testes diagnÓstico

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TESTES DIAGNSTICOPortugus 11 ano

Frei Lus de Sousa: uma abordagem geral

Para responderes s perguntas, precisas de ler o texto. Clica aqui. Parte superior do formulrio

1 - O Romantismo portugus est intrinsecamente ligado s transformaes ideolgicas que ocorreram no pas no incio:A)da segunda dcada do sc. XVIII e que correspondem tentativa de instaurao do regime liberal em Portugal.

B)da segunda dcada do sc. XIX e que correspondem tentativa de instaurao do regime liberal em Portugal.

C)da segunda dcada do sc. XIX e que correspondem tentativa de instaurao do regime absolutista em Portugal.

D)da segunda dcada do sc. XVII e que correspondem tentativa de instaurao do regime liberal em Portugal.

2 - Almeida Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragdia clssica, constri um drama romntico, definido pelo seguinte aspecto:A)pela tentativa de racionalmente negar a crena no destino, mas psicologicamente deixar-se afectar por pressentimentos e acreditar no sebastianismo

B)pela desvalorizao dos sentimentos humanos das personagens

C)pelo uso do verso em substituio da prosa

D)com preocupaes excessivas com algumas regras, como a presena do coro ou a obedincia perfeita lei das trs unidades (aco, tempo e espao).

3 - Madalena:A) casada em primeiras npcias com D. Joo desaparecido em Aljubarrota

B) infeliz e angustiada, vive perseguida pelo remorso de ter comeado a amar Manuel em vida de D. Joo e por um medo de que o seu primeiro marido, cuja morte nunca foi confirmada, regresse

C)personagem clssica

D)no produto da sociedade em que se insere

4 - Maria:A) filha de Madalena e de D. Joo

B)tem um crescimento precoce

C)est com os espanhis

D) anti-sebastianista.

5 - Telmo:A)nutre por Manuel de Sousa Coutinho uma afeio, superior ao amor que tem por D. Joo

B)personagem anti-sebastianista

C)alimenta os remorsos de Madalena e as fantasias de Maria

6 - Manuel Coutinho:A) um fidalgo espanhol e cavaleiro de Malta

B)sofre uma evoluo/transformao ao longo da pea

C)ao contrrio de Madalena, Manuel primeiro marido e s depois pai

D) tambm smbolo do Portugal romntico

7 - D. Joo de Portugal:A) o segundo marido de D. Madalena a quem amava

B)feito cativo em Alccer Quibir e prisioneiro, em Jerusalm, durante trinta anos

C)regressa na figura do Romeiro

D)simboliza o Portugal novo

8 - Frei Jorge:A) a personagem principal

B) irmo de D. Joo

C) dominicano

D) a personagem que impe um certo romantismo tentando manter o equilbrio no meio da famlia angustiada e desfeita

9 - Qual destas opes um dos aspectos trgicos da intriga de Frei Lus de Sousa?A)estrutura bipartida da aco e complexidade da intriga

B)esboar de um conflito entre as personagens e um destino implacvel, revelado atravs de indcios e pressgios

C)a experincia pessoal do autor

D)catstrofe final (desencadeada pela cena do reconhecimento) que acarreta a morte fsica (Madalena), psicolgica (Manuel e Maria) e social (famlia) de todas as personagens.

10 - Qual dos momentos representa a hybris?A)D. Madalena, ao casar com Manuel de Sousa Coutinho, desafia o destino, pois no tem a certeza absoluto de que o seu primeiro marido esteja morto; Maria revolta-se contra a justia divina (na obra existe a interseco entre o conceito de Destino clssico, que determina a vida dos homens, e a vontade de Deus), incitando os pais a mentir, para proteger a sua situao de ilegitimidade.

B)assistimos a uma mudana sbita de situao: com o aparecimento de D. Joo, na figura do Romeiro, o casamento de D. Madalena e de Manuel de Sousa Coutinho torna-se ilegtimo, motivando, por consequncia, a ilegitimidade de Maria; por outro lado, o casal "suicida-se" para o mundo, recolhendo-se num convento.

11 - Qual dos momentos representa a katastroph?A)as personagens sofrem pelas suas incertezas, pela sua culpa (em relao a D. Madalena), pela inconstncia dos seus sentimentos (em relao a Telmo), pelo facto de o casamento e Maria se tornarem objecto de ilegitimidade.

B)consiste na separao do casal e no seu suicdio" para o mundo e na morte de Maria; Telmo v-se esmagado pelo desgosto; para D. Joo de Portugal, aps vinte e um anos de cativeiro, encontrar a sua esposa casada com outro homem, leva a que tenha a percepo de que j no tem lugar no mundo daqueles que conheceu, pelo que a sua situao se caracteriza pelo anonimato, pela falta de identidade.

