texto 02 medidas socioeducativas: diretrizes e...
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SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNC IA SOCIAL - SEDAS
GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAÇÃO
Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro – Recife/PE CEP 50.040.00 – FONE: 3183 3045 / 3043
TEXTO 02
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Diretrizes e princípios norteadores para o Atendimento
A Doutrina da Proteção Integral, além de contrapor-se ao tratamento que historicamente reforçou a exclusão
social, apresenta um conjunto conceitual, metodológico e jurídico que possibilita compreender e abordar
questões relativas ao adolescente – inclusive aqueles que cometeram ato infracional – sob a ótica dos direitos
humanos, pois criou condições legais para que se desencadeassem transformações tanto na formulação de
políticas públicas para a infância e adolescência, quanto na estrutura de funcionamento dos organismos de
atendimento.
O Brasil apresenta profundas contradições e desigualdades sociais, reflexo da concentração de renda, tendo
em vista que 1% da população rica detém 13,5% da renda nacional contra os 50% mais pobres, que detêm
14,4% desta. Tal disparidade econômica aprofunda a desigualdade na medida em que não há igualdade no
acesso aos direitos fundamentais. Dados preliminares do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE),indicam que quatro em cada dez brasileiros (40%) que vivem na miséria são meninas e
meninos de até 14 anos. Depois das crianças, o segundo grupo etário com maior percentual de pessoas
vivendo em famílias pobres são os adolescentes. O número de adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos de
idade que vivem em famílias com renda inferior a ½ salário mínimo per capita é 7,9 milhões. Isso significa
dizer que 38% dos adolescentes brasileiros estão em condição de pobreza.
Isto evidencia que a nossa adolescência não se encontra preservada e que o problema da violência e da
criminalidade demanda especial atenção do Estado e, sobretudo, força uma agenda de urgências no âmbito
de todas as políticas sociais e amplifica os desafios da política de atendimento aos adolescentes em conflito
com a lei. Os adolescentes sob medida socioeducativa precisam ter oportunidades de re-construir valores
norteadores da construção coletiva dos direitos. Para que isso ocorra, no entanto, é fundamental que esses
valores sejam conhecidos e vivenciados durante o atendimento socioeducativo, superando-se práticas, ainda
corriqueiras, que resumem o adolescente ao ato a ele atribuído. Assim, além de garantir acesso aos direitos e
às condições dignas de vida, deve-se reconhecê-lo como sujeito pertencente a uma coletividade que também
deve compartilhar tais valores.
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente desencadeou um amplo debate nacional sobre
o atendimento aos adolescentes em conflito com a lei, resultando na aprovação, em 2006, do Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, sendo instituída pela Lei nº 12.594, em 18 de janeiro de
2012. O Sistema estabelece parâmetros objetivos e procedimentos a fim de evitar a arbitrariedade,
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reafirmando a diretriz do Estatuto sobre a natureza pedagógica da medida socioeducativa. Para isto, tem
como plataforma inspiradora os acordos internacionais em direitos humanos, que o Brasil é signatário.
O SINASE “constitui-se de uma política pública destinada à inclusão do adolescente em conflito com a lei e
demanda iniciativa de diferentes políticas públicas e sociais” (BRASIL, 2006a). Portanto, ele demanda a efetiva
participação dos diferentes sistemas e políticas de educação, saúde, trabalho, assistência social, previdência
social, esporte, cultura e lazer, segurança pública, entre outras, para a efetivação da doutrina da proteção
integral de que são destinatários os adolescentes, incluindo aqueles que se encontram em conflito com a lei.
SINASE é o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas
estaduais, distrital e municipais, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescente em conflito com a lei.
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA:
• É, acima de tudo, uma resposta formal da sociedade a um delito pelo qual o adolescente,após submeter-se ao devido processo, com todas as garantias, foi consideradoresponsável, previstas no art. 112 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), sendo:
ADVERTÊNCIA
OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE
LIBERDADE ASSISTIDA
INSERÇÃO EM REGIME DE
SEMILIBERDADE
INTERNAÇÃO EM ESTABELECIMENTO
EDUCACIONAL
QUALQUER UMA DAS PEVISTAS NO
ART. 101, I a VI.
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O SINASE estabelece que “o adolescente deve ser alvo de um conjunto de ações socioeducativas que
contribua na sua formação, de modo que venha a ser um cidadão autônomo e solidário, capaz de se
relacionar consigo mesmo, com os outros e com tudo que está em sua volta e sem reincidir na prática de atos
infracionais”.
