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Título: ESTUDO DE INVENTÁRIO HIDROELÉTRICO DA BACIA DO RIO URUGUAI NO TRECHO COMPARTILHADO ENTRE ARGENTINA E BRASIL RELATÓRIO FINAL TEXTO – TOMO 1/23 Número EBISA Número CNEC/ESIN/PROA INV.URG-GE.00-IT.4001-(P) Revisão Páginas 4 680 Elaborado: Verificado Coordenador Técnico Coordenador Ambiental RA/JH/FLL/SLW/MCM EL Ing. Eduardo V. Liaudat Eng. Carlos A. Moya Figueira Netto Certificação Dispensada Coordenador Geral Eng. José Luiz Pettená Data 05/07/10 Documentos de Referência: 4 Geral SLW-LJ- MCM-JH FLL-EL 22/02/11 3 Geral SLW-LJ- MCM-JH FLL-EL 07/01/11 2 Geral SLW-LJ- MCM-JH FLL-EL 11/11/10 1 Geral SLW-LJ- MCM-JH FLL-EL 09/09/10 Revisão Verif. Aprov. Data

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Título: ESTUDO DE INVENTÁRIO HIDROELÉTRICO DA BACIA DO RIO URUGUAI NO TRECHO COMPARTILHADO ENTRE ARGENTINA E BRASIL

RELATÓRIO FINAL TEXTO – TOMO 1/23

Número EBISA Número CNEC/ESIN/PROA INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Revisão Páginas 4 680

Elaborado: Verificado Coordenador Técnico Coordenador Ambiental RA/JH/FLL/SLW/MCM EL Ing. Eduardo V. Liaudat Eng. Carlos A. Moya Figueir a Netto

Certificação Dispensada

Coordenador Geral Eng. José Luiz Pettená

Data 05/07/10

Documentos de Referência:

4 Geral SLW-LJ-MCM-JH

FLL-EL 22/02/11

3 Geral SLW-LJ-MCM-JH

FLL-EL 07/01/11

2 Geral SLW-LJ-MCM-JH

FLL-EL 11/11/10

1 Geral SLW-LJ-MCM-JH

FLL-EL 09/09/10

Nº Revisão Verif. Aprov. Data

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Página: II Revisão: 4 Data: 05/07/10

ÍNDICE

Tomo 1

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1 Objetivo ........................................................................................................................ 1

1.2 Caracterização da Área Estudada ................................................................................ 1

1.2.1 Localização e Acessos .................................................................................... 1

1.2.2 Caracterização Física da Bacia do rio Uruguai ................................................ 2

1.2.3 Caracterização Climática ................................................................................. 4

1.2.4 Disponibilidade Hídrica .................................................................................. 22

1.2.5 Geologia Regional ......................................................................................... 22

1.2.6 Geomorfologia ............................................................................................... 24

1.2.7 Meio Biótico ................................................................................................... 24

1.2.8 Meio Antrópico ............................................................................................... 27

1.2.9 Áreas Legalmente Protegidas ........................................................................ 30

1.3 Estudos Anteriores ..................................................................................................... 34

1.3.1 Estudos Anteriores de Engenharia ................................................................. 34

1.3.2 Estudos Anteriores de Meio Ambiente ........................................................... 41

1.4 Critérios Básicos ........................................................................................................ 42

1.4.1 Critérios Energéticos ...................................................................................... 43

1.4.2 Critérios para Usos Múltiplos da Água ........................................................... 44

1.4.3 Critérios Ambientais ....................................................................................... 44

1.4.4 Critérios para Concepção de Arranjos, Dimensionamento e Avaliação dos Custos dos Aproveitamentos ......................................................................... 48

1.4.5 Critérios e Parâmetros Econômicos ............................................................... 50

1.4.6 Critérios para Seleção de Alternativas ........................................................... 51

2 PLANEJAMENTO DOS ESTUDOS .................................................................................... 52

2.1 Dados Existentes ....................................................................................................... 52

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: III Revisão: 4 Data: 05/07/10

2.1.1 Dados Cartográficos e Topográficos .............................................................. 52

2.1.2 Dados Hidrometeorológicos ........................................................................... 54

2.1.3 Dados Geológico-Geotécnicos ...................................................................... 60

2.1.4 Dados Ambientais .......................................................................................... 69

2.2 Reconhecimento de Campo ....................................................................................... 72

2.2.1 Descrição da Viagem ..................................................................................... 73

2.2.2 Síntese dos Resultados da Visita ................................................................... 79

2.2.3 Contexto Geológico ....................................................................................... 85

2.3 Identificação e Seleção de Locais Barráveis .............................................................. 99

2.3.1 Locais Identificados ....................................................................................... 99

2.3.2 Locais Selecionados para a Continuidade dos Estudos ............................... 100

2.3.3 Aspectos Ambientais dos Locais Barráveis Selecionados ............................ 105

2.4 Avaliação Preliminar do Potencial ............................................................................ 106

2.4.1 Hipóteses e Critérios .................................................................................... 106

2.4.2 Potencial Físico Total ................................................................................... 107

3 ESTUDOS PRELIMINARES ............................................................................................. 110

3.1 Primeira Etapa – Cota Garabi .................................................................................. 110

3.1.1 Levantamentos de Dados e Estudos Diversos ............................................. 110

3.1.2 Alternativas de Divisão de Queda ................................................................ 112

3.1.3 Simulações Energéticas............................................................................... 121

3.1.4 Arranjo dos Aproveitamentos ....................................................................... 128

3.1.5 Orçamentos ................................................................................................. 132

3.1.6 Impactos Ambientais por Aproveitamento .................................................... 136

3.1.7 Comparação e Seleção de Alternativas ....................................................... 156

3.2 Segunda Etapa ........................................................................................................ 186

3.2.1 Levantamentos de Dados e Estudos Diversos ............................................. 186

3.2.2 Alternativas de Divisão de Queda ................................................................ 187

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Página: IV Revisão: 4 Data: 05/07/10

3.2.3 Simulações Energéticas............................................................................... 192

3.2.4 Arranjo dos Aproveitamentos ....................................................................... 195

3.2.5 Orçamentos ................................................................................................. 197

3.2.6 Impactos Ambientais por Aproveitamento .................................................... 199

3.2.7 Comparação e Seleção de Alternativas ....................................................... 230

Tomo 2

4 ESTUDOS FINAIS ............................................................................................................ 242

4.1 Estudos Cartográficos .............................................................................................. 242

4.1.1 Descrição Geral do trabalho ........................................................................ 242

4.1.2 Área de cobertura dos mapeamentos .......................................................... 244

4.1.3 Rede de Apoio Planialtimétrica .................................................................... 245

4.1.4 Vinculação Altimétrica entre Argentina e Brasil ............................................ 253

4.1.5 Geração do Modelo Local do Geóide ........................................................... 254

4.1.6 Perfis Topobatimétricos e Levantamentos ................................................... 257

4.1.7 Perfil Longitudinal ........................................................................................ 259

4.1.8 Voo com Sistema LIDAR – Trechos I e II ..................................................... 259

4.1.9 Geração do Modelo Digital do Terreno (MDT) ............................................. 261

4.1.10 Geração do Modelo de Terreno em formato Vetorial (TIN) – Trechos I e II .. 266

4.1.11 Levantamento aerofotografico 1:30.000 (Câmara analógica) ....................... 266

4.1.12 Geração do Modelo Digital do Terreno (MDT) – Trecho III ........................... 269

4.1.13 Geração da Cartografía ............................................................................... 271

4.1.14 Reambulação ............................................................................................... 275

4.1.15 Sistema de Informação Geográfica (SIG) .................................................... 276

4.2 Estudos Geológicos e Geotécnicos .......................................................................... 276

4.2.1 Geologia Regional ....................................................................................... 277

4.2.2 Características dos Sítios de Barramento .................................................... 279

4.3 Estudos Hidrometeorológicos ................................................................................... 285

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Página: V Revisão: 4 Data: 05/07/10

4.3.1 Série de vazões médias mensais naturais nos barramentos ........................ 286

4.3.2 Evaporação Líquida ..................................................................................... 295

4.3.3 Vazões Extremas ......................................................................................... 300

4.3.4 Curva Cota-Área-Volume nos barramentos ................................................. 306

4.3.5 Curvas de Descarga nos barramentos ......................................................... 311

4.3.6 Sedimentação e vida útil dos reservatórios .................................................. 314

4.4 Estudos Socioambientais ......................................................................................... 316

4.4.1 Caracterização Ambiental ............................................................................ 317

4.5 Usos Múltiplos da Água ............................................................................................ 397

4.5.1 Usos consuntivos para o ano de 2010 ......................................................... 397

4.5.2 Usos consuntivos projetados para o ano de 2030 ........................................ 398

4.6 Estudos de Alternativas ............................................................................................ 400

4.7 Estudos Energéticos ................................................................................................ 403

4.7.1 Critérios Básicos e Dados de Partida ........................................................... 403

4.7.2 Simulações Energéticas............................................................................... 404

4.8 Arranjo dos Aproveitamentos ................................................................................... 406

4.8.1 Critérios de Pré-dimensionamento ............................................................... 406

4.8.2 Esquemas de Implantação dos Aproveitamentos ........................................ 415

4.9 Orçamentos ............................................................................................................. 434

