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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARESCURSO DE PROMOO A OFICIAL GENERALAno lectivo 2007/2008

Trabalho de Investigao Individual

DOCUMENTO DE TRABALHOO TEXTO CORRESPONDE A TRABALHO FEITO DURANTE A FREQUNCIA DO CURSO NO IESM SENDO DA RESPONSABILIDADE DO SEU AUTOR, NO CONSTITUINDO ASSIM DOUTRINA OFICIAL DA MARINHA PORTUGUESA / DO EXRCITO PORTUGUS / DA FORA AREA PORTUGUESA.

TRANSFORMAO DO EXRCITO. ANLISE DO IMPACTO DA TRANSFORMAO DO EXRCITO NA ORGANIZAO DAS COMUNICAES E SISTEMAS DE INFORMAO. ACTUAL MODELO, SUAS VIRTUDES, DEFEITOS E VULNERABILIDADES.

JOS ANTNIO HENRIQUES DINIS COR TM (ENG.)

INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES

TRANSFORMAO DO EXRCITO. ANLISE DO IMPACTO DA TRANSFORMAO DO EXRCITO NA ORGANIZAO DAS COMUNICAES E SISTEMAS DE INFORMAO. ACTUAL MODELO, SUAS VIRTUDES, DEFEITOS E VULNERABILIDADES.

Jos Antnio Henriques Dinis Cor Tm (Eng.)

Trabalho de Investigao Individual do Curso de Promoo a Oficial General

Lisboa 2008

INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES

TRANSFORMAO DO EXRCITO. ANLISE DO IMPACTO DA TRANSFORMAO DO EXRCITO NA ORGANIZAO DAS COMUNICAES E SISTEMAS DE INFORMAO. ACTUAL MODELO, SUAS VIRTUDES, DEFEITOS E VULNERABILIDADES.

Jos Antnio Henriques Dinis Cor Tm (Eng.)

Trabalho de Investigao Individual do Curso de Promoo a Oficial General Orientador: Cor Tir Cav Jos Carlos Filipe Antunes Calada

Lisboa 2008

Anlise do Impacto da Transformao do Exrcito na Organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao

DEDICATRIA

Ao Meu Pai e em memria da Minha Me, por me terem permitido estar aqui.

Minha Mulher e aos Meus Filhos, pela minha ausncia nos momentos de estudo e reflexo.

Cor Tm Jos Antnio Henriques Dinis

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Anlise do Impacto da Transformao do Exrcito na Organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao

Agradecimentos Na impossibilidade de me dirigir de forma pessoal a todos que contriburam, com o melhor do seu esforo, para a elaborao deste trabalho de investigao, quero destacar de forma impessoal aqueles que me prestaram a sua colaborao mais directa. Aos Camaradas Auditores do Exrcito, da Marinha e da Fora Area, com uma palavra especial para os dos pases amigos do Brasil e de Angola, pelas suas reflexes ao longo do curso e contributos pessoais que me dedicaram para a realizao deste estudo. Aos oficiais e, foram muitos, que me permitiram a troca de opinies, de forma franca e aberta e aconselharam nas minhas reflexes, o meu grande apreo pela sua prestimosa colaborao, destacando de uma forma particular, os que se disponibilizaram para as entrevistas, que constituram elementos fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Ao meu orientador pela liberdade de aco no desenvolvimento deste trabalho e pelas suas palavras de incentivo e motivao. Minha Famlia pela compreenso do meu distanciamento nos momentos de concentrao neste projecto. A todos, bem-haja.

Cor Tm Jos Antnio Henriques Dinis

CPOG 2007-2008

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Anlise do Impacto da Transformao do Exrcito na Organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao

ndice do textondice de figuras ............................................................................................................................... v ndice de tabelas .............................................................................................................................. vi ndice de apndices ......................................................................................................................... vi ndice de anexos............................................................................................................................... vi Resumo ............................................................................................................................................ vii Abstract ........................................................................................................................................... viii Palavras-chave................................................................................................................................. ix Lista de abreviaturas ....................................................................................................................... x 1. Introduo .................................................................................................................................. 1 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. Objectivo da investigao ..................................................................................................... 1 mbito e delimitao do estudo............................................................................................ 2 Metodologia de investigao................................................................................................. 2 Organizao e contedo do trabalho ..................................................................................... 3

2. Transformao do Exrcito ...................................................................................................... 3 2.1. Reorganizao do Exrcito em 1993..................................................................................... 4 2.2. Transformao do Exrcito, em curso................................................................................... 7 2.3. Sntese conclusiva ............................................................................................................... 12 3. Impacto da transformao do Exrcito, em curso................................................................ 13 3.1. Impacto geral....................................................................................................................... 13 3.2. Impacto na organizao das comunicaes e sistemas de informao................................ 14 3.2.1. Estrutura de Comando do Exrcito .................................................................................. 14 3.2.1.1. Pontos fortes ................................................................................................................. 14 3.2.1.2. Pontos fracos................................................................................................................. 16 3.2.2. Fora Operacional Permanente do Exrcito..................................................................... 17 3.2.2.1. Pontos fortes ................................................................................................................. 17 3.2.2.2. Pontos fracos................................................................................................................. 18 3.2.3. Estrutura Base do Exrcito............................................................................................... 19 3.2.3.1. Pontos fortes ................................................................................................................. 19 3.2.3.2. Pontos fracos................................................................................................................. 20 3.3. Sntese conclusiva ............................................................................................................... 21 4. Desafios da organizao das comunicaes e sistemas de informao................................ 22 4.1. Desafios para as comunicaes e sistemas de informao.................................................. 23 4.1.1. Desafios da Estrutura de Comando do Exrcito .............................................................. 24 4.1.2. Desafios da Fora Operacional Permanente do Exrcito................................................. 28 4.1.3. Desafios da Estrutura Base do Exrcito........................................................................... 29 4.2. Sntese conclusiva ............................................................................................................... 31 5. Modelo prospectivo da organizao das comunicaes e sistemas de informao ............ 31 5.1. Sociedade e Guerra Centrada em Rede ............................................................................... 31 5.2. Edifcio da organizao das comunicaes e sistemas de informao................................ 33 5.2.1. Estrutura de Comando do Exrcito modelo prospectivo............................................... 33 5.2.2. Fora Operacional Permanente do Exrcito modelo prospectivo ................................. 35 5.2.3. Estrutura Base do Exrcito modelo prospectivo ........................................................... 36Cor Tm Jos Antnio Henriques Dinis CPOG 2007-2008 iv

Anlise do Impacto da Transformao do Exrcito na Organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao

5.3. Sntese conclusiva ............................................................................................................... 37 6. Concluses ................................................................................................................................ 38 6.1. Sntese conclusiva global .................................................................................................... 38 6.2. Concluses gerais................................................................................................................ 39 Bibliografia ..................................................................................................................................... 42 Referncias bibliogrficas............................................................................................................. 42 Bibliografia complementar ........................................................................................................... 45 Entrevistas..................................................................................................................................... 46 Apndices ........................................................................................................................................ 48 Anexos ........................................................................................................................................... 117

ndice de figurasFigura 1: Sistema integrado C4I....................................................................................................... 63 Figura 2: Estrutura organizacional do Exrcito Portugus (1993-2006).......................................... 63 Figura 3: Estrutura organizacional do Exrcito Portugus (2006). .................................................. 64 Figura 4: Fora Operacional Permanente do Exrcito (FOPE). ....................................................... 64 Figura 5: Regimento de Transmisses (2007).................................................................................. 65 Figura 6: Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao (2007)......................................... 65 Figura 7: Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (2007)........................................... 66 Figura 8: Modelo de sistema de informao e comunicaes.......................................................... 66 Figura 9: Enquadramento para a Transformao da NATO. ........................................................... 97 Figura 10: Enquadramento de uma arquitectura global NNEC........................................................ 99 Figura 11: Detalhes do enquadramento de uma arquitectura global NNEC. ................................. 100 Figura 12: NATO Information Life-Cycle..................................................................................... 104 Figura 13: NATO Information Management Framework. ............................................................. 105 Figura 14: Sistema de informao (modelo). ................................................................................. 113 Figura 15: Estrutura do Estado-Maior da Fora Area Portuguesa................................................ 140 Figura 16: Estrutura do Comando da Logstica da Fora Area Portuguesa. ................................ 141 Figura 17: Estrutura geral do Exrcito Francs.............................................................................. 142 Figura 18: Comando Logstico do Exrcito Francs (funes divises)........................................ 143 Figura 19: Comando Logstico do Exrcito Francs (estrutura divises). ..................................... 143 Figura 20: Diviso de Sistemas de Informao e Comunicao Comando Logstico................. 144 Figura 21: Comando Operacional do Exrcito Francs (estrutura divises).................................. 145 Figura 22: Diviso de Sistemas de Informao e Comunicao COp (Bureau Plans 4D). ......... 146 Figura 23: Diviso de Sistemas de Informao e Comunicao COp (Bureau Operations 4D). 146 Figura 24: Diviso de Sistemas de Informao e Comunicao COp (Bureau Maitrise 4D). .... 147 Figura 25: Diviso de Sistemas de Informao e Comunicao COp (Bureau SI EM).............. 147

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ndice de tabelasTabela 1: Pessoal de Transmisses atribudo aos QOP do Comando da Logstica e Direces. ..... 16 Tabela 2: Enquadramento conceptual e legal................................................................................... 58 Tabela 3: Lei Orgnica do Exrcito (2006)...................................................................................... 59 Tabela 4: Regulamentao da Lei Orgnica do Exrcito Decretos Regulamentares (2007)......... 62 Tabela 5: DCSI Competncias e relaes com reas funcionais................................................... 88 Tabela 6: Nveis de Autoridade no Exrcito. ................................................................................... 90 Tabela 7: Nveis de autoridade na NATO. ....................................................................................... 91 Tabela 8: Entidades e rgos com autoridade tcnica...................................................................... 92

ndice de apndicesApndice I Diagrama de deduo ................................................................................................. 49 Apndice II Corpo de conceitos .................................................................................................... 50 Apndice III Enquadramento conceptual e legal .......................................................................... 58 Apndice IV Figuras ..................................................................................................................... 63 Apndice V Resenha histrica das Transmisses e Informtica no Exrcito ............................... 67 Apndice VI Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao Competncias Funcionais87 Apndice VII Nveis de autoridade............................................................................................... 90 Apndice VIII Entidades e rgos com autoridade tcnica........................................................... 92 Apndice IX Novos desafios da NATO ........................................................................................ 93 Apndice X Modelo de sistema de informao........................................................................... 110 Apndice XI Entrevistas (Questes tipo) .................................................................................... 115

ndice de anexosAnexo A Direco dos Servios de Transmisses CmdLog .................................................... 118 Anexo B Centro de Informtica do Exrcito VCEME............................................................. 122 Anexo C Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao COp .................................... 124 Anexo D Direco de Material e Transportes CmdLog........................................................... 127 Anexo E Direco de Infra-Estruturas CmdLog ...................................................................... 130 Anexo F Direco de Aquisies CmdLog.............................................................................. 132 Anexo G Instituto Geogrfico do Exrcito CmdLog ............................................................... 134 Anexo H Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao EME ..................................... 136 Anexo I Marinha Portuguesa DAGI-CE e DITIC-CE ............................................................. 137 Anexo J Fora Area Portuguesa Diviso CSI e Direco CSI ............................................... 140 Anexo K Exrcito Francs Division SIC (CFLT e CFAT)................................................... 142

