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/? '. s , f '* PODER JUDICIÁRIO 'v á - ' ,,*' TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO -* TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N° ACÓRDÃO i miii um um um um mu mu uni mi m *03229559* Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n° 991.06.024240-0, da Comarca de Adamantina, em que são apelantes BRINDES MAGNUS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA ME (JUSTIÇA GRATUITA), PERCIVAL NEVES PANAO e LUCINEIA APARECIDA DE OLIVEIRA PANAO sendo apelado BANCO NOSSA CAIXA S/A. ACORDAM, em 11 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO EM PARTE AO RECURSO. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VIEIRA DE MORAES (Presidente sem voto), GILBERTO DOS SANTOS E GIL COELHO. São Paulo, 30 de setembro de 2010. MOURA RIBEIRO RELATOR

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Page 1: Tjsp des moura ribeiro   11ª câmara - 1

/? '.s,f'* PODER JUDICIÁRIO

'vá- ' ,,*' TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO -*

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA

REGISTRADO(A) SOB N°

A C Ó R D Ã O i miii um um um um mu mu uni mi m *03229559*

Vistos, relatados e discutidos estes autos de

Apelação n° 991.06.024240-0, da Comarca de

Adamantina, em que são apelantes BRINDES MAGNUS

INDUSTRIA E COMERCIO LTDA ME (JUSTIÇA GRATUITA),

PERCIVAL NEVES PANAO e LUCINEIA APARECIDA DE OLIVEIRA

PANAO sendo apelado BANCO NOSSA CAIXA S/A.

ACORDAM, em 11a Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

decisão: "DERAM PROVIMENTO EM PARTE AO RECURSO. V.

U.", de conformidade com o voto do Relator, que

integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos

Desembargadores VIEIRA DE MORAES (Presidente sem

voto), GILBERTO DOS SANTOS E GIL COELHO.

São Paulo, 30 de setembro de 2010.

MOURA RIBEIRO RELATOR

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

11a Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0

COMARCA: ADAMANTINA - 2a Vara Cível

APELANTE(S): BRINDES MAGNUS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

ME e outros

APELADO(S): BANCO NOSSA CAIXA S.A. ;

JUÍZ DE 1a INSTÂNCIA: Dr. MARCEL PERES RODRIGUES - •"

VOTO N° 17.282

EMENTA: Embargos à monitoria rejeitados - Inconformismo dos réus firme nas teses de que (1) houve cerceamento de defesa diante do julgamento antecipado da lide; (2) a responsabilidade é subsidiária; (3) os juros são abusivos; (4) o CDC é aplicável ao caso; e, (5) a cobrança é abusiva porque cumulada com comissão de permanência, juros moratorios e multa contratual - Acolhimento parcial - O CDC não tem aplicação no presente caso por se tratar de uma relação de insumo — Banco que recebeu o cheque por endosso translativo e a título p r o so 1 vendo — Responsabilidade pelo pagamento que .deve ser imputada aos réus-embargantes -Orientação do CoL STJ no sentido de que as taxas de juros remuneratórios devem seguir o parâmetro da média de mercado -Patamar constitucional de juros de 12% ao ano que jamais foi implementado e já está revogado - Súmula n° 596, do STF de há muito ensinou que as disposições do Decreto, n° 22.626/33 não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações, realizadas por instituições públicas ou privadas que integram o sistema financeiro nacional— Comissão de permanência que não pode ser cumulada com outros encargos — Súmulas n°s. 30, 294 e 296, do Col. STJ - Matéria preliminar rejeitada -Recurso parcialmente provido.

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

11a Câmara de Direito Privado k • ,,

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APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0 - / ' ' . - . . • - . ' • • • , • . • •

* v ,-- < ' ' Í - . • "

Da sentença que rejeitou embargos e julgou procedente

a ação monitoria fundada em contrato de abertura, de limite de

desconto rotativo de títulos ajuizada pelo autor-embargado contra os

réus-embargantes; sobreveio apelação destes últimos firme nas teses

de que (1) houve cerceamento de défesá^diante do julgamento

antecipado da lide; (2) a responsabilidade é subsidiária; (3) os juros

são abusivos; (4) o CDC é aplicável ao caso; e, (5) a cobrança é abusiva

porque cumulada com comissão de permanência, juros moratórios erhulta'

contratual. • , ' ••

Recurso isento de preparo, recebido, processado e

respondjdo. ' ~

É o relatório. \ J f • -

• , ^ ' - • ' ' • "

• " - • ' .

