textos didáticos em indologia - história política
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ÍNDICE - 4a Aula - História Política - Texto de Apoio - Leis de Manu - Texto de Análise - O período de Expansão e Conflito. - Texto de Análise - O Império MauryaTRANSCRIPT
Introdução
O objetivo deste texto é, antes de tudo, fornecer uma base didática para o estudo da Índia Antiga. Longe de ser um texto completo, trato aqui dos dados mais superficiais e abrangentes que possam conduzir o interessado num estudo sério e esclarecido sobre o tema, de modo a realizar uma exposição que não seja nem cansativa, nem muito complexa. Inevitavelmente, somos obrigados a nos deparar com algumas relativizações teóricas necessárias ao aprofundamento do estudo desta civilização, cujas especificidades invocam um olhar bastante cuidadoso. No entanto, deter-me-ei, aqui, num conjunto de explanações básicas que sirvam de referencial a todas estas questões.
Igualmente, a determinação dos elementos bibliográficos serve a proposta inicial de tornar um pouco mais acessível este nosso estudo. Busquei, pois, indicar textos que sejam facilmente encontrados, que estejam em nosso idioma e que sejam de academicamente válidos, afastando-me propositalmente de toda e qualquer publicação de caráter exotérico ou de fonte duvidosa. No caso específico da Indologia, sabemos que tais textos abundam em profusão, dificultando o estudo sério da Índia e comprometendo um trabalho esclarecido.
ÍNDICE
4a Aula - História PolíticaTexto de Apoio - Leis de ManuTexto de Análise - O período de Expansão e Conflito.Texto de Análise - O Império Maurya
4a Aula - História Política
Os Mahajanapadas
A característica fundamental deste período (sécs – 9 a – 4) é
o aprofundamento das relações políticas, que geram um
processo de unificação entre reinos no Norte e na parte
central da Índia. As razões pelas quais estas mudanças
acontecem são pouco conhecidas, mas apontam para um
desenvolvimento do comércio e da metalurgia, aliado ao
aprimoramento da irrigação e da agricultura, que permitem
um assentamento definitivo das populações no espaço. A
criação de gado continuou a ser um fator fundamental de
riqueza, mas as atividades econômicas se diversificam,
ensejando a organização de governos mais complexos,
extensos e atuantes.
A história política dos Mahajanapadas salvou-lhes o nome,
mas pouco, além disso, em termos de cronologia ou
detalhes administrativos e históricos. Teriam sido ao todo 16
reinos, dos quais os mais poderosos seriam Maghada, Kuru,
Kosala e Gandhara. Outros reinos menores também são
reconhecidos: Kasi, Anga Vajji, Malla, Chedi, Vatsa, Kuru,
Panchala, Matsya, Surasena, Assaka, Avanti e Kamboja.
Especula-se, por vezes, se reinos como os de Kuru não
seriam os mesmos que aparecem nas epopéias antigas,
como o Mahabharata, mas não tal afirmação não encontra
base sólida.
Esta estrutura política continuaria a durar até o período das
invasões persas e depois gregas, quando parte deles seria
absorvido. Apenas Maghada continuaria a sobreviver, sendo
o alicerce da subseqüente dinastia Maurya, o primeiro
grande império indiano.
Este panorama de riqueza material e abundância,
controlado ideologicamente pela casta bramânica e
politicamente pelos Xátrias, traz consigo também um
aumento das desigualdades sociais, derivadas da
exploração do trabalho das castas inferiores e do
subseqüente problema de divisão de renda. Este fenômeno
leva uma série de intelectuais, provenientes das mais
diversas varnas, a reexaminar o sistema de crenças
estabelecido, colocando em questão a validade da moral
vigente e dos aspectos metafísicos da vivência humana.
O resultado disso seria a produção inovadora dos
Brahamanas, Aranyakas e Upanishads. Por fim, esta é a
época onde não só o hinduísmo (sanatana dharma) se
constrói mas também, é quando surgem as doutrinas do
jainismo e do budismo, se contrapondo como formas
radicais a uma concepção reencarnacionista fatalista.
O Tempo das Invasões
O século -5 testemunhou um período conturbado de
invasões, disputas e fragmentação do território indiano. O
nascente império persa, sob a dinastia Aquemênida, investiu
sobre as regiões do noroeste indiano, englobando vários dos
mahajanapadas sob um único regime. Apesar disso, a
liberdade religiosa e social foi mantida, de acordo com a
prática comum de tolerância estabelecida pelos persas.
