to da cultura da soja

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    Figura 1. Plntula de soja.

    O crescimento e o desenvolvimentoda soja so medidos pela quantidade demassa seca (matria seca) acumulada naplanta. Com exceo da gua, a massa secaconsiste em tudo que se encontra na plan-ta, incluindo carboidratos, protenas, lip-deos e nutrientes minerais. A planta de sojaproduz a maior parte da sua massa seca pormeio de um processo nico, denominadofotossntese. Durante a fotossntese, a ener-gia luminosa gerada pelo sol promove umprocesso no interior da planta, onde odixido de carbono proveniente do ar jun-to com a gua proveniente do solo combi-nam-se para produzir acares (compostoscarbonados longos). Esses acares produ-zidos pela fotossntese, junto com os nu-

    trientes minerais obtidos do solo, so os in-gredientes bsicos necessrios para a ela-borao dos carboidratos, protenas e lip-deos da matria seca.

    Na prtica, o crescimento, desenvol-vimento e rendimento da soja resultam dainterao entre o potencial gentico de umdeterminado cultivar com o ambiente. Exis-te interao perfeita entre a planta de sojae o ambiente, de maneira que, quando ocor-rem mudanas no ambiente, tambm ocor-rem no desenvolvimento da planta.

    Todos os cultivares tm um poten-cial mximo de rendimento que geneti-camente determinado. Esse potencial derendimento gentico somente obtidoquando as condies ambientais so per-feitas, sendo que estas no existem natu-ralmente. Em condies de campo, a natu-reza proporciona a maior parte das influn-cias ambientais sobre o desenvolvimento erendimento da soja. Entretanto, os produ-tores, atravs de prticas de manejo j com-provadas, podem manipular o ambiente deproduo.

    Logo, tarefa do produtor provi-denciar o melhor ambiente possvel para ocrescimento da soja, usando prticas de ma-nejo tais como cultivo e adubao criteriosado solo, seleo dos cultivares e densidadede plantas mais adequada, controle dasplantas daninhas e das pragas, alm de mui-tas outras.

    As combinaes dessas prticas va-riam em diferentes situaes de produo enveis de manejo. Entretanto, independen-te de uma situao especfica, o produtorprecisa saber como a soja cresce e se de-senvolve. O produtor que conhece a plantade soja pode usar de maneira mais eficien-te as prticas de manejo para obter maio-res rendimentos e lucros.

    Como a Planta de Soja se Desenvolve

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    1 Nota do tradutor:As principais caractersticas da planta com hbito de crescimento indeterminado so: a) no apresenta o rcemo terminal na haste prib) a gema terminal continua sua atividade vegetativa simultaneamente fase reprodutiva da planta; c) o florescimento inicia-se no 4 ou 5 n da haste e progride para baixo e para cima; d) no incio do florescimento apresenta apenas 50% a 60% da sua altura final; e) para as condies brasileiras, esse tipadaptado a solos de baixa a mdia fertilidade em virtude de apresentar maiores tempo de vegetao, crescimento radicular e altura da planta, norecomendvel o seu uso em solos de alta fertilidade devido a maior tendncia ao acamamento.

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    Nota do tradutor:As principais caractersticas da planta com hbito de crescimento determinado so: a) a haste principal termina com rcemo terminagema apical termina a sua atividade vegetativa com o incio do florescimento; c) o florescimento inicia-se no 4 ou 5 n da haste principal e progride emao seu pice; d) na florao a planta j atingiu cerca de 87% a 90% de sua altura e matria seca finais; e) para as condies brasileiras, esse tipo mais aa solos de melhor fertilidade.

    3 Nota do tradutor:No Brasil, ainda no existe uma classificao quanto durao do ciclo de maturao fundamentada na adaptabilidade dos cultivadiferentes latitudes das regies produtoras de soja, como a existente nos EUA.

    Os cultivares de soja so classifica-dos quanto ao seu hbito de crescimento(forma e estrutura morfolgica) e pelos seusrequerimentos em comprimento de dia etemperatura, necessrios para iniciar o de-senvolvimento floral ou reprodutivo. Ohbito de crescimento indeterminado1 t-pico na maioria dos cultivares de soja uti-lizados no Cinturo do Milho nos EUA,sendo caracterizado pela continuao docrescimento vegetativo aps o incio doflorescimento. O hbito de crescimentodeterminado2 caracteriza-se pela finaliza-o do crescimento vegetativo a partir doincio do florescimento, sendo tpico dasvariedades cultivadas no Sul dos EUA.

    A classificao quanto maturida-de ou ciclo de maturao baseada na adap-tabilidade de um cultivar de soja em utili-zar efetivamente a estao de crescimentode uma determinada regio. Nos EUA, asregies de adaptao dos diferentes culti-vares so delimitadas por longos cintures(faixas) no sentido Leste-Oeste, porm, re-lativamente curtos no sentido Norte-Sul(160 a 240 quilmetros de distncia). Oscultivares de soja norte-americanos soclassificados em diferentes grupos dematurao, os quais recebem como identi-

    ficao a numerao de 00 a VIII, confor-me a sua regio de adaptao. Assim, oscultivares de soja mais adaptados s re-gies mais ao Norte dos EUA (Norte dosEstados de Minnesota e Dakota do Norte)pertencem ao grupo de maturao 00, en-quanto os cultivares mais adaptados s re-gies mais ao Sul (incluindo a Flrida e osEstados da Costa do Golfo) pertencem aogrupo de maturao VIII. A maioria doscultivares pertencentes aos grupos de ma-turao 00 a IV possui hbito de crescimen-to indeterminado, enquanto a maioria per-tencente aos grupos de maturao V a VIIIapresenta, principalmente, hbito de cres-cimento determinado3.

    As figuras, tabelas, grficos e dis-cusses apresentados neste artigo represen-

    tam um cultivar de soja com hbito de cres-cimento indeterminado pertencente ao gru-po II de adaptao, cultivado na regio cen-tral do Estado de Iowa. Plantas tpicas desoja cultivadas no Cinturo do Milho se-guiram o mesmo padro geral de desen-volvimento mostrado e descrito nesta pu-blicao. Porm, o tempo especfico de du-rao entre os estdios de desenvolvimen-to, o nmero de folhas formadas e a alturada planta podem variar de acordo com osdiferentes cultivares, estaes de crescimen-to (clima), regies de cultivo, datas (po-cas) e padres de semeadura. Por exemplo:1. Um cultivar de maturao precoce pode

    formar menos folhas ou evoluir atravsdas diferentes fases de desenvolvimentoa uma taxa mais rpida que a indicadaaqui, principalmente quando semeadoem poca tardia. Um cultivar de matura-o tardia pode formar mais folhas oudesenvolver-se mais lentamente que o in-dicado aqui.

    2. Para qualquer cultivar, a taxa de desen-volvimento da planta est diretamente re-lacionada temperatura. Assim, a dura-o de tempo entre os diferentes est-dios ser varivel conforme as variaesde temperatura entre e dentro da estaode crescimento.

    3. Deficincias de nutrientes, de umidadee outras condies estressantes plantapodem prolongar o tempo de durao en-tre os estdios vegetativos, porm, encur-tam o tempo entre as fases reprodutivas.

    4. A soja cultivada em altas densidades ten-de a crescer mais em altura, ramificarmenos e produzir menores quantidadesde vagens e sementes por planta queaquela cultivada em baixas densidades.Em altas densidades a soja tambm termaior altura de insero das primeirasvagens e maior tendncia a acamar.

    As figuras a seguir mostram plan-tas e partes da planta em diferentes est-dios de desenvolvimento morfolgico. To-

    das as plantas cresceram no campo, comexceo dos estdios relativos germina-o e emergncia das plntulas, que ocor-reram em condies de casa de vegetao,porm, foram fotografadas em laboratrio.As partes de uma planta jovem de soja erespectivos nomes cientficos so apresen-tados na Figura 1.