O recurso'merece parcial provimento.

O autor-embargado ajuizou ação monitoria visando ao

recebimento do valor atualizado de R$ 19.748,87 (dezenove mil,

setecentos e quarenta e oito reais e oitenta e sete centavos) oriundos

dos "Contratos de Abertura de Limite de Desconto Rotativo de Títulos",

que não foi honrado pelos réus-embargados no tempo, lugar e forma

convencionados. ,

' • ' • . " " • i • . .

Os embargos foram rejeitados e a monitoria julgada

procedente, razão dojnconformismo dos embargantes que, respeitada

a convjcção do d. prolator da sentença recorrida, merece parcial"

acolhimento.

•' t ' - 2 - ' - WÍ-

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11a Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0

- . • • ' • • A ' ' ' . "

Sem respaldo legal a arguição de cerceamento, de

defesa, pois as provas se destinam ao livre convencimento do juiz e se este

as considera suficientes para tanto, não há necessidade de se produzir

outras. ' - ' • . " ' • '

O MM. Juiz sentenciantè entendeu pela desnecessidade da

coleta de provas è agiu acertadamente porque a discussão travada s ó '

envolvia matéria de direito, a dispensar provas. , -• • - ' • : ^ ' . • ' ' ' ' . > • ' . "

Além do mais, não se pode esquecer que já decidiu o

Col. STF qüe a necessidade da produção de prova há de ficar

evidenciada para que o julgamento antecipado da lide implique

cerceamento de defesa. A antecipação é legítima se os aspectos

decisivos estão suficientemente \ líquidos •" para embasar o

convencimento do Magistrado (RE 101.171-8/SP,' Rei. Min.

FRANCISCO REZEK, j . 05.10.1984; Segunda Turma, DJ 07.12.1984, p.'

20990). ' >" .

. Em relação à alegação de serem os embargantes

responsáveis subsidiários, há de se ressaltar a lição de ROBERTO DE

ARRUDA SOUZA LIMA e ADOLFO MAMO.RU NISHIYAMA que na '

modalidade de desconto bancário de cheque, ao endossar o título ao

banco o cliente não se exonera da dívida se o responsável não pagar o

título no seu vencimento porque na hipótese "dá-se a cessão pro

solvendo, de sorte que se o terceiro não resgatá-la no tempo devido,

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v 11a Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0

quem o desóontou fica obrigado a restituir ao banco a importância dele

recebida por antecipação"1'."•'.

• • ' • ' • ' ' ' . - ' ' x • • " • • ' • - ' — . - ' . . " • " ' ' ' >

Dessa forma, como os títulos não foram honrados pelos

seus emitentes, ficaram os embargantes responsáveis pelo pagamento.

No mais, infundada a arguição de que o CDC deve ser

aplicado ao caso em questão porque a relação existente entre os réus-

embargantes e o autor-embargado não é uma relação de consumo,

com destinatário final, mas sim uma relação de insumo, decorrente de

contratos e valores destinados à implementação de atividades

empresariais. , "•

Quanto à alegada abusividade das taxas de juros

cobradas, cumpre, destacar que os embargantes não demonstraram

que elas se distanciaram da média praticada pelo mercado em

operações da mesma espécie.

\ •;.' Aliás, no REsp 1.112.879-PR que apreciou recurso

repetitivo de relatoria da Mina Nancy Andrighi ficou assentado que a

taxa de juros remuneratorios segue como parâmetro a- média de

mercado divulgada pelo Banco Central. - . , . . / • '

" ' " " . • " ' ; ' " ' • - • " • : ' - ' - ' ' . ' " • > ' • ' , - , •

v ' , Todavia, no caso de inadimpíemento, a comissão de

permanência não pode ^ ser cumulada com outros encargos, nem

mesmo com a multa, de modo que esta deve ser afastada.

• 1 « Contratos bancários", Atlas, São Paulo,x2007, pág. 199. .

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PODER JUDICIÁRIO , ,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO • ' "*• > / r ' '

- - 1 .

