teste para idosos

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Descrição do teste para idosos

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  • 435Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    1 Endereo para correspondncia:Centro de Pesquisas em Psicodiagnstico - Departamento de PsicologiaFaculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto da Universidade de So PauloAv. Bandeirantes, 3900 Monte AlegreCEP: 14.040-901 Ribeiro Preto SPFone: (16) 3602-3785 / Fax: (16) 3602-4835E-mail: [email protected]

    Financiamento: CAPES.

    O TesTe de PfisTer em idOsOsMariana de Siqueira Bastos-Formighieri Universidade de So Paulo, So Paulo, Brasil

    Sonia Regina Pasian1 Universidade de So Paulo, So Paulo, Brasil

    ResumoDiante da tendncia mundial de maior longevidade humana e do grande contingente de idosos, emerge a necessidade de cui-dados especialmente dirigidos a este grupo de indivduos, nos mais diferentes aspectos e contextos socioculturais. Dentre os recursos tcnicos disponveis na Psicologia encontram-se os instrumentos de avaliao psicolgica, com potencial para con-tribuir para o alcance de informaes relevantes sobre caractersticas e vivncias psquicas dos indivduos, inclusive idosos, embora ainda pouco pesquisados no Brasil. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou elaborar padres normativos do Teste das Pirmides Coloridas de Pfister para essa faixa etria. Procurou-se caracterizar particularidades do funcionamento afetivo da velhice a partir desse mtodo projetivo, apresentando argumentos e evidncias empricas para aprimorar pro-cessos de avaliao psicolgica com idosos no contexto sociocultural brasileiro contemporneo. Esses novos referenciais normativos foram comparados s normas brasileiras disponveis para adultos nesse mtodo projetivo, explorando a questo da especificidade das vivncias afetivas durante o envelhecer.Palavras-chave: avaliao psicolgica; mtodos projetivos; idosos; teste de Pfister.

    The PfisTer TesT in The elderly

    AbstRActGiven the global trend of increased human longevity and the large number of elderly, arises the necessity of care specifically aimed at this group of individuals, in many different aspects and sociocultural contexts. Among the technical resources available in Psychology are the psychological assessment instruments, with the potential to contribute to the achievement of relevant information on psychological characteristics and experiences of individuals, including elderly, although poorly studied in Brazil. In this context, this study aimed to establish normative standards of the Color Pyramid Test of Pfister for elderly. We sought to characterize features of the affective functioning of old age from this projective method, arguments and empirical evidence to improve processes for psychological assessment with the elderly in contemporary Brazilian sociocultural context. These new standards were compared to normative standards in Brazil are available to adults in this projective method, exploring the question of the specificity of affective experiences during aging.Keywords: psychological assessment; projective methods; elderly; Pfister test.

    la Prueba de PfisTer en ancianOs

    ResumenDada la tendencia mundial de aumento de la longevidad humana y el gran nmero de ancianos, surge la necesidad de la atencin dirigida especficamente a este grupo de individuos, en varios aspectos y contextos socioculturales. Entre los recursos tcnicos disponibles en Psicologa hay instrumentos de evaluacin psicolgica, con el potencial de contribuir a la consecucin de informaciones pertinentes sobre las caractersticas psicolgicas y experiencias de personas, incluidos ancia-nos, aunque poco estudiada en el Brasil. En ese contexto, este estudio tuvo como objetivo establecer estndares normativos de la prueba de color de la Pirmide de Pfister para ese grupo de edad. Hemos tratado de caracterizar a las caractersticas del funcionamiento afectivo de la vejez de este mtodo proyectivo, los argumentos y la evidencia emprica para mejorar procesos de evaluacin psicolgica con los ancianos en el actual contexto sociocultural de Brasil. Esas nuevas normas se compararon con los estndares normativos en Brasil.Palabras clave: evaluacin psicolgica; mtodos proyectivos; ancianos; prueba de Pfister.

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    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    A pesquisa com avaliao psicolgica tem se destacado como um importante campo de investi-gao cientfica em Psicologia, visando a assegurar a disponibilidade de recursos adequados e de boa qua-lidade ao profissional da rea, uma vez que, segundo Alchieri e Cruz (2003), as discusses acerca dos instrumentos de avaliao psicolgica no Brasil tm enfocado as qualidades psicomtricas dos mes-mos, em decorrncia da escassez de investigaes cientficas que as assegurem. De acordo com A. E. Villemor-Amaral (2005), apesar do recente fortale-cimento dos laboratrios de pesquisa em avaliao psicolgica, as tcnicas projetivas, mesmo com o seu reconhecimento ou devido a este, ainda neces-sitam investimentos. Ainda no contexto brasileiro, argumentos semelhantes so apontados por Fersten-seifer e Werlang (2008), ao abordarem a questo da cientificidade dos mtodos projetivos de avaliao psicolgica.

