trabalho concluÍdo

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Geologia SUM ÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................. ........................................................ 03 1.1 Brasil ....................................... ................................................ ..............03 1.2 Piauí ........................................ ................................................ ..............04 2. UNIDADES ESTRUTURAIS DO BRASIL.................................................. .......04 2.1 As áreas cratônicas......................................... .....................................08 2.2 As áreas de dobramentos antigos............................................ ............08 2.3 As Bacias Sedimentares.................................... ...................................09 3. UNIDADES ESTRUTURAIS DO PIAUÍ................................................... .........10

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Page 1: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................03

1.1 Brasil .....................................................................................................03

1.2 Piauí ......................................................................................................04

2. UNIDADES ESTRUTURAIS DO BRASIL.........................................................04

2.1 As áreas cratônicas..............................................................................08

2.2 As áreas de dobramentos antigos........................................................08

2.3 As Bacias Sedimentares.......................................................................09

3. UNIDADES ESTRUTURAIS DO PIAUÍ............................................................10

3.1 Escudo Cristalino.................................................................................11

3.2 Bacia Sedimentar do Maranhão-Piauí..................................................13

3.2.1 Origem e Evolução da Bacia......................................................13

3.3 Bacia sedimentar do Araripe...............................................................14

3.4 Depósitos Sedimentares Recentes.......................................................15

3.4.1 Sedimentos Terciários.............................................................15

3.4.2 Sedimentos Quartenários.........................................................15

4. CONCLUSÃO.........................................................................................................17

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA..........................................................................18

Page 2: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

ESTRUTURA GEOLÓGICA DO BRASIL E DO PIAUÍ

1. INTRODUÇÃO

1.1 Brasil

Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil

apresenta os escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e dobramentos

antigos. Não possui dobramentos modernos. Veja abaixo Figura 1 (Almeida e Rigolin,

2009).

Figura 1 - Estrutura Geológica do Brasil segundo Aziz Ab’Saber

Fonte: Adaptado de Almeida e Rigolin, 2009, p. 55.

Page 3: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

Observe a Figura 1 do professor Aziz Ab´Saber considera dois grandes escudos,

seis bacias sedimentares e vários núcleos de menor extensão na estrutura geológica

brasileira (Almeida e Rigolin, 2009).

As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da área total do território brasileiro.

São divididos em grandes e pequenas bacias que se formaram nas áreas Paleozóica,

Mesozóica e Cenozóica (Almeida e Rigolin, 2009).

No Brasil, as áreas dos escudos ocupam cerca de 36% do território, e se formaram

na era Pré-Cambriana. Os terrenos arqueozoicos correspondem a 32% da área total do país,

e os proterozóicos a 4%. Nos terrenos do período Proterozóico, estão às riquezas minerais

do Brasil (ferro, manganês, bauxita, ouro, entre outros) (Almeida e Rigolin, 2009).

1.2 Piauí

Desde o século XIX vem sendo realizados trabalhos de cunho científico no Piauí,

esses trabalhos, foram consequência da passagem de várias expedições, que tinham por

objetivo atingir a Amazônia. Os percussores dessas pesquisas foram: P. Hartt, D. Derby, H.

Samll, Sopper, Odorico Tavares, Arrojado Lisboa e J. C. Braumer, todos eles dando

notícias sobre a existência de uma ampla bacia sedimentar, abrangendo os estados do Piauí

e Maranhão, adentrando-se ainda pelo Pará (Fundação CEPRO, 1996).

Esses trabalhos preliminares tiveram uma grande importância, pois, despertaram o

interesse dos órgãos governamentais, para o desenvolvimento da pesquisa geológica no

Piauí, visando sobre tudo àquelas substâncias que poderiam conter em uma bacia

sedimentar, como sejam, água subterrânea, carvão e petróleo (Fundação CEPRO, 1996).

Com a criação da PETROBÁS, em 1954, a bacia do Parnaíba passou a ter um

destaque especial, resultando desses estudos o conhecimento exato dos limites da bacia e

suas principais características geológicas (Fundação CEPRO, 1996).

2. UNIDADES ESTRUTURAIS DO BRASIL

O relevo do continente sul-americano tem em toda sua borda oeste, a cadeia

orogênica dos Andes, cuja formação iniciou-se no Mesozóico e estendeu-se ao Cenozóico.

