textos orais e escritos

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Para Bakhtin (2003), a maneira como o ser humano se utiliza de sua língua leva sempre em conta as especificações de cada situação de comunicação, que se realiza em uma determinada esfera da atividade humana, resultando em enunciados linguisticamente diferentes, próprios dessa esfera, a que o autor chama de gêneros do discurso. É a linguagem posta em ação, a língua assumida pelo falante. Realizar uma atividade discursiva significa interagir pela linguagem: dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto histórico e em determinadas circunstâncias de interlocução. Compreendemos a comunicação como um ato social que representa um contexto por meio de referências comuns aos interlocutores. O discurso daquele que fala/escreve representa uma posição socialmente definida, amaparada pela referência da voz do outro, presente no processo de comunicação. Comunicaç ão 1 Discurso 2 Gêneros do Discurso 3 Processos e Mecanismos de Interação pela Linguagem

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Operadores Argumentativos

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Page 1: Textos orais e escritos

Para Bakhtin (2003), a maneira como o ser humano se utiliza de sua língua leva sempre em conta as especificações de cada situação de comunicação, que se realiza em uma determinada esfera da atividade humana, resultando em enunciados linguisticamente diferentes, próprios dessa esfera, a que o autor chama de gêneros do discurso.

É a linguagem posta em ação, a língua assumida pelo falante. Realizar uma atividade discursiva significa interagir pela linguagem: dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto histórico e em determinadas circunstâncias de interlocução.

Compreendemos a comunicação como um ato social que representa um contexto por meio de referências comuns aos interlocutores. O discurso daquele que fala/escreve representa uma posição socialmente definida, amaparada pela referência da voz do outro, presente no processo de comunicação.

Comunicação1 Discurso2

Gêneros do Discurso

3

Processos e Mecanismos de Interação pela Linguagem

Page 2: Textos orais e escritos

OPERADORES ARGUMENTATIVOS• A argumentação faz parte da linguagem na medida em que desejamos,

quando falamos ou escrevemos, persuadir nosso interlocutor. Algumas palavras são responsáveis pela sinalização da argumentação: os operadores argumentativos (criada por O. Ducrot).

• A expressão operadores argumentativos e seu objetivo, era de se ter uma designação para certos elementos da gramática de uma língua que têm por função indicar a força argumentativa dos enunciados e a direção para qual apontam.

• Para explicar como funcionam esses operadores há duas noções a serem utilizadas: Escala Argumentativa e Classe Argumentativa.

• Uma classe argumentativa é constituída de um conjunto de enunciados que podem igualmente servir de argumento para uma mesma conclusão, ou seja, um grupo de enunciados que, na mesma medida, poderiam defender uma determinada posição.

Page 3: Textos orais e escritos

EXEMPLOS:

Page 4: Textos orais e escritos

Maria é mesmo filha do casal. É educada e tem

muita responsabilidade com seus estudos. Além disso, ajuda a mãe nas tarefas domésticas. Ressalte-se, ainda, que faz todo o serviço de banco para o pai.

(1) Maria é a melhor filha do casal. (Posição P) arg 1. – é educada arg. 2 – tem muita responsabilidade com seus estudos

arg. 3 – ajuda a mãe nas tarefas domésticas (Todos os argumentos têm a mesma força para levar-nos a concluir P.

Os argumentos 1,2 e 3 são classes argumentativas.

Page 5: Textos orais e escritos

Scrolling text repeating until end of slide • Scrolling text repeating until end of slide •

Mas em vez de classe argumentativa, teremos uma escala argumentativa. VEJA:

O show de Madonna foi um sucesso.

• arg. 1 - compareceram personalidades do mundo artístico.

• arg. 2 – compareceram pessoas influentes nos meios políticos.

• arg. 3 - compareceu o Presidente da República. (Argumento mais forte)

O show de Madonna não teve sucesso.

• não compareceram personalidades do mundo artístico.

• não compareceram pessoas influentes nos meios políticos.

• não compareceu o Presidente da República.

Page 6: Textos orais e escritos

Operadores cuja função é assinalar o argumento

mais forte de uma escala são: até, mesmo, até

mesmo, inclusive.

Ex: O show de Madonna foi um sucesso,

Compareceram personalidades do mundo artístico,

pessoas influentes nos meios políticos e até o

Presidente da República.

Page 7: Textos orais e escritos

Mais operadores:

Operadores que introduzem um argumento de modo que deixa subentendida a existência de uma escala com outros argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo.A professora novata era muito ambiciosa. Queria ser no mínimo a diretora da escola.

O show de Madonna não teve sucesso: o Presidente não compareceu, nem pessoas influentes nos meios políticos e nem mesmo personalidades do mundo artístico.

Page 8: Textos orais e escritos

Portanto, logo, por

conseguinte, pois, em decorrência

,dentre outros.

O alías, é argumento diferente, pois apesar de parecer desnecessário ele dá uma espécie de gole final resumindo ou coroando os outros argumentos.

e, também, ainda, nem (=não), não só… mas também, tanto… como, além de…, além disso…, a par de… etc.