    Dentre os instrumentos de avaliao psicol-gica de natureza projetiva, pode-se citar o Teste das Pirmides Coloridas de Pfister. Para Baccari e cols. (1983), o Teste de Pfister consiste num instrumento de avaliao da personalidade em nveis latentes e manifestos, com destaque por propiciar informaes acerca do afeto e do controle de impulsos. Foi criado por Max Pfister, na Sua, em 1951, introduzido no Brasil por Fernando Villemor-Amaral em 1966 e vem sendo utilizado h 50 anos, com boa aceitabili-dade nas reas clnica e de seleo de pessoal (A. E. Villemor-Amaral, Primi, Farah, Cardoso & Franco, 2003). Anzieu (1984) ressalta ainda que se trata de um teste com boa receptividade, agradando aos sujeitos por seu carter ldico. Mais recentemente, A. E. Villemor-Amaral (2005) comenta como sur-preendente o fato de no serem encontradas muitas publicaes cientficas sobre esse instrumento, embora frequentemente utilizado na prtica clnica.

    Destaque deve ser oferecido ao estudo de A. E. Villemor-Amaral e cols. (2003) que publica-ram novas normas avaliativas para esse instrumento no contexto brasileiro. Nesse estudo foram avalia-dos 109 voluntrios, variando entre 18 e 66 anos de idade. Foram confirmadas as boas caractersticas psicomtricas do material nessa pesquisa, sendo que os novos referenciais normativos pouco se dife-renciaram daquelas de F. Villemor-Amaral (1978). Embora esse dado normativo tenha contemplado indivduos acima de 60 anos, contou com uma faixa etria muito ampla, em que a mdia de idade foi de

    39 anos para os homens e 30 para as mulheres. Desse modo, as informaes acerca do padro de respostas a esse mtodo projetivo ainda so limitadas para os idosos, o que sugere investimentos nessa direo.

    Ainda nesse contexto de pesquisas nacionais com o Teste de Pfister, recentes estudos reafirmam a sua utilidade na avaliao psicolgica, apontando para a sensibilidade do instrumento na deteco de determinados indicadores psicopatolgicos (Rosseto & Luigi, 2000; A. E. Villemor-Amaral e cols., 2005; A. E. Villemor-Amaral e cols., 2004; A. E. Villemor--Amaral, Silva & Primi, 2003). Tambm pode ser interessante recurso para investigaes acerca das caractersticas de certos recortes populacionais, como surdos (Cardoso, 2006) ou a idosos institucio-nalizados (Oliveira, Pasian & Jacquemin, 2001).

    Tais evidncias empricas reafirmam a riqueza tcnica do Teste das Pirmides de Pfister, que obteve parecer favorvel para uso pelos psic-logos no Brasil, conforme avaliao realizada pelo Conselho Federal de Psicologia, de acordo com a Resoluo CFP No. 002/2003 (BRASIL, 2003). Ape-sar de muito utilizado nas reas clnica, acadmica e de pesquisa, segundo A. E. Villemor-Amaral e cols. (2005), ainda so escassos os estudos normativos e de validade para o Pfister no Brasil, justificando maiores investimentos nesta direo.

    Nesse sentido, a faixa etria focalizada num estudo normativo constitui um importante critrio (Alchieri & Cruz, 2003), devendo-se considerar as particularidades de cada segmento da populao, como, por exemplo, eventuais diferenas existentes entre etapas do desenvolvimento, evitando-se, deste modo generalizaes equivocadas nas normatiza-es. E nesse contexto, faz-se importante enfocar um determinado grupo populacional que vem ganhando notoriedade em todo o mundo: os idosos.

