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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E MANEJO DE RECURSOS NATURAIS NÍVEL MESTRADO THOMAS KEHRWALD FRUET MONITORAMENTO BIOLÓGICO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO SOLO NA QUALIDADE DA ÁGUA DE RIOS: AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA CASCAVEL-PR 08/2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E

MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO

THOMAS KEHRWALD FRUET

MONITORAMENTO BIOLÓGICO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO

SOLO NA QUALIDADE DA ÁGUA DE RIOS: AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA

VEGETAÇÃO RIPÁRIA

CASCAVEL-PR

08/2013

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THOMAS KEHRWALD FRUET

MONITORAMENTO BIOLÓGICO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO

SOLO NA QUALIDADE DA ÁGUA DE RIOS: AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA

VEGETAÇÃO RIPÁRIA

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Conservação e Manejo de Recursos Naturais – Nível Mestrado, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais

Área de Concentração: Conservação e Manejo

de Recursos Naturais

Orientador: Drª Fabiana Gisele da Silva Pinto

Co-orientador: Drª Yara Moretto

CASCAVEL-PR

08/2013

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Central do Campus de Cascavel – Unioeste

Ficha catalográfica elaborada por Jeanine da Silva Barros CRB-9/1362

P314u

Fruet, Thomas Kehrwald

Monitoramento biológico da influência de diferentes usos do solo na

qualidade da água de rios: avaliação da importância da vegetação ripária/

Thomas Kehrwald Fruet - Cascavel, PR: UNIOESTE, 2013.

47 p.

Orientador: Prof. Drª. Fabiana Gisele da Silva Pinto

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Oeste do

Paraná.

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Conservação e

Manejo de Recursos Naturais, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

Bibliografia.

1. Coliformes totais. 2. Macroinvertebrados bentônicos . 3. Qualidade

da água. 4. Análise multivariada. I. Universidade Estadual do Oeste do

Paraná. II. Monitoramento biológico da influência de diferentes usos do

solo na qualidade da água de rios: avaliação da importância da

vegetação ripária.

CDD 21.ed. 631.86

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THOMAS KEHRWALD FRUET

Monitoramento biológico da influência de diferentes usos do solo na qualidade da

água de rios: avaliação da importância da vegetação ripária

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em

Conservação e Manejo de Recursos Naturais-Nível de Mestrado, do Centro de

Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná,

como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Conservação e

Manejo de Recursos Naturais, pela comissão Examinadora composta pelos

membros:

Prof. Dr. Fabiana Gisele da Silva Pinto

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)

____________________________________

Prof. Dr. Yara Moretto

Universidade Federal do Paraná - Palotina

____________________________________

Prof. Dr. Gilza Maria de Souza Franco

Universidade Comunitária Regional de Chapecó - SC

____________________________________

Prof. Dr. Paulo Vanderlei Sanches

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Aprovada em 20 de agosto de 2013

Cascavel - Paraná

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Dedicatória:

Dedico este trabalho a todos que diretamente e indiretamente me auxiliaram ao

término do mesmo

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SUMÁRIO

Revisão Bibliográfica......................................................................................01

Resumo.........................................................................................................09

Abstract..........................................................................................................10

1. CAPÍTULO 1: INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO SOLO NA

QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO SÃO JOÃO-PR E IGUAÇU-

PR: AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA ZONA RIPÁRIA

RESUMO...................................................................................................11

INTRODUÇÃO..........................................................................................11

MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................14

RESULTADOS E

DISCUSSÃO....................................................................................16

REFERÊNCIAS.........................................................................................25

2. CAPÍTULO 2: INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO NA QUALIDADE

DA ÁGUA DE RIOS SOB A COMUNIDADE BENTÔNICA:

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA

RESUMO...................................................................................................35

INTRODUÇÃO..........................................................................................36

MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................38

RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................42

REFERÊNCIAS.........................................................................................53

Revisão Bibliográfica

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ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA

O Brasil possui uma situação privilegiada em relação à quantidade de água

doce presente no mundo, detém cerca de 12% da água doce disponível no

planeta (ANA,2002). A água é o constituinte inorgânico mais abundante na

matéria viva: no homem, mais de 60% do seu peso são constituídos por água, e

em certos animais aquáticos esta porcentagem sobe para 98% (VON SPERLING,

1996). Ela é um elemento essencial para a vida e para a humanidade, desde o

consumo a utilização desta nas atividades industriais e agrícolas pelo homem,

além de ser de importância vital aos ecossistemas (REBOUÇAS, 1999).

No Brasil os ambientes aquáticos são avaliados seguindo os padrões

estabelecidos pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

A qualidade das águas destinadas ao consumo humano é avaliada pela

potabilidade, ela deve estar dentro dos padrões permitidos pela legislação nos

parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos (BRASIL, 2004). A

água potável, tanto a superficial quanto a subterrânea, está cadê vez mais

escassa devido ao aumento da população mundial e da intensa pressão antrópica

(GOULART; CALLISTO, 2003; AMARAL et al.,2006).

As características de qualidade das águas dos rios derivam dos ambientes

naturais e antrópicos onde se originam, circulam, percolam ou ficam estocadas

(REBOUÇAS, 1999). Poucas são as regiões do mundo ainda livres dos

problemas de perda de fontes de água doce, da degradação da qualidade da

água, ou seja, da poluição dos rios (RODRIGUES; MALAFAIA, 2009).

O Brasil apresenta 80% da população em áreas urbanas, este número

pode chegar até 90% nos estados mais desenvolvidos (TUCCI; HESPANHOL;

NETTO, 2000). Desta forma, o avanço urbano se torna inevitavel, haja vista o

elevado crescimento populacional e sua concentração nas cidades. No Brasil, a

urbanização se deu de maneira aleatória e sem planejamento, o que gerou um

impasse entre a expansão urbana e os recursos hídricos (OLIVEIRA; VESTENA;

THOMAZ, 2010).

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Devido ao despejo de poluentes em muitos rios, a qualidade destes vem

diminuindo. Nas cidades onde não há um sistema de esgoto eficiente, o esgoto

doméstico é a principal fonte de poluição, isto estimula o crescimento de bactérias

e adiciona outros micro-organismos para o meio ambiente, incluindo os de origem

fecal (SILVA et al., 2010).

Sendo assim, se faz necessário uma maior preocupação das autoridades

sanitárias em relação aos mananciais, a fim de monitorar os nossos recursos

hídricos para saber a real situação destes para que seja possível propor medidas

adequadas de manejo a estes ambientes aquáticos (STRIEDER et al., 2006).

Este monitoramento deve envolver as características físicas, químicas e

biológicas da água para captar as mudanças e minimizar as incertezas em

relação a sua qualidade (IAP, 2005).

FONTES DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

As principais cargas de poluição relacionadas às águas podem ser de dois

tipos: pontuais e difusas. As cargas pontuais se devem a efluentes industriais,

esgotos cloacais e pluviais. Já as cargas difusas se devem ao escoamento na

região urbana e rural, distribuído ao longo das bacias hidrográficas.

Os poluentes podem ser orgânicos ou inorgânicos. Os de origem orgânica

provem dos restos e dejetos humanos e animais e da matéria orgânica vegetal.

As cargas inorgânicas têm origem nas atividades humanas, como por exemplo,

no uso de pesticidas e nos efluentes industriais (TUCCI, 2003).

Os danos gerados por fontes de poluição pontual podem ser minimizados

ou eliminados através de um tratamento apropriado desse efluente, para que ele

possa após esse tratamento ser lançado diretamente em um rio. Já a poluição de

origem difusa fica impossível o tratamento, devido à facilidade de difusão dos

resíduos no ambiente, portanto para ser realizado o controle desta fonte as

medidas devem se basear principalmente na educação ambiental (BRITO, 2003).

PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DA ÁGUA

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Os principais parâmetros físicos e químicos para indicar a qualidade da

água são: pH, temperatura, cor, turbidez, condutividade elétrica, sólidos

dissolvidos totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio,

nitrogênio total e fósforo total.

O pH representa a concentração do íon hidrogênio na água, dando uma

indicação se esta água é ácida, neutra ou alcalina. Naturalmente a variação do

pH provem de dissolução de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação

da matéria orgânica e da fotossíntese, porém esta variação pode ser causada por

ações antropogênicas como o despejo de resíduos domésticos e industriais (VON

SPERLING, 1996). Se o pH estiver em torno de 7 á água é considerada neutra,

menor que 6 ela é considerada acida e maior que 8 ela é considerada básica

(AYRES & WESTCOT, 1999).

A temperatura indica a intensidade de calor presente na água,

naturalmente a temperatura encontrada no rio está relacionada à climatologia do

local e através da transferência de calor por radiação, condução e convecção com

a atmosfera e o solo (VON SPERLING, 1996). Ela esta diretamente ligada com as

velocidades das reações químicas, a solubilidade das substâncias e ao

metabolismo dos organismos presentes no ambiente aquático. A elevação de

temperatura nos corpos d’água diminui a solubilidade dos gases (oxigênio

dissolvido), e aumenta a taxa de transferência dos gases podendo assim gerar

mau cheiro (GONÇALVES, 2009).

A cor da água é produzida através da reflexão da luz sobre pequenas

partículas denominadas colóides, estás partículas estão dispersas por toda a

água, são de origem predominantemente orgânica e com dimensão inferior a um

mícron (LIBÂNIO, 2005). Naturalmente a origem da coloração da água vem da

decomposição da matéria orgânica (principalmente dos vegetais que iram formar

os ácidos húmicos e fúlvicos) e da presença de ferro e manganês. Com a ação do

homem esta coloração também pode mudar com o despejo de resíduos

domésticos e industriais na água (VON SPERLING, 1996). Ela pode apresentar

diversas colorações, podendo ser amarelada por influência de materiais como

folhas ou detritos orgânicos, ou pode ser negra por influência de regiões de

vegetação densa como ocorre com o rio Negro na Amazônia (GONÇALVES,

2009).

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A turbidez representa o grau de interferência da passagem da luz através

da água, conferindo uma aparência turva a mesma. Partículas de rocha, algas,

micro-organismos, despejos domésticos e industriais podem deixar a água mais

turva (VON SPERLING, 1996). A turbidez reduz a penetração de raios solares,

desta forma limita a realização de fotossíntese que, por sua vez, reduz a

reposição do oxigênio (FARIAS, 2006).

A condutividade elétrica é a capacidade da água em transmitir corrente

elétrica, esta depende da quantidade de sais dissolvidos, aumentando à medida

que a concentração de sais aumenta. Sólidos totais dissolvidos é toda a matéria

que permanece como resíduo após a evaporação da água, este parâmetro esta

intimamente ligado a condutividade elétrica, podendo desta forma ser estimado

através dela (GONÇALVES, 2009).

Oxigênio dissolvido é reconhecido como o parâmetro de maior importância

para indicar a qualidade de um ambiente aquático (LIBÂNIO, 2005). Ele é de

essencial importância para os organismos aeróbios, durante a estabilização da

matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos

respiratórios, podendo vir a causar uma redução na concentração deste no meio.

Dependendo da magnitude deste evento, podem vir a morrer diversos organismos

aquáticos (VON SPERLING, 1996).

A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) mede a quantidade de oxigênio

consumido por micro-organismos na decomposição da matéria orgânica presente

na água. A DBO afeta diretamente a quantidade de oxigênio dissolvido presente

na água, quanto maior for a DBO mais rapidamente o oxigênio ira desaparecer do

sistema (MAIER, 2007).

O nitrogênio é um dos elementos mais importantes no metabolismo dos

ecossistemas aquáticos. Esta importância deve-se principalmente a sua

participação na formação de proteínas, um dos componentes básicos da

biomassa. Quando presente em baixas concentrações pode atuar como fator

limitante na produção primária dos ecossistemas aquáticos. Este elemento esta

presente nos ambientes aquáticos sobre varias formas como nitrato (NO3), nitrito

(NO2), amônia (NH3), íon amônio (NH4) (ESTEVES, 1998).

O fósforo se apresenta na água principalmente na forma de ortofosfato,

polifosfato e fósforo orgânico (VON SPERLING, 1996). Ele é de suma importância

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nos sistemas biológicos, pois participa de processos fundamentais do

metabolismo dos seres vivos, tais como: o armazenamento de energia (forma

uma fração essencial da molécula de ATP) e estruturação da membrana celular.

Na maioria das águas continentais o fósforo é o principal fator limitante de sua

produtividade, sendo relacionado como o principal responsável pela eutrofização

destes ecossistemas (ESTEVES, 1998).

Carniatto (2007) ao analisar a micro bacia de Santa Rosa situada no

Paraná, observou que os parâmetros pH e turbidez estavam adequados para os

padrões a classe I. Porém cor, OD e DBO extrapolaram os limites de qualidade da

água para classe 3. Através destes parâmetros físicos e químicos analisados, foi

evidenciado o comprometimento da água da bacia para o uso aos quais esta se

destina.

PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS PARA ANÁLISE DE ÁGUA

Um indicador amplamente utilizado para avaliar a contaminação microbiana

da água é o grupo de micro-organismos denominados coliformes. Os coliformes

são indicadores úteis de contaminação da água, uma vez que estão presentes em

grades quantidades no trato intestinal de seres humanos e outros animais, assim

sua presença na água indica a contaminação fecal. Os coliformes são bactérias

bacilares, Gram-negativas, aeróbias facultativas e não formadoras de esporos,

que fermentam a lactose produzindo gás no decorrer de um período de 24 a 48

horas a 35-37°C, incluem neste grupo espécies do gênero Escherichia,

Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella (APHA, 1999; MADIGAN; MARTINKO;

PARKER, 2010).

Os coliformes totais são bactérias pertencentes ao grupo coliforme, eles

são definidos como bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos,

não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na

presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com

produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5oC no período de 24-48 horas, e que

podem apresentar atividade da enzima ß–galactosidase. Os coliformes

termotolerantes é um subgrupo do grupo coliformes que fermenta a lactose a 44,5

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± 0,2oC em 24 horas, o principal representante deste subgrupo é a Escherichia

coli que é um coliforme exclusivamente de origem fecal (BRASIL, 2004).

O uso das bactérias coliformes termotolerantes para indicar poluição

sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme total, porque

as bactérias termotolerantes estão restritas ao trato intestinal de animais de

homeotermos (CETESB, 2012).

Para um micro-organismo ser considerado um indicador ideal ele deve

apresentar algumas características importantes: deve ter uma população mais

numerosa no ambiente que dos outros patógenos, estarem presente em água

poluída e ausente em água potável, possuir resistência equivalente a dos

patógenos ao processo de autodepuração, sobreviver melhor que os possíveis

patógenos, apresentar propriedades estáveis, ser aplicável em todos os tipos de

água e ser detectado por uma metodologia simples e barata (CETESB, 1991). A

bactéria que contempla todas estas características é a Escherichia coli, sua

presença na água ira indicar que está possui contaminação de origem fecal

(PELCZAR; CHAN; KRIEG, 1997).

Oliveira et al. (2002) ao analisarem a qualidade da água da bacia do rio

Paraguai, observaram que 87,7% das amostras de três estações apresentaram

NMP acima de 2.400 coliformes termotolerantes em 100 mL mas em outros locais

deste mesmo rio, encontraram teores menores de contaminação, enquadrando o

rio na Classe 2 de acordo com a Portaria nº. 357 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (1.000 NMP/100 mL de coliformes termotolerantes).