A parte central e o leste do continente são marcados por estruturas e formações geológicas

antigas que remontam ao Pré-cambriano (Figura 2) (Ross, 1998).

As grandes bacias sedimentares surgiram ao mesmo tempo em que, os terrenos do

centro e do leste, que tem altitudes inferiores a 100 m, passavam por várias fases erosivas.

Entre os terrenos antigos do centro e do leste, representados pelos planaltos do Brasil e das

Page 4: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

Guianas, ao norte, encontra-se um corredor de terrenos baixos constituídos por

sedimentação recente que se estende da Venezuela e da Colômbia, ao norte, até a

Argentina, ao sul, passando por Bolívia, Paraguai e extremidade oeste do Brasil (Ross,

1998).

A maior parte do território brasileiro é formado por estruturas geológicas antigas.

Com exceção das bacias de sedimentação recente, como a do Pantanal mato-grossense,

parte ocidental da bacia amazônica e trechos do litoral nordeste e sul, que são do Terciário

e do Quaternário (Cenozóico), o restante das áreas tem idades geológicas que vão do

Paleozóico ao Mesozóico, para as grandes bacias sedimentares, e ao Pré-cambriano

(Arqueozóico - Proterozóico), para os terrenos cristalinos (Ross, 1998).

As estruturas e formações litológicas do território brasileiro são antigas, porém, as

formas de relevo são recentes. Os arranjos estruturais antigos, as formações litológicas,

assim como processos mais recentes, ligadas à movimentação das placas tectônicas e ao

desgaste erosivo de climas anteriores e atuais, funcionam como um mecanismo genético,

das formas grandes e pequenas do relevo brasileiro. Uma grande quantidade das rochas e

estruturas que sustentam as formas do relevo brasileiro são anteriores à atual configuração

do continente sul-americano, que passou a ter o seu formato depois da orogênese andina e

da abertura do oceano Atlântico, a partir do Mesozóico (Ross, 1998).

Pode-se dizer, de uma forma simples, que são três, as grandes estruturas que

definem os macrocompartimentos de relevo encontrados no Brasil: em plataformas ou

crátons, cinturões orogênicos e grandes bacias sedimentares (Figura 3) (Ross, 1998).

Page 5: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

2.1 As áreas cratônicas

As plataformas ou crátons fazem parte dos terrenos mais antigos e alterados por

vários processos erosivos. Constituem-se numa grande complexidade litológica,

prevalecendo às rochas metamórficas muito antigas (Pré-cambriano Médio a Superior, com

1 a 2 bilhões de anos). Também ocorrem rochas plutônicas antigas (Pré-cambriano Médio

a Superior, com 1 a 2 bilhões de anos) e resíduos de rochas sedimentares datadas do Pré-

cambriano Superior, que em alguma fase da história da Terra encobriam partes das

plataformas. São três as áreas de plataformas ou crátons: a plataforma das guianas, a Sul-

amazônica e a do São Francisco. A área cratônica das guianas tem terrenos elevados na

extremidade norte do Brasil, onde se encontram rochas intrusivas efusivas. Ao sul, a

plataforma das guianas está em terrenos mais baixos, onde prevalecem rochas

metamórficas (Ross, 1998).

A plataforma sul-amazônica, cujos terrenos são mais baixos ao norte e ganham

altitude em direção ao sul, é constituído principalmente por rochas metamórficas antigas,

ocorrendo frequentemente rochas intrusivas, como granitos e depósitos sedimentares

residuais que sustentam relevos altos (Ross, 1998).

A plataforma do São Francisco, que se estende desde o norte de Minas Gerais e avança

pelo centro da Bahia, é a área cratônica de mais difícil demarcação, já que, uma parte

encontra-se encoberta, por sedimentação antiga e as extremidades confundem-se com as

áreas dos cinturões orogênicos que a margeiam (Ross, 1998).