    Ilustrando o Desenvolvimento de uma Planta de Soja

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    Germinao e EmergnciaA semente de soja inicia a germi-

    nao por meio da absoro de gua emquantidades equivalentes a 50% de seu pe-

    so. Uma vez embebida a semente, eviden-cia-se a sua germinao com o crescimen-to da radcula, ou raiz primria, que se pro-longa para baixo, fixando-se sozinha nosolo (Figura 3)5. Logo aps o crescimentoinicial da raiz primria, o hipoctilo, isto, a pequena seo do caule situada entre on cotiledonar e a raiz primria (Figura 1),inicia a elongao para a superfcie do solo,levando consigo os cotildones6. A fixaoda raiz primria no solo junto com a elon-gao do hipoctilo estabelecem uma ala-vanca que ergue os cotildones superf-cie do solo, caracterizando-se o estdio deemergncia, ou VE (Figura 3). O estdioVE ocorre uma a duas semanas aps a se-meadura, dependendo das condies deumidade e temperatura do solo e da pro-fundidade de semeadura7. As razes late-rais iniciam o seu crescimento a partir daraiz primria antes da emergncia.

    Logo aps a emergncia (VE), o hi-poctilo em forma de gancho endireita-see cessa seu crescimento, enquanto os coti-ldones dobram-se para baixo. O desdobra-mento dos cotildones expe o epictilo emcrescimento (folhas jovens, haste e gemaapical de crescimento localizada acima don cotiledonar). A posterior expanso edesdobramento das folhas unifolioladasmarcam o incio do estdio de abertura doscotildones (VC), que seguido pelos de-mais estdios vegetativos numerados (V).

    As reservas nutritivas armazenadasnos cotildones suprem as necessidades daplanta jovem durante os primeiros 7 a 10dias depois de VE, ou at prximo ao est-dio V1. Durante esse perodo, os cotildones

    perdem 70% do seu peso seco. A perda deum cotildone tem pequeno efeito na taxade crescimento da planta jovem, mas a per-da de ambos os cotildones no estdio VE,ou prximo dele, reduzir os rendimentosem 8% a 9%. A partir de V1, a fotossntesedas folhas em desenvolvimento suficien-te para a planta se sustentar. Entre a aber-tura dos cotildones (VC) e o quinto nvegetativo formado (V5) uma nova folhase forma a cada 5 dias, e a partir do estdioV5, a cada 3 dias at logo aps o incio dagranao das vagens (R5), quando o nme-ro mximo de ns vegetativos atingido.

    Guias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo par aaaaa V EV EV EV EV E

    Na maioria dos casos, a soja deve-ria ser semeada a uma profundidade de 2,5a 4,0 cm e nunca em profundidade acimade 5,0 cm8. A habilidade da plntula de sojaem romper a crosta do solo durante a emer-gncia diminui com semeaduras mais pro-fundas9. Alguns cultivares so especial-mente sensveis a semeaduras profundas.Alm disso, as temperaturas mais amenasdo solo, em maiores profundidades, cau-sam crescimento mais lento e diminuiona disponibilidade de nutrientes.

    Estdios Vegetativos e Desenvolvimento

    5 Nota do tradutor:O processo de germinao da semente de soja sob o solo inicia-se pela sada da radcula atravs da micrpila da semente e constituifenmeno irreversvel, isto , uma vez disparado no possvel revert-lo. Nos dois a trs primeiros dias aps a semeadura esperado o crescimento da Caso o solo no apresente umidade suficiente para garantir a elongao do hipoctilo, haver falhas de emergncia, comprometendo o estande inrendimento da cultura.

    6 Nota do tradutor:Isto caracteriza a emergncia do tipo epgea.7 Nota do tradutor:Para as condies brasileiras de clima, solo e manejo espera-se a emergncia da cultura de soja entre 5 a 8 dias aps a semeadura.8 Nota do tradutor:Nas condies brasileiras, a soja semeada desde 3 cm de profundidade (solos mais argilosos) a at 7 cm (solos mais arenosos).9 Nota do tradutor:O problema de formao de crosta superficial nos solos brasileiros comum nas reas preparadas convencionalmente (uso abusi

    grades), levando o produtor a gastar mais sementes para tentar contornar as falhas de estande que ocorrero e resultaro em perdas de rendimento. Nea semeadura mais superficial (apenas a 2 cm) no resolve, pois as temperaturas mais elevadas na superfcie do solo podem deteriorar as sementes, almas bactrias fixadoras de N2. J em reas de soja cultivada no sistema de plantio direto, no comum a ocorrncia de formao de crosta superficial,deteriorao das sementes e morte das bactrias, devido s altas temperaturas. Porm, falhas de estande podem ocorrer, se a semeadura for profunda.

    10 Nota do tradutor:Mesmo em solos com histrico de cultivo de soja recomendvel a inoculao anual das sementes pelos seguintes motivos: a) ocompetio entre as espcies de bactrias fixadoras de N2 com outros microrganismos (bactrias e fungos) pelos fatores de crescimento (energia + nutrientepresentes no solo da rea de produo, entre safras sucessivas de soja; b) entre os perodos de cultivo da soja (maio a outubro de cada ano) o solo agrcpor diferentes regimes trmicos e hdricos, aos quais os microrganismos nativos esto muito mais adaptados que as bactrias fixadoras de N2, fazendo com quea populao destas diminua face competio descrita no item anterior; c) o custo de inoculao perante os benefcios da mesma insignificante, correspa menos de 0,5% do custo de produo da cultura, que totalmente compensado por acrscimos no rendimento advindos dessa prtica.

    Doses pequenas de fertilizantes, co-locadas em uma faixa de 2,5 a 5,0 cm deprofundidade ao lado e ligeiramente abai-xo da semente, podem estimular o cresci-mento inicial da planta, caso as tempera-turas do solo ainda estejam baixas. Asrazes no so atradas para essa faixa decolocao dos fertilizantes. Assim, o adu-bo de semeadura deve ser colocado onde asrazes estaro. A colocao do fertilizantemuito prximo ou junto semente podecausar injrias na planta jovem.

    As plantas daninhas competem coma soja por luz, gua e nutrientes. Opera-es de cultivo, uso de herbicidas, obten-o de estandes uniformes e rotao de cul-turas so mtodos teis para controlar as

    plantas daninhas. O cultivador rotativo uma ferramenta excelente para o controleinicial da planta daninha antes e logo apsa emergncia da soja.

    A inoculao das sementes com abactria Bradyrhizobium japonicum geral-mente no recomendada nos EUA, a me-nos que o solo nunca tenha sido cultivadocom soja ou quando o ltimo cultivo de sojatenha ocorrido h 5 anos ou mais10.

    Figura 3. Germinao e emergncia.

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    ESTDIO V2 (segundo n)

    No estdio V2 as plantas esto com15 a 20 cm de altura e trs ns apresentan-do folhas com fololos desdobrados, isto ,o n unifoliolado e os dois primeiros nstrifoliolados (Figura 4).