Para tanto, define diretrizes pedagógicas do atendimento socioeducativo, entre eles: a prevalência das ações
socioeducativas sobre os aspectos sancionatórios; projeto político pedagógico como ordenador da ação e
gestão do atendimento; exigência e compreensão, como elementos primordiais de reconhecimento e
respeito ao adolescente durante o atendimento socioeducativo; diretividade no processo socioeducativo;
disciplina como meio para realização da ação socioeducativa e organização espacial e funcional do
atendimento socioeducativo que garanta possibilidades de desenvolvimento pessoal e social para o
adolescente (BRASIL, 2006a).
Quanto ao MARCO LEGAL:
O SINASE se orienta pelas normativas nacionais (Constituição Federal e Estatuto da Criança e do Adolescente)
e internacionais das quais o Brasil e signatário (Convenção da
OBJETIVOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas doato infracional, sempre que possível incentivando a sua reparação;
II - a integração social do adolescente e a garantia de seus direitosindividuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual deatendimento; e
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições dasentença como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restriçãode direitos, observados os limites previstos em lei.
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ONU sobre os Direitos da Criança, Sistema Global e Sistema Interamericano dos Direitos
Humanos: Regras Mínimas das Nações Unidas para Administração da Justiça Juvenil –
Regras de Beijing e para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade). Por implicar em restrições a direitos e
liberdade, o sistema socioeducativo, tem como referencia, entre outras leis secundarias, o direito penal e
processual penal brasileiro, respeitando-se as especificidades características da doutrina da proteção integral,
inscrita na Constituição Federal e no ECA.
Quanto aos PRINCÍPIOS que atingem indiscriminadamente todas as medidas socioeducativas:
1. Respeito aos direitos humanos
Liberdade, solidariedade, justiça social, honestidade, paz, responsabilidade e respeito a diversidade cultural,
religiosa, étnico-racial, de gênero e orientação sexual são os valores norteadores da construção coletiva dos
direitos e responsabilidades.
2. Responsabilidade solidária da Família, Sociedade e Estado pela promoção e a defesa dos direitos de
crianças e adolescentes
A sociedade e o poder público devem cuidar para que as famílias possam se organizar e se responsabilizar
pelo cuidado e acompanhamento de seus adolescentes, evitando a negação de seus direitos, principalmente
quando se encontram em situação de cumprimento de medida socioeducativa.
3. Adolescente como pessoa em situação peculiar de desenvolvimento, sujeito de direitos e
responsabilidades
Em nossa sociedade a adolescência e considerada momento crucial do desenvolvimento humano, da
constituição do sujeito em seu meio social e da construção de sua subjetividade.
4. Prioridade absoluta para a criança e o adolescente
Todos os direitos garantidos pelo ECA, ou seja, o direito a vida e a saúde; o direito a liberdade, ao respeito e a
dignidade; o direito a convivência familiar e comunitária; o direito a educação, a cultura, ao esporte e ao lazer
e o direito a profissionalização e proteção no trabalho devem estar contemplados na elaboração das politicas
publicas que envolvem os adolescentes em conflito com a lei.
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5. Legalidade
Os agentes públicos não podem suprimir direitos que não tenham sido objeto de restrição imposta por lei ou
decisão proferida por juiz competente.
6. Respeito ao devido processo legal
Não pode haver outras considerações que não a defesa intransigente do direito de liberdade do adolescente
no processo judicial de apuração de sua responsabilidade.
7. Excepcionalidade, brevidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
Toda medida socioeducativa, principalmente a privação de liberdade, deve ser aplicada somente quando for
imprescindível, nos exatos limites da lei e pelo menor tempo possível, pois, por melhor que sejam as
condições da medida socioeducativa, ela implica em limitação de direitos e sua pertinência e duração não
deve ir além da responsabilização decorrente da decisão judicial que a impôs.
8. Incolumidade, integridade física e segurança
A figura central na garantia do direito a segurança e a integridade física e mental do adolescente privado de
liberdade e o Poder Publico, que tem a responsabilidade de adotar todas as medidas para que de fato tais
garantias sejam respeitadas.
9. Respeito à capacidade do adolescente de cumprir a medida; às circunstâncias; à
gravidade da infração e às necessidades pedagógicas do adolescente na escolha da medida, com preferência
pelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários
Dar o tratamento adequado e individualizado a cada adolescente a quem se atribua um ato infracional, bem
como considerar as necessidades sociais, psicológicas e pedagógicas do adolescente.
10. Incompletude institucional, caracterizada pela utilização do máximo possível de
serviços na comunidade, responsabilizando as políticas setoriais no atendimento
aos adolescentes
Os programas de execução de atendimento socioeducativo deverão ser articulados com os demais serviços e
programas que visem atender os direitos dos adolescentes (saúde, defesa jurídica, trabalho, etc).
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11. Garantia de atendimento especializado para adolescentes com deficiência
O adolescente deve receber tratamento que respeite as peculiaridades de sua condição, de modo a evitar que
esteja em posição de risco e desvantagem no sistema socioeducativo.
