Trabalho do Curso do Livro dos Espritos (CEIC) 11/12/14Alunos: Beatriz, Karla, Kely e Israel

Breve introduo (se aplica a todos os captulos)

Um dos mais respeitados historiadores do sculo XX, Eric Hobsbawm, formulou a tese de que, na prtica, o sculo XX comeou em 1914, com a 1 Guerra Mundial. Isso devido ao fato de o conflito, tratado no livro de Len Denis, ter marcado o fim de uma Era caracterizada pela existncia de grandes imprios, pelo surgimento e o crescimento exacerbado do sentimento nacionalista e por prticas como o colonialismo e a expanso territorial como maneira de ampliao do poderio econmico, poltico e militar das naes. Com efeito, a dissoluo dos grandes imprios foi um marco histrico importante e emblemtico. O Imprio Alemo, declaradamente protestante, que vinha em um rpido processo de expanso e industrializao aps a unificao da Alemanha teve sua evoluo interrompida e foi dissolvido; O Imprio Austro-Hngaro, declaradamente catlico, governado pela dinastia dos Habsburgo tambm foi dissolvido (dinastia essa que tinha o valor simblico por haver alado a condio de maior e mais poderosa dinastia europia, capaz de dominar o Imprio onde o sol nunca se pe, conquistando colnias desde o extremo oriente at o continente americano). Tambm caiu o Imprio Turco-Otomano, declaradamente islmico, j decadente, outro que possua carter emblemtico pela sua longevidade (cerca de sete sculos) e pela extenso territorial alcanada em seus ureos tempos, quando conseguira dominar territrios que se estendiam desde o atual Marrocos at a regio da Prsia. (H a possibilidade de agregar essa lista o Imprio Russo, convertido na Unio Sovitica em 1917). De fato, Len Denis consegue enxergar o potencial de modificao da estrutura social e espiritual da humanidade diante deste conflito que, em todo o mundo, provocou cerca de 19 milhes de mortes em um perodo cuja populao mundial era muito inferior populao atual. Estima-se que, na poca do conflito, a populao mundial no alcanava os 2 bilhes de habitantes. Ou seja, o conflito provocou, diretamente, a morte de algo entre 1% e 2% da populao mundial em apenas 4 anos. Isso, sem levar em conta os conflitos paralelos ocasionados indiretamente pela Guerra (como a Revoluo Russa e as guerras de independncia de colnias) e a pandemia da Gripe Espanhola que chegou a atingir o Brasil. Para parmetros de comparao, a cidade do Rio de Janeiro, 100 anos aps o incio do conflito (em 2014), conta com cerca de 6 milhes de habitantes, cerca de um tero da populao dizimada na Guerra.Assim, podemos ter uma rpida ideia geral do que esse conflito representou em um contexto histrico, social e geogrfico e das dimenses monumentais da provao e do sofrimento espiritual acarretadas no globo durante o perodo.

Captulo 7 O dia de finados na trincheira

O soldado sensitivo tem a paz, a confiana e esperana no corao, saber cumprir seu dever, batendo em defesa da ptria invadida, por cujo amor suportar todas as privaes e trabalhos, porm a violncia da guerra no lhe abafaro o sentimento superior da ordem e da harmonia universais.Pergunta 959: De onde se origina, para o homem, o sentimento instintivo da vida futura?

J o dissemos antes reencarnar, o esprito conhecia todas essas coisas e a alma guarda uma vaga lembrana do que ela sabe e do que viu, o seu estado espiritual.Para que a seara sagrada germine preciso que se rasgue o solo inculto com arado; necessrio morde-lo com os dentes da grade e tambm esmaga-lo sobre o peso do rolo. S assim o gro novo poder arrebentar a guerra.Se a guerra se alonga, porque, seu intermdio, grandes coisas necessrias se preparam e se organizam.Uma guerra apenas rpida teria tocado, apenas de leve, a Humanidade. Sua longa durao, sua crueldade e as conseqncias que decorrem dela, do ponto de vista social, poltico, religioso e econmico criaro novas rodas, meios e molas por todo lado. Dela resultar uma transformao radical da sociedade, no apenas do ponto de vista da vida material, mas tambm no que toca ao ideal espiritualista.Quantos no procuraro as grandes verdades depois da guerra?A Humanidade no se poder salvar de um fracasso irremedivel a no ser atravs dessa crise, e j vislumbramos a aurora de um grande renascimento.

Pergunta 728: Qual foi o objetivo da Providncia, tornando a guerra necessria?

A liberdade e o progresso.Pergunta 783: O aperfeioamento da humanidade segue sempre uma progressiva e lenta marcha? (Lei do progresso)H o progresso regular e lento, que resulta da fora das coisas, porm um povo no progride rpido o suficiente, Deus lhe suscita, de tempos em tempos, um abalo fsico ou moral que o transforma.Frequentemente o homem no percebe, nessas condies, sendo a desordem e a confuso momentneas que o atingem nos interesses materiais, aquele que eleva se pensamento acima da personalidade, admira os desgnios da Providencia, que do mal, faz sair o bem.Pergunta 784: A perversidade do homem muito grande e, pelo menos do ponto de vista moral, ele no parece recuar em vez de avanar?

Tu te enganas; observa bem o conjunto e vers que ele avana, j que melhor compreende o que o mal e todos os dias ele se reforma dos abusos. preciso que o mal atinja o excesso, para fazer compreensvel a necessidade do bem e das reformas.Vossos mortos da guerra esto vivos e ainda combatem pela ptria e pela humanidade; presentes nas trincheiras, eles animam seus camaradas, inclinam-se sobre os feridos abandonados nos campos de batalha, para lhes diminuir os padecimentos e aliviar os horrores da agonia; consolam, com seus fluidos recorfortantes, aqueles que ficaram nesse mundo.