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Resumo

Neste estudo procura-se identificar as principais alteraes introduzidas no mbito da transformao, em curso, do Exrcito, em particular, quanto incidncia na organizao das comunicaes e sistemas de informao. Perante a situao da nova organizao das comunicaes e sistemas de informao, estudou-se o impacto da correspondente transformao e novos desafios utilizando a anlise SWOT. Num primeiro passo, observaram-se foras e fraquezas, que se fizeram corresponder a pontos fortes (virtudes) e pontos fracos (defeitos e vulnerabilidades) da realidade subjacente nova estrutura organizacional. Assim, desenvolveu-se a anlise interna desta forma de organizao das comunicaes e sistemas de informao do Exrcito. Num segundo passo e na sequncia da anlise interna estudada, o trabalho centrouse na anlise externa da nova organizao, onde se tentou identificar ameaas e oportunidades, que por razes metodolgicas se transformaram em desafios. Desta forma, apresentou-se a anlise externa desta organizao das comunicaes e sistemas de informao do Exrcito. Assim, perante virtudes, imperfeies e vulnerabilidades encontradas na organizao das comunicaes e sistemas de informao do Exrcito e tendo em considerao desafios que se colocam a esta rea de natureza doutrinal, tecnolgica e organizacional, levou a equacionar-se um modelo prospectivo para a organizao das comunicaes e sistemas de informao, atravs de um conjunto de recomendaes julgadas oportunas e adequadas, designadamente a criao de uma Direco Tcnica de Gesto de Informao e de Conhecimento e a transferncia da Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao para o Comando da Logstica, com vista a superar debilidades e a potenciar aspectos positivos, a fim de poder contribuir para dar resposta s reais necessidades do Exrcito.

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Abstract

In this research paper we have started by identifying the main changes introduced by the on-going organizational transformation of the Portuguese Army, particularly those impacting the communications and information systems (CIS) substructure, the main focus of this paper. In order to fully identify the above-mentioned impact, we have used the SWOT analysis method. We began by observing the strengths and weaknesses corresponding to the merits and vulnerabilities of the new organizational structure, thus developing the internal analysis of this CIS Portuguese Army structure. We proceeded focusing, now, on the external analysis of the new CIS organization where we have tried to identify the threats and opportunities which, due to methodology reasons, have been classified as challenges to this organization. Finally, as a conclusion of this study, and given the merits, the deficiencies, and the vulnerabilities found within the new CIS structure of the Portuguese Army and the challenges of doctrinal, technological and organizational nature, we have developed a new prospective model to the current Portuguese Army CIS structure, proposing a set of recommendations which we have found to be timely and adequate, namely the creation of an Information and Knowledge Management Technical Directorate and the organizational displacement of the CIS Directorate to the Logistics Command, aiming to overcome the current vulnerabilities and enhance its strengths thus contributing to identify answers to the real needs of the Portuguese Army.

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Palavras-chave Autoridade tcnica Comunicaes Comunicaes e sistemas de informao (CSI) Garantia de informao Gesto de informao Guerra centrada em rede Guerra de informao Informtica Organizao Segurana da informao Sistemas de informao de gesto (SIG) Sistemas de informao e comunicaes/comunicao (SIC) Transformao do Exrcito

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Lista de abreviaturas AR BG BIRT BISM Brig BrigInt BrigMec BrigRR C2 C3 C4ISR C4ISTAR Assembleia da Repblica Battle Groups (UE) Batalho de Informaes e Reconhecimento das Transmisses Batalho de Informaes e Segurana Militar Brigada Brigada de Interveno Brigada Mecanizada Brigada de Reaco Rpida Comando e Controlo Comando, Controlo e Comunicaes Command, Control, Communications, Computers, Intelligence, Surveillance and Reconnaissance (ver C4IVR) Command, Control, Communications, Computers, Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and Reconnaissance (ver C4IVAOR) Comando, Controlo, Comunicaes, Computadores, Informaes, Vigilncia, Aquisio de Objectivos e Reconhecimento (ver C4ISTAR) Comando, Controlo, Comunicaes, Computadores, Informaes, Vigilncia e Reconhecimento (ver C4ISR) Centro de Comunicaes e Sistemas de Informao Centro de Dados da Defesa Conceito Estratgico de Defesa Nacional Conceito Estratgico Militar Chefe do Estado-Maior do Exrcito Computer Emergency Response Team (ver CSIRT e CIRC) Companhia de Guerra Electrnica Chefia do Servio de Reconhecimento das Transmisses Centro de Informtica Comando da Instruo e Doutrina Centro de Informtica do Exrcito Campo de Instruo Militar de Santa Margarida Centro de Informaes Operacionais do Exrcito Computer Incident Response Capability (ver CSIRT e CERT) Centro de Informaes e Segurana Militar

C4IVAOR

C4IVR CCSI CDD CEDN CEM CEME CERT CGE CHERET CI CID CIE CIMSM CIOE CIRC CISM

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CmdLog Cmdt CME COC COFT COGE COp COP CPOG CSEvora CSI CSimulEx CSIRT CTm CTmApoio CTP DA DAT DCSI DD DestCSI DF DFin DGIC DGME DGMT DICSI DIE DIVCOMSI DivCSInfo DL DLRT DMT DR

Comando da Logstica Comandante Centro Militar de Electrnica Comando Operacional Conjunto Comando Operacional das Foras Terrestres Centro de Operaes de Guerra Electrnica Comando Operacional Common Operational Picture Curso de Promoo a Oficial General Centro de Sade de vora Comunicaes e Sistemas de Informao (ver SIC) Centro de Simulao do Exrcito Computer Security Incident Response Team (ver CERT e CIRC) Companhia de Transmisses Companhia de Transmisses de Apoio Centro de Telecomunicaes Permanentes Direco de Aquisies Direco da Arma de Transmisses Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao Direco de Doutrina Destacamento de Comunicaes e Sistemas de Informao Direco de Formao Direco de Finanas Direco de Gesto de Informao e de Conhecimento (Exrcito) Depsito Geral de Material do Exrcito Depsito Geral de Material de Transmisses Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (EMGFA) Direco de Infra-Estruturas Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (EMA) Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (EME) Decreto-Lei Destacamento de Ligao e Reconhecimento das Transmisses Direco de Material e Transportes Dirio da Repblica

CSTancos/StaMarg Centro de Sade de Tancos/Santa Margarida

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DReg DS DSIE DST EBE ECE EM EMA EMCoord EME EMEl EMFA EMGFA EPT EUA FFAA FND FOPE GCR GestInfo GG GI GIC GML GPECSI GPESI H1 HMB HMP HMR1 HMR2 IESM IGE IGeoE

Decreto Regulamentar Direco de Sade Direco do Servio de Informtica do Exrcito Direco dos Servios de Transmisses Estrutura Base do Exrcito Estrutura de Comando do Exrcito Estado-Maior Estado-Maior da Armada Estado-Maior Coordenador Estado-Maior do Exrcito Escola Militar de Electromecnica Estado-Maior da Fora Area Estado-Maior General das Foras Armadas Escola Prtica de Transmisses Estados Unidos da Amrica (ver USA) Foras Armadas Foras Nacionais Destacadas Fora Operacional Permanente do Exrcito Guerra Centrada em Rede (ver NCW) Gesto de Informao Grande Guerra Guerra de Informao Guerra de Informao e de Conhecimento Governo Militar de Lisboa Grupo de Planeamento Estratgico das Comunicaes e Sistemas de Informao Grupo de Planeamento Estratgico dos Sistemas de Informao Hiptese 1 (idem 2, 3 e 4) Hospital Militar de Belm Hospital Militar Principal Hospital Militar Regional N. 1 Hospital Militar Regional N. 2 Instituto de Estudos Superiores Militares Inspeco-Geral do Exrcito Instituto Geogrfico do Exrcito

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ISTAR LOE MDN MEDN MIFA MIP MMHS NATO NCW NEC NII NIMP NNEC NRF NTIC OCAD OSC OSC/MDN OTAN PECSI PEFEx PESI PMLP QAS QC QD1 QOM QOP RCM RCO RDA RMan RMC RML

Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and Reconnaissance Lei Orgnica do Exrcito Ministrio da Defesa Nacional Ministro de Estado e da Defesa Nacional Misses Especficas das Foras Armadas Multilateral Interoperability Programme Military Message Handling System North Atlantic Treaty Organization (ver OTAN) Network Centric Warfare (ver GCR) Network Enabled Capability Networking and Information Infrastructure NATO Information Management Policy NATO Network Enabled Capability NATO Response Force Novas Tecnologias de Informao e Comunicao rgos Centrais de Administrao e Direco rgos e Servios Centrais rgos e Servios Centrais do Ministrio da Defesa Nacional Organizao do Tratado do Atlntico Norte (ver NATO) Planeamento Estratgico das Comunicaes e Sistemas de Informao (ver GPECSI) Projecto de Educao e Formao do Exrcito Planeamento Estratgico dos Sistemas de Informao (ver GPESI) Plano de Mdio e Longo Prazo Qualquer Arma ou Servio Questo Central Questo Derivada 1 (idem 2, 3 e 4) Quadro Orgnico de Material Quadro Orgnico de Pessoal Resoluo do Conselho de Ministros Regulamento de Campanha Operaes Repblica Democrtica da Alemanha Regimento de Manuteno Regio Militar do Centro Regio Militar de Lisboa

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RMN RMS ROIS RTm RTransp RV/RC SCSI SFN SFN04-COP SI SIC SICCE SIC-E SICOM SIC-T SIG SIGDN SIGeo SInfo SITEP SNPC SOIS STM TOA TSF U/E/O UAp USA VCEME VIGRESTE ZMA ZMM

Regio Militar do Norte Regio Militar do Sul Repartio de Operaes, Informaes e Segurana Regimento de Transmisses Regimento de Transportes Servio Militar em Regime de Voluntariado e Regime de Contrato Seco de Comunicaes e Sistemas de Informao Sistema de Foras Nacional Sistema de Foras Nacional 2004 Componente Operacional Sistema de informao Sistema de Informao e Comunicaes/Comunicao (ver CSI) Sistema de Informao de Comando e Controlo do Exrcito Sistema de Informao e Comunicaes Estratgico Sistema Integrado de Comunicaes Militares Sistema de Informao e Comunicaes Tctico Sistema de Informao de Gesto Sistema Integrado de Gesto da Defesa Nacional Sistema de Informao Geogrfica Superioridade de informao Sistema Integrado de Telecomunicaes do Exrcito Portugus Sistema Nacional de Proteco Civil Seco de Operaes, Informaes e Segurana Servio de Telecomunicaes Militares Transformational Objective Areas Telegrafia sem fios Unidades, Estabelecimentos e rgos Unidade de Apoio United States of Amrica (ver EUA) Vice-Chefe do Estado-Maior do Exrcito VIsualizao GRfica e EStudo do TErreno (Modelo Digital 3D) Zona Militar dos Aores Zona Militar da Madeira

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1.

