tolerÂncia

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TOLERÂNCIA Quando o mundo se torna violento, buscamos uma explicação em que a compreensão se expresse em atos e palavras. Mas como explicar a tortura, o assassinato, a censura, o imperialismo ou o terrorismo, ferramentas favoritas dos repressores que querem evitar qualquer opinião divergente? Histórias recentes da América Latina, da Europa e do Oriente Médio comprovam tais fatos: é o caso de Cuba de Castro, do Peru de Fujimori e dos radicalismos políticos, de triste memória, da Argentina e do Brasil; é a incompreensão de protestantes e católicos, na Irlanda; é a questão entre judeus e palestinos, que faz sangrar a Terra Santa. O fanatismo defensor de uma verdade aceita como única não é patrimônio exclusivo das ditaduras. Hoje os fundamentalismos religiosos, misturados a frustrações econômicas e sociais, são a expressão patológica de uma quebra de equilíbrio do universo. Como, então, enfrentá-los? Não há melhor antídoto contra a conduta intolerante que a liberdade, conseqüência da pluralidade, que consiste em defender idéias próprias, mas aceitando que o outro possa ter razão. Precisamos reconhecer velhas verdades: a violência gera violência; todo poder é abusivo; o fanatismo é inimigo da razão; todas as vidas são preciosas; a 20 guerra jamais é gloriosa, exceto para os vencedores que crêem que Deus está ao lado dos grandes exércitos. A solidariedade e a tolerância democrática, inexistentes no nosso tempo, implicam uma revolução em nossas mentalidades e na aceitação do que percebemos como diferentes, para se configurar uma 25 sociedade multicultural. Esses são os desafios éticos que deveríamos enfrentar, sem a arrogância dos países desenvolvidos e sem a marginalização dos subdesenvolvidos, afundados na miséria e na fome. (Carlos Alberto Rabaça, em O Dia, 21 /11 / 01) 1) Para o autor, o maior problema do mundo atual é: a) o fanatismo religioso b) as ditaduras c) a intolerância d) a violência e) a miséria 2) O autor faz alusão a problemas específicos de vários países. Aquele cujo problema é diferente do dos demais é: a) Brasil b) Irlanda c) Argentina d) Cuba e) Peru 3) Com base nas idéias contidas no texto, pode-se afirmar que: a) só as ditaduras aceitam uma verdade tida como única. b) o fundamentalismo religioso não colabora com a queda do equilíbrio universal. c) nada pode combater a intolerância de nossos dias. d) tudo pode ser explicado, inclusive a intolerância. e) o mundo atual não tem solidariedade e tolerância democrática. 4) Em sua função anafórica, o pronome relativo “que” (/. 16) refere-se no texto a: a) antídoto b) pluralidade c) idéias d) conduta e) liberdade 5) Não são elementos antagônicos: a) Brasil / Argentina b) protestantes / católicos c) judeus / palestinos d) arrogância / marginalização e) conduta intolerante / liberdade 6) “Expressão patológica” (l. 13) é expressão: a) deturpada b) exagerada c) cotidiana d) mórbida e) sombria

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TOLERNCIAQuando o mundo se torna violento, buscamos uma explicao em que a compreenso se expresse em atos e palavras. Mas como explicar a tortura, o assassinato, a censura, o imperialismo ou o terrorismo, ferramentas favoritas dos repressores que querem evitar qualquer opinio divergente?Histrias recentes da Amrica Latina, da Europa e do Oriente Mdio comprovam tais fatos: o caso de Cuba de Castro, do Peru de Fujimori e dos radicalismos polticos, de triste memria, da Argentina e do Brasil; a incompreenso de protestantes e catlicos, na Irlanda; a questo entre judeus e palestinos, que faz sangrar a Terra Santa. O fanatismo defensor de uma verdade aceita como nica no patrimnio exclusivo das ditaduras. Hoje os fundamentalismos religiosos, misturados a frustraes econmicas e sociais, so a expresso patolgica de uma quebra de equilbrio do universo. Como, ento, enfrent-los?No h melhor antdoto contra a conduta intolerante que a liberdade, conseqncia da pluralidade, que consiste em defender idias prprias, mas aceitando que o outro possa ter razo. Precisamos reconhecer velhas verdades: a violncia gera violncia; todo poder abusivo; o fanatismo inimigo da razo; todas as vidas so preciosas; a 20 guerra jamais gloriosa, exceto para os vencedores que crem que Deus est ao lado dos grandes exrcitos. A solidariedade e a tolerncia democrtica, inexistentes no nosso tempo, implicam uma revoluo em nossas mentalidades e na aceitao do que percebemos como diferentes, para se configurar uma 25 sociedade multicultural. Esses so os desafios ticos que deveramos enfrentar, sem a arrogncia dos pases desenvolvidos e sem a marginalizao dos subdesenvolvidos, afundados na misria e na fome.(Carlos Alberto Rabaa, em O Dia, 21 /11 / 01)