Silva (2007) analisou a qualidade da água do rio Passaúna em Curitiba no

período de março de 2006 a fevereiro de 2007 e das 65 amostras analisadas, 30

apresentavam coliformes totais e 47 coliformes termotolerantes acima do valor

permitido segundo a Resolução 357/05 do CONAMA.

RIO IGUAÇU

O Rio Iguaçu é considerado um dos principais afluentes da Bacia do rio

Paraná, sendo o segundo maior sistema hidrológico da América do Sul e quinto

maior do mundo (DEVERCELLI, 2006). Apresenta cerca de 1.300 km de

extensão, abrange a maior bacia hidrográfica do Estado do Paraná, estando parte

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do seu curso situada na área do Parque Nacional do Iguaçu (ParNaIguaçu),

constituindo-se uma porção dele um dos principais atrativos turísticos do Parque,

as Cataratas do Iguaçu composta por 272 quedas d’água. Na porção que

antecede as Cataratas do Iguaçu, o Rio Iguaçu atinge 1.200 metros de largura,

estreitando-se até 65 a 100 metros, próximo a formação do cânion sendo que a

bacia deste rio é considerada o maior complexo hídrico paranaense (SUDERHSA,

1997; SILVA; LERMEN;NERY, 2001; MAACK, 2002). O corpo principal do rio

Iguaçu apresenta qualidade ruim à razoável quando situado na região de Curitiba,

isto se deve a uma grande concentração populacional e as atividades industriais e

comerciais. Após sair da região metropolitana de Curitiba o rio já apresenta uma

melhora na região de Porto Amazonas (IAP, 2010).

Dois pontos de coleta estão situados no rio Iguaçu (ANEXO 1), eles estão

localizados dentro do ParNaIguaçu tendo como característica principal estarem

situados em uma região preservada, apresentando mata ciliar em toda sua

extensão dentro dos limites do parque.

RIO SÃO JOÃO

A Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de Santa Maria é

formada por 1.750 hectares, sendo 500 hectares de reserva legal e mata ciliar

localizada na cidade de Santa Terezinha da Itaipu - Paraná, neste território de

conservação nasce o Rio Apepu e o Rio São João que deságuam dentro do

Parque Nacional do Iguaçu (SIA, 2011).

Segundo Salamuni et al. (2002), o Rio São João possui vazão média de

0,88 m3/s e deságua no Rio Iguaçu após percorrer 28,09 Km2 dentro do

ParNaIguaçu, sendo portanto um importante afluente da bacia do Rio Paraná o

segundo maior sistema hidrológico da América do Sul e quinto maior do mundo.

O Rio São João, desenvolve o seu curso de água no sentido norte-sul, com

uma área total de 79,10 Km2, dos quais 51,23 Km2 percorrem o município de Foz

do Iguaçu, e os 27,86 Km2 iniciais pertencem ao município de Santa Terezinha de

Itaipu (DEVERCELLI, 2006).

Foi realizado coleta em quatro pontos no rio São João (FIGURA 1). Do

ponto 1 ao ponto 3 estão localizados em zona rural, apresentam ao seu redor

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como principal atividade a pecuária e a produção de grãos e o ponto 4 está

situado dentro do ParNaIguaçu apresentando desta forma uma menor ação

antrópica. O ponto 2 está situado a beira de uma estrada, estando desta forma

mais vulnerável.

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Resumo

As perturbações antrópicas, dentre elas as compactações e os diferentes usos agrícolas do solo, em geral, acarretam modificações na qualidade dos recursos hídricos. Considerando que a vegetação ripária preservada atua como área amenizadora dos efeitos negativos provenientes do escoamento superficial, o presente estudo objetivou avaliar a qualidade de água do rio São João e do rio Iguaçu em seis pontos de coleta, utilizando parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, coliformes totais (Cto) e termotolerantes (Cte), além de determinar os diferentes usos e ocupação do solo da microbacia do Rio São João, e avaliar a influência da quantidade de vegetação ripária na preservação dos ecossistemas aquáticos. Verificou-se que a microbacia do rio São João abrange uma área total de 77,75 km2, sendo que 92,98% desta microbacia estão representadas pela agricultura (44,11%) e pela mata nativa (48,87%). A análise de componentes principais (PCA) evidenciou que os pontos de coleta foram influenciados negativamente pelas variáveis nitrato, nitrito, ortofosfato, temperatura e condutividade elétrica para o eixo 1, explicando 31,12% da variabilidade dos dados, e para o segundo eixo foram associados positivamente a turbidez, e negativamente o amônia e íon amônio explicando 23,42% dos dados. A análise de variância entre os eixos da PCA e os pontos de coleta evidenciou que P1 difere de P2 e P3, e assemelha-se quanto aos parâmetros da PC1 com o P4 para o teste de Tukey (p<0,05). A área de drenagem para o P1 é representada por 87,57% de agricultura e para o P4 constatou-se 22,30% do mesmo uso, mas para os Cte o teste de Tukey inferiu similaridade entre os pontos, portanto, isto se deve a mitigação dos impactos agrícolas pela área de mata nativa no entorno da nascente do P1, considerando a faixa determinada pela legislação brasileira vigente como suficiente para a sua preservação. Do P2 para o P3, a área de drenagem apresentou uma melhora na preservação do uso do solo, diminuindo em 44,41% a área agrícola e elevando em 47,93% a cobertura do solo para mata nativa, entretanto, os pontos em questão apresentaram similaridade estatística entre as médias anuais de Cte, havendo uma redução no volume dos Cte de 3,5 para 1,9 (x 10³ NMP/100 ml), mostrando a influência positiva da recuperação da cobertura vegetal na área de drenagem. Considerando que os demais pontos de amostragem com características de uso do solo muito semelhantes, não apresentaram alterações significativas na qualidade da água, a influência da vegetação e o seu papel como tampão ficou evidente, pois nestes pontos a maioria dos afluentes não é desprovida de vegetação no entorno. Dessa forma, a ausência de correlação (Pearson) entre as variações sazonais para os parâmetros avaliados de qualidade da água, evidenciou-se o efeito positivo da vegetação ripária para a manutenção da integridade dos ecossistemas aquáticos e preservação da qualidade da água, tanto no seu aspecto físico e químico quanto microbiológico, em relação aos diferentes usos do solo da bacia hidrográfica.

Palavras chaves: Monitoramento, qualidade de água, bioindicadores

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Abstract

Anthropogenic disturbances, among them the compressions and the different uses agricultural soil, in general, cause changes in water quality. Whereas riparian vegetation preserved area acts as the negative effects from surface runoff, the present study aimed to evaluate the water quality of the river St. John and the Iguaçu River in six sampling points, using physical, chemical and microbiological coliforms total (Cto) and thermophiles (Cte), and determine the different uses and land use of the watershed of the St. John River, and to evaluate the influence of the amount of riparian vegetation in the preservation of aquatic ecosystems. It was found that the watershed of the river St. John covers a total area of 77.75 km2, with 92.98% of this watershed are represented by agriculture (44.11%) and native forest (48.87%). The principal component analysis (PCA) showed that the points were negatively influenced by variables nitrate, nitrite, orthophosphate, temperature and electrical conductivity for axis 1, explaining 31.12% of the variability of the data, and the second axis were positively associated with turbidity and negatively ammonia and ammonium ion explaining 23.42% of the data. The analysis of variance between PCA axes and collection points showed that P1 differs from P2 and P3, and resembles concerning the parameters of PC1 with the P4 for the Tukey test (p <0,05). The drainage area for the P1 is represented by 87.57% of agriculture and the P4 was found 22.30% for the same use, but for the Tukey Cte inferred similarity between points, so this should mitigation of agricultural impacts by native forest surrounding the source of P1, considering the range determined by current Brazilian law as sufficient for its preservation. From P2 to P3, the drainage area showed an improvement in the preservation of land use, decreasing by 44.41% and the agricultural area increasing by 47.93% soil cover to native forest, however, the points at issue showed statistical similarity between the average annual Cte, with a reduction in the volume of Cte from 3.5 to 1.9 (x 10 ³ NMP/100 ml), showing the positive influence the recovery of vegetation in the catchment. Whereas the other sampling sites with characteristics very similar land use, showed no significant changes in water quality, the influence of vegetation and its role as a buffer was evident because these points most affluent is not devoid of vegetation in surroundings. Thus, the lack of correlation (Pearson) between the seasonal variations for the evaluated water quality, there was a positive effect of riparian vegetation to maintain the integrity of aquatic ecosystems and preservation of water quality, both in its the physical and chemical as microbiological, in relation to different land uses in the watershed Keywords: Monitoring, water quality, bioindicators

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Influência de diferentes usos do solo na qualidade da água do rio

São João-PR e Iguaçu-PR: avaliação da importância da zona

ripária

Thomas K. Fruet1, Fabiana G. S. Pinto1, Yara Moretto2

1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde, Laboratório de Biotecnologia, Rua Universitária nº 2069, Caixa Postal 701,

Jardim Universitário, CEP 85819-110, Cascavel, PR, Brasil. E-mail:

[email protected]

2 Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Laboratório de Ecologia, Pesca

e Ictiologia (LEPI), Rua Pioneiro, 2153, Jardim Dallas, CEP 85950-000, Palotina,

Paraná, Brasil. E-mail: [email protected]

Resumo

As perturbações antrópicas, dentre elas as compactações e os diferentes usos

agrícolas do solo, em geral, acarretam modificações na qualidade dos recursos

hídricos. Considerando que a vegetação ripária preservada atua como área

amenizadora dos efeitos negativos provenientes do escoamento superficial, o

presente estudo objetivou avaliar a qualidade de água em dois rios neotropicais,

utilizando parâmetros físicos, químicos e microbiológicos. Objetivou-se ainda,

determinar os diferentes usos e ocupação do solo da microbacia e avaliar a

influência da quantidade de vegetação ripária na preservação dos ecossistemas

aquáticos. Verificou-se que a microbacia estudada abrange uma área total de

77,75 km2, sendo que 92,98% foram representadas pela agricultura (44,11%) e

pela mata nativa (48,87%). A área de drenagem para o ponto P1 foi representada

por 87,57% de agricultura e para o P4 constatou-se 22,30% do mesmo uso. No

entanto, para os coliformes termotolerantes (Cte), através do teste de Tukey

(p<0,05), inferiu-se similaridade entre os pontos, o que indicou a provável

mitigação dos impactos agrícolas pela área de mata nativa no entorno da

nascente do P1. Do ponto P2 para o P3, a área de drenagem apresentou uma

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melhora na preservação do uso do solo, diminuindo para 44,41% a área agrícola

e elevando em 47,93% a cobertura do solo por mata nativa. Os pontos em

questão também apresentaram similaridade estatística entre as médias anuais de

Cte, havendo uma redução no volume destes microrganismos de 3,5 para 1,9 (x

10³ NMP/100 ml), o que evidenciou novamente aa influência positiva da

recuperação da cobertura vegetal na área de drenagem. Considerando que os

demais pontos de amostragem com características de uso do solo muito

semelhantes, não apresentaram alterações significativas na qualidade da água, a

influência da vegetação e o seu papel como tampão ficou evidente, pois nestes

pontos a maioria dos afluentes não é desprovida de vegetação no entorno. Dessa

forma, a ausência de correlação (Pearson e Spearman) entre as variações

sazonais para os parâmetros avaliados de qualidade da água, nos permitiu

evidenciar o efeito positivo da vegetação ripária para a manutenção da

integridade dos ecossistemas aquáticos e preservação da qualidade da água,

tanto no seu aspecto físico e químico quanto microbiológico, em relação aos

diferentes usos do solo da bacia hidrográfica.

Palavras-chave: Monitoramento, coliformes totais, coliformes termotolerantes,

indicadores biológicos, zona ripária, uso do solo, impacto antrópico, qualidade da

água, impacto hidrológico, análise multifatorial.

Introdução

Bacias hidrográficas agrícolas têm maiores concentrações de sedimentos e

de nutrientes em água corrente em comparação a bacias hidrográficas protegidas

por vegetação nativa1.

Por períodos de tempo significativos, os diferentes impactos agrícolas e a

pastagem contínua vêm diminuindo a cobertura vegetal do entorno dos ambientes

aquáticos. Além disso, estes usos da terra causam a diminuição da rugosidade

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superficial, da infiltração e da evapotranspiração2, que por sua vez, diminui o

comprimento das raízes tornando a superfície mais susceptível à erosão3.

A integridade da mata ciliar ameniza o carreamento dos solos adjacentes, a

perda de habitats aquáticos e o declínio da diversidade biológica por mitigar a

ação do escoamento superficial4. Quando estas funções são comprometidas pela

alteração da composição da zona ripária, a mesma torna-se instável e susceptível

a não amenizar a alteração dos parâmetros físicos, químicos5 e biológicos

(coliformes) dos recursos hídricos decorrente do escoamento superficial causado

pela precipitação6.

As matas ciliares estão categorizadas como Áreas de Preservação

Permanente (APP) pelo artigo 2º do Código Florestal Brasileiro (Lei n.º 4.771/65),

sendo a melhoria da qualidade de água de rios uma prioridade vinculada à largura

da faixa de mata ciliar, a qual está relacionada com a largura do curso d'água7.

Em escala de pequenas bacias hídricas, a extensão e a condição desta

vegetação podem ser utilizadas como indicadores hidrológicos da

sustentabilidade das atividades humanas relacionadas aos diferentes usos do

solo8.

Uma das formas de avaliar as interferências antrópicas do uso do solo é

realizando o monitoramento dos seus recursos hídricos9. O Conselho Nacional do

Meio Ambiente brasileiro (CONAMA) estabelece pela resolução nº 357/05, os

valores referência para os parâmetros físicos, químicos e biológicos (coliformes

totais e termotolerantes) do monitoramento da qualidade da água10.

As relações entre a vegetação ripária, o uso da terra e a qualidade da água

não apresentam estacionariedade espacial, sendo justificado pelas características

individuais das bacias hidrográficas, como física do meio ambiente, atividades

econômicas e as fontes de poluição não serem constantes ao longo do espaço11.

Baseado nesta perspectiva objetivou-se: determinar os diferentes usos e

ocupação do solo da microbacia de rios neotropicais; avaliar o padrão espaço-

temporal correspondente aos parâmetros de qualidade de água destes rios; e

analisar a influência da vegetação ripária sobre a integridade dos ecossistemas

aquáticos em relação aos diferentes usos do solo.

Considerando que a mata ciliar do entordo dos rios analisados encontra-se

íntegra, temos como premissas que: (1) a sazonalidade não influenciará

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significativamente na concentração de coliformes totais (Cto) e coliformes

termotolerantes (Cte); (2) os diferentes usos do solo do entorno não influenciarão

temporalmente na qualidade da água dos ambientes analisados; (3) existe uma

relação direta entre a preservação da vegetação ripária e a qualidade da água

dos ambientes aquáticos correspondentes, independente do uso do solo.

Material e métodos

Área de estudo e locais de amostragem: esta pesquisa foi desenvolvida no

rio São João (SJ) e rio Iguaçu (IG) pertencentes à Bacia hidrográfica do rio

Iguaçu, no estado do Paraná, Brasil. O rio São João possui sua nascente

localizada em área rural e desagua na margem direita do rio Iguaçu. Este rio, por

sua vez, possui sua nascente no município de Curitiba, capital do estado, e

desagua no oeste do estado no interior do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do

Iguaçu.

Ambos os rios localizam-se sob influência parcial da Unidade de

Conservação Federal (UC) denominada Parque Nacional do Iguaçu (ParNaIguaçu

- 25°05’a 25°41’ sul e 53°40’ a 54°38’ oeste), considerado referência para a

estrutura do ecossistema aquático desse bioma12.

