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ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS A COMPOSIÇÃO DO LUGAR Mariana Cristina Adão

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Caderno do Trabalho de Graduação Integrado II | Instituto de Arquitetura e Urbanismo - USP São Carlos

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ENTRE RUÍNAS

E MEMÓRIASA COMPOSIÇÃO DO LUGAR

Mariana Cristina Adão

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1

ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

A COMPOSIÇÃO DO LUGAR

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2

Mariana Cristina Adão

Trabalho de Graduação Integrado II

Instituto de Arquitetura e Urbanismo

CAP Márcio Minto Fabrício

GT Simone Helena T. Vizioli

USP São Carlos

Dez/2014

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3

AGRADECIMENTOS

À professora Simone, pelo acompanhamento do traba-lho e por toda a atenção.

Aos professores Joubert e Márcio, pelos atendimentos e ajudas no trabalho.

Aos professores do IAU, pelos ensinamentos.

A Bia, Camila, Cristiana, Debora, Fernanda, Jéssica R., Jéssica S. e Talita, pelos momentos que passamos.

Ao Renan, pelo companheirismo, carinho e compreen-são.

Ao meu irmão, pelos momentos de descontração.

Aos meus pais, pela dedicação, amor e por serem meu maior incentivo para seguir em frente.

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5

ÍNDICE

UNIVERSO PROJETUAL 7

AÇÕES PROJETUAIS 21

LUGAR 29

PROGRAMA 49

PROJETO 55

Ruínas 62

Passarela 66

Conservatório 72

Torre 80

Biblioteca 88

Áreas livres 92

CONSIDERAÇÕES FINAIS 107

BIBLIOGRAFIA 113

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7UNIVERSO PROJETUAL

UNIVERSO PROJETUAL

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8 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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9UNIVERSO PROJETUAL

O trabalho de um arquiteto engloba diversas eta-

pas que vão desde a criação artística até a construção.

No entanto, deve-se saber em qual medida utilizar tais

fatores, pois “enquanto satisfaz apenas às exigências

técnicas e funcionais, não é ainda arquitetura; quanto se

perde em intenções meramente decorativas, tudo não

RCUUC�FG�EGPQITCƂC�q�%156#��������R�����

Soma-se a isso, a dependência da arquitetura de seu

meio social e físico, da época na qual ocorre, das técni-

cas empregadas, dos materiais utilizados e dos recursos

ƂPCPEGKTQU�FKURQPÉXGKU�

“A história da arte mostra que a arquitetura sempre

foi parte integrante fundamental no processo da criação

artística como manifestação normal de vida. Ela engloba,

portanto, a própria história da arquitetura, constituindo-

-se, então, por assim dizer, no ‘álbum de família’ da

humanidade. É através dela, através das coisas belas

SWG�PQU�ƂECTCO�FQ�RCUUCFQ��SWG�RQFGOQU�TGHC\GT��FG�testemunho em testemunho, os itinerários percorridos

nessa apaixonante caminhada, não na busca do tempo

RGTFKFQ��OCU�CQ�GPEQPVTQ�FQ�VGORQ�SWG�ƂEQW�XKXQ�RCTC�sempre porque entranhado�PC�CTVG�q�%156#��������R������

A arquitetura, e outras formas de expressão artística,

representam memórias de um tempo, lugar e usuário

determinados, podendo este último ser apenas um indi-

víduo ou toda uma sociedade.

O que observamos em arquitetura nos dias de hoje

é um grande descaso por essas memórias, sendo que,

muitas delas ou são destruídas para dar lugar ao novo ou

ƂECO�VQVCNOGPVG�CDCPFQPCFCU��VQTPCPFQ�UG�NWICTGU�FG�

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

riscos para quem se atreve a desvendá-los.

Dessa forma, o que procuro trabalhar no meu TGI

é como interferir nesse lugares, repletos de camadas –

sendo essas aqui trabalhadas como camadas do tem-

po – compondo com o contexto onde está inserido. O

que pretendo é fazer das memórias um passado vivo no

presente.

Para isso, foi necessário pesquisar diferentes formas

de se trabalhar e interpretar a memória, por meio de

teoria e projetos arquitetônicos.

Pierre Nora é um dos autores que trabalha com esta

questão e cujo texto “Entre memória e história: a pro-

DNGO½VKEC�FQU�NWICTGUq�VTC\�WOC�XKU¿Q�FKHGTGPEKCFC�CQ�analisar a Memória.

Nele, Nora descreve memória como oposição a his-

tória, sendo a aceleração da história a causa da morte da

memória.

Entretanto, apesar de colocar a memória como opos-

ta à história, o autor mostra que esta é essencial para a

existência daquela, uma vez que é a história que trans-

porta a memória através do tempo e que, com a distân-

cia e a mediação, a memória passa a ser história.

Essa passagem de memória para história é carac-

terizada pela mudança dos produtores de memória.

Nos tempos clássicos, os produtores de arquivos eram

as grandes famílias, Igreja e Estado, hoje, todos escre-

vem suas Memórias. Existe, assim, o dever de memória,

ECFC�WO�Å�JKUVQTKCFQT�FG�UK�OGUOQ��1�ƂO�FC�*KUVÏTKC-

-Memória multiplicou as memórias particulares, gerando

C�/GOÏTKC�*KUVÏTKEC�

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��UNIVERSO PROJETUAL

Nora diz que a memória passou do histórico ao

psicológico, do social ao individual, da repetição para a

rememoração, do público ao privado e do coletivo aos

homens-memória.