-11a Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0 • *

Não se admite, assim, a cumulação da comissão de

permanência com juros remuneratórios, correção v monetária, juros :

moratórios e/ou multa, de conformidade com as Súmulas n°s. 30 é 296

doSTJ2. '• ; . " ' • ":-. - _ ' N ' • ' - - . '

À esse respeito explica a Ministra NANCY ANDRIGHI que "a

comissão de permanência possui natureza tríplice: a) funciona como índice

de remuneração do capital mutuado (juros remuneratórios);,~b) atualiza o

valor da) moeda (correção monetária); e c) compensa o credor pelo

inadimplemento contratual e, o remunera pelos encargos decorrentes da

mora. Desse modo, qualquer cumulação da comissão de permanência com

os encargos previstos pelo Código Civil, sejam estes moratórios ou não,

representa bis in .idem, observada a natureza jurídica dos institutos em • - *

questão".3 v

• • • • • • . ' . • • • • - . - > • . J , • ' ' _ . -

Ainda, privilegiando o cumprimento da relação contratual

(excluída a cumulação da comissão de permanência com a multa e

demais onerações em virtude do inadimplemento), nenhum problema

há em.se estabelecer que -a. comissão de permanência seja cobrada

' pela taxa média de mercado, limitada, contudo, à'taxa do contrato,^

conforme estabelece a Súmula n° 294, do Coi. STJ.

Em , suma, uma vez verificado o inadimplemento

contratual e em razão, dele, torna-se exigível apenas a cobrança da

. • • • - . ' • . : ' • \ , :w. 2 REsp n° 660.684-RS, Rei. Min. ANTÔNIO DE PÀDUA RIBEIRO, j . 24/05/2005. ,

>..3 AgRg no REsp n° 706.368-RS, j . 27.4.2005, DJ 8.8.2005, p. 179.

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i

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comissão de permanência pactuada, que nãó pode ser cumulada com

juros ou outros encargos,.observado o limite contratado, ficando-assim

até prejudicada a discussão sobre a capitalização porque das duas

uma: ou ò banco mutuante quer a comissão de permanência à taxa de .

mercado, observado o limite contratual, ou ele quer os juros

capitalizados e demais encargos contratados.

E pelos ensinamentos do voto, da Ministra NANCY <

ANDRIGHI antes destacado, só é possível a incidência da comissão de

permanência para os casos de inadimplemento dos devedores,

observado o limite contratual.

E, apenas para que não,pairem dúvidas, cabe salientar

também que não há que se falar em abusividade diante da limitação

constitucional dos juros na casa dos 12% ao ano, pois a sua fixação jamais

esteve obstaculizada pelo art. 192, § 3o, da Constituição Federal, tendo em

-vista que são juros contratados e a norma em questão, já revogada, jamais

foi autoaplicável, de acordo com a pacífica jurisprudência4.

"Contrato poupança - Teoria da imprevisão - Juros -Sistema financeiro da habitação - Art.

-192 do CDC - Contrato' - Sistema Financeiro da Habitação •- Carteira hipotecária -J

Obrigações mútuas estipuladas e aceitas pelas partes, devendo ser fielmente cumpridas,

em atenção ao princípio do pada sunt servanda - Inaplicabilidade do Código de Defesa do

Consumidor ao caso, pois financiamento para aquisição de casa própria não configura

relação de consumo - Inadmissibilidade da aplicação da teoria da imprevisão no caso, por

inexistir quaisquer ,dos requisitos necessários a permitir a alteração contratual -

Impossibilidade de aplicação da limitação de juros contida no parágrafo 3o, do artigo 192 da

Constituição Federal, por não ser preceito auto-aplicável - Aplicação .correta .do índice da

poupança livre e da TR para reajuste da dívida - Eventual abusividade do contrato 'não

>6.

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Aliás, a matéria foi até sumulada pelo STF •5

^

> , Acrescente-se que a Súmula n° 596, do STF de há muito

ensinou que "as disposições do Decreto n° 22.626/33 não se aplicam

às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações

demonstrada - Ação improcedente - Recurso improvido" (Extinto 1o TAC, Apelação Cível n°

864.710-1, Rei. Des. CARLOS ALBERTO LOPES). . : '

5 "A norma do § 3o do art. 192 da Constituição^revogada pela EC 40/2003, que limitava a . - • ' ' • . - •.

taxa de juros reais a '12% ao ano, tinha sua aplicabilidade condicionada à edição de lei

complementar". ~~ ' ' - • _ , • - _ . '

"EMENTA - Instituição Financeira - Súmula 596 - Requisitos - Audiência - Conciliação

Cerceamento De Defesa - Contrato de adesão - Julgamento antecipado da lide - Prova, -

- Teoria da imprevisão - Juros - CF Art. 192, par. 3o - Prova - Julgamento antecipado da lide

- Possibilidade, se presentes elementos suficientes a embasar o convencimento do juiz -