4.9.1 Orçamento Manual Brasileiro ....................................................................... 435

4.9.2 Orçamento Manual Argentino ...................................................................... 437

4.9.3 Comparação de Orçamentos ....................................................................... 439

4.9.4 Orçamento Unificado ................................................................................... 439

4.10 Impactos Ambientais por Alternativa ........................................................................ 461

4.10.1 Impactos Ambientais Negativos ................................................................... 463

4.10.2 Impactos Ambientais Positivos..................................................................... 579

4.11 Comparação e Seleção de Alternativas.................................................................... 592

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Página: VI Revisão: 4 Data: 05/07/10

4.11.1 Índice Custo-Benefício Energético ............................................................... 592

4.11.2 Índice Ambiental .......................................................................................... 597

4.11.3 Seleção da Alternativa ................................................................................. 604

4.12 SÍNTESE DO PROCESSO DE SELEÇÃO DA ALTERNATIVA ................................ 611

5 CARACTERIZAÇÃO DA ALTERNATIVA SELECIONADA ................................................ 618

5.1 Caracterização dos aproveitamentos ....................................................................... 620

5.1.1 Garabi 89,0 m .............................................................................................. 620

5.1.2 Panambi 130,0 m ......................................................................................... 621

5.2 Fichas Técnicas dos Aproveitamentos ..................................................................... 622

6 AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA ........................................................................... 634

6.1 Aspectos Gerais ....................................................................................................... 634

6.2 Síntese do Cenário Tendencial ................................................................................ 635

6.3 Cenário Prospectivo Com Empreendimentos ........................................................... 638

6.3.1 Impactos Negativos ..................................................................................... 639

6.3.2 Impactos Positivos ....................................................................................... 648

6.4 Construção dos Indicadores de Sustentabilidade Socioambiental para a região ...... 650

6.4.1 Introdução .................................................................................................... 650

6.5 Diretrizes e Recomendações ................................................................................... 653

6.5.1 Diretrizes para o Licenciamento de Empreendimentos do Setor Elétrico ..... 653

6.5.2 Recomendações para Sistema de Gestão da Implantação e Operação dos AHEs .................................................................................... 670

6.5.3 Recomendação para Estudos Complementares .......................................... 673

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 679

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 680

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Página: VII Revisão: 4 Data: 05/07/10

APRESENTAÇÃO

Geral

O presente documento é parte integrante do Relatório Final dos Estudos de Inventário Hidroelétrico da Bacia do rio Uruguai no Trecho Com partilhado entre Argentina e Brasil , constituindo-se no Tomo 1/23 , Relatório Final – Texto , conforme mostrado a seguir, e sua finalidade é apresentar os trabalhos realizados nas diversas disciplinas, as análises realizadas para seleção da melhor alternativa de divisão de queda para o aproveitamento do potencial hidreolétrico e a caracterização dessa alternativa.

Estrutura de Apresentação dos Trabalhos

Os trabalhos desenvolvidos no âmbito do Inventário Hidroelétrico da Bacia do rio Uruguai no Trecho Compartilhado entre Argentina e Brasil encontram-se organizados em um Relatório Final estruturado conforme descrito a seguir.

� Relatório Final – Texto Tomo 1/23

� Relatório Final – Texto Tomo 2/23

� Relatório Final – Desenhos Tomo 3/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Texto Tomo 4/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Desenhos Tomo 5/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Anexos Tomo 6/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Cartas Topográficas – Tramo I Tomo 7/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Cartas Topográficas – Tramo II Tomo 8/23

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Página: VIII Revisão: 4 Data: 05/07/10

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Cartas Topográficas – Tramo III Tomo 9/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Ortofotocartas – Tramo I Tomo 10/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Ortofotocartas – Tramo II Tomo 11/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Ortofotocartas – Tramo III Tomo 12/23

� Relatório Final – Apêndice A – Cartografia e Estudo s Topográficos Cartas Topográficas – 1:5.000 Tomo 13/23

� Relatório Final – Apêndice B – Estudos Geológicos e Geotécnicos Tomo 14/23

� Relatório Final – Apêndice C – Estudos Hidrometeoro lógicos Texto Tomo 15/23

� Relatório Final – Apêndice C – Estudos Hidrometeoro lógicos Hidrometria – Monografias das Estações Tomo 16/23

� Relatório Final – Apêndice C – Estudos Hidrometeoro lógicos Hidrometria – Medições e Leituras Tomo 17/23

� Relatório Final – Apêndice D – Estudos Socioambient ais Parte 1 Tomo 18/23

� Relatório Final – Apêndice D – Estudos Socioambient ais Parte 2 Tomo 19/23

� Relatório Final – Apêndice D – Estudos Socioambient ais Parte 3 Tomo 20/23

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Página: IX Revisão: 4 Data: 05/07/10

� Relatório Final – Apêndice D – Estudos Socioambient ais Parte 4 Tomo 21/23

� Relatório Final – Apêndice E – Estudos de Alternati vas Tomo 22/23

� Relatório Final – Apêndice F – Avaliação Ambiental Integrada Tomo 23/23

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Página: X Revisão: 4 Data: 05/07/10

RESUMO

A) OBJETIVOS E METODOLOGIA DO ESTUDO DE INVENTÁRIO

O estudo consistiu na reavaliação do potencial hidrelétrico mediante a identificação do conjunto de aproveitamentos tecnicamente viáveis, através de uma análise multiobjetivo, maximizando a eficiência econômico-energética, associada a um mínimo de impactos ambientais negativos. Adotou-se como premissa o cumprimento das normativas ambientais dos dois países e, em particular, que nenhum dos aproveitamentos considerados afetasse os Saltos do Yucumã/Moconá.

O estudo de inventário, de acordo com o estipulado pela metodologia, foi realizado com base em dados secundários, complementados com informações de campo e sustentado por estudos básicos cartográficos, hidrometeorológicos, energéticos, geológicos, geotécnicos e ambientais, entre outros.

Primeiro, se definiu a localização tecnicamente viável dos locais dos aproveitamentos e se desenvolveram todas as alternativas possíveis para o aproveitamento energético do trecho. Para cada alternativa se definiram os níveis de represa e a energia gerada.

Da mesma forma, se analisaram os impactos ambientais negativos e positivos que permitissem diferenciar as alternativas entre si. Para isso, se definiram indicadores e se calcularam os principais custos associados em forma global.

O resultado final do Estudo de Inventário é a identificação de um conjunto de aproveitamentos que conformam a alternativa selecionada, com suas principais características, índices custo/benefício e indicadores ambientais. A comparação entre alternativas foi multi-objetivo; ou seja, se realizou do ponto de vista de engenharia, economia e ambiental.

Também no estudo se realizou a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) para a alternativa selecionada com o fim de avaliar os efeitos cumulativos e sinérgicos ocasionados pelo conjunto de aproveitamentos. A AAI é um estudo ambiental em nível bacia, para o qual se elaboram cenários de crescimento. Não é um estudo de impacto ambiental em nível projeto. A AAI estabelece diretrizes e recomendações para os estudos seguintes.

Finalmente, se elaborou a cartografia do trecho binacional em escala 1:10.000 para o trecho Yucumã/Moconá – Garabi. Esta cartografia cobre parte das necessidades das etapas posteriores dos estudos. Finalmente, se elaboraram dois Sistemas de Informação Geográfica (SIG) em duas escalas diferentes, que contêm a informação restituída, topográfica e geodésica utilizada.

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Página: XI Revisão: 4 Data: 05/07/10

B) ÁREA DO ESTUDO

A área de estudo compreende a bacia hidrográfica do rio Uruguai caminho binacional entre Brasil e Argentina, a partir de jusante de Moconá / Yucumá quedas até a foz do rio Quaraí, que faz fronteira com o Brasil eo Uruguai. Nesse trecho, o rio Uruguai percorre aproximadamente 725 km, tendo à margem esquerda, o estado brasileiro do Rio Grande do Sul e, à direita as províncias argentinas de Misiones e Corrientes. A área de estudo engloba uma superfície de bacia de 115.930 km2, dos 365.000 Km2 que compõem o total da bacia hidrográfica.

A bacia do rio Uruguai forma parte da drenagem geral da bacia do rio da Prata, possui uma extensão de 1.600 Km. O trecho médio do curso do rio Uruguai forma a fronteira entre o Brasil e a Argentina, que se inicia na desembocadura de seu afluente pela margem direita, o rio Pepirí Guazú, o qual dá continuidade à linha de fronteira entre o Brasil e a Argentina. Em seu curso inferior, após receber o rio Quareim, fronteira entre o Brasil e o Uruguai, o rio Uruguai passa a constituir fronteira entre a Argentina e o Uruguai. Nesse trecho se encontra implantado o aproveitamento hidroelétrico binacional Salto Grande.

Do ponto de vista geológico, o trecho binacional Argentina – Brasil do rio Uruguai pode ser dividido em dois segmentos: o primeiro, a montante, englobando a porção norte do Estado do Rio Grande do Sul no Brasil, toda a Província de Misiones e o setor oriental da Província de Corrientes, na Argentina, é uma Região Planáltica (a Meseta Misionera), profundamente entalhada pelo rio Uruguai, que corre conforme direção geral SO, formando numerosos meandros. O leito do rio forma vales profundos em forma de “V”, com desníveis topográficos que alcançam valores de 200 m a 300 m e que, à medida que avança em direção a sua desembocadura, apresenta um relevo mais suavizado. No segmento jusante, compreendido pela porção sul do Estado do Rio Grande do Sul no Brasil e pela Província de Corrientes na Argentina, se observa uma transição a uma superfície de planície.

Em relação à fitogeografia, na área em estudo se observam dois importantes biomas: o Pampa, ao sul, associado às sub-bacias dos rios Ibicuí (Brasil) e Aguapey (Argentina) e a Mata Atlântica, que é uma zona floresta, dominante na região norte em porções de topografia elevada.