    As pesquisas envolvendo idosos no Brasil vm sendo justificadas por numerosas publicaes atentas para a rpida mudana do perfil populacional brasileiro e os possveis impactos destas mudanas em um futuro prximo. De acordo com previses da Organizao Mundial da Sade, em 2025 a populao idosa mundial estar por volta de 1,2 bilho, sendo 75% deste nmero em pases em desenvolvimento (Kalache, 1998). Assim, no incio deste novo sculo, nove das 11 maiores populaes idosas do mundo se localizaro em pases em desenvolvimento: China, ndia, Brasil, Indonsia, Paquisto, Mxico, Bangla-desh e Nigria (Kalache, 1998). No caso especfico

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    do Brasil, estima-se que o crescimento da populao com 60 anos ou mais, entre os anos de 1950 e 1991, dobrou (de 3,5% para 7,3%) e aqueles acima de 65 anos triplicaram (1,7% para 4,5%) (IBGE, 2000).

    Se o perfil populacional est mudando, h uma previso de que o perfil das necessidades pbli-cas de atendimento em sade populao se alterar ainda mais. Os pases desenvolvidos, que sofreram uma mudana mais lenta, ainda encontram srias dificuldades para lidar com a questo, o que pode ser exemplificado pelas crises nos diferentes sistemas de Previdncia Social existentes nestes pases (Kala-che, 1998). Segundo esse autor, diante dos aspectos acima levantados, a dificuldade do Brasil tender a ser ainda maior.

    Essas preocupaes certamente tambm se refletem nas investigaes promovidas pelas Cin-cias da Sade, como colocou Neri (2004), dentre elas a Psicologia. A autora apresenta um levanta-mento bibliogrfico sobre velhice na base de dados PsyInfo e relata ter encontrado 160 registros em 1966, 9.609 em 2001 e 3.651 no primeiro semes-tre de 2002, observando ainda uma produo de aproximadamente 150.000 ttulos em psicologia do envelhecimento. Neri (2004) afirma que atualmente as pesquisas se interessam pelas causas e pelos deter-minantes do envelhecimento bem sucedido, bem como pelas razes e padres da velhice disfuncional.

    No entanto, a mesma autora coloca que: A Psicologia brasileira no apresenta produo volumosa, de longo prazo, contnua, sistemtica e caracterstica sobre a velhice. (Neri, 2004, p. 15) Essa pesquisadora argumenta que parte dos pro-fissionais brasileiros acompanha a produtividade internacional acerca do envelhecimento. Outra parte atua profissionalmente buscando solucionar pro-blemas emergentes, o que tem sido cada vez mais frequente, tendo em vista o descompasso entre os investimentos cientficos e as demandas da rea na prtica clnica cotidiana.

    Dentro desse contexto atual de investigao acerca de instrumentos para avaliao dos idosos, h evidncias na literatura cientfica internacional de uma recente preocupao dos pesquisadores da rea de avaliao psicolgica em considerar a popu-lao idosa em seus estudos, sobretudo investigando evidncias de carter psicomtrico sobre seus ins-trumentais. Encontra-se diversidade e amplitude temtica nas investigaes, de mbito internacio-nal, voltadas busca da compreenso do processo

    do envelhecimento, recorrendo aos instrumentos de avaliao psicolgica como ricos auxiliares tcnicos.

    Desse modo, as evidncias at aqui apre-sentadas apontam que o envelhecimento vem se configurando como um importante foco de investi-mentos no s por parte da sociedade, mas tambm da Cincia, em mbito internacional e tambm no Brasil, onde pouco se investiu no conhecimento e na ateno a esta populao at o momento, incluindo a a Psicologia. Ela, por sua vez, tem buscado enfrentar desafios internos da rea a fim de garantir a tica e a qualidade da prtica profissional do psiclogo, o que tem se evidenciado a partir da preocupao acerca da qualidade dos instrumentos de avaliao psico-lgica. Assim, se de um lado existe a necessidade de estudo dos instrumentos de avaliao psicolgica, incluindo estudos normativos para os diferentes seg-mentos etrios e, de outro lado, a importncia de investimentos cientficos para com os idosos, a busca de sistematizao de estratgias tcnicas e de inves-tigao que possibilitem a obteno de informaes acerca da afetividade mostra-se como um importante passo para as pesquisas acerca da velhice.

    Tendo-se em vista a necessidade de apri-moramento tcnico dos instrumentos de avaliao psicolgica no Brasil, o presente trabalho objetivou desenvolver padres normativos para indivduos com mais de 60 anos no Teste das Pirmides Colo-ridas de Pfister. Esta pesquisa tambm objetivou caracterizar ndices da dinmica afetiva e do fun-cionamento psicolgico de idosos no-pacientes por meio desse mtodo projetivo de avaliao psicol-gica, almejando caracterizar processos psicolgicos envolvidos no envelhecimento.