Pergunta 150: A alma, aps a morte, conserva sua individualidade?

Sim, jamais a perde. Que seria, ela, se no conservasse?

A) Como a alma constata sua individualidade, visto que no tem mais o seu corpo material?

Ela ainda possui um fluido que lhe prprio, que haure na atmosfera de seu planeta e que representa a aparncia de sua ltima encarnao: seu perisprito.

Captulo 8 Ao dos Espritos sobre os atuais acontecimentos

Foi a Frana que, diante do mundo aterrado pela brutalidade alem, defendeu, com seus aliados, contra um adversrio covarde, criminoso e desleal, a causa da justia, da verdade, da liberdade dos povos e o direito que todo homem de viver e morrer livre. Pode-se afirmar que ela salvou a Europa do mais opressor dos despotismos e, assim, imps-se a estima e ao respeito da Histria, oferecendo seu sangue e seus recursos pelo progresso e salvao da Humanidade.Mudana to completa e transformao to radical s se podem explicar pelo despertamento das fortes qualidades da nossa raa, pelas lembranas evocadas e pelos heroicos exemplos que as geraes pretritas nos deixaram como herana? certo que tudo isso existe, porm h, ainda, algo mais: queremos nos referir imensa ajuda trazida pelas legies invisveis.Graas s orientaes de nossos guias, desde o incio da guerra, pudemos acompanhar, em todas as suas etapas a ao dos poderes ocultos que lutam conosco pela salvao da Frana e pelos direitos de eterna justia.Cada um dos comandantes, durante as operaes, secundado por um esprito poderoso que o inspira e o guia.s vezes, todos esses espritos se congregam e deliberam, sendo suas decises transmitidas pela intuio aos generais comandantes que, quase sempre, as obedecem pensando que realizaram seus planos pessoais.Pergunta 459: Os espritos influem em nossos pensamentos e aes?

Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, muitas vezes, so eles que vos dirigem.Pergunta 525: Os Espritos exercem influncia sobre os acontecimentos da vida?

Seguramente, pois que te aconselham.

A) Exercem essa influncia de outra maneira, alm dos pensamentos que sugerem, ou seja, tm uma ao direta sobre a realizao das coisas?

Sim, mas no agem nunca fora das leis naturais.Pergunta 489: H Espritos que se ligam a um indivduo em particular, para o proteger?

Sim, o irmo espiritual; o que chamais o bom Esprito ou o bom gnio.Pergunta 490: Que se deve entender por anjo da guarda?

O Esprito protetor de uma ordem elevada.Pergunta 491: Qual a misso do Esprito protetor?A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajud-lo com os seus conselhos, consol-lo nas suas aflies, sustentar sua coragem nas provas da vida.Pergunta 522: O pressentimento sempre uma advertncia do Esprito protetor?

O pressentimento o conselho ntimo e oculto de um Esprito que vos deseja o bem. E tambm a intuio da escolha anterior: a voz do instinto. O Esprito, antes de se encarnar, tem conhecimento das fases principais da sua existncia, ou seja, do gnero de provas a que ir ligar-se. Quando estas tm um carter marcante, ele conserva uma espcie de impresso em seu foro ntimo, e essa impresso, que a voz do instinto, desperta quando chega o momento, tornando-se pressentimento.Pergunta 523: Os pressentimentos e a voz do instinto tm sempre qualquer coisa de vago; na incerteza o que devemos fazer?

Quando ests em dvida, invoca o teu bom Esprito, ou ora a Deus, nosso soberano Senhor, para que te envie um de seus mensageiros, um de ns.Pergunta 524: As advertncias de nossos Espritos protetores tm por nico objetivo a conduta moral ou tambm a conduta que devemos ter em relao s coisas da vida privada?

Tudo; eles procuram fazer-vos viver da melhor maneira possvel; mas freqentemente fechais os ouvidos s boas advertncias e vos tornais infelizes por vossa culpa.Os Espritos protetores nos ajudam com os seus conselhos atravs da voz da conscincia que fazem falar em nosso ntimo; mas como nem sempre lhes damos a necessria importncia oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam. Que cada um examine as diversas circunstncias, felizes ou infelizes, de sua vida, e ver que em muitas ocasies recebeu conselhos que nem sempre aproveitou e que lhe teriam poupado muitos dissabores, se os houvesse escutado.Pergunta 543: Certos Espritos podem influenciar o general na concepo dos seus planos de campanha?

Sem nenhuma dvida. Os Espritos podem influenci-lo nesse sentido, como em todas as concepes.Pergunta 545: O general pode, algumas vezes, ser guiado por uma espcie de dupla vista, uma viso intuitiva que lhe mostre por antecipao o resultado dos seus planos?

frequentemente o que acontece com o homem de gnio. E o que ele chama inspirao e lhe permite agir com uma espcie de certeza. Essa inspirao lhe vem dos Espritos que o dirigem e se servem das faculdades de que ele dotado.Nos momentos trgicos, o soldado francs tinha conscincia desse socorro do Invisvel. Sentia que uma fora superior o amparava e ajudava na grandeza da sua misso, garantindo-lhe que a sorte de seus pas estava em suas mos.Os esforos dos soldados em ao somavam-se os dos colegas que morreram, pois no dormem debaixo da terra os espritos daqueles que, no correr de 20 meses, tombaram pela metralha alem; tornamos a encontra-los nessa multido invisvel, cujas ondas imensas se entrechocam com o inimigo.

Pergunta 541: Numa batalha h Espritos que a assistem e que amparam cada uma das foras em luta?

Sim, e que estimulam a sua coragem.Pergunta 546: No tumulto do combate o que acontece aos espritos dos que sucumbem? Ainda se interessam pela luta, aps a morte?