1�CWVQT�VCODÅO�FK\�C�TGURGKVQ�FQ�ƂO�FC�EQNGVKXKFC-

de-memória, das sociedades-memória – igrejas, escolas,

famílias e Estado – que faziam a transmissão de valores,

G�FCU�KFGQNQIKCU�OGOÏTKC��SWG�FGƂPG�EQOQ�UGPFQ�C�passagem regular do passado para o futuro. Isso teve

como causa o fenômeno da mundialização e midiatiza-

ÿQ�G�HQK�FGƂPKFQ�RGNQ�CWVQT�EQOQ�OGKQU�FG�OGOÏTKC��Sem esses meios, a memória cada vez menos é vivida

no interior e sente necessidade de suportes exteriores,

QW�UGLC��FG�UG�ETKCT�NQECKU�FG�OGOÏTKC��SWG�U¿Q�FGƂPKFQU�como lugares de história com vontade de memória. Isso

GNG�FGƂPG�EQOQ�C�OCVGTKCNK\CÿQ�FC�OGOÏTKC�

O que se esquece, na arquitetura, é que esses luga-

res não necessariamente precisam fazer parte da histó-

ria de uma sociedade inteira, sendo um marco de um

tempo. Também são considerados lugares de memórias

NQECKU�EQO�UKIPKƂE¾PEKC�CRGPCU�RCTC�RGSWGPCU�EQOWPK-dades, ou, até mesmo, uma família. O importante são as

ECOCFCU�RTGUGPVGU�PGUUGU�NWICTGU��#�%CUC�.WV\GPDGTIGT��de Porto Alegre, é um exemplo disso. Uma memória ín-

tima e particular, mas não menos importante que outras

memórias.

Outra autora que também escreve sobre memória

Å�/CTKC�%ÅNKC�2CQNK��5GIWPFQ�GNC��PQ�VGZVQ�p/GOÏTKC��JKUVÏTKC�G�EKFCFCPKC��Q�FKTGKVQ�CQ�RCUUCFQq��JKUVÏTKC��memória, patrimônio e passado possuem sentidos

OÖNVKRNQU��RQKU�XÆO�FG�WOC�EWNVWTC�RNWTCN�G�EQPƃKVCPVG��Assim, patrimônio histórico deve evocar dimensões da

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

%CUC�.WV\GPDGTIGTPorto Alegre / RSProjetada pelo arquiteto e artista plático Joseph Lutzenberger, em ������HQK�TGHQTOCFC�RQT�-KGHGT�#TSWKVGVQU�GO������

(QPVG���JVVRU���YYY�ƃKEMT�EQO�RJQVQU���������"0��������������

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��UNIVERSO PROJETUAL

cultura como um passado vivo, acontecimentos e coisas

que merecem ser preservadas porque são coletivamente

UKIPKƂECVKXCU�GO�UWC�FKXGTUKFCFG��1W�UGLC��RCVTKOÐPKQ�histórico é um lugar de memória com uma diversidade

FG�TGNCÃÑGU�G�UKIPKƂE¾PEKCU��OCU�KUUQ�P¿Q�UKIPKƂEC�SWG�todo lugar de memória é patrimônio histórico.

No entanto, como lembra a autora, observa-se que

quando se fala em patrimônio histórico pensa-se qua-

se sempre em uma imagem congelada, como museus,

monumentos, obras de arte e documentos, sendo a

RTGUGTXCÿQ�FGUUG�RCUUCFQ�FKUUQEKCFC�FG�UWC�UKIPKƂEC-

ção coletiva e longe de expressar as experiências sociais.

Deve-se mudar essa visão de patrimônio e a arquitetura

é uma forte arma para essa transformação.

Porém, isso não deve ser como vem ocorrendo, onde

há apenas duas ações possíveis para a história: destrui-

ção ou conservação, sendo esta, a partir da preservação

ou da construção do passado.

5GIWPFQ�2CQNK��RTGUGTXCÿQ�Å�FGƂPKFC�EQOQ�C�EQPU-tante produção do novo: o passado é visto como tendo

RQWEQ�UKIPKƂECFQ��CUUKO�VQTPC�UG�KPÖVKN�OCPVÆ�NQ��C�P¿Q�ser como testemunho de algo superado. A construção

do passado é vista como um sentimento de nostalgia.

Ambos possuem as mesmas premissas: não se importam

EQO�Q�UKIPKƂECFQ�EQNGVKXQ�PQ�RCUUCFQ�G�C�JKUVÏTKC�VQTPC-

-se um processo acabado e fechado.

Esse é um modo abstrato de se absorver a história,

sendo assim, ela não é uma forma de conhecimento,

PGO�TGHGTÆPEKC�EQO�C�SWCN�UG�RQUUC�TGƃGVKT�UQDTG�C�GZRG-

riência social, o que gera uma sociedade sem cidadania.

7O�GZGORNQ�KPXGTUQ�FKUUQ�Å�Q�5'5%�2QORÅKC��QPFG�

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

5'5%�2QORGKCSão Paulo / SPLina Bo Bardi���������

Fonte: <http://www.archdaily.EQO�DT�DT�����������ENCUUKEQU�da-arquitetura-sesc-pompeia-lina-bo-bardi/�����DD�G�G��G���E������

5'5%�2QORGKCSão Paulo / SPLina Bo Bardi���������

Fonte: <http://www.archdaily.EQO�DT�DT����������GURGEKCN�dia-do-arquiteto-a-invencao-de-uma-arquitetura-moderna-DTCUKNGKTC

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��UNIVERSO PROJETUAL

o passado é continuamente vivido e descoberto no pre-sente e ambos os tempos convivem harmoniosamente.

Segundo Nora, no passado, nação, história e memó-ria viviam em simbiose. Então, Estado-Nação foi substi-tuído por Estado-Sociedade, história como tradição de memória foi substituída por história como laboratório das mentalidades do passado e a legitimação pelo RCUUCFQ�EGFGW�NWICT�¼�NGIKVKOCÿQ�RGNQ�HWVWTQ��%QO�C�retomada de suas autonomias, nação passa a ser um dado, história, uma ciência social e memória, um fenô-meno privado.

É necessário fazer com que a produção incida sobre a questão da cidadania. Isso implica passar a história e política de preservação e construção do passado para UKIPKƂECÿQ�EQNGVKXC�G�RNWTCN��Q�SWG��UGIWPFQ�0QTC��Å�feito com dupla tarefa: crítica à história “dos vencedo-TGUq��FG�9CNVGT�$GPLCOKP��G��EQPUVTWÿQ�JKUVQTKQIT½ƂEC�de horizontes de validade histórica.