Do ponto de vista socioeconômico, as principais atividades são a pecuária bovina e ovina na porção sul de ambas as margens, os cultivos de soja, trigo e milho na margem esquerda, o cultivo de erva mate na margem direita, o cultivo de arroz em ambas as margens e por último, a silvicultura na margem direita. As cidades estão em relação com ditas atividades primárias e são as que prestam serviços à atividade agropecuária. A indústria de transformação é predominantemente tradicional, destacando-se os ramos de produtos alimentícios e bebidas, com unidades predominantemente de pequeno e médio porte.

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Página: XII Revisão: 4 Data: 05/07/10

Mapa 1. Área de Estudo

Ao final deste estudo, se apresenta um mapa que mostra a área dos aproveitamentos com maior detalhe.

C) LEVANTAMENTOS DE CAMPO E ESTUDOS CARTOGRAFICOS

Apesar do Estudo de Inventário, de acordo com a metodologia, se basear especialmente em informação de fontes secundárias, se realizaram alguns levantamentos de campo e estudos cartográficos específicos. A seguir, se sintetizam os principais resultados de tais estudos.

Geologia e geotécnica

Para este estudo de Inventário se realizou uma análise de Geologia, Geomorfologia, Tectônica e Potencial Mineral, em nível regional e do eixo de Garabi, com base na informação recopilada, trabalhos de campo e estudos realizados.

Em cada um dos eixos identificados nos estudos preliminares (Garabi II, San Javier, Porto Lucena, Puerto Rosario, Roncador, Panambi, Porto Mauá e Santa Rosa) se realizaram

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: XIII Revisão: 4 Data: 05/07/10

perfurações. Em cada barramento também se realizou um levantamento geológico da área em estudo no entorno de cada eixo; um levantamento de afloramentos rochosos e medição de descontinuidades e descrição de suas características principais. Realizou-se uma prospecção expeditiva de fontes de materiais de construção, tais como canteiros de pedra, materiais de cascalhos, jazidas de areias e empréstimos de solos aptos para materiais finos impermeáveis.

O eixo de Garabi e de San Pedro se reconheceu expeditivamente, já que se dispunha de muita informação de estudos anteriores.

Hidrometria

Instalaram-se estações hidrométricas imediatamente a jusante de cada um dos barramentos pré-selecionados (San Pedro, Garabi, Jazida Garabi, San Javier, Porto Lucena, Puerto Rosario, Roncador, Panambi, Porto Mauá, Santa Rosa). Além disso, se instalou uma estação a jusante dos Saltos de Yucumã/Moconá e outra diante da desembocadura do rio Turvo, para avaliar o comportamento do rio em ambas as zonas de interesse. As escalas são trechos de 1m e a quantidade de trechos varia conforme a estação. Realizaram-se duas leituras diárias das alturas do rio (às 7 e 17 hs) durante um ano hidrológico completo. Além disso, se realizaram medições de descargas líquida e sólida em quatro seções do rio Uruguai (Puerto Garrucho, Puerto San Javier, Puerto Alba Posse e Turvo).

Cartografia do estudo

Para a elaboração da cartografia se realizaram medições em campo e levantamentos aéreos com o sistema LIDAR e Aerofotogrametria analógica (escala 1:30.000) para o trecho a montante do eixo do Aproveitamento Garabi e Aerofotogrametria analógica (Escala 1:30.000) para o trecho de jusante.

Geraram-se os seguintes produtos geodésicos e cartográficos:

- Rede de Apoio Planialtimétrica (RAP) de alta precisão com o objetivo de apoiar as atividades de campo e os produtos cartográficos.

- Modelo Geoidal Local, que permitiu obter uma superfície de referência altimétrica de precisão, indispensável diante do desenvolvimento das técnicas de posicionamento global tanto em aplicações topográficas como de engenharia.

- Perfis Topobatimétricos que foram realizados nos eixos dos barramentos.

- Perfil Longitudinal no trecho compartilhado do rio Uruguai.

- Modelo Digital de Terreno (MDT).

- Vinculação altimétrica entre a Argentina e o Brasil, realizada por nivelação trigonométrica e geométrica na zona de Puerto San Javier/Porto Xavier.

- Ortofotos que cobrem toda a superfície levantada.

- Cartografia em escala 1:10.000 a partir da restituição planialtimétrica. Dita cartografia está composta por um total de 362 cartas.

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: XIV Revisão: 4 Data: 05/07/10

- Dois Sistemas de Informação Geográficas (SIG), em escala 1:250.000 (com informação de fonte secundária para os estudos ambientais) e outro em escala 1:10.000 (obtida a partir da informação cartográfica levantada).

Campanhas de qualidade de água

Para analisar a qualidade da água na área de estudo se utilizou basicamente informação secundária, de acordo com o nível de estudo de inventário. No entanto, se considerou necessário complementar tal informação com uma campanha pontual de amostragem. Para isso, se realizou no mês de maio de 2010 uma campanha de amostragem de qualidade de água em 16 estações localizadas sobre o leito principal do rio Uruguai e 10 tributários, no trecho compreendido entre a desembocadura do rio Pepirí Guazú e a desembocadura do rio Quareim.

A campanha se realizou com o fim de coletar dados das principais variáveis ambientais e biológicas e de dar início aos estudos de qualidade de água no trecho. Tal campanha deverá ser complementada nas etapas posteriores com novas campanhas realizadas através do ciclo anual, de manera a incluir diferentes condições hidrológicas e estações do ano para poder avaliar a variabilidade dos dados e poder realizar uma análise integral.

D) ETAPAS DO ESTUDO DE INVENTÁRIO

Os estudos desenvolvidos na etapa de Inventário foram feitos em três etapas distintas: Planejamento dos estudos, Estudos Preliminares e Estudos Finais.

Planejamento dos estudos

Nesta etapa se identificaram os possíveis locais dos aproveitamentos e foi elaborada uma avaliação preliminar do potencial hidrelétrico do trecho. Planejaram-se os trabalhos de campo e de escritório a realizar.

− Locais identificados: 10

− Alternativas estudadas: 42

− Alternativas selecionadas para continuar o estudo: 24

Estudos Preliminares

Os Estudos Preliminares foram subdivididos, por sua vez, em duas etapas. A primeira etapa definiu a cota do Aproveitamento de Garabi e a segunda resultou em uma seleção preliminar das alternativas que seriam estudadas com maior detalhe na fase dos Estudos Finais.

Alternativas estudadas: 24

Alternativas selecionadas para continuar o estudo: 5

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A primeira etapa dos Estudos Preliminares mostrou que as alternativas de divisão de queda composta por Garabi com reservatório à cota 94,0 m apresentavam impactos ambientais elevados e que os benefícios econômico-energéticos não compensavam estes impactos, motivo pelo qual foram descartadas. Por outra parte, se descartaram também as alternativas compostas por Garabi nas cotas 86,0 m e 87,0 m, pois as alternativas com Garabi na cota 89,0 m se apresentaram, após a análise realizada, como as mais atrativas, conciliando a minimização dos custos de energia e dos impactos ambientais negativos. Cotas menores a 85,5 m não são viáveis técnica e economicamente e por isso não foram consideradas.

Na segunda etapa também ficou manifestada a inviabilidade econômica e ambiental do aproveitamento San Pedro (província de Corrientes), à cota 52,0 m, sendo, portanto descartado. Este aproveitamento teria uma área de reservatório de quase 2 mil km2 para pouco mais de 700 MW de potência instalada, o que indica uma relação muito baixa de potencia pela área inundada, afetaria diversas áreas urbanas, considerável infra-estrutura e teria uma população a ser reassentada de aproximadamente 16 mil pessoas. Além disso, seu custo de energia ficou na ordem de 60% superior ao custo de referencia, o que já seria suficiente para sua exclusão das alternativas de divisão de queda.

Antes da sua exclusão foram analisadas alternativas possíveis para reduzir os mencionados impactos ambientais, diminuindo a cota do reservatório de 52,0 m para 50,0 m e consequentemente a área inundada. Porém, apesar da redução do custo das obras e das ações ambientais, o custo da energia resultou, mesmo neste caso, 50% superior ao CUR, confirmando sua exclusão do estudo de inventário.

Desta maneira, para os Estudos Finais, as alternativas de divisão de queda passaram a estar compostas por só dois aproveitamentos: Garabi (cota 89,0 m) e um aproveitamento a montante, que poderia estar localizado em 3 diferentes locais: Roncador, Panambi e Porto Mauá.

Estudos Finais

Os Estudos Finais contêm a seleção da alternativa, uma caracterização da mesma, os orçamentos, a avaliação ambiental integrada e as conclusões e recomendações. Neste processo se consideraram os benefícios energéticos e os impactos ambientais negativos e positivos. O processo de seleção de alternativa desta etapa foi o seguinte:

− Alternativas estudadas: 5

− Alternativa selecionada: 1

Nesta etapa, como se explicou anteriormente, as alternativas de divisão de queda se reduziram a só dois aproveitamentos: Garabi (cota 89,0 m), e um aproveitamento a montante. Tal aproveitamento poderia estar localizado em três diferentes locais: Roncador, Panambi e Porto Mauá, todos na província de Misiones do lado argentino e no Rio Grande do Sul do lado brasileiro. Para os aproveitamentos em Roncador e Panambi se consideraram dois diferentes níveis de represa: 120,5 m e 130,0 m.