Somam Argumentos

1 Argumento Decisivo2 Conclusão

Relativa3

Page 9: Textos orais e escritos

COMPARAÇÃO:

MAIS QUE, MENOS

QUE, TÃO, COMO, ETC.

CONCLUSÃO:

OU, OU ENTÃO, QUER,

SEJA, ETC.

Page 10: Textos orais e escritos

MARCADORES DE PRESSUPOSIÇÃO:

São os elementos linguísticos que, quando presentes no enunciado, introduzem nele outros conteúdos semânticos, os quais só existem com a

presença deles. A esses conteúdos adicionais, que ficam à margem da discussão, dá-se o nome de pressupostos. Aos elementos linguísticos que

introduzem, chamamos, então, marcadores de pressuposição.

Verbos que indicam mudança ou permanência de estado: ficar, começar a,

passar a, deixar de, continuar, permanecer, tornar-se, dentre outros.

Page 11: Textos orais e escritos

VERBOS FACTIVOS:

que são aqueles complementados pela enunciação de um fato (fato que, no caso, é

pressuposto), são verbos de estado psicológico. Ex: lamentar, lastimar, sentir, saber, etc.

Page 12: Textos orais e escritos

Conectores circunstanciais

Quando a oração por elesIntroduzida vem anteposta:

desde que, antes que, depois que, visto que, etc.

Page 13: Textos orais e escritos

Subentendidos ou Inferências:

A diretora da Fundação Cultural da cidade comprou um belíssimo colar de esmeraldas e brilhantes.Para inferir essa informação, é preciso que o interlocutor tenha um determinado conhecimento de mundo, para fazer essa inferência. Trata-se de uma pressuposição não marcada linguisticamente, a qual chamamos de subentendido.

Page 14: Textos orais e escritos

Indicadores modais ou modalizadores

Page 15: Textos orais e escritos

Modalizadores:Determinam o modo como aquilo que se diz é dito, apresentam a construção do sentido do enunciado, a intenção do dito pelo modo que se diz. Os recursos usados comumente são advérbios e adjetivos. Ex:

É possível que amanhã faça sol.

Certamente o seu filho será aprovado.

Page 16: Textos orais e escritos
Page 17: Textos orais e escritos

Infelizmente não poderei comparecer a reunião amanhã.É com prazer que recebemos você nesta empresa.

Francamente, esse seu vestido está muito curto.O candidato foi extremamente feliz na escolha do tema da prova oral.

Page 18: Textos orais e escritos

Correlação entre os tempos verbais: a correlação verbal constitui uma espécie de coerência que deve haver entre as formas verbais utilizadas em uma frase ou sequência de frases. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles são correspondentes, de maneira que expressem as ideias sem prejuízo de sentido. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si.

Page 19: Textos orais e escritos

Exemplos: 1. Se eu tivesse saído mais cedo de casa, não

perderia o voo.

No exemplo, o verbo está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Se o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,

eventualidade, o verbo da outra frase deve necessariamente ser empregado no futuro do pretérito, uma vez que esse tempo

expressa também uma afirmação condicionada, isto é, depende de algo, ao se referir a fatos que não se realizaram e que,

provavelmente, não se realizarão.

Page 20: Textos orais e escritos

Correlações entre os tempos verbais da Língua Portuguesa: presente do indicativo + presente do subjuntivo: Solicito que você compareça à sala do diretor imediatamente.

Pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeitodo subjuntivo: Solicitei que você comparecesse à sala do diretor imediatamente.

Futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: Se você comparecer à sala do diretor, ficarei bem mais tranquila.

Page 21: Textos orais e escritos

Mundo Narrado: quando o falante narra o mundo, ele se utiliza dos elementos da linguagem que fazem a mensagem seja compreendida como um relato.

Mundo Comentado: Todas as vezes que a manifestação linguística não constituir um relato, empregam-se os elementos do mundo comentado, os quais quando empregados, apontam que o locutor está em tensão.

Atos locucionários: consiste na emissão de um conjunto de sons. Atos Ilocucionários: a ação é feita ao se dizer o que se diz: “Declaro aberta a sessão.”Perlocucionários: são destinados a exercerem efeitos sobre o interlocutor… assustar, persuadir, agradar…etc

Proposição: é uma afirmação de que algo é verdadeiro ou falso. Usamos frases para exprimir proposições.

Page 22: Textos orais e escritos

INDÍCES DE POLIFONIA

1009080706050403021

Page 23: Textos orais e escritos

SÃO AS VOZES QUE SE ENCONTRAM NO TEXTO ALÉM DA DO AUTOR. PODEM EXPRESSAR CONCORDÂNCIA OU

DISCORDÂNCIA E SEREM IMPLÍCITAS OU EXPLÍCITAS. A IRONIA TAMBÉM PODE INTRODUZIR PONTOS DE VISTA

DISCORDANTES DO ENUNCIADO VERBAL.EX: Meu marido não é sem educação. Pelo contrário, trata

a todos com deferência e cortesia.

Page 24: Textos orais e escritos

Professora: Edilene Otoni Pina

[email protected] 9286 1487/8808 9976