    ObjeTivOs

    Em termos gerais, o presente trabalho obje-tivou elaborar padres normativos para idosos no Teste das Pirmides Coloridas de Pfister. Procurou--se caracterizar particularidades do funcionamento afetivo da velhice a partir da citada tcnica, numa tentativa de apresentar argumentos e evidncias empricas para aprimorar processos de avaliao psicolgica com indivduos idosos no contexto sociocultural brasileiro contemporneo. Buscou-se ainda comparar esses novos referenciais de produo obtidos com idosos s normas brasileiras dispo-nveis para adultos nesse mtodo projetivo (A. E. Villemor-Amaral, 2005), explorando a questo da

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    especificidade das vivncias afetivas durante o envelhecer.

    mTOdO

    ParticipantesA partir dos objetivos propostos, voltados

    caracterizao dos padres de resposta de idosos em mtodo projetivo de avaliao psicolgica, tor-nou-se necessrio selecionar cuidadosamente uma amostra de indivduos com idade igual ou superior a 60 anos, obtidos no contexto de uma cidade do interior do Estado de So Paulo. Buscando-se evitar grande variao etria entre os participantes deste estudo, decidiu-se, por viabilidade tcnica e opera-cional, selecionar a faixa de 60 a 75 anos de idade como foco da presente investigao, distribudos entre os sexos. A cidade de Ribeiro Preto (SP) foi o local de realizao deste trabalho, caracterizando--se como um centro urbano promissor para pesquisa com idosos, pois apresentou crescimento bastante expressivo da faixa etria idosa nas ltimas dcadas, correspondendo a um aumento de 43,4% de 1991 para 2000 (IBGE, 2000). Estima-se cerca de 51.194 indivduos acima de 60 anos nessa cidade do interior do Estado de So Paulo, com cerca de 500.000 habi-tantes (IBGE, 2000).

    Levando-se em conta a meta de estudar os processos da velhice normal (no-paciente), a deli-mitao de adequados critrios de incluso e de excluso dos participantes tornou-se ponto central neste trabalho. Nesse sentido, optou-se por buscar eventuais participantes entre os idosos atendidos por Ncleos de Sade da Famlia, unidades de aten-o primria sade, onde seria possvel o acesso a mnimos dados de caracterizao sociodemogrfica dos indivduos, permitindo sua rpida identificao como fonte de estudo. Em Ribeiro Preto, existem cinco Ncleos de Sade da Famlia vinculados ao Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo, ambiente facilitador e devidamente autori-zado para realizao da presente investigao.

    Em rpido levantamento inicial das infor-maes dos pronturios mdicos dessas unidades de ateno primria sade, foram identificadas aproximadamente 960 pessoas na faixa de 60 a 75 anos, funcionando como base ativa da populao alvo. Desse universo, foram selecionados 100 par-ticipantes, ou seja, cerca de 10% do grupo base,

    considerando-se nmero vivel e suficiente para os objetivos pretendidos neste estudo. Esses participan-tes foram selecionados por meio de randomizao de 10% dessa faixa populacional em cada um dos cita-dos Ncleo de Sade da Famlia. Ocorrendo recusas, desistncias ou no preenchimento dos critrios de seleo, novas randomizaes foram efetuadas com base nos mesmos critrios, at ser completado o nmero pretendido de 100 indivduos na amostra.

    Foram observados ainda como critrios de seleo para a composio desta amostra: apresen-tao de bom estado geral de sade, inexistncia de comprometimentos fsicos e psquicos severos ou demais patologias descompensadas que com-prometessem a execuo das tarefas propostas (de acordo com avaliao mdica prvia avaliao psi-colgica). Foram excludos do estudo portadores de deficincias sensoriais graves e limitantes ao contato visual e social. Deve-se destacar que todos os idosos foram voluntrios e, estando cientes e informados a respeito da pesquisa, apresentaram consentimento livre e esclarecido mesma.

    A caracterizao da amostra alcanada para o presente trabalho encontra-se na Tabela 1, apre-sentando a distribuio dos idosos em funo do sexo, da idade e da escolaridade, consideradas infor-maes sociodemogrficas bsicas e necessrias ao estudo aqui pretendido.