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E) CONCLUSÕES DO ESTUDO INVENTÁRIO ANO 2010

Como conclusão deste estudo foi selecionada a alternativa com 2 barramentos com as seguintes características:

• Garabi Cota de reservatório: 89, 0 m

• Panambi Cota de reservatório: 130, 0 m

Figura 1 – Estudo de Inventário – Ebisa (Arg.) – El etrobras (Bra.) Ano 2010

Para identificar as mudanças na seleção de alternativas com a incorporação das questões ambientais na tomada de decisão, se analisaram os resultados do Estudo de Inventário de 2010 em comparação com os do estudo realizado em 1974.

O Estudo de Inventário elaborado durante 2009 e 2010, em comparação com o esquema de obras definido nas décadas de 1970 e 1980, propõe uma alternativa em que:

○ O aproveitamento San Pedro é descartado por questões econômicas e ambientais.

○ A cota do Barramento Garabi é rebaixada em 5 metros, mantendo-se a sua localização. Isto permitirá reduzir a superfície do reservatório em quase 21%.

○ O deslocamento a montante do segundo aproveitamento, de Roncador a Panambi e, além disso, a redução da cota do reservatório, rebaixada em 34 metros, o que implicará uma redução de 72% na superfície do reservatório pelo qual se evita a inundação dos Saltos de Yucumã/Moconá.

○ Ao deslocar o segundo aproveitamento a montante se evita, também, o reassentamento da população das localidades de Porto Veracruz e Panambi.

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A nova alternativa, fruto de um estudo em que se integraram questões econômicas, técnicas e ambientais, permitirá reduzir de forma significativa o impacto ambiental negativo da mesma, especialmente devido à redução da superfície dos reservatórios, pelo qual a população afetada será menor e à não afetação dos Saltos de Yucumã/Moconá. Esta nova alternativa significará uma redução importante nos valores de potência e energia, como se pode ver no quadro seguinte.

Quadro 1. Comparação entre Alternativa da década 70 /80

e alternativa do Estudo de Inventário

ESTUDOS ANTERIORES

Aproveitamento Nível

Represa (msnm)

Potência Instalada

(MW)

Energia Gerável (GWh/ano)

Área Represa (Has)

San Pedro(*) 52 710 3.612 177.000

Garabi(**) 94 1.800 6.083 81.000

Roncador(*) 164 2.200 8.985 115.800

Totais 4.710 18.680 373.800

(*) Viabilidade (**) Projeto Básico (1984)

ESTUDO DE INVENTÁRIO 2009/2010

Aproveitamento Nível Represa (msnm)

Potência Instalada

(MW)

Energia Gerável (GWh/ano)

Área Represa (Has)

Garabi 89,0 89 1.152 5.970 64.204

Panambi 130,0 130 1.048 5.475 32.763

Totais 2.200 11.445 96.967

A seguir, apresenta-se uma figura com a alternativa selecionada no Estudo de Inventário do ano 1974.

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Figura 2. Estudo de Inventário Água e Energia (Arg .) – Eletrobrás (Bra.) Ano 1974.

As razões pelas quais se descartou o aproveitamento de San Pedro, explicadas anteriormente, se relacionam com a extensa área que ele inundaria e o elevado custo de energia em relação ao custo de referência.

No entanto, a exclusão de San Pedro neste estudo de Inventário não significa que eventuais mudanças na situação futura do mercado energético possam justificar sua inclusão nas alternativas de divisão de queda.

Em relação ao aproveitamento Panambi, a cota foi rebaixada em 34,0 m para proteger os Saltos de Yucumã/Moconá, de acordo com a exigência da normativa. A alternativa selecionada em 1974 inundava tais saltos, que são formados por uma falha de 3 Km de comprimento com quedas de água de 5 a 7 metros de altura paralelas ao rio, que conformam uma paisagem única, protegida por lei na Argentina.

F) ALTERNATIVA SELECIONADA NO ESTUDO DE INVENTÁRIO 2010

Aspectos de Engenharia

As principais características econômico-energéticas da alternativa selecionada nos Estudos Finais são apresentadas no Quadro seguinte.

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Quadro 2 – Alternativas de divisão de queda

Alternativa Potência Instalada

(MW)

Energia média (MWmédios)

Custo da Energia

(US$/MWh)

Custo da obra**

Em miles de US$

Garabi 89,0 m 1.152 5.970 55,6 2.728.000

Panambi 130,0 m 1.048 5.470 55,1 2.474.000

Custo de energia = investimento total dividido pela geração média. ** Inclui os juros intercalares

A avaliação energética realizada1, através de iterações permite determinar a alternativa que otimiza a geração de energia firme através de um fator de capacidade que determina, por sua vez, a potência instalada.

Para as avaliações das alternativas se elaborou um Modelo Digital do Terreno que permitiu realizar uma estimativa aproximada das áreas inundadas e, consequentemente estimar impactos ambientais negativos relativos e seus custos associados de forma global. Desta forma o modelo de terreno, conjuntamente com os perfis topobatimétricos levantados, permitiram o conhecimento topográfico dos locais e portanto, ajustar o desenho dos aproveitamentos.

Foram aplicados critérios de dimensionamento para a Central, vertedouro e desvio do rio e critérios de seleção do tipo de barragem necessário para completar o barramento no eixo escolhido. Consideraram-se diferentes tecnologias construtivas e a disponibilidade de materiais para executá-las.

A potência total a ser instalada nestes dois aproveitamentos é da ordem de 8% da potência instalada no Sistema Interligado Nacional Argentino, e de 2% do Sistema Interligado do Brasil. A energia correspondente à República Argentina (50% do total a gerar) representa 5% do total comercializado na Argentina em 2009.

• Garabi 89,0 m

O barramento de Garabi se localiza no km 863 do rio Uruguai, aproximadamente a 6 km a jusante das localidades de Garruchos (Argentina e Brasil). O Nível de Água (NA) máximo do reservatório tem cota 89,0 m e a queda bruta é da ordem de 33 m. A Potência Instalada é de 1.152 MW distribuída em 8 conjuntos turbina-gerador.

O Vertedouro permite a descarga de uma vazão de aproximadamente 80 mil m3/s, associada a um período de recorrência de 10 mil anos. Foi prevista uma barragem de terra que completará o fechamento em ambas as margens. O coroamento do aproveitamento fica na cota 93,0 e tem uma largura de 10 m.

• Panambi 130,0 m

O eixo do aproveitamento está localizado no km 1.016 do rio Uruguai, a aproximadamente 10 km a montante das localidades de Panambi (Argentina) e Porto Vera Cruz (Brasil).

1 Foi utilizado o programa SINV 6.0.3.

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O NA máximo do reservatório está na cota 130,0 m e a queda bruta é da ordem de 35 m. A Potência Instalada é de 1.048 MW, distribuída em 7 conjuntos turbina-gerador.

A obra do Vertedouro permite a descarga de uma vazão de aproximadamente de 81 mil m3/s, associado a um período de recorrência de 10 mil anos. O coroamento do aproveitamento está na cota 134,0 m e tem uma largura de 10 m.

Aspectos ambientais

Os estudos ambientais desenvolvidos foram os correspondentes à etapa de Inventário. A análise ambiental realizada foi orientada para permitir a comparação ambiental das alternativas, através da identificação dos impactos ambientais de forma global. Ou seja o objetivo da análise ambiental do Estudo de Inventário não foi avaliar os impactos ambientais de cada aproveitamento. Essa avaliação corresponde ao Estudo de Impactos Ambientais (EIA), que se realizará na etapa seguinte. O que busca o Estudo de Inventário é comparar as alternativas para que, em forma conjunta com os aspectos de engenharia e econômicos, se possa selecionar a melhor alternativa.

Por tanto, foram selecionados indicadores de impacto mais representativos, capazes de demonstrar diferenças relevantes e possíveis de serem expressos, nesta etapa de conhecimento da área de estudo, em escala de bacia. Foram desenvolvidos indicadores para os seis componentes síntese, a saber: ecossistemas aquáticos, ecossistemas terrestres, organização territorial, modo de vida, base econômica e patrimônio arqueológico e comunidades indígenas. Da mesma forma, se realizou a análise do âmbito normativo/institucional.

O conhecimento da área de estudo foi construído com base nas informações secundárias disponíveis nos organismos estatísticos federais e provinciais / estaduais, além dos trabalhos de campo que incluíram visitas de equipes multidisciplinares, entrevistas e coleta de dados. A escala de trabalho de referência adotada foi a de 1:250.000 e foram utilizadas informações mais detalhadas quando estiveram disponíveis.

Impactos Negativos

Cabe enfatizar que o Estudo de Inventário busca analisar e comparar distintas alternativas para finalmente selecionar uma. Portanto, a estimativa de impactos ambientais serve para poder comparar as alternativas e não constitui uma avaliação de impactos ambientais, estudo que deverá se realizar em etapas posteriores para os dois aproveitamentos da alternativa selecionada. Para esclarecer o alcance da estimativa de impactos realizada nesta etapa, se apresenta uma síntese sucinta dos principais impactos negativos por aproveitamento e alguns dados chave.

Aproveitamento Garabi 89,0 m

O aproveitamento de Garabi está situado na área de transição entre a formação biogeográfica dos campos e os remanentes de selva mista, na margem brasileira. Do lado argentino, predominam os campos paranaenses, caracterizados por diversos tipos de flora e fauna definidos pelas características do solo, que difere localmente.

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Em relação à perda de vegetação nativa, de acordo com a estimativa realizada2, Garabi 89,0 m afetaria ao redor de 20.000 ha de bosque nativo (basicamente Selva Fluvial e remanentes de Selva Mista) e ao redor de 24.000 ha de áreas de pastagens, considerados como campos pois na área de estudo a pecuária é praticada majoritariamente nas pastagens naturais, no lugar de pastagens implantadas.