Os pontos de coleta foram nomeados de P1 a P6, estabelecidos mediante

os diferentes usos do solo e sua interação com a UC. Os pontos P1 ao P4 estão

situados no rio SJ e os pontos P5 e P6 localizados no rio IG (Figura 1).

Determinação do uso do solo: o mapa de uso e ocupação do solo foi obtido

por meio de classificação visual de imagens de satélite, fazendo-se uso de um

sistema de informações georeferenciadas (SIG), no software ArcGIS 1013, sendo

definidas 5 classes de uso e ocupação do solo: mata nativa, pastagem e açudes,

agricultura, área residencial e florestamento de espécies exóticas.

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Figura 1 – Localização da área de estudo e dos pontos de coleta.

Parâmetros de monitoramento e métodos de análises: um total de 72

amostras de água foram avaliadas mensalmente por um conjunto de 21

parâmetros entre, julho de 2011 a junho de 2012.

Dentre os parâmetros avaliados, os coliformes termotolerantes (Cte) e os

coliformes totais (Cto) foram determinados pela técnica do Número Mais Provável

(NMP) descrita no Standard Methods14, e seguidos os parâmetros exigidos pela

portaria nº 2914 do Ministério da Saúde15 e a resolução nº 357/0510 e 430/1116 do

CONAMA. As análises físicas e químicas da água como: potencial hidrigeniônico

(pH), temperatura (Te), turbidez (TUR), salinidade (Sa), condutividade elétrica

(EC), oxigênio dissolvido (DO), sólidos totais dissolvidos (TDS) e vazão (Ou)

foram realizadas in loco e pelo equipamento multiparâmetro Horiba® modelo CEL

U50.

A demanda bioquímica de oxigênio (BOD - 5 dias a 20 °C), nitrato (NH4),

nitrito (NO2-), amônia (NH3), íon amônio (NH4

+), nitrogênio total (Nt), fosfato (PO4-

3), ortofosfato (PO4-3)2 e fósforo total (Pt), foram quantificados segundo o Standard

Methods14, no laboratório do ParNaIguaçu (AquaIguaçu). As precipitações diárias,

semanais e mensais, assim como as vazões do rio Iguaçu e São João, foram

cedidas pelo Instituto das Águas do Paraná17.

Tratamento Estatístico dos Dados: utilizou-se a análise de variância para os

efeitos principais (ANOVA-One-way), seguida da comparação de médias pelo

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teste de Tukey (p<0,05) para fins comparativos com as legislações e avaliar

diferenças significativas entre os parâmetros. Os escores dos eixos da análise de

componentes principais (PCA) foram submetidos à ANOVA bi-fatorial (Main

effects) utilizando os meses e os pontos de coleta como fatores independentes.

Para identificar as influências entre as variáveis físicas e químicas, foi

adotada uma abordagem multivariada, a Análise de Componentes Principais

(PCA), cuja determinação de quais componentes principais seriam retidos para

interpretação foi delimitada pelo critério de Kaiser-Gutman18. Os dados foram

transformados em log10 (x+1) para aproximar as distribuições de frequência à

condição de normalidade.

Na avaliação dos efeitos das precipitações (diária, semanal e mensal) sobre

as variáveis físicas, químicas e biológicas, os escores dos eixos retidos foram

correlacionados às suas abundâncias através de correlações de Pearson e de

Spearman, sendo consideradas significativas as correlações com p<0,05, em

ambos os testes.

Com a finalidade de determinar a similaridade dos pontos de coleta em

relação aos parâmetros bióticos e abióticos, a análise de agrupamento

(CLUSTER) foi realizada utilizando a medida Euclidiana de distância e o UPGMA

(Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Average) como método de

ligação19.

As análises foram realizadas utilizando software PC-ORD 4.0®20, Statistica

7.0®21, Sisvar®22 e Bioestat®23.

Resultados e discussão

Ocupação e uso do solo: os valores e as porcentagens das classes que

diferenciaram os principais usos e ocupação do solo na microbacia do rio SJ,

assim como os valores das áreas de drenagem da bacia para cada ponto de

coleta, estão relacionados na Tabela 2.

A microbacia do rio SJ está inserida na bacia hidrográfica do Iguaçu, a

caracterização do uso do solo da área de drenagem para os pontos P5 e P6 (rio

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IG) não constam na Tabela 2, pois se localizam totalmente no interior da UC

ParNaIguaçu, sendo que o único uso do solo permitido é a vegetação nativa.

A abrangência total desta microbacia é de aproximadamente 77,75 km2

(Figura 2a), sendo que 92,98% desta área estão representadas pelas classes de

agricultura e mata nativa com 44,11% e 48,87%, respectivamente.

A área da microbacia que teve sua qualidade monitorada através do P1

(área de nascente localizada no interior da RPPNSM - Reserva Particular de

Patrimônio Natural de Santa Maria, foi influenciada majoritariamente pela classe

agrícola (87,57%), se contrapondo a 12,42% da classe de mata nativa, que se

encontra disposta em um raio de aproximadamente 50m no entorno da nascente

do rio SJ.

Tabela 2 - Caracterização do uso do solo da microbacia e dos pontos de coleta do

rio São João.

Uso do solo Microbacia P1 P2 P3 P4

Km² (%) Km² (%) Km² (%) Km² (%) Km² (%) Agricultura 34.30 44.11 0.53 87.57 19.71 76.28 8.69 31.87 5.35 22.30

Mata nativa 38.00 48.87 0.07 12.42 3.81 14.76 17.10 62.69 16.98 70.76

Pastagem/açudes 3.75 4.82

0 0

1.83 7.10

0.62 2.29

1.28 5.37

Florestamento de

espécies exóticas 0.72 0.93

0 0

0 0

0.72 2.64

0 0

Área Residencial 0.98 1.27 0 0 0.47 1.84 0.13 0.49 0.37 1.56

Área total 77.75 100 0.60 100 25.84 100 27.28 100 24.00 100

A classe de maior prevalência quanto ao uso do solo, para o ponto P2, foi a

agricultura (76,28%), sendo que a segunda classe mais representativa para esta

área de drenagem foi a mata nativa, representando apenas 14,76%, seguida por

pastagem/açudes e área residencial.

Embora a porcentagem de vegetação nativa seja baixa no entorno dos

pontos P1, esta atende ao artigo 2º do Código Florestal Brasileiro7 (Lei n.º

4.771/65). Apesar do leito principal do P2 também atender os limites mínimos

exigidos pela mesma legislação, os 11 afluentes que drenam para o ponto P2,

são desprovidos de vegetação marginal, e possuem elevada quantidade de

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atividades antrópicas ao seu redor (Figura 2b), as quais invariavelmente podem

influenciar a qualidade da água destes afluentes e consequentemente, o leito

principal.

As florestas de espécies exóticas (Eucalyptus globulus Labill.) são

encontradas somente dentro da área drenada para o ponto P3, sendo a mata

nativa (62,69%) a classe de uso do solo mais representativa. Além disso, a

agricultura contribuiu com 31,87% para a área de drenagem.

Verificou-se que quatro afluentes compõem a área de drenagem do ponto

P3 para o leito principal do rio São João, sendo que dois nascem e percorrem o

interior do ParNaIguaçu até o seu deságue. Por outro lado, o terceiro e o quarto

afluente não possuem a proteção da zona ripária em suas margens sofrendo a

influência da heterogeneidade de classes do uso e ocupação do solo (Figura 2b;

Figura 2c).

Já para o ponto P4 verificou-se que dois afluentes, com ausência da zona

ripária, drenam para o leito principal as alterações provocadas pela agricultura

(22,30%) pastagem (5,37%) e áreas residenciais (1,56%), em contraste aos

70,76% de mata nativa que influenciaram a qualidade hídrica do terceiro afluente

(Figura 2b; Figura 2c).

(a) (b) (c)

Figura 2 – (a) Microbacia do rio São João; (b) Uso e ocupação do solo; (c) Áreas

de drenagem e pontos de coleta, da microbacia do rio São João.

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Variáveis da qualidade da água e análise sazonal: as médias anuais dos

pontos frente aos parâmetros físicos e químicos que apresentam referências pela

legislação do CONAMA 357/0510 e 430/1116 para rios de classe I e II estão

apresentados na Tabela 3, assim como os valores dos Cte e Cto seguidos do

teste de Tukey (p<0,05).

Tabela 3 – Sumário das variáveis físicas, químicas e biológicas (media ± desvio

padrão) da água que apresentam referências pela legislação do CONAMA 357/05

e 430/11 dos pontos de coleta nos rios São João e Iguaçu, período de julho de

2011 a junho 2012.

Parâmetros P1 P2 P3 L.C.1 L.C.2

TDS (mg/L) 27.75 ± 15.63 36.51 ± 22.8 35.70 ± 23.57 < 500 < 500 TUR (UNT) 12.89 ± 10.08 9.98 ± 4.52 10.92 ± 3.71 < 100 < 40 DO (mg/L) 8.72 ± 1.31 10.54 ± 5.06 10.77 ± 3.76 > 5 > 6 NO3

- (mg/L) 0.41 ± 0.73 0.55 ± 0.68 0.34 ± 0.30 < 10 < 10 NO2

- (mg/L) 0.01 ± 0.00 0.01 ± 0.00 0.01 ± 0.00 < 1 < 1 Pt (mg/L) 0.09 ± 0.12 0.41 ± 0.44* 0.16 ± 0.21* < 0.1 < 0.1 Nt (mg/L) 0.46 ± 0.73 0.58 ± 0.68 0.35 ± 0.31 < 3.7 < 3.7 pH (U. pH) 6.54 ± 1.03 6.87 ± 0.67 7.10 ± 0.59 >6 >6 BOD (mg/L) 1.33 ± 1.09 1.19 ± 0.79 3.07 ± 3.02 < 5 < 3 Cte** (NMP/100ml) 0.27 ± 1.21 a 2.15 ± 3.89 c 1.61 ± 3.77 bc < 3.4 < 3.4 Cto** (NMP/100ml) 1.06 ± 2.3 a 2.93 ± 4.68 bc 2.85 ± 3.98 c - -

Parâmetros P4 P5 P6 L.C.1 L.C.2

TDS (mg/L) 36.00 ± 29.16 35.91 ± 26.72 37.36 ± 24.76 < 500 < 500 TUR (UNT) 13.62 ± 3.40 9.54 ± 4.54 10.87 ± 5.73 < 100 < 40 DO (mg/L) 11.38 ± 4.84 9.95 ± 3.34 10.96 ± 3.61 > 5 > 6 NO3

- (mg/L) 0.33 ± 0.27 0.38 ± 0.34 0.36 ± 0.37 < 10 < 10 NO2

- (mg/L) 0.01 ± 0.00 0.01 ± 0.00 0.01 ± 0.00 < 1 < 1 Pt (mg/L) 0.16 ± 0.71* 0.20 ± 0.26* 0.26 ± 0.23* < 0.1 < 0.1 Nt (mg/L) 0.35 ± 0.27 0.40 ± 0.35 0.41 ± 0.38 < 3.7 < 3.7 pH (U. pH) 6.91 ± 0.93 7.04 ± 0.85 7.07 ± 0.73 >6 >6 BOD (mg/L) 0.85 ± 0.62 2.56 ± 2.29 1.49 ± 2.28 < 5 < 3 Cte** (NMP/100ml) 0.35 ± 1.45 a 0.65 ± 1.82 ab 0.76 ± 3.09 ab < 3.4 < 3.4 Cto** (NMP/100ml) 2.00 ± 4.43 abc 1.54 ± 2.41 abc 1.38 ± 3.78 ab - -

TDS= sólidos totais dissolvidos, TUR= turbidez, DO = oxigênio dissolvido, NO3-= Nitrato,

NO2 - = Nitrito, Pt= Fósforo total, Nt= Nitrogênio total, pH= potencial hidrogeniônico, BOD=

demanda bioquímica de oxigênio, Cte = coliformes termotolerantes, Cto = coliformes totais,

P= Pontos de coleta, L.C.1: Legislação do CONAMA 357/05 e 430/11 para rios de classe I

e II, - sem parâmetros legislativos brasileiros. Médias seguidas pela mesma letra na linha

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não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0.05), * médias que não atendem a Legislação

do CONAMA 357/05 e 430/11 para rios de classe I/II, ** dados transformados em log (x+1).

A comparação das médias dos parâmetros físicos e químicos da água

foram confrontados com o padrão estabelecido pela Resolução do CONAMA

357/0510 e 430/1116 nos limites para água doce de classe 1 (SJ) e classe 2 (IG), e

observou-se que dos pontos P2 ao P6 apenas o parâmetro fósforo total esteve

acima do limite permitido pela legislação (<0.1mg/L), sendo que os demais

parâmetros mantiveram-se abaixo dos valores legislativos.

Considerando que os rios SJ e IG percorrem áreas agrícolas e perímetros

urbanos, respectivamente, verificou-se que a utilização do solo com práticas como

a agricultura ou pastagem em bacias hidrográficas promove o aumento gradativo

da concentração de fósforo nos recursos hídricos24. Além disso, a entrada de

material alóctone fosfatado nestas áreas é evidencia da interferência direta da

ação antrópica na qualidade da água25.

Verificou-se que apesar do uso do solo referente às classes: mata nativa e

agricultura, serem inversamente proporcionais entre P1 e P4 (Tabela 2), o teste

de significância para o indicador biológico de qualidade de água (Cte) inferiu

similaridade entre os pontos (Tabela 3). Isto se deve provavelmente a mitigação

dos impactos agrícolas pela área de mata nativa no entorno da nascente do P1

(RPPNSM), considerando a faixa determinada pela legislação brasileira vigente

como suficiente para a sua preservação7.

Do P2 para o P3, a área de drenagem apresentou uma melhora na

preservação do uso do solo, diminuindo em 44,41% a área agrícola e elevando

em 47,93% a cobertura de mata nativa (Tabela 2), entretanto, os pontos em

questão apresentaram as maiores médias anuais pata Cte (Tabela 3). Dentre as

fontes mais comuns de contaminações microbianas (Cto e Cte) estão inclusas as

criações de animais, áreas de pastagens, confinamento e a aplicação de adubo

para a agricultura, conforme foi verificado na área de drenagem do P2 e

P3(Figura. 2b)26. Embora estes pontos estejam próximos às fontes comuns de

poluição, e os valores de Cte não apresentarem diferença significativa, houve

uma redução no volume dos Cte de 2,15 para 1,61(NMP/100 ml), o que também

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pode indicar a influência positiva da recuperação da cobertura vegetal na área de

drenagem próxima a estes locais.

Os pontos P5 e P6 também não apresentaram diferenças significativas em

suas concentrações de coliformes termotolerantes, além de similaridade

estatística com os pontos mais preservados desta pesquisa (P1 e P4). Esses

resultados indicam que a continuidade fluvial se manteve estável para este

parâmetro mesmo com a intensa atividade antrópica da visitação das Cataratas

do Iguaçu, que movimentou aproximadamente 1.436.012 de visitantes entre os

pontos em questão27.

Para as análises de correlação (Pearson e Spearman) foi evidenciada

ausência de associação linear entre as variáveis físicas, químicas e biológicas

com as precipitações diárias, semanais e mensais, além da análise multivariada

(PCA) não caracterizar agrupamentos das variáveis físicas e químicas

temporalmente (sazonalidade).

A avaliação das associações entre as variáveis ambientais evidenciou a

participação individual dos elementos físicos e químicos na qualidade da água.