Descabimento, ainda, de prova impertinente, vedada por lei e relativa a fatos

indeterminados - Viabilidade da antecipação do julgado que dispensa a designação de

audiência de conciliação - Cerceamento'de defesa inocorrente -..Recurso improvido -

Contrato - Teoria: da imprevisão - Requisitos - Execução diferida ou sucessiva, alteração

radical das condições econôrriicas objetivas no momento da execução - Onerosidadé

excessiva è imprevisibilidade da modificação - Ausência de demonstração da ocorrência

detodas as condições - Ação dèscohstitutiva Improcedente - Recurso improvido. . Juros L

Artigo 192, Par. 3o, da Constituição Federal - Inaplicabilidade do dispositivo - Ausência de

Lei Complementar .regulãmentadora - Lei de usura que, na espécie, igualmente; não se

aplica - Súmula 596 do excelsp pretório e orientação reiterada do Superior Tribunal de

/Justiça - Ação desconstitutiva improcedente - Recurso improvido - Contrato de adesão -

Cláusulas de reajuste impressas - Admissibilidade -"" Desnecessidade. da igualdade

econômica e real, bastando a igualdade jurídica - Ação desconstitutiva improcedente -

Recurso improvido" (Extinto 1o TAC, Apelação n° 443.884-8, ReL ELLIOT AKEL).

-JhA>

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• . • ) '

realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o sistema

financeiro nacional". \

• Ademais, para os empréstimos feitos por entidades -

financeiras não há incidência da Lei da Usura6. . " ' . * • - ' - • • " • . ' • - . (

• ' ; . " y ' ' ' . • •<• . • • ' • - . y . • • '" • • : ' • •. - . •

Á taxa mensal do contrato não reflete apenas juros reais,

indicativos de lucro. Pelo contrário, nela são inseridos os custos

operacionais e de captação,, taxas, impostos, índices de inadimplência, os

custos para recuperação de créditos judicialmente, etc.

Há que se realçar que os percentuais remuneratórios dos

contratos das instituições bancárias estão subordinados a um sistema

próprio de regulamentação e só podem ser rotulados de abusivos quando

suplantarem as taxas médias de mercado7.

6 "Civil. Embargos à Execução. Confissão de Divida. Juros. Limitação 12% a.a. Lei de Usura "

(Decreto n° 22.626/33). Não incidência. Súmula, Min. Aldir Passarinho Júnior, julg. èm

19/02/2004). - . 7 ' ' ^

"Os juros pactuados em limite superior a 12% ao ano não afrontam a-lei; somente são

considerados abusivos quando comprovado que discrepantes em relação ,à taxa de

mercado, a^ós vencida a obrigação. Destarte, embora incidente o diploma consumeirista

aos contratos bancários, preponderam, no que se refere à taxa de juros; a Lei 4.595/64 e a

Súmula 596/STF" (REsp 400.213-RS, Rei. Min. CASTRO FILHO, STJ, 3a Turma, j . 14.6.05).

"Civil. Embargos à Execução. Confissão de Divida. Juros. Limitação 12% a!a. Lei de Usura

(Decreto n° 22.626/33). Não incidência. Súmula 596 do STF. Taxa média. Inexistência de

onerosidade excessiva.'Não se aplica a limitação de juros de 12% ao ano prevista na Lei de

Usura aos contratoá de abertura de crédito bancário, nem se considera excessivamente

onerosa a taxa médio'do mercado. Precedente da 2a Seção do STJ. Recurso especial

• • ' . ' . ' . ' - 8 - , < , • ' • • ' . .

JM:

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APELAÇÃO COM REVISÃO N° 991.06.024240-0 • • • - • ' ' 2 •_ . . • - ' . - . " •

. ' ' \ -

< * ' ' • • • ' ' • •

Assim, o inconformismo dos embargantes merece ser

conhecido sendo parcialmente provido para que p débito seja atualizado

somente pela incidência da comissão de permanência segundo a taxa média

do mercado, observado o limite, contratual, afastada qualquer t outra

oneraçãó,-inclusive juros remuneratórios ou moratórios. - , •'

„'-•' De qualquer forma, o débito assim apurado será acrescido

com as custas e os honorários de sucumbência fixados. - ' •,

Nestas condições, pelo meu i voto, DOU PARCIAL

PROVIMENTO ao recurso/

Moura Ribeiro

Relator

^ i

conhecido e provido" (REsp 465.972/MG, 4a Turma, Rei. Min. Aldir Passarinho Júnior, julg.

em 19/Ç2/2004). J , ' . . - • ,

9-