Em relação às unidades de conservação, Garabi 89,0 m inundará 4,4% do Parque Ruta Costera do rio Uruguai e 82% da área da Reserva Privada Santa Rosa, ambos situados na Argentina.

Da mesma forma, as áreas de interesse ecológico relevantes que seriam afetadas somam quase 30.000 ha, ou seja, 0,5% do total identificado para a bacia. Desse total, quase 19.000 has correspondem à Selva Fluvial e resto a remanentes de Selva Mista e a pastagens. Além disso, na margem brasileira, serão afetados trechos das margens do rio Uruguai e do rio Ijuí, onde existe a indicação para a conformação de um corredor que chegue até o rio Turvo. Do lado argentino, serão afetadas as seguintes Áreas de Importância para a Conservação das Aves (AICAs): Cerro Mártires-Barra Santa Maria, Azara e Barra Concepción.

A implantação de Garabi na cota 89,0m implicará a inundação de áreas urbanas e rurais dos núcleos de Garruchos (ARG.) e Garruchos (BR.) e também, embora em menor medida, dos núcleos de Azara, San Javier, Itaucaruaré e Porto Xavier. A população urbana afetada será de cerca de 2.100 pessoas e a rural de 3.800 pessoas. Também serão afetadas 86 Km de vias pavimentadas principais, secundárias e vicinais. Em relação às áreas agropecuárias, serão afetados a atividade pecuária, o cultivo de erva mate, a soja, o arroz e áreas florestadas.

Em relação às áreas indígenas, com base na informação disponibilizada no estudo de inventário, os aproveitamentos não geram impactos diretos sobre os territórios ocupados pelas comunidades indígenas. Para poder estimar, preliminarmente, o impacto indireto sobre tais áreas tomou-se a proximidade dos reservatórios às mesmas, estipulando-se um limite de 15 km de distância. Três das nove áreas indígenas consideradas no estudo se encontram a menos de 15 km do empreendimento Garabi. São elas: Comunidades Ojo de Agua, Pindo Ty e Haka Miri, que se localizam na margem argentina. Em relação ao impacto sobre os sítios arqueológicos, de acordo com a estimativa realizada nesta etapa, serão afetados 11 sítios arqueológicos, dos 87 identificados na área dos aproveitamentos. Dos 11 sítios que seriam afetados, um local pertence à categoria Cazador Recolector Pleistocênico e 10 à categoria Horticultor Guarani. O Plano de Gestão Ambiental a ser desenvolvido em etapas futuras incluirá um Programa específico de resgate da riqueza arqueológica afetada, que permitirá preservar o patrimônio arqueológico.

Aproveitamento Panambi 130,0 m

No caso dos ecossistemas terrestres, em geral o impacto de Panambi também ocorre em menor medida que o de aproveitamento de Garabi, já que afetará ao redor de 19.000 ha de vegetação nativa, menos de 0,30% da cobertura natural identificada na bacia.

No caso das Unidades de Conservação, o impacto sobre o Parque Estadual do Turvo (Brasil) será de aproximadamente de 60 ha e sobre a Reserva de Biosfera Yabotí (Argentina) será de cerca de 34 ha. Outros impactos da transformação permanente dos ambientes lóticos em lênticos, e como eles afetarão os ecossistemas do parque, requerem estudos específicos que serão

2 o cálculo se realizou com base no mapa de usos do solo confeccionado ad hoc por técnicos do INTA (Instituto Nacional Tecnológico Agropecuario).

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realizados na fase de viabilidade do empreendimento. Da mesma forma, o empreendimento afetará o Parque Ruta Costera do rio Uruguai, área de conservação de menor nível de proteção.

O aproveitamento Panambi afetaria as localidades de Alba Possui e Porto Mauá; mas, ao contrário de Roncador, o eixo Panambi não afeta as cidades de Porto Vera Cruz (Brasil) e Panambi (Argentina). O total de população urbana afetada seria de ao redor de 1.300 pessoas3 e cerca de 5.400 pessoas na área rural.

Em relação com às áreas indígenas, com base na informação utilizada no estudo de inventário, os aproveitamentos não geram impactos diretos sobre os territórios ocupados pelas comunidades indígenas. Poder-se-ia produzir um impacto indireto, já que seis das nove áreas indígenas próximas se encontram a menos de 15 Km do reservatório (com uma ordem que vai entre 4,3 e 14,4 km). Com respeito ao patrimônio arqueológico, serão afetados seis locais arqueológicos de categoria Cazador Recolector Holocénico e quinze de Horticultor Guarani. Como se mencionou, o Plano de Gestão Ambiental a ser desenvolvido incluirá um Programa específico de resgate da riqueza arqueológica afetada, que permitirá preservar o patrimônio arqueológico.

Principais características ambientais da alternativa

A seguir, no quadro 3 se apresenta a estimativa das principais afetações relacionadas à formação dos reservatórios para a alternativa selecionada. Cabe esclarecer que, por tratar-se de um estudo de inventário, cujos dados se baseiam em informação secundária, as cifras são aproximadas. As mesmas deverão ser atualizadas durante os estudos que se realizarão em etapas seguintes.

Quadro 3. Estimativa das principais características ambientais da alternativa

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Argentina (Total)

Brasil (Total)

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Garruchos (ARG)

e Garruchos

(BRA)

382.203 25,7%

1.300

2.500

1.100

1.000

Total Argentina – Brasil

Total Argentina – Brasil

3.800

2.100

Panambi 130,0 m 212 137 60

Argentina (Total)

Brasil (Total)

Argentina (Total)

Brasil (Total)

Alba Posse

e Porto Mauá4

272.330 20,2%

2.400

3.000

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3 Para a estimativa preliminar da população urbana que seria afetada se considerou o reservatório e a faixa de proteção ao redor do mesmo. 4 no caso dos núcleos urbanos cuja área seria afetada em mais de 50%, Alba Posse (ARG.) e Porto Mauá (BR.) se considerou que o núcleo seria reassentado por completo.

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5.400

1.300

* Aqui se indica a categoria de Proteção Integral. ** Existem afetações menores em outros núcleos urbanos: San Javier, Azara e Itacuararé, Porto San Xavier, nos quais será reassentada somente a população afetada pelo reservatório e la faixa de proteção.

Os impactos ambientais negativos serão mitigados e/ou compensados através de diversas medidas que se sistematizarão em um Plano de Gestão Ambiental (PGA), que deverá ser elaborado nas etapas seguintes dos estudos. Na Seção 8 se identificam os principais conteúdos do PGA, que servirá para implementar estas medidas. Por outra parte, a Avaliação Ambiental Integrada realizada elaborou recomendações específicas para os estudos seguintes em relação aos impactos estimados.

Impactos Positivos

Os principais impactos positivos deste tipo de aproveitamento são:

- A energia hidroelétrica sustentável é uma fonte de energia renovável já que a água pode, em princípio, ser utilizada para outros usos, como irrigação, abastecimento de água, pesca e navegação.

- Possibilita o desenvolvimento de outras energias renováveis, pois pode responder de

forma imediata às demandas variáveis de consumo, facilitando o desenvolvimento de fontes intermitentes, como a energia solar, eólica ou mareomotriz. Ou seja, é a complementação natural renovável de tais energias intermitentes, que não proporcionam um fornecimento constante.

- Possui flexibilidade para o abastecimento de energia já que possui a capacidade de

armazenar água no reservatório. Por isso, tem a capacidade de fornecer energia de base e de ponta, complementa as fontes de energias intermitentes, aprimora a eficiência de opções menos flexíveis como a nuclear ou a de combustíveis fósseis e tem a capacidade de responder às flutuações da demanda rapidamente.

- É considerada uma energia limpa, que fornece energia durante longo prazo.

- Promove a segurança e a estabilidade dos preços da energia, já que se for feito um

manejo sustentável da hidroeletricidade se pode predizer sua utilização. Por outra parte, é alheia à flutuação dos preços internacionais dos combustíveis fósseis.

- Em particular, se ampliará a capacidade de interconexão energética entre a Argentina e

o Brasil. Isso permitirá um uso mais eficiente dos recursos energéticos dos países e uma melhora na confiabilidade do abastecimento.

- É confiável devido pois se sustenta em tecnologias com mais de cem anos de

experiência e promove a estabilidade da rede de eletricidade já que pode ser

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incorporada ao sistema em forma rápida portanto, ajuda a manter o balanço entre a demanda e a oferta no sistema.

- É eficiente já que possui a melhor taxa de conversão pois se baseia na transformação

direta da força hidráulica em eletricidade. - Reduz o consumo de combustíveis fósseis e, portanto, os impactos derivados de sua

produção e combustão. - Não produz poluição do ar pois não utiliza combustíveis fósseis na geração. Tampouco

gera rejeitos tóxicos nem radioativos.

A seguir, se identificam outros benefícios gerais relacionados a alguns componentes específicos do ambiente. Cabe esclarecer que para que se produzam tais benefícios, que se explicam a seguir, é indispensável que se realize um planejamento e gestão ambiental do empreendimento em todas as etapas do mesmo, desde sua concepção, planejamento, construção e operação.

- Promoção do desenvolvimento regional da área. Para isso se necessita que o planejamento da obra se insira em um manejo integrado da bacia e nos planos estratégicos de desenvolvimento da região. Isto é facilitado pela construção de infraestrutura, pela melhora na prestação de serviços e pelo aumento de investimentos e atividade econômica na área. Em relação a isto, se planejarão obras preparatórias e complementares, que se explicam no ponto seguinte.