Verificou-se que os dois primeiros eixos da análise de componentes principais

(PCA) explicaram 54,5% da variabilidade ambiental relacionada aos parâmetros

físicos e químicos da água em relação aos pontos de amostragem (Figura 3).

As variáveis que influenciaram negativamente o eixo 1 (PC1) foram o

nitrato, nitrito e ortofosfato. O segundo eixo (PC2) selecionou os parâmetros que

contribuíram negativamente para a sua formação, os quais foram representados

pela amônia e o íon amônio.

Os agrupamentos formados pelos pontos P1 e P3 (selecionados pelo eixo

PC1), e P3 e P4 (relacionados ao PC2) podem ser denominados “grupo dos

sólidos dissolvidos” (Figura 4, Figura 5). Estes nutrientes livres desempenham um

importante papel nos processos ecológicos da cadeia trófica de ecossistemas

aquáticos e sua distribuição na coluna d’água28. Os pontos mais influenciados

pelo grupo dos sólidos são os que apresentam maior integridade da mata ciliar,

que por estar em contato parcial ou total com a UC, consequentemente foram

menos influenciados pelos diferentes usos do solo.

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28

P1

P2

P3

P4

P5

P6-3.0 -2.5 -2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0

PC1 (31.1%)

-3

-2

-1

0

1

2

PC

2 (

23.3

%)

Figura 3 – Análise de Componentes Principais entre os eixos PC1 e PC2, em

relação aos parâmetros físicos e químicos da água categorizados em pontos de

coleta do rio São João e Iguaçu (P1 a P6 representam os pontos de coleta).

A ocorrência na coluna d’água dos compostos nitrogenados que

influenciaram os eixos nesta pesquisa pode estar diretamente ligada ao processo

de produção e decomposição da matéria orgânica29. Já o aporte de nutrientes

fosfatados encontrados nos eixos pode variar de acordo com as diferentes

condições climáticas e da vegetação na bacia de drenagem, sendo principalmente

gerados pela deposição de material particulado, organismos vivos e oriundos da

decomposição foliar da zona ripária 30.

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Points

-0.5

-0.4

-0.3

-0.2

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

PC

1

a

b

ab

b

b

b

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29

Figura 4 - ANOVA bi-fatorial entre os eixos da análise de componentes principais

(PCA) e os pontos de coleta do rio São João e Iguaçu (médias seguidas pela

mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, p<0.05).

Além disso, a principal fonte de energia e nutrientes em ecossistemas

aquáticos continentais é basicamente formada por detritos foliares provenientes

da zona ripária. Esse aporte alóctone é fundamental para a compreensão do fluxo

de energia e para a manutenção do metabolismo dos ecossistemas aquáticos

lóticos , especialmente em regiões neotropicais31.

Através da análise de agrupamento de Cluster (AC) verificou-se a formação

de dois grandes grupos “1” e “2”, formados pelos rios SJ e IG, respectivamente.

Dentro destes agrupamentos, formaram-se quatro grupos distintos (A, B, C e D),

mais heterogêneos entre si (Figura 6). O primeiro agrupamento foi formado pelos

pontos P2 e P3 (C), ambos com elevada influência antropogênica. O ponto P4

(B), próximo ao entorno do ParNaIguaçu, foi agrupado separadamente dos

demais, provavelmente em decorrência dos processos de autodepuração ao

longo do rio SJ.

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Points

-1.4

-1.2

-1.0

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

PC

2

abab

ab

a

a

b

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30

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0

Linkage Distance

P6

P5

P4

P3

P2

P1

Poin

ts

G2

G1

G1

A

B

C

D

Figura 5 – Dendograma da análise de agrupamento Cluster dos parâmetros

físicos e químicos para os pontos de coleta do rio São João e Iguaçu.

O ponto P1 (agrupamento D) destacou-se dos demais, que por constituir a

região de nascente do SJ, o qual apresentou características físicas, químicas, e

biológicas peculiares em relação aos demais. O grande grupo 2 foi formado pelos

pontos P5 e P6 (agrupamento A), ambos por estarem localizados no rio Iguaçu e

dentro do ParNaIguaçu, apresentaram características ambientais homólogas.

Baseando-se na similaridade evidenciada pela análise de cluster foi

possível evidenciar que as análises dos pontos P1, P2, P4 e P6 já teriam sido

eficientes para avaliar a qualidade da água destes locais. Assim, monitoramentos

futuros poderão ser otimizados em relação à amostragem, reduzindo o custo e o

trabalho sem diminuir a confiabilidade dos dados.

Conclusão

A microbacia do rio SJ é composta por cinco classes diferentes quanto ao

uso do solo, sendo estas a mata nativa, pastagem e açudes, agricultura, área

residencial e florestamento de espécies exóticas. Apesar do predomínio da mata

nativa e da agricultura no uso do solo desta microbacia, o mesmo nao foi

verificado entre as áreas de drenagem dos pontos de coleta.

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31

Os parâmetros físicos, químicos e biológicos da qualidade da água não

apresentaram correlação com a variação da pluviosidade (sazonalidade), sendo a

relação espacial obtida entre a qualidade dos recursos hídricos e os pontos de

coleta.

As áreas que drenam para os pontos avaliados indicaram parâmetros

físicos e químicos abaixo do exigido pela legislação brasileira vigente quando não

influenciada pelo deságue de afluentes desprovidos de vegetação ripária. Assim,

a influência destes afluentes uma proporcionalidade direta com o aumento

significativo dos indicadores biológicos.

Constatou-se que a integridade dos ecossistemas aquáticos não sofreu

interferências significativas dos diferentes usos do solo enquanto manteve-se a

preservação ecológica da zona ripária. Entretanto, foram verificadas alterações

pontuais na integridade dos ecossitemas aquáticos e na qualidade da água em

pontos de coleta influenciados pelos afluentes desprovidos desta proteção ciliar.

Referências

1Allan, J.D. 2004. Landscapes and riverscapes: The influence of land use on

stream ecosystems. Ann. Rev. Ecol. Evol. 35:257-284.

2Hoffman, L. and Ries, R.E. 1991. Relationship of soil and plant characteristics to

erosion and runoff on pasture and range. J. Soil Water Conserv. 46:143-147.

3Beeson, C.E. and Doyle, P.F. 1995. Comparison of bank erosion at vegetated

and non-vegetated channel bends. Water Resour. Bul. 31: 983-990.

4Berkman, H. E. and Rabeni, C. F. 1987. Effect of siltation on stream fish

communities. Environmental Biology of Fishes. 18:285-294.

5Monaghan, R.M. and Smith, L.C., 2012. Contaminant losses in overland flow from

dairy farm laneways in southern New Zealand. Agriculture, Ecosystems &

Environment, 159:170–175.

6Hong, H., Quiu, J. and Liang, Y. 2010. Environmental factors influencing the

distribution of total and fecal coliform bacteria in six water storage reservoirs in the

Pearl River Delta Region, China. Journal of Environmental Sciences. 22:663-668.

7BRASIL, 1965. Código Florestal Brasileiro/Lei federal nº 4.771/65 de 15 de

setembro de 1965.

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32

8Lima, W. P. and Zákia, M. J. B. 1998. Indicadores hidrológicos em áreas

florestais. Série Técnica IPEF. 12:53-64.

9Coradi, P.C., Fia, R. and Pereira-Ramirez, O. 2009. Avaliação da qualidade da

água. Ambi-Agua. 4:46-56.

10BRASIL, 2005. Ministério do Meio Ambiente/Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), Resolução nº. 357.

11Tu, J. 2013. Spatial variations in the relationships between land use and water

quality across an urbanization gradient in the watersheds of northern Georgia,

USA. Environ. Manage. 51:1-17.

12IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - Brasil .1999. Plano de Manejo do

Parque Nacional do Iguaçu: Encarte 6.

13ESRI, Software 2010. Available at http://www.esri.com/software/arcgis/arcgis10>

14APHA, American Public Health Association. 2005. Standard Method for the

Examination of Water and Wastewater. 21.

15Brasil. 2011. Ministério da Saúde/Portaria nº 2914/MS de 11 de dezembro de

2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.

16BRASIL, 2011. Ministério do Meio Ambiente/Conselho Nacional de Meio

Ambiente. Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. Diário Oficial da

União, Brasília, Distrito Federal, 18 de maio de 2011.

17ÁGUASPARANÁ. Instituto das Águas do Paraná. 2012. Available at

http://www.aguasparana.pr.gov.br/

18Jackson, D.A. 1993. Stopping rules in principal components analysis: a

comparison of heuristical and statistical approaches. Ecology. 74:2204-2214.

19Mc Cune, B. and Grace, J. B. 2002. Analysis of Ecological Communities. MjM

Software, Gleneden Beach, Oregon.

20McCune, B. & M. J. Mefford, 1999. Multivariate analysis on the PC-ORD system.

Version 4. MjM Software, Gleneden Beach, Oregon.

21Statsoft, Statistica (data analysis software system) version 7.1. 2005. Available

at http://www.statsoft.com

22Ferreira, D. F. 2007. Sistema Sisvar para análises estatísticas. Available at

http://www.dex.ufla.br/~danielff/softwares.htm

23Ayres, M., Ayres Junior, M., Ayres, D.L. and Santos, A.A.S. 2007. Software

BioEstat 5.0: aplicações estatísticas nas áreas das Ciências Biomédicas.

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33

Sociedade Civil Mamirauá: Belém, Pará-Brasil. Aplicações estatísticas nas áreas

das ciências bio-médicas. Ong Mamiraua. Belém (PA), 324p.

24Dodds, W.K. and Oakes, R.M. 2006. Controls on nutrients across a prairie

stream watershed: Land use and riparian cover effects. Environ. Manage. 37:634-

646.

25Andrade, E. M., Araujo, L. F. P., Rosa, M. F. and Disney, W.; Alves, A. B.

2007.Seleção dos indicadores de qualidade da água das águas superficiais pelo

emprego de análise multivariada. Engenharia Agrícola. 27:683-690.

26Gazzaz, N.M., Yusoff, M.K., Ramli, M.F., Aris, A.Z. and Juahir, H. 2012.

Characterization of spatial patterns in river water quality using chemometric

pattern recognition techniques. Mar. Pollut. Bull. 64:688-698.

27ICMBio. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-Brasil. 2013.

Available at http://www.icmbio.gov.br

28Guedes, H.A.S., Silva, D.D., Elesbon, A.A.A., Ribeiro, C.B.M., Matos, A.T. and

Soares, J. H. P. 2012. Aplicação da análise estatística multivariada no estudo da

qualidade da água do Rio Pomba, MG. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola

e Ambiental. 16:588-563.

29Esteves, F.A. and Amado, A.M. 2011. Nitrogênio. In Esteves, F.A. (Eds).

Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência. (13)239-258.

30Esteves, F.A. and Panosso, R. 2011. Fósforo. In Esteves, F.A. (Eds).

Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência. (14)259-282.

31Esteves, F.A. and Junior, J.F.G. 2011. Etapas do metabolismo aquático. In

Esteves, F.A. (Eds). Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência.

(7)119-124.

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34

NORMAS DA REVISTA: THE JOURNAL OF FOOD, AGRICULTURE AND ENVIRONMENT (JFAE)

Writing instructions

Sample article

Length

Normally a manuscript should not exceed 30 pages, 1.5 line spacing, 12 fonts, including all relevant materials. Any submitted manuscript that is too long might be returned to the corresponding author for redrafting.

As yet we do not have a page limit for the following types of contributions:

Research notes, brief communications (abstracts should be included)

Review article (a summary or abstract are needed)

Book review

Summary / Abstracts of meetings

Typescript

The hard copy of the manuscript should be typed in 1.5 line spacing on one side of A4 or 8½” × 11″ paper with 2.5 cm wide left, right, top and bottom margins. Underlining to indicate italicized type (or use of italics in the manuscript) should be restricted to general and species names, and chemical descriptors (e.g. cis, trans etc). Do not underline any headings. Footnotes should be kept to a minimum and indicated by * or †. Do not use full stops after abbreviations unless essential for clarity. Abbreviations of chemical and other names should be defined when first mentioned in the body of the paper, unless commonly used and internationally known and accepted.

Units and nomenclature

Units Use SI units in accordance with the recommendations of the International Organization for Standardization (ISO). Use the form g kg-1etc (not %)to specify content/composition/concentration. Use %, only to express proportional change. Note that the form g 100g-1 etc is not correct. Avoid the use of g per 100g, for example in food/feed composition; instead use g kg-1. Fertilizer rates should be presented in terms of the element applied. Further information on the ISO recommendations can be obtained from the following publication issued by the British Standards Institution, London: Specification for SI units and recommendations for the use of their multiples and of certain other units, BS 5555:1993 ISO 1000:1992.

Symbols

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Write all symbols, formulas and equations with great care. Unusual symbols (including Greek lettering) should be defined in words in the left margin at the first mention.

Scientific names

Give the scientific names (with authority) for plants, animals, microorganisms, with generic names in full at the first mention, e.g. Myzus persicae (Sulzer). Thereafter, abbreviate them in the text, e.g. M persicae; give them in full (without authority) in the headings of sections, tables, figures and key words. Where appropriate, cultivars should be specified.

Enzyme nomenclature

Identify each enzyme together with its EC number, if available, at the first mention, following the recommendations of the latest edition of Enzyme nomenclature.

Chemical nomenclature

Use the current systematic IUPAC nomenclature throughout.

Statistical analyses

Particular care should be taken to ensure that the appropriate statistical analyses have been carried out. The methods used should be described concisely, yet with enough information to explain how the chosen methods have been applied to the data. The form of all experimental errors and their statistical significance must be given clearly. The statistical analyses should be used in the discussion to justify inferences made against the background of normal biological variation.

Layout

The main body of the paper should be divided into unnumbered sections, and each given an appropriate heading. Main headings should be on left over the text (11 fonts, bold). Choice of headings will depend on the content, but the following is recommended for research papers:

Title: This should be concise, short, specific and explain the nature of the work.

Title of manuscript ( 14 fonts, bold, like ” Food conssumption in Finland”)

3 line space

The author (s) full name(s) (starting with forename, then family, 11 fonts, bold). Authors’ names each must have the customary forename in full and initials (e.g. William. B. Jain). Give the full address(es) where the work was done, and include all e-mail addresses of the corresponding author and all co-author(s), if possible.

To facilitate correspondence please keep the JFAE Editorial office informed of any changes to your address, e-mails and telephone or fax number

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2 line space

Abstract

The abstract must be informative or concise, giving an overview and essential information such as the purpose of the work, the data derived from it and their statistical significance, and be intelligible without reference to the paper itself. It should not normally exceed 400 words but not less than 250 words. Authors should remember that the abstract is often the only portion of a paper read, as in abstracting journals, and the use of unusual acronyms or abbreviations should be avoided.

2 line space (for the rest of the subsections)

Key words:

List the main topics incorporated in the paper, including any already given in the title. (Preferably more than 10 key words)

Introduction

Include a clear description of the aims of the investigation (without summarizing the work itself), and a brief statement of previous relevant work with references. For review articles, indicate clearly the scope of the review such as subject areas, geographical area, or period covered in the review.

Experimental state clearly, in sufficient detail to permit the work to be repeated, the materials and methods used. Only new techniques and modifications to known methods need to be described in detail, but known methods must have adequate references. Include the name, postal town, code and country of the supplier or manufacturer of any chemical or apparatus not in common use. Give the statistical design (including replication) of each experiment where appropriate.

