados que apresentam operadores restritivos

constroem-se por meio da estratégia do suspense. Veja-se:

1. “Segundo ela, a decisão foi conjunta. Mas Tavinho, abalado,

declarou: -- Eu não merecia isso!”

2. “O som dos tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-

troca de carnavalescos entre as escolas de samba já começava a

esquentar o carnaval 2010 (...) O Desfile das Campeãs, porém, não

foi marcado apenas por despedidas.”

Nestes casos, o argumento que contém o operador é o mais forte (Mas

Tavinho, abalado, declarou: -- Eu não merecia isso!; O Desfile das Campeãs,

porém, não foi marcado apenas por despedidas), o que faz com que sua

conclusão seja predominante (logo, Tavinho não deveria ser demitido; logo, o

Desfile das Campeãs não foi marcado apenas por momentos de tensão). Pode-

se afirmar que esses tipos de construção causam suspense no leitor, pois, ao

ler a primeira oração (Segundo ela, a decisão foi conjunta e O som dos

tamborins ainda não havia cessado na Avenida e o troca-troca de

carnavalescos entre as escolas de samba já começava a esquentar o carnaval

2010 (...)), ele não imagina qual será a continuação da frase. Deste modo, ele

somente percebe que a conclusão que prevalecerá será contrária a do primeiro

argumento quando vê o operador restritivo introduzindo o comentário.

É importante observar que, ao longo desta seção, foi feita uma análise

qualitativa de uma reportagem retirada do corpus, aplicando-se os conceitos

que foram explicados no capítulo destinado aos pressupostos teóricos. Na

próxima parte desta dissertação, será apresentada a análise quantitativa dos

dados.

86

4.2 Análise quantitativa Nesta seção, serão divulgados os dados desta pesquisa, segundo uma

análise quantitativa dos gêneros notícia e reportagem dos jornais O Globo e

Extra.

Primeiramente, foi observada a frequência dos operadores

argumentativos de maneira geral, sem distinção de jornal, de gênero textual ou

até mesmo de tipo de operador. Veja-se a seguir:

Gráfico I

A partir do gráfico I, pode-se constatar que, independentemente do jornal

e do gênero textual, os operadores argumentativos restritivos (80,89%) são

mais recorrentes do que os operadores argumentativos concessivos (19,10%).

Esse resultado confirma a hipótese de que os operadores restritivos

apresentariam uma frequência maior do que os concessivos nos dois jornais e

gêneros. Pode-se afirmar que essa hipótese se justifica pelo fato de que o

enunciador prefere empregar um operador restritivo em vez de um concessivo,

porque este ocorre apenas em construções de subordinação, cuja estrutura é

mais complexa, podendo causar problemas de interpretação para o leitor.

Desta forma, muitas vezes o locutor opta pelo uso dos operadores restritivos,

pois eles estão presentes em construções de coordenação, que se

OPERADORES ARGUMENTATIVOS RESTRITIVOS E OPERADORES

ARGUMENTATIVOS CONCESSIVOS

80,89%

19,10%

OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS

87

caracterizam por serem mais simples e, por conseguinte, mais utilizadas pelo

público-alvo do jornal.

Em um segundo momento, foi feita uma análise quantitativa, levando-se

em consideração apenas o jornal “O Globo”. Como pode ser visto através do

gráfico abaixo:

Gráfico II

OPERADORES RESTRITIVOS E CONCESSIVOS NO JORNAL

"O GLOBO"

78,70%

21,29%

OPERADORES RESTRITIVOSOPERADORES CONCESSIVOS

Por intermédio do gráfico II, pode ser verificado que, no jornal “O Globo”,

os operadores restritivos (78,70%) são mais frequentes do que os operadores

concessivos (21,29%). Vale dizer que o mesmo ocorre no jornal Extra como

pode ser observado no gráfico a seguir:

Gráfico III

OPERADORES RESTRITIVOS E CONCESSIVOS NO JORNAL

"EXTRA"

83,92%

16,07%

OPERADORES RESTRITIVOSOPERADORES CONCESSIVOS

88

No gráfico acima, pode-se perceber que, no jornal “Extra”, os operadores

restritivos (83,92%) também apresentam um percentual maior do que os

concessivos (16,07%).

Comparando-se, porém, ambos os jornais no que diz respeito apenas à

frequência dos operadores concessivos, foi constatado que, no jornal “O

Globo”, (67,34%), eles são mais recorrentes do que no jornal “Extra” (32,66%).

Esses dados podem ser comprovados através do gráfico a seguir:

Gráfico IV

OPERADORES CONCESSIVOS NOS JORNAIS "O GLOBO" E "EXTRA"

67,34%

32,66%OPERADORES CONCESSIVOS"O GLOBO"OPERADORES CONCESSIVOS"EXTRA"

É necessário notar que os resultados dos gráficos II, III e IV ratificam a

hipótese de que o jornal “O Globo” teria um percentual maior de operadores

concessivos e restritivos do que o “Extra”, sendo a diferença mais expressiva

nos concessivos. Essa hipótese se explica pelo fato de que as reportagens e

as notícias do jornal “O Globo” costumam apresentar um conteúdo mais

extenso, com muitos detalhes e uma linguagem mais formal, diferenciando-se

do jornal “Extra”, que normalmente tem reportagens e notícias mais curtas com

uma linguagem mais informal e com construções simples.

Nos gráficos abaixo, o percentual dos operadores foi calculado levando-

se em consideração o gênero textual e o jornal analisado.

89

Gráfico V

NOTÍCIA EM "O GLOBO"

78,12%

21,87%

OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS

Desta forma, o gráfico V apresenta o percentual dos operadores

argumentativos restritivos e concessivos nas notícias do jornal “O Globo”. A

partir desse gráfico, pode-se dizer que os operadores concessivos (21,87%)

são menos frequentes do que os restritivos (78,12%) nas notícias do jornal “O

Globo”.

Um resultado similar foi obtido no gráfico VI, como pode ser visto a

seguir:

Gráfico VI

NOTÍCIA EM "EXTRA"

83,72%

16,27%

OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS

90

O gráfico VI ilustra que os operadores restritivos (83,72%) também são

mais recorrentes do que os concessivos (16,27%) nas notícias do jornal

“Extra”. Por meio dos gráficos V e VI, pode-se perceber que, comparando o

jornal “O Globo” ao “Extra”, a diferença de emprego entre os operadores

restritivos e concessivos é mais significativa no “Extra” (83,72% X 16,27%), isto

é, este jornal utiliza muito mais estruturas com os operadores restritivos do que

com os concessivos.

No que concerne às reportagens do jornal “O Globo”, pode-se verificar o

seguinte:

Gráfico VII

REPORTAGEM EM "O GLOBO"

78,86%

21,13%

OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS

A partir do gráfico VII, pode-se afirmar que as reportagens do “O Globo”

apresentam 78,86% de operadores restritivos e 21,13% de operadores

concessivos.

O próximo gráfico representa o percentual dos operadores nas

reportagens do jornal “Extra”.

91

Gráfico VIII

REPORTAGEM EM "EXTRA"

84,05%

15,94%

OPERADORES ARGUMENTATIVOSRESTRITIVOSOPERADORES ARGUMENTATIVOSCONCESSIVOS

O gráfico VIII demonstra que as reportagens do jornal “Extra”

apresentam 84,05% de operadores restritivos e 15,94% de concessivos. Deste

modo, com base nos gráficos II ao VIII, foi verificado que os operadores

restritivos apresentam uma frequência maior do que os concessivos nos dois

jornais e gêneros. Além disso, vale ressaltar que o jornal “O Globo” tem um

percentual maior de operadores concessivos e restritivos do que o “Extra”,

sendo a diferença mais expressiva nos concessivos. É preciso observar que o

jornal “O Globo” tem um percentual maior de operadores concessivos do que o

“Extra” devido ao seu público-alvo, uma vez que este se destina às classes C e

D, enquanto aquele se destina às classes A e B. Nesse sentido, acredita-se

que, como o público-alvo do “O Globo” tende a apresentar um nível

sociocultural mais alto, ele utiliza mais construções de subordinação, que são

caracterizadas por serem estruturas mais complexas, do que o “Extra”.

Os gráficos seguintes (IX, X, XI e XII) ilustrarão a frequência do operador

restritivo “mas”, comparando-o com os demais operadores restritivos e

concessivos.

92

Gráfico IX

OPERADOR "MAS" NAS NOTÍCIAS DO JORNAL "O GLOBO"

46,87%

53,12%

OPERADOR "MAS"

DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS

O gráfico IX leva em consideração o percentual do operador “mas” e dos

demais operadores nas notícias do jornal “O Globo”, demonstrando que esse

gênero textual apresenta uma frequência de 46,87% do operador “mas” e

53,12% dos demais operadores.

A seguir pode-se observar o gráfico X:

Gráfico X

OPERADOR "MAS" NAS NOTÍCIAS DO JORNAL "EXTRA"

65,11%

34,88% OPERADOR "MAS"

DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS

No que concerne às notícias do jornal “Extra”, pode-se ver, através do

gráfico X, que o operador “mas” tem uma frequência de 65,11%, enquanto os

demais operadores apresentam um percentual de 34,88%. Comparando-se o

93

gráfico IX e o X, pode-se notar que, nas notícias do jornal “O Globo”, a

porcentagem do operador “mas” é inferior à porcentagem dos demais

operadores, enquanto no “Extra”, embora a porcentagem do “mas” seja inferior

a dos demais operadores, a diferença entre eles é muito pequena (6,25%).

Este resultado deve-se ao fato de que o jornal “O Globo” dirige-se a um público

mais escolarizado do que o “Extra” e, por isso, procura usar diversos tipos de

operadores.

Gráfico XI

OPERADOR "MAS" NAS REPORTAGENS DO JORNAL

"O GLOBO"

60,97%

39,02%OPERADOR "MAS"

DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS ECONCESSIVOS

Por intermédio do gráfico XI, pode-se perceber que, nas reportagens do

jornal “O Globo”, o operador “mas” apresenta o percentual de 60,97% enquanto

os demais operadores representam apenas 39,02%.

O próximo gráfico ilustra o percentual do operador “mas” e dos demais

operadores nas reportagens do jornal “Extra”.

94

Gráfico XII

OPERADOR "MAS" NAS REPORTAGENS DO JORNAL

"EXTRA"

59,42%

40,57% OPERADOR "MAS"

DEMAIS OPERADORESRESTRITIVOS E CONCESSIVOS

Assim como nas reportagens do jornal “O Globo”, pode-se verificar por

meio do gráfico XII que, nas reportagens do jornal “Extra”, há também o

predomínio do uso do operador “mas” (59,42%) com relação aos demais

operadores, que representam 40,57% das ocorrências. Desta maneira, em uma

análise quantitativa dos gráficos IX, X, XI e XII, pode-se afirmar que os

resultados obtidos confirmam a hipótese de que o operador “mas” é o mais

recorrente nos dois gêneros e jornais, sendo, consequentemente, conforme

afirma Ducrot (1987), o operador argumentativo por excelência.

Nesta parte desta seção, serão exibidos gráficos que ilustram a

produtividade de cada operador argumentativo restritivo e concessivo que

estão presentes no corpus desta dissertação, a fim de apontar quais são os

mais produtivos e os menos produtivos em cada gênero e jornal estudado. A

princípio, será exposto o gráfico XIII, que demonstra a produtividade de cada

operador de maneira geral, sem levar em consideração o jornal e o gênero

textual.

95

Gráfico XIII

Independentemente do gênero e jornal analisado, a partir do gráfico XIII,

pode-se constatar que o operador “mas” é o mais produtivo, apresentando o

percentual de 60,23%, seguido pelos operadores “no entanto” (10,81%),

“porém” (8,49%) e “apesar de” (8,49%). O operador menos utilizado, por sua

vez, é “ao contrário” (0,38%) seguido por “entretanto” (0,77%) e “já” (1,54%).

A seguir, poder-se-á observar o gráfico que representa a produtividade

dos operadores nas notícias do jornal “O Globo”.

Gráfico XIV

96

No que diz respeito à produtividade dos operadores estudados nas

notícias do jornal “O Globo”, através do gráfico XIV é possível identificar que o

operador “mas” é o mais frequente, apresentando o percentual de 53,57%,

seguido pelos operadores “no entanto” e “apesar de”, que apresentam o

percentual de 17,58%. Este gráfico aponta, ainda, que os operadores menos

recorrentes são “entretanto”, “ao contrário” e “mesmo”, uma vez que não houve

nenhuma ocorrência (0%) deles em notícias do jornal “O Globo”.