2.2 As áreas de dobramentos antigos

Os cinturões orogênicos existentes no território brasileiro são de diversas idades ao

longo do Pré-cambriano, consequentemente, são muito antigos. Esses cinturões são o do

Atlântico, o de Brasília e o Paraguai-Araguaia. Hoje em dia, essas cadeias montanhosas

encontram-se muito consumidas pela ação constante de uma série de processos erosivos,

entretanto, ainda guarda aspecto serrano em grandes extensões. Essas faixas de

dobramentos foram no passado bacias geossinclinais estreitas e alongadas que margeavam

a borda das plataformas. Os sedimentos formadores dessas bacias, em função da

movimentação da crosta terrestre, foram por várias vezes dobradas por pressões das

Page 6: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

plataformas. Nesse processo de movimentação da crosta, os sedimentos, ao serem

dobrados, também sofreram metamorfização, intrusões e possivelmente até efusões

vulcânicas.

O cinturão orogênico do Atlântico estende-se desde a parte oriental da região

nordeste até o sudeste do Estado do Rio Grande do Sul. Prevalece nessa estrutura rochas

metamórficas, de diferentes tipos e idades, como gnaisses, migmatitos, quartzitos,

micaxistos, filitos, e, secundariamente, intrusivas, como os granitos e os sienitos.

Esse cinturão tem trechos mais elevados sustentados por rochas do tipo quartzito. As

cristas serranas desse cinturão estão mais preservadas do ataque erosivo, como ocorre com

a serra do Espinhaço. Os terrenos elevados do cinturão do atlântico são resultantes de

dobramentos, de falhamentos extensos e das grandes massas intrusivas (Ross, 1998).

O cinturão de Brasília estende-se desde o sul do estado de Tocantins até o sudeste

de Minas Gerais. É formado principalmente por rochas metamórficas de diferentes tipos,

como micaxistos, ardósias, filitos, gnaisses, quartzitos, e carbonáticas de baixo

metamorfismo. Encontra-se também muito arrasada pelos processos erosivos. O relevo que

se desenvolve nessa área de serras alongadas e estreitas, em alguns trechos associadas com

chapadas de topos planos e altos (Ross, 1998).

O cinturão orogênico Paraguai-Araguaia tem grande parte de sua estrutura

desfigurada por processos erosivos, contudo, existe no mesmo, a província serrana de Mato

Grosso, área que é construída por várias serras geradas por dobramentos antigos e que se

encontram parcialmente preservadas. Esse cinturão estende-se desde o norte de Goiás e

Tocantins até Mato Grosso reaparecendo na extremidade sul do pantanal, na serra da

Bodoquena. Esse cinturão é formado por rochas sedimentares ou com baixo

metamorfismo, destacando-se os metarenitos, filitos, arenitos, calcários, argilitos, folhelos

e arcóseos (Ross, 1998).

2.3 As Bacias Sedimentares

Existem três grandes bacias sedimentares no território brasileiro: Amazônica, do

Parnaíba ou Maranhão e do Paraná. Essas formaram-se ao longo do Fanerozóico, ou seja,

nos últimos 600 milhões de anos. Os sedimentos mais antigos são do Paleozóico, os

intermediários do Mesozóico e os mais recentes do Cenozóico. Os depósitos marinhos e

continentais as rochas sedimentares das três grandes bacias. Assim, nelas são encontrados

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Geologia

sobretudo arenitos de diferentes idades e granulações, as vezes intercalados por siltitos,

argilitos, conglomerados e calcários (Ross, 1998).

Os depósitos do Cenozóico-período terciário- são encontrados mais extensivamente

na parte ocidental da bacia amazônica e no litoral do Nordeste. Já os sedimentos

cenozoicos- período quaternário- são mais extensivos no Pantanal de Mato Grosso, no

litoral do Rio Grande do Sul, na ilha do Bananal no rio Araguaia e nas planícies que ficam

a margem do rio Amazonas (Ross, 1998).