#�JKUVÏTKC�pFQU�XGPEGFQTGUq�GUEQPFG�QWVTCU�PCTTCVK-vas dos acontecimentos passados e presentes e torna-�UG�C�JKUVÏTKC�pQƂEKCNq��#�RQNÉVKEC�FG�RCVTKOÐPKQ�FKUUQ�derivada preserva apenas estes testemunhos, sem se KORQTVCT�UG�TGUVCTCO�PGNGU�QU�EQPƃKVQU��#RQUVC�UG�SWG�não há memória popular ou alternativa à do poder que UGLC�UWƂEKGPVGOGPVG�XCNKQUC�G�KNGIKVKOC�GUUCU�OGOÏTKCU��Essa talvez se articula como a maior parte das políticas de preservação no Brasil.

O que tem sido feito é recriar a memória dos que perderam a visibilidade de suas ações e resgatar essas ações e suas utopias não realizadas. Aposta na existên-cia de memórias coletivas e heterogêneas, mas que são

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

fortes referências de grupo, mesmo que com fraco nexo

EQO�C�JKUVÏTKC�pQTKIKPCNq��7O�ITCPFG�FGUCƂQ�Å�HC\GT�EQO�que essas experiências silenciadas se reencontrem com

a dimensão histórica.

É necessário produzir um direito ao passado com

crítica e subversão constante das versões instituídas.

O reconhecimento ao direito ao passado está ligado

CQ�UKIPKƂECFQ�RTGUGPVG�FC�IGPGTCNK\CÿQ�FC�EKFCFCPKC��Esse reconhecimento aceita os riscos da diversidade

e de encontrar as solicitações por uma memória social

que venham baseadas em seu valor simbólico, mesmo

que sejam locais, pequenas, quase familiares. Não teme

TGUVCWTCT�G�RTGUGTXCT�Q�RCVTKOÐPKQ�GFKƂECFQ�UGO�RTGVGP-

FGT�EQPUGTXCT�Q�pCPVKIQq�QW�ƂZCT�Q�pOQFGTPQq��EQOQ�PQ�5'5%�2QORÅKC��QPFG�Q�PQXQ�G�Q�CPVKIQ�p�����GUV¿Q�VTCDC-

NJCFQU�FG�HQTOC�SWG�WO�P¿Q�UG�KORQPJC�CQ�QWVTQ�q�&'�1.+8'+4#���������G�VCODÅO�PC�ECUC�.WV\GODGTIGT�SWG��UGIWPFQ�,QTIG�(KIWGKTC��RTQEWTC�p�����TGETKCT�WO�layer temporal, que não tem de necessariamente moralizar ou

denunciar o tempo preexistente ou demonstrar um virtu-

QUKUOQ�FQ�RTGUGPVG�q�(+)7'+4#���������'UUG�TGEQPJGEK-mento orienta-se pela produção de uma cultura que não

repudie sua própria historicidade, mas que possa dar-se

conta dela pela participação nos valores simbólicos da

cidade.

Esses valores simbólicos também são incluídos na

FGƂPKÿQ�FG�0QTC�FQU�NWICTGU�FG�OGOÏTKC��SWG��UGIWP-

do ele, são momentos da história arrancados do movi-

mento da história, lugares de história com vontade de

memória, tudo o que administra a presença do passado

no presente. Os lugares de memória possuem dois

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��UNIVERSO PROJETUAL

Praça das ArtesSão Paulos / SP

Brasil Arquitetura���������

(QPVG���JVVR���YYY�UM[-scrapercity.com/showthread.RJR!V���������RCIG��

Praça das ArtesSão Paulos / SP

Brasil Arquitetura���������

Fonte: <http://www.archdaily.EQO�DT�DT��������RTCEC�FCU�

CTVGU�DTCUKN�CTSWKVGVWTC

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

FQOÉPKQU��UKORNGU�G�CODÉIWQU��G�PCVWTCKU�G�CTVKƂEKCKU��G�três sentidos: material, simbólico e funcional, presentes simultaneamente, porém, em graus diversos.

O estudo dos lugares, segundo Nora, é uma encruzi-lhada entre dois movimentos: o movimento historiográ-ƂEQ�s�WO�TGVQTPQ�TGƃGZKXQ�FC�OGOÏTKC�UQDTG�UK�OGUOC�s�G�Q�OQXKOGPVQ�JKUVÏTKEQ�s�Q�ƂO�FG�WOC�VTCFKÿQ�FG�memória. Entretanto, viver integralmente sob o signo da memória esvazia os lugares daquilo que os fazem luga-res de memória, havendo a necessidade de manifesta-ções da vida social.

#�2TCÃC�FCU�#TVGU�Å�GZGORNQ�FGUUC�CƂTOCÿQ��7O�lugar de memória, onde o passado ainda é vivo e pos-sui uma intensa manifestação da vida social, ou seja, p�����EQPVÅO�OCTECU�G�OGOÏTKCU�FG�FKHGTGPVGU�ÅRQECU�q�2146#.�8+6478+75���������

Para aprofundar essa discussão, o texto “Estrutura FQU�HCVQU�WTDCPQUq��FG�#NFQ�4QUUK��VTC\�C�SWGUV¿Q�FQU�HCVQU�WTDCPQU��SWG�U¿Q�ENCUUKƂECFQU�RQT�GUUCU�OCPKHGUVC-ções, assim como as obras de arte. O que os diferencia é que os fatos urbanos são produzidos pelo público e as obras de arte, para o público. Por isso, fatos urbanos não se explicam por suas funções, que se alteram com o tempo. Também são considerados coletivos, por serem progresso da razão humana, e individuais, por serem uma forma organizada no tempo e espaço. Devem ser vistos em suas totalidades, ou seja, em conjunto com Q�UKUVGOC�XK½TKQ��VQRQITCƂC�G�VWFQ�Q�SWG�GUV½�GO�UGW�entorno, e, como destaca o autor, deve-se entender que conceituar um fato urbano é diferente de vivê-lo.