Transformar-se numa satrapia era apenas uma perda de
liberdade relativa, mas não absoluta. Junto com o domínio
persa, aliás, várias contribuições foram dadas a cultura
indiana, tais como a transmissão de um sistema de escrita
para o sânscrito (e para outras línguas em uso na época,
com o pakrit, o karoshit e o pali), a adoção de novos padrões
artísticos e o contato com a diversidade cultural do império.
A duração do domínio persa na área situo-se entre – 520 até
-334, quando os gregos finalmente suplantaram o domínio
persa e chegaram as fronteiras da Índia. Vindos com
Alexandre Magno, os gregos se estabeleceram no noroeste
da Índia (sem, no entanto, ultrapassar os limites antes
conquistados pelos persas), e construíram uma interessante
fusão cultural com as populações locais. Após a prematura
morte de Alexandre, porém, o domínio grego se fracionou
num incontável número de efêmeros reinos, cujo número e
nome só conhecemos ocasionalmente pelas moedas e
referências textuais. Um desses reis, Menandro, por
exemplo, ficou famoso pelo seu diálogo com o sábio budista
Nagasena, relatado no livro “Milinda Panha”. A contribuição
da arte grega nas escolas de Gandhara e Mathura foi
significativa, e toda uma iconografia budista surge da fusão
destes elementos culturais – ao que tudo indica, era a
intenção dos budistas dialogar nesta época com o Ocidente,
e não com o Oriente.
A Ascensão dos Maurya
Foi com Bimbisara (-6-5) que finalmente a Índia começou a
se unir politicamente, através da construção de um
protótipo de Império que seria absorvido e consolidado por
Chandragupta em -323.
A História desse soberano é complexa, e parece que ele não
vinha de nenhuma varna importante. É provável que
Chandragupta representasse para a Índia a ascensão de
uma força renovadora, capaz de restaurar (mas ao mesmo
tempo, modificar) a conformação política e social da região.
Ele organiza seu império lançando mão de um grande
aparelho burocrático que se encarregou de controlar a vida
das regiões submetidas segundo um critério político
centralizador, de acordo com uma perspectiva única na
História indiana. A manifestação completa desta inusitada
articulação política estava representada em um dos
ministros de Chandragupta, chamado Kautylia, que escreveu
o Artashastra, um tratado de governo social cuja crueldade
e objetividade são chocantes. Mas este livro é um passo
importante para compreendermos a tentativa de substituir
uma práxis governamental pautada na religião para uma
monarquia materialista, forte e pragmática.
No entanto, Chandragupta, no final de seu governo, largou o
Império nas mãos de seu filho e foi morrer como um asceta
jainista. Seu neto, chamado Asoka (ou ainda Ashoka, ou
Açoka) elevaria ao máximo o poder dos maurya no século -
3. E da mesma forma que o avô, se converte num dado
momento de sua vida à pregação religiosa, divulgando a fé
budista-ecumênica através de uma série de éditos gravados
em pedra (que viriam a ser a primeira fonte escrita indiana,
embora estando em várias línguas, inclusive grego e
aramaico, além das indianas) que o elevaram a condição de
um grande soberano pacifista e culto. Asoka encerra um
grande período de transformações na História da Índia, que
estabeleceram o poder da diversidade em sua civilização.
Vencedor de Dario III, em 331 a.C., Alexandre Magno da
Macedônia conquistou o antigo império persa, província
após província. Quando chegou às margens do Indo, dois
séculos após Dario I - menos um decênio -, teve de enfrentar
o poderoso exército de um soberano indiano Poros (sans.
Puro), que reinava provavelmente no Pandjab. Ao mesmo
tempo, um jovem general da Índia oriental ter-se-ia
revoltado contra o seu soberano (da dinastia dos Nanda, no
Magadha) e, levado por um ardor ambicioso, teria procurado
o apoio do conquistador grego para destronar o rei de
Magadha, seu senhor. b pelo menos o que sugere Plutarco
(Alex., Lxii). Sejam quais forem as razões - e são numerosas
- que impediram Alexandre de atender este atraente projeto
que lhe teria dado acesso à Índia gangética, o general
magadi teve de passar sem o auxílio dos invasores.