12 - Qual destas opes um dos aspectos romnticos da intriga de Frei Lus de Sousa?A)os agouros e as supersties populares do expresso manifestao da cultura portuguesa

B)os valores patriticos e nacionais so exaltados, sobretudo, atravs de Madalena

C)a morte de Telmo.

D)o esboar de um conflito entre as personagens e um destino implacvel, revelado atravs de indcios e pressgios

13 - Qual o acto que decorre numa "cmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegncia dos princpios do sculo XVII", no palcio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada? Neste espao elegante parece brilhar uma felicidade, que ser, apenas, aparente.A)acto I

B)acto II

C)acto III

14 - O acto II:A)acontece "no palcio que fora de D. Joo de Portugal, em Almada; salo antigo, de gosto melanclico e pesado, com grandes retratos de famlia...". As evocaes do passado e a melancolia prenunciam a desgraa fatal.

B)passa-se na capela, que se situa na "parte baixa do palcio de D. Joo de Portugal". " um casaro vasto sem ornato algum." O espao denuncia o fim das preocupaes materiais. Os bens do mundo so abandonados.

15 - A aco dramtica de Frei Lus de Sousa acontece em 1599, durante o domnio filipino, 21 anos aps a batalha de Alccer Quibir. A aco reporta-se ao final do sculo XVI, embora a descrio do cenrio do Acto I se refira "elegncia" portuguesa dos princpios do sculo XVII. O texto , porm, escrito no sculo XIX, acontecendo a primeira representao em 1843.A)Verdadeiro

B)Falso

16 - Frei Lus de Sousa apresenta uma tese sebastianista, pois todo o texto se desenvolva em torno desta temtica. O regresso do passado ajuda o presente e viabiliza o futuro.A)Verdadeiro

B)Falso

17 - D. Madalena procura saber notcias do seu primeiro marido durante sete anos, aps os quais casa com Manuel de Sousa Coutinho.A)Verdadeiro

B)Falso

18 - O carcter universal e atemporal de Frei Lus de Sousa visvel:A)no conflito homem/mulher (temtica romntica) presente, sobretudo em Madalena

B)na denncia das arbitrariedades e da tirania e o apelo defesa da liberdade (temtica romntica) em Manuel de Sousa Coutinho e Maria

19 - Quais os registos de lngua que coexistem na obra?A)os registos cuidado e corrente

B)os registos corrente e familiar

C)os registos familiar e cuidado.

D)os registos cuidado e popular

20 - De acordo com as situaes vividas pelas personagens e com os momentos da aco, podemos sintetizar as caractersticas da linguagem que sobressaem em relao a cada personagem. Assim, em D. Madalena destacam-se:A)as frases inacabadas, de tipo exclamativo e interrogativo, a utilizao de interjeies e de locues interjectivas e as formas verbais no presente e no pretrito imperfeito do indicativo e no imperativo

B)as frases do tipo declarativo e imperativo (a partir do terceiro acto: frases de tipo exclamativo e interjeies), as formas verbais no presente do indicativo

C)as frases de tipo declarativo e exclamativo, a linguagem conotativa, as formas verbais no presente e no futuro do indicativo.

SEBASTIANISMO[...] Veio depois a derrota de Alccer Quibir e o desaparecimento do Rei (1578). A nao caiu sob o domnio castelhano. A literatura chorou, com a perda de D. Sebastio, o desfazer das esperanas desmedidas, a runa dum povo que, havia pouco, deslumbrara o mundo com os Descobrimentos e a criao de um grande Imprio. Vasco Mouzinho de Quevedo, por exemplo, recorda doridamente o Rei, Sebastio cuja morte inda hoje viva, / Renovando-se sempre de ano em ano. Foi ento que surgiu, como instintiva reaco, o sebastianismo. Julgou-se que s a f visionria poderia salvar-nos. Na primeira metade do sc. XVI vrios pretensos profetas, desafiando os rigores da Inquisio, haviam aliciado adeptos, nomeadamente cristos novos. Entre esses profetas contava-se Gonalo Anes, de alcunha o Bandarra, sapateiro de Trancoso (Beira Alta), homem cujas trovas, largamente divulgadas, se tornariam o evangelho do sebastianismo. O Bandarra (falecido em 1545, segundo um epitfio mandado gravar no sc. XVII) tinha-se inspirado na Bblia para verberar a corrupo da poca e fazer obscuras predies, entre as quais, parece, estavam a da conquista de Marrocos, a da derrota dos Turcos e a do Quinto Imprio. [...]Durante o sc. XIX, o sebastianismo foi passando da esfera poltica para os domnios literrio e culturolgico. O sonho herico de D. Sebastio, a sua morte na batalha, o mito do seu regresso e a quimera do Quinto Imprio inspiram poetas e prosadores. [...] No Frei Lus de Sousa de Garrett, Telmo, o velho criado, quem associa f no retorno do Rei a convico de que D. Joo de Portugal, seu amado amo, um dia aparecer.(Coelho, Jacinto do Prado, DICIONRIO DE LITERATURA)No Frei Lus de Sousa, o mito sebastianista alimenta, desde o incio, o conflito vivido pelas personagens, na medida em que a admisso do regresso de D. Sebastio implicava idntica possibilidade da vinda de D. Joo de Portugal, que combatera ao lado do rei na batalha de Alccer Quibir, o que, desde logo, colocaria em causa a legitimidade do segundo casamento de D. Madalena. No inocente, nem fruto do acaso, o facto de Garrett ter concebido que Madalena aparecesse em cena justamente a ler Os Lusadas. Efectivamente, tal facto est tambm associado ao mito sebastianista que, deste modo, marca a obra desde o seu incio .Quem se encarregar, pois, de dar corpo a tal mito? Telmo Pais, o velho aio de D. Joo e em cuja morte no acredita, e Maria, filha de D. Madalena de Vilhena e de Manuel de Sousa Coutinho, educada por Telmo.

