toxicologia forense para medicina 2015 b

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Toxicologia Forense Felix Kessler – Psiquiatra, PhD Chefe da Unidade de Psiquiatria de Adição do HCPA Vice-diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da UFRGS Disciplina: Medicina Legal e Deontologia Médica Código: MED 08877 Semestre: 08 Porto Alegre, 2014

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Page 1: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Toxicologia ForenseFelix Kessler – Psiquiatra, PhD

Chefe da Unidade de Psiquiatria de Adição do HCPAVice-diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da UFRGS

Disciplina: Medicina Legal e Deontologia MédicaCódigo: MED 08877

Semestre: 08Porto Alegre, 2014

Page 2: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Roteiro• Introdução• Análise toxicológica• Substâncias• Substâncias Psicoativas (SPAs)• Toxicologia e Trânsito• Perspectivas• Considerações Finais

Page 3: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Introdução

Homicídio

Suicídio

Overdose acidental

?

Page 4: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Overdoses recentes de famosos

Page 5: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Introdução

Toxicologia Forense– aspecto da toxicologia que aplica o conhecimento

desta ciência na elucidação de questões do âmbito médico legal e jurídico

Bioética Psiquiatria Tanatologia

Page 6: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Análise Toxicológica

Page 7: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Conceitos• Vestígio: todo objeto ou material bruto

constatado e/ou recolhido em um local de crime para análise posterior

• Evidência: vestígio depois de feitas as análises, onde se constata técnica e cientificamente a sua relação com o crime

• Indício: cada uma das informações (periciais ou não) relacionadas com o crime

Page 8: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Finalidade

Identificar e dosar substâncias

– intoxicantes

– causadoras de dependência

– na matéria orgânica de um indivíduo

– na matéria orgânica de um cadáver

Page 9: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Etapas

• Detecção

• Identificação

• Quantificação

• Interpretação de resultados

Triagem

Confirmação

Page 10: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Solicitação

• Autoridade policial

• Autoridade militar ou administrativa

• Autoridade judiciária

• Médico legista

Page 11: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Legislação

– Código de Processo Penal – Art. 170

• Guardar material suficiente

• Laudos ilustrados

– LEI Nº 11.343, 23 de agosto de 2006: SISNAD

• Laudo de constatação da natureza e quantidade da

droga

Page 12: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Cadeia de Custódia

• Termo que refere-se a garantia da identidade e integridade de uma amostra do momento da coleta até a entrega dos resultados

• Processo utilizado para organizar e documentar a história cronológica de uma amostra

• Documentação deve conter os seguintes itens:a) Quem manuseou a amostrab) Quais amostras foram manuseadasc) Quando as amostras foram manuseadasd) Porque foram manuseadase) Onde ficou a amostra durante todo o tempo do manuseio

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Amostras

SalivaLágrimaCabeloSuorUnhaBile

Humor vítreoMuco cervicalFluido seminalLíquido amnióticoLeite maternoInsetos

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Amostras

Sangue– Análises de drogas– Quantificação

de drogas

VantagensMatriz relativamente homogênea

Disponível em grande quantidade (in vivo)Fácil de coletar

Detecção de drogas logo após a utilizaçãoBem estabelecidos efeitos e relação entre

a quantidade utilizada e detectadaResultados interpretados mais diretamente

Desvantagens

Coleta invasiva (aspectos éticos)Riscos para o doadorRiscos para o analista

Matriz relativamente complexa

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Sangue

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Amostras

Urina– Triagem e identificação

de drogas

Vantagens

Fácil de coletarMétodos de triagem

Presença de droga não metabolizada e metabólitos

Fácil obtenção para validação de metodologias analíticas

Desvantagens

Nem sempre disponívelRiscos de adulteração

Coleta vigiada – aspectos éticosProblemas decorrentes de diluição

Não resulta em informação quantitativa

Page 17: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Adição de cerveja, uísque, saliva à urina coletada

Troca da urina do individuo por uma de outra pessoa ou urina artificial, por meio de trocas de frascos coletores.

Adulteração

Page 18: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Exame supervisionado Acompanhamento da amostra de forma a

suportar testemunho legal que prove que a integridade e a identificação não foram violadas, bem como a descrição e documentação destes procedimentos.

Page 19: Toxicologia forense para medicina 2015 b

“Fluido oral”: mistura de saliva (secreção de três glândulas principais, a submandibular, a parótida e a sublingual) e outros constituintes presentes na boca, sendo composto por água, enzimas (principalmente amilase), glicoproteínas (mucina) e eletrólitos

Aps, JKM; Martens, LC. Review: The physiology of saliva transfer of drugs in saliva. Forensic Science International, v.150; n.2; p.119-131, 2005.