A ultima fase de deposição extensiva nas bacias sedimentares do Brasil, ocorreu no

Mesozóico, com exceção da amazônica, que teve seu processo de sedimentação ao longo

do terciário. No Cenozóico (Terciário) o continente sul-americano sofreu em seu conjunto,

soerguimentos orogenéticos na borda ocidental (cordilheira dos andes) e epirogenético em

todo o restante. Esse processo atingiu o território brasileiro de modo desigual, sendo que

algumas áreas foram mais levantadas e outras bem menos. Essa ação associada a tectônica

das placas, soergueu tanto as áreas dos crátons como os antigos cinturões orogênicos e

bacias sedimentares. Foi através da epirogênese terciária que as bacias sedimentares

ficaram em níveis altimétricos elevados e surgiram as escarpas das serras do Mar e da

Mantiqueira por falhamentos. As depressões periféricas, surgiram através desse processo

tectônico, pois, essa ação desencadeou um prolongado e generalizado desgaste erosivo, que

atuou sobre as bordas das bacias sedimentares formando essas depressões. Desse modo,

parte dos terrenos sedimentares, ficaram em posições mais elevadas do que os terrenos

cristalinos das áreas cratônicas ou de escudos (Ross, 1998).

3. UNIDADES ESTRUTURAIS DO PIAUÍ

Ao se analisar a Figura 4, percebe-se que, a estrutura geológica piauiense divide-se

em quatro unidades estruturais: a Grande Bacia Sedimentar do Parnaíba, que recobre cerca

de83% da sua área territorial, o escudo Cristalino, que aparece em estreita faixa no sudeste

do Estado e cobre cerca de 17% de sua área, Bacia sedimentar do Araripe, na qual a maior

parte da área dessa bacia localiza-se nos estados do Ceará e de Pernambuco, sendo que,

apenas uma pequena área desta, se situa em território piauiense, e (por fim) os depósitos

sedimentares recente, que podem ser classificados em dois subtipos: Sedimentos Terciário

e Quaternário (Araújo et al., 2010).

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Geologia

Figura 4 – Mapa do estado Piauí mostrando os seus elementos estruturais.

Fonte: Adaptado de Araújo et al., 2010, p. 41.

3.1 Escudo Cristalino

Essa unidade estrutural é chamada também de maciço ou escudo antigo, por que é

constituída pelas rochas mais antigas da superfície terrestre, que se formaram antes do

período cambriano, designadas genericamente de pré-cambrianas (Araújo et al., 2010).

A área de ocorrência desse escudo na região do nordeste do Brasil chama-se escudo

nordestino e tem em sua composição, rochas cristalinas (magmáticas e metamórficas),

como pegmatitos, granitos, gnaisses, micaxistos, quartzitos e mármores. Na região desses

escudos localizam-se grande parte dos estados do Ceará, do Rio grande do norte, da

Parnaíba, de Sergipe, de alagoas, de Pernambuco, da Bahia e do Piauí (Araújo et al., 2010).

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Geologia

Destaca-se que a porção desse escudo que forma a base do espaço piauiense é

proporcionalmente menor do que a porção que aflora nos demais estados citados,

Representando cerca de 39.000 km2, ou seja, aproximadamente 17% do estado do Piauí

(Araújo et al., 2010).

Observando a Figura 4, percebe-se que no Piauí a maior parte deste escudo forma

um semicírculo, na porção sul-sudeste do estado do Piauí. Este escudo aflora, ainda, numa

pequena área da porção norte do Piauí, onde termina a serra da Biapada, no limite com o

Ceará. Essas duas áreas cristalinas representam a continuidade das depressões sertanejas

nordestinas, onde ocorre clima semiárido (Araújo et al., 2010).

Na praia da pedra do sal (na ilha grande de santa Isabel) verifica-se a ocorrência de

uma área de afloramento de rochas cristalinas, sob a forma de grandes blocos de granito,

onde quebram as ondas do mar. Existem ainda, outras pequenas áreas de afloramento de

rocha cristalina (diabásio) em vários locais do Piauí, como Guadalupe, Floriano, Amarante,

Picos, etc (Araújo et al., 2010).

Nesse escudo antigo que margeia a bacia sedimentar do Parnaíba, foram

constatados dobramentos bastante complexos e um intenso falhamento que deu origem as

zonas de cizalhamento (Fundação CEPRO, 1996).

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Geologia

3.2 Bacia Sedimentar do Maranhão-Piauí

Figura 5 – Posição das formações geológicas que formam a bacia sedimentar do Maranhão

– Piauí.

Fonte: Adaptado de Araújo et al., 2010, p. 42.