O próximo gráfico ilustra a produtividade dos operadores nas notícias do

jornal “Extra”.

Gráfico XV

Considerando os operadores que estão presentes nas notícias do jornal

“Extra”, o gráfico XV demonstra que o operador “mas” é o mais produtivo,

seguido pelos operadores “no entanto” e “mesmo”, que apresentam o

percentual de 13,33% e 8,88%, respectivamente. Por outro lado, pode-se notar

que os operadores menos frequentes são “entretanto” e “ao contrário”, pois não

houve nenhuma ocorrência deles no gênero textual desse jornal.

O gráfico XVI expõe a produtividade dos operadores nas reportagens do

jornal “O Globo”.

97

Gráfico XVI

No que concerne à produtividade dos operadores argumentativos

restritivos e concessivos nas reportagens do jornal “O Globo”, pode ser visto

através do gráfico XVI que o operador “mas” é o mais empregado,

representando 61,53% das ocorrências, seguido pelo operador “porém”

(9,40%) e “apesar de” (8,54%). Nesse mesmo gráfico, pode-se perceber que os

operadores menos produtivos são “entretanto”, “ao contrário” e “já”, que

apresentam o mesmo percentual, 0,85%.

A seguir, será exposto o último gráfico (XVII), que diz respeito à

produtividade de cada operador analisado nesta dissertação. Por meio dele,

pode-se verificar a frequência dos operadores nas reportagens do jornal

“Extra”. Assim, pode-se notar que o operador “mas” é o mais utilizado,

apresentando o percentual de 60,86% das ocorrências, seguido pelos

operadores “no entanto” e “porém”, que correspondem a 13,04% e 10,14% das

ocorrências, respectivamente. Os operadores menos recorrentes nesse gênero

desse jornal são “ao contrário” e “embora”, que não tiveram nenhuma

ocorrência (0%), seguidos pelos operadores “entretanto” e “já” que

representam apenas 1,44% das ocorrências.

98

Gráfico XVII

Cotejando-se os gráficos XIII, XIV, XV, XVI e XVII, de maneira geral

pode-se dizer que os dois operadores mais produtivos nos jornais e gêneros

analisados são restritivos (“mas” e “no entanto”) seguidos pelo operador

concessivo “apesar de”. Do ponto de vista sintático, esse resultado se deve ao

fato de que os operadores restritivos operam em construções de coordenação,

enquanto os concessivos atuam em construções de subordinação. Nesse

sentido, possivelmente o enunciador opte pelo uso de um operador restritivo

em vez de um concessivo, porque este ocorre apenas em construções de

subordinação, cuja estrutura é mais complexa, podendo causar problemas de

interpretação para o leitor. Da perspectiva discursiva, esse dado se deve

provavelmente ao fato de que os operadores restritivos introduzem o

argumento mais forte e, por isso, tendem a ser mais utilizados, enquanto os

concessivos introduzem o argumento mais fraco.

Assim, mediante a análise quantitativa ilustrada nos gráficos (XIII, XIV,

XV, XVI e XVII) que apresentaram a produtividade de cada operador nos

gêneros e jornais analisados nesta dissertação, foi possível chegar a uma série

de resultados, que serão explicitados a seguir. Veja-se:

99

a) o gênero reportagem apresenta maior variedade de operadores

argumentativos do que o gênero notícia;

b) o jornal “O Globo” apresenta maior variedade de operadores

argumentativos do que o jornal “Extra”;

c) cotejando-se a frequência de cada operador argumentativo, constata-se

que o operador “mas” é o mais produtivo nos dois gêneros e jornais,

sendo seguido pelos operadores “no entanto”, “apesar de” e “porém”.

Desta forma, com base na análise qualitativa e quantitativa que foi feita

nesta dissertação, foi possível verificar que o operador “mas” é o mais

frequente e mais produtivo dentre os operadores concessivos e restritivos.

Além disso, comparando-se o jornal “Extra” e o “O Globo”, foi observado que

este apresenta maior variedade e frequência de operadores tanto concessivos

quanto restritivos. No que diz respeito aos gêneros textuais, pode-se dizer que,

mediante as análises feitas, o gênero reportagem apresenta maior frequência e

variedade de operadores do que a notícia.

É importante comentar que o gênero reportagem apresenta maior

variedade de operadores argumentativos do que o gênero notícia, pois este

apresenta apenas as informações mais relevantes acerca do fato, sendo,

assim, mais objetivo e sucinto do que a reportagem. A reportagem, por seu

turno, retrata e discute o acontecimento relatado com maior riqueza de

detalhes e, por isso, o seu texto tende a ser mais extenso do que o da notícia,

apresentando mais construções e, consequentemente, mais operadores

também.

Vale ressaltar que o jornal “O Globo” apresenta maior variedade de

operadores argumentativos do que o “Extra”, pois este se destina às classes C

e D, que, por sua vez, tendem a apresentar um nível sociocultural mais baixo

do que o público-alvo do “O Globo” (classes A e B). Por conseguinte, as

reportagens e as notícias do “O Globo” costumam apresentar um conteúdo

mais extenso, com muitos detalhes e uma linguagem mais formal, contendo

uma maior variedade de construções e operadores, distinguindo-se do “Extra”,

que apresenta normalmente reportagens e notícias mais curtas.

100

O fato de o operador “mas” ser o mais produtivo nos dois gêneros e

jornais, sendo seguido pelos operadores “no entanto”, “apesar de” e “porém”,

conforme já foi explicitado, vai ao encontro do pensamento de Ducrot de que o

“mas” é um operador argumentativo por excelência. O operador “mas” – assim

como o operador “no entanto” – é um operador restritivo utilizado em

construções de coordenação. Deste modo, o enunciador tende a preferir usar

um operador restritivo a um concessivo, porque aquele é típico de construções

mais simples.

No que concerne às estratégias argumentativas propostas por

Guimarães, a seguir serão apresentados gráficos que demonstram a

frequência de cada uma delas nos gêneros e jornais analisados ao longo desta

dissertação. Veja-se:

Gráfico XVIII

81,81%

13,63%

4,54%

suspense

antecipação

manutenção

Estratégias  argumentativas  nas  notícias  do  jornal  Extra

A partir do gráfico XVIII, pode-se verificar que, nas notícias do jornal

“Extra”, a estratégia do suspense é a mais recorrente, apresentando o

percentual de 81,81%, seguida pela estratégia da antecipação (13,63%) e

manutenção (4,54%).

101

Gráfico XIX

80%

16,66%

3,33%

suspense

antecipação

manutenção

Estratégias  argumentativas  nas  notícias  do  jornal  O  Globo

Assim como nas notícias do jornal “Extra”, pode-se constatar, por meio

do gráfico XIX, que nas notícias do jornal “O Globo” há também o predomínio

da estratégia do suspense (80%) com relação às estratégias da antecipação e

manutenção, que representam 16,66% e 3,33%, respectivamente.

Gráfico XX

No que diz respeito às reportagens do jornal “Extra”, pode-se ver,

através do gráfico XX, que elas têm 83,82% da estratégia do suspense,

14,70% da antecipação e 1,47% da manutenção.

102

Gráfico XXI

O gráfico XXI demonstra que as reportagens do jornal “O Globo”

apresentam 81% de construções utilizando a estratégia do suspense, 15,96%

usando a estratégia da antecipação e 3,36% empregando a estratégia da

manutenção. Deste modo, com base nos gráficos XVIII ao XXI, pode-se

confirmar a hipótese de que a estratégia argumentativa mais recorrente nos

dois jornais e gêneros é a estratégia do suspense.

É importante lembrar que a estratégia do suspense é a mais produtiva

nos dois gêneros e jornais, pois, assim como os operadores restritivos, ela é

típica de construções de coordenação, que se caracterizam por serem mais

simples. Consequentemente, essa estratégia tende a ser mais utilizada do que

as demais, que, por seu turno, são empregadas em estruturas compostas por

subordinação (mais complexas).

A estratégia do suspense, do ponto de vista sintático, está ligada a uma

estrutura mais simples, que é o processo de coordenação. Do ponto de vista

discursivo, porém, é uma estratégia muito importante, na medida em que ela se

constitui em conceder razão ao outro (há valorização do ponto de vista do

outro) sem demonstrar que o argumento seguinte (contrário) será o que irá

prevalecer.

Nos gráficos abaixo será ilustrada a frequência das estratégias da antecipação e

da manutenção levando-se em consideração apenas as estratégias veiculadas pela

subordinação. Veja-se a seguir:

103

Gráfico XXII

A partir do gráfico XXII, pode-se dizer que a estratégia da antecipação é

mais frequente (75%) do que a da manutenção (25%) nas notícias do jornal

“Extra”. No que concerne às notícias do jornal “O Globo”, pode-se verificar o seguinte:

Gráfico XXIII

Segundo o gráfico XXIII, pode-se observar que a estratégia da

manutenção, que apresenta o percentual de 16,66%, também é menos

recorrente do que a da antecipação (83,33%) nas notícias do jornal “O Globo”.

Comparando-se o gráfico XXII e XXIII, é possivel perceber que, nas notícias do

104

jornal “Extra”, há uma diferença menor entre o uso de construções com a

estratégia da antecipação e da manutenção (50%) do que no jornal “O Globo”.

Nas notícias deste jornal, a diferença entre o uso dessas duas estratégias é

maior (66,67%). Este fato demonstra que, nas notícias do jornal “Extra”, há um

emprego maior da estratégia da manutenção (comparado ao uso da estratégia

da antecipação) do que nas notícias do jornal “O Globo”.

Este resultado talvez possa ser explicado pelo fato de a estratégia da

manutenção ter menos peso do ponto de vista argumentativo do que a da

antecipação. Vale comentar que a estratégia da antecipação, por ser

introduzida pelo operador e estar no início da frase, provoca um impacto maior

no alocutário do que a estratégia da manutenção, que está presente no final do

frase e funciona como um contraponto. Logo, baseado nesses dados, pode-se

afirmar que o jornal “O Globo” é mais argumentativo do que o “Extra”.

Gráfico XXIV

O gráfico XXIV demonstra que a estratégia da antecipação (90,90%) é

mais produtiva do que a estratégia da manutenção (9,09%) nas reportagens do

jornal “Extra”. Um resultado parecido foi obtido no gráfico XXV que ilustra que a

estratégia da antecipação (82,60%) também é mais recorrente do que a da

manutenção (17,39%) nas reportagens do jornal “O Globo”. Veja abaixo:

Gráfico XXV

105

Cotejando os gráficos XXIV e XXV, pode-se notar que, nas reportagens

do jornal “Extra”, há uma diferença maior entre o uso de construções com a

estratégia da antecipação e da manutenção (81,81%) do que no jornal “O

Globo”. Nas reportagens deste jornal, a desigualdade entre o emprego dessas

duas estratégias é menor (65,21%). Este dado aponta que nas reportagens do

jornal “O Globo” há maior utilização da estratégia da manutenção (comparado

ao uso da estratégia da antecipação) do que nas reportagens do jornal “Extra”.

É importante dizer que provavelmente isso ocorra devido ao fato de as

reportagens do jornal “O Globo” serem mais extensas e conterem maior

diversidade de construções do que no “Extra”.

Desta forma, em uma análise quantitativa dos gráficos XXII, XXIII, XXIV

e XXV, foi possível ratificar a hipótese de que, entre as estratégias

argumentativas veiculadas pelo processo de subordinação, a estratégia da

antecipação é a mais frequente nos dois jornais e gêneros analisados. Vale

lembrar que este dado está relacionado ao fato de o enunciador buscar

destacar a concessão, utilizando a estratégia da antecipação, pois, quando ele

utiliza esse mecanismo, ele dá ênfase ao fato de estar levando em

consideração o ponto de vista do outro.

Consequentemente, esse mecanismo ajuda o enunciador a transmitir

uma imagem de pessoa justa, crível e imparcial para o leitor. Por outro lado,

quando ele utiliza a estratégia da manutenção, a concessão fica em um plano

106

secundário e não fica tão evidente para o leitor que o enunciador está

considerando o ponto de vista do outro.

Nesta parte desta seção, serão exibidas tabelas que tratam do contexto

morfossintático em que os operadores argumentativos restritivos e concessivos

estão inseridos. Com base nelas, serão constatadas as estruturas mais

utilizadas com cada operador. Vale dizer que neste momento não serão

levados em consideração o jornal e o gênero textual.