    As razes de soja so naturalmenteinfectadas com bactrias de Bradyrhizo-bium japonicum que desenvolvem estrutu-ras nas razes com formas circulares ouovais, chamadas ndulos (Figuras 1 e 5).Milhes dessas bactrias localizam-se den-tro de cada ndulo e fornecem boa parte donitrognio requerido pela planta de soja,por meio de um processo natural conheci-do como fixao de nitrognio. Atravs dafixao do nitrognio as bactrias transfor-mam o N2 gasoso presente na atmosfera dosolo e indisponvel planta em produtosnitrogenados que a planta de soja pode usar.Em troca, a planta fornece o suprimentode carboidratos para as bactrias. Uma re-lao como essa, onde as bactrias e a plantalucram uma com a outra, denominadarelao simbitica. Os ndulos que fixamnitrognio ativamente para a planta mos-tram-se internamente com colorao rosaou vermelha, porm, so brancos, marrons

    ou verdes se a fixao de N2 no estiverocorrendo (Figura 6).Em condies de campo, a forma-

    o de ndulos pode ser vista logo aps aemergncia (VE), porm, a fixao de ni-trognio de maneira mais ativa comea pr-ximo aos estdios V2 a V3. Depois disso, onmero de ndulos formados e a quantida-de de nitrognio fixada aumenta at apro-ximadamente R5.5 (no meio de R5 e R6),quando diminui bruscamente.

    Guias de Manejo para V2A adubao nitrogenada da soja no

    recomendada porque geralmente no au-menta o rendimento de gros. O nmerototal de ndulos radiculares que se formadiminui proporcionalmente com as quan-tidades crescentes de N aplicado. Alm dis-so, o adubo nitrogenado aplicado a umaplanta de soja com ndulos ativos os tor-

    nar inativos ou ineficientes, proporcional-mente quantidade de N aplicada. Assim,a planta de soja pode utilizar tanto o N fi-xado pelas bactrias quanto o N existenteno solo (mineralizado e N do fertilizante),porm, o N do solo mais utilizado que oN fixado, se disponvel em grandes quan-tidades.

    Figura 4. Planta de soja no estdio V2.

    Figura 6. Ndulos radiculares em uma plantade soja no estdio V2; no detalhe,um ndulo ativo fatiado, com colo-rao vermelha tpica.

    Figura 5. Razes com ndulos de uma planta de soja no estdio V2.

    No estdio V2 as razes lateraisproliferam-se rapidamente nos primeiros15 cm de solo entre as linhas de plantas.No estdio V5 j ocupam completamente osolo situado entre as linhas. Em razo des-sas razes estarem crescendo perto da su-perfcie do solo, o cultivo para controlarplantas daninhas deve ser raso.

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    ESTDIOS V3 E V5 (terceiro equinto ns)

    As plantas em V3 possuem 18 a23 cm de altura e quatro ns, cujas folhasapresentam fololos desdobrados (Figura 7).

    As plantas em V5 apresentam-secom aproximadamente 25 a 30 cm de altu-ra e possuem seis ns, nos quais as folhasesto com fololos desdobrados (Figura 8).

    O ngulo de insero formado en-tre a haste principal e um pecolo foliar chamado axila. Em cada axila foliar existeuma gema axilar (Figura 1) que seme-lhante ao ponto de crescimento (gema api-cal) da haste principal. Porm, essa gemapode se transformar em um ramo vegeta-tivo, permanecer dormente (inativa) ou de-senvolver um agrupamento de flores e, pos-teriormente, vagens.

    O nmero de ramos que se desen-volve a partir da haste principal aumentacom os espaamentos mais largos entre aslinhas da cultura e com densidades maisbaixas de plantas na linha, dependendotambm do cultivar em crescimento. Emcondies de campo, a planta de soja podedesenvolver nenhum ou at seis ramos.Geralmente, o ramo maior o de insero

    mais baixa na haste principal e, progressi-

    vamente, os ramos menores se desenvol-vem mais acima. Cada ramo desenvolvefolhas trifolioladas, ns, axilas, gemas axi-lares, flores e vagens, da mesma forma quea haste principal. A Figura 7 mostra o pri-meiro ramo comeando a se desenvolverna axila do primeiro n da folha trifolio-lada.

    Cerca de uma semana antes do in-cio do florescimento (estdio V5 no pre-sente artigo), as gemas axilares na partesuperior da haste aparecem fechadas e co-meam a desenvolver agrupamentos de flo-res chamados rcemos. Um rcemo umaestrutura pequena semelhante haste, queproduz flores e finalmente vagens ao lon-go de sua extenso (Figura 21).

    O nmero total de ns que a plantapode produzir definido em V5. Em umaplanta de soja com hbito de crescimentoindeterminado, o potencial de formao dens sobre a haste principal sempre maiorque o nmero total de ns observado nofim do seu ciclo.

    Guias de Manejo para V3-V5As gemas axilares das folhas unifo-

    lioladas e trifolioladas e dos cotildonespermite planta de soja uma grande capa-

    cidade para se recuperar de danos, tais como

    Figura 7. Planta de soja no estdio V3.

    11 Nota do tradutor:Nas ltimas safras brasileiras de soja, esse tipo de problema tem ocorrido em estdios vegetativos mais precoces. Os produtores tdeparado com o problema do ataque de pombas durante ou logo aps a emergncia das plntulas. Ao se alimentar, essa ave corta a haste abaixo do pinsero dos cotildones, causando a morte das plntulas e resultando em significativas falhas de estande.

    12 Nota do tradutor:Devido s caratersticas da planta com hbito de crescimento indeterminado, e por tradio trazida pela cultura do milho, nos EUprodutores trabalham com maiores espaamentos. No Brasil, os espaamentos entre linhas variam de 40 a 60 cm.

    os causados pelo granizo. O pice da hasteprincipal, ou gema apical de crescimento,normalmente exibe dominncia sobre as ge-mas axilares laterais durante o crescimen-to vegetativo da planta. Se o pice da haste cortado ou quebrado, as gemas axilaresrestantes ficam livres dessa dominnciaapical e os ramos crescem profusamente.Portanto, a planta possui a habilidade deproduzir novos ramos e folhas aps a des-truio pelo granizo, recuperando pratica-mente toda folhagem. Cortando-se a plan-ta abaixo do n cotiledonar ela morrer,isto porque no h nenhum broto axilarabaixo desse n11.

    ESTDIO V6 (sexto n)Plantas no estdio V6 tm 30 a

    35 cm de altura (Figura 9). Nesse estdio,sete ns tm folhas com fololos desdobra-dos e as folhas unifolioladas e os cotildones j podem ter senescido e cado. Novos es-tdios de V aparecem agora a cada 3 dias.

    As razes laterais esto completa-mente presentes no solo entre as linhas deplantas espaadas a 75 cm12.

    Se 50% de folhas forem perdidas noestdio V6, o rendimento ser reduzido em

    aproximadamente 3%.

    Figura 9. Planta de soja no estdio V6 apre-sentando ramificao.

    Figura 8. Planta de soja no estdio V5.

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    Os oito estdios R (reprodutivos) sodivididos em quatro partes: R1 e R2 des-crevem o florescimento; R3 e R4 o desen-volvimento da vagem; R5 e R6 o desenvol-vimento da semente e R7 e R8 a maturaoda planta. O crescimento vegetativo e aproduo de novos ns continuam durantealguns estdios reprodutivos, de modo que,nestes, os estdios de R1 a R6 descrevemmelhor o desenvolvimento da planta. Nes-te artigo, a descrio para cada estdio Rrefere-se apenas ao incio do respectivo es-tdio.

    O desenvolvimento geral e a dura-o dos perodos de crescimento vegetativo,florescimento, desenvolvimento da vageme enchimento da semente, durante os est-

    dios reprodutivos, esto esquematizados naFigura 10.