Conhecido dos gregos com o nome de Andrakotos,
Sandracotos ou Sandrakuptos, iria desempenhar um
importante papel no destino da Índia. Teria sido a recusa de
Alexandre que o colocou na oposição? A verdade é que logo
após a morte do grande macedônio, em 323, teria assumido
o papel de «chefe da liberdade». Os prefeitos de Alexandre
foram mortos e as suas tropas obrigadas a retirarem-se
(317-316). Três anos mais tarde, em 313-312, Sandrakoto
subia ao trono do Magadha, pondo fim à dinastia dos Nanda,
e inaugurando, com o nome sânscrito de Chandragupta, a
dos Maurias. E quando, pouco antes de 305, Seleuco,
fundador do reino e da dinastia selêucida, veio ao Pandjab,
seguindo o caminho de Alexandre, Chandragupta possuía
um verdadeiro império que se estendia do Indo ao Ganges,
dominava o delta destes dois rios, e se apoiava num
poderoso exército. A organização administrativa parece ter
sido bem empreendida, vigiada por inspetores imperiais, e
facilitada pelo bom estado das estradas que o soberano
tinha em grande cuidado. Não se tratava já, para Seleuco,
de desprezar a aliança de um monarca tão poderoso:
abandonou-lhe os territórios para lá do Indo, e concedeu-lhe,
diz-se, a mão de uma princesa grega. A partir desse
momento, a Índia entrou na órbita dos grandes impérios do
tempo; a sua capital, situada em Pataliputra ou Magadha, foi
durante muitos decênios centro de uma embaixada grega
que o embaixador Magasténio ilustrou, e cujas informações
são preciosíssimas, embora em segunda mão. As conquistas
territoriais de Chandragupta parece terem-se aumentado
com a Índia central e uma grande parte do Decão no reinado
do filho Bindusara, de quem nada de exato se conhece. Mas
foi um filho deste, o célebre Açoka, que levou a dinastia ao
seu apogeu; as fontes gregas nada dizem a respeito dele e a
tradição búdica conservou dele apenas um retrato
insignificante. Felizmente, este imperador teve o cuidado de
mandar gravar éditos por todo o lado, nos territórios que
governava, graças aos quais se pode reconstituir a sua
personalidade e o modo da sua propaganda imperial. Tendo-
se apoderado do poder por volta de 264 a.C., teria sido
coroado em 260; oito anos mais tarde, tendo conquistado de
modo particularmente brutal o poderoso reino de Kalinga
(que se estendia do delta da Mahanadi ao do Godavari),
Açoka manifesta a sua tristeza e arrependimento no XIII
édito, que merece ser largamente citado:“...Cento e
cinqüenta mil pessoas foram deportadas; cem mil lá foram
mortas; várias vezes este número pereceu...A tristeza
assaltou o Amigo dos Deuses (Açoka) depois que ele
conquistou Kalinga. Com efeito, a conquista de um país
independente é o morticínio, a morte ou o cativeiro para as
gentes: pensamento que magoa imenso o Amigo dos
Deuses, que lhe pesa. E isto pesa ainda mais ao Amigo dos
Deuses: os habitantes, brâmanes, samanes ou de outras
comunidades, os cidadãos que praticam obediência aos
superiores, ao pai e mãe, aos senhores, a perfeita cortesia
em relação aos amigos, familiares, companheiros e
parentes, em relação aos escravos e criados, e a constância
na fé, todos então são vítimas da violência, do morticínio ou
da separação daqueles que lhes são queridos. Até os felizes
que conservaram os seus afetos, se acontece mal aos
amigos, familiares, camaradas ou parentes, sofrem com isso
um golpe violento. Esta participação de todos os homens é
um pensamento que pesa ao Amigo dos Deuses... Seja qual
for o número dos mortos, dos falecidos e dos cativos na
conquista de Kalinga, fosse esse número cem ou mil vezes
mais pequeno, pesa presentemente no pensamento do
Amigo dos Deuses”. (trad. para o francês por Jules Bloch).
Esta conquista sangrenta provoca em Açoka uma crise
moral, e determina a sua conversão ao budismo, fato que
iria ter uma incalculável repercussão na Índia. Daí em
diante, segundo o mesmo edital, Açoka quer que «haja, para
todos os seres, segurança, domínio dos sentidos,
equanimidade e doçura»; a vitória que ele «considera como
primacial é a vitória da Lei». Esta lei é tanto a sua como a do
budismo e do bramanismo: é o dharma indiano,
simultaneamente lei, religião e ordem moral: Finalmente,
aconselha aos seus sucessores que não pensem em novas
vitórias, mas pelo contrário a elas prefiram «a paciência e a
leve aplicação da força». Açoka não se contenta com fazer
gravar estes conselhos «nas montanhas e em pilares de
pedra»: ordena que sejam proclamados ao som de tambor a
toda a população. Durante os trinta e seis anos do seu
reinado, instituiu pelo império uma organização
administrativa muito firme, cujo papel parece ser tanto
social quanto religioso; não poupa aos funcionários nem
críticas nem pregações, e exerce sobre eles uma vigilância
que penetra até no gineceu. Ele próprio não se cansa de
fazer peregrinações aos lugares santos do budismo,
organizando também excursões regulares de propaganda
que servem ao mesmo tempo para inspecionar o bom
andamento das coisas administrativas. O seu zelo para com
o budismo não o impede, porém, de aconselhar a tolerância
mútua das seitas, nem que as favoreça quando calha. Enfim,
tornou-se célebre pela caridade para com os animais,
renunciando pessoalmente aos prazeres da caça, e
ordenando que fossem reduzidos os massacres de animais
destinados à cozinha do palácio imperial: em vez de matar
todos os dias «centenas de milhares», basta matar três: dois
pavões e uma gazela, e ainda assim «nem sempre»; mais
tarde, suprime completamente o uso da carne na sua mesa.