Primeiramente, serão verificados os contextos morfossintáticos nos

quais os operadores argumentativos restritivos se encontram, para em seguida

serem estudados os contextos presentes com os operadores concessivos. Na

tabela abaixo, serão observadas estruturas em que o operador “mas” se

encontra. Veja-se:

Tabela I MAS

Oração+MAS+oração

(Leandro Guerreiro, Juninho e Alessandro participaram de grandes times alvinegros nos últimos dois anos, mas agora querem ser campeões pelo clube.)

31,64%

MAS+oração

(Mas perdeu a decisão do Estadual para o Flamengo (1 a 0 e 3 a 1).)

13,29%

Sintagma preposicional +oração + MAS +oração

(Segundo informações do médico Joaquim Neto, que atendeu os feridos, as duas vítimas passaram por cirurgias na madrugada de ontem, mas não resistiram.)

8,86%

MAS+sintagma preposicional+oração

(Mas até agora, tudo vem sendo

4,43%

107

controlado na base de muita conversa)

Sintagma nominal +oração +MAS + oração

(O presidente do Timão, Andres Sanchez, também estaria no grupo, mas ninguém confirmou.)

3,79%

Oração+sintagma preposicional +mas +oração

(O corpo de Renan foi levado, na manhã de ontem, para o Instituto Médico-Legal (IML), mas os amigos estão com dificuldade para conseguir a liberação.)

3,79%

Oração+MAS+sintagma preposicional +oração

(Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer injustiças.)

3,79%

Oração+ MAS + oração + sintagma preposicional + oração

(Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município.)

2,53%

Oração+MAS+sintagma nominal + oração

(Os criminosos queriam subir para assaltar as pessoas na festa, mas o delegado, que não estava com a carteira funcional, nem sua arma e tampouco se identificou como policial, conseguiu convencer os bandidos a irem embora.)

1,89%

108

Sintagma preposicional+oração+MAS +sintagma nominal

(Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis.)

1,89%

Oração+sintagma preposicional + oração +MAS+oração

(Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos armados tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo.)

1,26%

MAS+sintagma nominal+sintagma adjetival+oração

(Mas a providência, tomada logo nas primeiras horas da manhã, não convenceu boa parte dos senadores.)

1,26%

MAS+oração+sintagma preposicional +sintagma nominal

(Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção)

1,26%

Oração+MAS+sintagma preposicional

(CNBB defende arcebispo que excomungou mãe e médicos e pede punição ao agressor, mas na Justiça.)

1,26%

Oração principal+sintagma adverbial +oração subordinada+MAS+oração

(Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões.)

1,26%

Sintagma preposicional +oração +MAS+oração+sintagma nominal

(No segundo, Baby devolveu a liderança

1,26%

109

ao Flamengo com uma cesta de dois pontos, mas Valtinho aproveitou contra-ataque e deixou tudo igual: 27 a 27.)

Oração+sintagma nominal +MAS + oração

(Tim disse ter pedido ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mas que nada foi feito.)

1,26%

Sintagma preposicional +oração + MAS +sintagma preposicional

(Na estação das barcas em Niterói, o movimento foi intenso pela manhã, mas sem tumultos.)

1,26%

Sintagma adjetival +oração +MAS + oração

(Agredido, músico fica com pernas sob o carro, mas assaltantes não conseguem ligar o veículo.)

0,63%

Oração+sintagma preposicional + sintagma nominal + sintagma adjetival +oração+MAS+oração

(Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos – um deles armado - tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo.)

0,63%

MAS+sintagma nominal+oração

(Mas, pouco depois da meia-noite, Sarney estava totalmente decidido.)

0,63%

Oração + MAS + que + oração parentética

(Eles disseram que a promotoria não conseguiu provar além de qualquer dúvida que houve intenção deliberada

0,63%

110

massacrar ou expulsar totalmente a população da região – mas que, se forem apresentadas novas provas, a decisão pode ser emendada.)

Oração+MAS+apesar de+oração

(Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube.)

0,63%

Sintagma adverbial+oração + MAS +oração

(Ontem, o técnico Dorival Júnior confirmou as exigências que fez ao assinar contrato com o Vasco, mas disse que está dando um voto de confiança à diretoria.)

0,63%

MAS+oração+sintagma preposicional

(Mas rompeu com o presidente no ano seguinte, por causa de disputas políticas em Alagoas.)

0,63%

Sintagma adjetival+MAS+oração

(Alfabetizados, mas incapazes de ler ou compreender textos.)

0,63%

Sintagma nominal + sintagma preposicional + oração+MAS+oração

(O arquivista Jorge Luiz Costa, de 58 anos, pensava em contar com os trens, mas encontrou as portas fechadas.)

0,63%

Oração+sintagma preposicional +MAS +sintagma preposicional+oração

(Quatro mulheres permanecem em observação, no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas, segundo a assessoria da unidade, nenhuma delas

0,63%

111

corre risco de vida.)

MAS+sintagma preposicional + sintagma nominal +oração

(Mas, segundo o comerciante Pedro José de Menezes, de 50 anos, uma das vítimas, os criminosos roubaram no mínimo seis pessoas.)

0,63%

Sintagma nominal+oração+sintagma preposicional+MAS+oração+sintagma adverbial+sintagma preposicional

(Verônica, que foi enterrada ontem pela manhã no Cemitério de Irajá, tinha um coagulo, provocado por uma queda no banheiro, do lado esquerdo da cabeça, mas a cirurgia foi realizada, primeiramente, na parte direita.)

0,63%

Sintagma preposicional+oração+ Sintagma preposicional +MAS + sintagma adjetival

(Naquela ocasião – com atraso, na comparação com os principais emergentes e países ricos – o BC decidiu reduzir os juros, em 1 ponto percentual, mas rachado.)

0,63%

MAS+sintagma adjetival+oração

(Mas bem marcado e cometendo muitas faltas, o Flamengo permaneceu atrás no marcador até o final do quarto.)

0,63%

Oração+MAS+sintagma adverbial + oração

(Elas não serão mais analisadas mês a mês, mas trimestralmente, seguindo uma orientação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).)

0,63%

112

Sintagma nominal+sintagma preposicional + oração + sintagma preposicional+oração+MAS+oração

(O empresário Alexandre Torres, de 32 anos, fez compras ontem na loja do West Shopping, em Campo Grande, e pretendia pagá-las em dinheiro, mas mudou de ideia ao saber da possibilidade de usar o cartão.)

0,63%

Sintagma nominal+sintagma preposicional +oração+ sintagma preposicional+MAS+oração+sintagma nominal+oração

(A dona de casa Fabiana Pires da Silva, de 23 anos, deveria ter parto tranquilo, no leito de um hospital ou, no máximo, na maca de uma ambulância, mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti -como área de risco e decidiu não entrar na comunidade.)

0,63%

MAS+oração+sintagma nominal + oração

(Mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti -como área de risco, e decidiu não entrar na comunidade.)

0,63%

Oração+MAS+oração+sintagma preposicional

(A operação não durou muito tempo, mas os policiais mantiveram a contenção tanto nas entradas por Botafogo quanto por Copacabana e

0,63%

113

Fonte da Saudade, na Lagoa.)

Sintagma verbal +oração +MAS + oração

(Vestidos de ternos, o francês e o argentino tentaram fugir pegando um taxi, mas foram detidos pelos policiais e levados à 6ª DP (Cidade Nova).)

0,63%

Oração+sintagma adverbial +MAS +oração

(Ele foi operado e seu estado é estável, assim como o de seu irmão, mas ainda não há previsão de alta.)

0,63%

MAS+apesar de+sintagma nominal +oração

(Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira, não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo.)

0,63%

Segundo a tabela I, pode-se notar que o operador “mas” está presente

em diversos tipos de construções, principalmente devido ao fato de ele ser o

mais produtivo no corpus analisado. Os contextos morfossintáticos mais

frequentes com esse tipo de operador são: oração + MAS + oração (31,64%);

MAS + oração (13,29%) e sintagma preposicional + oração + MAS + oração

(8,86%). As construções menos utilizadas com esse tipo de operador são:

sintagma verbal + oração + MAS + oração (0,63%); oração + sintagma

adverbial + MAS + oração (0,63%) e MAS + apesar de +sintagma nominal +

oração (0,63%).

Ainda através dessa tabela, pode-se verificar que o operador “mas”

tende a ser mais utilizado em posição medial nas sentenças, uma vez que ele

foi empregado em trinta tipos de construções em posição medial e em dez tipos

de construções em posição inicial. Em outras palavras, a partir do corpus

114

estudado, pode-se dizer que existe uma tendência em usar o “mas” em posição

intermediária. Contudo, é possível dizer que, com o operador “no entanto”,

este tipo de preferência tende a não ocorrer, pois ele é utilizado tanto em

posição medial quanto em inicial. Com base nos gêneros analisados, não há

uma diferença significativa entre o uso desse operador em contexto inicial (4

construções) e final (5 construções). Observe-se na tabela abaixo:

Tabela II NO ENTANTO

NO ENTANTO+oração

(No entanto, o conserto foi interrompido às 8h50m por uma nova troca de tiros, sendo retomado apenas às 10h15m.)

35,71%

Sintagma nominal+NO ENTANTO +oração

(O Vaticano, no entanto, considerou as desculpas insuficientes.)

32,14%

NO ENTANTO + sintagma preposicional + oração

(No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado.)

7,14%

NO ENTANTO+sintagma nominal +oração

(No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio PedrolinoWerling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça.)

7,14%

Sintagma preposicional + NO ENTANTO + oração

3,57%

115

(Diante de uma consulta feita pela Receita, no entanto, a PGFN entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos.)

NO ENTANTO + sintagma preposicional + sintagma nominal + oração

(No entanto, de acordo com Virginia Dias, diretora, de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), a perícia também constatou a existência de uma lesão no hemisfério direito e de uma mancha roxa num dos braços de Verônica)

3,57%

Oração+NO ENTANTO+que+oração

(Paes adiantou, no entanto, que, se não houver licença, a demolição será inevitável.)

3,57%

Oração+NO ENTANTO+oração

(Temporão garantiu, no entanto, que o país não cortará verbas para tratamento e prevenção.)

3,57%

Sintagma nominal+NO ENTANTO +oração+sintagma nominal

(Eles, no entanto, não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem.)

3,57%

A partir da tabela II, também é possível constatar que há a presença do

operador “no entanto” em alguns tipos contextos morfossintáticos. Os contextos

mais recorrentes são NO ENTANTO + oração (35,71%) e sintagma nominal +

NO ENTANTO + oração (32,14%), e os menos usados são oração + NO

ENTANTO + oração (3,57%) e sintagma nominal + NO ENTANTO + oração +

sintagma nominal (3,57%).

116

Por intermédio da tabela III, pode-se examinar os contextos

morfossintáticos mais e menos frequentes com o operador “porém”. Veja a

seguir:

Tabela III PORÉM

Sintagma nominal+PORÉM+oração

(A polícia, porém, não confirma a versão.)

36,36%

PORÉM+oração

(Porém, nada foi encontrado.)

18,18%

Oração+PORÉM+oração

(A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém, não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal.)

18,18%

Sintagma preposicional +PORÉM + oração

(No dia seguinte, porém, a Alerj revogou a prisão do então deputado.)

9,09%

PORÉM+sintagma nominal+oração

(Porém, outras questões como a demora na assinatura com a Eletrobrás, também por falta de verbas para obter certidões obrigatórias, e a perda de receita (especialmente da televisão) com o rebaixamento agravaram a situação além do que esperavam os profissionais do futebol.)

4,54%

PORÉM+sintagma nominal + sintagma adjetival +oração

(Porém, o coronel Marcus Jardim,

4,54%

117

responsável pelo 1º Comando de patrulhamento de Área (CPA), afirmou que equipes fazem diariamente policiamento fixo e móvel na região.)

PORÉM+sintagma preposicional + oração

(Porém, na visão de analistas de mercado, não houve qualquer sinalização de qual será a intensidade dos próximos cortes de juros)

4,54%

Oração+PORÉM+sintagma preposicional

(Especialistas reunidos no Rio alertam, porém, para efeitos da crise.)

4,54%

De acordo com a tabela acima, pode-se afirmar que as construções mais

produtivas com o operador “porém” são: sintagma nominal + PORÉM + oração

(36,36%); PORÉM + oração (18,18%) e oração+PORÉM+oração (18,18%). As

estruturas menos utilizadas são: PORÉM + sintagma nominal + sintagma

adjetival +oração (4,54%); PORÉM + sintagma preposicional + oração (4,54%)

e oração + PORÉM + sintagma preposicional (4,54%). Assim como ocorreu

com o operador “mas”, há uma tendência em empregar o operador “porém” em

posição medial nos enunciados. Nesse sentido, pode-se verificar, por meio da

tabela III, que, embora existam quatro tipos de construções utilizando o esse

operador em posição medial e posição inicial, em 68,17% das ocorrências ele

está em posição medial e em 31,83% ele está em posição final.