    Observa-se, no que se refere idade, que os voluntrios do sexo masculino (totalizando 38 indi-vduos) concentraram-se na faixa de menor idade, entre 60 e 64 anos (42,1%). J o sexo feminino (correspondendo a 62 pessoas do grupo avaliado) apresentou distribuio etria levemente diferente do sexo masculino: maior frequncia entre 65 e 69 anos (45,3%). No houve diferena estatisticamente significativa entre as diversas faixas etrias da amos-tra em funo do sexo (p=0,997), a partir da anlise por meio do Teste Mann-Whitney. Dessa maneira, conseguiu-se compor adequada amostra para atender aos objetivos delineados na presente investigao.

    Em termos de escolaridade, avaliada por meio dos anos de estudo completados pelos participantes, a maioria da amostra referiu ter, no mximo, quatro anos de estudo (62%), independentemente do sexo (55,2% do sexo masculino e 66,2% do sexo feminino). No entanto, pode-se notar uma diferena entre os sexos nessa varivel, uma vez que a distribuio da frequn-cia de mulheres por anos de estudo vai decrescendo medida que aumenta a escolaridade, o que no se

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    verificou na amostra masculina. Estatisticamente, essa diferena mostrou tendncia significncia (p = 0,059) de acordo com o Teste Mann-Whitney. Pode-se inferir que o conjunto de participantes deste trabalho caracterizou-se por baixo nvel de escolaridade, tpico dos idosos no Brasil at a atualidade.

    Quanto ao estado civil, a maioria da amostra de indivduos casados (65,0%), tendncia compar-tilhada tanto pelos voluntrios masculinos (86,8%) quanto femininos (51,6%). Em seguida esto os indivduos vivos, que representam 20,0% da amos-tra e so todos do sexo feminino (32,7%). A terceira maior frequncia a de voluntrios solteiros, com 8,0% do total de idosos. Em menor frequncia observou-se os indivduos separados ou divorciados e, por fim, os amasiados. Sendo assim, pode-se res-saltar que, comparativamente ao sexo feminino, os indivduos do sexo masculino apresentaram maior porcentagem de vivncias conjugais e relaciona-mentos no regulamentados (amasiados) e menores frequncias de solteiros e separados ou divorciados, alm de no existirem vivos do sexo masculino neste estudo. Quando essas classificaes foram subdivididas em apenas dois conjuntos (indivduos com relacionamento conjugal: casados e amasiados X aqueles que no tiveram ou j tiveram vivncias conjugais, mas atualmente esto sozinhos: solteiros, vivos e separados ou divorciados), encontrou-se diferena significativa (p=0,000) entre os sexos, de acordo com o Teste Qui-quadrado. Dessa forma, pode-se identificar que, no momento da pesquisa, mais indivduos do sexo masculino encontravam--se comprometidos em um relacionamento, quando

    comparados ao grupo do sexo feminino presente-mente avaliado.

    Materiais:Foram utilizados, para este estudo, os seguintes

    materiais:

    a) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a pesquisa.

    b) Roteiro semiestruturado de entrevista, para conhecimento das caractersticas sociodemo-grficas dos eventuais voluntrios para a pes-quisa, fonte bsica de informaes para poder decidir sobre sua incluso ou no no estudo (conforme critrios propostos no estudo).

    c) Teste das Pirmides Coloridas de Pfister, mtodo projetivo de avaliao psicolgica, para avaliar a dinmica afetiva dos idosos. Para apli-cao e avaliao desse instrumento psicol-gico foram utilizados o manual e os parmetros normativos de A. E. Villemor-Amaral (2005). A instruo do teste consiste em solicitar a cons-truo de trs pirmides bonitas, a partir de qua-drculos coloridos, sobre um esquema em papel--carto de uma pirmide. O teste conta com uma diversidade de dez cores, sendo que sete delas (com exceo do preto, branco e cinza) ainda contam com a apresentao em tons variados: quatro tons de azul, quatro de vermelho, quatro de verde, trs de violeta e dois de laranja, de amarelo e de marrom.

    d) Equipamento e programas computacionais para registro e anlise estatstica dos dados, em

    Tabela 1 - Distribuio da amostra (N = 100) em funo do sexo, idade e escolaridade

    VarivelSexo Total

    Masculino Femininof % f % f %

    Idade(anos)

    60 a 64 16 42,1 25 40,3 41 41,065 a 69 15 39,5 28 45,3 43 43,070 a 75 7 18,4 9 14,4 16 16,0

    Escolaridade(anos de estudo)

    0 a 4 21 55,2 41 66,2 62 62,05 a 8 6 15,7 13 21,0 19 19,09 a 11 5 13,1 6 9,7 11 11,0 12 6 15,7 2 3,2 8 8,0

    Total 38 38,0 62 62,0 100 100,0

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    especial o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), verso 13.0.