O seu império englobava toda a Índia do Norte e do
Noroeste, compreendendo nele uma parte do Afeganistão
(uma inscrição dele foi recentemente descoberta em
Kandahar), e estendia-se ao Sul, até ao país dos Andra
(vales inferiores da Godavari e da Krisna). Mantinha relações
diplomáticas com a Síria, a Cirenaica, o Egipto, a Macedónia,
o Epiro ou Corinto. A unificação política da qual Açoka foi o
mais augusto fator estimulou o desenvolvimento econômico
de todo o país. Com ele, o budismo tornou-se um poderoso
fator civilizador; difundiu-o em Caxemira, nas regiões
gregas, e até no Ceilão, onde enviou o filho (?) em missão.
Paralelamente, as artes plásticas tiveram grande surto,
sendo empregadas pela primeira vez, parece, matérias
duradouras. Após a sua morte, o império foi dividido. O
Magadha, o Malva e a região de Ayodia passaram para as
mãos dos Sungas (176-64 a.C.?), depois para as dos Kanvas
(64-50): o centro de gravidade deslocou-se para Ocidente.
Isto coincidiu com graves acontecimentos que se produziam
a Noroeste, e que iriam ter profunda repercussão na própria
Índia. Depois de Alexandre, os reinos indo-gregos tinham-se
fundido na Bactriana, no Gandara (Pexavar), no Kapixa
(Cabul), etc. Em constantes lutas uns contra os outros, e
alvo dos ataques dos Iranianos e dos Partos, um dos reis de
Bactriana, Demétrio, empreendeu a conquista da Índia cerca
de 189, e avançou até Pataliputra. O seu sucessor,
Menandro, manteve-se aí apenas até 168, mas conservou
um reino no Pandjab. A partir desta época, as regiões de
Cambaia e de Broach foram incluídas na rota comercial dos
gregos. Parece que o primeiro dos Sungas, Puxiamitra (I76-
I40?), teria repelido os invasores. Coube ao seu neto repeli-
los para o outro lado do Indo. A importância dos Sungas e
dos Kanvas não pode ser minimizada, embora não tenha
podido conservar o império mauria. A administração foi
menos espectacular do que a de Açoka, mas pode afirmar-
se que mantiveram uma elevada tradição cultural e artística
nas regiões que dominaram; foi na época deles que se
cavaram as mais belas grutas antigas, e que se erigiram,
entre outros, os célebres monumentos (stupa) de Barhut e
de Sanchi, cujos relevos historiados ilustram tão
perfeitamente as descrições literárias. da vida do tempo. Por
outro lado, o budismo fazia consideráveis progressos na
evangelização: não só se expandia na Índia, compreendendo
nela as regiões do sul (particularmente a do Amaraviti),
como atingia os indo-gregos até à Bactriana; o rei
Menandro, por exemplo, ficou célebre na tradição búdica
pelas «perguntas» que fazia ao sacerdote Nagasena, cujas
respostas são um elogio do budismo. Por seu lado, o
bramanismo evoluía ao mesmo tempo para um teísmo cada
vez mais acentuado, e para uma tradição épica, em perfeito
acordo com a estrutura guerreira da Índia desse tempo.
Seitas cada vez mais numerosas se fundam nesta época:
adoradores de Siva, que o sacerdote Lakuliça em breve
organizará; de Visnu que tende a tornar-se o símbolo místico
da paz do coração; da sua encarnação, o deus bucólico
Krisna, cujos adoradores recebem o nome de bagavata; da
sua outra encarnação, Rama, herói do grande poema épico,
o Ramaiana. Que esta forma afectiva de religião indiana
tenha podido agradar aos Ocidentais, temos disso prova
concreta no pilar, ornamentado com o pássaro mítico de
Visnu, Garuda, e consagrado a Vasudeva-Krisna; foi erigido
cerca de 100 a. C., não longe de Vidiça, em Besnagar, pelo
grego Heliodoro, oriundo de Taxila, e embaixador do rei
Antiálquidas junto do rei Sunga.