Na próxima tabela serão analisados os contextos morfossintáticos em

que o operador “entretanto” se encontra. Veja-se:

118

Tabela IV ENTRETANTO

ENTRETANTO+sintagma preposicional +oração + sintagma preposicional

(Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo ao vencer por 82 a 78 ontem, pelo Novo Basquete Brasileiro (NBB).)

50%

ENTRETANTO+sintagma preposicional +oração +sintagma preposicional +sintagma nominal

(Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Universo/Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo/Petrobras ao vencer por 78 a 82 (44 a 44) ontem, na 13º rodada da primeira fase do Novo Basquete Brasileiro (NBB), o campeonato nacional masculino da modalidade.)

50%

A tabela IV demonstra que o operador “entretanto” não está presente em

muitos tipos de construções. Há apenas dois tipos de estruturas em que ele

está inserido. É preciso lembrar que esse operador não é produtivo nos

gêneros estudados nesta dissertação, porém, em todas as suas ocorrências,

ele estava ocupando a posição inicial do enunciado. Desta forma, apesar de

ele não apresentar um número muito significativo de contextos

morfossintáticos, acredita-se que exista uma tendência em utilizá-lo no início

dos enunciados. O mesmo fenômeno acontece com o operador “já”, como

pode ser visto na tabela abaixo.

119

Tabela V JÁ

JÁ+oração

(Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação.)

50%

JÁ+ sintagma nominal+sintagma nominal +oração

(Já o marido da dona-de-casa, Giovani de Matos Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher.)

25%

JÁ+sintagma preposicional + sintagma preposicional +oração

(Já na conclusão da CPI, no fim do ano passado, o número chegava a 171)

25%

Conforme a tabela V, pode-se notar que o operador “já” não é utilizado

em vários tipos de construções, uma vez que ele está inserido em apenas três

tipos de estrutura. O contexto mais recorrente em que ele se encontra é: JÁ +

oração (50%).

Vale comentar que, embora esse operador não esteja presente em uma

grande variedade de estruturas, pode-se perceber que ele está em posição

inicial em todas elas. Por conseguinte, é possível dizer que, baseado na tabela

acima, o enunciador dos jornais analisados tende a empregar o operador “já”

em posição inicial, evitando utilizá-lo em posição medial nos enunciados.

O último operador restritivo que será analisado é o “ao contrário”. Veja-

se:

120

Tabela VI AO CONTRÁRIO

Oração +AO CONTRÁRIO + oração

(A equipe de reportagem do “Extra” estava anteontem na Rua Sete de Setembro, no bairro Gradim, onde mora a prefeita, mostrando que não havia buracos na porta de sua casa, ao contrário do que ocorre no restante do município.)

100%

Conforme a tabela acima, o operador “ao contrário” está presente em

apenas um tipo de construção. Nela ele está inserido em posição medial com

valor de “mas”. Os dados obtidos através desta dissertação, porém, não são

suficientes para afirmar que exista uma tendência em empregá-lo em posição

medial nos enunciados, pois ele não foi muito produtivo no corpus estudado,

apresentando apenas uma ocorrência.

Neste momento, serão apresentadas as tabelas que expõem a

frequência dos contextos morfossintáticos em que se encontram os operadores

argumentativos concessivos. Veja-se a seguir:

Tabela VII

APESAR DE

APESAR DE+sintagma nominal +oração

(Apesar de tudo, Marcelo Yuka não pretende se mudar da Tijuca)

43,47%

APESAR DE+oração

(Apesar de o corpo ter sido encontrado por moradores às 9h30m, um rabecão só chegou ao local às 17h.)

26,08%

Oração+mas+APESAR DE+sintagma nominal+oração

4,34%

121

(Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube.)

APESAR DE+oração +oração parentética +oração

(Apesar de a avaliação do Ideb acontecer a cada dois anos – a próxima está marcada para outubro deste ano -, a Secretaria de Educação do Rio quer estabelecer uma avaliação anual, para identificar problemas com maior rapidez.)

4,34%

Oração + que + APESAR DE+sintagma nominal +oração

(A publicitária disse que, apesar da violência, não pretende sair do Rio)

4,34%

APESAR DE+sintagma nominal + sintagma adjetival+oração

(Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça, constatado através de tomografia computadorizada, Pedro Ricardo Mendes fez uma cirurgia no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.)

4,34%

APESAR DE+sintagma nominal + sintagma adjetival +oração + sintagma adjetival+oração

(Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça - constatado por meio de tomografia computadorizada - Pedro Ricardo Mendes fez uma intervenção cirúrgica no lado direito,

4,34%

122

durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.)

Oração +APESAR DE + oração

(O Brasil foi escolhido para sediar o encontro porque, apesar de ocupar a 16ª posição no ranking, tem investido em prevenção e tratamento.)

4,34%

APESAR DE+sintagma adjetival +oração

(Apesar de embriagado, Jorge dirigiu o veículo por cerca de dois quilômetros, passando pelas avenidas Brás de Pina e Nossa Senhora da Penha.)

4,34%

A partir da tabela VII, pode-se constatar que os contextos

morfossintáticos mais frequentes com o operador “apesar de” são: APESAR

DE + sintagma nominal + oração (43,47%) e APESAR DE + oração (26,08%).

As demais construções em que ele está inserido apresentam a mesma

porcentagem. De acordo com essa tabela, pode-se verificar também que este

tipo de operador tende a ser empregado em posição inicial nos enunciados,

uma vez que, em seis tipos de estruturas, ele ocupa tal posição (86,98%) e nas

três demais ele está em posição medial (13,02%).

Na tabela VIII, serão divulgados os contextos morfossintáticos em que o

operador “mesmo” se encontra. Observe-se abaixo:

Tabela VIII MESMO

MESMO+sintagma preposicional +oração

(Mesmo com pouco gols, Reinaldo, com sua velocidade e força física, vem sendo peça importante no ataque do recém-montado time do técnico

27,77%

123

Ney Franco.)

MESMO+oração

(Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a azul-e- branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela.)

16,66%

Oração+MESMO+oração

(Ele teria ficado na Boate Pops Drinks com o craque mesmo sabendo que os jogadores teriam de retornar ao hotel às 23h.)

11,11%

Sintagma preposicional +MESMO +sintagma preposicional+oração

(Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade, como pequenos entorses e lombalgias, por exemplo, continuam sendo recebidos nas UPAs por médicos socorristas.)

11,11%

MESMO+assim+oração

(Mesmo assim, elogiou a capacidade e eficiência de Agaciel, nomeado pelo próprio Sarney para o cargo.)

5,55%

MESMO+sintagma adjetival+oração

(Mesmo ferido, ele, que pediu para não ser identificado, conseguiu dirigir até o Hospital Salgado Filho.)

5,55%

MESMO+sintagma preposicional +sintagma nominal+oração

(Mesmo com a derrota, os jogadores, que já tinham erguido o troféu do Campeonato Sul-Americano antes do jogo, foram ovacionados pela torcida

5,55%

124

com gritos de “é campeão”.)

Oração+que+MESMO+sintagma adjetival+oração

(O tempo inteiro o time procurava o artilheiro, que, mesmo pouco entrosado, estava sempre bem posicionado e era a referência.)

5,55%

Oração+que+oração parentética (MESMO+sintagma preposicional) +oração

(É considerado um analfabeto funcional a pessoa que – mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos – não desenvolve a habilidade de interpretação de textos.)

5,55%

Oração+oração parentética + MESMO +que+oração

(O problema foi lembrado por quase todos os jogadores – Felipe Melo revelou ao deixar o campo que os atletas brasileiros precisaram de oxigênio no intervalo –,mesmo que a maioria tenha admitido que faltou mais bola do que ar.)

5,55%

Por intermédio da tabela acima, pode-se verificar que o operador

“mesmo” está presente em dez tipos distintos de contextos morfossintáticos.

Os contextos mais frequentes são: MESMO+sintagma preposicional +oração

(27,77%) e MESMO+oração (16,66%). No que concerne à posição que esse

operador ocupa nos enunciados, pode ser visto através da tabela X que o

enunciador dos textos analisados tende a empregá-lo em posição inicial

(61,08%), não sendo tão utilizado em posição medial (38,98%).

125

Um resultado similar foi obtido no estudo feito do emprego do operador

“embora”, conforme mostra a tabela IX. Observe-se abaixo:

Tabela IX EMBORA

EMBORA+oração

(Embora reitere que não cometeu crime, ele admitiu preocupação com a pressão política.)

66,66%

Oração+EMBORA+sintagma preposicional+oração

(Assim como fez na Comissão de infraestrutura, Renan designou parte de sua tropa de choque para a comissão de Direitos Humanos para garantir a eleição do senador Magno Malta (PR-ES) para o comando do colegiado, embora, pelo critério da proporcionalidade, a vaga possa ser reivindicada pelo PDT.)

16,66%

Sintagma preposicional +oração +EMBORA+oração

(Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu.)

16,66%

O último operador a ser estudado nessa seção será o operador

“embora”. Segundo a tabela IX, o contexto morfossintático mais produtivo com

esse operador é EMBORA + oração, representando 66,66% de suas

ocorrências, o que aponta que há uma preferência em utilizar esse operador

em posição inicial nos gêneros e jornais analisados.

126

É necessário comentar que, por meio das tabelas I a IX, foi possível

confirmar a hipótese de que há uma relação entre o uso de um operador em

detrimento do outro e a estrutura morfossintática. Este fato pode ser justificado

através dos dados que demonstram que alguns operadores tendem a ser

utilizados em posição medial enquanto outros em posição final, além de

apontar que, com determinados operadores, algumas estruturas são mais

produtivas do que outras.

Neste momento serão divulgados os contextos morfossintáticos mais

frequentes e menos frequentes encontrados no corpus, levando-se em

consideração todos os operadores estudados nesta dissertação, mas sem

distinção entre gênero textual e jornal. Veja-se:

Tabela X

Contextos morfossintáticos mais recorrentes

Oração+OPERADOR+oração 21,83%

OPERADOR+oração 19,54%

Sintagma nominal + OPERADOR + oração

6,51%

OPERADOR + sintagma preposicional + oração

6,13%

Sintagma preposicional +oração + OPERADOR + oração

5,74%

OPERADOR + sintagma nominal + oração

5,36%

Conforme a tabela X, pode-se notar que o contexto morfossintático mais

produtivo no corpus desta pesquisa foi oração + OPERADOR +oração. Esta

tabela apresenta os seis contextos morfossintáticos mais recorrentes, os

demais contextos apresentam uma porcentagem inferior a 5,36% do corpus

estudo.

Na tabela abaixo (tabela XI), serão divulgadas as construções

morfossintáticas mais frequentes, considerando-se apenas as construções que

127

apresentam um operador argumentativo restritivo inserido e, por conseguinte,

utilizam a estratégia do suspense. Veja a seguir:

Tabela XI Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia do suspense

Oração+OPERADOR+oração 25,58%

OPERADOR+oração 17,20

Sintagma nominal + OPERADOR + oração

7,90%

Sintagma preposicional+oração + OPERADOR+oração

6,51%

OPERADOR + sintagma preposicional + oração

5,11%

Por intermédio da tabela XI, podem-se constatar os cinco contextos

morfossintáticos mais frequentes em que se encontra a estratégia do

suspense. A construção mais produtiva é oração + OPERADOR + oração

representando 25,58% dos contextos morfossintáticos encontrados no corpus.

Cotejando-se as tabelas X e XI, é possível verificar que o contexto mais

frequente da estratégia do suspense (oração + OPERADOR + oração) é

também o contexto mais frequente de todo o corpus, considerando-se todos os

operadores e estratégias. Acredita-se que este resultado se deve ao fato de

essa construção ser a mais frequente utilizada com o operador “mas”18

(representando 31,64% de suas ocorrências), que, por seu turno, é o operador

mais empregado nos gêneros e jornais analisados.

É importante citar que a tabela XI ratifica a hipótese de que dentre as

construções morfossintáticas típicas da estratégia do suspense, há a

predominância de uma determinada construção, que neste caso é oração +

OPERADOR + oração.