O Sebastianismo em Frei Lus de Sousa, de Almeida GarrettAlmeida Garrett, escritor de caractersticas arcdicas e romnticas, do incio do sculo XIX, autor de algumas das obras fundamentais da Literatura Portuguesa, entre as quais Viagens na Minha Terra o expoente mximo. Trata-se de um olhar crtico da sociedade portuguesa, com descries deliciosas sobre a nobilitao de muitos burgueses que outrora haviam desdito das prticas da Nobreza e, afinal, acabaram por conhecer o mesmo fim...Em Frei Lus de Sousa, o mito sebastianista est bem presente. A histria da pea aborda uma autntica catstrofe que se abateu sobre a vida de uma famlia nobre do final do sculo XVI. Tem como caracterstica peculiar o facto de todas as personagens assumirem, ao longo do enredo, posies coerentes e de uma grande dignidade, pelo que difcil definir quem a personagem principal, da mesma forma que, no final, perante to graves consequncias de toda a tragdia abatida, surge no leitor uma sensao de profunda injustia.De uma forma resumida, o enredo o seguinte: D. Joo de Portugal, um nobre muito respeitado na sociedade, desapareceu, em 1578, na batalha de Alccer Quibir, por sinal a mesma na qual o rei D. Sebastio perdeu a vida. Contudo, a morte de D. Joo de Portugal nunca foi provada, passando-se exactamente o mesmo com D. Sebastio.Entretanto, a mulher de D. Joo de Portugal, D. Madalena, esperou sete anos pelo marido, uma espera que se revelou infrutfera. Pese ter casado com D. Joo de Portugal, a meio da pea o leitor d-se conta do facto de ela nunca o ter amado verdadeiramente. Pelo contrrio, o homem que amava era Manuel de Sousa Coutinho, um portugus fiel aos valores patriticos e inconformado com o domnio espanhol, que se vivia na altura em Portugal (1599).Tomando uma atitude corajosa, Manuel e Madalena vo desafiar a sorte (hybris), casando sem ter a certeza da morte de D. Joo de Portugal. E a comea a verdadeira dimenso trgica desta pea magistralmente gizada por Garrett: realmente, tudo apontava para uma alta improbabilidade da hiptese de D. Joo de Portugal ainda estar vivo e mesmo a sociedade via com bons olhos o casamento entre Manuel e Madalena. O casal teve uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem muito especial, culta, adulta, mas simultaneamente criana e fisicamente dbil. Ora, aqui surge o grande drama da aco: caso D. Joo de Portugal, por uma possibilidade trgica, ainda estivesse vivo, Maria era uma filha ilegtima, o que, para a sociedade da poca, era um pecado muito grave.Temendo a catstrofe, D. Madalena tem constantemente premonies trgicas, as quais vo ser concretizadas com a chegada de um Romeiro, que diz vir da Terra Santa e querer falar com Madalena. Ao revelar a sua identidade, uma srie de consequncias iro advir. Mostrando uma dignidade tocante, Manuel de Sousa Coutinho rende-se ao destino cruel e vai professar, juntamente com Madalena. Maria, a filha, revoltar-se- contra uma sociedade retrgrada que, por uma questo meramente formal, passou subitamente de aprovadora para acusadora: Vs quem sois, espectros fatais?... Quereis-mos tirar dos meus braos?... Esta a minha me, este o meu pai... Que me importa a mim com o outro, que morresse ou no, que esteja com os mortos ou com os vivos... De nada lhe valeu a revolta, antes pelo contrrio. O seu rtulo de ilegtima custar-lhe- a morte por vergonha.Outros aspectos igualmente interessantes poderiam ser referidos e ajudariam compreenso desta magnfica pea - nomeadamente o papel de Telmo Pais. Todavia, importa realar que por toda a obra perpassa um carcter sebastianista