    ESTDIO R1 (incio do floresci-mento)R1 - uma flor aberta em qualquer n so-bre a haste principal (Figura 11)

    As plantas em R1 esto com 38 a46 cm de altura e apresentam-se nos est-dios vegetativo V7 a V10 (7 a 10 ns com-

    pletamente desenvolvidos)13

    . O floresci-mento comea entre o terceiro e o sexto nda haste principal, dependendo do estdioV no momento do florescimento, progre-dindo para cima e para baixo. Os ramoscomeam a florescer alguns dias depois dahaste principal. O florescimento em umrcemo ocorre da base para o topo (Figura12). Dessa forma, as vagens da base dorcemo so sempre mais maduras que asvagens do pice (Figura 21). O floresci-mento e a frutificao ocorrem principal-mente em rcemos primrios, mas os rce-mos secundrios podem se desenvolver aolado do rcemo primrio na mesma axila.O florescimento atinge o auge entre os es-tdios R2.5 e R3, completando-se ao redordo estdio R5.

    Em R1, as taxas de crescimento ver-tical da raiz aumentam incisivamente epermanecem relativamente altas nos est-dios R4 a R5. A proliferao de razes se-

    cundrias e plos radiculares at a profun-didade de 23 cm no solo tambm grandedurante esse perodo, porm, as razes nes-sa zona geralmente comeam a se degene-rar depois disso.

    Estdios Reprodutivos e Desenvolvimento

    Figura 10. Desenvolvimento e durao dos perodos de crescimento vegetativo, florescimento,desenvolvimento da vagem e enchimento da semente.* Desenvolvimento da altura da planta e dos ns.

    Figura 12. Incio do florescimento nos rcemos.Figura 11. Planta de soja no estdio R1.

    13 Nota do tradutor:Nas condies brasileiras, a cultura da soja manejada para que no incio do florescimento as plantas apresentem, pelo menos, 60 altura, considerada como mnima para viabilizar a colheita mecnica com o mnimo possvel de perdas. O nmero de ns vegetativos formados at ess varivel em funo do cultivar, do ambiente e das prticas culturais adotadas.

    Est. R R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8

    Dias 0 10 20 30 40 50 60 70

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    ESTDIO R3 (incio da formaoda vagem)R3 vagem com 5 mm de tamanho emum dos quatro ns superiores da haste

    principal com folha completamente de-senvolvida (Figuras 15 e 16)15

    As plantas em R3 apresentam-secom 58 a 81 cm de altura e esto no estdioV11 a V17. Nesse perodo comum en-contrar vagens em desenvolvimento, flo-res murchas, flores abertas e botes floraisna mesma planta16. As vagens em desen-volvimento localizam-se nos ns mais bai-xos da haste principal, onde o florescimentose iniciou primeiro.

    Se as densidades de plantas foremadequadas, o rendimento (peso total de se-mentes) pode ser dividido em trs compo-nentes: o nmero total de vagens produzi-das por planta, o nmero de sementes pro-duzidas por vagem e o peso por semente(tamanho da semente). Aumentos ou de-crscimos de rendimento podem ser justi-ficados pelo aumento ou diminuio de umou mais desses trs componentes.

    Geralmente, a maioria dos ganhosna produo resulta de aumentos no nmerototal de vagens por planta, principalmentequando se obtm maiores rendimentos. Oslimites superiores para o nmero de semen-tes por vagem e tamanho da semente sodefinidos geneticamente, porm, esses doiscomponentes ainda podem variar o sufi-ciente para produzir aumentos consider-veis de rendimento.

    Condies estressantes, como tem-peratura alta ou deficincia de umidade,reduzem o rendimento devido reduo emum ou mais dos componentes. As reduesem um dos componentes de produo daplanta, porm, podem ser compensadas poroutro componente. Assim, as produes noso alteradas significativamente. O com-ponente do rendimento da planta que serreduzido ou aumentado depende do est-dio reprodutivo em que a soja se encontraquando ocorre o estresse. Conforme a plan-ta de soja se desenvolve do estdio R1 aoR5.5 diminui a sua habilidade para com-pensar as perdas decorrentes de uma con-dio de estresse, aumentando assim o po-tencial de reduo da produo causada pelo

    estresse.

    Guias de Manejo para R1-R3Nas condies do Cinturo do Mi-

    lho, nos EUA, aproximadamente 60% a75% de todas as flores de soja produzidas

    abortam e, portanto, no contribuem paraa produo. Cerca de metade desse abortoocorre antes das flores se desenvolveremem vagens jovens e a outra metade devi-do ao aborto da vagem. A produo exce-dente de flores e vagens e o longo perodode florescimento (de R1 a R5) desejvel,pois permite um certo grau de escape a pe-quenos perodos de estresse. As condiesde estresse (que causam altas taxas de abor-to) de R1 a R3 geralmente no reduzemmuito o rendimento porque, para compen-

    Figura 15. Planta de soja no estdio R3 (deta-lhe do 4 n superior da haste prin-cipal com trs vagens jovens).

    Figura 16. Planta de soja no estdio R3.

    15 Nota do tradutor:No Brasil, os produtores de soja identificam esse estdio como a fase de formao de canivetes ou canivetinhos.16 Nota do tradutor:Comportamento tpico de plantas de soja com hbito de crescimento indeterminado.

    sar, algumas flores (e suas respectivas va-gens) ainda podem ser produzidas at o es-tdio R5. Alm disso, o estresse nesses es-tdios pode resultar em um aumento nonmero de sementes por vagem e no pesopor semente, que tambm ajuda a compen-sar o abortamento das flores e das vagens jovens.

    Os pesquisadores e os agricultoresainda no conseguiram aproveitar todo opotencial da planta de soja. Prticas comoadubao, espaamento reduzido, estandeadequado, irrigao e controle das plantasdaninhas so tentativas para reduzir a taxade abortamento de flores e de vagens e au-mentar, assim, a produtividade.

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    ESTDIO R4 (vagem formada)R4 vagem com 2 cm de comprimentoem um dos quatro ns superiores da has-te principal com folha completamente de-senvolvida (Figuras 17 e 18)

    As plantas em R4 apresentam-secom 70 a 100 cm de altura e esto nos est-dios V13 a V20. Este perodo caracteri-zado pelo rpido crescimento da vagem epelo incio do desenvolvimento da semen-te.

    O perodo compreendido entre R4 elogo aps R5.5 um perodo de rpida econstante acumulao de matria seca pe-las vagens. Algumas vagens localizadas nosns mais inferiores da haste principal j seencontram com o seu tamanho final ou pr-ximo dele, porm, a maioria atingir essetamanho no estdio R5 (Figuras 18 e 25)17.Normalmente, as vagens atingem o maiorcomprimento e largura antes das sementescomearem a fase de rpido desenvolvi-mento (Figura 27). Assim, prximo ao fi-nal desse perodo, algumas sementes den-tro das vagens localizadas nos ns inferio-res iniciam rpido crescimento.

    As ltimas flores que ocorrem naplanta localizam-se na extremidade da has-te principal, onde surge um rcemo floral(Figura 20)18. Esse rcemo consiste de flo-res axilares agrupadas na extremidade dahaste. O florescimento nos ns superioresdos ramos tambm ocorre por ltimo naplanta.

    Guias de Manejo para R4O estdio R4 marca o incio do pe-

    rodo mais crtico de desenvolvimento daplanta quanto determinao do rendimen-

    to em sementes. Estresse (umidade, luz, de-ficincias nutricionais, geada, acamamen-to ou desfolha), ocorrendo a qualquer mo-mento entre os perodos de R4 a logo apsR6 reduzir mais a produo do que a ocor-rncia do mesmo estresse em qualquer ou-tro perodo de desenvolvimento. O perodode R4.5 (formao das ltimas vagens) aaproximadamente R5.5 muito crtico por-que o florescimento completa-se e no podeser compensado, uma vez que as vagens e

    17 Nota do tradutor:Pelo fato de ser uma planta com hbito de crescimento indeterminado, evidente o desenvolvimento total das primeiras vagens locano tero inferior da haste principal, onde iniciou-se o florescimento.