18 Este dado pode ser observado na tabela I desta dissertação.

128

A tabela XII divulga quais são as construções mais frequentes em que

se encontra a estratégia da antecipação. Observe abaixo:

Tabela XII Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia da

antecipação

OPERADOR + oração 32,5%

OPERADOR + sintagma nominal +oração

25%

OPERADOR + sintagma preposicional + oração

12,5%

Na tabela XII foram considerados apenas os contextos morfossintáticos

que apresentam um operador concessivo inserido em um contexto no qual a

estratégia da antecipação se encontra. A partir dessa tabela, pode-se notar que

o contexto morfossintático mais produtivo na estratégia da antecipação é

OPERADOR + oração. Comparando a tabela X e a tabela XII, pode-se

constatar que o contexto morfossintático mais frequente da estratégia da

antecipação (OPERADOR + oração) é o segundo contexto mais frequente de

todo o corpus, considerando-se todos os operadores e estratégias. Acredita-se,

porém, que esse contexto seja o segundo mais frequente de todo o corpus,

pois ele também é o segundo mais produtivo utilizado com o operador “mas”19

(13,29%), que, conforme já foi dito anteriormente, é o operador mais utilizado

no corpus estudado.

É necessário mencionar que a tabela XII confirma a hipótese de que

dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da antecipação, há

a predominância de uma determinada construção, que neste caso é

OPERADOR + oração.

A última tabela a ser divulgada nesta dissertação é a que apresenta os

contextos morfossintáticos mais frequentes em que se encontra a estratégia da

manutenção. Veja-se a seguir: 19 Este dado pode ser visto na tabela I desta dissertação.

129

Tabela XIII Contextos morfossintáticos mais recorrentes da estratégia da

manutenção

Oração+OPERADOR+oração 37,5%

Sintagma preposicional +oração +OPERADOR +oração

12,5

Oração+OPERADOR+sintagma preposicional+oração

12,5%

Através da tabela XIII, pode-se perceber que há três contextos

morfossintáticos que são os mais recorrentes quando a estratégia da

manutenção é empregada. Vale notar que, assim como ocorreu na estratégia

do suspense, o contexto mais frequente na manutenção é oração +

OPERADOR + oração, que, por sua vez, é o contexto morfossintático mais

produtivo de todo o corpus conforme já foi explicitado.

Neste momento é preciso dizer que a tabela XIII corrobora a hipótese de

que dentre as construções morfossintáticas típicas da estratégia da

manutenção, há a predominância de um tipo de construção, que neste caso é

oração + OPERADOR + oração.

Desta forma, no próximo capítulo serão tecidas as principais conclusões

a que se chegou a partir desta pesquisa.

130

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, e da

Semântica Argumentativa, de Oswald Ducrot, foi desenvolvido um estudo que

investigou o uso dos operadores argumentativos restritivos e concessivos em

reportagens e notícias do jornal “O Globo” e “Extra”. Levando-se em

consideração o fato de que tais operadores aparecem com frequência nesses

gêneros textuais, foi possível notar que eles funcionam como estratégias

argumentativas que ajudam a conduzir o leitor (alocutário) a concordar com

determinado ponto de vista adotado pelo jornal, personificado no jornalista.

Conforme pôde ser observado ao longo desta dissertação, os

operadores argumentativos são elementos linguísticos que fornecem

informações e, ao mesmo tempo, funcionam como instrumentos de

argumentação, evidenciando a poderosa força que eles transmitem. Assim,

constatou-se que o valor argumentativo de um enunciado não é somente uma

consequência das informações que ele contém, mas, dependendo de como ele

for construído, pode servir para dar uma orientação argumentativa ao texto.

Nesse sentido, pode-se dizer que os operadores contribuem para a

solidificação dos argumentos no texto.

Deste modo, mediante a análise qualitativa e quantitativa do corpus

desta pesquisa, foi possível chegar à conclusão de que, no discurso

jornalístico, especificamente em notícias e reportagens, o sujeito da

enunciação não só informa, mas igualmente imprime seu ponto de vista de

maneira implícita (discreta), buscando criar um efeito de objetividade, realidade

e imparcialidade no seu discurso, transmitindo, assim, credibilidade para o

leitor. O leitor, normalmente, não percebe que a informação transmitida está

acompanhada de subjetividade e, por conseguinte, acredita naquilo que está

sendo dito como uma representação fiel da realidade, sendo guiado a chegar à

determinada conclusão.

Pode-se dizer, ainda, que a reportagem costuma apresentar mais

marcas de subjetividade do que a notícia na medida em que ela não só

informa, mas também pode discutir o que está sendo relatado, enquanto a

notícia apenas narra o fato. Nesses gêneros textuais, o enunciador almeja

131

convencer o leitor a assumir um posicionamento diante do fato descrito. Para

isso, ele utiliza um processo de argumentação a favor de determinadas idéias.

Ao mesmo tempo, foi examinado também que, apesar de os jornais “O

Globo” e “Extra” apresentarem públicos-alvo distintos, não há um contraste

significativo no estilo de escrita utilizado por ambos. Comparando-se,

entretanto, os resultados obtidos nos dois jornais, foi possível perceber que há

uma diferença na escolha dos operadores motivada pelo público-alvo a que se

destina cada jornal. O jornal “Extra” dirige-se a um público cujo nível

sociocultural e econômico geralmente está abaixo do público do “O Globo” e,

por isso, este apresenta um percentual maior de operadores concessivos,

consequentemente, apresentando também maior número de construções de

subordinação.

Por fim, diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, pode-se concluir

que os operadores argumentativos restritivos e concessivos são utilizados

como estratégia argumentativa. Nesse sentido, dependendo da posição que

ocupam no enunciado, podem apresentar estratégias semântico-discursivas

conhecidas como do suspense, da antecipação ou da manutenção que, por

sua vez, causam efeitos diferentes no leitor.

Desta forma, pode-se afirmar que esses operadores são responsáveis

por comprovar a orientação dos enunciados para determinadas conclusões,

revelar a intencionalidade do projeto de fala do sujeito comunicante e colaborar

para a construção dos sentidos dos textos. É importante observar que o seu

estudo se torna essencial, sobretudo quando se admite que a

argumentatividade está inscrita na língua e se objetiva entender o processo de

enunciação.

132

REFERÊNCIAS ANSCOMBRE, Jean Claude e DUCROT, Oswald. L’argumentation dans la langue.Bruxelas: Mardaga, 1983. AZEREDO, José Carlos. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. ______. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. BARBISAN, Leci B. Semântica Argumentativa. In: FERRAREZI Jr., Celso e BASSO, Renato. Semântica, Semânticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2013. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. São Paulo: Lucena, 2002. BENVENISTE, Émile. Problemas de Lingüística Geral II. Campinas: Pontes, 1989. ______. Problemas de Lingüística Geral I. Campinas: Pontes, 2005. CABRAL, Ana Lúcia Tinoco. A força das palavras: dizer e argumentar. São Paulo: Contexto, 2010. CASTILHO, Ataliba T. de. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

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135

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136

ANEXO

Seguem abaixo todas as ocorrências, as estratégias de relação e os contextos morfossintáticos onde os operadores argumentativos restritivos e concessivos foram empregados nos textos que pertencem ao corpus desta pesquisa.

MESMO

O Globo

REP(01/03/09) Mesmo com pouco gols, Reinaldo, com sua velocidade e força física, vem sendo peça importante no ataque do recém-montado time do técnico Ney Franco. (MESMO+SPREP+ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação

Extra

REP(02/03/09) Mesmo após conquistar o terceiro lugar para a azul-e- branco de Madureira, Jorge Caribé pediu demissão da função de carnavalesco da Portela. (MESMO+ORAÇÃO SUBORDINADA+ ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação

REP - Mesmo com a conquista do campeonato, o Salgueiro passa por mudanças. (MESMO+SPREP+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação

O Globo

REP(04/03/09) Ele teria ficado na Boate Pops Drinks com o craque mesmo sabendo que os jogadores teriam de retornar ao hotel às 23h. (ORAÇÃO PRINCIPAL +MESMO+ORAÇÃO SUBORDINADA) – Estratégia da manutenção

REP - Mesmo assim, elogiou a capacidade e eficiência de Agaciel, nomeado pelo próprio Sarney para o cargo. (MESMO ASSIM+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação

Extra

NOT(05/03/09) Mesmo entregando carro, dinheiro e celulares, e não reagindo, foram jogados do alto da encosta da Niemeyer. (MESMO+ORAÇÃO subordinada + ORAÇÃO subordinada + oração principal) - Estratégia da antecipação

O Globo

REP(05/03/09) Igreja Católica ameaça processar mãe da vítima por interrupção da gravidez, mesmo tendo sido feita dentro da lei. (ORAÇÃO

137

PRINCIPAL+MESMO+ ORAÇÃO SUBORDINADA) – Estratégia da manutenção

REP - Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade, como pequenos entorses e lombalgias, por exemplo, continuam sendo recebidos nas UPAs por médicos socorristas. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

Extra

REP(05/03/09) Segundo o secretário, mesmo sem ortopedistas, casos de baixa complexidade ainda são atendidos por médicos socorristas. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

O Globo

REP(08/03/09) Mesmo ferido, ele, que pediu para não ser identificado, conseguiu dirigir até o Hospital Salgado Filho. (MESMO+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

REP(12/03/09) Mesmo com o corte de ontem na Selic, o Brasil continua como o país de maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

Extra

NOT(14/03/09) Mesmo sem escutar direito, ela teria ouvido um “barulho estrondoso” e se assustado, pensando se tratar de um assalto ou sequestro. [MESMO+oração subordinada+ORAÇÃO principaL + ORAÇÃO PRINCIPAL (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO subordinada] - Estratégia da antecipação

REP(16/03/09) Mesmo com a derrota, os jogadores foram ovacionados pela torcida. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação

O Globo

REP(16/03/09) Mesmo com a derrota, os jogadores, que já tinham erguido o troféu do Campeonato Sul-Americano antes do jogo, foram ovacionados pela torcida com gritos de “é campeão”. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SN + oração sub.+ ORAÇÃO) - Estratégia da antecipação

138

Extra

REP(16/03/09) O tempo inteiro o time procurava o artilheiro, que, mesmo pouco entrosado, estava sempre bem posicionado e era a referência. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ QUE + MESMO+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + ORAÇÃO SUBORDINADA (COORDENADAS ENTRE SI)] – Estratégia da manutenção

Globo

Rep (18/03/09) É considerado um analfabeto funcional a pessoa que – mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos – não desenvolve a habilidade de interpretação de textos. (ORAÇÃO PRINCIPAL + QUE+ORAÇÃO PARENTÉTICA (MESMO +Sprep) + oração subordinada) – Estratégia da manutenção

Extra

Not (24/03/09) Mesmo com o carro bastante danificado, os estrangeiros conseguiram sair do morro. (MESMO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO principal) - Estratégia da antecipação

Not (30/03/09) O problema foi lembrado por quase todos os jogadores – Felipe Melo revelou ao deixar o campo que os atletas brasileiros precisaram de oxigênio no intervalo -, mesmo que a maioria tenha admitido que faltou mais bola do que ar. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO parentética + MESMO QUE + ORAÇÃO SUBORDINADA ) – Estratégia da manutenção

EMBORA

Globo

REP (03/03/09) Embora reitere que não cometeu crime, ele admitiu preocupação com a pressão política. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA + ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

REP (04/03/09) Assim como fez na Comissão de infraestrutura , Renan designou parte de sua tropa de choque para a comissão de Direitos Humanos para garantir a eleição do senador Magno Malta (PR-ES) para o comando do colegiado, embora, pelo critério da proporcionalidade, a vaga possa ser reivindicada pelo PDT. (oração subordinada + ORAÇÃO PRINCIPAL+EMBORA+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO subordinada) – Estratégia da manutenção

REP (05/03/09) Embora manifestem confiança nos dirigentes, os profissionais do futebol vascaíno já se preocupam com a demora na solução.