Alguns continuam a se interessar, outros se afastam.Nos combates acontece o mesmo que se verifica em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento o Esprito fica surpreso e como aturdido, no acreditando que est morto; parece-lhe ainda tomar parte na ao. No seno pouco a pouco que a realidade se lhe impe.Pergunta 547: Os Espritos que se combatiam quando vivos, uma vez mortos se reconhecem como inimigos e continuam ainda excitados uns contra os outros?

Nesses momentos o Esprito jamais se mostra calmo. No primeiro instante ele ainda pode odiar ao seu inimigo e mesmo o perseguir. Mas quando as idias se lhe acalmarem ver que a sua animosidade no tem mais razo de ser. No obstante poder ainda conservar resqucios maiores ou menores, de acordo com o seu carter.A) Ouve ainda o fragor da batalha?

Sim, perfeitamente.Trgicos acontecimentos vieram nos demonstrar que, neste mundo, tudo precrio e nos animar a erguer os olhos para o Alto. Estes acontecimentos nos dizem que, neste planeta, no temos futuro assegurado e que os bens, as honras e tudo quanto nos seduz e encanta desaparece como uma sombra v.Fomos criados para a vida infinita e nosso domnio o Universo inteiro, no sendo a Terra seno uma das incontveis estaes de nossa longa jornada.Pertencemos a Deus, de onde viemos e para onde volveremos, aperfeioando e desenvolvendo nosso ser, atravs da alegria e do sofrimento, pelo jbilo ou pela dor.

Pergunta 742: Qual a causa que leva o homem guerra?

Predominncia da natureza animal sobre a espiritual e a satisfao das paixes. No estado de barbrie os povos s conhecem o direito do mais forte, e por isso que a guerra, para eles, um estado normal. medida que o homem progride ela se torna menos freqente, porque ele evita as suas causas e quando ela se faz necessria ele sabe adicionar-lhe humanidade.

Pergunta 743: A guerra desaparecer um dia da face da Terra?

Sim, quando os homens compreenderem a justia e praticarem a lei de Deus. Ento todos os povos sero irmos.

Pergunta 744: Qual o objetivo da Providncia ao tornar a guerra necessria?

A liberdade e o progresso.Nosso corpo apenas uma priso temporria e a morte uma libertao. A sabedoria consiste, pois, em sempre subordinar a matria ao espirito, porque ela no mais que uma aparncia e o espirito, a nica realidade viva e imortal.O sofrimento sagrado por ser a escola austera das almas, o meio mais seguro de purificao e elevao.A dor a reparao do passado e a conquista do futuro; a possibilidade que nos e oferecida para nos juntarmos aos nossos queridos invisveis, participando de sua vida espiritual, seus trabalhos e suas misses.Pela dor, nossos destinos se ajustam e se marcam de modo mais vivo, ensinando que a hora presente solene para a Humanidade, cujo progresso ou recuo ela pode precipitar.Depois da tormenta vir o tempo de paz, permitindo realizar o balano moral desta guerra.Grande o nmero de jovens j comea a entrever as nobres verdades que s alcanam quando mais idosos e mais experientes. Antes da guerra eles passavam por materialistas e amantes dos gozos, porm, premidos pelas circunstancias, diante do perigo, na presena da morte, e, principalmente, nas longas esperas da trincheira, o pensamento amadureceu.O Mundo Invisvel, que na sangrenta luta os animava, os inspira nas horas de calma e repouso, sugerindo-lhes nobre e elevado ideal, depositando em suas almas os germes da sagrada semente.

Pergunta 711: O uso dos bens da Terra um direito de todos os homens?

Esse direito a conseqncia da necessidade de viver. Deus no pode impor um dever sem conceder os meios de ser cumprido.Pergunta 712: Com que fim Deus fez atrativos os gozos dos bens materiais?

Para instigar o homem ao cumprimento da sua misso e tambm para o provar na tentao.A) Qual o objetivo dessa tentao?

Desenvolver a razo que deve preserv-lo dos excessos.Se o homem no fosse instigado ao uso dos bens da terra seno em vista da sua utilidade, sua indiferena poderia ter comprometido a harmonia do Universo. Deus lhe deu o atrativo do prazer que o solicita realizao dos desgnios da Providncia. Mas, por meio desse mesmo atrativo, Deus quis prov-lo tambm pela tentao, que o arrasta ao abuso, do qual a sua razo deve livr-lo.Pergunta 713: Os gozos tm limites traados pela Natureza?

Sim, para vos mostrar o termo do necessrio; mas pelos vossos excessos chegais at o aborrecimento e com isso vos punis a vs mesmos.Pergunta 714: Que pensar do homem que procura nos excessos de toda espcie um refinamento dos seus gozos?

Pobre criatura que devemos lastimar e no invejar, porque est bem prxima da morte.A) da morte fsica ou da morte moral que ele se aproxima?

De uma e de outra.O homem que procura nos excessos de toda espcie, um refinamento dos gozos, coloca-se abaixo dos animais, porque estes sabem limitar-se satisfao de suas necessidades. Ele abdica da razo que Deus lhe deu para guia e quanto maiores forem os seus excessos maior o imprio que concede sua natureza animal sobre a espiritual. As doenas, a decadncia, a prpria morte que so a conseqncia do abuso, so tambm a punio da transgresso da lei de Deus.A observao superficial, considerando apenas o lado terrestre, v os fatos se sucederem desordenadamente, sem nexo, numa aparente incoerncia, s explicvel pelo livre-arbtrio que Deus concede ao homem, de agir ao seu gosto.Todavia, se contemplarmos as coisas de mais alto, distinguiremos melhor o misterioso fio que os liga. Atravs da marcha maravilhosa dos sculos, vislumbram-se a obra da eterna justia.Pergunta 132: Qual a finalidade da encarnao dos Espritos?Deus a impe com o fim de lev-los perfeio: para uns, uma expiao; para outros, uma misso. Mas, para chegar a essa perfeio, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existncia corprea: nisto que est a expiao. A encarnao tem ainda outra finalidade, que a de pr o Esprito em condies de enfrentar a sua parte na obra da Criao. para execut-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matria essencial do mesmo, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, tambm progredir.A ao dos seres corpreos necessria marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa mesma ao, um meio de progredir e de se aproximarem dele. assim que, por uma lei admirvel de sua providncia, tudo se encadeia, tudo solidrio na Natureza.