1) Para o autor, o maior problema do mundo atual :a) o fanatismo religiosob) as ditadurasc) a intolernciad) a violnciae) a misria2) O autor faz aluso a problemas especficos de vrios pases. Aquele cujo problema diferente do dos demais :a) Brasilb) Irlandac) Argentinad) Cubae) Peru3) Com base nas idias contidas no texto, pode-se afirmar que:a) s as ditaduras aceitam uma verdade tida como nica.b) o fundamentalismo religioso no colabora com a queda do equilbrio universal.c) nada pode combater a intolerncia de nossos dias.d) tudo pode ser explicado, inclusive a intolerncia.e) o mundo atual no tem solidariedade e tolerncia democrtica.4) Em sua funo anafrica, o pronome relativo que (/. 16) refere-se no texto a:a) antdotob) pluralidadec) idiasd) condutae) liberdade5) No so elementos antagnicos:a) Brasil / Argentinab) protestantes / catlicosc) judeus / palestinosd) arrogncia / marginalizaoe) conduta intolerante / liberdade6) Expresso patolgica (l. 13) expresso:a) deturpadab) exageradac) cotidianad) mrbidae) sombria7) Segundo o texto, ser livre :a) fazer o que se quer.b) valorizar as suas idias, em detrimento das dos outros.c) ter suas idias e admitir as dos outros.d) viver intensamente.e) no se preocupar com a intolerncia do mundo.

Gabarito comentado1) Letra cTodo o texto fala da intolerncia entre os homens. Na realidade, o fanatismo, tambm abordado, uma conseqncia da falta de tolerncia. O trecho que melhor explica a preocupao do autor com a intolerncia o seguinte: No h melhor antdoto contra a conduta intolerante que a liberdade... (/. 15/16)2) Letra bEssa questo pede conhecimentos extratexto. O problema do Brasil, da Argentina, de Cuba e do Peru de ditadura. O problema da Irlanda, mais precisamente da Irlanda do Norte, a luta separatista envolvendo catlicos e protestantes.3) Letra eA resposta se encontra, explcita, na passagem: A solidariedade e a tolerncia democrtica, inexistentes no nosso tempo... (/. 22/23)4)Letra eO antecedente do pronome relativo que no a palavra pluralidade, colocada imediatamente antes dele, como possa parecer. Faa a substituio e voc ver, pelo sentido, que o referente liberdade: a liberdade consiste em defender idias prprias.5) Letra aNada no texto ope o Brasil Argentina. So apenas citados como pases que passaram por problemas semelhantes no que toca intolerncia de seus governos autoritrios.6) Letra dQuesto de sinonmia. Basta consultar um bom dicionrio para comprovar. O adjetivo patolgico pode ser entendido como doentio, mrbido.7) Letra cRealmente muitos pensam que ser livre fazer tudo aquilo que deseja, mas no o que o texto nos diz. A letra a absurda por si mesma. As alternativas b, d e e so parecidas, todas apontam para uma conduta egostica, que o texto procura combater. A resposta surge, clara, na passagem que segue: ...consiste em defender idias prprias, mas aceitando que o outro possa ter razo. (/. 16/17)