    ProcedimentosEste projeto de pesquisa foi avaliado e

    aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa do Centro de Sade Escola da FMRP USP. Aprovada a proposta de trabalho, inicialmente foi realizado um levantamento dos possveis participantes dos Ncleos de Sade da Famlia do municpio de Ribeiro Preto (SP), almejando-se compor a amos-tra pretendida neste estudo. Identificados, esses idosos foram contatados por telefone ou pessoal-mente pela primeira pesquisadora para efetivar a explicao e o convite pesquisa. Quando houve aceitao, foi agendado dia e hora para compareci-mento do idoso ao ambulatrio de sade, local em que foi aplicado o instrumento de avaliao psico-lgica em sesses nicas e individuais de cerca de 45 minutos de durao.

    A aplicao e a avaliao do Teste de Pfis-ter seguiram os parmetros propostos por A. E. Villemor-Amaral (2005), sendo realizada pela pri-meira pesquisadora, com equipe de colaboradoras devidamente treinadas e supervisionadas pela segunda autora. Aps a apurao completa dos dados, foram registrados em programa estatstico (SPSS 13.0) para sua devida anlise descritiva e estatstica.

    Os resultados globais obtidos com o Pfister dos idosos foram comparados s normas elaboradas com indivduos adultos de A. E. Villemor-Amaral (2005), dado que se trata de recente estudo com a tcnica, e por inexistir padro especfico para a faixa etria de idosos, razo inclusive do presente trabalho. Para estas anlises recorreu-se ao Teste t de Student (One Sample), comparando-se seus resultados mdios nos indicadores deste mtodo projetivo.

    resulTadOs

    A tcnica de Pfister oferece ampla diver-sidade de informaes, com possibilidade de ricas combinaes de suas variveis. A sua organizao, neste estudo, seguiu os parmetros propostos em A. E. Villemor-Amaral (2005). Assim, no presente relato, as variveis deste mtodo projetivo sero apresentadas separadamente, para clareza didtica, embora posteriormente analisadas e discutidas em funo do objetivo maior de caracterizao das vivncias afetivas de idosos no-pacientes.

    A mdia de tempo gasto para a execuo de todo o teste (somatria do tempo total das trs pirmi-des) foi de 345,6 segundos (5 minutos e 46 segundos) e a mediana foi equivalente a 311,0 segundos (5 minu-tos e 11 segundos), quando calculados para o total de idosos que fizeram parte deste estudo. Houve dife-rena significativa entre os sexos (p = 0,014), segundo o Teste Mann-Whitney, sugerindo que o grupo femi-nino trabalhou mais rpido do que o masculino. Os valores mdio e mediano no grupo feminino, para o tempo total nessa tcnica, foram de 314,9 segundos (5 minutos e 15 minutos) e 284,0 segundos (4 minutos e 44 segundos), respectivamente. Por sua vez, o grupo masculino apresentou tempo mdio de 395,8 segun-dos (6 minutos e 36 segundos) e mediana equivalente a 355,5 segundos (5 minutos e 56 segundos).

    Examinando-se agora o intervalo de tempo entre a instruo dada e o incio de construo das pir-mides, no se encontrou diferena significativa entre os sexos quando enfocados os tempos de latncia das trs pirmides (separadamente ou mesmo tomando a somatria destes), segundo o mesmo teste estatstico acima mencionado. A mdia para o total de participan-tes foi 17,8 segundos e a mediana 12,0 segundos. A mdia do tempo de latncia para o grupo masculino alcanou 17,8 segundos, com mediana de 13,5 segun-dos. J, no grupo feminino, o tempo de latncia mdio correspondeu a 17,8 segundos, com mediana de 11,5 segundos. Sendo assim, o grupo feminino e o mascu-lino no se diferenciaram no tempo de compreenso das instrues e na organizao para a execuo da tarefa. Assemelharam-se nesse aspecto cognitivo, porm, distanciaram-se no tempo total, sugerindo que o efeito do treino de uma pirmide para outra foi maior no grupo feminino, que completou a tarefa em tempo menor.