3.2.1 Origem e Evolução da Bacia

A bacia do Maranhão-Piauí, que apresenta uma superfície de 600.000 km2 e um

pacote sedimentar cuja espessura máxima ultrapassa 3.000 m. É irregular essa espessura. A

parte mais profunda parece localizar-se entre Carolina e Imperatriz, ao longo do rio

Tocantins, na área piauiense essa bacia tem aproximadamente 209.000 km2, representando

35% de toda a bacia sedimentar e aproximadamente 84% do território piauiense.

(Nordeste-IBGE, 1977; Araújo et al., 2010).

A sedimentação da bacia, chamada da bacia do Parnaíba, bacia do Maranhão-Piauí

ou bacia sedimentar do Meio-Norte (Glycon de Paiva e Caldas Lins), está ligada ás

transgressões e regressões sucessivas, combinadas com movimentos subsidentes e

arqueamentos ocorridos durante o Paleozóico, período em que se verificaram os mais

importantes ciclos sedimentares do Brasil e sua formação ocorreu durante as Eras

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Geologia

Paleozoicas e Mesozoicas, a partir do desgaste dos escudos cristalinos circunvizinhos.

Esses escudos passaram a serem intensamente erodidos pelas chuvas, ventos, rios antigos e

também pelas aguas dos oceanos nos períodos interglaciares, quando ocorreram as

transgressões marinhas (Nordeste-IBGE, 1977; Araújo et al., 2010).

Esses agentes foram desgastando as rochas, transportando e depositando

sedimentos nas depressões onde existiam grandes mares entre os escudos. Esses depósitos

originaram as rochas sedimentares, que foram sendo empilhadas umas sobre as outras,

como camadas, chamadas formações geológicas. Deste modo, as características das rochas

sedimentares de cada formação geológica (tamanho dos sedimentos, compactação ou

cimentação dos sedimentos e pressão sofrida) vão se refletir tanto nos níveis de

permeabilidade de cada formação, muito importante para a infiltração e a formação dos

lençóis de agua subterrâneo (Baptista, 1981; Nordeste-IBGE, 1977; Araújo et al., 2010).

Movimentos tectônicos atingiram essa bacia, durante os períodos geológicos de sua

formação, ao mesmo tempo, acontecimentos semelhantes ocorreram em outras áreas do

Brasil e de todo o mundo, conforme a observação da descrição dos eventos ocorridos nas

eras geológicas da Terra. No Piauí, os registros de alguns desses movimentos podem ser

identificados no bordo da bacia e nos dobramentos e falhamentos de pacotes de rochas em

alguns locais. Entre essas falhas, destacam-se a de Pedro II (ou de Guaraciaba), a de

Canindé, a de Curimatá e a de Parnaguá, como se observa na Figura 4 (Araújo et al.,

2010).

Na Figura 4, as linhas tracejadas semi-circulares unem pontos do pacote de rochas

de toda a bacia sedimentar, que tem igual profundidade. Indicam, assim, o mergulho das

camadas sedimentares para o interior da bacia, e que vai se aprofundando para oeste, até

cerca de 2.000 m, no espaço piauiense. Estes pacotes de rochas atingem a sua maior

profundidade da bacia sedimentar na área do estado do Maranhão, com cerca de 3.000 m

(Araújo et al., 2010).

3.3 Bacia sedimentar do Araripe

Conhecida por chapada do Araripe, sua estrutura geológica corresponde a

camadas de rochas sedimentares superpostas horizontalmente, dando uma forma de

planalto tabular. As rochas desta bacia se formaram a partir de depósitos de calcário, de

arenitos e de argilas na Era Mesozóica (Araújo et al., 2010).

A maior parte da área dessa bacia localiza-se nos estados do Ceará e de

Pernambuco. No território piauiense corresponde a uma pequena área localizada no

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Geologia

extremo sudeste do Estado, como se observa na Figura 4. Os municípios piauienses que se

encontram nesta área são Caldeirão Grande, Marcolândia, Simões, Curral Novo, Francisco

Macedo e Padre Marcos (Araújo et al., 2010).

3.4 Depósitos Sedimentares Recentes

Os sedimentos da era Cenozóica são considerados recentes, em termos da evolução

geológica da terra, porque se originaram a partir de aproximadamente 65 milhões de anos.