12. Municipalização do atendimento
O significado da municipalização do atendimento no âmbito do sistema socioeducativo e que tanto as
medidas socioeducativas quanto o atendimento inicial ao adolescente em conflito com a lei devem ser
executados no limite geográfico do município, de modo a fortalecer o contato e o protagonismo da
comunidade e da família dos adolescentes atendidos.
13. Descentralização político-administrativa mediante a criação e a manutenção de programas específicos
A Constituição federal determina que a competência da União se restrinja a coordenação nacional e a
formulação de regras gerais do atendimento, enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
gerenciar e coordenar e executar programas de atendimento no âmbito de suas competências.
14. Gestão democrática e participativa na formulação das políticas e no controle das ações em todos os
níveis
Cabe aos Conselhos deliberar e controlar a politica de atendimento, assim como monitorar e avaliar sua
execução para que de fato se aprimore o atendimento aos direitos de crianças e adolescentes.
15. Corresponsabilidade no financiamento do atendimento às medidas socioeducativas
Cabe destacar que, por decorrência logica da descentralização politico-administrativa prevista na
Constituição, a responsabilidade pelo financiamento e compartilhada por todos os entes federativos (União,
Estado, Distrito Federal e Município).
16. Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade
A discussão aprofundada e continua com a população em geral, por meio dos diversos segmentos
organizados, favorecera a construção de uma sociedade mais tolerante e inclusiva, tendo em vista que sobre
esses adolescentes recai grande parte da hostilidade e do clamor por maior repressão, o que tem gerado
campanhas de incitação de desrespeito a princípios e direitos constitucionais atribuídos a esse publico.
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Esse conjunto de diretrizes socioeducativas estabelece os parâmetros da gestão do atendimento
socioeducativo. Ao estabelecer o conjunto de diretrizes e parâmetros socioeducativos, o SINASE propõe uma
demarcação nas práticas institucionais em todas as execuções de medidas socioeducativas. Esses parâmetros
e diretrizes permitem a construção de contornos institucionais e também de sua estrutura organizacional.
Muito embora as práticas instituídas cumpram, segundo Baremblitt (2002), um papel histórico, pois permitem
o estabelecimento de hábitos e regras fundamentais no mundo social, essas práticas acabam por cristalizar-se
e se desenvolver automaticamente. Sobretudo, essas práticas tendem a rotinizar comportamentos na
perspectiva de manutenção da estrutura e dinâmica da institucionalidade criada, e não em razão dos sujeitos
que vivenciam o mundo institucional.
Quanto as COMPETÊNCIAS
Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) competem as funções normativa, deliberativa, de avaliação e de fiscalização do Sinase, nos termos previstos na Lei no 8.242, de 12 de outubro de 1991, que cria o referido Conselho.
Compete à União
• formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento socioeducativo;
• elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, oDistrito Federal e os Municípios;
• prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios para o desenvolvimento de seus sistemas;
• instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, seufuncionamento, entidades, programas, incluindo dados relativos a financiamento e populaçãoatendida;
• contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo;
• estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das unidades e programas deatendimento e as normas de referência destinadas ao cumprimento das medidassocioeducativas de internação e semiliberdade;
• instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seusplanos, entidades e programas;
• financiar, com os demais entes federados, a execução de programas e serviços do Sinase; e
• garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos aos gestores estaduais,distrital e municipais, para financiamento de programas de atendimento socioeducativo.
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Ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente competem as funções deliberativas e de controle do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como outras definidas na legislação estadual ou distrital.
Compete aos Estados
• formular, instituir, coordenar e manter Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo,respeitadas as diretrizes fixadas pela União;
• elaborar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo em conformidade com o PlanoNacional;
• criar, desenvolver e manter programas para a execução das medidas socioeducativas desemiliberdade e internação;
• editar normas complementares para a organização e funcionamento do seu sistema deatendimento e dos sistemas municipais;
• estabelecer com os Municípios formas de colaboração para o atendimento socioeducativo emmeio aberto;
• prestar assessoria técnica e suplementação financeira aos Municípios para a oferta regular deprogramas de meio aberto;
• garantir o pleno funcionamento do plantão interinstitucional, nos termos previstos no inciso Vdo art. 88 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
• garantir defesa técnica do adolescente a quem se atribua prática de ato infracional;
• cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo efornecer regularmente os dados necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e
• cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de programas e ações destinados aoatendimento inicial de adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem comoaqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa privativa deliberdade.
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Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente competem as funções deliberativas e de controle do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como outras definidas na legislação municipal
Compete aos Municípios
• formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo,respeitadas as diretrizes fixadas pela União e pelo respectivo Estado;
• elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano Estadual;
• criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas em meio aberto;
• editar normas complementares para a organização e funcionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo;
• cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e
• cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a execução de programas e ações destinados ao atendimento inicial de adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem como aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa em meio aberto.