Sua composição e volume (ca de 1 a 3 ml/min) pode ser afetado por vários fatores, como ciclo circadiano, dieta, idade e varias substancias e medicamentos, como anticolinérgicos, que leva, a diminuição do volume de secreção bucal, e ácido cítrico, que estimulam a secreção salivar.

Saliva

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Boa correlação com o sangue

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Cabelo

•Coleta não-invasiva

•Detecção: exposição freqüente

•Amostra estável

•Baixa concentração dos analitos

Pellini et al. Revista Brasileira de Toxicologia, v. 12, n.1, p. 1-8, 1999

Page 22: Toxicologia forense para medicina 2015 b

SuorVantagens• Coleta não-invasiva e sem

constrangimento• Coleta através de adesivos

“sweat patch”• Monitoramento pacientes

de clinicas de reabilitação e presos

• Droga inalterada• Difícil adulteração• Período de detecção maior

que a urina (2 semanas)

Desvantagens• Baixa concentração• Dificuldade na análise• Não existem muitos estudos

Page 23: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Mecônio

•exposição fetal•coleta não-invasiva•matriz complexa -dificuldade na análise

•Período de detecção: meses

Exemplo: opióides:Violenta síndrome de abstinência em recém-nascidos (NAS)

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Coleta de materiais post-mortem

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Conteúdo estomacal

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Matrizes biológicas post-mortem

Maria Cristina Franck. IGP/RS

Page 27: Toxicologia forense para medicina 2015 b

AmostrasJanela analítica das principais matrizes biológicas empregada para análise de drogas

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Caso

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TOXICOLOGIA FORENSE – CASO

KAROLINE GEORGE mãe terrível; alcoolista; tentava o divórcio;

Corpo encontrado em 9 DE MAIO DE 2008 em área florestal.

AUTÓPSIA (10 DE MAIO) Dover, DE, USA

1. Mulher morta encontrada com pernas fletidas e joelhos contra o peito.

2. Decomposição avançada e esqueletização parcial.

3. Sem evidência de uso de força bruta ou danos com arma de fogo.

4. Olhos não presentes, sem sangue femoral.

5. Ausência de tecido mole de pescoço e osso hioide não se pode descartar asfixia e trauma.

6. Diafragma intacto

7. Coletados fluidos de tórax e fígado.

Page 30: Toxicologia forense para medicina 2015 b

TOXICOLOGIA FORENSE – CASO

ANÁLISE LABORATORIAL

Aspirado do Tórax em Decomposição

1.120 mg Etanol/dL, traços de acetaldeído, traços de 1-propanol

2.1400 mg de acetaminofeno/L

3.10,3 mg de difenidramina

Fígado

1.20,1 mg difenidramina/Kg

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TOXICOLOGIA FORENSE – CASO ANÁLISE LABORATORIAL ETANOL pode estar presente por ingestão ou produção

postmortem. Se houve ingestão anterior à morte, pode potencializar outras drogas.

Determinado por GC e confirmado análise enzimática ACETAMINOFENO concentração elevada (pode ser por

interferência de matriz). Intoxicação por Acetaminofeno causa morte por necrose do fígado horas a dias depois da ingesta.

Determinado por análise imunológica e confirmado por teste com cores

DIFENIDRAMINA concentrações pós-morte no sangue > 1 mg/L são tóxicas. Entre 8 e 31 mg/L são encontrados em casos fatais de overdose. No fígado, DPH > 3 mg/Kg é tóxica; entre 23 e 47 mg/Kg, fatal em overdose.

Altas concentrações causam depressão do SNC, arritmias cardíacas e parada respiratória.

Determinado por GC e confirmado por GCMS

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TOXICOLOGIA FORENSE – DISCUSSÃO

ANÁLISE LABORATORIAL

DIFENIDRAMINA (DPH): Anti-histamínico H1, sedativo, hipnótico e antiemético;

Encontrado em altas concentrações:o fluido torácico de putrefação

(10,3 mg/L; tóxico >1 mg/L no sangue)

o hepático (20,1 mg/Kg; tóxico >3 mg/kg);

Embora grandes limitações, literatura fala em boa relação entre doses no sangue e no fluido torácico de putrefação.

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TOXICOLOGIA FORENSE – DISCUSSÃO

ANÁLISE LABORATORIAL

DPH + ETANOL: Efeitos depressores do SNC potencializados, levando à perda de consciência;

Enema: Medicamento absorvido pelo reto não sofre metabolismo de primeira passagem;

Doses letais atingidas rapidamente, levando à possível cardiotoxicidade, depressão respiratória e morte.

