CURSO DE CIENCIAS CONTABEISEADMINISTRAO

TRABALHO DE INTRODUO A ECONOMIAProf Claudia Brasil

MARIA ELENICE GASPAR TEIXEIRA GEFERSON BUGS ANDERSON GONALVES DA SILVA

SANTA CRUZ DO SUL, 20 JUNHO DE 2015.

1) A poltica cambial posta em prtica desde o incio do Plano Real, quais os seus possveis efeitos sobre o balano de pagamentos, o processo de estabilizao e o crescimento da economia?

Aps a implantao do Plano Real, houve perodos bastante distintos do ponto do comportamento da taxa de cmbio no Brasil. De 1995 ao incio de 1999 o Brasil adotou um regime de cmbio semifixo, utilizado para propsitos de estabilizao de preos. A partir de janeiro de 1999 o pas adotou um regime de cmbio flutuante, sendo ora mais prximo de um cmbio totalmente flutuante ora mais prximo de uma flutuao suja. O comportamento da balana comercial respondeu em parte aos movimentos da taxa de cmbio real no perodo, sendo que em certos momentos esta varivel foi fundamental para explicar o comportamento das exportaes e importaes e em outros momentos nem tanto, ou seja, houve a prevalncia de outros fatores, como comportamento da renda mundial e domstica, preos de produtos das exportaes, etc. Destaca-se em particular o perodo de 2003 a meados de 2008 quando a despeito de uma tendncia quase que contnua de apreciao cambial, o saldo da balana comercial cresceu no perodo. Em sntese, o Governo conseguiu alcanar e manter a estabilizao de preos e programar algumas medidas pontuais importantes, como as privatizaes ,aps 20 anos da implementao do Plano Real economistas defendem avanos, j que o plano resolveu a crise inflacionria brasileira, mas no gerou crescimento econmico no Pas.

2) O sucesso do Plano Real na estabilizao dos preos, quando comparado ao fracasso dos planos anteriores, o que expressa de diferena no contexto financeiro internacional ou nas regras de indexao de preos da economia?

No contexto de globalizao financeira que se inseriu o PR, de 1994, inaugurando um novo ciclo de endividamento da economia brasileira. Do ponto de vista externo, houve a presso decorrente do aumento da liquidez internacional, associada ao ciclo recessivo. O Plano Real significou, na realidade, uma estratgia muito arriscada de estabilizao e crescimento com base no ingresso de capitais volteis. Uma anlise das principais modalidades de ingresso desses capitais permite compreender melhor os riscos dessa estratgia. A primeira representada pelo lanamento de ttulos de captao externa feita por grandes empresas no financeiras ligadas exportao, que em geral tambm geram receitas em divisas e pelo setor bancrio. A segunda se deu sob a forma de investimentos de portfolio em aes na Bolsa de Valores, atrados pelo baixo preo das aes das empresas brasileiras, especialmente as aes de primeira linha das estatais em processo de privatizao. Por ltimo, a modalidade de IDE que, primeira vista, podia contribuir para reduzir a vulnerabilidade externa do pas. Em concluso, pode-se dizer que Plano Real, no contexto do novo regime da globalizao financeira, onde dominam os capitais especulativos e volteis, altamente lquidos e de curto prazo. Como herana, ficou uma enorme dvida externa que, ao mesmo tempo aprofundou e fragilizou as relaes financeiras internacionais do Brasil.

3) O Plano Real, ao pretender controlar a inflao e fortalecer a moeda nacional, provocou quais desequilbrios externos, expresso no dficit em conta de Transaes Correntes do Balano de Pagamentos, com que efeitos na economia ao longo prazo?

Com o Plano Real, verificou-se um desequilbrio externo, evidenciado por um dficit em transaes correntes. Tanto a abertura econmica quanto a defasagem cambial, ao valorizar o real, desestimularam as exportaes e promoveram aumento considervel das importaes. O dficit pblico interno, por sua vez, contribuiu para a elevao da demanda agregada, provocando tambm aumento das importaes. Isso provocou um dficit nas Transaes Correntes, ao acrescer ao dficit da Balana de Servios e Rendas o dficit da Balana Comercial. Os supervits comerciais observados at 1994 transformaram-se em um dficit crescente a partir de ento. Em consequncia, tornaram-se muito mais elevadas as necessidades de financiamento do setor externo. Isso tornou a economia brasileira mais dependente dos fluxos externos de capital e forou a manuteno de altas taxas de juros internas (o que atraa investimentos, por um lado, e, por outro contraa a atividade econmica e dificultava investimentos internos).

4) Desde a reforma que instituiu o Real diversas medidas estruturais vm sendo executadas para alterar a natureza do papel do Estado na economia. Quais as medidas, e sua importncia e pertinncia para o processo de estabilizao monetria do Brasil?

O Plano de Estabilizao Econmica (Plano Real) divide-se em trs etapas: a primeira etapa iniciou no dia 14 de junho de 1993 com PAI (Programa de Ao Imediata) que tinha como assegurar a retomada do crescimento econmico em bases sustentveis. O programa estabeleceu um conjunto de medidas para reduo e maior eficincia dos gastos da Unio. O aprofundamento do ajuste fiscal foi viabilizado com a criao do FSE (Fundo Social de Emergncia) que tratava como visava o equilbrio oramentrio, com isso aumentaria a arrecadao de impostos e permitiria uma flexibilidade na gesto de 1994-1995. A segunda etapa iniciou com a edio da MP (Medida Provisria) n 434, criando a URV (Unidade Real de Valor). Quando foi aprovada e transformada em lei n 8.880, logo transformou a nova moeda corrente. Essa nova moeda veio restaurar a funo de unidade de contas da moeda, referenciando contratos e obrigaes, preos e salrios. A terceira etapa deu-se atravs da MP n 542, entrando em circulao da nova moeda nacional de poder aquisitivo estvel o Real. A emisso foi submetida a limites quantitativos para garantir a preservao da estabilidade da moeda.

5) Os efeitos do processo de abertura comercial dos anos 1990 sobre a estrutura industrial brasileira. Em sua anlise os efeitos da abertura comercial sobre a participao da indstria nacional na composio da oferta interna, qual a sua importncia no contexto da economia brasileira?

A dcada de 90 foi palco de mudanas significativas na poltica de comrcio exterior brasileira. O perodo se caracterizou por um processo de abertura comercial abrangente. Em 1990, foi instituda a nova Poltica Industrial e de Comrcio Exterior, que extinguiu a maior parte das barreiras no-tarifrias herdadas do perodo de substituio de importaes e definiu um cronograma de reduo das tarifas de importao. As redues se dariam gradualmente entre 1990 e 1994, de modo que, no final do perodo, a tarifa mxima seria de 40%, a mdia de 14%, a modal de 20% e o desvio-padro inferior a 8%. O comportamento da balana comercial na segunda metade da dcada de 90 foi condicionado por diversos fatores, a maior parte com efeitos expansionistas sobre as importaes. Nesse sentido, merecem destaque a liberalizao comercial e a estabilizao da economia aps o lanamento do Plano Real em julho de 1994, alm do processo de integrao no mbito do Mercosul, o aprofundamento do programa de privatizao, a retomada dos investimentos e a prpria crise asitica. Durante todo o perodo, a composio relativa das exportaes brasileiras por setor permaneceu basicamente estvel, com os manufaturados representando em torno de 55% do total exportado, os bsicos cerca de 25% e os semimanufaturados ao redor de 15%.