Captulo 9 - O Espiritismo e as religies

No o espiritismo ou qualquer outra religio que salva. O que faz o esprito tomar conscincia da verdade em praticar boas aes, instruir-se para vencer suas ms inclinaes, adquirir sabedoria e fazer todo o bem possvel ao seu prximo. O que nos faz tomar verdadeira conscincia da vida a doutrina de Jesus.

Trecho 1 (pgs 85 a 87)

Len Denis ressalta que o Espiritismo no um inimigo das religies j existentes, mas sim um aliado capaz de fornecer elementos para sua reformulao e reestruturao luz dos esclarecimentos que fornece a respeito da realidade do Mundo Invisvel e suas implicaes morais.O autor tambm identifica na Guerra um momento de transio para a humanidade no qual a dor far o materialismo retroceder e abrir espao para a o reconhecimento da necessidade de unio entre os homens e da comunho de pensamento em torno de elementos como a ptria, a harmonia social e a religiosidade. Nesse sentido a cincia e a f so instrumentos importantes vistos como complementares e capazes de fornecer uma ideia sobre moral, destino e finalidade da existncia.

Pergunta 536: So devidos a causas fortuitas, ou ao contrrio, tm todos um fim providencial, os grandes fenmenos da natureza os que se consideram como perturbao dos elementos?

Tudo tem uma razo de ser e nada acontece sem a permisso de Deus. Deus est no comando de tudo o que se passa no universo em que vivemos, no existindo, portanto, causas fortuitas que possam perturbar os elementos da natureza, e tudo o que acontece tem um fim providencial, mesmo que no possamos entender de imediato os desgnios de Deus.

(Observao da Kely) A posio do Espiritismo, em face das religies, foi definida desde o princpio, ou seja, desde a publicao de O Livro dos Espritos. A terceira parte do livro tem o ttulo de Leis Morais, e comea pela afirmao: A lei natural a lei de Deus, que equivale ao reconhecimento da unidade divina de todas as leis que regem o Universo.

Pergunta 798: O Espiritismo se tornar uma crena comum ou permanecer sendo partilhado por algumas pessoas?

Certamente ele se tornar uma crena comum e marcar uma nova era na histria da Humanidade, porque est na Natureza e chegou o tempo em que dever ocupar seu lugar entre os conhecimentos humanos; todavia ter que sustentar grandes lutas, muito mais contra o interesse do que contra a convico, pois no h como dissimular que existem pessoas interessadas em combat-lo, umas, por amor-prprio, outras, por causas inteiramente materiais, mas os contraditores, encontrando-se cada vez mais isolados, sero forados a pensar como todo o mundo, sob a pena de se tornarem ridculos.

(comentrio de Kardec) As ideias s se transformam com o tempo e nunca subitamente; elas se enfraquecem, de gerao em gerao, e terminam por desaparecer, pouco a pouco, com aqueles que professavam e que so substitudos por outros indivduos imbudos de novos princpios, como acontece com as ideias polticas. Vede o paganismo: certamente no existe, atualmente, quem professe as ideias religiosas daqueles tempos; entretanto vrios sculos depois do advento do Cristianismo, elas deixaram marcas, que somente a completa renovao das raas conseguiu apagar. Assim ser com o Espiritismo; ele progride muito, mas haver ainda, durante duas ou trs geraes, um fenmeno de incredulidade que s o tempo dissipar. No entanto, sua marcha ser mais rpida que a do Cristianismo, sobre o qual ele se apoia, que lhe abre os caminhos. O Cristianismo tinha que destruir; o Espiritismo s tem a edificar.

Pergunta 799: De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?

Destruindo o materialismo, que uma das chagas da sociedade, ele faz com que os homens compreendam onde se encontra o verdadeiro interesse. No estando mais a vida futura velada pela dvida, o homem compreende melhor que poder assegurar o seu futuro atravs do presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cores, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmos.(Observao Kely) A principal forma de contribuio do Espiritismo ao progresso disseminar que o esprito imortal; que a morte no existe; que no h explicao sensata para as dores da vida sem recorrer reencarnao; que o homem o nico responsvel pelo seu destino; que a vida continua depois da morte e que a melhor coisa do mundo ser bom.

Trecho 2 (pgs 87 a 91)

O homem precisa buscar dentro de si a centelha divina que leva. Esta parte do seu ntimo, que guarda sua conexo com a espiritualidade e a Divindade, que lhe d foras para suportar as vicissitudes da vida com serenidade, otimismo e confiana. A verdadeira religio aquela que, independentemente de dogmas, ritos ou liturgias, auxilia o homem a alcanar esse recurso oculto e nele haurir foras para a sua evoluo. O grande resultado do alcance dessa centelha divina o crescimento em termos de f.O contrrio disso, no entanto, foi identificado por Len Denis na cultura alem de seu tempo. Cultivando o resgate de dolos antigos como Odin e valorizando a doutrina materialista de Nietzsche, o povo alemo, em escala de sociedade, conseguiu se unir em torno de ideais vis de dominao, egosmo e orgulho.

Pergunta 1: O que Deus?

Deus a inteligncia Suprema, causa primeira de todas as coisas.