• Para garantir a oferta de programa de atendimento socioeducativo de meio aberto, os Municípios podem instituir os consórcios dos quais trata a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências, ou qualquer outro instrumento jurídico adequado, como forma de compartilhar responsabilidades.
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DOS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO
Entidades ou Programas de Execução de Medida Socioeducativa de Prestação de Serviço à
Comunidade
Deve ser considerado como prestação de serviços de relevância comunitária pelo adolescente,
buscando uma ação pedagógica que privilegie a descoberta de novas potencialidades direcionando
construtivamente seu futuro. Desta forma na execução da medida, a comunidade a equipe mínima
deve ser composta por:
• 01 técnico para cada vinte adolescentes
• 01 Referencia socioeducativo para cada grupo de ate dez adolescentes e um orientador
socioeducativo para ate dois adolescentes simultaneamente
Entidades e/ou Programas que Executam a Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida
O cumprimento em meio aberto da medida socioeducativa de liberdade assistida tem como objetivo
estabelecer um processo de acompanhamento auxílio e orientação ao adolescente. Sua intervenção
e ação socioeducativa deve estar estruturada com ênfase na vida social do adolescente (família,
escola, trabalho, profissionalização e comunidade)
possibilitando, assim, o estabelecimento de relações positivas que e base de sustentação do
processo de inclusão social a qual se objetiva.
A equipe mínima deve ser composta por técnicos de diferentes áreas do conhecimento, garantindo-
se o atendimento psicossocial e jurídico pelo próprio programa ou pela rede de serviços existente,
sendo a relação quantitativa determinada pelo numero de adolescentes atendidos:
• Em se tratando da Liberdade Assistida Comunitária (LAC), cada técnico terá sob seu
acompanhamento e monitoramento o máximo de vinte orientadores comunitários. Sendo
que cada orientador comunitário acompanhara ate dois adolescentes simultaneamente;
• Em se tratando Liberdade Assistida Institucional (LAI),34 cada técnico acompanhara
simultaneamente no máximo a vinte adolescentes.
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Entidades e/ou Programas que Executam a Medida Socioeducativa de Semiliberdade
A ênfase do programa de semiliberdade e a participação do adolescente em atividades externas a
Unidade (família e comunidade). A sua execução deve prever programas e espaços diferenciados
para adolescentes com progressão de medida e adolescentes oriundos de primeira medida. Para
atender ate vinte adolescentes, na semiliberdade a equipe mínima deve ser composta por:
• 01 coordenador técnico
• 01 assistente social
• 01 psicólogo
• 01 pedagogo
• 01 advogado (defesa técnica)
• 02 socioeducadores em cada jornada
• 01 coordenador administrativo e demais cargos nesta área
Entidades e/ou Programas que Executam a Medida Socioeducativa de Internação
Para atender ate quarenta adolescentes na medida socioeducativa de internação a equipe mínima
deve ser composta por:
• 01 diretor
• 01 coordenador técnico
• 02 assistentes sociais
• 02 psicólogos
• 01 pedagogo
• 01 advogado (defesa técnica)
• Demais profissionais necessários para o desenvolvimento de saúde, escolarização, esporte,
cultura, lazer, profissionalização e administração.
• Socioeducadores
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Quanto ao PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA)
Para o cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias do ingresso do adolescente no programa de atendimento.
Para a elaboração do PIA, a direção do respectivo programa de atendimento, pessoalmente ou por
meio de membro da equipe técnica, terá acesso aos autos do procedimento de apuração do ato
infracional e aos dos procedimentos de apuração de outros atos infracionais atribuídos ao mesmo
adolescente.
•O cumprimento das medidas socioeducativas, emregime de prestação de serviços à comunidade,liberdade assistida, semiliberdade ou internação,dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA),instrumento de previsão, registro e gestão dasatividades a serem desenvolvidas com o adolescente.Devendo contemplar a participação dos pais ouresponsáveis, os quais têm o dever de contribuir com oprocesso ressocializador do adolescente
O que é
•O PIA será elaborado sob a responsabilidade daequipe técnica do respectivo programa deatendimento, com a participação efetiva doadolescente e de sua família, representada porseus pais ou responsável.
Quem elabora
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Referência:
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília:
Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, Departamento da Criança e do Adolescente, 2002.
BRASIL. Secretaria Especial de Direitos Humanos. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE). Brasília: CONANDA, 2006a.
BRASIL. Lei do Sistema de Atendimento Socioeducativo. Lei Federal 12.594, de 18 de Janeiro de
2012. Brasília: , 2002.