IntroduoNo penso na transformao como sendo algo que inicialmente no est transformado e que acaba transformado. Para mim a transformao um processo que, pela natureza do nosso mundo neste sculo XXI, somos forados a continuar, tratando-se mais de uma questo de cultura e de atitude do que de tecnologias e plataformas. Donald H. Rumsfeld1

No mbito da sociedade da informao e do conhecimento, as comunicaes e sistemas de informao apresentam-se como factores estruturantes e imprescindveis em todos os nveis da sociedade e muito em particular no mbito do sector da Segurana e Defesa. Este facto relevado no Conceito Estratgico de Defesa Nacional (CEDN)2 e reiterado no Conceito Estratgico Militar (CEM), onde se preconiza o desenvolvimento progressivo de valncias modulares de apoio de comando, controlo, comunicaes, computadores e informaes (C4I) (ver figura 1) (PCM, 2003) (CEM, 2003). 1.1. Objectivo da investigao Este estudo tem como objectivo, por um lado, analisar o processo de transformao do Exrcito e o seu impacto na organizao das comunicaes e sistemas de informao (CSI)3, atravs da identificao de virtudes, defeitos e vulnerabilidades do seu actual modelo. Por outro lado, identificar desafios a que as CSI devem dar resposta e prospectivar um modelo que melhor possa dar resposta s reais necessidades do Exrcito. O desenvolvimento do estudo apresenta algumas condicionantes, nomeadamente, o curto perodo de experincia, de cerca de um ano, do funcionamento da nova estrutura das CSI e a falta de uma nova estrutura global de enquadramento organizacional do EMGFA e dos rgos e servios centrais do MDN (OSC/MDN). Assim, este trabalho corre o risco de analisar uma situao ainda com um curto perodo de maturao, que pode a qualquer momento vir a sofrer novas alteraes, que possam por em causa alguns pressupostos do estudo, pese embora se conheam factos no sentido de implementar uma poltica integradora para toda esta rea4 das comunicaes e sistemas de informao.Cf. NATO, 2005a: 22. O CEDN, segundo o art. 8. da LDNFA, aprovado pelo Governo, em Conselho de Ministros (AR, 1982). 3 A sigla CSI corresponde sigla CIS, em ingls, relativa terminologia NATO de Communications and Information Systems. utilizada tambm a sigla SIC equivalente, como abreviatura de Sistemas de Informao e Comunicaes, dependente da traduo livre para portugus deste conceito, no entanto, em termos militares e na rea das comunicaes existe tambm a abreviatura SIC correspondente a subject identification code (cdigo indicador de assunto) em mensagens. 4 J se criou uma estrutura provisria do Centro de Dados da Defesa e entretanto, foram aprovadas, em 07 de Fevereiro de 2008, as orientaes para a execuo da reorganizao da estrutura superior da defesa2 1

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Anlise do Impacto da Transformao do Exrcito na Organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao

1.2. mbito e delimitao do estudo Perante o enunciado do tema, Transformao do Exrcito. Anlise do impacto da Transformao do Exrcito na organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao. Actual modelo, suas virtudes, defeitos e vulnerabilidades e, face sua dimenso e amplitude, o estudo limita-se s respectivas estruturas organizacionais, a partir do escalo companhia de transmisses at ao nvel da estrutura superior do Exrcito. 1.3. Metodologia de investigao A investigao visa responder seguinte questo central: O actual modelo organizacional das CSI, decorrente do processo de Transformao do Exrcito, responde s reais necessidades do Exrcito?. Esta questo foi identificada e explicitada a partir de diversas abordagens reveladas pelas leituras e pelos contactos exploratrios realizados. Estes elementos contriburam para evidenciar o caminho mais adequado para a investigao, caracterizada por quatro questes derivadas da questo central, que traduzem a problemtica: QD1: Quais as mudanas introduzidas pela Transformao do Exrcito? QD2: Quais as virtudes, defeitos e vulnerabilidades do actual modelo organizacional das CSI? QD3: Quais os desafios que se colocam organizao das CSI, com vista obteno de superioridade de informao e respectiva superioridade no processo da tomada de deciso? QD4: Qual o modelo mais adequado da organizao das CSI para satisfazer s reais necessidades do Exrcito? Como resposta s questes derivadas estabelecem-se as seguintes hipteses: H1: A Transformao do Exrcito introduziu mudanas significativas ao nvel da organizao das CSI. H2: O actual modelo organizacional das CSI apresenta virtudes, mas tambm defeitos e vulnerabilidades. H3: A organizao das CSI est perante alguns desafios, nomeadamente quanto s suas capacidades face Guerra Centrada em Rede e Guerra de Informao, com vista a apoiar a obteno de uma superioridade de informao e contribuir para a respectiva

nacional e das Foras Armadas, onde se preconiza Implementar uma poltica integradora para toda a rea dos sistemas de informao e tecnologias de informao e comunicao (SI/TIC) (PCM, 2008).

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superioridade no processo da tomada de deciso. H4: O actual modelo da organizao das CSI deve sofrer algumas alteraes de forma a adequ-lo s reais necessidades do Exrcito. A questo central foi o fio condutor do trabalho, levando a novas leituras e outros contactos exploratrios, incluindo entrevistas com oficiais conhecedores desta problemtica, para complementar o estudo com outra informao relevante. Baseado na anlise da bibliografia seleccionada, incluindo entrevistas, com recurso ao raciocnio prprio e ao estudo de situaes relacionadas, passou-se verificao das hipteses pelo mtodo dedutivo5, o que permitiu deduzir uma concluso final onde se ter demonstrado que o actual modelo organizacional das comunicaes e sistemas de informao necessita de adaptaes para responder s reais necessidades do Exrcito. 1.4. Organizao e contedo do trabalho Aps a apresentao do enquadramento e estabelecimento do seu objectivo, em seguida, no segundo captulo aborda-se o processo de Transformao do Exrcito, numa ptica dos seus antecedentes e actualidade, relacionada com a rea das comunicaes e sistemas de informao (CSI). No terceiro captulo analisa-se o impacto do processo de Transformao do Exrcito na organizao das CSI. No quarto captulo apresentam-se desafios a que a organizao das CSI est sujeita, nomeadamente ameaas e oportunidades que necessitam de novas respostas organizacionais e operativas. No quinto captulo faz-se a integrao das implicaes que o processo de transformao do Exrcito teve na organizao das CSI, com a sua adequao s respostas a dar aos desafios identificados, prospectivando um modelo de adequao da organizao das CSI. No ltimo captulo apresentam-se as concluses do estudo e recomendaes sobre o tema estudado. As figuras referenciadas no texto so apresentadas em Apndices e Anexos, onde tambm se incluem outros assuntos que suportam e complementam os estudos desenvolvidos. 2. Transformao do Exrcito O mundo actual tem subjacentes duas realidades inevitveis, a globalizao e a mudana cada vez mais rpida. A globalizao induz uma percepo do mundo, muito para alm da sua perspectiva ao nvel local, regional, nacional e mesmo transnacional. Existe a necessidade de uma5

Apresenta-se em Apndice I o Diagrama de Deduo que pretende fundamentar este mtodo.

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viso global do mundo, onde as fronteiras fsicas dos pases passaram a ter uma importncia diferente, relativamente ao poder que as novas tecnologias de informao e comunicao apresentam. As ameaas na actualidade so de certa forma difusas e apresentam aspectos que ultrapassam os factores de natureza eminentemente nacionais. A mudana permanente e a sua dinmica ao nvel socioeconmico condicionada por diversos factores relativos s alteraes tecnolgicas, cada vez mais relevantes no contexto das relaes internacionais. Nestas circunstncias, no deve menosprezar-se o valor intrnseco das pessoas, muito embora a sua capacidade de adaptao seja limitada e naturalmente exista uma reaco de resistncia mudana, perante os nveis de incerteza que as rodeiam. Assim, h que aproveitar as oportunidades que as tecnologias nos facultam e conciliar o processo de mudana com as condies da natureza humana. O sistema de funcionamento de qualquer organizao que pressupe satisfazer o cumprimento da sua misso, est permanentemente sujeito a novos desafios, havendo pois que adapt-lo s sucessivas novas realidades. Se tal imperativo vlido para qualquer organizao institucional, empresarial ou outra, ainda mais relevante o para a organizao dos Estados e das organizaes internacionais e transnacionais, incluindo as organizaes e instituies de natureza militar. Muito embora as instituies militares sejam consideradas organizaes com cariz, at certo ponto, de natureza conservadora, no podem deixar de se questionar perante as mudanas do seu meio envolvente. Assim, o sector da segurana e defesa e, em particular, a defesa nacional deve analisar a sua envolvente e introduzir alteraes necessrias sua adequao, de acordo com novas realidades nacionais e internacionais, inclusivamente ao nvel do seu enquadramento supranacional6. De forma a enquadrar os aspectos circunstanciais no processo de transformao, em curso, do Exrcito, apresenta-se a reorganizao de 1993 do Exrcito Portugus, relativo s Transmisses e Informtica, relacionada com a rea das comunicaes e sistemas de informao. 2.1. Reorganizao do Exrcito em 1993 A reorganizao do Exrcito, efectuada em 1993, operou-se depois da publicao, em 1991, da Lei Orgnica de Bases da Organizao das Foras Armadas (LOBOFA)7 e,

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Em particular, a NATO e a Unio Europeia. Lei n. 111/91, 29Ago (AR, 1991).