(Observao Kely) Deus no age nos seres, mas atravs dos seres, imprimindo na conscincia do homem os seus deveres em relao vida csmica. Pergunta 649: Em que consiste a Adorao?

Na elevao do pensamento a Deus. Pela adorao, aproximamos dele a nossa alma.

(Observao Israel) Cultivar o materialismo, definitivamente, no Adorar a Deus, tampouco o a adorao exclusivamente atravs de dolos externos e de iderios antropomrficos (considerando o antropomorfismo em um sentido amplo, segundo o qual no somente se atribui a Deus caracteres fsicos da humanidade, mas tambm os caracteres psicolgicos e morais, como faziam os pagos).

Trecho 3 (pgs 91 a 95)

Len Denis comenta a respeito do momento histrico e social prvio Guerra tambm conhecido como a Belle poque caracterizado pelo avano do materialismo e pela glamourizao de vcios como o egosmo, a lascvia e o consumo de lcool e outras drogas. A este momento se sucedeu o perodo da Guerra, em cuja dor provocada em escala nacional provocou a elevao dos pensamentos para Deus e para a realidade do Mundo Invisvel. Esse momento de mudana visto pelo autor como uma oportunidade para o resgate e a renovao dos valores espirituais e morais do povo francs. Essa renovao tambm teria a capacidade de alcanar a cincia, fazendo com que superasse a noo de que cincia e religio so antagnicas ao passo que se difundiria o conhecimento a respeito do plano espiritual.A cincia, portanto, avanaria no entendimento de Deus e ajudaria a difundi-lo combatendo noes arcaicas como o antropomorfismo. Alcanado esse entendimento, liturgias, ritos e instituies se tornam relativas enquanto que o foco de todas as religies o mesmo: Deus. E esse foco seria alcanado pela prece.

Pergunta 617: As leis divinas, qu compreendem no seu mbito? Concernem a alguma outra coisa que no somente ao procedimento moral?

Todas as da natureza so leis divinas, pois que Deus o autor de tudo. O sbio estuda as leis da matria, o homem de bem estuda e pratica as da alma. As leis divinas que regem a vida csmica abrangem tudo o que existe no universo: qumica, fsica, cincia, astronomia, meio ambiente, flora, fauna, fenmenos da natureza e principalmente a escalada moral do homem, que o seu alvo principal, a sua grande promessa de vida.

(Observao da Kely) Podemos compreender assim, que o Espiritismo permite encararmos as religies, no como adversrias, mas como formas progressivas do esclarecimento espiritual do homem, que atinge na atualidade um momento crtico, de passagem para um plano superior. Depois, no sentido de que o Espiritismo no , e nem pretende ser uma religio social, pelo que no disputa um lugar entre as igrejas e as seitas, mas quer apenas ajudar as religies a completarem a sua obra de espiritualizao do mundo. A finalidade das religies arrancar o homem da animalidade e lev-lo moralidade. O Espiritismo vem contribuir para que essa finalidade seja atingida.Nisto se repete e se confirma o que o Cristo declarou, a propsito de sua prpria misso, ao dizer que no vinha revogar a lei e os profetas, mas dar-lhes cumprimento. Como desenvolvimento natural do Cristianismo, o Espiritismo prossegue nesse mesmo rumo. Sua finalidade no combater, contrariar, negar ou destruir as religies, mas auxili-las. Para auxili-las, porm, no pode o Espiritismo endossar os seus erros, o seu apego aos formalismos religiosos, a sua aderncia s circunstncias. Porque tudo isso diminui e enfraquece as religies, expondo-as ao perigo do fracasso, diante das prprias leis evolutivas, que impulsionam o homem para alm das suas convenes circunstanciais. O Espiritismo, assim, no condena as religies. Considera que todas elas so boas.O princpio da tolerncia substitui, portanto, no Espiritismo, o sistema de intolerncia que marca estranhamente a tradio religiosa. As religies, pregando o amor, promoveram a discrdia. Ainda hoje podemos sentir a agressividade do chamado esprito-religioso, na intolerncia fantica das condenaes religiosas. Por isso Kardec esclareceu, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que o princpio religioso da doutrina no era o de salvao pela f, e nem mesmo pela verdade, mas pela caridade. A f sempre interpretada de maneira particular, como a dogmtica de determinada igreja a apresenta. A verdade sempre condicionada s interpretaes sectrias. Mas a caridade, no seu mais amplo sentido, como a frmula do amor ao prximo, ensinada pelo Cristo, supera todas as limitaes formais. A salvao esprita no est na adeso a princpios e sistemas, mas na prtica do amor.

Trecho 4 (pgs 95 a 97)

Neste trecho, o autor faz um relato pessoal a respeito da maneira como cultiva o hbito da adorao ntima a Deus e nas vibraes elevadas em direo aos espritos de grande envergadura moral que fazem parte das diversas culturas que j habitaram o globo, como as culturas orientais, a antiguidade clssica, celtas e druidas e, tambm, Cristo e outros expoentes do cristianismo.

Pergunta 624: Qual o carter do verdadeiro profeta?

O verdadeiro profeta um homem de bem, inspirado por Deus. Pode-se reconhec-lo pelas suas palavras e aes. Deus no pode servir-se da boca do mentiroso para ensinar a verdade.

Pergunta 659: Qual o carter geral da prece?

A prece um ato de adorao. Orar a Deus pensar nele; aproximar-se dele; colocar-se em comunicao com ele. Atravs da prece, podemos propor-nos a trs coisas: louvar, pedir, agradecer.

Pergunta 666: Pode-se orar aos Espritos?

Pode-se orar aos bons espritos, como sendo mensageiros de Deus e executores de suas vontades; o poder deles, porm, proporcional sua superioridade e depende sempre do senhor de todas as coisa, sem cuja permisso nada se faz; por isso que as preces que lhes endereamos s so eficazes, se aceitas por Deus.