CAUSA DA MORTE

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TOXICOLOGIA FORENSE – CASO JULGAMENTO Richard Henry foi acusado de

assassinato premeditado e trazido à corte militar.

Causa e forma da morte: relatório toxicológico atesta causa da morte como toxicidade por DPH. Forma da morte indeterminada.

Computador de Richard Henry:1. Arquivo deletado busca na

internet: Como amarrar alguém sem deixar marcas;

2. Arquivo deletado busca na internet: Toxicidade de medicamentos de uso doméstico;

3. Notícia Esposa mata marido usando enema.

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TOXICOLOGIA FORENSE – CASO

JULGAMENTO

Apartamento de Richard: bolsa encontrada contendo receita datada de um dia antes do desaparecimento.

1. 1 caixa de Excedrin2. 2 caixas de Simply Sleep3. 2 fleet enemas4. Fita adesiva5. 6 a 10 pares de luvas de látex6. 1 toalha verde de cozinha e 1 faca

de cozinha

Vídeo de vigilância: na noite que Karoline sumiu, Richard deixou seu apartamento com uma grande mala, aparentemente pesada. Retorna 4 horas após com aparência de leveza (mala).

Page 36: Toxicologia forense para medicina 2015 b

TOXICOLOGIA FORENSE – CASO

VEREDITO E SENTENÇA

Richard teria colocado Simply Sleep na bebida de Karoline; quando ela adormeceu, administrou Excedrin e o restante de Simply Sleep via anal, matando-a.

Colocou-a em uma mala grande, para depositar mais tarde na área florestal, onde ela foi encontrada.

Richard foi declarado culpado de assassinato premeditado. Foi exonerado do Exército e condenado a prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional.

Page 37: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Fundamentos Analíticos– Métodos de imunoensaio– Método de microdifusão– Método da eletroforese– Métodos colorimétricos– Métodos cromatográficos– Métodos espectroscópicos

Page 38: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Exemplo: cromatografia

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Exemplo: cromatografia em massas

As amostras são ionizadas e fragmentadas.

Cada substância tem um padrão de fragmentação característico.

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Exemplo: CG (gás) com detector de massas

Page 41: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Laudo1. Preâmbulo (local, data, nome do

solicitante e expediente de solicitação, inquérito policial,etc.)

2. Descrição do material questionado (detalhada)

3. Objetivo dos exames

4. Exames e Resultados (informar as técnicas analíticas utilizadas, preferencialmente com referências bibliográficas; relato de todos os resultados)

5. Conclusões ou Respostas aos quesitos (diretas e objetivas)

6. Assinatura de perito oficial

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Substâncias

Page 43: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Conceitos• Droga ou substância– Qualquer substância química capaz de modificar um

funcionamento orgânico, pode ser medicinal ou nociva• Droga ou substância psicoativa (SPA)– Qualquer substância química que é utilizada para produzir um

efeito neuroquímico em um organismo• Droga ou substância psicoativa de abuso– Substância química de efeito neuroquímico usada em excesso

ao padrão social/biológico esperado

Page 44: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Substâncias• Agente tóxico: Entidade química capaz de causar

dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição

• Veneno: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação

Page 45: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Substâncias• Antídoto: Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de

substâncias• Intoxicação: causada por substâncias endógenas ou

exógenas, caracterizada por desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo – Aguda– Sub-aguda ou sub-crônica– Crônica

Evidenciada por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais

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Substâncias Psicoativas

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Classificação

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DSM V – Transtorno por Uso de SPAs1. Uso recorrente de substância resultando em falha no cumprimento de obrigações2. Uso recorrente em situações em que isso pode ser fisicamente perigoso3. Uso continuado apesar de problemas recorrentes e persistentes4. Tolerância5. Abstinência6. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido

Page 49: Toxicologia forense para medicina 2015 b

DSM V – Transtorno por Uso de SPAs7. Esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso8. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância9. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas10. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente11. Fissura ou Craving

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DSM V – Transtorno por Uso de SPAs

Especificadores de Gravidade – período: 1 ano– Leve: dois ou três dos onze critérios– Moderado: quatro ou cinco dos onze critérios– Grave: mais de seis dos onze critérios

Especificar se: Com (ou Sem) Dependência Fisiológica: evidência de tolerância ou abstinência

Page 51: Toxicologia forense para medicina 2015 b

EpidemiologiaII Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD)

