todo cuidado é pouco
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DOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2013 -
Comer fora de casa, principalmente no verão, pode ser um problema se as normas de higiene e conservação de alimentos não forem respeitadas
Rebeka [email protected]
Ovendedor Gercí-nio Ferreira dos Santos, de 39 anos, usa a simpa-
tia e as pernas para percorrer
as ruas do centro de São Pau-lo diariamente oferecendo suas mercadorias. Com tanta correria, sobra pouco tempo para o almoço. “Escolho o lu-gar mais próximo e acabo co-mendo lanche mesmo, em 15 minutos”, confessa o rapaz,
enquanto “almoça” um san-duíche de pão francês com carne mal passada, em pé, diante de um pequeno balcão onde estão expostos ao calor o ketchup, a pimenta e outros condimentos que Santos cos-tuma consumir.
O lanchinho rápido do vendedor pode se transfor-mar em problema se as nor-mas de higiene e de conserva-ção de alimentos não forem respeitadas. Dados da Secre-taria de Vigilância em Saú-de mostram que, entre
Todo o cuidado é pouco
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temperatura morna, entre 30ºC e 40ºC, é ideal para as bactérias”, alerta.
Os cuidados devem ser re-dobrados fora de casa, já que não é possível acompanhar todo o processo de preparo até a mesa. A nutricionista Camila Leonel sugere que o cliente peça para visitar a cozinha do estabelecimento. “Em restaurante por quilo, também vale observar se o alimento fica muitas horas exposto. Uma dica é procu-rar locais com maior movi-mentação, entre 11h e 13h,
quando a reposição dos pro-dutos é frequente”, destaca.
As especialistas salientam que muitas vezes a presença de bactérias não é percebi-da a olho nu. “O odor é um grande aliado na hora de verificar se o alimento está bom para o consumo, junto com a cor e o sabor”, ensina Beatriz. “Se o cheiro ou o sa-bor estão estranhos é porque houve alguma alteração, me-lhor não comer.”
A bactéria salmonela spp é a responsável pelo maior nú-
2000 e 2011, foram notifica-dos 8.663 surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) no País e 163.425 pessoas ficaram doentes após a ingestão de alimentos com grande potencial de conta-minação, como ovos, carne
in natura, água e sobremesas.Dos mais de 200 tipos de
(DTAs), a maioria é causada por bactérias que contami-nam a comida e acabam se proliferando (veja mais infor-mações na página 10). Os ris-cos aumentam no verão, se-
gundo a nutricionista Beatriz Tenuta Martins, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região. “Todos os processos de dete-rioração natural da comida e de contaminação são acele-rados por causa do calor. A
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saudável?: Vendedor recebe dinheiro de cliente minutos após cortar frutas, sem usar luvas
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mero de problemas no Bra-sil. Ela se aloja em alimentos como carnes de boi, porco e aves e em produtos com ovos que permanecem crus até o consumo e provoca a salmo-nelose. Dores abdominais, diarreia, calafrios, náusea, vômito e abatimento com febre de 18 a 36 horas após a ingestão da comida são os principais sinais.
Outra doença comum é a intoxicação estafilocócica, transmitida pela bactéria Staphylococcus aureus. Esse mi-crorganismo se prolifera em alimentos como bolos, tortas e similares com recheio ou cobertura, produtos de con-feitaria, doces e salgados. Os sintomas da doença são
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zido e o açaí são melhores do que um pastel na praia”, aconselha Beatriz. Sorvetes, raspadinha e chupe-chupe (sacolé ou geladinho) devem ser preparados com água filtrada. Já os salgados fri-tos ou assados precisam ser mantidos em estufas com temperatura de 65° C.
Quem gosta de levar co-mida de casa também deve evitar produtos que exigem refrigeração. “Os sanduí-ches naturais, com queijo, peito de peru e salada, po-dem ser levados em bolsas
térmicas e consumidos em 3 horas no máximo após o preparo, evitando condi-mentos como a maionese”, recomenda Camila Leonel. Frutas inteiras com casca costumam ter boa resistência ao calor, segundo a nutricio-nista. “Mas não é necessário se sacrificar nos dias de fol-ga na praia. Pode até comer uma fritura de vez em quan-do, basta reforçar em casa com saladas e frutas. Depois é só fazer caminhada na praia e jogar frescobol para compensar”, brinca.
náusea e vômitos, cólicas ab-dominais e diarreia após 2 a 4 horas. Para evitar o pro-blema, é preciso saber se os alimentos foram guardados na geladeira ou preparados próximo da hora do consu-mo. É importante também que os utensílios tenham sido higienizados e que as pessoas que os manusearam (funcionários ou clientes) não estejam com ferimentos nas mãos, tosse ou nariz es-correndo.
Na praia, a perda de líquidos e a transpiração excessiva também exigem alimentação adequada. “É importante consumir bas-tante líquido, além de evi-tar gorduras. O milho co-
TudO erradO: Condimentos sem refrigeração, carne exposta ao sol e cesto de lixo aberto fazem parte do cenário onde o vendedor Gercínio dos santos costuma 'almoçar'
dOs Males, O MeNOr: na praia, milho cozido é melhor que pastel, ensina nutricionista
friTura: se não forem mantidos em estufa, a uma temperatura de65ºC, salgados e assados devem ser evitados
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DOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2013 - 10 brasil