(Observao Kely) A influncia da orao uma realidade em todos os setores da vida e orar pelos espritos uma prtica de caridade maravilhosa, principalmente por aqueles que partiram atravs do suicdio, violncia, ou enfermidades atrozes, e que permanecem do outro lado da vida com as sequelas desse tipo de morte. Mas devemos orar tambm pelos nossos familiares desencarnados, anjo da guarda e amigos que partiram antes de ns.

(Observao 2 Israel) Importante tambm notar que os espritos atendem nossas preces sob duas condies: sua capacidade indicada pelo seu nvel de elevao e a prpria vontade de Deus. Seguindo as trs possveis propostas da prece (louvar, pedir e agradecer), devemos pensar que as oraes em que fazemos pedido devem ser endereadas a Deus ou a espritos que sabemos que so capazes de nos atender a partir do momento que Deus permita. Portanto, bom evitar preces de pedidos para parentes ou amigos falecidos que, ante uma eventual incapacidade de atender aos nossos pedidos, podem experimentar pertubaes ou sentimentos nocivos sua prpria trajetria espiritual. Faamos como Len Denis, que em suas oraes, buscava espritos de reconhecida e notria elevao como Jesus, Buda, Plato, etc... aos quais sabia que a impossibilidade de atender s preces no seria capaz de causar pertubao ou prejuzos.Aos suicidas, parentes e amigos que partiram aqueles dos quais no sabemos se renem as condies para atender aos pedidos (gente como a gente) faamos preces de louvor e agradecimento, enviando boas vibraes e sustente para a nova etapa da trajetria espiritual deles.

Trecho 5 (pgs 97 a 101)

Comenta-se a respeito da misso histrica da Frana de criar correntes de ideias pelo mundo. Ideais como os da Revoluo Francesa e os do Espiritismo so evocados para ilustrar tal afirmao. Em decorrncia dessa misso, a Frana recebeu o apoio da espiritualidade superior para resistir dominao alem durante a 1 Guerra. A partir dessa misso, tambm, Len Denis identifica o papel que a Frana e o Espiritismo tm para o progresso espiritual da humanidade no perodo posterior guerra.A Frana deve ensinar ao mundo as regras da religio do futuro, dessa religio ampla e tolerante que ter por base a cincia dos fatos e por coroamento as mais altas e mais puras aspiraes do pensamento espiritualista.A est porque, depois da guerra, os espritas devero divulgar essas verdades de mos cheias, porque o terreno j estar admiravelmente bem preparado para a semeadura e no estaro ss em seu trabalho, porque a multido imensa dos invisveis os ampara e alenta.

Pergunta 744: Qual foi o objetivo da Providncia, tornando a guerra necessria?

A liberdade e o progresso.

A) Se a guerra tem por efeito alcanar a liberdade, como que, frequentemente, ela tem por objetivo e resultado a escravido?

Escravido momentnea para cansar os povos, a fim de faz-los progredir mais rpido.

(Observao Israel) A resposta a essa pergunta pode parecer controversa e carece de maior esclarecimento dentro do contexto no qual se insere no livro. Estando dentro do captulo que trata da Lei de Destruio, segundo a qual a destruio, viabilizada por diversos meios dentre os quais a guerra, condio para a progresso. O progresso, ao trazer elementos novos, pressupe a destruio, seja no campo das ideias seja no campo material, dos elementos antigos a fim de que estes deixem de se tornar obstculo para o progresso.Quando se diz que a Guerra existe para que a liberdade e o progresso ganhem espao, pode-se tomar o exemplo de revolues sociais e guerras de independncia, capazes de libertar povos ou grandes grupos sociais dentro de uma nao no sentido de lhes remover os obstculos que impede o progresso.

Pergunta 779: O homem haure, em si mesmo, a fora progressiva, ou o progresso apenas o produto de um ensinamento?

O homem desenvolve em si mesmo, naturalmente; nem todos porm progridem ao mesmo tempo e da mesma maneira; , ento, que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, atravs do contato social.

(Observao Kely) O homem j possu as potencialidades ntimas necessrias sua evoluo infinita, necessitando apenas aflorar esses recursos que se mostram atravs do trabalho, aproveitando, claro, os ensinamentos que provem de fora, mas a grande fonte de energia j se encontra com ele.

Pergunta 568: Os espritos que tm misses a cumprir, as cumprem no estado errante, ou no estado de encarnao?

Podem t-las num e noutro estado; para certos espritos errantes, uma grande ocupao. (Observao Kely) Seja no mundo fsico ou espiritual, teremos sempre misses a cumprir, por que a vida continua no alm e as ocupaes tambm. (adendo Israel) Isso tambm se aplica s coletividades, como as naes e os movimentos religiosos.

Pergunta 558: Os espritos no tm outra coisa a fazer a no ser melhorarem-se, pessoalmente?

Eles concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, de quem so ministros. A vida espiritual uma ocupao contnua, nada tem de penosa, como na Terra, porque no h fadiga corporal, nem as angstias e necessidades.

Pergunta 525: Exercem os espritos alguma influncia nos acontecimentos da vida?

Certamente, esto sempre nos aconselhando. Ao influenciar diuturnamente, os espritos protetores acabam tendo participao ativa nos acontecimentos que nos envolvem e se no fosse essa atuao dinmica junto ns, com certeza as nossas dificuldades seriam ainda maiores, e teramos muitas dificuldades para vencermos os obstculos que se postam nossa frente.

(Observao da Kely) No h dvidas que os fenmenos do espiritismo se encontram na origem de todas as religies, porm estas lhe emprestam um carter sobrenatural e milagroso transferindo-os para um passado remoto e fazendo-os perder toda a importncia sobre a vida moral e social.