Auboyer, J. A vida cotidiana na Índia Antiga (1961)
Texto de Apoio - Leis de Manu
Só a punição governa todos os seres criados, só a punição
os
protege; é a punição o que os protege enquanto dormem; os
sábios
declaram que a punição é a lei.
Se a punição for devidamente aplicada depois de exame
devido,
toma feliz o povo; mas aplicada sem exame, destrói tudo.
Se o rei não aplicasse incansavelmente a punição aos que
me-
recem ser punidos, os mais fortes assariam os mais fracos,
como pei-
xes em um braseiro;
O corvo comeria o bolo sacrifical e o cachorro lamberia as
car-
nes sacrificais, e a propriedade não ficaria com pessoa
alguma, e os
inferiores usurpariam o lugar dos superiores.
Todo o mundo é mantido em ordem pela punição, pois é
difícil
achar um homem sem culpa; pelo medo a punição, todo o
mundo pro-
porciona os desfrutes que deve.
Os deuses, os Danavas, os Gandharvas, os Rakshasas, (a) as
dei-
dades de pássaro e serpente, só proporcionam os prazeres
devido.s
aos mesmos se forem atormentados pelo medo da punição.
Todas as castas se corromperiam pela mistura, todas as
barrei-
ras se romperiam e todos os homens se irariam uns contra
os outros,
em conseqüência de erros com relação a punição.
Mas onde a Punição com cor negra e olhos vermelhos
impera,
destruindo os pecadores, os súditos não se perturbam,
desde que quem a aplique tenha o necessário
discernimento.
(manava dharma shastra 7.18, 20-25)
a) Classes de demônios ou semideuses.
Texto de Análise - O período de Expansão e Conflito
Foi provavelmente por volta do século VI que as tribos árias,
até então estabelecidas entre os cursos do Indo e do
Ganges, progrediram para o oriente. Um certo número de
Estados ou de reinos mais ou menos estáveis fundou-se,
então, na região de Delhi, no "País do Meio" (Madiadeça), no
Aud (Coçala e Videa), no Biar meridional (Magada);
estendem-se, ao sul, até os montes Vindia e possuem todos
eles muitas cidades importantes, entre as quais podemos
citar Cauçambi sobre o Yamuna e Caci (Benares) sobre o
Varanavati.
Depois da hegemonia tentada pelo reino dos Currus (Delhi)
na época precedente, é o Magada (Biar meridional) que
tentará a sua oportunidade. Apresenta-se como uma região
menos profundamente arianizada que as de oeste, e na qual
os característicos aborígines são mais firmemente
assinalados; é, de resto, considerado pelos árias como uma
região semibárbara. Entre os séculos VI e IV cabe- lhe
empreender a conquista da bacia do Ganges; é o momento
em que a dinastia dos Siçunagas, vinda de Avanti (isto é, do
reino ária mais meridional da época precedente), derruba a
dinastia de Briadrata, sobre a qual praticamente nada se
sabe. Os Siçunagas -dos quais apenas os reis Bimbisara
(543-491?) e Ajataçatru (491-459?) são bem conhecidos, em
razão do papel que desempenham na literatura budista -
teriam anexado Bengala, a região de Caci (Benares), o
Coçala (Aud) e o Videa (Biar setentrional). Controlando,
assim, uma vasta região cujo eixo era formado pelo curso
médio e inferior do Ganges, o reino de Magada transportou
a sua capital de Rajagria, no Biar setentrional, para
Pataliputra (Patna), na confluência do Sone e do Ganges. Por
volta do fim do século IV a. C., os Siçunagas foram
substituídos no trono de Magada pelos Nandas, sob os quais,
segundo se supõe, prosseguiu a atividade unificadora, e que
foram os antepassados dos Maurias que, por sua vez,
conseguiram fundar, por volta de 320, o primeiro império
pan-hindu.
Enquanto os territórios orientais da Índia ária assim se
organizavam e procuravam unir-se, os do oeste conheciam a
ameaça de novos invasores: o Império Persa empreendia a
conquista das províncias limítrofes, a princípio sob a direção
de Ciro (557-529), ao qual se atribui a conquista do Capiça
(região de Cábul), e em seguida sob Dario (521-485), cujas
novas possessões teriam englobado o Gândara (regiâo de
Peshawar); o conjunto do Pendjab central até o Biar e,
enfim, o Sind. Isto constituiu, para o noroeste da Índia, o
prelúdio de um longo período de agitações, que manteve a
região durante muito tempo à margem da vida hindu
propriamente dita. Isto porque a dominação persa
prolongou-se por quase dois séculos e foi seguida de uma
nova intrusão: a dos exércitos de Alexandre, o Grande, em
326-325. cujas conseqüências estudaremos mais tarde.