Results

Present these concisely, using tables or illustrations for clarity; do not repeat the list the results in the text. State clearly the form of the experimental error and the statistical significance of the results. Do not overstate the precision of the measurements. Histograms or bar charts, unless prepared carefully, are inferior to tables. Only in exceptional circumstances will both tables and illustrations based on the same dataset/measurements be accepted. The Experimental and results sections may be combined when appropriate.

Discussion

The results should be followed by a concise section to discuss and interpret them. Please, do not just repeat the results. A combined results and discussion section sometimes simplifies the presentation.

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Conclusions

Do not merely repeat content of preceding sections. The discussion and conclusions sections cannot be merged.

Acknowledgements

Keep these to the absolute minimum.

References

Check carefully for accuracy and follow the correct style. Refer to unpublished work only in the text (William M N unpublished), (Brown C D pers comm). Indicate literature references at the appropriate place in the text using superscript numbers in the order in which they appear and a full numerical list must appear at the end of the paper, giving all authors with initials after the respective surname. Ensure that all references in the list are cited in the text and vice versa. Give the date and full title of the paper in the language in which it appeared or an accurate English translation. Abbreviate all journal titles as in Chemical Abstracts or Biological Abstracts and the annual BIOSIS List of Serials, without using full stops after abbreviation. If the journal is not included, give its title in full. Volume numbers should be bold.

Note the following style and order for citation:

An article with one or more authors

1Hiilovaara-Teijo, M., Hannukkala, A., Griffith, M., Yu, X.-M., and Pihakaski-Maunsbach, K. 1999. Snow-mold-induced apoplastic proteins in winter rye leaves lack antifreeze activity. Plant Physiol. 121: 665-674.

An article in a book

2Bradfort, M.L., Kangas, L., and Nordlund, G. 1990. Model calculations of sulfur and nitrogen deposition in Finland. In: Kauppi, P. et al. (eds.). Acidification in Finland. Berlin: Springer-Verlag. p. 167-197.

A book with one or more authors

3ARC 1984. The nutrient requirements of ruminant livestock. Supplement No. 1. Technical review by an Agricultural Research Council working party, Commonwealth Agricultural Bureaux, Slough, UK. 45 p.

4Lominadze, D.G. 1981. Cyclotrone waves in plasma. 2nd ed. Oxford: Pergamon Press. 206 p.

5Møller, J., Th¸gersen, R., Kjeldsen, A.M., Weisbjerg, M.R., ;øegaard, K., Hvelplund, T., and

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6Børsting, C.F. 2000. Fodermiddeltabel. Sammensætning og foderværdi af fodermidler til 7kvæg. Rapport 91. Århus: Landbrugets Rådgivningscenter. 52 p.

8Senauer, B., Asp, E., and Kinsey, J. 1991. Food trends and the changing consumer. St. Paul, MN: Eagan Press.

Conference papers

1Petit, M., Garel, J.P., D’Hour, P., and Agabriel, J. 1995. The use of forages by the beef cow herd. In: Journet, M. et al. (eds.). Recent developments in the nutrition of herbivores. Proceedings of the Fourth International Symposium on the Nutrition of Herbivores. Paris: INRA editions. p. 473-496.

2Niskanen, M. 1990. Zinc adsorption and increase of plant zinc concentration upon zinc application in mineral soils of Finland. Transactions of the 15th World Congress of Soil Science, Acapulco, Mexico. 5b: 395-396.

When quoting patents give the name of the applicant, the year of publication, the title, the country and patent or application number, for example: 3Hilton MS and Williams ML. 1980. Method of sorting seeds. UK Patent 1777888.

Abbreviations

The International System of Units (SI) should be used. Accepted common names of the active ingredients of chemical formulations should be used in preference to trade names, and confirmed to internationally recognized codes of nomenclature. Generic and specific Latin names should be typed in italics.

Tables

Tables containing numerical data should be kept to a minimum, and should only include essential information (with the level of significant errors). All tables, graphs or photos must be inserted in the body of the text. Each table should have a concise self-explanatory title, and abbreviations used should be defined directly below the tables. Full stops, but not commas, should be used as decimal points. When preparing tables with a word processor, please note that the tabulation key, and not the space bar, should be used to line up the columns. Table-making procedures can also be used.

Figures (drawings and photographs)

Figures should be selected bearing in mind the printed page format, allowing for the effect of a potential (less than 33%) reduction in size. Alphabetical or numerical characters should be at least 1.5 mm high in print. The figures should be consecutively numbered in Arabic numerals, and their position should be indicated in the margin. All legends to figures should be printed on the same sheet for each figure. Drawings reproduced with a high quality laser printer are preferred. Photographs, if used, should be of good contrast and printed on glossy paper. All

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figures, photos or tables should be presented in the body of the text. Please do not use use any scanned illustrations.

Please use 300 dpi to 600 dpi when scanning your photos or graphs to avoid bad printing quality. Kindly reduce the size of your file.

Where possible, illustrations should also be sent by air mail and submitted in electronic format (saved in CD along with the hard copy text) or sent as (email / MSword.version). Also save each figure as a separate file, in TIFF or EPS format preferably, and include the source file. Write on the disk the software used to create the files. Use dedicated illustration packages in preference to tools such as Excel or PowerPoint. Line drawings and figures should be in a form suitable for direct reproduction, no larger than A4 or 8½” × 11″, in black ink, with stenciled lettering (avoid using dry transfer, typewritten or handwritten lettering) all in proportion to the amount of detail. Computer-drawn diagrams must be prepared on a high quality laser or ink jet printer or plotter, not on a dot matrix printer or equivalent.

Use only essential characters and insert these and any other symbols clearly; explain all symbols used, and where a key to symbols is required, please include this in the artwork itself, not in the figure legend. On graphs, include labels and units on axes. Present logarithmic scales with arithmetic numbering 0.1, 1, 10, 100 rather than -1, 0, 1, 2. Avoid unnecessarily long axes that lead to large blank spaces on graphs.

Line drawings and figures should all require the same degree of reduction and all characters must be chosen so that after reduction they are at least 1.5 mm in height. The type area of the Journal is 172 mm wide × 249 mm deep, in two columns each 81 mm wide, and the characters should therefore be large enough to be legible after reduction of the illustrations to fit the page or column width. Photographs (halftones) should be supplied as glossy prints (four original prints of each) of good contrast, photocopies are not acceptable. Do not allow them to be damaged by paper clips, folding etc. Some loss of clarity may occur during reproduction.

Electrophoresis patterns

These are complex photographs, which often lack clarity, should not be included except to make a particular point. Where the reporting of gel electrophoresis, SDS gels, immuno-electrophoresis, isoelectric focusing etc., is essential, adhere to the following principles:

i. a single zone requires only description in the text

ii. preferably claim homogeneity using a scan diagram

iii. preferably use a single gel to compare several tracks

iv. when scanned diagrams are used, accurate alignment is essential

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Where photographs or scanned diagrams must be used:

i. number all zones and identify those common to more than one track

ii. give a molecular weight scale for SDS gels

iii. give experimental details and track identification in the legend

Chemical structures

Prepare these on a separate sheet as described for illustrations, and number the individual formulae with Roman numerals (I, II). All bonds, charges and free radicals should be accurately positioned. Indicate aromatic and unsaturated heterocyclic systems using double bonds. Preferably use general structures, distinguishing related compounds by substituents R1, R2 etc.

The text must be written in grammatically correct English and well structured in both style and content. Poorly written manuscripts will NOT be considered for publication.

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INFLUÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO NA QUALIDADE DA ÁGUA DE RIOS

SOB A COMUNIDADE BENTÔNICA: AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA

VEGETAÇÃO RIPÁRIA

Thomas K. Fruet1, Fabiana G. S. Pinto1, Yara Moretto2

1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde, Laboratório de Biotecnologia, Rua Universitária nº 2069, Caixa Postal 701,

Jardim Universitário, CEP 85819-110, Cascavel, PR, Brasil. E-mail:

[email protected]

2 Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Laboratório de Ecologia, Pesca

e Ictiologia (LEPI), Programa de pós-graduação em Aquicultura e

Desenvolvimento Sustentável, Rua Pioneiro, 2153, Jardim Dallas, CEP 85950-

000, Palotina, Paraná, Brasil. E-mail: [email protected]

Resumo:

Os diferentes usos do solo acarretam modificações nos sistemas fluviais, pois as

compactações destes somados ao escoamento superficial de áreas impactadas

afetam negativamente a qualidade física, química e microbiológica dos recursos

hídricos. O monitoramento dos seus recursos hídricos é uma das formas de

avaliar as interferências antrópicas do uso do solo. Nesta perspectiva, objetivou-

se determinar a qualidade microbiológica da água do rio São João-PR, utilizando

as assembleias de macroinvertebrados bentonicos para quatro seis pontos de

coleta (P1 a P6), a fim de identificar os fatores de poluição e a relação com as

variações sazonais de precipitação relacionando os diferentes usos e ocupação

do solo da microbacia. Nas 72 amostras analisadas no período de julho/2011 a

maio/2012, foram coletados 2050 indivíduos, distribuídos em 5 filos, 8 classes 27

famílias e 5 espécies (Hagenulopsis sp., Campilocia sp., Caenis sp., Neatrichea

sp. e Microcylloepus sp.). As famílias de maior densidade total foram

Chironomidae (44,87%) seguida de Elmidae (20,73%) e Corbiculidae (7,26%). A

microbacia do rio São João está representada pela majoritariamente pela

agricultura (44,11%) e pela mata nativa (48,87%). A área de drenagem para o P1

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é representada por 87,57% de agricultura e para o P4 constatou-se 22,30% do

mesmo uso, mas para os Cte o teste de significância (Tukey p<0,05) inferiu

similaridade entre os pontos, portanto, isto se deve a mitigação dos impactos

agrícolas pela área de mata nativa no entorno da nascente do P1, considerando a

faixa determinada pela legislação brasileira vigente como suficiente para a sua

preservação. Do P2 para o P3, a área de drenagem apresentou uma melhora na

preservação do uso do solo, diminuindo em 44,41% a área agrícola e elevando

em 47,93% a cobertura do solo para mata nativa, entretanto, os pontos em

questão apresentaram similaridade estatística entre s médias anuais, mostrando a

influência positiva da recuperação da cobertura vegetal na área de drenagem.

Nesta pesquisa foi verificado interferência da variação sazonal na composição

dos nutrientes e assembléia dos macroinvertebrados bentonicos como

indicadores de qualidade da água, devido à preservação ecológica da zona ripária

que atuou como zona tampão para a manutenção da integridade dos ecossitemas

aquáticos e preservação da qualidade da água frente aos diferentes usos do solo.

Palavras-chave: Bioindicadores, uso do solo, qualidade da água, unidade de

conservação

Introdução

Diferentes princípios, conceitos e práticas têm sido desenvolvidos com

vistas ao desenvolvimento, que, sendo “economicamente viável, socialmente justo

e ecologicamente equilibrado” é chamado de sustentável. Variadas concepções

envolvem tão abrangentes conceitos, como o que é “socialmente justo” ou o que

vem a ser propriamente um ambiente “ecologicamente equilibrado”, mas além

dessa discussão existe a clara necessidade de se avaliar o impacto exclusivo das

atividades humanas no meio ambiente (WALLACE, 1997).

No caso dos processos hidrológicos, onde interagem os ciclos

biogeoquímicos, o fluxo de energia e os dinâmicos fatores bióticos, em muitos

casos têm-se considerado a bacia hidrográfica como a unidade ecossistêmica

para estudo e planejamento (LOTSPEICH, 1980), sendo utilizados diferentes

indicadores tais como balanço hídrico, extensão e condição da zona ripária, taxas

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de infiltração e de erosão do solo, diversidade de invertebrados bentônicos e

qualidade da água, para mensurar e avaliar a sustentabilidade das intervenções

antropogênicas em métodos de análise multicriterial (FRANCISCO et al., 2008).

Uma zona fundamental para a preservação da qualidade da água e

diversificação de habitats em uma bacia hidrográfica é o ecossistema ripário que

constitui uma interface entre o ambiente terrestre e o aquático. Esse ambiente

ribeirinho reflete um complexo de fatores geológicos, climáticos, hidrológicos que

em interação com os fatores bióticos definem uma heterogeneidade de ambientes

(RODRIGUES, 2000).

Sob florestas ciliares ocorre uma significativa variação de solos, cujos

reflexos aparecem-nos diversos tipos de formações florestais (JACOMINE, 2000).

As comparações florísticas entre remanescentes de formações florestais ciliares

mostram que essas áreas são muito diversas, mesmo em áreas de grande

proximidade espacial, e essa diversidade é dependente também, entre outros

fatores, do tamanho da faixa ciliar florestada (METZEGER et al., 1997).

Esses autores ressaltam que apenas um grande esforço de preservação

pode possibilitar a manutenção dessa biodiversidade, no pouco que resta de

florestas ciliares, aliado a uma implementação no conhecimento científico sobre

essas áreas. A água que flui nos cursos não está isolada e hermética à complexa

interação com a área ripária. Em realidade, são sistemas abertos e que participam

de todos os processos ecológicos que ocorrem nas bacias hidrográficas,

historicamente negligenciados no processo de exploração dos recursos naturais

(BARRELA et al., 2000).

A preservação da faixa ripária, principalmente nos córregos, é de extrema

importância pois evita a erosão de solos adjacentes, impedindo ou atenuando a

sedimentação e assoreamento do leito. O assoreamento provoca a perda de

habitats aquáticos, o rebaixamento do lençol freático, a diminuição na vazão

média e o declínio da biodiversidade do sistema (BERKMAN; RABENI, 1987). A

retirada da vegetação das margens dos cursos d’água é prejudicial também

porque o material em suspensão interfere na qualidade da água do corpo

receptor (ODUM, 1988).

Em escala de pequenas bacias e microbacias hidrográficas, a extensão e

condição da mata ciliar podem ser utilizadas como indicadores hidrológicos da

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sustentabilidade das atividades humanas (LIMA; ZÁKIA, 1998), pois a vegetação

ripária é responsável por grande parte do regime ambiental do ecossistema

aquático (LIKENS, 1985).

A delimitação da zona ripária é uma das primeiras etapas para a avaliação

desta como um indicador, e, em tese, seus limites estendem-se às margens

laterais dos corpos d’água até o alcance máximo da zona saturada do solo, que

dada a dinâmica dessa zona, aumenta a dificuldade de seu mapeamento.

Baseado nesta perspectiva objetivou-se: determinar os diferentes usos e

ocupação do solo da microbacia de rios neotropicais; avaliar o padrão espaço-

temporal correspondente aos parâmetros de qualidade de água destes rios; e

analisar a influência da vegetação ripária sobre a integridade dos ecossistemas

aquáticos em relação aos diferentes usos do solo.

Considerando que a mata ciliar do entordo dos rios analisados encontra-se

íntegra, temos como premissas que: (1) a sazonalidade não influenciará

significativamente nos nutrientes avaliados; (2) os diferentes usos do solo do

entorno não influenciarão temporalmente na qualidade da água dos ambientes

analisados; (3) existe uma relação direta entre a preservação da vegetação ripária

e a qualidade da água dos ambientes aquáticos correspondentes, independente

do uso do solo.

Material e métodos

Esta pesquisa foi desenvolvida no rio São João (SJ) e rio Iguaçu (IG)

pertencentes à Bacia hidrográfica do rio Iguaçu, no estado do Paraná, Brasil. O rio

São João possui sua nascente localizada em área rural e deságua na margem

direita do rio Iguaçu. Este rio, por sua vez, possui sua nascente no município de

Curitiba, capital do estado, e deságua no oeste do estado no interior do Parque

Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu.