139

(EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

NOT (24/03/09) Embora o Brasil esteja entre os 16 países com maior número de casos de tuberculose no mundo, nos últimos sete anos as taxas de incidência e mortalidade de tuberculose no país caíram 24,4% e 31%, respectivamente, segundo anunciou ontem o Ministério da Saúde. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

REP (26/03/09) Embora não tenha sido contemplada no pacote anunciado ontem, a classe média alta – famílias com renda acima de dez salários mínimos – também terá benefícios na hora de comprar a casa própria. (EMBORA+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO PRINCIPAL) - Estratégia da antecipação

Extra

NOT (30/03/09) Até Ronaldinho Gaúcho, que mais uma vez decepcionou, foi poupado por Dunga, embora o time tenha melhorado com a sua saída e o gol, marcado por Júlio Baptista, que o substituiu. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ oração subordinada+ORAÇÃO principal+EMBORA+ORAÇÃO subordinada+ORAÇÃO SUBORDINADA (COORDENADAS ENTRE SI)] – Estratégia da manutenção

APESAR DE

Globo

REP (02/03/09) Apesar de tudo, Marcelo Yuka não pretende se mudar da Tijuca. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) – Estratégia da antecipação

Extra

REP (02/03/09 Apesar do bom resultado da Azul-e-branco, a situação do carnavalesco, Alexandre Louzada é delicada. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO)

Extra

Rep (05/03/09) Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube. (ORAÇÃO coordenada + MAS + APESAR DE+ SN + oração coordenada) estratégia da antecipação

140

Apesar da confiança no trabalho da diretoria, o técnico reconheceu que sempre há comentários no grupo. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação

Extra

Not (06/03/09) Apesar da suspeita de assalto, o serviço de relações públicas da PM afirmou que também há a possibilidade de a vítima ter se envolvido numa discussão de trânsito. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação

Globo

Not (06/03/09) Apesar da suspeita de assalto, o serviço de relações públicas da PM afirmou que também há a possibilidade de a vítima ter se envolvido numa discussão de trânsito. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação

Globo

Rep (06/03/09) Apesar de a avaliação do Ideb acontecer a cada dois anos – a próxima está marcada para outubro deste ano -, a Secretaria de Educação do Rio quer estabelecer uma avaliação anual, para identificar problemas com maior rapidez. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA + oração parentética +ORAÇÃO principal) estratégia da antecipação

Globo

Rep (06/03/09) A publicitária disse que, apesar da violência, não pretende sair do Rio. (ORAÇÃO PRINCIPAL + QUE +APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação

Globo

Rep (08/03/09) Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça, constatado através de tomografia computadorizada, Pedro Ricardo Mendes fez uma cirurgia no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas.

141

(APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ Sintagma adjetival +ORAÇÃO subordinada + oração principal) estratégia da antecipação

Extra

Rep (08/03/09) Apesar de o laudo médico, assinado pelo médico Alexandre Legara Machado, indicar um coágulo no lado esquerdo da cabeça - constatado por meio de tomografia computadorizada - Pedro Ricardo Mendes fez uma intervenção cirúrgica no lado direito, durante a qual Verônica teve cinco paradas cardíacas. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ sintagma adjetival +ORAÇÃO subordinada + sintagma adjetival + oração principal) estratégia da antecipação.

O Globo

Rep (09/03/09) Apesar de o corpo ter sido encontrado por moradores às 9h30m, um rabecão só chegou ao local às 17h. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

O Globo

Rep (10/03/09) Apesar de afirmar que os índices de roubos na área caíram, ele alegou que alguns casos são inevitáveis porque as vias estão cercadas de favelas. (APESAR DE+ORAÇÃO subordinada + ORAÇÃO principal) estratégia da antecipação.

O Globo

Rep (10/03/090 Apesar do esquema, nos casos em que é possível transferir pacientes, eles são removidos para o Hospital Pedro II, em santa Cruz. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia da antecipação.

Apesar dessas dificuldades, Luiz Maurício afirma que não há qualquer recomendação para evitar o Rocha Faria. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação.

Extra

142

Rep (11/03/09) Apesar do esquema especial montado na emergência e na maternidade desde segunda-feira, gestantes ficaram sem consulta médica ontem no Rocha Faria. (APESAR DE +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

Extra

Not (24/03/09) Apesar de reduzir a quantidade de comprimidos, o novo esquema terapêutico – recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – aumentará o número de drogas de três para quatro. [APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ORAÇÃO PRINCIPAL (CONTINUAÇÃO)] estratégia da antecipação.

O Globo

Not (24/03/09) O Brasil foi escolhido para sediar o encontro porque, apesar de ocupar a 16ª posição no ranking, tem investido em prevenção e tratamento. (ORAÇÃO PRINCIPAL+APESAR DE +ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da manutenção.

Extra

Not (24/03/09) Apesar de o crime ter sido praticado em frente a um posto de gasolina e a um supermercado, funcionários e clientes alegaram não ter visto o momento em que a mulher foi assassinada pelos bandidos. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

O Globo

Not (24/03/09) Apesar de o crime ter sido praticado em frente a um posto de gasolina e a um supermercado, funcionários e clientes alegaram não ter visto o momento em que a mulher foi assassinada. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

143

Apesar do confronto, ele não se feriu. (APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

O Globo

Not (27/03/09) Apesar de embriagado, Jorge dirigiu o veículo por cerca de dois quilômetros, passando pelas avenidas Brás de Pina e Nossa Senhora da Penha. (APESAR DE +SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

O Globo

Rep (30/03/09) Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo. (MAS+APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação

Apesar das dificuldades que todos imaginavam encontrar na altitude, o goleiro reconheceu que a atuação da equipe não foi das melhores. (APESAR DE+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia da antecipação.

NO ENTANTO

O Globo

Not (03/03/09) O Vaticano, no entanto, considerou as desculpas insuficientes. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense

Extra

Rep (03/03/09) Diante de uma consulta feita pela Receita, no entanto, a PGFN entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

144

Rep (04/03/09) A nota da embaixada, no entanto, contém outro erro, ao dizer que “o relatório deveria fazer referência a um ex-governador que foi indiciado – e não preso – por corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão e contrabando”. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.

Garotinho, no entanto, foi denunciado apenas por formação de quadrilha armada. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (04/03/09) A nota da embaixada, no entanto, contém outro erro, ao dizer que “o relatório deveria fazer referência a um ex-governador que foi indiciado – e não preso – por corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão e contrabando”. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO PARENTÉTICA+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.

Garotinho, no entanto, foi denunciado apenas por formação de quadrilha armada. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (05/03/09) No entanto, o Disque-Denúncia divulgou que essa informação chegou ao órgão às 19h e foi repassada às polícias. (NO ENTANTO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense. àneste caso, causa suspense com relação com a oração que o antecede.

O Globo

Rep (06/03/09) Os médicos, no entanto, não demonstraram arrependimento, e confirmaram a convicção que a menina poderia morrer. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) estratégia do suspense.

O Globo

145

Rep (06/03/09) O caso, no entanto, foi em Belo Horizonte, quando o casal estava de férias. [SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

O Globo

Rep (07/03/09) No entanto, o conserto foi interrompido às 8h50m por uma nova troca de tiros, sendo retomado apenas às 10h15m. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (09/03/09) No entanto, apenas uma vítima chegou ao Souza Aguiar. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (09/03/09) No entanto, apenas uma vítima chegou ao Souza Aguiar. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (09/03/09) No entanto, de acordo com Virginia Dias, diretora, de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), a perícia também constatou a existência de uma lesão no hemisfério direito e de uma mancha roxa num dos braços de Verônica. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL+ ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (10/03/09) No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense. O Globo

146

Rep (10/03/09) No entanto, segundo a família, há ainda um outro crime a ser investigado. (NO ENTANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense. Extra

Rep (12/03/09) No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça. (NO ENTANTO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO +ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (12/03/09) No entanto, Álvaro Lins, que está preso desde agosto de 2008 no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, ainda poderá recorrer da decisão na Justiça. (NO ENTANTO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO +ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (14/03/09) No entanto, ainda não há pistas sobre o que possa ter motivado o assassinato do policial, que estava de folga. (NO ENTANTO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (15/03/09) No entanto, nenhuma prefeitura conseguiu zerar a lista de problemas publicada há duas semanas. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (16/03/09) No entanto, mostraram apenas um protocolo datado de 22 de novembro de 2007. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

147

Rep (16/03/09) No entanto, mostraram apenas um protocolo de pedido de licença, com data de 22 de novembro de 2007. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Paes adiantou, no entanto, que, se não houver licença, a demolição será inevitável. (ORAÇÃO PRINCIPAL+NO ENTANTO+QUE+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Not (24/03/09) Temporão garantiu, no entanto, que o país não cortará verbas para tratamento e prevenção. (ORAÇÃO PRINCIPAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense

O Globo

Not (26/03/09) A operação, no entanto, foi pacífica, sem resistências. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense

Extra

Not (26/03/09) A operação, no entanto, foi pacífica. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense

O Globo

Rep (26/03/09) Eles, no entanto, não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem. (SINTAGMA NOMINAL+NO ENTANTO+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL)

Extra

Rep (26/03/09) No entanto, mais detalhes serão fornecidos apenas no dia 13 de abril. (NO ENTANTO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

148

Extra

Not (30/03/09) No entanto, depois de evitar que os equatorianos abrissem o placar em pelo menos quatro oportunidades, o gol sofrido aos 43 m do segundo tempo foi difícil de digerir. (NO ENTANTO+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

PORÉM

Extra

Not (02/03/09) A polícia, porém, não confirma a versão. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (02/03/09) O Desfile das Campeãs, porém, não foi marcado apenas por despedidas. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (03/03/09) Porém, afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes. (PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (04/03/09) A maioria da Casa, porém, comemorou a rapidez da ação de Sarney e elogiou a decisão de Agaciel de pedir demissão. [SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

O Globo

Rep (05/03/09) Fontes diplomáticas, porém, afirmam que alguns países africanos ameaçaram se retirar do TPI. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (05/03/09) No Vasco, porém, ciente da situação dramática que vive o clube, prefere evitar ataques. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+PORÉM+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.

149

Porém, outras questões como a demora na assinatura com a Eletrobrás, também por falta de verbas para obter certidões obrigatórias, e a perda de receita (especialmente da televisão) com o rebaixamento agravaram a situação além do que esperavam os profissionais do futebol. (PORÉM+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (05/03/09) Este ano, porém, a bancada petista tinha interesse especial pela comissão, que deverá avaliar o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e discutir mudanças no marco regulatório do petróleo por causa das descobertas de novas bacias na área do pré-sal, assim como eventuais alterações na legislação das agências reguladoras. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O principal embate, porém, deverá se dar na definição de um novo marco regulatório para a exploração do pré-sal. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (09/03/09) Porém, nada foi encontrado. (PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (09/03/09) Porém, o coronel Marcus Jardim, responsável pelo 1º Comando de patrulhamento de Área (CPA), afirmou que equipes fazem diariamente policiamento fixo e móvel na região. (PORÉM+ SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (10/03/09) A secretaria estadual pretende contratar novos médicos, porém, não deu prazos para cobrir o déficit de pessoal. (ORAÇÃO+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (11/03/09) Porém, após esperar por mais de três horas, ela não foi atendida. (PORÉM+ORAÇÃO +ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

150

Rep (12/03/09) No dia seguinte, porém, a Alerj revogou a prisão do então deputado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (12/03/09) Porém, a associação lembra que a diferença final para o consumidor deve ser muito pequena. (PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (12/03/09) Porém, na visão de analistas de mercado, não houve qualquer sinalização de qual será a intensidade dos próximos cortes de juros. (PORÉM+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Não repetiu, porém, que estava realizando “parte relevante” do ajuste nos juros neste encontro, como ocorreu no de janeiro. (ORAÇÃO PRINCIPAL+PORÉM+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (15/03/09) João Buracão, porém, não pensa em aposentadoria: em breve retomará a caça aos buracos em outros municípios. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (24/03/09) Especialistas reunidos no Rio alertam, porém, para efeitos da crise. (ORAÇÃO+PORÉM+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

Extra

Rep (26/03/09) Para participar dessa modalidade de financiamento, porém, as famílias não deverão ter outro imóvel em seu nome ou qualquer empréstimo pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). (ORAÇÃO SUBORDINADA+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.

Extra

Not (26/03/09) Para se candidatar, porém, será preciso procurar o governo do estado ou as prefeituras. (ORAÇÃO SUBORDINADA+PORÉM+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.

O Globo

151

Rep (26/03/09) O governo estadual, porém, ainda não decidiu sobre a redução do ICMS, medida com a qual a União conta para permitir redução em custos de produção e financiamento. (SINTAGMA NOMINAL+PORÉM+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (09/03/09) Já o marido da dona-de-casa, Giovani de Matos Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher. (JÁ+SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia da antecipação

O Globo

Rep (14/03/09) Já na conclusão da CPI, no fim do ano passado, o número chegava a 171. (JÁ+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (24/03/09) Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação. (JÁ+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Not (24/03/09) Já o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou, através de sua assessoria, que aguarda a decisão da justiça para analisar a situação. (JÁ+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

AO CONTRÁRIO

O Globo

Rep (13/03/09) A equipe de reportagem do “Extra” estava anteontem na Rua Sete de Setembro, no bairro Gradim, onde mora a prefeita, mostrando que não havia buracos na porta de sua casa, ao contrário do que ocorre no restante do município. [ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO PRINCIPAL (CONTINUAÇÃO)+AO CONTRÁRIO DO QUE + ORAÇÃO SUBORDINADA] estratégia do suspense.