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��UNIVERSO PROJETUAL

Rossi diz que fatos urbanos persistentes podem ser vistos como monumentos, pois são fatos propulsores do desenvolvimento e se conservam durante a evolução da cidade.

Ainda segundo Rossi, a arquitetura da cidade pode ser representada de duas formas divergentes: a cidade como um grande artefato, ou seja, uma grande obra de engenharia e arquitetura que cresce no tempo, ou por entornos limitados, com arquitetura própria, e, portanto, forma própria. Isso interfere diretamente na forma como se constituem as permanências, podendo se tornar aber-rações, quando estão isoladas, não acrescentando nada nem podendo ser acrescentadas, ou elementos propul-sores, quando a forma do passado assume uma função diferente, mas continua ligada à cidade.

Esses elementos propulsores tem grande carga de memória. Para Nora, o que chamamos hoje de memó-ria já não é mais memória, e sim, história. A memória verdadeira é espontânea, social, coletiva, globalizante e imediata, como gestos, hábitos e ofícios, enquanto a memória transformada por sua passagem em história é voluntária, deliberada, psicológica, individual, subjetiva e indireta. Isso compõe a metamorfose contemporânea.

O que pretendo trabalhar no meu TGI é a coexistên-cia de memórias e tempos, pois acredito que há diversos meios de se projetar em lugares repletos de memória sem recorrer a uma ação totalmente destruidora ou con-servadora.

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�� ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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21AÇÕES PROJETUAIS

AÇÕES PROJETUAIS

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22 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Page 25: TGI II | Mariana Cristina Adão

23AÇÕES PROJETUAIS

É possível compor com o lugar, sem que este perca suas memórias, mas some novas memórias? É com essa indagação que começo a pensar em quais ações proje-tuais adotar.

Falar em camadas do tempo vai além da passagem cronológica, abrange também as memória, relações so-ciais, econômicas... E na arquitetura podemos perceber como o passado foi, e o presente é contado. Assim, são GUUCU�ECOCFCU�SWG�KORQTVCO�RCTC�FGƂPKT�OKPJCU�CÃÑGU�projetuais.

O processo do TGI iniciou-se em 2013, quando foram FGƂPKFQU�QU�EQPEGKVQU�C�UGTGO�VTCDCNJCFQU��/GW�VGOC�RTKPEKRCN�GTC�pECOCFCUq��OCU�VCODÅO�VKPJC�KPVGTGUUG�em analisar materialidade, enquadramentos e luz e som-bra.

#�RCTVKT�FGUUCU�RTKOGKTCU�FGƂPKÃÑGU��HQK�EQPUVTWÉFQ�um objeto síntese de pré-TGI, no qual procurei explorá--las.

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24 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Objeto de pré-TGI

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25AÇÕES PROJETUAIS

2CTC�FGƂPKT�CU�CÃÑGU�RTQLGVWCKU�SWG�TGURQPFGUUGO�C�esses temas, foram feitas transcrições do objeto, que o

CVWCNK\CUUGO�¼�NW\�FQ�WPKXGTUQ�RTQLGVWCN�GUEQNJKFQ��

&GUUC�HQTOC��RTQEWTGK�TGHQTÃCT�OKPJCU�SWGUVÑGU�EC-

madas, materialidade, enquadramentos e luz e sombra)

nas transcrições e, a partir delas, vieram dois conceitos,

que, mais tarde, foram utilizados como propostas arqui-

tetônicas: interdependência da obra e lugar e seleção.

Dizer que obra e lugar são interdependentes, signi-

ƂEC�FK\GT�SWG�VCPVQ�Q�QDLGVQ�FGRGPFG�FQ�NWICT�SWCPVQ�o lugar depende do objeto para existirem como tais, ou

UGLC��SWCPFQ�XKUVQU�UGRCTCFCOGPVG��OWFCO�FG�UKIPKƂEC-

do.

Já a seleção visual esconde ou revela situações do

lugar, o que é importante destacar para que a obra e o

NWICT�EQPXKXCO�GO�JCTOQPKC��RCTC�SWG�CU�OGOÏTKCU�FQ�passado estejam vivas nas memórias do presente.

%QO�DCUG�PGUUGU�FQKU�EQPEGKVQU��FGƂPQ�OKPJC�CÿQ�projetual como sendo a COMPOSIÇÃO. Compor a obra

com o lugar, de modo que ambos se contaminem for-

mando um só lugar com rica diversidade.

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26 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Montagem

Colagem

Xerox

Transcrições

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27AÇÕES PROJETUAIS

Ações projetuaisFase 2. Transcrições mas some novas memórias?][É possível compor com o lugar, sem que este perca suas memórias, - - -

- - - - - - - - -

- - - - - - - - - - - - - - - - - - Lugar de memória

Estação Ferroviária de São Carlos Camadas de memória

- - - - - - - - -

Com novos enquadramentos do lugar, formam-se novas visuais do pré-existente, que antes poderiam nem ser notadas.

COMPOSIÇÃO

Painel síntese do processo, no qual pego como objeto de

estudo a estação ferroviária de São Carlos, analisando formas

de composição do lugar.

Fonte das Imagens: Google 'CTVJ�G���JVVRU���YYY�HCEGDQQM�

EQO�HQVQVTGOUCQECTNQU

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28 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Page 31: TGI II | Mariana Cristina Adão

29LUGAR

LUGAR

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30 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Page 33: TGI II | Mariana Cristina Adão

31LUGAR

milhaskm

200400

Com base nos questionamentos que me levaram à GUEQNJC�FC�CÿQ�RTQLGVWCN��GPEQPVTCT�WO�NWICT�SWG�TGƃG-tisse minha postura não seria difícil, visto que a arquite-tura sempre traz consigo memórias de um tempo, que são perceptíveis até mesmo em ruínas.

As necessidades, a história, o comum, a beleza de um passado podem ser observados andando pelas ruas das cidades.

O município de Lençóis Paulista / SP, com pouco mais de 61 mil habitantes, é uma típica cidade do inte-rior paulista. Localizada a 300 km de São Paulo e 50 km de Bauru, tem, em seus percursos, lugares repletos de memórias a serem reveladas.