- Desenvolvimento de infraestrutura e o aumento e melhora de serviços na área, por exemplo, caminhos, pontes, escolas, hospitais, e serviços de saúde e educação. Isto não só pode servir para compensar a infraestrutura afetada e servir à obra, mas também pode promover o desenvolvimento regional. Especialmente importante é a infraestrutura de transporte que permite melhorar a acessibilidade de áreas previamente inacessíveis ou pouco acessíveis. Isto, por sua vez, pode permitir que a economia local tomar posse e se conectem com mercados nacionais e regionais.

- Aumento da arrecadação na área. Este benefício se relaciona com o pagamento de tributos ou de compensação financeira pela exploração dos recursos hídricos. A utilização destes fundo deve ser integrada a uma estratégia de desenvolvimento regional ou local.

- Criação de emprego, tanto na etapa de construção, como na de operação do reservatório. Durante a construção, os reservatórios requerem grande quantidade de mão de obra. O efeito do crescimento do emprego nas comunidades locais pode ser temporário. Devem ser tomadas as medidas necessárias para que isto redunde em benefícios para a comunidade. Na etapa de operação, a geração de emprego poderá se relacionar com o planejamento de criação de novas empresas produtivas a partir da nova oferta de eletricidade. O estudo de inventário estimou que serão gerados em torno de 20 mil empregos na implantação de cada aproveitamento. O quadro seguinte apresenta as estimativas dos empregos a serem gerados ao longo dos cinco anos de construção do empreendimento.

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Quadro 4. Estimativa de empregos gerados pelos apr oveitamentos

Aproveitamentos

Estimativa de Empregos Gerados

Diretos Indiretos +

Efeito Renta

Total Empregos

Garabi 6.500 13.100 19.600 Panambi 6.000 12.100 18.100

- A promoção do uso racional do recurso hídrico, os estudos e o planejamento do reservatório podem servir de base para gerar uma estratégia de uso racional dos recursos hídricos da bacia. Para a avaliação energética, o Estudo de Inventário considerou os usos consuntivos existentes5 e previstos na bacia em cada barramento para um cenário futuro de consumo na bacia para um horizonte de 20 anos.

- A promoção do turismo e a recreação, especialmente na área do perilago, para o qual é importante o planejamento integral das Áreas de Proteção Permanente (APP).

Avaliação Ambiental Integrada (AAI)

A AAI busca complementar e consolidar os estudos ambientais realizados, de forma a dar um panorama da situação ambiental futura da bacia hidrográfica com os aproveitamentos que compõem a alternativa de divisão de queda selecionada.

Sua elaboração contempla a identificação e avaliação dos efeitos sinérgicos e acumulativos no ambiente, natural e socioeconômico/cultural, com a implantação do conjunto de aproveitamentos, considerando também os empreendimentos existentes e em implantação na área.

No âmbito da avaliação integrada foi elaborada uma nova caracterização da bacia, utilizando os estudos de diagnóstico realizados para os Estudos de Inventário, uma Avaliação Ambiental Distribuída, a elaboração de Cenários com e sem a implantação dos empreendimentos, a definição de indicadores de sustentabilidade e a elaboração de diretrizes e recomendações.

O cenário sem a implantação do empreendimento tem como objetivo apresentar as tendências de crescimento das áreas da bacia, considerando variáveis macroeconômicas, tendências de uso e ocupação do solo e pressões antrópicas, entre outras. A elaboração do cenário de desenvolvimento socioeconômico de longo prazo se inicia com o conhecimento acumulado nas fases de caracterização, identificação das subáreas, cálculo das fragilidades e potencialidades da bacia. A sistematização destas estabelece o desenho do cenário atual. Sua organização revela as tendências evolutivas dos fatores ambientais e indica as principais pressões antrópicas sobre os recursos naturais, como a dinâmica territorial e demográfica da bacia em estudo.

A identificação das principais tendências prospectivas se apóia nas características e processos mais significativos que ocorreram no passado recente, em especial na última década. Por isso, se consideraram as séries históricas disponíveis relativas às variáveis econômicas, de uso do solo e demográficas. Também se consultaram os principais planos, programas e projetos com incidência na área de estudo, assim como a bibliografia disponível sobre os temas tratados.

5 os usos consuntivos considerados são: irrigação, abastecimento urbano, abastecimento rural, criação de gado e abastecimento industrial

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As Diretrizes e Recomendações foram realizadas considerando o cenário com a implantação do empreendimento e os conflitos existentes e potenciais. Realizaram-se recomendações em relação a diversos eixos:

• Conservação dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos, especialmente da ictiofauna e programa de revitalização do rio Uruguai. Estudo dos movimentos migratórios dos peixes. Estudo de viabilidade para a instalação de um sistema de transposição de peixes, Programa de Monitoramento da Pesca (artesanal e esportiva)

• Conservação do Meio Físico e Ecossistemas Terrestres, especialmente monitoramento dos ambientes remanentes, recuperação e monitoramento das novas áreas de preservação permanente e conservação dos ambientes terrestres. Estudo específico dos impactos nas áreas naturais protegidas.

• Sistema de Informação Geográfico.

• Conservação de Germoplasma.

• Ordenamento Territorial e os Usos Múltiplos dos Reservatórios.

• Comitê de bacia do rio Uruguai do trecho compartilhado.

• Reassentamento da População.

• Compensação Ambiental.

• Educação Ambiental.

• Sistema de Gestão da Implantação e Operação dos AHEs.

• Implantação de um Plano de Comunicação Social.

• Comitê da Bacia do rio Uruguai.

• Antecipação dos estudos de Arqueologia

Orçamentos Unificados dos Aproveitamentos

O orçamento de investimento estimado para a construção da obra e para a implementação do Programa de Gestão Ambiental é:

Garabi 89,0 m: U$S 2.728 x 106

Panambi 130,0 m: U$S 2.474 x 106

Consideraram-se valores a dezembro de 2008, incluindo os juros intercalares durante a construção.

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G) ETAPAS FUTURAS

A seguir, se apresentam resumidamente as ações complementares e as medidas ambientais que serão analisadas e implementadas no futuro, destinadas a evitar, mitigar e/ou compensar os impactos ambientais negativos.

Posteriormente, se identificam os estudos a serem realizados para completar o ciclo completo de implantação da alternativa selecionada.

Ações Complementares e Plano de Gestão Ambiental (P GA)

É importante esclarecer que nos estudos posteriores ao Estudo de Inventário, indicados no item Estudo das Etapas Futuras, serão analisados mais profundamente os impactos negativos de cada aproveitamento com o objetivo de evitá-los, mitigá-los e compensá-los e os positivos com o objetivo de realizar as ações necessárias para que sejam potencializados. Da mesma forma, nas etapas posteriores serão realizados os ajustes necessários dos aproveitamentos da alternativa selecionada.

Além disso, se elaborará, após a execução do Estudo de Impacto Ambiental, um Plano de Gestão Ambiental (PGA) que inclua todas as medidas de mitigação e compensação para os impactos ambientais negativos identificados, que deverão ser implementadas durante a etapa de construção e operação do empreendimento. Tal Plano de Gestão Ambiental estará integrado por diferentes programas de forma a poder planejar, gerir e ajustar todas as medidas ambientais. No PGA será incluido um Programa Integral de Reassentamento com o objetivo de melhorar as condições socioeconômicas das pessoas que devem ser deslocadas de seu lugar de assentamento. Da mesma forma, se incluirá um Programa específico de Manejo das Áreas de Proteção Permanente (APP). A seguir, são indicados os principais programas, além dos já citados, que, em principio, deverão, de acordo com a normativa e o estado da arte, ser desenvolvidos dentro do PGA: Programa de qualidade de água, Programa de degradação de sedimentação e erosão de terras, Programa de alerta hidrológico, Programa de manejo do recurso hídrico, Programa de limpeza e tratamento sanitário do vaso, Programa de recuperação de áreas degradadas, fortalecimento e criação de áreas de conservação, Programa do meio natural, Programa de fauna íctica, Programa de promoção social, Programa de qualidade de vida e condições de trabalho, Programa de demanda e oferta de mão de obra e capacitação profissional em relação à obra, Programa de saúde, Programa de conservação do patrimônio cultural, o que inclui especialmente a prospecção e resgate arqueológico, Programa de usos múltiplos e desenvolvimento induzido e Programa de monitoramento, vigilância e controle ambiental.

Da mesma forma, previamente ao começo da obra, se implementará um Plano de Obras e Ações Preliminares com o fim de pôr em valor os empreendimentos hidroelétricos e seus benefícios associados. Tal Plano de Obras poderá incluir obras rodoviárias internacionais, como a Ponte de San Javier- Porto Xavier, obras rodoviárias nacionais, obras para o transporte de energia, adequações e infraestrutura para áreas urbanas e rurais e obras para o desenvolvimento turístico. Com estas obras, então, se poderá gerar uma intensa e ampla integração entre ambas as margens.

Finalmente, desde que se iniciem os estudos das etapas seguintes, será elaborado e implementado um Plano de Comunicação Social (PCS) para divulgar, esclarecer e interagir com os grupos sociais e com os representantes institucionais, em particular da área

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diretamente afetada pelos aproveitamentos em relação aos Estudos de Engenharia, dos Estudos de Impacto Ambiental, o Plano de Gestão Ambiental e os trabalhos de cadastro.