    18 Nota do tradutor:Provavelmente, o cultivar de soja utilizado pelos autores deste artigo apresenta hbito de crescimento semi-determinado, isto , caractde planta intermediria entre os hbitos de crescimento determinado e indeterminado.

    Figura 19. Corte longitudinal de uma vagem jovem de soja.

    Figura 17. Planta de soja no estdio R4. Figura 18. Haste principal da soja com vagensno estdio R4.

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    sementes novas so mais propensas a abor-tar sob estresse que as vagens e sementesmais velhas19. As perdas de produo ocor-ridas nesse perodo devem-se principalmen-te reduo no nmero total de vagens porplanta do que reduo no nmero de se-mentes por vagem ou no tamanho da se-mente. De fato, o tamanho da semente podecompensar um pouco se as condies decrescimento forem favorveis aps R5.5.Porm, a compensao atravs do tamanhoda semente limitada geneticamente. As-sim, a planta possui limitadas habilidadesem compensar o aborto de flores e vagenscausado por estresses ocorridos nos est-dios de R4.5 a R5.5.

    Quando possvel, deve-se irrigar a

    lavoura nesses perodos cruciais para ga-rantir umidade adequada.

    Figura 20. Rcemo floral de soja na extremidade apical da haste principal.

    Figura 21. Rcemo floral com vagens em for-mao.

    Figura 22. Seqncia do desenvolvimento das vagens de soja.

    19 Nota do tradutor:A ocorrncia de veranicos nessa fase reprodutiva que tem causado as maiores quebras de safra de soja em muitas regies brasileir

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    ESTDIO R5 (incio da formaoda semente)R5 semente com 3 mm de tamanho emum dos quatro ns superiores da haste

    principal com folha completamente de-senvolvida (Figuras 23, 24, 25 e 26)

    Plantas em R5 tm 75 a 110 cm dealtura e encontram-se nos estdios V15 aV23. Esse perodo caracterizado pelo r-pido crescimento ou incio do enchimentodas sementes (Figuras 27 e 28) e redistri-buio da matria seca e nutrientes das par-tes vegetativas para as sementes em forma-o (Figuras 38, 39 e 40).

    No incio de R5, o desenvolvimento

    reprodutivo apresenta desde flores quaseabertas at vagens contendo sementes com11 mm de comprimento (Figura 27). Entreos estdios R5 e R6, vrios eventos aconte-cem quase ao mesmo tempo. Perto de R5.5tem-se: (1) a planta atinge seus mximosem altura, nmero de ns e rea foliar; (2)as altas taxas de fixao de nitrognio atin-gem o seu auge e em seguida comeam adiminuir rapidamente; (3) as sementes ini-ciam um perodo de rpido e constanteacmulo de matria seca e nutrientes. Logoaps R5.5 ocorre o mximo acmulo de ma-tria seca e de nutrientes nas folhas, peco-los e ramos, iniciando a seguir a sua redis-tribuio (translocao) dessas partes daplanta para as sementes em desenvolvimen-to. O perodo de rpida e constante acumu-lao de matria seca na semente continuaat logo aps R6.5, no qual a semente estcom aproximadamente 80% da sua mat-ria seca total.

    O rendimento em gros depende dataxa e da durao do tempo de acmulo dematria seca nas sementes. Entre os culti-vares adaptados existem pequenas diferen-as quanto taxa de acmulo de matriaseca, porm, com relao durao de tem-po de acmulo de matria seca nas semen-tes as diferenas so maiores20. Estressespodem influenciar tanto a taxa como a du-rao do tempo de acmulo de matria secanas sementes.

    Guias de Manejo para R5A demanda por gua e nutrientes

    alta ao longo do perodo de enchimento dassementes. Durante todo esse perodo, as

    Figura 23. Planta de soja no estdio R5. Figura 24. Colmos no estdio R5.

    Figura 25. Colmos nos estdios R4 (imagem direita) e R5 (imagem esquerda).

    Figura 26. Vagem de soja no estdio R5 retira-da do 4 n da haste principal.

    20 Nota do tradutor:De todos os nutrientes requeridos pela planta de soja, apenas o N fixado pelas bactrias nos ndulos radiculares.

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    sementes adquirem aproximadamente me-tade do seu N, P e K atravs da redistri-buio pelas partes vegetativas da planta, eaproximadamente metade pela absoro dosolo e atividade do ndulo (no caso do N).Esta redistribuio de nutrientes pelas par-tes vegetativas da planta ocorre de manei-ra independente da disponibilidade dosnutrientes no solo. As deficincias hdricaspodem reduzir a disponibilidade dos nu-trientes porque as razes no podem absor-v-los e nem crescer nas camadas superfi-ciais e mais secas do solo. Dessa forma, par-te do P e do K deve ser colocada mais emprofundidade, onde o solo estar mido eos nutrientes disponveis planta21.

    Se ocorrer 100% de desfolha (devi-

    do a granizo, por exemplo) entre os est-dios R5 e R5.5, o rendimento pode ser re-duzido em aproximadamente 75%. Condi-es de estresse podem causar grandes re-dues no rendimento se ocorrerem entreos estdios R5.5 e R6. Redues de rendi-mento nesse perodo acontecem principal-mente devido ao menor nmero de vagensformadas por planta e ao menor nmero desementes por vagem e, em menor grau, de-vido ao menor peso por semente.

    21 Nota do tradutor:Tais diferenas se devem s variaes na durao dos ciclos de maturao dos diferentes cultivares.

    Figura 27. Rpido desenvolvimento de vagens e de sementes durante o estdio R5, com grosde 3, 5, 7, 8, 10 e 11 mm de tamanho.

    Figura 28. Vista lateral de vagens e sementes em desenvolvimento durante R5. Gros com 5, 7, 8,10 e 11 mm de tamanho.

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    ESTDIO R6 (semente cheia)R6 vagem contendo sementes verdesque preenchem totalmente a cavidade davagem localizada em um dos quatro nssuperiores da haste principal com folhacompletamente desenvolvida (Figuras 29e 30)

    Plantas em R6 tm 80 a 120 cm dealtura e encontram-se nos estdios V16 aV25. Devido altura da planta e ao nme-ro de ns atingirem os valores mximos emR5.5, pequenos acrscimos nessas caracte-rsticas so evidentes entre R5 e R6.

    A semente em R6 ou semente ver-de caracterizada por apresentar larguraigual da cavidade da vagem, porm, se-mentes de todos os tamanhos podem serobservadas na planta, nesse momento (Fi-guras 27, 28 e 31). Nesse estdio o pesototal das vagens da planta mximo22.

    A taxa de crescimento dos gros eda planta nessa fase ainda muito rpida.Na planta, a rpida taxa de acmulo dematria seca e de nutrientes comea a di-minuir logo aps o estdio R6, e nas se-mentes, logo aps R6.5. O acmulo de ma-tria seca e de nutrientes na planta mxi-mo logo aps R6.5, e nas sementes, prxi-mo a R7 (Figuras 38, 39 e 40).

    O rpido amarelecimento das folhas(senescncia visual) comea logo aps R6e continua acentuadamente at R8, ou atque todas as folhas caiam. A senescncia equeda foliar inicia-se nos ns inferiores daplanta (regio mais velha) e subseqente-mente estende-se para cima at as folhasmais jovens. Trs a seis folhas trifolioladaspodem ter cado dos ns mais inferioresantes do incio do rpido amarelecimentofoliar.

    O crescimento da raiz completa-selogo aps R6.5.

    Figura 29. Planta de soja no estdio R6. Figura 30. Colmos da soja com vagens no es-tdio R6.

    Figura 31. Vagem de soja no estdio R6 retirada do 4 n superior da haste principal.