Captulo 10 - Responsabilidades

Trecho 1 (pgs 103 a 107)

A Alemanha se mostrou particularmente refratria s ideias espritas. De acordo com Leon Denis, o Imperador Guilherme II da Alemanha, pessoalmente, lanou suspeita sobre seus funcionrios que demonstravam interesse pelo tema.Neste ponto, ressaltam-se as responsabilidades contradas pelo dito imperador ao ser tido como um dos principais responsveis pelo conflito. No somente por sua imprudncia, orgulho, egosmo ou destempero, Guilherme II demonstrou que ignorava as realidades da alma e da vida espiritual.Caso o sinistro imperador houvesse conhecido melhor as condies da vida no Alm, familiarizando-se com o mundo dos espritos, se soubesse o que o aguarda a ele mesmo depois da morte, teria assinado o decreto de mobilizao do exrcito alemo, na trgica noite que iria desencadear sobre a Europa um tufo sem igual?Se o Kaiser tivesse estudado, conhecido e se relacionado com o Mundo Invisvel, teria podido ver, antecipadamente, a sorte que a inexorvel Lei lhe reserva, desdobrando-se ante os seus olhos como um quadro.

Pergunta 745: Que se deve pensar daquele que provoca a guerra em seu proveito?

Esse o verdadeiro culpado e muitas existncias lhe sero necessrias, para expiar todos os assassnios de que tenha sido causa, pois responder por todo homem cuja morte tiver causado para satisfazer sua ambio.

Pergunta 965: As penas e gozos da alma, aps a morte, tm alguma coisa de material?

O bom-senso o diz: no podem ser materiais, visto que a alma no matria. Essas penas e gozos nada tm de carnal e, entretanto, so mil vezes mais vivos do que os que experimentais na Terra, porque o Esprito, uma vez desligado, mais impressionvel; a matria no embota mais as suas sensaes.

Pergunta 998: A expiao se efetua no estado corporal ou no estado espiritual?

A expiao se efetua durante a existncia corporal, atravs das provas s quais o Esprito se acha submetido e, na vida espiritual, atravs dos sofrimentos morais inerentes ao estado de inferioridade do Esprito.

Trecho 2 (pgs 107 a 111)

A Frana tambm tem sua parcela de responsabilidade no conflito.Tambm significativa parte do povo francs se mostrou refratrio s ideias espritas. Como consequncia, foi possvel observar avano do materialismo e, por conseguinte, o desprezo s leis morais. A fragilizao da ordem poltica e social francesa foi notada por Len Denis.Atravs do cultivo de paixes desenfreadas e vcios perniciosos, o povo francs atraiu para si o mal da guerra, que, com seu poder de destruio, foi capaz de modificar vaidades, juzos e valores enganosos. Isso, para o autor, ajudou a revelar a virtude, a tenacidade e a perseverana da qual o povo francs (em especial suas tropas) ainda era dotado, revelando, tambm, o mrito que tinha para ser alvo do apoio da espiritualidade superior. Como exerccio de comparao, Leon Denis relembra da Guerra Franco-Prussiana, na qual lutara como soldado, quando a Frana foi derrotada pela confederao Alem do Norte com o apoio da Espanha. Nessa ocasio, ilustra o autor, a mentalidade das tropas era muito distinta, o que colaborou para o revs. Pergunta 907: J que o princpio das paixes est na Natureza, ser ele mau em si mesmo?

No; a paixo est no excesso acrescentado vontade, pois o princpio foi dado ao homem para o bem, e as paixes podem lev-lo a realizar grandes coisas; o abuso que delas se faz que causa o mal.

Pergunta 728: A destruio uma lei da Natureza?

preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar; pois o que chamais destruio apenas uma transformao, que tem como objetivo a renovao e a melhoria dos seres vivos.

Trecho 3 (pags 111 a 115)

Ademais de recapitular as responsabilidades, como uma das causas da Guerra, acarretadas pela m conduta moral da humanidade, o autor coloca foco sobre as responsabilidades de determinados segmentos em um momento posterior, quando da renovao aps o momento de dor.No mbito da vida social, deve haver uma mudana no sentido de dar menos importncia s paixes e os impulsos materialistas predominantes no perodo anterior Guerra. No mbito da cincia, importante que se reconhea a realidade da reencarnao e suas implicaes sobre a espiritualidade do ser humano. No mbito do ensino, deve-se inserir o componente moral, vinculado realidade da alma e sua condio perante a vida, para a formao de geraes futuras mais esclarecidas e menos inclinadas ao materialismo. No mbito do Espiritismo, Leon Denis coloca que a responsabilidade a intensificao da divulgao das ideias espritas em um cenrio de renovao na direo de favorecer a elevao moral da humanidade.

Pergunta 147: Por que os anatomistas, os fisiologistas e, em geral os que se aprofundam nas cincias da Natureza, so, com tanta frequncia, levados ao materialismo?

O fisiologista refere tudo ao que ele v. Orgulho dos homens que creem tudo saber e que no admitem que coisa alguma possa ultrapassar o seu entendimento. Sua prpria cincia d-lhes a presuno; pensam que a Natureza nada lhes pode ocultar.