N

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32 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

N

Um desses lugares é Q�TGƃGZQ�FC�GEQPQOKC�lençoense, uma antiga destilaria de álcool e açú-car, que hoje encontra-se grande parte em ruínas.

Construída às pressas em 1943, para suprir as necessidades energéticas durante a Segunda Guerra Mundial, foi abandonada quando sua não houve mais necessidades de sua função.

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33LUGAR

Page 36: TGI II | Mariana Cristina Adão

34 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

N

Houve algumas tenta-tivas de novos usos para este lugar, como em julho FG�������SWCPFQ�HQK�ƂTOC-do contrato para abrigar a Casa da Cultura e o Mu-seu Histórico da Cidade, entretanto, funcionou por apenas 10 anos. Com sua saída, o lugar foi mais uma vez esquecido, e sua de-gradação, cada vez maior.

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35LUGAR

Page 38: TGI II | Mariana Cristina Adão

36 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

N

Usos

Residencial

Serviço

Comercial

Institucional

Misto com habitação

Área verde

Quando ainda funcio-nava a destilaria, a região era quase vazia. Aos poucos, foi ocupada por OQTCFKCU�FG�DCKZC�FGP-sidade, tornando-se uma ½TGC�TGUKFGPEKCN�FG�DCKZQ�ƃWZQ�

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37LUGAR

Page 40: TGI II | Mariana Cristina Adão

38 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

N

(NWZQU

Via arterial

Via coletora

Via local

Essa ocupação tam-bém ocorreu nas resi-dências pertencentes à destilaria e nas próprias construções da área de indústria.

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39LUGAR

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40 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Implantação

Residências

Tanques

Indústria

Pomar

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41LUGAR

Corte

A destilaria era dividida em três áreas: indústria, resi-dências e pomar. As residências encontram-se ao norte da indústria, mas não foram consideradas neste projeto.

Os cerca de 15 mil metros quadrados de terreno pos-suem um desnível total de 17 metros.

Ao norte, encontram-se dois tanques usados para armazenar álcool e a base do que seria um terceiro tan-que.

Ao sul, encontra-se a indústria, composta por uma torre de 25 metros de altura, uma chaminé igualmente alta e galpões, que são os mais degradados, sendo que ITCPFG�RCTVG�FGNGU�L½�P¿Q�GZKUVG�

0CU�RTÏZKOCU�R½IKPCU�Å�RQUUÉXGN�QDUGTXCT�UGW�RTQ-cesso de degradação, com fotos tiradas em 1983 (ima-gens superiores) e em 2014 (imagens inferiores).

Page 44: TGI II | Mariana Cristina Adão

42 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Fonte: SÃO PAULO, 1985

Fonte: Arquivo pes-soal

Page 45: TGI II | Mariana Cristina Adão

43LUGAR

Fonte: SÃO PAULO, 1985

Fonte: Arquivo pes-soal

Page 46: TGI II | Mariana Cristina Adão

44 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Fonte: SÃO PAULO, 1985

Fonte: Arquivo pes-soal

Page 47: TGI II | Mariana Cristina Adão

45LUGAR

Fonte: SÃO PAULO, 1985

Fonte: Arquivo pes-soal

Page 48: TGI II | Mariana Cristina Adão

46 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Fonte: SÃO PAULO, 1985

Fonte: Arquivo pes-soal

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47LUGAR

%QO�UGW�XCNQT�JKUVÏTKEQ�GPƂO�XCNQTK\CFQ��GPVTQW�GO�processo de tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT, em dezembro de 1989.

0Q�ƂPCN�FG�������HQK�CDGTVQ�WO�EQPEWTUQ�RCTC�KO-RNCPVCÿQ�FQ�p%GPVTQ�/WPKEKRCN�FG�(QTOCÿQ�2TQƂUUKQ-PCN�2TGHGKVQ�+FGXCN�2CEEQNCq��EQO�EWTUQU�RTQƂUUKQPCNK\CP-tes, que hoje encontram-se espalhados pela cidade. O projeto vencedor foi do Metrópole Arquitetos.

Perspectivas do projeto de Metrópole Arquitetos.

Fonte: <http://www.arqba-cana.com.br/internal/arq!aqui/read/13684/metr%C3%B3pole-

arquitetos-destilaria-central-de-len%C3%A7%C3%B3is-paulista>

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48 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

A atual situação do lugar, somada a sua história e memórias, gera algumas indagações para implantar um novo uso:

O que pode ser mantido como ruína?

O que deve ser reconstruído?

Como valorizar as memórias deste lugar e, ao mesmo tempo, abrir espaço para novas memórias?

Essas indagações foram essenciais para a constitui-ção do projeto.

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49PROGRAMA

PROGRAMA

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50 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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51PROGRAMA

Lençóis Paulista é uma cidade com opções restritas de cultura e lazer, levando seus habitantes a procurarem essas atividades em cidades próximas. A cidade foi re-centemente incluída no Circuito Turístico “Caminhos do %GPVTQ�1GUVG�2CWNKUVCq��Q�SWG�XCNQTK\CT½�GUUCU�½TGCU�

Com base nisso, a proposta é criar uma novo espaço que promova atividades culturais, ampliando, assim, o polígono cultural existente, que atualmente é composto por quatro áreas: Biblioteca Municipal Orígenes Lessa, Espaço Cultural Cidade do Livro, Casa da Cultura Profª Maria Bove Coneglian e Museu Alexandre Chitto.

A Casa da Cultura, onde se localiza a Secretaria da Cultura, é um espaço com diversos programas, entre eles, cursos de dança, teatro, música, artes plásticas, sala para apresentações de todos os tipos, e a orquestra de sopros da cidade.

Essa diversidade é um bom intercâmbio cultural, en-tretanto, atividades como o da Orquestra Municipal de 5QRTQU�p/CGUVTQ�#IQUVKPJQ�&WCTVG�/CTVKPUq�Å�CNIQ�EQO�grande capacidade de crescimento, gerando necessida-de de maior e melhor estrutura.