Podemos, portanto, considerar que a época do reinado de
Bimbisara tem sua importância, pois consagra a primeira
unificação de um vasto território a leste e uma dissidência
forçada do oeste, através do qual as influências iranianas
penetram novamente, como no tempo em que os próprios
árias as importavam. Mas esta época é ainda notável em
virtude de acontecimentos de ordem religiosa, espirituais e
sociais, cujas conseqüências repercutirão por muito tempo.
De fato, a religião védica transformou-se profundamente sob
a ação cada vez mais rígida dos brâmanes; paralelamente,
uma codificação mais marcada começa a encerrar em
castas a sociedade; a moral, tomando-se mais rígida, por
imposição dos brâmanes, tende a restringir a liberdade dos
costumes. Em poucas palavras, o conjunto de fenômenos
que compõem a civilização védica evoluiu para um
formalismo que suscitou toda uma série de "reformas".
Multiplicaram-se as seitas, cada uma propondo uma
modalidade diferente, quanto à obediência à tradição, ao
sacerdócio, à obtenção da libertação etc. Na época do
reinado de Bimbisara, dois homens agem no mesmo
sentido: Sáquia-Múni, que funda o budismo, e aquele que é
designado pelo nome de Maavira, fundador do jainismo.
Ambos encontram os espíritos hindus preparados para a
admissão de um reajustamento do pensamento em relação
aos problemas que lhes surgem com crescente acuidade.
Mas não devemos enxergar nestas diversas tendências -
pertençam elas ao antigo vedismo ou aos novos sistemas
budista e jaina - uma revolução brutal apoiada numa guerra
santa; trata-se, antes, de um alargamento das preocupações
morais e metafísicas, trazendo consigo a necessidade de
regras de vida que melhor estivessem de acordo com o
indivíduo. Tais foram as preocupações que, certamente,
provocaram a redação dos comentários (brâmanas) e das
lições esotéricas (upanichades), desde então acrescentados
aos textos védicos da época anterior. Foram elas também
que permitiram que Sáquia-Múni encontrasse tal eco para as
leis da moral que pregava, baseada na caridade para com
todos os seres. É preciso, pois, conceber este período - cor-
respondente aos séculos VI e V aproximadamente - como o
de um verdadeiro despertar espiritual, paralelo a
persistentes tentativas de unificação política e de contatos
efetivos com os ocidentais. Será preciso, entretanto, esperar
ainda um certo tempo antes que se esboce nitidamente uma
real oposição entre as tradições budista e védica; esta
diferença não existe ainda profundamente, porque o
budismo está apenas nos inícios; é ele, então, menos uma
religião do que uma moral e não despreza o panteão
popular e, menos ainda, os modos de vida habitualmente
admitidos. Só a partir dos primeiros séculos da era cristã,
estas oposições surgem claramente, quando a redação dos
textos budistas e a manifestação da arte budista as tomam
perfeitamente tangíveis. Mas ainda assim, serão de ordem
religiosa e social, mais do que material.
in Auboyer, J. "Elementos Históricos da Índia". in Crouzet, M.
(org.) História Geral das Civilizações. Lisboa: Difel, 1957, v.2
Texto de Análise - O Império Maurya
Vencedor de Dario III, em 331 a.C., Alexandre Magno da
Macedônia conquistou o antigo império persa, província
após província. Quando chegou às margens do Indo, dois
séculos após Dario I - menos um decênio -, teve de enfrentar
o poderoso exército de um soberano indiano Poros (sans.
Puro), que reinava provavelmente no Pandjab. Ao mesmo
tempo, um jovem general da Índia oriental ter-se-ia
revoltado contra o seu soberano (da dinastia dos Nanda, no
Magadha) e, levado por um ardor ambicioso, teria procurado
o apoio do conquistador grego para destronar o rei de
Magadha, seu senhor. b pelo menos o que sugere Plutarco
(Alex., Lxii). Sejam quais forem as razões - e são numerosas
- que impediram Alexandre de atender este atraente projeto
que lhe teria dado acesso à Índia gangética, o general
magadi teve de passar sem o auxílio dos invasores.