Ambos os rios localizam-se sob influência parcial da Unidade de

Conservação Federal (UC) denominada Parque Nacional do Iguaçu (ParNaIguaçu

- 25°05’a 25°41’ sul e 53°40’ a 54°38’ oeste), considerada referência para a

estrutura do ecossistema aquático desse bioma (IBAMA, 1999).

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Os pontos de coleta foram nomeados de P1 a P6, sendo os pontos P1 ao

P4 situados no rio SJ e os pontos P5 e P6 localizados no rio IG. Os pontos de

coleta selecionados para o estudo no rio IG, localizam-se a montante (P5

25°37'32.34"S; 54°27'54.02"S; elevação 146 m) e a jusante (P6 °39'15.26"S;

54°25'29.02"O; elevação 188m) das Cataratas do Iguaçu (Figura 1).

Para a divisão dos pontos selecionados do rio SJ, levou-se em

consideração os diferentes uso do solo das áreas circundantes e a interação com

a UC, sendo o P1 (25°28'58.97"S; 54°22'48.52"O; elevação 299 m) área de

nascente localizada no interior da RPPNSM - Reserva Particular de Patrimônio

Natural de Santa Maria, o P2 (25°32'45.70"S; 54°25'28,47"O; elevação 222 m)

não apresenta influencia da UC em suas margens, a área de drenagem para o P3

(25°35'45.55"S; 54°26'20.84"O; elevação 214 m) possui interação da sua margem

esquerda com a UC e o P4 (25°37'13.42"S; 54°28'33.65"O; elevação 179 m)

ambas as margens do leito do rio interagem com a UC (Figura 1).

Os meses de coletas foram julho/2011, setembro/2011, novembro/2011,

janeiro/2012, março/2012 e maio/2012 representados por C1, C2, C3, C4, C5 e

C6 respectivamente. O mapa de uso e ocupação do solo foi obtido por meio de

classificação visual de imagens de satélite, fazendo-se uso de um sistema de

informações georeferenciadas (SIG), no software ArcGIS 10 (ESRI, 2010), sendo

definidas 5 classes de uso e ocupação do solo: mata nativa, pastagem e açudes,

agricultura, área residencial e florestamento de espécies exóticas.

Fig 1 – Localização dos pontos de coleta na área de estudo

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Um total de 37 amostras de água foram avaliadas bimestralmente por um

conjunto de 20 parâmetros. As análises físicas e químicas da água como:

potencial hidrogeniônico (pH), temperatura (Te), turbidez (Tu), salinidade (Sa),

condutividade elétrica (Ce), oxigênio dissolvido (Od), sólidos totais dissolvidos

(Td) e vazão (Vz) foram realizadas in loco e pelo equipamento multiparâmetros

Horiba® modelo CEL U50.

A demanda bioquímica de oxigênio (Do), as concentrações do nitrato (NO3-),

nitrito (NO2-), amônia (NH3), íon amônio (NH4

+), nitrogênio total (Nt), fosfato (PO4-

3), ortofosfato (PO4-3)2, fósforo total (Pt) e Clorofila A (Cl) foram quantificados

segundo o Standard Methods (APHA, 2005) e comparados aos valores exigidos

pela resolução nº 357/05 (BRASIL 2005)10 e 430/11( BRASIL 2011)16 do

CONAMA no laboratório do ParNaIguaçu (AquaIguaçu). As precipitações diárias,

semanais e mensais, assim como as vazões do rio Iguaçu, foram cedidas pelo

Instituto das Águas do Paraná (ÁGUAS PARANÁ, 2012).

Para análise quantitativa dos macroinvertebrados bentônicos as amostras

foram coletadas com uma draga tipo Petersen modificada (0,018m2 de área). Em

cada ponto de coleta foram obtidas quatro amostras, sendo três para a análise

biológica e uma para a determinação da composição granulométrica do

sedimento. Após este período, o sedimento para a análise biológica foi pré-triado,

com água corrente, em um conjunto de peneiras com diferentes aberturas de

malhas (0,2, 1,0 e 2,0 mm) sendo o material retido na menor malha armazenado

em recipientes plásticos contendo álcool 70%. O material foi submetido à triagem

sob microscópio estereoscópico e os organismos foram identificados até o nível

taxonômico de família, com base nas chaves taxonômicas de PÉREZ (1988),

MERRIT; CUMMINS (1996), FERNANDEZ; DOMINGUEZ (2001) e MUGNAI et al.

(2009).

As amostras de sedimento foram secas em estufa a 80°C por 24 horas e a

textura granulométrica determinada de acordo com a metodologia de SUGUIO,

(1973) utilizando-se a escala de Wentworth, (1922).

Análise estatística

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As variáveis fisicas e químicas foram testadas quanto a sua correlação

espacial (pontos de coletas) e temporal (meses de coleta) com os valores das

precipitações (diária, semanal e mensal) com a correlação de Pearson, sendo

consideradas significativas as correlações com p<0,05.

Com base nesta influência ambiental dos parâmetros físicos e químicos da

qualidade da água, os parâmetros significativos foram categorizados por pontos e

meses de coleta, sendo submetidos à análise de variância (ANOVA one-way).

Para identificar as influências ambientais e ordenar possíveis agrupamentos

entre as variáveis físicas e químicas da água e da textura granulométrica do

sedimento foi adotada uma abordagem multivariada, a Análise de Componentes

Principais (PCA). A determinação de quais componentes principais seriam retidos

para interpretação foi delimitada pelo critério de Kaiser-Gutman (JACKSON, 1993)

para os parâmteros analisados (Cs, pH, Te, Ce, Td, Tu, Vz, Od, Cl, Nt, Ft, Do,

Seixos, Grânulos, areia muito grossa, Areia grossa, Areia média, Areia fina, Areia

muito fina e Lama). Os dados foram transformados em log10 (x+1) para aproximar

as distribuições de frequência à condição de normalidade e as cargas de cada

eixo foram classificadas como fortes (> 0,75), moderada (0,75-0,50) ou fraca

(<0,50) de acordo com a classificação de Liu et al. (2003).

Buscando relacionar os resultados obtidos na PCA a categorização temporal

e espacial desta pesquisa, os escores dos eixos foram submetidos a uma análise

de variância (ANOVA one-way) e sua significância avaliada pelo teste de Tukey

(p<0,05).

Foram mensurados os atributos da comunidade de macroinvertebrados

bentônicos, entre os diferentes pontos e meses de coleta, dentre eles a: i)

Densidade (ind/m2); ii) índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’), descrito

pela equação: H´ = -∑(ni/N).log2(ni/N), onde ni é o número de indivíduos na i-

nésima espécie e N, o número total de indivíduos; iii) Equitabilidade (E), obtida

através da expressão H´/Hmáx, onde Hmáx é a diversidade sob condição máxima

de uniformidade (MAGURRAN, 1988) e iv) Riqueza taxonômica (S) – número de

táxons registrados.

As diferenças entre os valores destes atributos da comunidade para as

categorias temporais e espaciais foram testadas através da análise de variância

(ANOVA one-way) considerando-se significância (p < 0,05). O teste procedimento

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Uso do solo

Km² (%) Km² (%) Km² (%) Km² (%) Km² (%)

Agricultura 34,30 44,11 0,53 87,57 19,71 76,28 8,69 31,87 5,35 22,30

Vegetação nativa 38,00 48,87 0,07 12,42 3,81 14,76 17,10 62,69 16,98 70,76

Pastagem/Açudes 3,75 4,82 0,00 0,00 1,83 7,10 0,62 2,29 1,28 5,37

Florestamento de

espécies exóticas

Área Residencial 0,98 1,27 0,00 0,00 0,47 1,84 0,13 0,49 0,37 1,56

Área total 77,75 100,00 0,60 100,00 25,84 100,00 27,28 100,00 24,00 100,00

2,64 0,00 0,000,00 0,00 0,00 0,72

Microbacia P1 P2 P3 P4

0,72 0,93 0,00

de permutação multi-resposta (MRPP) foi realizado a fim de buscar significância

das variáveis bióticas para pontos e meses de coleta.

As análises foram realizadas utilizando o software PC-ORD 4.0 (McCUNE;

MEFFORD, 1999), Statistica 7.0® (STATISOFT, 2005), Sisvar® (FERREIRA,

2007) e Bioestat® (AYRES; AYRES; AYRES, 2007).

Resultados e Discussão

Os valores e as porcentagens das classes que diferenciaram os principais

usos e ocupação do solo na microbacia do rio, assim como os valores das áreas

de drenagem da bacia para cada ponto de coleta, estão relacionados na Tabela 2.

A caracterização do uso do solo da área de drenagem para os pontos P5 e P6 (rio

IG) não constam na Tabela 2, pois se localizam no interior da UC, sendo a

vegetação nativa o único uso do solo permitido.

A abrangência total desta microbacia é de aproximadamente 77,75 km2,

sendo que 92,98% desta área estão representadas pelas classes de agricultura e

mata nativa com 44,11% e 48,87%, respectivamente. As médias da mata ciliar

das margens do eixo principal do rio SJ encontram-se dentro dos limites exigidos

pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 1965).

A área da microbacia que teve sua qualidade monitorada através do P1, foi

influenciada majoritariamente pela classe agrícola (87,57%), se contrapondo a

12,42% da classe de mata nativa, que se encontra disposta em um raio de

aproximadamente 50m no entorno da nascente do rio SJ.

Tabela 2 - Caracterização do uso do solo da microbacia e dos pontos de coleta do rio São João

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A classe de maior prevalência quanto ao uso do solo, para o ponto P2, foi a

agricultura (76,28%), sendo que a segunda classe mais representativa para esta

área de drenagem foi a mata nativa, representando apenas 14,76%, seguida por

pastagem/açudes e área residencial.

As florestas de espécies exóticas (Eucalyptus globulus Labill.) são

encontradas somente dentro da área drenada para o ponto P3, sendo a mata

nativa (62,69%) a classe de uso do solo mais representativa. Além disso, a

agricultura contribuiu com 31,87% para a área de drenagem. Verificou-se que

quatro afluentes compõem a área de drenagem do ponto P3, sendo que dois

nascem e percorrem o interior do ParNaIguaçu até o seu deságue. Por outro lado,

o terceiro e o quarto afluente não possuem a proteção da zona ripária em suas

margens sofrendo a influência da heterogeneidade de classes do uso e ocupação

do solo (Figura 2a).

Já para o ponto P4 verificou-se que dois afluentes, com ausência da zona

ripária, drenam para o leito principal as alterações provocadas pela agricultura

(22,30%) pastagem (5,37%) e áreas residenciais (1,56%), em contraste aos

70,76% de mata nativa que influenciaram a qualidade hídrica do terceiro afluente

(Figura 2a; Figura 2b).

(a) (b)

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Parâmetros LC1 LC2

Td (mg/L) 25,06 ± 20 41,74 ± 29,9 41,14 ± 29,9 43,78 ± 37,7 44,06 ± 32,3 42,42 ± 32,5 < 500 < 500

Tu (UNT) 10,72 ± 4,5 10,15 ± 4,5 11,40 ± 4,5 14,44 ± 3,7 8,62 ± 4,6 8,75 ± 4,9 < 100 < 40

Od (mg/L) 8,01 ± 0,7 8,32 ± 1,0 9,37 ± 1,5 9,68 ± 2,0 8,66 ± 1,4 9,72 ± 1,8 > 5 > 6

NO3- (mg/L) 0,28 ± 0,4 0,33 ± 0,3 0,28 ± 0,2 0,33 ± 0,3 0,27 ± 0,2 0,38 ± 0,4 < 10 < 10

NO2 - (mg/L) 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 < 1 < 1

Pt (mg/L) 0,08 ± 0,1 0,33 ± 0,3 0,15 ± 0,2 0,07 ± 0,1 0,15 ± 0,1 0,20 ± 0,2 < 0,1 < 0,1

Nt (mg/L) 0,32 ± 0,4 0,37 ± 0,3 0,29 ± 0,2 0,35 ± 0,3 0,30 ± 0,3 0,44 ± 0,4 < 3,7 < 3,7

pH (U, pH) 6,87 ± 0,8 7,06 ± 0,6 7,35 ± 0,6 7,10 ± 1,1 7,27 ± 0,7 7,21 ± 0,8 >6 >6

Do (mg/L) 1,33 ± 1,0 1,19 ± 0,7 3,07 ± 2,8 0,85 ± 0,6 2,56 ± 2,1 1,49 ± 2,1 < 5 < 3

LC1 LC2

Td (mg/L) 32,53 ± 4,5 28,45 ± 3,9 105,4 ± 18,5 33,07 ± 13,5 23,88 ± 1,9 14,85 ± 1,9 < 500 < 500

Tu (UNT) 8,09 ± 2,9 9,38 ± 3,4 17,26 ± 2,5 5,02 ± 2,9 11,33 ± 3,5 12,98 ± 2,6 < 100 < 40

Od (mg/L) 9,42 ± 0,5 9,52 ± 0,5 10,22 ± 2,2 7,92 ± 0,3 7,00 ± 0,3 9,69 ± 1,6 > 5 > 6

NO3- (mg/L) 0,12 ± 0,0 0,39 ± 0,1 0,94 ± 0,2 0,21 ± 0,1 0,08 ± 0,0 0,14 ± 0,1 < 10 < 10

NO2 - (mg/L) 0,00 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,01 ± 0,0 0,00 ± 0,0 < 1 < 1

Pt (mg/L) 0,24 ± 0,1 0,27 ± 0,1 0,08 ± 0,1 0,16 ± 0,2 0,21 ± 0,4 0,19 ± 0,0 < 0,1 < 0,1

Nt (mg/L) 0,12 ± 0,0 0,42 ± 0,1 0,99 ± 0,2 0,30 ± 0,1 0,09 ± 0,0 0,14 ± 0,1 < 3,7 < 3,7

pH (U, pH) 7,05 ± 0,3 6,75 ± 0,2 7,51 ± 0,1 8,44 ± 0,2 6,96 ± 0,6 6,16 ± 0,7 >6 >6

Do (mg/L) 2,87 ± 1,8 2,97 ± 2,1 0,64 ± 0,1 2,89 ± 2,4 0,21 ± 0,2 0,92 ± 0,5 < 5 < 3

C1 C2 C3 C4 C5 C6

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 2 – Microbacia do rio São João; (a) Uso e ocupação do solo (b) Áreas de drenagem para os pontos de coleta.

As médias dos parâmetros físicos e químicos da água foram confrontados

com o padrão estabelecido pela Resolução do CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005)

e 430/11 (BRASIL, 2011) nos limites para água doce de classe 1 (SJ) e classe 2

(IG) estão apresentados na Tabela 3.

Observou-se que para P2, P3, P5 e P6 o parâmetro fósforo total esteve

acima do limite permitido pela legislação (<0.1mg/L), os demais parâmetros

mantiveram-se abaixo dos valores legislativos para os pontos de coleta avaliados.

Exceto para o ponto de coleta C3, as médias espaciais das concentrações de Pt

não atenderam a legislação vigente (Tabela 3).

As tendências ou padrões temporais e espaciais das variáveis físicas e

químicas da água foram submetidos à análise de correlação de Pearson com as

precipitações diárias, semanais e mensais. Dentre os parâmetros testados,

verificou-se associação linear da pluviosidade semanal com as variáveis abióticas

Te (p=0,01), Ce (p=0,00), Td (p=0,00), Tu (p=0,04), Od (p=0,01) e Nt (p=0,00).