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em 1993, da 2. Lei de Programao Militar (LPM)8. Com estas duas peas legislativas ficaram definidos os parmetros orientadores das aces a desenvolver nos prximos anos, abrindo-se o caminho a um indispensvel esforo de modernizao e racionalizao de recursos humanos, materiais e financeiros (EME, 1994: 28). Na estrutura organizativa, desde 1976, o Estado-Maior do Exrcito destinava-se a assegurar o desempenho das funes de planeamento, direco e controlo das actividades do Exrcito e compreendia: os Departamentos de Pessoal, de Operaes, de Logstica, de Instruo, de Finanas, o Gabinete de Estudos e Planeamento e as Direces das Armas e dos Servios (EME, 1994: 29). Com base na LOBOFA9, a estrutura orgnica do Exrcito passou a ser constituda por: (i) o Chefe do Estado-Maior; (ii) os rgos de conselho e inspeco; (iii) o EstadoMaior do Exrcito; (iv) os rgos centrais de administrao e direco (OCAD)10; os rgos de implantao territorial; e (v) os elementos da componente operacional do sistema de foras nacional (EME, 1994: 28). Decorrente da nova estrutura, em consonncia com o preconizado na LOBOFA11: O EME12 passou a ter tarefas exclusivamente no mbito do planeamento e apoio deciso do CEME, com o respectivo Estado-Maior Coordenador (EMCoord) composto pelas Divises de Pessoal, de Informaes Militares, de Operaes, de Logstica, de Planeamento e Programao e de Instruo (EME, 1994: 29); Os OCAD13, na dependncia directa do CEME, com funes de Comandos Funcionais, visavam assegurar a superintendncia e execuo em reas ou actividades especficas essenciais, de acordo com as orientaes superiormente definidas. Assim, foram criados como Comandos Funcionais, o Comando do Pessoal, o Comando da Logstica e o Comando da Instruo (MDN, 1993b). Nas referidas circunstncias, o planeamento das Transmisses e da Informtica passou a ser uma atribuio do EME, atravs da Diviso de Operaes14. Com a criao dos Comandos Funcionais, a superintendncia e a execuo das reas e actividades especficas das Transmisses passaram a ser responsabilidade dessesLei n. 67/93, 31Ago. Lei n. 111/91, 29Ago, artigo 12., n. 1 (AR, 1991). 10 Os OCAD tm carcter funcional e visam assegurar a superintendncia e execuo de reas ou actividades especficas essenciais, de acordo com as orientaes superiormente definidas. (AR, 1991: 4494). 11 Lei n. 111/91, 29Ago, artigo 12., n. 2 (AR, 1991). 12 DL n. 50/93, 26Fev, artigo 7. (MDN, 1993b). 13 DL n. 50/93, 26Fev, artigo 9. (MDN, 1993b). 14 Repartio de Operaes, Comunicaes, Electrnica e Informtica, cf. DReg n. 43/94, 02Set (artigo 7.).9 8

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OCAD atravs das respectivas U/E/O15 associadas: Comando da Logstica administrao dos recursos materiais e financeiros: Direco dos Servios de Transmisses (DST/CmdLog) (ver Anexo A); Depsito Geral de Material de Transmisses (DGMT/GML), dependncia funcional; Centros de Telecomunicaes Permanentes (CTP: GML, RMN, RMS, ZMA e ZMM), dependncia tcnica; Escola Militar de Electromecnica (EMEl/GML), dependncia tcnica. Comando da Instruo assegurar a instruo do pessoal do Exrcito: Escola Prtica de Transmisses (EPT/RMN), dependncia tcnica; Escola Militar de Electromecnica (EMEl/GML), dependncia tcnica. Comando do Pessoal assegurar as actividades inerentes ao pessoal: A Direco dos Servios de Transmisses (DST/CmdLog) colabora nos estudos dos quadros orgnicos de pessoal (ver Anexo A). A Direco dos Servios de Transmisses (DST), na dependncia hierrquica do CmdLog, na rea da instruo competia-lhe elaborar pareceres ou propostas relativas necessidade de cursos e estgios tcnicos de especializao, aperfeioamento ou adaptao a novos abastecimentos ou procedimentos. No entanto, na rea do pessoal, alm de colaborar nos estudos dos quadros orgnicos de pessoal, no tinha quaisquer outras competncias, acerca da gesto do pessoal da Arma de Transmisses. Nas reas relacionadas com as Transmisses, em 1993, foram extintos os Destacamentos de Transmisses das Regies e Zonas Militares (RML, RMN, RMC16, RMS, ZMA e ZMM) e criados os correspondentes Centros de Telecomunicaes Permanentes (CTP) dos respectivos Comandos territoriais, a quem incumbia explorar os meios do sistema de telecomunicaes permanentes, explorar e manter outros meios e redes de guarnio e assegurar a segurana das comunicaes no comando territorial. Na rea da Informtica, em 1993, foi extinta a Direco do Servio de Informtica do Exrcito (DSIE)17 e criado o Centro de Informtica do Exrcito (CIE)18, na dependncia do Vice-Chefe do Estado-Maior do Exrcito. Nestas circunstncias o CIE como rgo territorial era um elemento da estrutura a quem incumbia prestar apoio de servios a outros elementos do Exrcito, como rgo tcnico organizado para o tratamento automtico da informao. Perante as competncias e a estrutura orgnica do CIE, este rgo constitua15

As relaes entre os diferentes nveis de autoridade foram definidas atravs da Directiva n. 167/CEME/97, 2Mai (EME, 1997). 16 O Cmd e QG/RMC foi extinto pelo Despacho 71/MDN/93, 30Jun (DR II Sria, n. 163, 14Jul93). 17 Despacho 71/MDN/93, 30Jun (DR II Sria, n. 163, 14Jul93). 18 Despacho 72/MDN/93, 30Jun (DR II Sria, n. 163, 14Jul93).

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se na entidade responsvel pela superintendncia e execuo das reas e actividades especficas da Informtica, destacando-se j na altura a componente dos sistemas de informao do Exrcito. Na rea da Informtica, em 1993, introduziram-se ainda alteraes com a extino dos Centros Regionais de Informtica das Regies e Zonas Militares (RML, RMN, RMC19, RMS, ZMA e ZMM) e criao dos correspondentes Centros de Informtica (CI) dos respectivos Comandos territoriais, a quem incumbia garantir o apoio informtico ao comando e s Un/Estab/Org dependentes do comando territorial. As alteraes introduzidas, em 1993, nas reas das Transmisses20 e da Informtica, levaram organizao e respectiva implantao territorial seguinte: Direco dos Servios de Transmisses (DST/CmdLog) (Lisboa); Escola Prtica de Transmisses (EPT/RMN) (Porto); Regimento de Transmisses (RTm/GML) (Lisboa); Centros de Telecomunicaes Permanentes das Regies e Zonas Militares (CTP: GML21, RMN, RMS, ZMA e ZMM); Depsito Geral de Material de Transmisses22 (DGMT/GML) (Linda-a-Velha); Escola Militar de Electromecnica (EMEl/GML) (Pao de Arcos); Batalho de Informaes e Segurana Militar (BISM/GML) (Trafaria); Centro de Informtica do Exrcito (CIE/VCEME) (Lisboa) (Substituiu a DSIE); e Centros de Informtica (CI: GML, RMN, RMS, ZMA e ZMM) (ver figura 2). 2.2. Transformao do Exrcito, em curso O Comando do Exrcito, ciente das suas responsabilidades, encetou este processo de transformao, em Outubro de 2003, sob orientaes do General CEME23, difundidas pelos diferentes escales de comando, direco e chefia. O processo de transformao do Exrcito teve em considerao alguns pressupostos e condicionantes, a destacar24 (EME, 2003): Em Novembro de 2004 terminava o perodo de transio de quatro anos, ao longo do qual o servio militar obrigatrio [teria sido] progressivamente extinto em tempo de paz, de acordo com a Lei do Servio Militar e o Exrcito tinha nesse momento um efectivo de cerca de 10500 praas voluntrias e contratadas;19 20

O Cmd e QG/RMC foi extinto pelo Despacho 71/MDN/93, 30Jun (DR II Sria, n. 163, 14Jul93). No se inclui a estrutura das Unidades de Transmisses de Campanha. 21 O Governo Militar de Lisboa (GML) substituiu a Regio Militar de Lisboa (RML). 22 Extinto em 31Dec2002. 23 Tais orientaes, expressas na Directiva n. 193/CEME/03 e em consonncia com o vertido na Directiva n. 263/CEME/01 (EME, 2006d: 24). 24 Directiva 193/CEME/03, 14Out.

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Tinha sido publicado o CEDN em Janeiro de 2003 e estava em curso a reviso do CEM, a que se deveria seguir e redefinio das Misses Especficas das Foras Armadas (MIFA), do Sistema de Foras Nacional (SFN) e do respectivo Dispositivo; O Governo [planeava] proceder reformulao dos documentos conceptuais e legais e reorganizao da estrutura superior da Defesa Nacional e das Foras Armadas; Em Maio de 2003, () [tinha sido] aprovada pela Assembleia da Repblica uma nova Lei de Programao Militar (LPM), que previa, em 2004, investimentos na ordem dos 80 milhes de euros nos vrios programas de reequipamento do Exrcito, num total de 1400 milhes de euros at 2020; Ao longo de 2004 previa-se a preparao de uma Lei de Programao de InfraEstruturas Militares, que permitir ao Exrcito concretizar o seu programa de modernizao e concentrao das infra-estruturas, j elaborado; Durante o ano de 2004, o Exrcito [deveria] continuar a contribuir com unidades de escalo batalho na Fora da OTAN na Bsnia e na Fora das Naes Unidas em Timor-Leste (); O Exrcito [contribua] para a Fora de Resposta OTAN (NATO Response Force NRF) no primeiro semestre de 2004 (NRF-2) com um grupo de elementos de operaes especiais; Em 2004 o Exrcito continuaria a conjugar esforos com o MDN, o EMGFA e os outros Ramos para estruturar e implementar um Sistema Integrado de Gesto (SIG) e uma Central de Compras. Face ao exposto, alguns destes pressupostos prosseguiram o seu caminho como previsto, nomeadamente o fim do Servio Efectivo Normal, a aprovao do CEM, das MIFA, do SFN e da LPM, incluindo a reviso da LPM j publicada em 2006. Embora esteja ainda sem concretizar a reorganizao da estrutura superior da Defesa Nacional e das Foras Armadas e a publicao da Lei de Programao de Infra-Estruturas Militares, enquanto o projecto do sistema integrado de gesto para a defesa nacional SIGDN25, tem sofrido diversas dificuldades e sucessivos atrasos. No entanto, estes factos menos esclarecidos no impediram que o desenvolvimento do processo de transformao do Exrcito trilhasse o seu caminho, que perante o enquadramento conceptual e legal, nomeadamente o estabelecido na LOBOFA, foi publicada a Lei Orgnica do Exrcito25

Falta integrar 70% dos SI dos Ramos e a integrao da Manuteno um quebra-cabeas, face integrao funcional e de ser efectuada onde os sistemas estiverem (informao do Director do Projecto SIG, 02Out07).