A orquestra conta, atualmente, com cerca de 40 músicos. Seu repertório vai do erudito ao popular e é referência para toda a região. Também incentiva a for-mação de novos músicos através de um trabalho base denominado Banda Experimental Jovem, com mais de 60 alunos.

Assim, o projeto visa atender a uma futura necessida-de da orquestra e de projetos de instrumentalização, im-plantando um conservatório, com espaços para ensino, ensaios e apresentações, além de uma ampla área para

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52 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Áreas culturais existentes

Área de intervenção

Eixos culturais existentes

Novos eixos culturaisN

lazer.

A criação de uma nova área cultural, resultará em um novo eixo, ampliando o polígono cultural que encontra-se concentrado no centro da cidade.

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53PROGRAMA

Biblioteca

Casa da Cultura

Museu

Espaço Cultural

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54 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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55PROJETO

PROJETO

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57PROJETO

O primeiro passo para a concepção do projeto foi decidir o que, da construção existente, permaneceria como ruína, o que seria retirado e o que seria restaura-do. Para tanto, foi realizada uma cuidadosa análise do lugar e uma possível relação com novas construções.

A principal proposta do projeto é convidar os visi-tantes a percorrerem todo o lugar, despertando a curio-sidade através dos percursos, gerando visuais que horas escondam, horas revelem suas memórias.

A implantação de uma nova construção se faz ne-cessária, tanto para atender ao programa, quanto para relacionar o passado com o presente, as ruínas com o novo e o respeito às características ímpares de ambos.

Com essa relação é possível diferenciar as formas construtivas, as relações com o espaço, as necessidades de cada época e sociedade.

Primeiros estudos

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Galpão

Galpão

Torre

Cobertura

Tanque

Chaminé

N

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59PROJETO

,WPVQ�EQO�GUUC�RTKOGKTC�FGƂPKÿQ�XGKQ�C�ETKCÿQ�FG�eixos que norteassem o projeto.

O primeiro eixo, paralelo à Avenida José Antônio Lorenzetti, principal via que contorna o lugar, é onde foi projetada a nova construção. Além dessa construção, onde é localizado o conservatório, outro elemento que marca o eixo é um dos decks de madeira que conforma o projeto. Ele atravessa toda a extensão norte do eixo, até seu encontro com o conservatório.

O segundo e último eixo é marcado por uma pas-sarela, a qual corta toda a região sul do lugar, ligando a torre existente ao novo prédio do conservatório. Atra-vessa a região das ruínas, oferecendo, a quem passa por ali, uma maior compreensão do que já foi este lugar e de como ele é. Em seu percurso é possível observar toda área livre do lugar, além de uma grande extensão da cidade.

Planta da destilaria

Restauro

Ruínas

Retirado

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Implantação

Eixo 1 - Nova construção

Eixo 2 - Passarela

Corte AA - Eixo 1

Corte BB - Eixo 2

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62 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

RuínasAs ruínas desempenham o papel principal do proje-

to. São as ruínas que fazem o projeto existir como é. É a partir das ruínas que todo o projeto se desenvolve.

Dessa forma, as ruínas são abertas a visitação a todos que estiverem dispostos a desvendar o passado. São divididas em duas partes: ao norte, onde se encontram os tanques, e ao sul, com os galpões e a chaminé.

Nos galpões ainda é possível encontrar antigas caldeiras e imaginar como era a dinâmica da destilaria através das divisões dos ambientes.

Imagens das ruínas

Fonte: SÃO PAULO, 1985

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PassarelaA passarela é a principal conexão entre o antigo e

o novo. Com 80 metros de extensão, 4,5 de largura e entre 3,70 e 9 metros de altura, é sustentada por quatro pórticos de concreto protendido e vigas de aço corten, e faz ligação entre a torre e o conservatório

Da passarela pode-se ver todo o lugar, seu entorno e a cidade. Também tem uma visão única das ruínas, tornando mais fácil a compreensão da interação entre os ambientes.

Caminhando sob a passarela, seus pórticos criam um enquadramento de parte das ruínas, chamando a aten-ção para a história do lugar.

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68 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte BB - Eixo 2

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69PROJETO

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72 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

ConservatórioO prédio do conservatório é dividido em três pavi-

mentos de 18 x 54 metros. Possui duas entradas: uma no eixo em que se encontra, a partir do deck que o invade, e a outra, no cruzamento dos eixos, ambas no térreo. Foi implantado mantendo distância do existente, como sinal de respeito por suas memórias e história.

No térreo encontram-se a recepção, administração e salas de aulas teóricas, que também podem ser usadas para aulas práticas e ensaios, além de banheiros, espa-ços de convivência e circulação. Uma de suas entradas dá acesso à passarela que leva ao segundo andar da torre.

No primeiro andar há a coordenação, salas de pro-fessores e salas de aulas prática e ensaios. Também conta com banheiros, áreas de convivência e circulação.

Já no subsolo é onde se localiza um auditório para 308 pessoas, com foyer, depósito e camarins, podendo ter apresentações de outros gêneros, além da orquestra.

Por conta do desnível do terreno, através do subsolo é possível acessar outras áreas do projeto, dessa for-ma, em toda sua área não ocupada pelo teatro há uma grande área livre de piso de concreto liso, que pode ser usada para encontros e lazer.

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74 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Primeiro andar Térreo

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75PROJETO

Plantas do conservatório

Admnistração

Banheiro

Coordenação

Depósito e camarins

Foyer

Recepção

Sala de porfessores

Sala de aula práticas / ensaios

Sala de aulas teóricas

Subsolo

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76 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte AA - Eixo 1

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77PROJETO

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78 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Suas laterais são revestidas por uma “segunda pele”

de brise de aço corten e suas entradas, por parede

cortina de vidro. Isso, somado à localização dos ambien-

tes no núcleo da planta, o torna uma construção leve,

permeável para os olhos do transeunte.