    As evidncias relativas dinmica afetiva, na tcnica de Pfister, esto fortemente associadas s escolhas cromticas e ao equilbrio encontrado nas distribuies dos estmulos no momento de construo das trs pirmides propostas. Dessa forma, as frequncias cromticas tornam-se dados bastante relevantes na anlise dos resultados desse instrumento avaliativo. Os resultados do presente trabalho, referentes sistematizao da frequncia das escolhas cromticas pelo conjunto de idosos avaliados, bem como em funo do sexo dos par-ticipantes, encontra-se apresentado na Tabela 2. A frequncia das escolhas das dez cores do Pfister foi organizada de forma descritiva, apresentando-se

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    resultados relativos mdia, ao desvio padro (DP), aos valores mnimo e mximo encontrados, aos per-centis 25, 50 (Mediana) e 75, caracterizando perfil geral de distribuio deste indicador tcnico nos idosos avaliados.

    A anlise do conjunto das informaes trazi-das pela Tabela 2 permite apontar que as trs cores mais utilizadas pelos idosos foram o verde, o ver-melho e o azul. Embora no na mesma proporo, elas tambm foram as trs cores de maior frequn-cia entre os no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005), assim como nas demais amostras apresenta-das pelos citados autores, o que, novamente, pode ser considerado resultado sugestivo de adaptao scio-afetiva dos idosos presentemente avaliados.

    Realizando-se anlise estatstica (Teste Mann-Whitney) na distribuio das escolhas das cores do Pfister em funo do sexo dos idosos do presente trabalho, notou-se uma nica diferena significativa: frequncia da cor azul (p = 0,031). Considerando o valor interpretativo do azul no teste, tal diferena quanto a sua utilizao, mais acentuada

    no grupo feminino, pode estar refletindo maior tendncia para desenvolver depresso entre estas participantes, conforme sugerido pela literatura cien-tfica da rea (A. E. Villemor-Amaral, 2005), apesar de ser necessrio lembrar que elas no se encontram distantes dos parmetros normativos de adultos, sinalizando apenas tendncia vivencial e no sinal psicopatolgico neste grupo.

    Seguindo a anlise dos dados da Tabela 2, pode-se verificar que a cor laranja, o amarelo e vio-leta foram as cores mais escolhidas neste estudo, aps o uso do verde, do vermelho e do azul, como j apontado. Essa frequncia de escolha das cores no grupo total de idosos foi equivalente distribuio das cores no grupo feminino, mas um pouco diferente em relao aos indivduos do sexo masculino. Nova-mente, pode-se observar maior correspondncia do grupo feminino com a amostra de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005). No grupo masculino, a cor amarela apresentou leve predomnio sobre o laranja e, por sua vez, o violeta tambm foi a sexta cor mais utilizada pelos indivduos desse grupo.

    Tabela 2 - Resultados descritivos das escolhas das cores em funo do sexoGRUPO CORES Az Vm Vd Vi La Am Ma Pr Br Ci

    Total

    Mdia 16,0 18,5 19,6 7,7 11,9 11,7 5,7 2,2 4,8 1,5DP 9,0 7,8 7,9 5,3 7,2 7,0 5,2 2,8 5,1 2,3

    Mnimo - - - - - - - - - -Mximo 49,0 42,0 47,0 22,0 33,0 33,0 22,0 9,0 29,0 13,0

    Percentil 25 11,0 13,0 16,0 4,0 9,0 7,5 2,0 - - -Mediana (P50) 16,0 18,0 20,0 7,0 11,0 11,0 4,0 1,0 4,0 -

    Percentil 75 20,0 22,0 23,5 11,0 16,0 13,0 9,0 4,0 7,0 2,0

    Sexomasculino

    Mdia 13,9 19,3 19,8 7,1 10,9 12,6 6,5 2,5 4,3 2,0DP 8,5 8,6 9,3 5,6 8,8 8,0 5,3 2,9 4,2 2,8

    Mnimo - - - - - - - - - -Mximo 33,0 33,0 38,0 22,0 33,0 33,0 20,0 9,0 16,0 13,0

    Percentil 25 9,0 13,0 15,2 2,0 6,2 9,0 2,0 - - -Mediana (P50) 13,0 18,0 20,0 8,0 9,0 11,0 5,5 2,0 4,0 -

    Percentil 75 18,0 24,7 24,0 11,0 13,7 13,0 9,0 4,0 7,0 4,0

    Sexo feminino

    Mdia 17,3 17,9 19,5 8,1 12,4 11,1 5,3 2,0 5,0 1,2DP 9,1 7,2 7,0 5,1 6,0 6,3 5,1 2,7 5,6 1,8