    22 Nota do tradutor:No Brasil predomina o uso de cultivares precoces e semi-precoces com hbito de crescimento determinado, que so mais exigentambiente. Para esses tipos de cultivares, quando ocorre veranico e/ou deficincia nutricional entre os estdios R5 e R6, as redues no rendimento seroao abortamento das vagens em incio de granao ou ao abortamento das sementes, caracterizando a formao de vagens chochas. Quando esses eocorrem entre R6 e R7, tambm ocorrero quedas de produo, devido s menores taxas de acmulo de matria seca nas sementes, determinando a formsementes mais leves.

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    ESTDIO R7 (incio da maturi-dade)R7 uma vagem normal na haste prin-cipal que tenha atingido a cor de vagem

    madura, normalmente marrom ou palha,dependendo do cultivar (Figuras 32 e 33)

    A maturidade fisiolgica de umasemente de soja acontece quando cessa oacmulo de matria seca. Isso ocorre quan-do a semente (e geralmente a vagem) tor-na-se amarela ou tenha perdido completa-mente a cor verde. Embora nem todas asvagens numa planta em R7 tenham perdi-do a sua cor verde, a planta essencialmentese encontra na maturidade fisiolgica por-que muito pouca matria seca adicional seracumulada (Figuras 32 e 33). A sementede soja na maturidade fisiolgica possuiaproximadamente 60% de umidade e con-tm todas as partes da planta necessriaspara comear sua prxima gerao.

    A Figura 34 mostra uma vagem egros verdes no estdio R6, uma vagem egros completamente amarelos na maturi-dade fisiolgica e uma vagem e gros comcor caracterstica para a colheita.

    Guias de Manejo para R6-R7 medida que vagens e sementes

    amadurecem, elas ficam menos propensasa abortar. Assim, o nmero total de vagenspor planta e o nmero de gros por vagem

    so fixados gradualmente com a maturida-de da planta. Embora uma semente maisvelha no possa abortar (cair da planta) sobcondies de forte estresse, a durao doperodo de rpido acmulo de matria secana semente pode ser encurtada, resultandona formao de sementes menores e na re-duo do rendimento.

    Como aps R6 a planta de soja jamadurece, o potencial de reduo de ren-dimento por estresse declina gradualmen-te. De R6 a R6.5 o estresse pode causargrandes redues de rendimento, a maio-ria das vezes pela reduo no tamanho dasemente, mas tambm pela reduo de va-gens formadas por planta e de gros porvagem. Redues de rendimento motiva-

    das por estresse ocorrido entre R6.5 e R7so menores pelo fato das sementes j te-rem acumulado quantidades considerveisde matria seca. Estresse a partir de R7 noafeta o rendimento.

    A Figura 35 mostra o redireciona-mento do crescimento das folhas em dire-o ao sol de uma planta de soja parcial-mente acamada. A tendncia para acama-mento aumenta com o crescimento em al-tura das plantas. Altas populaes de plan-tas, irrigao e ocorrncia de chuvas tor-

    renciais aumentam a altura da planta e oacamamento. O acamamento reduz o ren-dimento devido a um aumento nas perdasde colheita a ao uso ineficiente da luz solarpela planta23.

    Figura 35. Planta de soja acamada no estdio R6.Figura 34. Vagens de soja nos estdios R6 (ver-

    de), R7 (amarela) e R8 (marrom).

    Figura 32. Planta de soja no estdio R7.

    Figura 33. Colmos da soja com vagens no es-tdio R7.

    23 Nota do tradutor:O acamamento uma caracterstica gentica com expresso varivel conforme o cultivar, que pode ser modificada por prticas de madotadas e/ou fatores do ambiente, tais como: densidade de plantas na linha da cultura, espaamento entre as linhas, fertilidade do solo e/ou adubaes,e temperatura, entre outras. Lavouras acamadas tendem a apresentar maiores ndices de perdas na colheita.

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    ESTDIO R8 (maturidade com-pleta)R8 95% das vagens apresentam-se ma-duras (Figura 36). So necessrios de 5 a

    10 dias de clima seco aps R8 para que asoja atinja menos de 15% de umidade

    A Figura 37 ilustra as mudanas decor e de tamanho das vagens e gros desoja a partir do estdio R6, com vagens esementes verdes at gros maduros pron-tos para a colheita. Na mesma figura, a se-gunda vagem e respectivos gros, a partirda direita, apresentam cor caractersticapara colheita, porm no atingiram a for-ma e o grau de umidade para a realizaodesta. Assim, cor de vagem madura nemsempre indica ponto de colheita para osgros em seu interior. Com ambiente secofavorvel a soja perder umidade rapida-mente.

    Guias de Manejo para R8Erros de baixas densidades de se-

    meadura, com os vazios no campo, tornam-se visveis por ocasio da colheita. J, altasdensidades de plantio causam acamamentoda lavoura, dificultando a colheita, redu-zindo, assim, o potencial de rendimento nocampo. Menores estandes promovem maisramificaes, porm com menor altura deinsero de vagem. Ramificaes muitocarregadas de vagens tornam-se pesadas epodem quebrar facilmente, caindo ao cho.Da mesma forma, vagens muito prximasao solo so difceis ou, s vezes, imposs-veis de serem colhidas mecanicamente.

    O momento certo de colheita muitocrucial para a soja. A umidade ideal nosgros para colheita e armazenamento 13%. Embora a colheita possa ser iniciadacom maiores porcentagens de umidade, al-guns custos com secagem sero necess-

    Figura 36. Planta de soja no estdio R8.

    Figura 37. Seqncia de maturao de vagens e gros de soja. Da esquerda para a direita, evolu-o da cor verde (estdio R6) para a cor marrom (ponto de colheita).

    rios para um armazenamento seguro. Poroutro lado, o atraso na colheita, com umi-dade abaixo de 13%, causa aumento nasperdas durante a colheita e no nmero degros danificados, e diminui o peso dosgros para comercializao.

    Para reduzir perdas de colheita de-ve-se: dirigir em velocidade apropriada,conferir a abertura do cncavo, a velocida-de do cilindro, as peneiras e a velocidadedo ar da ventilao. Estar certo de que asvelocidades do molinete e do deslocamen-to da mquina estejam sincronizadas paradiminuir as perdas por quebra na platafor-ma de corte. Regular a altura de corte paraminimizar perdas. A 9 cm de altura perde-se 5% da produo, e a 16,5 cm de alturaperde-se 12%.

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    Como a Planta de Soja CresceA taxa de incremento de matria

    seca na planta de soja pequena no incio,porm aumenta gradativamente durante os

    estdios vegetativos de desenvolvimento ato R1, quando aumentam o desenvolvimen-to das folhas e a cobertura do solo. Em tor-no de R2, a taxa diria de acmulo de ma-tria seca pela planta essencialmenteconstante at o gradativo decrscimo du-rante o perodo de enchimento das semen-tes (logo aps R6), terminando aps R6.5(Figura 38). O acmulo de matria seca ini-cia-se nas partes vegetativas da planta, po-rm, entre R3 e R5.5 transloca-se gradati-vamente para as vagens e gros em forma-o (Figuras 10 e 38).

    A taxa de crescimento das folhas,pecolos e hastes segue o mesmo padro daplanta como um todo at o incio de forma-o das vagens e gros, ou seja, at aproxi-madamente R4. Logo aps R5.5 a matriaseca mxima nessas partes vegetativas,quando ento inicia-se rapidamente a suatranslocao para os gros em formao.A perda de folhas e pecolos comea entreos estdios V4 e V5, nos ns vegetativos epecolos mais baixos, e progride muito len-tamente para o pice da planta at logo apso estdio R6 (Figura 38). A partir dessemomento, a perda de matria seca torna-serpida e contnua at o estdio R8, quandonormalmente todas as folhas e pecoloscaem (Figura 36).