Em alguns espaços da terra estes sedimentos têm abrangência regional, em outros têm

abrangência local, sendo classificados em dois subtipos, datada dos períodos Terciário e

Quaternário, citados a seguir (Araújo et al., 2010).

3.4.1 Sedimentos Terciários

Existe uma faixa de sedimentos pré-litorâneas, que vai desde o Amapá até o

Espírito Santo, chamada de grupo ou Formação Barreiras, que surgiu durante o Período

Terciário quando houve um intenso processo de desgaste do continente brasileiro.

No Piauí esses sedimentos formam uma faixa entre o continente e a planície

litorânea, com 30 a 50 km de largura, entre a bacia sedimentar do Maranhão-Piauí e o

litoral, correspondendo a uma área de cerca de 1.700 km2, o que representa

aproximadamente 0,8% do território piauiense (Araújo et al., 2010).

3.4.2 Sedimentos Quaternários

Depósitos Coluviais, é o nome dado aos sedimentos encontrados no interior dos

continentes e que são datados do período Quaternário, quando ocorrem nos fundos dos

vales que não tem rios nas bases das encostas sob erosão. Quando ocorrem ao longo das

margens dos rios, formam os terraços ou planícies aliviais (ou várzeas) e quando se

acumulam dentro dos leitos formam ilhas ou coroas (Araújo et al., 2010).

Na área litorânea ou costeira, esses sedimentos formam praias, dunas, restingas e

ilhas flúvio-marinhas. No Piauí, esses sedimentos formam a planície litorânea, numa

extensão de 66 km no sentido oeste-leste, que vai desde a baía das canárias (no delta do

Parnaíba), até o limite com o ceara, na baía formada na foz dos rios Ubatuba e Timonha.

No sentido sul-norte ela se localiza entre o Grupo Barreiras e o oceano Atlântico, numa

largura que varia de 500 metros a 10 km aproximadamente (Araújo et al., 2010).

Observando a Figura 5 e a Figura 6 pode-se perceber a área de afloramento e o

mergulho das formações geológicas da Bacia Sedimentar Maranhão-Piauí.

Page 13: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

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Geologia

4. CONCLUSÃO

Esse trabalho buscou apresentar as estruturas geológicas do Brasil e do Piauí, com

base em especialistas em geologia. O Brasil possui três tipos de estruturas geológicas são

elas: as plataformas ou crátons, que corresponde aos terrenos mais antigos e arrasados por

processos erosivos, as áreas de dobramentos antigos que formam os cinturões orogenéticos

existentes no território brasileiro e as bacias sedimentares, que foram formadas nos últimos

600 milhões de anos e funcionam como depósitos da história geológica, pois, Em seu

interior acumulam sedimentos. Também pode acumular água, petróleo e outros diversos

recursos minerais.

Os elementos estruturais que compõem o espaço piauiense são: Bacia sedimentar

do Parnaíba, Escudo cristalino, Bacia sedimentar do Araripe e os depósitos de sedimentos

recentes. Verificou-se, que a área de ocorrência da bacia sedimentar no território piauiense,

é de aproximadamente 84%, e sua formação ocorreu durante as eras Paleozóica e

Mesozóica, enquanto que os escudos cristalinos representam 15% do estado do Piauí, esses

são constituídos pelas rochas mais antigas da superfície da terra, que se formaram antes do

período Cambriano.

Page 15: TRABALHO CONCLUÍDO

Geologia

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, L.M.A.; RIGOLIN, T.B. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Ática, p. 55, 2005.

ARAÚJO, J.L.L.; FÉ LIMA, I.M.M.; ABREU, I.G.; REBÊLO, E.M.C.G.; NUNES, M.C.S.A.; ARAÚJO, M.M.B. Atlas escolar do Piauí. João Pessoa: Editora Grafset, p. 41 - 45, 2010.

BAPTISTA, J. G. Geografia física do Piauí. 2. ed. Teresina: Editora COMEPI.

FUNDAÇÃO CEPRO. Piauí: caracterização do quadro natural. Teresina: Editora Fundação Cepro, p. 25 e 28, 1996.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Geografia do Brasil – Nordeste. V. 2. Rio de Janeiro, 1977.

ROSS, J.L.S. Geografia do Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, p. 44 - 51, 1998.