2012

• Resultados álcool

17% apresentam transtornos por uso de álcool

n = 4.607149 municípios sorteados

Page 52: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Epidemiologia (%)

II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) 2012

Page 53: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Epidemiologia

Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil – FIOCRUZ

– 79% homens, 30 anos de idade– 44% das mulheres relataram violência sexual

n = 7.381Time-Location Sampling

Page 54: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Epidemiologia (%)

Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil – FIOCRUZ

Page 55: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Fatores Associados

Biologia / Genes Ambiente

Mecanismos Cerebrais

Vulnerabilidade

Adição

Drogas

Page 56: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Comorbidades

Transtornos Psiquiátricos

Usuáriosde Crack

n=115

CocaínaInalada

n=36

OutrasDrogas n=139

p*Razão de Prevalência (95%CI)**

Episódio Depressivo Maior 55 (47.8)n=115

16 (44.4)n=36

62 (45.3)n=137 0.905 1.1 (0.7-1.8)

Risco de suicídio atual 54 (47.4)a,b

n=11424 (66.7) a

n=3653 (38.7)b

n=137 0.043 1.2 (0.7-1.8)**

Episódio Maníaco 33 (29.5)n=112

13 (36.1)

n=3625 (18.4)

n=136 0.106 1.6 (0.9-3.1)

Transtorno de Pânico na Vida 9 (8.1)n=111

3 (8.3)n=36

8 (6.1)n=132 0.849 1.5 (0.5-4.4)

Transtorno de Ansiedade 24 (21.2)113

10 (27.8)36

35 (25.5)137 0.800 1.3 (0.7-2.4)

Dependência ao álcool 48 (42.1) a

n=11421 (58.3) a,b

n=36103 (75.2)b

n=137 0.013 0.6 (0.4-0.9)

Síndrome psicótica 16 (14.2)n=113

5 (15.6)n=32

16 (11.7)n=137 0.849 0.9 (0.4-1.9)

T. Personalidade Antissocial 28 (24.8)a

n=1133 (8.8)b

n=3412 (8.9)b

n=135 0.013 2.6 (1.1-6.4)

Déficit de atenção e hiperatividade 43 (36.8)n=115

17 (47.2)n=36

40 (29.2)n=137 0.304 1.5 (0.9-2.6)

Page 57: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Uso de SPAs e risco de suicídio

Page 58: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Sensation Seeking e Risco

Page 59: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Drogas e Violência Sexual

Page 60: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Toxicologia e Trânsito

Page 61: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Legislação

Alteram a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’– LEI Nº 11.705, 19 de junho de 2008 – LEI Nº 12.760, de 20 de dezembro de 2012

• Art. 165 – Dirigir sob a influência de drogas • Art. 276 – Qualquer concentração de álcool• Art. 277 – Procedimentos de avaliação de drogas• Art. 291 – Lesão corporal culposa• Art. 306 – Concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool

por litro de sangue

Page 62: Toxicologia forense para medicina 2015 b

História

Surgimento das indústrias e o manuseio com máquinas complexas proporcionou o início de medidas preventivas

•1940•Sangue•Urina

•1954 •Dr. Robert Borkenstein (EUA)•The Grand Rapids Study•Método não invasivo e rápido

Page 63: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Alcoolemia e Acidentes

Hurst, 1985

Page 64: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Frequência de uso e Acidentes

Hurst, 1973

Page 65: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Alcoolemia e Efeitos

Page 66: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Alcoolemia e Efeitos

Page 67: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Doses “I can drive when I drink”

1 a 3 doses

4 a 6 doses

7 a 9 doses

10 a 15 doses

20 doses

20 doses

Alcoolemia e Efeitos

Page 68: Toxicologia forense para medicina 2015 b

• Detecta o uso de bebida alcoólica através do ar expelido pelos pulmões

• Mede a quantidade exata de álcool ingerido

• Detecta até 0,01 miligramas de álcool por litro de ar expirado

Alco- Sensor IV

Etilômetro

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Cuidados na utilização- Substâncias que contem acetona podem estar presentes no organismo- diabetes mellitus- jejum prolongado- dietas pobres em carboidrato- bombons de licores - outros alimentos que contém substância etílica em sua composição

Etilômetro

Page 70: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Preditores de Acidentes• Impulsividade (Ryb et al, 2006)

• Binge Drinking (Hingson, 2003)

• Sexo masculino (Hingson, 2003; Morrison et al ,2002)

• Ser passageiro de motorista DUI (Kypri, Tephenson, 2005)

• Uso de maconha (Blows et al, 2005)

• Baixa idade (Hingson, 1999)

• Sonolência (Connor et al, 2004)

• Baixa percepção de punição (Aberg, 1993)

• Baixa percepção do risco de sofrer acidentes (Albery & Guppy, 1996,Greenfield & Rogers,1999; Cherpitel et al, 1993, 1999)

Page 71: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Teste Imunocromatográfico

“Drogômetro”

Page 72: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Estudos Trânsito e SPAs

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS

Page 73: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Análise Confirmatória das Salivas Positivas (%)

SubstânciaClasse química

Page 74: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Perspectivas

Page 75: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Caso Michael Jackson

?