A estrutura é formada por pilares de concreto ar-

mado de 30 centímetros por 4,5 metros, também loca-

lizados no centro, numa malha de 6 metros. O interior

FGUUGU�RKNCTGU�U¿Q�WUCFQU�RCTC�C�RCUUCIGO�FG�ƂQU�G�tubulações. Lajes nervuradas de 25 centímetros comple-

tam a estrutura.

As paredes divisórias das salas são revestidas de ma-

teriais acústicos, para neutralizar os ruídos tanto exter-

nos, quanto de outras salas.

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80 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

TorreComo já visto, algumas das construções existentes

serão restauradas, de modo a atender às necessidades atuais da cidade.

Uma dessas construções é a torre. Com cerca de 25 metros de altura, o projeto para a torre toma como prin-cípio suas características, assim, sua fachada é restaura-da e, em seu interior, é colocado uma nova estrutura em aço que sustentará os novos usos.

Por ser a construção mais alta do lugar e oferecer uma vista ímpar da cidade, assim, possui usos comerciais e de serviços, podendo ser visitada por todos.

É dividida em seis andares onde funcionarão uma loja de música, um café e um restaurante, tendo este último três andares, sendo um reservado para a cozinha. Para ventilação dos banheiros há um shaft, para não des-caracterizar a fachada.

Para dar acesso à partir do primeiro andar, foi proje-tado um anexo à torre, onde há um elevador e escadas. Esse anexo é permeável, contornado por um cobogó de aço corten.

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82 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Térreo - Recepção

Primeiro andar - loja

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83PROJETO

Segundo andar - café

Terceiro andar - cozinha do restaurante

Plantas da torre

Banheiro

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84 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Quarto e quinto andares - restaurante

Plantas da torre

Banheiro

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85PROJETO

Corte BB - Eixo 2

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86 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

A permeabilidade da caixa de escadas se con-trapõe com a estrutura mais “pesada”, de con-creto e alvenaria, da torre. Isso, somado à diferença de materiais, faz mais uma comparação entre presen-te e passado, podendo este ser visualizado através daquele.

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BibliotecaOutra construção que terá suas características iniciais

recuperadas é o galpão que abrigará a biblioteca. Assim como a torre, possui estrutura de concreto, vedação de alvenaria e grandes janelas de ferro. Seu interior recebe-rá estrutura necessária para o novo uso.

Planta da biblioteca

Banheiro

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90 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte BB - Eixo 2

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91PROJETO

Como já existe biblioteca municipal, cujo acervo é bastante amplo e valorizado, esta biblioteca é dedicada à literatura musical, como livros de história da música e partituras, para serem usados em aulas e retirados.

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Vegetação

Existente (árvores)

Existente (palmeiras)

Existente remanejada

Nova caducifólia

Nova densa

Áreas livresAs áreas livres oferecem diferentes estares, pensa-

dos para atrair toda a população da cidade, oferecendo novas opções de lazer e atividades culturais.

A vegetação foi planejada com uma maior densi-FCFG�PC�½TGC�FQU�VCPSWGU��EQPƂIWTCPFQ�WO�RGSWGPQ�bosque, e com menor densidade e caducifólias perto das construções, agindo como complemento dessas e oferecendo algumas áreas sombreadas. Algumas ve-getações existentes permaneceram, outras, menores, foram remanejadas.

Além da pavimentação em concreto liso, na projeção do prédio do conservatório e da passarela, as áreas livres também são revestidas por pedra portuguesa - em sua maioria - e tijolo - onde já havia e em parte do play-ground. Também algumas áreas gramadas, cobertas ou não por decks, estão espalhadas pelo parque.

Pisos

Areia

Gramado

Deck de madeira

Pedra portuguesa

Tijolo

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94 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

BOSQUE

O espaço onde se encontram os tanques é destina-

do ao estar e contemplação. Uma área gramada, com

vegetações densas, que oferecem sombras e fecham

esta área para a avenida, abrindo-a para a escola, que se

encontra a nordeste.

Os tanques permanecerão também como ruínas, tra-

zendo uma amostra, a quem penetra o parque por esta

área, do que há adiante.

É cortado por um deck com bancos, dando mais um

motivo para a permanência neste local. Este deck corta

toda esta área e penetra o prédio do conservatório.

Também seu amplo gramado sombreado oferece

condições para descanso e atividades físicas.

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96 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte AA - Eixo 1

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97PROJETO

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98 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

PLAYGROUND

O playground é dividido em três camadas: a primei-ra, mais externa, é gramada com vegetação. A segunda, intermediária, pavimentada de tijolo, conta com asper-UQTGU�FG�½IWC��HQTOCPFQ�WOC�ƂPC�ECOCFC�FG�½IWC��#�camada interna, de areia, é onde se encontram brinque-dos lúdicos.

Foi projetado de maneira não usual com o que encontramos na cidade, assim, será uma forma de atrair crianças e adultos, aproximando a população da história do lugar e da arte musical.

É cortado por dois caminhos na direção de cada um dos eixos, de modo a não interromper a passagem e gerando perspectivas do lugar.

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100 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

DECKS

Os decks estão localizados em três pontos do pro-jeto: nas pontas dos eixos e no cruzamento estre eles, formando uma continuidade visual.

O deck de união dos eixos é dividido em três níveis, todos com acesso da rua. É uma área de recepção, visto SWG�GUV½�XQNVCFQ�RCTC�C�XKC�FG�OCKQT�ƃWZQ�G�F½�CEGUUQ�C�diversas áreas do parque, assim, é pensado como tal. É uma área sombreada e com desenhos que sugestiona a permanência, como suas escadas e as aberturas para as árvores que podem ser usados como bancos.

A leste deste deck há uma escadaria que dá acesso ao pátio ao lado da biblioteca. Esta área, onde antes havia outro galpão, permaneceu sem construção no projeto. Entretanto, seu piso de tijolo, contínuo em toda a área de ruínas e construções existentes, sugere a exis-tência passada de alguma construção. O pátio foi proje-tado para ser usado para apresentações ao ar livre, e sua escadaria, como arquibancada.