Conhecido dos gregos com o nome de Andrakotos,
Sandracotos ou Sandrakuptos, iria desempenhar um
importante papel no destino da Índia. Teria sido a recusa de
Alexandre que o colocou na oposição? A verdade é que logo
após a morte do grande macedônio, em 323, teria assumido
o papel de «chefe da liberdade». Os prefeitos de Alexandre
foram mortos e as suas tropas obrigadas a retirarem-se
(317-316). Três anos mais tarde, em 313-312, Sandrakoto
subia ao trono do Magadha, pondo fim à dinastia dos Nanda,
e inaugurando, com o nome sânscrito de Chandragupta, a
dos Maurias. E quando, pouco antes de 305, Seleuco,
fundador do reino e da dinastia selêucida, veio ao Pandjab,
seguindo o caminho de Alexandre, Chandragupta possuía
um verdadeiro império que se estendia do Indo ao Ganges,
dominava o delta destes dois rios, e se apoiava num
poderoso exército. A organização administrativa parece ter
sido bem empreendida, vigiada por inspetores imperiais, e
facilitada pelo bom estado das estradas que o soberano
tinha em grande cuidado. Não se tratava já, para Seleuco,
de desprezar a aliança de um monarca tão poderoso:
abandonou-lhe os territórios para lá do Indo, e concedeu-lhe,
diz-se, a mão de uma princesa grega. A partir desse
momento, a Índia entrou na órbita dos grandes impérios do
tempo; a sua capital, situada em Pataliputra ou Magadha, foi
durante muitos decênios centro de uma embaixada grega
que o embaixador Magasténio ilustrou, e cujas informações
são preciosíssimas, embora em segunda mão.
As conquistas territoriais de Chandragupta parece terem-se
aumentado com a Índia central e uma grande parte do
Decão no reinado do filho Bindusara, de quem nada de
exato se conhece. Mas foi um filho deste, o célebre Açoka,
que levou a dinastia ao seu apogeu; as fontes gregas nada
dizem a respeito dele e a tradição búdica conservou dele
apenas um retrato insignificante. Felizmente, este
imperador teve o cuidado de mandar gravar éditos por todo
o lado, nos territórios que governava, graças aos quais se
pode reconstituir a sua personalidade e o modo da sua
propaganda imperial.
Tendo-se apoderado do poder por volta de 264 a.C., teria
sido coroado em 260; oito anos mais tarde, tendo
conquistado de modo particularmente brutal o poderoso
reino de Kalinga (que se estendia do delta da Mahanadi ao
do Godavari), Açoka manifesta a sua tristeza e
arrependimento no XIII édito, que merece ser largamente
citado:
“...Cento e cinqüenta mil pessoas foram deportadas; cem
mil lá foram mortas; várias vezes este número pereceu...A
tristeza assaltou o Amigo dos Deuses (Açoka) depois que ele
conquistou Kalinga. Com efeito, a conquista de um país
independente é o morticínio, a morte ou o cativeiro para as
gentes: pensamento que magoa imenso o Amigo dos
Deuses, que lhe pesa. E isto pesa ainda mais ao Amigo dos
Deuses: os habitantes, brâmanes, samanes ou de outras
comunidades, os cidadãos que praticam obediência aos
superiores, ao pai e mãe, aos senhores, a perfeita cortesia
em relação aos amigos, familiares, companheiros e
parentes, em relação aos escravos e criados, e a constância
na fé, todos então são vítimas da violência, do morticínio ou
da separação daqueles que lhes são queridos. Até os felizes
que conservaram os seus afetos, se acontece mal aos
amigos, familiares, camaradas ou parentes, sofrem com isso
um golpe violento. Esta participação de todos os homens é
um pensamento que pesa ao Amigo dos Deuses... Seja qual
for o número dos mortos, dos falecidos e dos cativos na
conquista de Kalinga, fosse esse número cem ou mil vezes
mais pequeno, pesa presentemente no pensamento do
Amigo dos Deuses”. (trad. para o francês por Jules Bloch).
Esta conquista sangrenta provoca em Açoka uma crise
moral, e determina a sua conversão ao budismo, fato que
iria ter uma incalculável repercussão na Índia. Daí em
diante, segundo o mesmo edital, Açoka quer que «haja, para
todos os seres, segurança, domínio dos sentidos,
equanimidade e doçura»; a vitória que ele «considera como
primacial é a vitória da Lei». Esta lei é tanto a sua como a do
budismo e do bramanismo: é o dharma indiano,
simultaneamente lei, religião e ordem moral: Finalmente,
aconselha aos seus sucessores que não pensem em novas
vitórias, mas pelo contrário a elas prefiram «a paciência e a
leve aplicação da força».