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(LOE)26 e a respectiva regulamentao (ver Apndice III). A LOE concretizou as orientaes preconizadas nas linhas de aco definidas na Directiva para a Transformao do Exrcito, atravs de uma estrutura geral que compreende: (i) a Estrutura de Comando do Exrcito (ECE); (ii) a Fora Operacional Permanente do Exrcito (FOPE); e (iii) a Estrutura Base do Exrcito (EBE). Com esta nova organizao so extintos os comandos territoriais e de natureza territorial, conformando-se uma Estrutura Base em que o regimento a unidade de referncia enquanto parte da componente fixa do sistema de foras nacional, competindo-lhe a misso principal de aprontamento e apoio Fora (EME, 2003); (MDN, 2006a). Vejamos agora algumas alteraes com implicaes mais directamente relacionadas com a organizao das comunicaes e sistemas de informao (CSI). No mbito dos princpios gerais de organizao, o Exrcito organiza-se numa estrutura vertical e hierarquizada e os respectivos rgos relacionam-se atravs dos seguintes nveis de autoridade27: comando; controlo; e autoridade tcnica. No mbito do Comando do Exrcito, o EME integra o Estado-Maior Coordenador (EMCoord) que o principal elemento de apoio deciso do CEME no mbito do EME. O EMCoord executa o planeamento de mdio e longo prazo, coordenando os planos, tarefas e actividades de todos os elementos do Exrcito, a fim de garantir o seu emprego como um todo sistemtico e compreende as Divises de Recursos, de Planeamento de Foras, de Comunicaes e Sistemas de Informao e de Informaes28. A Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (DivCSInfo)29, foi aprovada nesta estrutura orgnica do EME e tem as atribuies e a estrutura orgnica referidas em Anexo H, garantindo o planeamento de mdio e longo prazo, coordenando os planos e as respectivas actividades, no mbito das comunicaes e sistemas de informao. Nas atribuies da DivCSInfo do EME no aparece explicitada a sua relao com os sistemas de informao geogrfica (SIGeo), operados pelo IGeoE do CmdLog. Aos rgos centrais de administrao e direco (OCAD) compete assegurar a superintendncia e execuo em reas ou actividades especficas essenciais, de acordo com as orientaes superiormente definidas. Os OCAD compreendem o Comando do Pessoal, o Comando da Logstica, o Comando da Instruo e Doutrina e o Comando Operacional.26 27

DL n. 61/2006, 21Mar (MDN, 2006a). ver Apndice VII. 28 DReg n. 72/2007, 29Jun (MDN, 2007a). 29 Na estrutura anterior do EME, as competncias correspondentes, cabiam Diviso de Operaes, atravs da Repartio de Operaes, Comunicaes, Electrnica e Informtica, DReg n. 43/94, 02Set (artigo 7.).

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O Comando do Pessoal (CmdPess) assegura as actividades do Exrcito no domnio da administrao do pessoal atravs da Direco de Administrao de Recursos Humanos (DARH) propor, dirigir, coordenar e executar as aces referentes administrao do pessoal do Exrcito30; Direco de Servios de Pessoal (DSP) processamento de abonos e remuneraes; e Direco de Obteno de e Recursos Humanos (DORH). O Comando da Logstica (CmdLog) assegura as actividades do Exrcito no domnio da administrao dos recursos materiais e financeiros, atravs da Direco de Material e Transportes (DMT)31 (ver Anexo D); Direco de Infra-Estruturas (DIE) (ver Anexo E); Direco de Sade (DS); Direco de Aquisies (DA) (ver Anexo F); Direco de Finanas (DFin); e Instituto Geogrfico do Exrcito (IGeoE) (ver Anexo G). O Comando da Instruo e Doutrina (CID) assegura as actividades do Exrcito no mbito da instruo e da produo doutrinria atravs da Direco de Doutrina (DD); Direco de Formao (DF)32; e Centro de Simulao (CSimulEx)33. O Comando Operacional (COp) , em tempo de paz, o principal comando da estrutura operacional do Exrcito e assegura as actividades relativas Fora Operacional Permanente do Exrcito, competindo-lhe, em especial: (i) exercer a autoridade tcnica no mbito dos assuntos operacionais, de comunicaes e sistemas de informao e de informaes e segurana militar no Exrcito; e (ii) activar e operar o Centro Operacional de Guerra Electrnica, com a finalidade de planear e executar actividades no seu mbito, atravs da Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao (DCSI)34 (ver Anexo C); e do Centro de Informaes e Segurana Militar (CISM)35. A DCSI/COp deve manter uma relao estreita com a DMT/CmdLog e a DA/CmdLog por razes de algumas das suas atribuies se enquadrarem no mbito da rea logstica, nomeadamente quanto s atribuies previstas nas alneas d), f), g), h), j), l) e m) do n. 1 do artigo 46. do DReg n. 74/2007, 2Jul (ver Apndice VI). A DCSI/COp, para exercer a sua autoridade tcnica, deve manter tambm uma relao directa com o IGeoE/CmdLog, muito em particular, pela ligao intrnseca que existe entre as comunicaes e sistemas de informao (CSI) e os sistemas de informao geogrfica (SIGeo), incluindo a necessidade de definir os requisitos tcnicos e de sistemaA DCSI/COp tem competncia para elaborar pareceres e propostas sobre os efectivos, a qualificao tcnica e a colocao dos recursos humanos com formao especfica nas suas reas de actividade (). 31 A DMT tem na sua dependncia: CME, RMan, RTransp e DGME. 32 A DF tem na sua dependncia as Escolas Prticas, incluindo a Escola Prtica de Transmisses (EPT). 33 A DCSI/COp tem Autoridade Tcnica no mbito da simulao assistida por computador (ver Anexo C). 34 A DCSI tem na sua dependncia o RTm. 35 O CISM foi criado com algumas competncias do BISM (extinto) e outras foram transferidas para o RTm.30

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que, no mbito das suas atribuies [da DCSI], garantam a compatibilidade tcnica, bem como a interoperabilidade conjunta e combinada dos diferentes sistemas. A DCSI/COp, com vista a maximizar a utilizao dos recursos humanos com competncias tcnicas na rea das CSI, deve garantir uma relao com a DARH/CmdPess, de forma a elaborar pareceres e propostas sobre os efectivos, a qualificao tcnica e a colocao dos recursos humanos com formao especfica nas suas reas de actividade, com relevo para as especializaes crticas para a continuidade das operaes, em coordenao com o Comando do Pessoal. A DCSI/COp, deve relacionar-se com o Comando da Instruo e Doutrina e, muito em particular, com a Direco de Formao, a fim de propor a realizao de cursos e estgios tcnicos de especializao, actualizao ou adaptao a novos equipamentos, sistemas ou procedimentos em coordenao com o Comando da Instruo e Doutrina. A DCSI/COp para exercer a autoridade tcnica no mbito dos sistemas e tecnologias da informao e comunicaes, da segurana da informao, da guerra electrnica e da simulao assistida por computador tem de garantir relaes institucionais com todas as estruturas organizacionais do Exrcito, nomeadamente com o EME, a IGE e os OCAD. A lei orgnica do Exrcito36, em 2006, introduziu duas alteraes profundas: (i) uma na reconfigurao do dispositivo territorial, com a extino dos comandos territoriais; e (ii) outra na reorganizao da logstica, passando de uma Logstica por Servios para uma Logstica por Funes. Estas alteraes trouxeram vrias implicaes organizao das Comunicaes e Sistemas de Informao (CSI). Seno vejamos, de uma forma geral, algumas das alteraes introduzidas na organizao das CSI e reas afins (ver figura 3): U/E/O a extinguir, na rea das CSI (2006): Direco dos Servios de Transmisses (DST/CmdLog) (Lisboa); Centro de Informtica do Exrcito (CIE/VICEME)37 (Lisboa); Centros de Telecomunicaes Permanentes das Regies e Zonas Militares (CTP: GML, RMN, RMS, ZMA e ZMM); Centros de Informtica das Regies e Zonas Militares (CI: GML, RMN, RMS, ZMA e ZMM); Destacamento de Linda-a-Velha da Escola Militar de Electromecnica (antigo DGMT)38. U/E/O a criar ou a transformar, na rea das CSI (2006): Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (DivCSInfo/EME; Direco de Comunicaes e36 37

DL n. 61/2006, 21Mar (MDN, 2006a). As atribuies do CIE foram transferidas para o CDD/MDN e a DCSI e o RTm do COp (EME, 2007e). 38 Extinto em 31Dec2002.