    O crescimento radicular comeacom a emergncia da raiz primria a partirda germinao da semente. Sob condiesfavorveis, a raiz primria e vrias razeslaterais crescem rapidamente e podem al-canar profundidades de 0,8 a 1,0 m noestdio V6. Durante os estdios vegetativosmais adiantados e prximo ao florescimento(de V6 a R2) o sistema radicular se expan-de na sua maior velocidade. A maior partedesse crescimento ocorre nos primeiros30 cm de solo, desde que haja umidade ade-quada. Algumas razes podem estar nos2,5 cm superficiais do solo. Em R6, sob con-dies favorveis, as razes de soja podematingir profundidades maiores que 1,8 m ese estender lateralmente de 25 a 50 cm.Nesse estdio, as razes crescem muito len-tamente, porm, algumas continuam o seu

    crescimento at a maturidade fisiolgica(R7).

    Parte do nitrognio utilizado pelaplanta de soja proveniente da fixao donitrognio do ar, realizada pela bactria

    Bradyrhizobium japonicum presente nosndulos radiculares. Essa bactria infectaas razes causando a produo de nduloslogo no estdio V1 (Figura 1).

    Ao longo dos estdios vegetativosde desenvolvimento, o nmero de ndulosaumenta junto com a taxa de fixao do N2(Figura 14).

    Por volta do estdio R2, a taxa defixao do N2 aumenta significativamente,atingindo o seu pico no estdio R5.5, e cairapidamente a seguir.

    O florescimento inicia-se no estdioR1 com a abertura da primeira flor entre oterceiro e sexto n vegetativo da haste prin-cipal, progredindo da para cima e para bai-xo. As primeiras flores geralmente apare-cem na base de um rcemo (Figura 13).Com o tempo, o rcemo se alonga, enquantonovas flores aparecem progressivamente emdireo ao seu pice (Figura 21). No est-dio R5 a planta completou a maior partedo seu florescimento, porm, um pouco deflores ainda pode abrir nos ramos e nos nssuperiores da haste principal. A maioria dasflores de soja se autofecunda no momentoou um pouco antes da sua abertura.

    RESUMO

    Figura 38. Acmulo total de matria seca em diferentes partes da planta de soja.

    M a t r i a s e c a

    ( 1 . 0

    0 0 k g / h a )

    10

    9

    8

    7

    6

    5

    4

    3

    2

    1

    V E 1 3 5 8 11 14 17 20R 1 2 3 4 5 6 7 8

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    emergnciaData Maio Junho Julho Agosto Setembro

    Estdio

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    Trs a quatro dias aps a aberturada flor, suas ptalas murcham e a vagem(fruto) comea a alongar-se. Entre 2 e 2,5semanas aps a abertura de uma flor, a va-gem formada apresenta-se com o seu com-primento mximo. O desenvolvimento dasvagens na planta rpido entre R4 e R5,pois apenas poucas vagens totalmente for-madas esto presentes nos ns vegetativosmais baixos na haste principal durante oestdio R4 (Figura 18). Muitas vagens atin-gem o tamanho final em R5 (Figuras 24 e25) e quase todas esto completamente de-senvolvidas no estdio R6 (Figura 30).

    Os gros (sementes) no interior deuma vagem no iniciam o seu rpido de-senvolvimento enquanto a vagem no te-

    nha atingido o seu comprimento final e osgros se apresentem com 7 a 8 mm de com-primento. Numa planta em R5, a partir domomento em que um gro apresenta-se com8 mm de comprimento, o mesmo inicia ra-pidamente o acmulo de matria seca (Fi-gura 27). Em torno de R5.5 a taxa deacmulo de matria seca por todas as va-gens em uma planta de soja rpida e cons-tante. Esse rpido crescimento de todas asvagens de uma planta comea a diminuirlogo aps o estdio R6.5 e no mais pos-

    svel de ser mensurado no estdio R7.

    Figura 39. Acmulo total de nitrognio em diferentes partes da planta de soja.

    Figura 40. Acmulo total de potssio em diferentes partes da planta de soja.

    Gros Pecolos

    Vagens Folhas

    Colmos Folhas epecolos cados

    N ( %

    d o

    t o t a l a c u m u l a d o )

    100

    90

    80

    7060

    50

    40

    30

    20

    10

    K ( %

    d o

    t o t a l a c u m u l a d o )

    V E 1 3 5 8 11 14 17 20R 1 2 3 4 5 6 7 8

    Dias aps a 0 20 40 60 80 100 120emergncia

    Data Maio Junho Julho Agosto Setembro

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    O rendimento de soja, ou seja, o pesototal das sementes, pode ser descrito pelaseguinte equao:

    Rendimento = nmero mdio de plantas porhectare x nmero mdio de vagens porplanta x nmero mdio de gros por va-gem x peso mdio de um gro.

    Uma planta de soja crescendo semcompetio com outras plantas ir ramifi-car intensamente, formando uma plantacom arquitetura mais aberta. Aumentando-se o nmero de plantas na rea (densidadede plantas) aumenta-se a altura destas e atendncia ao acamamento, reduzindo-se aramificao e o nmero de vagens por plan-

    ta. Porm, admite-se um valor timo paradensidade de plantas visando-se mais va-gens e gros por unidade de rea. Essa den-sidade tima de plantas difere com os cul-tivares e ambientes de crescimento.

    O ambiente no qual um determina-do cultivar de soja cresce influencia extre-mamente o desenvolvimento e o rendimen-to da planta. A ocorrncia de estresse am-biental em qualquer estdio de desenvolvi-mento da soja ir reduzir o seu rendimen-to. Estresses tais como: deficincias nutri-

    cionais, umidade inadequada, danos porgeada, granizo, pragas ou acamamento,causam enormes redues de rendimentoquando ocorrem entre os estdios R4 e logoaps o R6. Dentro dessa faixa fenolgica,o perodo entre os estdios R4.5 e R5.5 especialmente sensvel ao estresse. Comoa planta de soja amadurece depois do R6, aquantidade potencial de reduo de produ-o causada por estresse diminui gradual-mente at o estdio R7, quando o rendi-mento no mais afetado por este. Altosrendimentos somente so obtidos quandoas condies ambientais so favorveis emtodos os estdios de crescimento da soja.

    Figura 41. Acmulo total de clcio em diferentes partes da planta de soja.

    Requerimentos e Absoro deNutrientes pela Soja

    A planta de soja (bem como a bac-tria simbitica associada a ela) requer osseguintes nutrientes minerais: nitrognio(N), fsforo (P), potssio (K), enxofre (S),clcio (Ca), magnsio (Mg), ferro (Fe), boro(B), mangans (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu)e molibdnio (Mo). A maior parte dessesnutrientes absorvida do solo, porm, par-te do nitrognio obtida por meio da fixa-o realizada pelas bactrias no interior dosndulos e um pouco do enxofre absorvi-do do ar (como SO2 e H2S). Os nutrientesso absorvidos junto com a gua pelasrazes da planta e movem-se no interior des-

    ta at as folhas e outros rgos vegetati-vos.As quantidades de nutrientes dispo-

    nveis variam com o tipo de solo, profun-didade de amostragem e prticas de culti-vo, e so influenciadas pelas condies de

    temperatura e umidade no solo. As razesno crescem em solo seco e a umidade deveser adequada para que o sistema radicularpossa absorver os nutrientes. Por outro lado,o excesso de umidade no solo limita aaerao das razes, as quais necessitam deoxignio para crescer.