Açoka não se contenta com fazer gravar estes conselhos
«nas montanhas e em pilares de pedra»: ordena que sejam
proclamados ao som de tambor a toda a população. Durante
os trinta e seis anos do seu reinado, instituiu pelo império
uma organização administrativa muito firme, cujo papel
parece ser tanto social quanto religioso; não poupa aos
funcionários nem críticas nem pregações, e exerce sobre
eles uma vigilância que penetra até no gineceu. Ele próprio
não se cansa de fazer peregrinações aos lugares santos do
budismo, organizando também excursões regulares de
propaganda que servem ao mesmo tempo para inspecionar
o bom andamento das coisas administrativas. O seu zelo
para com o budismo não o impede, porém, de aconselhar a
tolerância mútua das seitas, nem que as favoreça quando
calha. Enfim, tornou-se célebre pela caridade para com os
animais, renunciando pessoalmente aos prazeres da caça, e
ordenando que fossem reduzidos os massacres de animais
destinados à cozinha do palácio imperial: em vez de matar
todos os dias «centenas de milhares», basta matar três: dois
pavões e uma gazela, e ainda assim «nem sempre»; mais
tarde, suprime completamente o uso da carne na sua mesa.
O seu império englobava toda a Índia do Norte e do
Noroeste, compreendendo nele uma parte do Afeganistão
(uma inscrição dele foi recentemente descoberta em
Kandahar), e estendia-se ao Sul, até ao país dos Andra
(vales inferiores da Godavari e da Krisna). Mantinha relações
diplomáticas com a Síria, a Cirenaica, o Egipto, a Macedónia,
o Epiro ou Corinto. A unificação política da qual Açoka foi o
mais augusto fator estimulou o desenvolvimento econômico
de todo o país. Com ele, o budismo tornou-se um poderoso
fator civilizador; difundiu-o em Caxemira, nas regiões
gregas, e até no Ceilão, onde enviou o filho (?) em missão.
Paralelamente, as artes plásticas tiveram grande surto,
sendo empregadas pela primeira vez, parece, matérias
duradouras.
Após a sua morte, o império foi dividido. O Magadha, o
Malva e a região de Ayodia passaram para as mãos dos
Sungas (176-64 a.C.?), depois para as dos Kanvas (64-50): o
centro de gravidade deslocou-se para Ocidente. Isto
coincidiu com graves acontecimentos que se produziam a
Noroeste, e que iriam ter profunda repercussão na própria
Índia. Depois de Alexandre, os reinos indo-gregos tinham-se
fundido na Bactriana, no Gandara (Pexavar), no Kapixa
(Cabul), etc. Em constantes lutas uns contra os outros, e
alvo dos ataques dos Iranianos e dos Partos, um dos reis de
Bactriana, Demétrio, empreendeu a conquista da Índia cerca
de 189, e avançou até Pataliputra. O seu sucessor,
Menandro, manteve-se aí apenas até 168, mas conservou
um reino no Pandjab. A partir desta época, as regiões de
Cambaia e de Broach foram incluídas na rota comercial dos
gregos. Parece que o primeiro dos Sungas, Puxiamitra (I76-
I40?), teria repelido os invasores. Coube ao seu neto repeli-
los para o outro lado do Indo.
A importância dos Sungas e dos Kanvas não pode ser
minimizada, embora não tenha podido conservar o império
mauria. A administração foi menos espectacular do que a de
Açoka, mas pode afirmar-se que mantiveram uma elevada
tradição cultural e artística nas regiões que dominaram; foi
na época deles que se cavaram as mais belas grutas
antigas, e que se erigiram, entre outros, os célebres
monumentos (stupa) de Barhut e de Sanchi, cujos relevos
historiados ilustram tão perfeitamente as descrições
literárias. da vida do tempo.
Por outro lado, o budismo fazia consideráveis progressos na
evangelização: não só se expandia na Índia, compreendendo
nela as regiões do sul (particularmente a do Amaraviti),
como atingia os indo-gregos até à Bactriana; o rei
Menandro, por exemplo, ficou célebre na tradição búdica
pelas «perguntas» que fazia ao sacerdote Nagasena, cujas
respostas são um elogio do budismo. Por seu lado, o
bramanismo evoluía ao mesmo tempo para um teísmo cada
vez mais acentuado, e para uma tradição épica, em perfeito
acordo com a estrutura guerreira da Índia desse tempo.
Seitas cada vez mais numerosas se fundam nesta época:
adoradores de Siva, que o sacerdote Lakuliça em breve
organizará; de Visnu que tende a tornar-se o símbolo místico
da paz do coração; da sua encarnação, o deus bucólico
Krisna, cujos adoradores recebem o nome de bagavata; da
sua outra encarnação, Rama, herói do grande poema épico,
o Ramaiana. Que esta forma afectiva de religião indiana
tenha podido agradar aos Ocidentais, temos disso prova
concreta no pilar, ornamentado com o pássaro mítico de
Visnu, Garuda, e consagrado a Vasudeva-Krisna; foi erigido
cerca de 100 a. C., não longe de Vidiça, em Besnagar, pelo
grego Heliodoro, oriundo de Taxila, e embaixador do rei
Antiálquidas junto do rei Sunga.
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