Estudos das etapas futuras

A seguir, se explicam brevemente as características das etapas futuras que permitiriam completar o ciclo completo de implantação de uma usina hidroelétrica:

• Viabilidade- Factibilidad e Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

Nesta fase se realizam estudos detalhados para a análise da viabilidade técnica, energética, econômica e ambiental, a fim de definir o aproveitamento ideal. Estes estudos contemplam investigações de campo no local e estudos cartográficos. Compreendem o dimensionamento do aproveitamento, do reservatório, da sua área de influência e das obras de infraestrutura locais e regionais necessárias para sua implantação com o menor impacto ambiental negativo possível. Nesta etapa se desenvolve o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de cada empreendimento específico, com o fim de prevenir, mitigar e compensar os impactos negativos identificados. Uma vez finalizado o EIA, este é encaminhado às autoridades ambientais (nacionais, e/ou provinciais) para sua aprovação e obtenção de licenças.

• Projeto Básico e Plano de Gestão Ambiental (PGA) de talhado.

O aproveitamento concebido nesta etapa é detalhado e permite definir com maior precisão as características técnicas do projeto, as especificações técnicas das obras civis e equipamentos eletromecânicos, assim como o detalhe dos programas ambientais que conformam o Plano de Gestão Ambiental (PGA), que permitirá evitar, mitigar ou compensar os impactos negativos significativos.

• Projeto Executivo e Construção.

Realizam-se estudos que contemplam os detalhes das obras civis e dos equipamentos eletromecânicos, necessários para a execução da obra e a montagem dos equipamentos. Nesta etapa são consideradas todas as medidas pertinentes à área do reservatório, incluindo a implementação dos programas ambientais, para prevenir, mitigar ou compensar os danos ao meio natural e antrópico.

• Formação da represa e Operação.

Finalizada a construção, começa a fase de enchimento do reservatório e o início da operação, na qual a geração de energia é acompanhada por ações de monitoramento e, eventualmente, de correção de medidas adotadas em etapas anteriores.

H) FICHAS TÉCNICAS RESUMIDAS DOS APROVEITAMENTOS SE LECIONADOS

Nas páginas seguintes, se anexam as Fichas Técnicas Resumidas dos aproveitamentos da alternativa selecionada: Garabi 89,0 m e Panambi 130,0 m.

Da mesma forma, se apresentam os planos de disposição geral das obras correspondentes aos aproveitamentos selecionados: Garabi 89,0 m e Panambi 130,0 m e, finalmente, se apresenta o mapa que mostra a área dos aproveitamentos com maior detalhe.

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• FICHA TÉCNICA RESUMIDA DE GARABI 89,0 m

Ficha Técnica Resumen - Inventario IDENTIFICACION / IDENTIFICAÇÃO:

Nombre del aprovechamiento / Nome do aproveitamento

GARABI 89,0

Río / Rio URUGUAY / URUGUAI Progresiva / Distância a Foz 863 km Area de drenaje del aprovechamiento / Área de drenagem do aproveitamento

116.850 km2

Latitud / Latitude 28° 13' 12" S Longitud / Longitude 55° 41' 27" W

Provincias / Estado(s) / Províncias / Estado Argentina: Corrientes y Misiones - Brasil: Rio

Grande do Sul DATOS BÁSICOS / DADOS BÁSICOS:

Topografía / Topografia: Mapeos aerofotogramétricos disponibles / Mapeamentos aerofotogramétricos disponíveis:

Entidad / Entidade

Ejecutor / Executor Escala Fecha / Data Contrato

EBISA Fototerra Digimapas

Global Survey 1:10.000 2009 / 2010

Cartas topográficas, Ortofotocartas, Ortofotos, restitución fotogramétrica / Mapas topográficos. Ortofotocartas, Ortofotos, restitução fotogramétrica

Geología / Geologia: Embalse / Reservatório

Descripción sucinta / Descrição suscinta:

Predominancia de basaltos de la Formación Serra Geral en toda el área de estudio / Predominância de basaltos da Formação Serra Geral em toda a área de estudo

Tipo de roca predominante en la zona / Tipo de rocha predominante no local:

Basaltos de la Formación Serra Geral, masivos microcristalinos densos, amigdaloides y brechas volcánicas / Basaltos da Formação Serra Geral, massivos microcristalinos densos, amigdaloides e brechas vulcânicas

Hidrologí a / Hidrometeorologia: Clasificación Climática / Classificação climática: Seg. Köppen Zona Cfa: Clima Templado

Temperaturas: Máxima: 41,4°C (Cerro Azul) Mínima: 0°C (Cerro Azul)

Evaporación líquida / Evaporação líquida: Evaporación líquida / Evaporação líquida 387,8 mm / año / ano

Pluviometría / Pluviosidade: Precipitación media anual / Precipitação média anual: 1.700 mm (Garruchos)

Caudales y niveles de agua / Vazões e níveis d'água: MLT / media de largo plazo 2.771 m3 / s Mínimo caudal natural medio mensual / Mínima vazão média mensal

116 m3 / s en el mes de enero

Máximo caudal diario observado / Máxima vazão diária observada

41.955 m3 / s (14 Jul 1983)

Caudal decamilenario / Vazão decamilenar 80.066 m3 / s Nivel de Agua de mínimo caudal natural medio mensual / NA da min. vazão natural média mensal

52,6 m

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Página: XXX Revisão: 4 Data: 05/07/10

Nivel de agua de caudal decamilenario / NA da vazão decamilenar

77,56 m

Embalse / Reservatório: Nivel de agua máx normal / Nível d'água máximo normal (Namáx)

89 m

Nivel de agua mín normal / Nível d'água mínimo normal (Namín)

86,55 m

Nivel de agua normal aguas abajo canal de fuga / NA Normal a Jusante canal de fuga

55,19

Volumen total / Volume Total 7.304,35 hm3 Área del embalse en NA max / Área do Reservatório no Namáx

642,04 km2

Tiempo de residencia (días) / Tempo de residência( dias) 31 PARÁMETROS ENERGÉTICOS / PARÂMETROS ENERGÉTICOS:

Salto bruto máximo / Queda bruta máxima (Hb1) 33,81 m Salto neto máximo / Queda líquida máxima (H1) 33,13 m Potencia instalada / Potência instalada (P) 1.152 MW Energía media anual / Energia média anual 5.970 GWh/Año

TERRENOS RELOCALIZACIONES Y OTRAS AC CIONES SOCIO AMBIENTALES / TERRENOS, RELOCAÇÕES E OUTRAS AÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS:

Terreno y mejoras urbanas afectadas / Terrenos e be nfeitorias urbanas afetados: Argentina (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP):

Área urbana total: 1.075,1 ha. Área urbana afectada / Área urbana afetada: 151,5 (14%) (ha) Población total / População total: 12.516. Población afectada / População afetada: 1.059

Brasil (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP): Área total: 250,2 há. Área afectada / Área afetada: 51,8 (20,7%) (ha)

Población total / População total: 6.760. Población afectada / População afetada: 1.007 Terrenos y mejoras rurales afectada / Terrenos e be nfeitorias rurais afetados (sin faja 100m):

Argentina: Área total de munic. afectados / Área total de munic. afetados: 2.354.

Área afetada / Area afectada: 264,02 (km2) População total / Población total: 27.811.

População afetada / Población afectada: 1.252 (incluye APP) (4,5%) Brasil:

Área total de munic. afectados / Área total de munic. afetados: 4.276 Área afetada / Area afectada: 257 (km2) População total / Población total: 29.753.

População afetada / Población afectada: 2.534 (8,5%) (incluye APP) Area rural afectada por faja de 100 m / Área rural afetada por faixa de 100 m :

Argentina + Brasil = 160,73 (km2) = 70 km2 (AR) + 90,73 km2 (BR) CASA DE MAQUINAS / CASA DE FORÇA:

Tipo Exterior Tipo de Turbina y Nº de unidades Kaplan eje vertical /8

DESVÍO Y CONTROL DEL RÍO / DESVIO E CONTROLE DO RIO Caudal de desvio / Vazão de desvio 35.641 m3 / s Tiempo de recurrencia / Tempo de recorrência 50 años / anos Tipo de esquema A través de canal

PRESAS Y DIQUES / BARRAGENS E DIQUES

Tipo Homogénea - Materiales sueltos / Barragem

de terra Altura máxima 40,5 m Longitud / Comprimento 2.430 m Altura media / Altura média 21 m

VERTEDERO / VERTEDOURO Tipo Ojiva alta controlada

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Página: XXXI Revisão: 4 Data: 05/07/10

Crecida de proyecto / Cheia de projeto 80.066 m3 / s Tiempo de recurrencia / Tempo de recorrência 10.000 años / anos Altura máxima 16.50 m Número de compuertas / Número de comportas 22 Tipo de Compuertas / Tipo de comporta Segmento Ancho de compuertas / Largura das comportas 19,2 m Altura de compuertas / Altura das comportas 20 m

TOMA DE AGUA Y ADUCTORES / TOMADA D'ÁGUA E ADUTORAS Toma de agua / Tomada d'água:

Tipo Incorporada Altura máxima 53,5 m Número de tomas / Número de tomadas 8 Número de compuertas / Número de comportas 24 Tipo de Compuertas / Tipo de comporta Plana Ancho de compuerta / Largura das comportas 6,52 m Altura de compuertas / Altura das comportas 15 m

VOLUMENES PRINCIPALES DE OBRA CIVIL / VOLUMES PRINC IPAIS DE OBRA CIVIL Ataguías / Ensecadeiras 4.909.225 m3 Excavación comun / Escavação comum 3.287.942 m3 Excavación en roca / Escavação em rocha 2.241.090 m3 Hormigón / Concreto 1.114.152 m3 Terraplén / Aterro 4.568.656 m3