Page 76: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Considerações Finais

Page 77: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Referências

Page 78: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Obrigado!

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Código de Trânsito Brasileiro

• Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Alterado pela L-011.705-2008)

• Infração - gravíssima;• Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de

dirigir por 12 (doze) meses;• Medida Administrativa - retenção do veículo até a

apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

• Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do Art. 277.

Page 80: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro

Page 81: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro

• Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

• Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Acrescentado pela L-011.705-2008)

Page 82: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro

• Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

• Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Page 83: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro• Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,

previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

• § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:

• I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;

• II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

• III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).

• § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.

Page 84: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro• Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de

trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado.

• § 1º Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.

• § 2º No caso de recusa do condutor à realização dos testes, exames e da perícia previstos no caput deste artigo, a infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas pelo agente de trânsito acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor, resultantes do consumo de álcool ou entorpecentes, apresentados pelo condutor.

• § 2º A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.

• § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.

Page 85: Toxicologia forense para medicina 2015 b

Código de Trânsito Brasileiro

Page 86: Toxicologia forense para medicina 2015 b

RESOLUÇÃO Nº 81 , DE 19 DE NOVEMBRO DE 1998 • Disciplina o uso de medidores da alcoolemia e a pesquisa de substâncias

entorpecentes no organismo humano, estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes.

• Art.1º A comprovação de que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor, sob suspeita de haver excedido os limites de seis decigramas de álcool por litro de sangue, ou de haver usado substância entorpecente, será confirmado com os seguintes procedimentos: I - teste em aparelho de ar alveolar (bafômetro) com a concentração igual ou superior a 0,3mg por litro de ar expelido dos pulmões;

• II - exame clínico com laudo conclusivo e firmado pelo médico examinador da Polícia Judiciária;

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RESOLUÇÃO Nº 81 , DE 19 DE NOVEMBRO DE 1998

• III - exames realizados por laboratórios especializados indicados pelo órgão de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de uso da substancia entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos, de acordo com as características técnicas científicas.

• Art.2º É obrigatória a realização do exame de alcoolemia para as vítimas fatais de trânsito.

• Art.3º Ao condutor que conduzir veículo automotor, na via pública, sob influência do álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem, serão aplicadas as penas previstas no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB para os crimes em espécie, isto é, detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• Art.4º Ao condutor de veículo automotor que infringir o disciplinado no artigo anterior, serão, também, aplicadas as penalidades administrativas estabelecidas no artigo 165, do Código de Trânsito Brasileiro-CTB, ou seja, multa (cinco vezes o valor correspondente a 180 UFIR) e suspensão do direito de dirigir.

• Art.5º Os aparelhos sensores de ar alveolar serão aferidos por entidades indicadas pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, que efetuará o seu registro, submetendo posteriormente à homologação do CONTRAN.

• Art.6º Os aparelhos sensores de ar alveolar em uso em todo território nacional terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para aferição e registro no órgão máximo executivo de trânsito da União.

• Art.7º Fica revogada a Resolução n o 52/98-CONTRAN.

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Contravenção Penal

• Embriaguez• Art. 62 - Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo

que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:• Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.• Parágrafo único - Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado

em casa de custódia e tratamento.• Bebidas alcoólicas• Art. 63 - Servir bebidas alcoólicas:• I - a menor de 18 (dezoito) anos;• II - a quem se acha em estado de embriaguez;• III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;• IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de freqüentar

lugares onde se consome bebida de tal natureza:• Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.

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Contravenção Penal• Embriaguez• Art. 62 - Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo

que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:• Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.• Parágrafo único - Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado

em casa de custódia e tratamento.• Bebidas alcoólicas• Art. 63 - Servir bebidas alcoólicas:• I - a menor de 18 (dezoito) anos;• II - a quem se acha em estado de embriaguez;• III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;• IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de freqüentar

lugares onde se consome bebida de tal natureza:• Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.