ENTRETANTO

Extra

152

Rep (16/03/09) Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo ao vencer por 82 a 78 ontem, pelo Novo Basquete Brasileiro (NBB). (ENTRETANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (16/03/09) Entretanto com uma defesa eficiente e aproveitando bem contra-ataques e lances livres, o Universo/Brasília atrapalhou os festejos do Flamengo/Petrobras ao vencer por 78 a 82 (44 a 44) ontem, na 13º rodada da primeira fase do Novo Basquete Brasileiro (NBB), o campeonato nacional masculino da modalidade. (ENTRETANTO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.

MAS

Extra

Not (01/03/09) Segundo informações do médico Joaquim Neto, que atendeu os feridos, as duas vítimas passaram por cirurgias na madrugada de ontem, mas não resistiram. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Not (01/03/09) Leandro Guerreiro, Juninho e Alessandro participaram de grandes times alvinegros nos últimos dois anos, mas agora querem ser campeões pelo clube. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Os times formados encheram os olhos de muita gente, mas o bom futebol não foi transformado em conquistas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

A vitória de 2 a 1sobre o Boavista passou longe do bom futebol de outros tempos, mas a garra mostrada e o bom desempenho de alguns recém-chegados, como o meia Maicosuel, chamaram a atenção. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO (CONTINUAÇÃO)] Estratégia do suspense.

O Globo

153

Rep (01/03/09) Em 2007, o Botafogo venceu a Taça Rio mas perdeu para o Flamengo na decisão do Campeonato Estadual (2 a 2 e 2 a 2, com a derrota nos pênaltis). (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas perdeu a decisão do Estadual para o Flamengo (1 a 0 e 3 a 1). (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Rep (01/03/09) Mas na decisão do campeonato foi novamente superado pelo Rubro-negro. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Rep (02/03/09) Agredido, músico fica com pernas sob o carro, mas assaltantes não conseguem ligar o veículo. (SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos armados tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (02/03/09) Ainda quando Yuka estava caído na rua, com as duas pernas sob as rodas, os bandidos – um deles armado - tentaram dar partida, mas não conseguiram lidar com o veículo. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Uma das testemunhas acredita que os bandidos planejavam assaltar a padaria, mas desistiram ao observar que estava cheia. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (02/03/09) (...) disse Szaniecki, que espera permanecer na Mangueira em 2010, mas botou seu cargo à disposição da diretoria. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

154

Rep (02/03/09) Mas Tavinho, abalado, declarou: (MAS+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL+SINTAGMA VERBAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (03/03/09) Ladrão afirmou que poderia ser preso, mas quis ajudar músico que agredira a voltar para carro. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Sobre o crime no sábado, ele disse que foi à 19ª DP (Tijuca), mas não conseguiu identificar os bandidos por fotos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Ele afirmou que tem condições de reconhecer um dos assaltantes, mas por enquanto, não quer colaborar com retratos falados para não cometer injustiças. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Not (03/09/09) Sobre o crime ocorrido no sábado, ele disse que foi à 19ª DP (Tijuca), mas não conseguiu identificar os bandidos por meio de fotografias. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (03/03/09) Sarney pede ao TCU para investigar a evolução patrimonial de Agaciel Maia, mas o mantém no cargo. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas a providência, tomada logo nas primeiras horas da manhã, não convenceu boa parte dos senadores. (MAS+SINTAGAMA NOMINAL+SINTAGMA ADJETIVAL +ORAÇÃO)

Agaciel admite que nunca registrou em cartório a compra da casa, como mostrou reportagem da “Folha de S. Paulo”, mas apresentou ontem declarações de imposto de Renda na qual registra a aquisição do imóvel. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O deputado pediu desfiliação do DEM por justa causa, mas não aparece em Brasília desde meados de fevereiro. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

155

Extra

Not (03/03/09) Mas a providência não convenceu boa parte dos senadores. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Agaciel admite que nunca registrou em cartório a compra da casa, mas apresentou ontem declarações de Imposto de Renda na qual registra a aquisição do imóvel. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (03/03/09) Mas diante de uma consulta feita pelo Fisco, a Procuradoria entendeu que o direito deve retroagir aos últimos cinco anos, mesmo prazo válido para prescrição de outros direitos e obrigações tributárias. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.

Extra

Rep (03/03/09) O corpo de Renan foi levado, na manhã de ontem, para o Instituto Médico-Legal (IML), mas os amigos estão com dificuldade para conseguir a liberação. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O laudo da necropsia ainda não estava pronto, mas, em uma avaliação preliminar, os médicos constataram uma facada do lado esquerdo, na altura do peito. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (04/03/09) A expectativa era de que o Fenômeno só estreasse domingo, no clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, em Presidente Prudente, mas Mano Menezes mudou de ideia. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas sua escalação ainda não está confirmada. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas a verdade é que a oposição forçou o presidente Andres Sanchez a demitir o coordenador, depois que foi revelado que ele acompanhara Ronaldo na farra em Presidente Prudente. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.

156

Extra

Not (04/03/09) Ronaldo começa no banco, mas deve estrear hoje no Corinthians. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O presidente do Timão, Andres Sanchez, também estaria no grupo, mas ninguém confirmou. (SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL +ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (04/03/09) Mas, pouco depois da meia-noite, Sarney estava totalmente decidido. (MAS+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O presidente do Senado ficou com a primeira opção, mas Gazineo assumirá o cargo inteiramente. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Em outras ocasiões, Agaciel ficou sob os holofotes, mas conseguiu se safar. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas conspirou para sua queda uma série de outros fatores. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Not (04/03/09) Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção. (MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Not (04/03/09) Mas a notícia já gerou repercussão e, no caso de Bruno Senna, decepção. (MAS+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Not (04/03/09) Na ocasião, o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha armada, mas não chegou a ser preso. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Extra

Rep (04/03/09) Na ocasião, o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha armada, mas

157

não chegou a ser preso. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (05/03/09) Eles disseram que a promotoria não conseguiu provar além de qualquer dúvida que houve intenção deliberada massacrar ou expulsar totalmente a população da região – mas que, se forem apresentadas novas provas, a decisão pode ser emendada. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+QUE+ORAÇÃO PARENTÉTICA) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (05/03/09) Segundo o prefeito, a falta de recursos humanos para hospitais é um problema que vem sendo enfrentado em todas as esferas de governo, mas as autoridades esperam resolvê-lo com trabalho integrado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (05/03/09) Mostra crença na diretoria, mas teme que o comando se enfraqueça. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.

Extra

Rep (05/03/09) Dorival confirma exigência de salários em dia, mas apesar da insatisfação não deixará o clube. (ORAÇÃO+MAS+APESAR DE+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas até agora, tudo vem sendo controlado na base de muita conversa. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Ontem, o técnico Dorival Júnior confirmou as exigências que fez ao assinar contrato com o Vasco, mas disse que está dando um voto de confiança à diretoria. (SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.

Elogia os jogadores e o técnico, mostra crença na diretoria, mas teme que o comando se enfraqueça caso a solução salarial não venha. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA] Estratégia do suspense.

O globo

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Rep (05/03/09) Mas é o cenário perfeito para a oposição contraditar o principal programa de ações do governo Lula e da campanha da ministra Dilma Rousseff. (MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Não só com discursos questionando prioridades e balanços apresentados pelo governo, mas com convocações de ministros e solicitação de informações oficiais sobre dados nem sempre abertos ao público. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

Mas rompeu com o presidente no ano seguinte, por causa de disputas políticas em Alagoas. (MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) Estratégia do suspense.

Num aparte ao primeiro discurso de Collor como senador, em 2007, disse ter orgulho do trabalho da CPI, mas considerou que Collor pagou “um preço muito alto” – o impeachment. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (06/03/09) Alfabetizados, mas incapazes de ler ou compreender textos. (SINTAGMA ADJETIVAL+MAS+ORAÇÃO) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (06/03/09) Mas ainda não tem consciência do problema que enfrentou. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) Estratégia do suspense.

O Globo

Rep (06/03/09) ... negaram os crimes logo após a prisão, mas, no decorrer do dia de ontem, confessaram, acrescentando que só prestariam depoimento na Justiça. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Os criminosos queriam subir para assaltar as pessoas na festa, mas o delegado, que não estava com a carteira funcional, nem sua arma e tampouco se identificou como policial, conseguiu convencer os bandidos a irem embora. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL) estratégia do suspense.

159

Extra

Rep (07/03/09) O arquivista Jorge Luiz Costa, de 58 anos, pensava em contar com os trens, mas encontrou as portas fechadas. (SINTAGMA NOMINAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL + ORAÇÃO + MAS + ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O governador Sérgio Cabral lamentou a paralisação dos trens devido ao tiroteio entre policiais e traficantes, em Senador Câmara, mas reafirmou que o caminho é o enfrentamento. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (07/03/09) O governador Sérgio Cabral lamentou a paralisação dos trens ocorrida na Zona Oeste, mas disse que não há outro caminho a não ser o enfrentamento. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Not (07/03/09) Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (07/03/09) Até as 19h de ontem, a polícia havia recuperado algumas pistolas na região, mas nenhum dos fuzis. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.

Marzagão tentou dissipar o mal-estar criado durante o dia, quando o Exército divulgou nota esclarecendo que a fiscalização era obrigação militar, mas a segurança do local era de responsabilidade do CTT. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO SUBORDINADA (CONTINUAÇÃO)] estratégia do suspense.

Extra

Rep (07/03/09) Peritos do Instituto Félix Pacheco foram ao Hospital Miguel Couto, onde ele está internado, mas não conseguiram fazer o exame datiloscópico para confirmar a identidade, porque ele estava sendo operado. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

160

O traficante tentou se esconder na Rocinha, mas, como sangrava muito, teve de ir para o Miguel Couto, onde foi preso. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (07/03/09) Eles chegaram a passar por uma blitz da PM, mas os policiais não perceberam que havia um assalto em andamento. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (07/03/09) Arcebispo excomunga médicos, mas não o estuprador de menina de 9 anos. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO (COM VERBO IMPLÍCITO)] estratégia do suspense.

CNBB defende arcebispo que excomungou mãe e médicos e pede punição ao agressor, mas na Justiça. [ORAÇÃO + ORAÇÃO (COORDENADAS)+MAS+ SINTAGMA PREPOSICIONAL ) estratégia do suspense.

Extra

Not (08/03/09) Quatro mulheres permanecem em observação, no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas, segundo a assessoria da unidade, nenhuma delas corre risco de vida. (ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (08/03/09) Dom José Cardoso diz que perdão aos envolvidos em aborto de menina é possível, mas só com arrependimento. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (08/03/09) Acácio ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) + SINTAGMA PREPOSICIONAL+ MAS+ORAÇÃO] estratégia do suspense.

Extra

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Rep (08/03/09) O médico ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Na fuga, os criminosos sequestaram um taxista, mas acabaram presos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Mas, segundo o comerciante Pedro José de Menezes, de 50 anos, uma das vítimas, os criminosos roubaram no mínimo seis pessoas. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (09/03/09) A polícia acredita que a criança sofreu violência sexual, mas isso só poderá ser comprovado com o resultado de um laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deverá ficar pronto em uma semana. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (09/03/09) A criança foi socorrida pelo suposto agressor, mas, segundo a polícia, chegou morta ao Posto de Saúde 24 horas do município, na madrugada de ontem. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

O Globo

Not (09/03/09) A vítima, que teria envolvimento com o tráfico, foi socorrida e levada para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu e morreu na emergência da unidade. [SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Extra

Not (09/03/09) A vítima, que teria envolvimento com o tráfico, foi socorrida e levada para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu e morreu na emergência

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da unidade. . [SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

O Globo

Rep (09/03/09) Verônica, que foi enterrada ontem pela manhã no Cemitério de Irajá, tinha um coagulo, provocado por uma queda no banheiro, do lado esquerdo da cabeça, mas a cirurgia foi realizada, primeiramente, na parte direita. (SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA ADVERBIAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

O marido de Verônica, Giovani Dornelles, admitiu que os dois discutiram na noite anterior à suposta queda da mulher, que teria batido a cabeça no vaso sanitário, mas negou que seria responsável pelas lesões. (SINTAGMA NOMINAL+ SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (09/03/09) Mas ele negou que tenha causado a lesão na cabeça dela. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (09/03/09) Algumas testemunhas foram ouvidas mas, até ontem, a polícia não tinha suspeitos. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

No mesmo dia, três homens roubaram motoristas e passageiros de um ônibus e sequestraram um taxista, mas foram presos. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO] estratégia do suspense.