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Sistemas de Informao (DCSI/COp; Regimento de Transmisses (RTm, transformao)39 DCSI/COp; Escola Prtica de Transmisses (EPT, manteve designao) DF/CID. Unidades da FOPE a criar ou a transformar, na rea das CSI (2006): Companhia de Transmisses da Brigada Mecanizada (CTm/BrigMec); Companhia de Transmisses da Brigada de Interveno (CTm/BrigInt)40; Companhia de Transmisses da Brigada de Reaco Rpida (CTm/BrigRR)41; Companhia de Transmisses de Apoio (CTmApoio) 42; Companhia de Guerra Electrnica (CGE)43 (ver figura 4). U/E/O a criar ou a transformar, relacionadas com as CSI (2006): Centro de Informaes e Segurana Militar (CISM, ex-BISM) COp; Direco de Material e Transportes (DMT) CmdLog; Depsito Geral de Material do Exrcito (DGME); Centro Militar de Electrnica (CME, ex-EMEl) DMT/CmdLog; Regimento de Manuteno (RMan) DMT/CmdLog; Direco de Aquisies (DA) CmdLog; Direco de InfraEstruturas (DIE) CmdLog; Instituto Geogrfico do Exrcito (IGeoE, manteve designao) CmdLog; Centro de Simulao do Exrcito (CSimulEx) DF/CID. O Exrcito como parte integrante do sistema de foras nacional articula-se na componente operacional, com as unidades da Fora Operacional Permanente (FOPE) e na componente fixa, que integra os restantes rgos do Exrcito. O apoio de CSI s unidades da FOPE seguiu os trmites doutrinrios da campanha. Em relao s U/E/O da componente fixa foram criados rgos prprios de comunicaes e sistemas de informao, onde o adjunto da Seco de Operaes, Informaes e Segurana (SOIS) o responsvel pela Seco de CSI, em acumulao de funes. A transformao no deve ser considerada como um processo para atingir um estado final, mas um processo continuado em que novas exigncias, novos desafios e novos ambientes de segurana e defesa requerem mudanas e adaptaes permanentes, associados tambm a processos de modernizao44. 2.3. Sntese conclusiva O processo da transformao em curso teve incio em 2003 e concretizou-se em 2006, com a publicao da nova lei orgnica do Exrcito (LOE). As duas grandes39

O RTm assumiu as competncias dos CTP e CI extintos dos comandos territoriais, passando a ter previsto na sua estrutura orgnica Destacamentos CSI (Norte, Centro, Sul, ZMA e ZMM) (ver figura 5). 40 Faz parte do Batalho de Transmisses da EPT/CID e est sob controlo da Brigada de Interveno. 41 Existe um defeito no organigrama da EPT (QOP n. 33.0.11, 30Jul06), BrigRR deve ler-se BrigInt. 42 Faz parte do Batalho de Transmisses da EPT/CID e est sob controlo do Comando Operacional. 43 Faz parte do Batalho de Transmisses da EPT/CID e est sob controlo do Comando Operacional. 44 Consultar conceitos de transformao e modernizao.

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mudanas operadas foram a extino dos comandos territoriais do continente e a alterao da logstica por servios para logstica por funes. Na rea das comunicaes e sistemas de informao, foi criada a Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao, do EME e a Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao, na dependncia do Comando Operacional. Na rea da informtica foi extinto o Centro de Informtica do Exrcito (CIE) e transformado o Regimento de Transmisses que veio a receber algumas atribuies do CIE (ver figura 5) (EME, 2007e). Assim, considera-se confirmada a hiptese 1 (H1), podendo extrair-se a seguinte concluso parcelar: A transformao do Exrcito em curso introduziu mudanas significativas ao nvel das comunicaes e sistemas de informao, de forma a adaptar-se s realidades actuais e fazer face a novas ameaas, decorrentes do conceito estratgico de defesa nacional. 3. Impacto da transformao do Exrcito, em curso

3.1. Impacto geral A transformao do Exrcito em curso introduziu diversas alteraes, que do ponto de vista organizacional, mexeu com a estrutura e naturalmente com as pessoas, como normal em qualquer processo de mudana, com incidncia no mbito da cultura organizacional e no processo de gesto da mudana. Atravs de alguns contactos exploratrios realizados no incio deste estudo, constatou-se desde logo no existir unanimidade sobre o modelo organizacional actual das comunicaes e sistemas de informao (CSI) implementado. Esta constatao ressalta dos aspectos fundamentais que se prendem com a alterao organizacional do conceito de um apoio logstico por servios para um apoio logstico por funes, em particular, ao nvel dos OCAD. Outro aspecto relevante percepcionado, face s alteraes introduzidas no sistema de apoio logstico, prende-se com o apoio logstico a um sistema de comunicaes e sistemas de informao (CSI) que apresenta um mbito global e transversal a toda a estrutura organizacional do Exrcito. Os aspectos mais relevantes que tiveram repercusses na organizao das comunicaes e sistemas de informao (CSI) esto relacionados com os seguintes factos: Extino dos comandos territoriais; Transformao da organizao da logstica baseada no apoio por servios para uma logstica por funes;

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Integrao da rea das comunicaes com a rea da informtica; Concentrao do planeamento das CSI em dois rgos. O planeamento de curto prazo e a execuo na Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao (DCSI) (ver figura 6), no Comando Operacional (COp) e o planeamento de mdio e longo prazo na Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (DivCSInfo) (ver figura 7), no EME. 3.2. Impacto na organizao das comunicaes e sistemas de informao A anlise do impacto das alteraes introduzidas na actual organizao das comunicaes e sistemas de informao (CSI) aborda-se neste contexto sobre virtudes, defeitos e vulnerabilidades identificadas e aqui apresentadas. No entanto, a fim de se poder construir um modelo sistmico e coerente com as metodologias cientficas reconhecidas, utiliza-se o mtodo da anlise SWOT45. E, neste caso, para harmonizar os conceitos relacionados com a anlise SWOT faz-se corresponder virtudes s foras e defeitos e vulnerabilidades s fraquezas, consideradas respectivamente pontos fortes e pontos fracos. Assim, as foras e as fraquezas, na anlise seguinte, correspondem identificao dos pontos fortes e pontos fracos, relativos anlise interna da organizao das CSI do Exrcito. A anlise externa desta organizao a que correspondem as ameaas e as oportunidades desenvolve-se no captulo seguinte. Por razes metodolgicas e de enquadramento conceptual, esta anlise segue a estrutura preconizada na Lei Orgnica do Exrcito (LOE)46: (i) Estrutura de Comando do Exrcito (ECE); (ii) Fora Operacional Permanente do Exrcito (FOPE); e (iii) Estrutura Base do Exrcito (EBE). 3.2.1. Estrutura de Comando do Exrcito 3.2.1.1. Pontos fortes Ao nvel da Estrutura de Comando do Exrcito (ECE), a criao de uma Diviso de Comunicaes e Sistemas de Informao (DivCSInfo), no EME, constitui uma das virtudes da organizao das CSI. Com a criao desta DivCSInfo veio a reconhecer-se a relevncia que tem a rea das comunicaes e sistemas de informao, ao nvel da Estrutura de Comando do Exrcito (ver figura 3). O seu carcter de envolvimento em toda a estrutura45

Uma Anlise SWOT um estudo de gesto estratgica organizacional que inclui, a anlise da envolvente interna, sobre as foras e as fraquezas (strengths, weaknesses) e a anlise da envolvente externa, acerca das oportunidades e as ameaas (opportunities, treats). 46 Cf. Art. 6., DL n. 61/2006, 21Mar (MDN, 2006a).

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organizacional do Exrcito constitui um elemento fundamental e contribui para o exerccio do Comando e Controlo do Exrcito, atravs de estudo, concepo e planeamento de mdio e longo prazo, de assuntos da sua competncia, para o apoio deciso do General CEME. A criao da Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao (DCSI), na dependncia do Comando Operacional47, constituiu tambm um ponto forte na Estrutura de Comando do Exrcito. Assim, a DCSI constitui um rgo integrador das CSI que estuda, planeia, dirige e executa as actividades nas reas das comunicaes, sistemas e tecnologias de informao e da segurana das comunicaes e dos sistemas de informao do Exrcito48. E, neste sentido, constituem tambm factores positivos as suas atribuies seguintes, em que lhe compete49: (i) Exercer a autoridade tcnica no mbito dos sistemas e tecnologias da informao e comunicaes, da segurana da informao, da guerra electrnica e da simulao assistida por computador; (ii) Dirigir e controlar as medidas de segurana da informao, participando nos processos para o seu estudo, anlise e implementao; e (iii) Fornecer apoio de engenharia e assessoria tcnico-cientfica ao Exrcito em matrias de tecnologias de informao e comunicaes. A incluso de um Ncleo CERT na Repartio de Segurana da Informao, da DCSI (ver figura 6), constitui um ponto forte, configurando uma oportunidade para se estudar a sua operacionalizao ao nvel do Exrcito, sem prejuzo da necessria coordenao com a estrutura superior do EMGFA e do MDN, incluindo a Marinha e a Fora Area, pela partilha das infra-estruturas das redes de dados. Sobre o posicionamento da DCSI na dependncia hierrquica do Comando Operacional, dando assim prioridade sua ligao com a FOPE, em princpio, seria um aspecto positivo, pois ficava facilitado o processo de apoio componente operacional, embora o apoio FOPE deva ser uma prioridade de todas as estruturas do Exrcito. No entanto, dos contactos exploratrios e de entrevistas efectuadas, constata-se haver dissonncia de opinies, o que se pode compreender perante as diversas competncias que a DCSI tem previsto exercer com relaes directas com a rea da logstica (ver Apndice VI). Nestas circunstncias, a situao da DCSI estar na dependncia do Comando Operacional, com diversas competncias da rea logstica, apresenta-se ainda pouco esclarecida.47

Face s competncias previstas para a DCSI/COp, nomeadamente no mbito da logstica, existem alguns aspectos que so abordados no mbito dos pontos fracos da ECE. 48 Cf. Misso atribuda no QOP n. 14.2.04, aprovado por despacho do General CEME, de 2/3/07. 49 Cf. n. 1, Art. 46., DReg n. 74/2007, 02Jul (MDN, 2007b)

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3.2.1.2. Pontos fracos Como se referiu anteriormente, a criao da DivCSInfo, no EME, constitui um ponto forte, no entanto, na sua estrutura orgnica50 identifica-se a ausncia de uma Repartio de Segurana de Informao (ver figura 7). Face a ameaas derivadas das operaes de informao, associadas a aces de guerra de informao, carece analisar a estrutura51 da DivCSInfo52, do EME, e acautelar o planeamento adequado da segurana das comunicaes e dos sistemas de informao53. Direco de Comunicaes e Sistemas de Informao (DCSI), como rgo de direco tcnica, compete-lhe apoiar, de forma transversal, toda a estrutura do Exrcito e, de uma forma especial, o Comando da Logstica, face s competncias previstas exercer no mbito de actividades logsticas (ver Apndice VI). Assim, nestas circunstncias a sua dependncia do Comando Operacional considera-se uma vulnerabilidade, conjugada com a necessidade de racionalizao dos recursos humanos, j espelhada na tabela seguinte, onde a formao tcnica especializada escassa.Tabela 1: Pessoal de Transmisses atribudo aos QOP do Comando da Logstica e Direces.