Tabela 3 – Sumário das variáveis físicas e químicas da água (media ± desvio padrão) que apresentam referências pela legislação do CONAMA 357/05 e 430/11 dos pontos de coleta nos rios São João e Iguaçu, período de julho de 2011 a maio de 2012. Td= sólidos totais dissolvidos, Tu= turbidez, Od = oxigênio dissolvido, NO3

-= Nitrato, NO2

- = Nitrito,

Pt= Fósforo total, Nt= Nitrogênio total, pH= potencial hidrogeniônico, Do = demanda bioquímica e oxigênio, P= Pontos de coleta, L.C.1/L.C.2: Legislação do CONAMA 357/05 e 430/11 para rios de classe I e II respectivamente, Negrito = médias que não atendem a Legislação do CONAMA 357/05 e 430/11 para rios de classe I/II.

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A categorização espacial (meses de coleta) se apresentou significativa com

p = 0,00 (one-way ANOVA), sendo a mesma submetida ao teste de Tukey para

significância quando p<0,05 (Figura 3).

Os maiores índices pluviométricos foram encontrados em C3 (XX)

apresentando diferença significativa para com os demais, já as menores

pluviosidades foram verificadas em C1 e C5, os quais não diferem

estatisticamente de C3 (C1=C2=C3) (Figura 3).

Verificou-se que os valores de Te e Od, não foram influenciados

sumariamente à elevação da chuva semanal encontrada em C3, não sendo

verificada diferença significativa entre C3-C5 e C1-C3 para Te e Od

respectivamente. As médias da chuva semanal apresentaram relação diretamente

proporcional a Ce, Td e Nt, sendo a relação entre C1-C3 e C3-C5 significativa

para estes parâmetros (Figura 3).

A avaliação das associações entre todas as variáveis abióticas

mensuradas foi realizada pela análise multivariada PCA, sendo os escores dos

eixos da análise retidos para interpretação seguindo o critério de Broken-stick (os

autovalores gerados pela PCA devem ser maiores do que os gerados pelo acaso

e maiores que três) (JONGMAN et al., 1995).

Figura 4 – Análise de Componentes Principais entre os eixos PC1 e PC2, em relação aos parâmetros físicos e químicos da água categorizados em pontos de coleta do rio São João e Iguaçu (P1 a P6 representam os pontos de coleta).

PC1 (43.13%)

PC

2 (3

8.5

4%

)

C1

C2

C3

C4

C5

C6Vz, Areia média e fina

Ce

Td

Nt

Grânulo

PC1 (43.13%)

PC

2 (3

8.5

4%

)

P1

P2

P3

P4

P5

P6Vz, Areia média e fina Grânulo

Ce

Td

Nt

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52

Figura 3 – Médias logaritimizadas das variáveis físicas e químicas da qualidade da água e chuva semanal seguida do teste de Tukey (p<0.05) para as coletas C1 a C6, realizadas de julho de 2011 a maio de 2012.

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53

Apenas os eixos 1 e 2 foram selecionados para a interpretação totalizando

81,67% de explicação da variabilidade dos dados ambientais analisados (Figura

4). As variáveis que influenciaram negativamente o eixo 1 (PC1) foram forte

(>0,75), sendo elas a vazão, areia média e areia fina, e positivamente os

grânulos. O segundo eixo (PC2) também foi influenciado negativamente por fortes

contribuições da condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos e nitrogênio

As quatro combinações realizadas da análise de variância (PC1 x Pontos –

PC2 x Pontos – PC1 x Coleta – PC2 Coleta) apresentaram p<0.05 para o teste de

significância, entretanto, nas relações entre PC1 x Pontos e PC2 x Coletas não foi

verificado diferença estatística entre as categorizações (Figura 4).

O mês de coleta C4 sofreu influência majoritária e significativa das

variáveis correlacionadas com PC1, já os parâmetros registrados como influentes

no PC2 promoveram a distinção do P3 dos demais pontos de coleta (Figura 5).

Figura 5 – Análise de variância (one-way) dos escores dos eixos da análise de componentes principais (PCA) espacial e temporal do rio São João e Iguaçu (médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, p<0.05).

Durante o período de estudo foram coletados 2050 indivíduos, distribuídos

em 5 filos, 8 classes 27 famílias e 5 espécies (Hagenulopsis sp., Campilocia sp.,

Caenis sp., Neatrichea sp. e Microcylloepus sp.). As famílias de maior densidade

total foram Chironomidae (44,87%) seguida de Elmidae (20,73%) e Corbiculidae

(7,26%) (Tabela 4).

C1 C2 C3 C4 C5 C6

COLETAS

-2.5

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

PC

1

bc

d

a

ab

cc

F(10, 58)=10.488, p=0.00

P1 P2 P3 P4 P5 P6

PONTOS

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

PC

2

a

a

b

a

aa

F(5, 30)=14.897, p=0.00

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54

Tabela 4. Grupos taxonômicos dos macroinvertebrados e densidade total dos indivíduos coletados (D) dos pontos de coleta nos rios São João e Iguaçu, período de julho de 2011 a maio de 2012.

Grupos taxonômicos D Grupos taxonômicos D

Nematoda 103 Calopterygidae 1

Nematomorpha 1 Libellulidae 2

Mollusca Gomphidae 14

Gastropoda Trichoptera

Ancylidae 22 Polycentropodidae 18

Ampullariidae 2 Hydropsychidae 9

Planorbidae 3 Hydroptilidae

Neritidae 20 Neatrichea sp. 3

Hydrobiidae 18 Leptoceridae 6

Bivalvia Nectopsyche 3

Mycetopodidae 99 Plecoptera

Corbiculidae 149 Perlidae 21

Annelida Hemiptera

Oligochaeta 64 Pleidae 2

Hirudinea 51 Helotrephidae 9

Arthopoda Diptera

Crustacea Empididae 2

Ostracoda 34 Ceratopogonidae 31

Malacostraca Chironomidae 920

Talitridae 2 Tanypodinae 1

Hexapoda Coleoptera

Insecta Elmidae 402

Ephemeroptera Macrelmis 2

Leptophyphidae 6 Phanocerus 2

Leptophlebiidae Xenelmis 18

Hagenulopsis sp. 2 Microcylloepus sp. 1

Euthyplociidae Staphylinidae 1

Campilocia sp. 13 Chelicerata

Baetidae 4 Arachinida

Caenis sp. 1 Acari 3

Odonata Prostigmata 3

Os atributos riqueza, equitabilidade e diversidade categorizada em espacial

e temporal foram submetidos à ANOVA sendo registradas diferenças

significativas somente para os pontos (S - p=0,001 f=2,63; E - p=0,003 f= 2,48 e H

- p=0,0002 f=3,15).

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55

O padrão de distribuição dos indivíduos (E) foi significativo somente para o

P6, embora equitabilidade observada nos diferentes pontos de amostragem não

tenham representado valores significativos, foi notável a diminuição deste atributo

biológico para os pontos do SJ. Verificou-se que a riqueza e a diversidade teve

um aumento gradativo para os pontos da microbacia do rio SJ (P1 ao P4), sendo

nestes atributos a diferença estatística verificada entre o P1 e P4 (Figura 6).

Figura 6 – Relação dos atributos riqueza e diversidade para os pontos de coleta do rio São João (P1 a P4) e Iguaçu (P5 e P6).

De acordo com a MRPP a composição taxonômica apresentou diferença

significativa espacial (T=-6,67; A= 0,13; p= 0,00) e temporal (T=-2,30; A=0,04; p=

0,01).

As melhores espécies indicadores baseada no teste de INDVAL, Monte

Carlo (p) significativo, para o grupo 1 (sem interação com a UC), grupo 2 (uma

das margens interage com a UC) e grupo 3 ( ambas as margens interagem com a

UC) especificamente foram Campilocia sp. (Ephemeroptera) e Nectopsyche

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Pontos

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10R

iqu

eza

(S)

aa

ab

ab

bc

c

F= 8.67 p=0.000

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Pontos

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

Div

ers

idade (H

)

a a

ab

bcc

c

F= 11.94 p=0.000

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Pontos

0.60

0.65

0.70

0.75

0.80

0.85

0.90

0.95

1.00

1.05

Equita

bilid

ade (E

)

aa

c

abab

ab

F= 4.10 p=0.002

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p

AR FR VI AR FR VI AR FR VI

Prostigmata 0.0460 0 0 0 86 33 29 14 6 1

Ostracoda 0.0030 6 8 0 70 83 58 24 28 7

Campilocia sp. 0.0220 0 0 0 100 33 33 0 0 0

Gomphidae 0.0550 19 17 3 63 50 31 18 17 3

Nectopsyche 0.0290 0 0 0 100 33 33 0 0 0

Helotrephidae 0.0230 25 17 4 75 50 37 0 0 0

Elmidae 0.0080 26 58 15 51 100 51 23 56 13

Grupo 2 Grupo 3Taxon Grupo 1

(Trichoptera) para o grupo 2. As famílias Elmidae e Gomphidae foram comuns

aos três grupos, o Helotrephidae ao grupo 1 e 2 e a classe Ostracoda ao segundo

e terceiro grupo (Tabela 5).

Tabela 5 – Valores do índice de INDVAL (AR-Abundancia, FR-frequência, VI-Indval) dos táxons de macroinvertebrados do rio SJ e IG com significância do teste de Monte Carlo (p<0.05) categorizados com a interação dos rios a Unidade de Conservação, sendo o grupo 1 (sem interação), grupo 2 (uma das margens com interação) e grupo 3 ( ambas as margens com interação).

A caracterização e uso do solo demonstrou uma distribuição territorial

irregular de suas classes para as áreas de drenagem avaliadas (Tabela 1, Figura

2). Embora a porcentagem de vegetação nativa (RPPN) seja baixa na área de

drenagem de P1, sua disposição ao entorno da nascente atende a legislação

vigente (BRASIL, 1965). Apesar dos elevados valores da classe agricultura

(87,57%) para este ponto, a influência da integridade da classe mata nativa

(12,42%) foi suficiente para manter todos os parâmetros físicos e químicos da

qualidade da água dentro dos padrões legislativos brasileiros (Tabela 2).

Para os pontos do rio SJ, observou-se que P5 e P6 (rio Iguaçu)

apresentaram Pt acima do limite permitido. Por estarem nas dependências da UC

os pontos não sofrem influências antrópicas fosfatadas, presumindo que a

alteração seja decorrente do não cumprimento legislativo das variáveis físicas,

químicas e microbiológica que a água do rio IG já apresenta antes de adentrar a

UC (IAP, 2010).

Foi observado que a concentração média da mesma variável se manteve

acima do permitido para P2 e P3, sendo a relação entre a concentração deste

nutriente com o percentual do uso agrícola do solo uma razão reducional entre os

pontos avaliados (Tabela 3). A atividade antrópica majoritária do P2 (agricultura)

somada à presença de 11 afluentes desprovidos de proteção marginal (Figura 2a)

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contribuiu para a entrada de material alóctone fosfatado oriunda deste uso do

solo, sendo esta uma evidencia da interferência direta da ação antrópica na

qualidade da água (ANDRADE et al. 2007).

O aporte alóctone de variáveis fosfatadas oriunda de agrotóxicos agrícolas

apresentam valores mais elevados em períodos de precipitação abundante

(AKTER, BABEL 2012). Assim, vale salientar que a redução do Pt entre P2 e P3,

provavelmente esteja atrelada ao fenômeno natural de autodepuração, visto que

no período de maior precipitação (C3) a mesma variável esteve dentro do limite

legislativo (Tabela 3).

Quando em concentrações ideais, os nutrientes desempenham um

importante papel nos processos ecológicos da cadeia trófica de ecossistemas

aquáticos e sua distribuição na coluna d’água (GUEDES et al. 2012). Entretanto,

é relevante salientar que a influência diretamente proporcional e significativa de

Ce Td e Nt com a elevada precipitação encontrada em C3, pode provocar um

aumento da Ce e Td pelo excesso de nutrientes, e com isso somatizar a

eutrofização das águas naturais (CETESB, 2005).

Fatores estacionais e locacionais como altitude, clima e até as sombras

promovidas pela mata ciliar amenizam as alterações sazonais como a

temperatura da água em rios de pequeno porte (BENETI; LANNA, 2003),

justificando a ausência influência significativa da chuva semanal em Te e Od

(Figura 3).

A formação do eixo PC2 foi contribuída pelos mesmos parâmetros

encontrados no maior índice pluviométrico (Ce, Td e Nt) sendo verificado

influência significativa entre as variáveis de PC2 e P3. O comportamento de Ce e

Td estão relacionadas com o escoamento superficial e os processos erosivos que

ocorrem em áreas agrícolas devido a um grande aumento na área de superfícies

impermeáveis, contribuindo para o transporte de sedimentos aos corpos d'água

(CALIJURI, et al. 2012).

Omo-Irabor et al. (2008) também relatou uma forte correlação da variável

turbidez na análise de componentes principais com estes processos impactantes.

Já a ocorrência na coluna d’água dos compostos nitrogenados e o seu padrão de

distribuição, pode estar diretamente ligada ao processo de produção e

decomposição da matéria orgânica (ESTEVES; AMADO 2011).

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As texturas granulométricas areia média e areia fina somada a vazão

contribuíram ao PC2 e foram significativos para a distinção do C4, sendo que a

composição mineral do substrato é determinada, grande parte pela velocidade da

correnteza e pelo material componente da rocha matriz (BENETI; LANNA, 2003).

Para os pontos do rio SJ, os atributos riqueza e diversidade que diferiram

estatisticamente P1 do P4 inferem um aumento gradativo na qualidade da água, o

P3 apresenta uma das margens do leito do rio SJ sob influência da unidade de

conservação, sendo as espécies indicadoras do grupo 2 pertencem a ordem

Ephemeroptera e Trichoptera.

As ordens em questão são consideradas as mais sensíveis a contaminação

na coluna d’água juntamente com Plecoptera, sendo Campilocia sp.

(Euthyplociidae) uma espécie de padrões de qualidade da água exigente,

classificada como indicadora de boa qualidade hídrica (FLOWERS; ROSA, 2010),

assim como Nectopsyche (Hydroptilidae) (COMPIN, CEREGHINO, 2003).

Conclusão

A microbacia do rio SJ é composta por cinco classes diferentes quanto ao

uso do solo, sendo estas a mata nativa, pastagem e açudes, agricultura, área

residencial e florestamento de espécies exóticas. Apesar do predomínio da mata

nativa e da agricultura no uso do solo desta microbacia, o mesmo nao foi

verificado entre as áreas de drenagem dos pontos de coleta.

Em períodos de baixa pluviosidade as áreas que drenam para os pontos

avaliados indicaram parâmetros físicos e químicos abaixo do exigido pela

legislação brasileira vigente quando não influenciada pelo deságue de afluentes

desprovidos de vegetação ripária. Assim, a influência destes afluentes uma

proporcionalidade direta com o aumento significativo dos indicadores biológicos.

A composição e a estrutura da assembleia de Chironomidae estão

diretamente relacionadas à disponibilidade de nutrientes e interação com a

Unidade de Conservação Federal. Estes resultados ressaltam a importância da

heterogeneidade de habitats e da dinâmica da correnteza para as comunidades

bentônicas. Os ambientes mais impactados (elevado uso do solo) mostraram-se

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mais favoráveis à densidade e riqueza das larvas de Chironomidae, devido a

estabilidade ambiental proporcionada por estes locais.