O Globo

Rep (10/03/09) Mas afirmou que as reivindicações estavam “fora de foco”. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

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O ministro disse manter boas relações com o colega, mas não deixou de dar uma estocada em Cassel, ao dizer que não entende por que a pequena agricultura não avança no Pará, onde há 180 mil assentados. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (10/03/09) Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões. (ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (10/03/09) Ele informou, ainda, que 17 médicos estatuários permanecem na unidade, mas parte deles falta aos plantões. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ SINTAGMA ADVERBIAL +ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (10/03/09) Susanne chegou a dar R$ 21,1 milhões ao vigarista, mas pôs fim ao caso e o denunciou depois que ele ameaçou enviar fotos e gravações dos encontros amorosos dos dois a familiares e amigos dela, caso a bilionária, que é casada e mãe de três filhos, não lhe pagasse mais 49 milhões de euros. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL] estratégia do suspense.

O Globo

Not (10/03/09) Suzanne chegou a dar 7 milhões de euros (R$ 21, 1 milhões) em notas de 500 euros ao vigarista, mas pôs fim ao caso e o denunciou depois que ele ameaçou enviar fotos e gravações dos encontros amorosos dos dois a familiares e amigos dela, caso a bilionária, que é casada e mãe de três filhos, não lhe pagasse mais 49 milhões de euros. [ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+ORAÇÃO SUBORDINADA+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL] estratégia do suspense.

Extra

164

Not (10/03/09) Mas, de acordo com a delegada, nenhuma hipótese será descartada. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (10/03/09) Quinio reconhece a missão da Igreja, que proclama que a vida começa no momento da concepção, de defender esse direito à vida, mas pergunta: (ORAÇÃO+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (11/03/09) Ela confirmou que tem uma prima distante trabalhando no tribunal, mas não disse o total de parentes empregados. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (11/03/09) Remarcaram para segunda-feira, mas, se duvidar, não terá médico de novo. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA VERBAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (12/03/09) Mas apenas Rodrigo e Leonardo foram condenados a prisão em regime fechado. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (12/03/09) No dia 31 de janeiro do ano passado, cinco jovens foram considerados culpados pela agressão à doméstica, mas apenas Rodrigo e Leonardo foram condenados a prisão em regime fechado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (12/03/09) A equipe entrou no carro do “Extra” e fechou os vidros, mas o carro foi bloqueado por outro com vidros escurecidos por insulfilm. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (12/03/09) Fabio disse ainda que não se recordava de ter dado uma gravata no fotógrafo Fabiano Rocha, mas que poderia ter acontecido, mas não

165

teria sido de propósito. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (12/03/09) O corte de 1,5 ponto percentual – o de maior magnitude desde novembro de 2003 – representava a média das projeções de mercado, mas ainda assim foi encarado como um movimento cauteloso por analistas, setor produtivo, trabalhadores e lideranças políticas. (SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Naquela ocasião – com atraso, na comparação com os principais emergentes e países ricos – o BC decidiu reduzir os juros, em 1 ponto percentual, mas rachado. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+SINTAGMA ADJETIVAL) estratégia do suspense.

Extra

Not (14/03/09) O PM chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSCIONAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (14/03/09) Aparecida Panisset confirmou ontem que São Gonçalo realmente tem muitos buracos, mas a culpa é das chuvas que, desde o ano passado, castigam o município. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (15/03/09) Cinco prefeitos do Grande Rio estavam na disputa, mas o grande vencedor foi o leitor do EXTRA. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Mas como o município de Nova Iguaçu continua cheio de crateras, a prefeita afirmou que vai melhorar 1.435 ruas até agosto. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (16/03/09) Mas, a 5m38s, dois lances livres convertidos pelo Brasília puseram o time visitante na frente pela primeira vez: 10 a 11.

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(MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.

No segundo, Baby devolveu a liderança ao Flamengo com uma cesta de dois pontos, mas Valtinho aproveitou contra-ataque e deixou tudo igual: 27 a 27. [SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +SINTAGMA NOMINAL] estratégia do suspense.

Mas bem marcado e cometendo muitas faltas, o Flamengo permaneceu atrás no marcador até o final do quarto. (MAS+SINTAGMA ADJETIVAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Mas o Brasília ganhou mais três lances livres de dois arremessos cada. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (16/03/09) Mas aos 7m, André Gomes foi expulso e o jogo mudou. [MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Extra

Rep (17/03/09) Mas isso tem um preço, que ele já começou a pagar. (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (17/03/09) Neymar tinha marcado uma pelada com os amigos na praia, mas acabou impedido pela constante marcação paterna. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (18/03/09) Os dados são parciais e foram apurados após a correção das provas de português aplicadas no último dia 10 para conhecer quem sabe ler, mas não consegue interpretar os textos e usar a escrita em seu dia-a-dia. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Claudia Costin já esperava um índice de analfabetos funcionais próximo a 14%, mas afirmou que a taxa já deveria ter sido superada pelo município.

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(ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (18/03/09) Mas, a farra pode acabar. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Mas não é o que acontece com os PMs que moram na capital . (MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O coronel David foi procurado pelo GLOBO para explicar por que não renunciou ao auxílio-moradia antes do corte determinado pelo secretário, mas não quis dar declarações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (19/03/09) Mas cresceram os números de roubo de aparelho celular (13,5%), estupro (6,9%) e roubo de banco. (MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Elas não serão mais analisadas mês a mês, mas trimestralmente, seguindo uma orientação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA ADVERBIAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (20/03/09) O empresário Alexandre Torres, de 32 anos, fez compras ontem na loja do West Shopping, em Campo Grande, e pretendia pagá-las em dinheiro, mas mudou de ideia ao saber da possibilidade de usar o cartão. (SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

Extra

Rep (21/03/09) Serviço não atende grávida por achar que ela mora em área perigosa, mas Cauã veio ao mundo graças às amigas de Fabiana. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

A dona de casa Fabiana Pires da Silva, de 23 anos, deveria ter parto tranquilo, no leito de um hospital ou, no máximo, na maca de uma ambulância, mas o

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Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti - como área de risco e decidiu não entrar na comunidade. [SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL +MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL +ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

O Globo

Not (21/03/09) Mas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) classificou o seu endereço – Rua São Carlos, 165, Dique, em São João de Meriti - como área de risco, e decidiu não entrar na comunidade. [MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO(COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Extra

Not (22/03/09) Mas como só participam do programa os que desejam, nem sempre o abrigo funciona com plena capacidade. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (22/03/09) A vítima foi levada pelo pai para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu. (ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (22/03/09) Júlia chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu ao ferimento na barriga. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (23/03/09) O Ministério das Relações Exteriores informou que o serviço consular acompanha pedidos de asilo feitos por brasileiros no exterior, mas desconhece o caso de Genesio. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (23/03/09) Tim disse ter pedido ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mas que nada foi feito. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + SINTAGMA NOMINAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

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O Globo

Rep (23/03/09) A Ladeira dos Tabajaras fica a cerca de um quilômetro do prédio onde Maria Louerdes mora com o marido, o zelador Antônio Pereira dos Santos, mas o barulho do tiroteio chegou com clareza à área. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA + SINTAGMA NOMINAL +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Morro dos Cabritos separa o prédio da Rua Maria Eugênia e a Ladeira dos Tabajaras, mas isso não impede que o projétil tenha saído da favela. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

A operação não durou muito tempo, mas os policiais mantiveram a contenção tanto nas entradas por Botafogo quanto por Copacabana e Fonte da Saudade, na Lagoa. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

Extra

Not (24/03/09) Governo aumenta número de drogas mas reduz quantidade de comprimidos de seis para dois ao dia. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (24/03/09) Os dois são da Ladeira dos Tabajaras, mas trocaram de facção, foram para o Morro do Vidigal e, com apoio da Rocinha, lideraram a invasão. [ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Segundo alguns policiais, essa foi a terceira vez que a informação chegou até à polícia, mas apenas desta vez ela foi consumada. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (24/03/09) Vestidos de ternos, o francês e o argentino tentaram fugir pegando um taxi, mas foram detidos pelos policiais e levados à 6ª DP (Cidade Nova). [SINTAGMA VERBAL+ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+oração (COORDENADAS ENTRE SI)] estratégia do suspense.

Extra

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Not (24/03/09) Policiais da 6ª DP (Cidade Nova) e do 1º BPM (Estácio) estiveram no local para ouvir as testemunhas, mas poucas pessoas deram informações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (24/03/09) Policiais da 6ª DP (Cidade Nova) e do 1º BPM (Estácio) estiveram no local para ouvir as testemunhas, mas poucas pessoas deram informações. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Os criminosos foram cercados por policiais, mas só entregaram as vítimas após a chegada do coronel Lima Castro. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Eles conseguiram escapar do prédio em obras, mas foram vistos por PMs, por volta das 13h, logo após renderem o taxista Carlos Pontes, quando ele deixava um passageiro no local. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO PRINCIPAL+ SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +ORAÇÃO SUBORDINADA) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (26/03/09) Durante a operação, o comércio fechou, mas, no meio da manhã, reabriu. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as escolas não foram fechadas por causa da incursão, mas porque houve conselho de classe. (SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Apenas uma creche estava funcionando, mas, de acordo com a secretaria, os pais preferiram deixar seus filhos em casa. (ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (26/03/09) Ação na favela deixa 3 mortos, mas bandido procurado escapa. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Em resposta à tentativa de invasão da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, por traficantes da Rocinha, cerca de 300 policiais civis fizeram ontem uma operação na favela de São Conrado, mas não conseguiram prender o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+

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SINTAGMA PREPOSICIONAL + SINTAGMA PREPOSICIONAL +ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.

Extra

Rep (26/03/09) Mas, ao contrário dos brasileiros com renda de até R$ 1.395, esses mutuários não precisarão se cadastrar em prefeituras, órgãos estaduais ou movimentos sociais para ter acesso à casa própria. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Not (27/03/09) Mas, como a chave não estava na ignição, não conseguiu movê-lo. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Jorge ainda tentou sair em busca de um terceiro ônibus, mas não conseguiu destravar as portas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (27/03/09) Mas, como a chave não estava na ignição, não conseguiu sair do lugar. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Jorge ainda tentou sair em busca de um terceiro ônibus, mas não conseguiu destravar as portas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (28/03/09) Segundo ela, o desembargador Stefanini não considerou o estado de saúde de Eliane, que está se tratando de um câncer pulmonar com metástase na coluna, mas a inconstitucionalidade da prisão. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+SINTAGMA NOMINAL) estratégia do suspense.

... disse a advogada, que recebeu às 18h30m a decisão e o alvará de soltura e se dirigiu à penitenciária, mas só conseguiu libertá-la às 20h25m. (ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (28/03/09) Poucos ônibus regulares circularam, mas havia muitos piratas. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (28/03/09) Mas, numa rua próxima ao terminal, o cenário era outro. (MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

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Na estação das barcas em Niterói, o movimento foi intenso pela manhã, mas sem tumultos. (SINTAGMA PREPOSICIONAL+ORAÇÃO+MAS+SINTAGMA PREPOSICIONAL) estratégia do suspense.

O Globo

Not (29/03/09) Ele foi operado e seu estado é estável, assim como o de seu irmão, mas ainda não há previsão de alta. [ORAÇÃO+ORAÇÃO (COORDENADAS ENTRE SI) +SINTAGMA ADVERBIAL+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Rep (29/03/09) O Bope deixou a comunidade por volta das 8h30m, mas ninguém foi preso durante a incursão. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (30/03/09) Goleiro pede atuação melhor, mas companheiros acham empate bom. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Mas apesar da sensação do dever cumprido, Júlio César, o camisa 1 da seleção brasileira, não estava plenamente satisfeito ao deixar o campo de jogo. (MAS+APESAR DE+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Ele espalmou um chute à queima-roupa, mas o rebote acabou sobrando para Noboa marcar. (ORAÇÃO+MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

O Globo

Rep (30/03/09) Mas admitiu deixar o estádio com um sabor amargo, diante do gol sofrido nos minutos finais. (MAS+ORAÇÃO+ORAÇÃO) estratégia do suspense.

Extra

Not (30/03/09) Robinho, que na goleada contra o Equador no Maracanã ganhou até uma placa por um drible, admitiu que a seleção ficou devendo, mas citou a altitude como uma das culpadas. (SINTAGMA NOMINAL+ORAÇÃO SUBORDINADA+ORAÇÃO PRINCIPAL+ORAÇÃO SUBORDINADA +MAS+ORAÇÃO) estratégia do suspense.