    Os padres de sazonalidade de ac-mulo dos diferentes nutrientes pelas dife-rentes partes da planta so apresentadosnas Figuras 39, 40 e 41. As quantidades denutrientes absorvidas pelas plantas no in-cio da estao de crescimento so peque-nas porque as plantas so pequenas. Entre-tanto, a concentrao de nutrientes em umafolha individual de plantas bem nutridas alta durante esse perodo como nas folhas

    individuais em perodos mais adiantados.A absoro e o acmulo de alguns nutrien-tes contnua ao longo da estao de cres-cimento at a maturidade da planta (Figu-ra 41), enquanto a absoro de outros completada no estdio R6 (Figura 39).

    Gros Pecolos

    Vagens Folhas

    Colmos Folhas epecolos cados

    C a ( %

    d o

    t o t a l a c u m u l a d o )

    V E 1 3 5 8 11 14 17 20R 1 2 3 4 5 6 7 8

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    A redistribuio dos nutrientes mi-nerais a partir de partes mais velhas daplanta para as mais novas em crescimento a fonte primria de alguns nutrientes.Alguns nutrientes so muito mveis naplanta e so prontamente translocados deum rgo velho para um mais novo. Aredistribuio de N (Figura 39), P e S cons-titui-se na fonte primria desses nutrientespara os gros em formao e resulta em sig-nificativa diminuio desses elementos nasfolhas, pecolos, hastes e vagens, durante operodo mais avanado de enchimento dassementes. Entretanto, alguns nutrientescomo o Ca so muito imveis nas plantas,existindo pequena redistribuio dos mes-mos das partes mais velhas para as mais

    novas em crescimento. A translocao dosnutrientes mveis das folhas para as semen-tes em formao, exceto a do clcio, fazcom que este nutriente apresente-se commaior concentrao nas folhas ao final dociclo de maturao (Figura 41).

    A redistribuio de outros nutrien-tes na planta geralmente segue um padrointermedirio entre os extremos de altamobilidade do N e imobilidade do Ca. P eS so muito semelhantes ao N. O K redistribudo das partes vegetativas para as

    sementes em formao, porm, no redistribudo a partir das vagens. Zn e Cuso redistribudos, mas no na mesma in-tensidade do N. Mn, Mg, Fe, B e Mo sorelativamente imveis, mas no tanto quan-to o Ca. Diferenas marcantes quanto mo-bilidade do Fe tm sido verificadas entreos diferentes cultivares.

    Uso de Fertilizantes e Manejo daFertilidade

    Quando o solo no pode suprir asnecessidades em nutrientes da planta, fer-tilizantes e/ou esterco podem ser adiciona-dos para atender a nutrio das plantas. Aabsoro de nutrientes adicionados ao solonem sempre um processo eficiente. Emboas condies, a recuperao do fsforo epotssio adicionados varia de 5 a 20% e de30 a 60%, respectivamente, no mesmo anode adubao. Entretanto, os nutrientes adi-cionados so recuperados nos anos poste-riores.

    Nutrientes Normalmente Deficientes

    1. Nitrognio: fixado e prontamen-te disponvel soja pelas bactrias presen-tes no interior dos ndulos radiculares. Emreas onde a soja nunca foi cultivada hnecessidade de inoculao das sementespara suprir a planta com bactrias. A cala-gem de solos cidos benfica. Em condi-es favorveis fixao do N2, a necessi-dade de adubao mineral nitrogenada re-duzida ou eliminada.

    2. Fsforo e Potssio: a disponibili-dade desses nutrientes para altos rendimen-

    tos de soja no adequada em muitos so-los, de maneira que a adio de fertilizan-tes contendo esses nutrientes deve ser fei-ta. Dependendo do pH do solo a calagempode ser necessria24.

    3. Em solos onde existam condiesde deficincia nutricional, a aplicao deoutros nutrientes pode ser necessria paraatender os requerimentos da planta. S, Fe,B, Mn ou Zn so os elementos que ocasio-nalmente se apresentam deficientes25.

    Consideraes para AltosRendimentos de Soja

    As figuras apresentadas neste arti-go indicam que o rendimento produzidopela planta de soja depende da taxa e dotempo de acmulo de matria seca. Entre-tanto, para se obter altos rendimentos, necessrio conhecer todas as prticas cul-turais compatveis com uma produo eco-nmica, aplicadas para maximizar a taxade acmulo de matria seca no gro.

    Considerar as seguintes prticas demanejo:

    1. Calagem e adubao fundamen-tadas em amostragem e anlise de solo con-fiveis.

    2. No cultivar ou plantar em solosmuito midos.

    3. Semear em pocas recomendadaspara sua regio.

    4. Escolher os cultivares melhoradaptados sua regio.

    5. As mximas produtividades soobtidas em espaamentos entre linhas me-nores (20-40 cm) que os ainda utilizadosnos EUA, isto , 75 a 100 cm.

    6. Ajustar o estande em funo doespaamento de entre-linhas adotado.

    7. No semear muito profundo: 2 a4 cm de profundidade o timo na maioriados solos.

    8. Monitorar e controlar plantas da-ninhas, pragas e doenas sempre que pre-ciso.

    9. Reduzir ao mnimo possvel asperdas de colheita.

    24 Nota do tradutor:Com relao aos solos brasileiros, principalmente aqueles localizados no Brasil Central (cerrado), fsforo, potssio e enxofre tm smacronutrientes com maior necessidade de correo via adubao, e clcio e magnsio, via calagem, e manuteno, visando a busca de altas produtiv25 Nota do tradutor:Alm das necessidades de correo e manuteno da fertilidade com macronutrientes nos solos brasileiros, ultimamente vem meredestaque a necessidade de aplicao de alguns micronutrientes, tais como B, Co, Cu, Mn, Mo e Zn. Estes podem ser fornecidos cultura no momsemeadura, atravs de frmulas fertilizantes completas. No caso de Co e Mo, pode-se fornec-los via semente, por ocasio do tratamento destas com fuUma vez instalada a cultura, preventivamente os micronutrientes B, Co, Cu, Mn e Mo podem ser adicionamente fornecidos por meio da adubao foliaa soja se encontra nos estdios V4 a V5.

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    ENTREGUE AOS CORREIOSNESTA DATA

    POTAFOS

    A HISTRIA DO POTASH & PHOSPHATE INSTITUTE

    H MAIS DE 63 ANOS, o Instituto Ame-ricano de Potassa iniciava uma importan-te e nica experincia de cooperao.

    A data era julho de 1935. O local, Washington,D.C., cerca de trs blocos da Casa Branca. A pessoafalando era Dr. J.W. Turrentine, o primeiro presidentedo novo Instituto e qumico de grande reputao. Eraautoridade mundial na produo e uso de potssio.

    Na ocasio falava no para grande platia decientistas, mas para grupo de apenas oito pessoas, oprimeiro Conselho de Diretores do Instituto que se for-mava. Era grupo do alto gerenciamento das maioresempresas produtoras de potssio da poca, homensde negcios realistas, com o objetivo de vender po-tssio.

    A mensagem do Dr. Turrentine foi curta e direta:Cavalheiros, o uso de potssio depende do seu reco-

    nhecimento como nutriente de planta, que fator agro-nmico, e da possibilidade do agricultor em compr-lo, que fator econmico. Assim, o uso agrcola depotssio deve ser aumentado apenas quando for re-querido pela cultura e lucrativo para o agricultor.

    A indstria americana de potssio aceitou estafilosofia e, atravs do Instituto, por mais de 63 anosaplicou o conceito da integridade cientfica na direode seus negcios. Em 1977, com a incluso de P noprograma, o nome foi mudado para Potash &Phosphate Institute... mas o enfoque cientfico para

    desenvolvimento de mercado permaneceu o mesmo.Cooperao tem sido a base fundamental. Coo-perao de milhares de pesquisadores, professores,extensionsistas, consultores e autoridades governa-mentais ligados agricultura com vendedores,dealers e agricultores l no campo na dedicada esincera busca da verdade.