Comando da Logstica(QOP 12.2.00, 15Jul06)

Pessoal de Tm 1 CorTm 1 MajTm 1 TCorTm 1 CapTecManTm 1 SarjAjdTm 1 CapTm 1 MajTm

Obs. Subdirector DCSI/COp, acumulao funes Acumulao funes Nomear DCSI/COp, acumulao funes

Seco de Inspectores Sec. Engenharia Qualidade Rep. Estudos Tcnicos () Direco de Material e Transportes(QOP 12.2.01, 15Jul06)

Sec. Mat Elctrico, Electrnico e Geral Sec. Mat Elctrico, Electrnico e Geral Direco de Infra-estruturas(QOP 12.2.02, 15Jul06)

Sec. Instalaes Especiais Direco de Aquisies(QOP 12.2.04, 15Jul06)

Rep. Concursos e Contratos

Nomear DCSI/COp, acumulao funes

Por outro lado, sendo a DCSI a autoridade tcnica na rea dos sistemas e tecnologias de informao, considera-se uma vulnerabilidade no estar explicitado, no mbito das suas competncias, os sistemas de informao geogrfica (SIGeo), pela sua especificidade, dimenso e relevncia da sua integrao no mbito do sistema de informao de comando e controlo do Exrcito (SICCE)54. Neste contexto, considera-se50 51

Cf. n. 2, Art. 8., DReg n. 72/2007, 29Jun (MDN, 2007a). Relativo s Reparties indicar as competncias que lhes cabem exercer como primeira responsabilidade. 52 Cf. Art. 8., DReg n. 72/2007, 29Jun (MDN, 2007a). 53 A DIVCOMSI/EMA apresenta trs rgos: comunicaes, sistemas de informao e segurana das CSI. 54 Neste caso, constata-se que a normalizao utilizada pelo IGeoE para a informao geogrfica no directamente compatvel com os requisitos definidos para o SICCE, havendo necessidade de compatibilizar esta situao e evitar outras disfunes tcnicas idnticas.

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tambm vulnerabilidade a falta de explicitao ao nvel da DivCSInfo, do EME, das competncias no mbito dos SIGeo, de forma a integr-los no planeamento global, de mdio e longo prazo, dos sistemas de informao. 3.2.2. Fora Operacional Permanente do Exrcito 3.2.2.1. Pontos fortes Com a aprovao da nova lei orgnica de Exrcito, este Ramo das Foras Armadas passa a integrar uma componente operacional materializada na Fora Operacional Permanente do Exrcito (MDN, 2006a: 2044). Este facto, por si s, constitui uma virtude, pois vem permitir satisfazer Capacidade de resposta rpida, na perspectiva de actuao em qualquer parte do territrio nacional e, justificando-se, alm-fronteiras, conforme preconizado no Conceito Estratgico de Defesa Nacional (PCM, 2003: 286) e seguindo as linhas de aco da transformao do Exrcito, onde o factor prioritrio na concepo do novo modelo organizacional do Exrcito a prontido da FOPE (EME, 2003: 1). Assim, no mbito da organizao das CSI, a reafirmao de incluir uma companhia de transmisses (CTm) em cada Brigada, da FOPE, um factor que constitui um ponto forte, pelo reconhecimento que dado ao apoio de combate das comunicaes e sistemas de informao. O facto de manter a designao de Companhia de Transmisses, podendo designar-se por Companhia de Comunicaes e Sistemas de Informao, demonstra alguma sensibilidade por associar o nome Arma de Transmisses e ao Pessoal de Transmisses, que as guarnece. A criao no Estado-Maior Coordenador das Brigadas de uma seco de CSI (G6)55, libertando o comandante (Cmdt)56 da CTm/Brig para outras actividades de carcter operacional, considera-se um ponto forte. Assim, o oficial G6 procede ao planeamento do apoio de comunicaes s operaes da Brigada e o Cmdt da CTm/Brig exerce o respectivo apoio conforme planeado pelo G6, em coordenao de esforos, para que o respectivo planeamento seja exequvel e mais adequado aos meios disponveis. A criao de uma Companhia de Transmisses de Apoio no mbito das foras de apoio geral da FOPE, constitui um factor positivo, pois, alm de outras possibilidades, permite57 Fornecer Mdulos de Apoio de Comunicaes a Foras Nacionais Destacadas [FND], quando necessrio, garantindo ainda o Rear Link e Apoiar em comunicaes o55 56

A G6 constituda por 2 Of. (TCorTm/MajTm+CapTecExpTm), 2 Sarg. (SAjTm+1SarTm) e 2 Cabos. Na estrutura anterior o Cmdt da CTm/Brig assumia as funes de G6 em acumulao de funes. 57 Cf. QOP n. 24.0.65, 28Dec05.

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Sistema Nacional de Proteco Civil (SNPC), em situaes de catstrofe, o que constitui um factor a relevar no apoio s FND e a hiptese de apoio ao SNPC. O Centro de Operaes de Guerra Electrnica (COGE)58 passou a integrar o Comando Operacional59, o que constitui um factor positivo, que embora no conste como uma componente da FOPE, h razes para realar este facto, pela importncia do seu apoio componente operacional como elemento do combate electrnico. 3.2.2.2. Pontos fracos Ao nvel da Fora Operacional Permanente do Exrcito, identificam-se alguns aspectos a aperfeioar e vulnerabilidades a superar. O Comando Operacional (COp) apresenta-se na nova LOE como um dos rgos centrais de administrao e direco (OCAD)60, que segundo a actual LOBOFA61, tm carcter funcional e visam assegurar a superintendncia e execuo de reas ou actividades especficas essenciais, de acordo com as orientaes superiormente definidas, o que no acontecia na LOE anterior, em que este comando no constitua um rgo funcional. Por outro lado, conhecendo-se a inteno de o EMGFA62 vir a integrar um Comando Operacional Conjunto (COC) permanente, esta situao poder vir a condicionar a actual estrutura do Comando Operacional do Exrcito (PCM, 2008). A situao de incluir o Centro de Operaes de Guerra Electrnica (COGE) na estrutura do Comando Operacional constitui um factor positivo, no entanto, o facto de apenas ser activado quando necessrio custa de elementos da EBE e da FOPE63 constitui um ponto fraco, que carece ser revisto, face vulnerabilidade associada sua prontido operacional, que nesta situao fica comprometida. luz da nova lei orgnica do Exrcito e dos conceitos dos nveis de autoridade, a situao de algumas unidades da FOPE estarem sob controlo do Comando Operacional, configura-se como uma vulnerabilidade na aco de comando destas foras, em que a autoridade de controlo caracteriza-se por no incluir a competncia disciplinar nem poder de determinar misses ou de delegar as competncias por si abrangidas64. EstoO COGE anteriormente designado Centro Operacional de Guerra Electrnica foi criado por despacho n. 168/CEME/2002, de 26Set2002, e era responsvel pelas actividades de planeamento e execuo no mbito da guerra electrnica e estava sob o comando operacional do COFT e sob o comando administrativo-logstico da RMN, atravs da EPT. 59 Cf. QOP n. 14.2.00, 27Mai2006. 60 Cf. Artigo 18., DL n. 61/2006, 21Mar (LOE) (MDN, 2006a). 61 Cf. Artigo 12., Lei n. 111/91, 29Ago (LOBOFA) (AR, 1991). 62 No mbito da reorganizao da estrutura superior da Defesa Nacional e das Foras Armadas (PCM, 2008). 63 Cf. QOP n. 14.2.00, aprovado em 27Mai2006. 64 Cf. Artigo 3., DL n. 61/2006, 21Mar (LOE) (MDN, 2006a).58

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nesta situao a Companhia de Transmisses de Apoio, a Companhia de Transmisses da Brigada de Interveno e a Companhia de Guerra Electrnica, que esto sob o comando da Escola Prtica de Transmisses, dependente do Comando da Instruo e Doutrina (CID) e sob o controlo do Comando Operacional65. Por outro lado, a articulao entre o quadro orgnico de pessoal (QOP) das CTm/Brig e da CTmApoio e o respectivo material, correspondente aos sistemas que equipam as unidades, apresenta vulnerabilidades face calendarizao prevista da LPM para o seu reequipamento. Neste caso, estima-se que s em 2010 alguns equipamentos estaro disponveis, pelo que at l se ter de conciliar a nova estrutura orgnica de pessoal, com os sistemas antigos, tendo repercusses na colocao de pessoal, que ser atribudo de acordo com os novos QOP, sem o correspondente material do projecto do Sistema de Informao e Comunicaes Tctico (SIC-T), estar disponvel. 3.2.3. Estrutura Base do Exrcito 3.2.3.1. Pontos fortes A Estrutura Base do Exrcito (EBE)66 constituda pelas unidades, estabelecimentos e outros rgos que tm como competncia genrica formar, aprontar e manter foras operacionais. Neste contexto, identificam-se os seguintes pontos fortes: Criao de uma Seco de Comunicaes e Sistemas de Informao em todas as unidades tipo Regimento e unidades equivalentes. Esta soluo constitui um factor positivo porque este rgo veio integrar as reas das comunicaes, dos sistemas de informao e da segurana cripto e ainda institucionalizar a rea da informtica 67. A transformao do Regimento de Transmisses (RTm) considera-se um dos factores mais relevantes, pois constitui uma mudana de paradigma fundamental para a operacionalizao da estratgia de integrao das comunicaes com os sistemas de informao, vulgarmente associados rea da informtica68 (ver figura 5). Com a extino do Centro de Informtica do Exrcito (CIE) esta mudana era imprescindvel, muito embora ainda se encontre em fase de consolidao. Esta transformao ocorreu em coordenao com a criao do futuro Centro de Dados da Defesa (CDD), cuja estrutura temporria iniciou a sua instalao no CIE e mais recentemente ocupou as suas infra65

Cf. EME, 2006c: Anexo G-FOPE. No caso da CTm/BrigInt, esta est sob o controlo do Comando Operacional atravs da Brigada de Interveno. 66 Cf. n. 1, Art. 27., DL n. 61/2006, 21Mar (LOE) (MDN, 2006a). 67 Antes, cada unidade tentava resolver o seu problema de per si, e a capacidade instalada sofria mudanas com a sada do pessoal com alguma especializao particular e sem que muitas vezes pudesse ser substitudo. 68 A transformao do RTm ocorreu associada ao processo de extino do CIE.