PRESUPUESTO TOTAL / ORÇAMENTO TOTAL Fecha de referencia de costos / Data de referência dos custos

Dic. 2008 / Dez. 2008

Moneda usada para costos y cronograma de desembolso / Moeda usada para custos e cronograma de desembolso

US$

Costo Total de Construcción con intereses / Custo Total de Construção com juros

2.727.767.477

Plazo de construcción / Termo de Construção 5 años

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Página: XXXII Revisão: 4 Data: 05/07/10

• FICHA TÉCNICA RESUMIDA DE PANAMBI 130,0 m

Ficha Técnica Resumen - Inventario IDENTIFICACIÓN / IDENTIFICAÇÃO

Nombre del aprovechamiento / Nome do aproveitamento

PANAMBI 130,0

Río / Rio URUGUAY / URUGUAI Progresiva / Distância a Foz 1.016 km Área de drenaje del aprovechamiento / Área de drenagem do aproveitamento

94.388 km2

Latitud / Latitude 27º39' 4'' S Longitud / Longitude 54º 54' 16'' O

Provincias / Estado(s) / Províncias / Estado(s) Argentina: Misiones - Brasil: Rio Grande do

Sul DATOS BÁSICOS / DADOS BÁSICOS:

Topografí a / Topografia: Mapeos aerofotogramétricos disponibles / Mapeamentos aerofotogramétricos disponíveis:

Entidad / Entidade

Ejecutor / Executor Escala Fecha / Data

Contrato

EBISA Fototerra Digimapas

Global Survey 1:10.000 2009 / 2010

Modelo Digital de Terreno (MDT) a partir del relevamiento con LIDAR Curvas de nivel con una equidistancia de 2,5 m / Modelo Digital de Terreno (MDT) a partir de levantamento com LIDAR Curvas de nível com uma equidistância de 2,5 m

Geologí a / Geologia: Embalse / Reservat ório

Descripción sucinta / Descrição suscinta:

Predominancia de basaltos de la Formación Serra Geral en toda el área de estudio. Existen lineamientos estructurales que condicionan en ciertos tramos el curso del río. Sin importancia para la estanqueidad. / Predominância de basaltos da Formação Serra Geral em toda a área de estudo Existem lineamentos estruturais que condicionam em certos trechos do curso do rio. Sem importância para a estanqueidade.

Tipo de roca predominante en la zona / Tipo de rocha predominante no local:

Basaltos de la Formación Serra Geral, masivos microcristalinos densos, amigdaloides y brechas volcánicas / Basaltos da Formação Serra Geral, massivos microcristalinos densos, amigdaloides e brechas vulcânicas

Hidrología / Hidrometeorologia: Clasificación Climática / Classificação climática: Seg. Köppen Zona Cfa: Clima Templado

Temperaturas: Máxima: 41,4°C (Cerro Azul) Mínima: 0°C (Cerro Azul)

Evaporación líquida / Evaporação líquida: Evaporación líquida / Evaporação líquida 331,8 mm

Pluviometría / Pluviosidade: Precipitación media anual: 1.663 mm (Porto Lucena – Alto Uruguai)

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Página: XXXIII Revisão: 4 Data: 05/07/10

Caudales y niveles de agua / Vazões e níveis d'água: Media de largo plazo / MLT 2.308 m3 / s Mínimo caudal natural medio mensual / Mínima vazão natural média mensal

92 m3 / s mes de enero

Máximo caudal diario observado / Máxima vazão diária observada

53.977 m3 / s el 20 ago 1965

Caudal decamilenario / Vazão decamilenar 81.511 m3 / s Nivel de Agua de mínimo caudal natural medio mensual / NA da min. vazão natural média mensal

92,8 m

Nivel de agua de caudal decamilenario / NA da vazão decamilenar

116,60 m

Embalse / Reservatório: Nivel de agua máx normal / Nível d'água máximo normal (Namáx)

130 m

Nivel de agua mín normal / Nível d'água mínimo normal (Namín) 128,24 m

Nivel de agua normal aguas abajo canal de fuga / NA Normal a Jusante canal de fuga

94,02 m

Volumen total / Volume total 4.365,58 hm3 Área del embalse en NA máx / Área do reservatorio no Namáx

327,63 km2

Tiempo de residencia (días) / Tempo de residência (dias) 21,9 PARÁMETROS ENERGÉTICOS / PARÂMETROS ENERGÉTICOS

Salto bruto máximo / Queda bruta máxima (Hb1) 35,98 m Salto neto máximo / Queda líquida máxima (H1) 35,26 m Potencia instalada / Potência instalada (P) 1.048 MW Energía media anual / Energia média anual 5.475 GWh/Año

TERRENOS RELOCALIZACIONES Y OTRAS ACCIONES SOCIO AM BIENTALES / TERRENOS, RELOCAÇÕES E OUTRAS AÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS

Terreno y mejoras urbanas afectadas / Terrenos e be nfeitorias urbanas afetados: Argentina (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP):

Área urbana total: 43,9 ha. Área urbana afectada / Área urbana afetada: 33,4 (89,3%) (ha) Población total / População total: 481. Población afectada / População afetada: 417

Brasil (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP): Área urbana total: 54,1. Área urbana afectada / Área urbana afetada: 31,2 (57,7%) (ha)

Población total / População total: 924. Población afectada / População afetada: 867 Terrenos y mejoras rurales afectada / Terrenos e be nfeitorias rurais afetados (sin faja 100m):

Argentina: Área de municip. total: 3.925 km2. Área afectada / Área afetada: 124,77 (km2)

Población total / População total: 56.210. Población afectada / População afetada: 2.393 (4,3%) (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP)

Brasil: Área total: 2.855 km2. Área afetada / Área afectada: 86,79 (km2)

População total / Población total: 51.020. População afetada / Población afectada: 2.994 (5,9%) (embalse + faja APP / reservatório + faixa APP)

Área rural afectada por faja de 100m / Área rural afetada por faixa de 100m : Argentina + Brasil= 137,36 (km2) = 66,33 km2 (AR) + 71,03 km2 (BR)

CASA DE M ÁQUINAS / CASA DE FORÇA Tipo Exterior Tipo de Turbina y Nº de unidades Kaplan eje vertical / 7

DESVÍO Y CONTROL DEL RÍO / DESVIO E CONTROLE DO RIO Caudal de desvío / Vazão de desvío 37.467 m3 / s Tiempo de recurrencia / Tempo de recorrência 25 años Tipo de esquema Canal / Adufas

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Página: XXXIV Revisão: 4 Data: 05/07/10

PRESAS Y DIQUES / BARRAGENS E DIQUES Tipo Hormigón - Gravedad / Concreto - Gravedad Altura máxima 34 m Longitud / Comprimento (entre vertederos / entre vertedouros)

90 m

Altura media / Altura média 34 m VERTEDERO / VERTEDOURO

Tipo Ojiva alta controlada Crecida de proyecto / Cheia de projeto 81.511 m3 / s Tiempo de recurrencia / Tempo de recorrência 10.000 años

Altura máxima Margen izquierda / margem esquerda 20 m,

margen derecha / margem direita 42 m Número de compuertas / Número de comportas 22 Tipo de Compuertas / Tipo de comporta Segmento Ancho de compuertas / Largura das comportas Margen izq. 19,7 m, en cauce 19,4 m Altura de compuertas / Altura das comportas 20 m

TOMA DE AGUA Y ADUCTORES / TOMADA D'ÁGUA E ADUTORAS Toma de agua / Tomada d'água

Tipo Incorporada Altura máxima 54,59 m Número de tomas / Número de tomadas 7 Número de compuertas / Número de comportas 21 Tipo de Compuertas / Tipo de comporta Plana Ancho de compuerta / Largura das comportas 6,91 m Altura de compuertas / Altura das comportas 17 m

VOLUMENES PRINCIPALES DE OBRA CIVIL / VOLUMES PRINC IPAIS DE OBRA CIVIL Ataguías / Ensecadeiras 4.037.937 m3 Excavación comun / Escavação comum 437.003 m3 Excavación en roca / Escavação em rocha 3.875.716 m3 Hormigón sin cemento / Concreto sem cimento 1.422.663 m3

PRESUPUESTO TOTAL / ORÇAMENTO TOTAL Fecha de referencia de costos / Data de referência dos custos

Dic. 2008 / Dez. 2008

Moneda usada para costos y cronograma de desembolso / Moeda usada para custos e cronograma de desembolso

US$

Costo Total de Construcción con intereses / Custo Total de Construção com juros

2.474.032.169

Plazo de construcción / Termo de Construção 5 años

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Página: XXXV Revisão: 4 Data: 05/07/10

PLANOS DOS APROVEITAMENTOS DA ALTERNATIVA SELECIONA DA

A seguir se apresentam os planos de disposição geral das obras correspondentes à alternativa selecionada:

• Garabi 89,0 m

• Panambi 130,0 m.

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Página: XXXVI Revisão: 4 Data: 05/07/10

Garabi 89

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: XXXVII Revisão: 4 Data: 05/07/10

Panambi 130

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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)

Página: XXXVIII Revisão: 4 Data: 05/07/10

MAPA DA ÁREA DOS APROVEITAMENTOS

Na seguinte página, se anexa o Mapa da área dos Aproveitamentos da alternativa selecionada:

• Garabi 89,0 m

• Panambi 130,0 m

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Página: XXXIX Revisão: 4 Data: 05/07/10

Mapa da área dos aproveitamentos