O deck ao lado da torre também recepciona quem adentra o parque pelo seu lado mais reservado e dá acesso às ruínas e à torre.

Entre esses dois decks há uma passagem delimitada, de um lado, pelas ruínas e as construções existentes, de outro, pelos muros das residências. Essa passagem também foi pensada como um estar, assim, dispõe de bancos e áreas sombreadas e possui vistas diversas do existente.

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102 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte AA - Eixo 1

Deck de encontro dos eixos.

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104 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Corte BB - Eixo 2

Pátio da biblioteca

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105PROJETO

Deck da torre

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107CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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108 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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109CONSIDERAÇÕES FINAIS

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110 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Cada traço de desenho, cada ideia para o projeto,

foram pensados sempre considerando as premissas do

universo projetual e as questões que levaram à ação

projetual.

Foi adicionada uma nova camada ao lugar. Camada

que pretende somar novas memórias e histórias e que

respeita e preserva as existentes.

Essas camadas, de presente e passado, podem se

evidenciar na materialidade, como na contraposição en-

tre o aço corten e a alvenaria, e nas formas construtivas.

A nova camada também é responsável por enqua-

dramentos do lugar. Dessa forma, seleciona visuais que

revelem características que, talvez, passassem desper-

cebidas sem ela. Assim, a nova camada tem total de-

pendência do lugar para existir, assim como o lugar, sem

essa nova camada, não tem os mesmos aspectos.

Com isso, as ruínas estão neste lugar para serem

reveladas, descobertas e apreciadas. São os elementos

principais do projeto, sem as quais todo o projeto muda-

TKC�FG�UKIPKƂECFQ�

Tão importante foi este lugar, para em nada se

acabar. Entre ruínas e memórias existe uma história que

devemos preservar.

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111CONSIDERAÇÕES FINAIS

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112 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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113BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA

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114 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

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115BIBLIOGRAFIA

Livros

COSTA, Lúcio. Arquitetura. Rio de Janeiro: José Olym-pio, 2011.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. In: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Departamento de História. Projeto História 10. São Paulo, 1981, p. 7-28.

PAOLI, Maria Célia. Memória, história e cidadania: o di-reito ao passado. In��5¿Q�2CWNQ�EKFCFG���5GETGVCTKC�/WPK-cipal de Cultura. Departamento do Patrimônio Histórico. O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania/DPH. 1992, p. 25-28.

RICHARDSON, Tim. Avant Gardeners. London: Thames & Hudson, 2009.

ROSSI, Aldo. Estrutura dos fatos urbanos. In: ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Fon-tes, 2004. Parte I, p. 13-59.

Artigos de revistas

FIGUEIRA, Jorge. Nem passivo, nem ostensivo. Revista aU, São Paulo, ano 27, n 225, p. 43-47, Dez./2012.

FRAJNDLICH, Rafael Urbano. Sonoro monólito. Revisa aU, São Paulo, ano 28, n 227, p. 24-33, Fev./2013.

LANDSCAPE ARCHITECTURE MAGAZINE. 1910- . Men-sal.

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116 ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS

Websites

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tral de Lençóis Paulista. Disponível em: < http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/13684/

metr%C3%B3pole-arquitetos-destilaria-central-de--len%C3%A7%C3%B3is-paulista>. Acesso em: 18 jun

2014.

BRASIL ARQUITETURA. Disponível em: < http://brasilar-quitetura.com>. Acesso em 17 out 2014.

CONSERVATÓRIO DE TATUÍ. Disponível em: < http://

www.conservatoriodetatui.org.br>. Acesso em 26 mai

2014.

DE OLIVEIRA, Olivia. Repasses. A depredação material e espiritual da obra de Lina Bo Bardi. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 068.01, Vitruvius, jan. 2006 <http://www.

vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.068/387>

Acesso em 15 abr 2014.

DIRETORIA DA CULTURA DE LENÇÓIS PAULISTA. Dis-

ponível em: < https://culturalencoense.wordpress.com>. Acesso em 18 jun 2014.

LANDEZINE. Disponível em: <http://landezine.com>. Acesso em 10 nov. 2014.

ORQUESTRA MUNICIPAL DE SOPROS LENÇÓIS PAU-

LISTA. Disponível em: < http://orquestradelencois.blogs-

pot.com.br>. Acesso em 18 jun 2014.

PORTAL VITRUVIUS. Praça das Artes. Projetos, São Pau-lo, ano 13, n. 151.03, Vitruvius, jul. 2013 <http://vitruvius.

com.br/revistas/read/projetos/13.151/4820> Acesso em 15 abr 2014

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117BIBLIOGRAFIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE LENÇÓIS PAULISTA. Dis-ponívem em: < http://www.lencoispaulista.sp.gov.br>. Acesso em 18 jun 2014.

UNA ARQUITETOS. Disponível em: < http://www.unaar-quitetos.com.br> Acesso em 26 mai 2014.

VIGLIECCA & ASSOCIADOS. Disponível em: < http://www.vigliecca.com.br>. Acesso em 3 jun 2014.

VITRUVIUS. Destilaria Central de Lençóis Paulista. Dis-ponível em: < http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.158/5044> Acesso em: 18 jun 2014.

Documentos

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: �#EGUUKDKNKFCFG�C�GFKƂECÃÑGU��OQDKNK½TKQ��espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004. 97p.

5�1�2#7.1�'UVCFQ���5GETGVCTKC�FQ�GUVCFQ�FC�%WNVWTC��Conselho de Devesa do Patrimônio Histórico, Arqueoló-gico, Artístico e Turístico do Estado. Processo n° 24037, de 07 de agosto de 1985. Estudo de tombamento da Destlaria Central de Lençois Paulista.

5�1�2#7.1�'UVCFQ���5GETGVCTKC�FQ�GUVCFQ�FC�%WNVWTC��Conselho de Devesa do Patrimônio Histórico, Arqueoló-gico, Artístico e Turístico do Estado. Processo n° 69034, de 11 de abril de 2013.Pedido de aprovação de interven-ção na Destilaria Central de Lençóis Paulista pode parte da Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista.

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