(Observao Israel) um equivoco considerar que a cincia ou a capacidade intelectual so causadoras de uma mentalidade materialista. De fato, h pesquisas que indicam uma relao estatstica positiva entre o nvel de escolaridade e a proporo de ateus na populao. No entanto, no devemos entender que h causalidade direta entre o nvel intelectual e o atesmo ou o materialismo. O que ocorre que o orgulho do ser humano, ainda imperfeito, frequentemente culmina na vaidade quando aliado a um grau de escolaridade reconhecidamente acima da mdia. O que faz com que o indivduo tenha dificuldade em reconhecer a ignorncia prpria do gnero humano, que est na incapacidade de reconhecer a real natureza de Deus e outras questes existenciais mais profundas de forma detalhada e minuciosa.Com efeito, no ramo da filosofia que estuda a cincia e tenta defini-la alm de buscar critrios que definem argumentos e teorias como cientficos, pseudo-cientficos e no cientficos ainda no existe um consenso a respeito do real carter da cincia. Salvo em casos extremos, como os de muitas cincias naturais e da matemtica, h muita dificuldade em estabelecer o que cincia do que no o . Nesse sentido, o ramo da sociologia associado filosofia da cincia fornece uma explicao til ao considerar que a cincia a acaba por ser definida de maneira tcita em torno do consenso formado pela comunidade cientfica formada, evidentemente, por indivduos que podem ou no deixar-se influenciar pela sua vaidade ou orgulho. Assim sendo, pela razovel proporo de materialistas encontrada nas diversas comunidades cientficas pertinentes a cada cincia, pode-se deduzir que o Espiritismo e as ideias de reencarnao, pluralidade dos mundos e da existncia de Deus ainda encontram resistncia atravs da oposio que esses indivduos exercem enquanto participantes do processo de formao do consenso a respeito do que se pode considerar cincia.Como consequncia, temos obstculos, em maior ou menor grau, penetrao das ideias espritas em outras instituies, como o sistema educacional.

Captulo 11 A Hora do Espiritismo

Trecho 1 (pgs 117 ,118 e 119)

Quando o homem olha para o cu e tem um pequeno vislumbre da verdade, quando se d conta da imensido do cu, quando se pega imaginando o quo vasto e desconhecido para ele a noo de universo, tomado por um sentimento que o domina e esmaga, despertando em cada umuma espcie de temor e respeito. Igual sentimento, misturado a angstia da incerteza de grandes provaes e acontecimentos, nos traz esta inquietao. E no auge das paixes desencadeadas e do caos incontrolvel, h, uma intuio segura, que nos revela a existncia de um poder superior, que trar ordem e regenerao para a humanidade.E este poder nos revela que a hora do Espiritismo chegou! Aliviando e consolando todos os oprimidos pela dor e pela desesperana. O excesso de sofrimento faz ressurgir a evoluo moral, tornando mais sensvel a comunho dos encarnados e desencarnados, deixando clara a ajuda que vem do Alto, auxiliando nos momentos de perigo, mostrando a coexistncia de dois mundos: aquele que se v, e outro, mais verdadeiro, seguro e duradouro. Desta forma se comprova a necessidade de saber e crer, apegando-se ao que existe de elevado, estvel e permanente no universo.

Pergunta 2: Que se deve entender por infinito?

Aquilo que no tem comeo nem fim; o desconhecido. Tudo que desconhecido infinito.

Pergunta 5: Que consequncia se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens tm em si da existncia de Deus?

Que Deus existe; pois de onde lhes viria este sentimento se no se apoiasse em nada? mais uma consequncia do princpio de que no h efeito sem causa.

Pergunta 6: O sentimento ntimo que temos em ns da existncia de Deus no seria obra da educao e produto das ideias adquiridas?

Se assim fosse, por que os selvagens teriam este sentimento?

Pergunta 35: O espao universal infinito ou limitado?

Infinito. Supe limites para ele, o que haveria alm?Isto confunde a tua razo, bem o sei, e no entanto , a razo te diz que no pode ser de outro modo.

Pergunta 543: Alguns espritos podem influenciar o general na concepo de seus planos de campanha?

Sem nenhuma dvida; os espritos podem influenciar neste caso assim como em todas as concepes.

Trecho 2 (pgs 120 a 125)

Tanto no mundo invisvel como neste em que habitamos, as foras do bem e do mal equilibram-se e lanam suas influncias sobre os homens.O Espiritismo no s uma religio, como tambm cincia e filosofia.Sua doutrina atende todas as necessidades do pensamento e preenche todas as dvidas do conhecimento.Nos momentos de provao e desordem, nos d confiana no futuro e mostra que o Universo regido por leis harmnicas.O Espiritismo reafirma que a reforma social e interior, tem como objetivo a evoluo individual e coletiva, para mundos mais elevados.A Alemanha buscou em seus filsofos materialistas uma doutrina de super-homem, onde desenvolveu em sua alma o orgulho, a arrogncia e a crueldade, ignorando as leis de Deus.Ao final dos acontecimentos, o que havia de fictcio e mentiroso se dissipou, mostrando a todos toda a verdade.O ideal alemo provocou indignao e horror na conscincia mundial.As doutrinas do orgulho e do terror mostram sua nulidade.O Espiritismo, por sua vez, uma doutrina de liberdade, fraternidade das almas, em paz e harmonia.

Pergunta 459: Os espritos influem em nossos pensamentos e aes?

Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que , muitas vezes, so eles que vos dirigem.

Pergunta 614: O que se deve entender por lei natural?

A lei natural a lei de Deus; a nica verdadeiramente necessria felicidade do homem. Indica-lhe o que deve ou no deve fazer, e ele s infeliz porque se afasta dela.

Pergunta 798: O Espiritismo se tornar uma crena geral, ou permanecer restrito a algumas pessoas?

Ele certamente se tornar uma crena geral e marcar uma nova era na Histria da humanidade, porque faz parte da natureza e porque chegado o tempo em que ele deve tomar seu posto entre os conhecimentos humanos. No entanto, haver grandes batalhas a travar, muito mais contra os interesses que contra a convico, pois no preciso dissimular o fato de haver pessoas interessadas em combat-lo, algumas por amor prprio, outras por causas totalmente materiais.Mas seus contraditores, encontrando-se cada vez mais isolados, sero tambm forados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridculos.1