Os parâmetros físicos, químicos e biológicos da qualidade da água

apresentaram correlação espacialcom a pluviosidade (chuva semanal), sendo a

relação temporal obtida entre a qualidade dos recursos hídricos e os pontos de

coleta. Constatou-se que a integridade dos ecossistemas aquáticos não sofreu

interferências significativas dos diferentes usos do solo enquanto manteve-se a

preservação ecológica da zona ripária. Entretanto, foram verificadas alterações

pontuais na integridade dos ecossitemas aquáticos e na qualidade da água em

pontos de coleta influenciados pelos afluentes desprovidos desta proteção ciliar.

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Wallace, J. B.; eggert, S. L.; Meyer, J. L.; Webster, J. R. Multiple trophic levels of a forest stream linked to terrestrial litter inputs. Science, v. 277, p. 102-104, 1997.

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INSTRUÇÃO AOS AUTORES

1. General

As human populations grow across the planet, water security, biodiversity loss and the loss of aquatic ecosystem services take on ever increasing priority for policy makers. International Review of Hydrobiology brings together in one forum fundamental and problem-oriented research on the challenges facing marine and freshwater biology in an economically changing world. Interdisciplinary in nature, articles cover all aspects of aquatic ecosystems, ranging from headwater streams to the ocean and biodiversity studies to ecosystem functioning, modeling approaches including GIS and resource management, with special emphasis on the link between marine and freshwater environments. The editors expressly welcome research on baseline data. The knowledge-driven papers will interest researchers, while the problem-driven articles will be of particular interest to policy makers. The overarching aim of the journal is to translate science into policy, allowing us to understand global systems yet act on a regional scale.

International Review of Hydrobiology publishes original articles, reviews, short communications, and methods papers.

Pre-submission English-language editing

Authors for whom English is a second language may choose to have their manuscript professionally edited before submission to improve the English. A list of independent suppliers of editing services can be found at http://authorservices.wiley.com/bauthor/english_language.asp. All services are paid for and arranged by the author, and use of one of these services does not guarantee acceptance or preference for publication. 2. Submission and Acceptance of Manuscripts

Manuscripts should be submitted electronically via the online submission site: http://mc.manuscriptcentral.com/hydrobiology. The use of an online submission and peer review site enables immediate distribution of manuscripts and consequentially speeds up the review process. It also allows authors to track the status of their own manuscripts. Complete instructions for submitting a paper are available online and below. Further assistance can be obtained from Christiane Katterfeld at the Editorial Office. Please e-mail: [email protected].

Getting Started

Launch your web browser (supported browsers include Internet Explorer 6 or higher, Netscape 7.0, 7.1, or 7.2, Safari 1.2.4, or Firefox 1.0.4) and go to the journal's online submission site: http://mc.manuscriptcentral.com/hydrobiology.

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Log-in or click the 'Create Account' option if you are a first-time user.

If you are creating a new account - After clicking on 'Create Account', enter your name and e-mail information and click 'Next'. (Your e-mail information is very important).

- Enter your institution and address information as appropriate, and then click 'Next'. - Enter a user ID and password of your choice (we recommend using your e-mail address as your user ID), then select your area of expertise. Click 'Finish'.

If you have an account, but have forgotten your log in details, go to 'Password Help' and enter your e-mail address. The system will send you an automatic user ID and a new temporary password.

Submitting Your Manuscript

After you have logged in, click the 'Submit a new Manuscript' link in the menu bar.

Enter data and answer questions as appropriate. You may copy and paste directly from your manuscript and you may upload your pre-prepared covering letter.

· Click the 'Next' button on each screen to save your work and advance to the next screen.

You are required to upload your files.

- Click on the 'Browse' button and locate the file on your computer. - Select the designation of each file in the drop-down menu next to the Browse button. - When you have selected all files you wish to upload, click the 'Upload Files' button.

Review your submission (in PDF format) before sending to the Journal. Click the 'Submit' button when you are finished reviewing.

Manuscript Files Accepted

Manuscripts and tables should be uploaded as Word (.doc, .docx) or Rich Text Format (.rtf) files (not write-protected) with figures as separate files. The files will be automatically converted to PDF on upload and will be used for the review process. The text file must contain the entire manuscript including title page, abstract, text, references, tables, and figure legends, but no embedded figures, e. g. figures in Word (.doc or .docx) or PowerPoint (.ppt). Figure tags should be included in the file. Manuscripts should be formatted as described in the Author Guidelines below.

Please address queries concerning the file types for submission to [email protected].

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For detailed instructions please see the section Requirements for Manuscripts below.

Figure files

Only high-resolution TIFF or EPS files are suitable for printing. Please use: • EPS for line art or combination images of photographs and labelling/lines • TIFF at a resolution of 300 dpi at final size for photographic images, and 600 dpi at final size for line art or combination images

If you create your figures using data analysis and graphing software (e.g. Origin), please export the graphs as EPS files. If you require any assistance with creating graphs suitable for printing, please contact the Editorial Office.

For detailed instructions please see the section Requirements for Manuscripts below.

When you submit your manuscript to the International Review of Hydrobiology, you will need to confirm the following statements:

The manuscript contains only material that is either original and has not been published or submitted elsewhere, or stems from publications identified by a reference.

All authors have seen the final manuscript and take responsibility for its contents.

The acceptance or rejection of manuscripts for publication in the International Review of Hydrobiology is decided by the editors, usually in cooperation with two referees. Any manuscript returned by an editor to the corresponding author for revision will be considered as withdrawn if not resubmitted within a period of three months.

Authors may suggest names and addresses of potential reviewers that have not been involved in the research project or in the preparation of the manuscript. A cover letter with additional information may accompany the manuscript, but this is not mandatory.

3. Requirements for Manuscripts

3.1 Content

The Abstract should introduce the topic, the main objective, the main result(s) and the principle conclusion(s). The Introduction should explain the main questions addressed in the paper. Continuity with earlier work on the subject should be established by reference to recent papers or reviews, which need not themselves be summarized. Experimental methods must be clearly described and include information essential for replication, but trivial details should be omitted. In the

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Discussion, the major findings should be summarized as a reminder only, not repeated.

3.2 Format

As a rule the manuscript should be arranged as follows: Title page, Abstract (max. 300 words), Introduction, Methods, Results, Discussion, Conclusions (optional), Acknowledgements, Literature Cited. If necessary, these sections may be structured using further subtitles. When different methods apply to different subsections (e.g. describing stand-alone experiments) the Methods and Results for that specific section can be combined. Manuscript layout must have double-line spacing, a left-hand margin of at least 2.5 cm and line numbers throughout the text (use continuous line numbers, if possible). Pages should be numbered from the title page to the figure legends inclusive. Each figure and table should be placed on a separate page.

Both British English and American spelling is permissible, but spelling should be used consistently throughout the manuscript.

The first page of the manuscript must contain the following information: title; first name and further initials and surname(s) of the author(s); name and full institutional address of each author (including an E-mail address if available) – if there are multiple authors add ‘(corresponding author)’ after the appropriate name; running title (should not exceed 72 characters, including spaces); the total number of words in the text including the title, references and figure legends.

Each figure, table, and bibliographic entry must have a reference in the text. Please do not import the figures into the text file. Tables should be supplied as text and not as graphics files. The text should be prepared using standard word processors (Microsoft Word) or saved in rich-text (rtf) format. Please note that we are unable to accept files created in PDF or WordPerfect format. Do not use automated or manual hyphenation.

For further information please consult http://authorservices.wiley.com/bauthor/. 3.3 Length

Papers, including figures, tables, literature cited, etc. should normally not exceed 12 printed pages which corresponds to approximately 5000 words.

4. Requirements for Manuscripts

4.1 Content

The Abstract should introduce the topic, the main objective, the main result(s) and the principle conclusion(s). The Introduction should explain the main questions addressed in the paper. Continuity with earlier work on the subject should be established by reference to recent papers or reviews, which need not themselves

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be summarized. Experimental methods must be clearly described and include information essential for replication, but trivial details should be omitted. In the Discussion, the major findings should be summarized as a reminder only, not repeated.

4.4 Units, Abbreviations and Nomenclature

All units of measurement must conform to the SI-System. Days = d, hours = h, minutes = min, seconds = s, grams = g, litres = l, metres = m, sample size = n, median =(‘x tilde’) or median, arithmetic mean =(‘x bar’), degrees of freedom = df, standard error of the mean = SE, standard deviation = SD, probability = p, not significant = ns, year(s) = yr, month(s) = mo, figure = Fig., table = Table, versus = vs, species = sp.

Names of genera and species must be in italics or be underlined with a single line in the manuscript. In the published paper they will appear as italics. All biological names should conform to current international nomenclature. For undefined species use ‘sp.’ Chemical formulae should be written as fully as possible using the nomenclature of the Chemical Society (J. Chem. Soc. 1067, 1936). 4.5 Illustrations and Tables

At final submission, figures should be saved in a neutral data format such as TIFF or EPS. Powerpoint and Word graphics are unsuitable for reproduction. Please do not use any pixel-oriented programmes. Scanned figures (only in TIFF format) should have a resolution of 300 dpi (halftone) or 600–1200 dpi (line drawings) in relation to the reproduction size. Line drawings should only be contour drawings without halftones (shades of grey). Please do not use patterns; rough hatching is acceptable. For more information, please click here.

Colour. In the event that an author is not able to cover the costs of reproducing colour figures in colour in the printed version of the journal, International Review of Hydrobiology offers authors the opportunity to reproduce colour figures in colour for free in the online version of the article (but they will still appear in black and white in the print version). If an author wishes to take advantage of this free colour-on-the-web service, they should liaise with the Editorial Office to ensure that the appropriate documentation is completed for the Publisher. Authors using colour in the print issue will be charged and should complete a form which can be downloaded here. Details of charges are given on the form.

Please note that figures will generally be reduced to fit within the column-width or the print area. This means that numbering and lettering must still be readable when reduced (e.g. maps) and that a scale provided in the legend might not correspond with the original (microscopic pictures). If a figure is to be cropped, please mark the lines on a photocopy or tracing paper.

Graphs with x and y axes should not be enclosed in frames. Do not forget the labels and units. Captions for the figures should give a precise description of the content and should not be repeated within the figure.

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Tables should be created using the table function of your word processor. The use of both tables and figures to illustrate the same results is not acceptable. 4.6 References

References in Articles

We recommend the use of a tool such as EndNote or Reference Manager for reference management and formatting. EndNote reference styles can be searched for here: http://www.endnote.com/support/enstyles.asp

Reference Manager reference styles can be searched for here: http://www.refman.com/support/rmstyles.asp

The list of references must include all references cited in the text and no additional references. References are to be arranged alphabetically and in chronological order. The name of the cited journal should be abbreviated according to the abbreviation used by the journal concerned. Otherwise use the abbreviations contained in the ‘Bibliographic Guide for Editors and Authors’ from Chemical Abstracts, or the ‘World List of Scientific Periodicals’, 4th ed., London 1963–65. Anonymous contributions should be placed at the beginning of the list of references.

References should be formatted as in the following examples:

Greenfield, M. D. & Rand, A. S. 2000: Frogs have rules: selective attention algorithms regulate chorusing in Physalaius pustulosus (Leptodactylidae). Ethology 106, 331–347.

Zar, J. H. 1996: Biostatisitcal Analysis, 3rd edn. Prentice Hall, Engelwood Cliffs, New Jersey.

Johnstone, R. A. 1997: The Evolution of Animal Signals. In: Behavioural Ecology, 4th edn (Krebs, J.R. & Davies, N. B., eds). Blackwell Science, Oxford, pp. 155–178.

Schütz, D. 1998: Sexual size dimorphism in a shell-brooding cichlid Lamprologus callipterus. Ph.D. Thesis, Ludwig-Maximilian-Universität, Munich, Germany.

Articles not yet published may only be cited if their place of publication is certain. They must be denoted by the expression ‘in press’. Otherwise, unpublished manuscripts should be referred to in the text as ‘author name(s), pers. comm.’; or ‘own data’.

Reference to the quoted literature in the text should be given as follows: Smith (1998) or (Smith 1998). Only the first author should be cited followed by ‘et al.’ when there are more than two authors (Smith et al. 1999). Multiple references to the same author and year should be labelled a, b, etc. according to the order in

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which they are first cited in the text. Series of references should be in chronological order (Smith 1997a, b; Miller & Smith 2001). Literal quotations should be between quotes ‘‘...’’ and must contain the page number(s) of the original reference.

4.7 Supporting information

Supporting information can be published as web materials on the International Review of Hydrobiology web site at the Editor's discretion. The supporting information will be accessible by hot links from the online version of International Review of Hydrobiology. Authors are responsible for the preparation of supporting information, which should be supplied in a format that will be most accessible by readers (e.g. PDF or Word for text and TIFF/EPS for figures). For more information please see our guidelines at http://authorservices.wiley.com/bauthor/suppmat.asp.

5. Copyright Transfer Agreement

We no longer require FAXs or other hardcopy of the Copyright Transfer Agreement. Instead we have introduced a convenient new process for signing your copyright transfer agreement electronically (eCTA) that will save you considerable time and effort. If your paper is accepted, the Author whom you flag as being the formal Corresponding Author for the paper will receive an e-mail with a link to an online eCTA form. This will enable the Corresponding Author to complete the copyright form electronically within ScholarOne Manuscripts on behalf of all authors on the manuscript. You may preview the copyright terms and conditions here. Government employees in both the US and the UK need to complete the Author Warranty sections, although copyright in such cases does not need to be assigned. After submission, authors will retain the right to publish their paper in various media, under certain circumstances (please see the form for further details).

6. Proof Correction

You will receive proofs of your article without the original manuscript (if no amendments have been made) and an offprint order form. Proofs should be corrected and returned at once. Please be sure that you can be reached during this time. Please note that only typesetting errors are to be corrected.

Proofs will be sent via e-mail as an Acrobat PDF (portable document format) file. The e-mail server must be able to accept attachments up to 4 MB in size. Acrobat Reader will be required in order to read this file. This software can be downloaded Here (free of charge). This will enable the file to be opened, read on screen, and printed out in order for any corrections to be added. Further instructions will be sent with the proof. Proofs will be posted if no e-mail address is available; in your absence, please arrange for a colleague to access your e-mail to retrieve the proofs.

7. Early View

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Internationa Review of Hydrobiology is now part of Wiley-Blackwell's Early View service. Articles are published on a regular basis online in advance of their appearance in a print issue. These articles are fully peer reviewed, edited and complete - they only lack page numbers and volume/issue details - and are considered fully published from the date they first appear online. This date is shown with the article in the online table of contents. Because Early View articles are considered fully complete, please bear in mind that changes cannot be made to an article after the online publication date, even if it is still to appear in print.

The articles are available as full text HTML or PDF and can be cited as references by using their Digital Object Identifier (DOI) number. For more information on DOIs, please see http://www.doi.org/faq.html.

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As print publication approaches, the article will be removed from the Early View area and will appear instead in the relevant online issue, complete with page numbers and volume/issue details. No other changes will be made.

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9. Offprints

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Free access to the final PDF offprint of your article will be available via Author Services only. Please sign up for Author Services to access the PDF of your article and enjoy the many other benefits the service offers.

10. NIH Grantees Note to NIH Grantees: Pursuant to NIH mandate, Wiley-Blackwell will post the accepted version of contributions authored by NIH grant-holders to PubMed Central upon acceptance. This accepted version will be made publicly available 12 months after publication. For further information, see www.wiley.com/go/nihmandate.

Last update: October 2012