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estruturas depois da sua extino. O despacho do Ministro da Defesa Nacional, N. 246, de 28 de Novembro de 2006, cria uma estrutura temporria que dar lugar ao Centro de Dados da Defesa (CDD) e determina que At criao da estrutura nica deve ser garantido o desenvolvimento e manuteno do SI de Gesto do Exrcito (MDN, 2006b). Esta determinao do Ministro da Defesa considera-se demasiado vaga, carecendo de ser melhor explicitada, atravs de um protocolo entre o Exrcito e o Ministrio da Defesa Nacional, a fim de se esclarecer o mbito e as condies da sua operacionalizao, face s reais necessidades do Exrcito (EME, 2007e). Outro factor positivo, ao nvel da EBE, a integrao da Escola Superior Politcnica do Exrcito (ESPE), na Academia Militar, conforme preconizado em directiva do General CEME69 e agora aprovado em decreto-lei70, relativo adequao do ensino superior pblico militar ao Processo de Bolonha, sendo, neste caso, extinta a ESPE e criado um departamento de ensino politcnico na Academia Militar, procurando-se maximizar e potenciar a formao superior politcnica (MDN, 2008). 3.2.3.2. Pontos fracos A extino dos comandos territoriais do continente71 e a transformao das Zonas Militares dos Aores e da Madeira (ZMA e ZMM) levaram extino dos respectivos Centros de Telecomunicaes Permanentes (CTP) e Centros de Informtica (CI)72. Estes rgos garantiam o apoio de comunicaes e informtica, ao nvel regional, em estreita ligao e coordenao tcnica com a DST, o CIE e o RTm. A extino destes rgos regionais verificou-se antes que estivesse criada uma nova estrutura organizacional, para prestar o apoio componente fixa do sistema de foras nacional (SFN). Esta situao est ainda em fase de consolidao, atravs da implementao dos Destacamentos de Comunicaes e Sistemas de Informao do Regimento de Transmisses (DestCSI/RTm), o que constitui uma vulnerabilidade quanto ao apoio regional em CSI (ver figura 5). Quanto situao das Zonas Militares, h a referir que estes comandos regionais no foram extintos e passaram para a dependncia do Comando Operacional, no entanto, o Centro de Telecomunicaes Permanente (CTP) e o Centro de Informtica (CI) foram extintos e substitudos por um Destacamento de Comunicaes e Sistemas de Informao do Regimento de Transmisses. Por outro lado, foi criada uma Seco de Comunicaes e69 70

Cf. Directiva N. 90/CEME/07, 27Mar (EME, 2007b). Cf. DL n. 37/2008, 5Mar (MDN, 2008). 71 GML, RMN e RMS. 72 A extino dos CTP e CI ocorreu com a extino dos comandos territoriais, em 15Jul2006.

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Sistemas de Informao na respectiva Unidade de Apoio. Assim, os Comandos da Zona Militar dos Aores e da Madeira ficaram com dois rgos de apoio em CSI, sem haver um responsvel nico para essa rea. Perante esta situao o Comando da ZMM a fim de garantir a funcionalidade do sistema integrado existente entre as comunicaes da ZMM e Cmd Op da Madeira, por seu despacho, determinou que A Seco CSI/CCS/Un Apoio e o Destacamento RTm/ZMM ficam sob a autoridade de controlo do Oficial de Comunicaes do Comando Operacional da Madeira. Assim, o Comando da ZMM optou por atribuir ao Adjunto da ROIS/CmdZMM (Capito de Transmisses), ser o responsvel perante o Comandante da ZMM e o Comandante Operacional da Madeira pela operacionalidade das CSI quer as do SICOM, quer as do SITEP, quer as tcticas do Exrcito (Leito, 2008)73. Nestas circunstncias, considera-se adequado que o Adjunto da ROIS (Capito de Transmisses) passe a assumir a responsabilidade pelos rgos de CSI do comando da respectiva Zona Militar, em acumulao, tal como acontece nas unidades tipo regimento. Relativamente ao DestCSI do RTm, esta problemtica carece ser analisada de uma forma global, no entanto, parece razovel que os DestCSI nas Zonas Militares sejam orgnicos dos respectivos comandos, j que existe unidade de comando regional, sem prejuzo de ficarem na dependncia tcnica do RTm, tal como acontecia com os CTP. 3.3. Sntese conclusiva O actual modelo de organizao das comunicaes e sistemas de informao pode assim caracterizar-se segundo os pontos fortes e pontos fracos seguintes. Pontos fortes mais relevantes: A DCSI constituir-se como um rgo integrador das comunicaes com os sistemas de informao e exercendo a autoridade tcnica no seu mbito; A indicao de um ncleo CERT na estrutura da DCSI; A criao de uma seco de CSI (G6) no Estado-Maior das Brigadas; A criao de uma seco de CSI em todas a unidades tipo Regimento; A transformao do RTm para integrao das comunicaes com os sistemas de informao; Pontos fracos mais relevantes: A DCSI na dependncia do COp face s suas atribuies de apoio logstico; Falta de uma Repartio de Segurana de Informao na DivCSInfo, do EME;73

Cf. Entrevista em 18Jan2008.

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No explicitados os sistemas de informao geogrfica (SIGeo) nas competncias da DivCSInfo e da DCSI; O Centro Operacional de Guerra Electrnica (COGE) ser activado quando necessrio custa de elementos da EBE e FOPE, embora integrado na estrutura do COp; CTmApoio, CTm/BrigInt e CGE sob controlo do Comando Operacional; Desadequao dos rgos de apoio em CSI nas Zonas Militares (ZMA e ZMM). Assim, considera-se confirmada a hiptese 2 (H2), podendo extrair-se a seguinte concluso parcelar: A actual organizao das comunicaes e sistemas de informao apresenta aspectos positivos, constituindo virtudes do modelo adoptado, no entanto, como em qualquer processo de mudana, existem imperfeies e vulnerabilidades que carecem de soluo, de forma a tornar o apoio global das CSI mais efectivo. 4. Desafios da organizao das comunicaes e sistemas de informao Atendendo a que a mudana , hoje, uma realidade organizacional permanente, ento, fundamental que as organizaes exercitem os esforos necessrios para monitorizar e controlar as alteraes, quer na envolvente externa, quer na envolvente interna. Assim, devem identificar-se elementos ou factores que possam interferir com a concretizao dos seus objectivos, associados a determinado nvel de risco74. normal e tradicional associarem-se os riscos, apenas a factores que podem vir a perturbar, de forma negativa, o funcionamento da organizao. No entanto, pode ser ainda mais relevante o no aproveitamento de uma situao favorvel que eventualmente ocorra. Assim, entende-se que a monitorizao e controlo dos riscos deve ter um mbito alargado de anlise sobre eventos ou condies incertas que, se ocorrerem, podem ter um efeito negativo ou positivo, sobre pelo menos um objectivo a atingir. Desta forma, os riscos devem ser analisados do ponto de vista das ameaas, mas tambm das oportunidades preconizando estratgias de contingncia, de preveno ou mesmo de mera observao da sua evoluo. Nestas circunstncias devem preparar-se as condies para agir em conformidade com as circunstncias estudadas, em detrimento de ter de reagir sem as necessrias condies de tempo e de meios adequados. Uma oportunidade pode transformar-se numa ameaa, caso no se aproveitem as condies favorveis em tempo til. Naturalmente que perante a imprevisibilidade, no existem condies de se estar preparado para todos os74

Entende-se que um risco pode estar associado a uma ameaa ou a uma oportunidade e constitui um desafio de forma a obter os melhores resultados perante as respostas a dar-lhe.

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cenrios e, nestas circunstncias, h necessidade de assumir alguns riscos. A abordagem aos desafios da organizao das comunicaes e sistemas de informao segue uma anlise conjunta de ameaas e oportunidades cujo desenvolvimento se apresenta. 4.1. Desafios para as comunicaes e sistemas de informao A partir de uma anlise pessoal atravs de leituras e estudos sobre a problemtica da rea das comunicaes e sistemas de informao (CSI), no mbito do processo de transformao do Exrcito em curso e de contributos obtidos atravs de entrevistas75, identificam-se os seguintes desafios. Transformao de mentalidades; Autoridade tcnica da Direco das Comunicaes e Sistemas de Informao; Investimento para edificar a Capacidade C376 no Exrcito; Coordenao da rea das CSI com a rea das informaes (intelligence); Sistemas de informao de gesto; Planeamento Estratgico de Comunicaes e Sistemas de Informao (PECSI); Guerra de Informao e Informao Pblica; Gesto de informao e de conhecimento; Operacionalizao da estrutura de segurana de informao (INFOSEC); Reorganizao da estrutura superior da Defesa Nacional e das FFAA; Guerra de Informao e Guerra Centrada em Rede; Compromissos internacionais com a OTAN e a Unio Europeia (UE); Formao e desenvolvimento de competncias; Modelo de gesto dos recursos humanos da Arma de Transmisses; Polivalncia no emprego de recursos materiais e humanos; Sistema de logstica por funes. Estes desafios podiam configurar-se como ameaas e oportunidades, havendo necessidade de uma avaliao criteriosa de cada um, no contexto de atribuio de prioridades para encontrar solues a curto, mdio ou longo prazo. No entanto, estes desafios no se caracterizam individualmente como ameaas ou oportunidades, uma vez que a resposta a uma ameaa se pode considerar uma oportunidade de mdio ou longo75

As entrevistas realizaram-se atravs de contacto presencial, embora na maioria dos casos se tenha recorrido ao correio electrnico, face s dificuldades da possibilidade do contacto directo. 76 C3: Comando, Controlo e Comunicaes.

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prazo e a resposta a uma oportunidade , em si mesma, um factor potenciador de melhorias a curto prazo. Nestas circunstncias, adequada uma anlise SWOT relativa s ameaas e oportunidades como respostas a oportunidades em tempo oportuno, onde o factor tempo um elemento preponderante, que se associado a informao oportuna potencia superioridade na tomada de deciso uma das capacidades identificadas no processo de transformao da NATO. A fim de sistematizar o enquadramento destes desafios, na medida em que praticamente todos tm incidncia, em maior ou menor grau, ao nvel de todas as estruturas do Exrcito, apresentam-se integrados no mbito da Estrutura de Comando do Exrcito (ECE), da Fora Operacional Permanente do Exrcito (FOPE) e da Estrutura Base do Exrcito (EBE), critrio j adoptado no captulo anterior. 4.1.1. Desafios da Estrutura d