    Mnimo - - 2,0 - - - - - -Mximo 49,0 42,0 47,0 20,0 33,0 33,0 22,0 9,0 29,0 9,0

    Percentil 25 11,0 13,0 16,0 4,0 9,0 7,0 - - -Mediana (P50) 18,0 17,0 20,0 7,0 11,0 11,0 4,0 - 3,0 -

    Percentil 75 22,0 20,0 22,0 11,0 16,0 13,7 7,0 4,0 9,0 2,0

  • Bastos-Formighieri & Pasian442

    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    Por fim, com sequncia igualmente compar-tilhada entre os sexos, ocorreram o marrom, branco, preto e cinza. Desse modo, a ordem de utilizao dessas cores encontradas em menor frequncia nos idosos seguiu distribuio bastante peculiar, quando comparada com a amostra de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005).

    Efetuou-se a comparao desses resultados de frequncia mdia das escolhas cromticas com aqueles apresentados para o grupo de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005), recorrendo-se ao Teste t de Student (One Sample t test), com nvel de significncia menor ou igual a 0,05. Uma apresenta-o sinttica desses resultados pode ser visualizada na Tabela 3.

    Pode-se notar que, dentre as dez cores comparadas, somente trs delas no apresentaram diferena significativa entre as referidas amostras. Assim, apresentaram diferena significativa: azul, vermelho, amarelo, marrom, preto, branco e cinza. Observa-se ainda que, no que se refere a essas cores, que os idosos apresentaram menores valores mdios em relao aos adultos de A. E. Villemor-Amaral (2005) para o azul, preto, branco e cinza e maiores valores para o vermelho, amarelo e marrom. Assim, usaram menos as cores de baixa estimulao afe-tiva, o que, juntamente com o menor uso do azul, representa simbolicamente que os idosos recorreram menos aos mecanismos defensivos de represso, inibio, dissimulao, racionalizao, negao e atuao (A. E. Villemor-Amaral, 2005). Os idosos sinalizaram necessitar das defesas psicolgicas em nvel diferente dos adultos, de forma a conseguirem

    preservar sua estrutura interna e adequarem-se ao ambiente. Seguindo-se essa linha interpretativa, utilizaram-se mais as cores de excitao e intensa estimulao afetiva (com exceo do laranja), tra-zendo, aliado ao maior uso da cor marrom, um sentido de energia, vitalidade, socializao e manifestao do afeto. Tais consideraes se opem viso de velhice como decrepitude e isolamento, sugerindo que os idosos se mostraram abertos aos estmulos do meio, ativos e participantes no ambiente.

    Essas evidncias empricas so sugestivas da necessidade de tratar os idosos separadamente, em relao aos adultos, para a anlise e a interpre-tao dos resultados no Teste de Pfister, exigindo padres normativos especficos para os indivduos na velhice. Reafirma-se, portanto, a possibilidade de contribuio dos atuais achados.

    As sndromes cromticas referem-se s variveis do Pfister compostas pela soma da frequncia de utilizao de algumas cores em espe-cfico, para as quais foram construdas hipteses interpretativas tambm peculiares, justificando-se anlise complementar s frequncias das escolhas cromticas, j realizada anteriormente. As principais sndromes, que sero tratadas aqui, seguindo a pro-posta avaliativa de F. Villemor Amaral (1978), so: Sndrome Normal (capacidade reguladora do afeto e adaptao ao meio ambiente); Sndrome Est-mulo (receptividade aos estmulos e manifestaes afetivas); Sndrome Fria (elaborao dos estmulos externos e internos); Sndrome Incolor (estrutura-o do ego e defesas) e Sndrome de Dinamismo (ao-realizao-produtividade).

    Tabela 3 - Anlise comparativa dos resultados nas frequncias cromticas do Pfister de adultos e idosos

    Cores do Pfister AdultosA.E. Villemor-Amaral (2005)

    Idosos(presente trabalho)

    t p

    Azul 18,1 16,0 -2,37 0,02Vermelho 13,6 18,5 6,25 0,00Verde 19,7 19,6 -0,08 0,94Violeta 8,5 7,7 -1,52 0,13Laranja 10,8 11,9 1,48 0,14Amarelo 9,5 11,7 3,10 0,003Marrom 4,0 5,7 3,33 0,001Preto 4,5 2,2 -8,32 0,00Branco 8,3 4,8 -6,97 0,00Cinza 2,9 1,5 -6,15 0,00

  • O Teste de Pfister em idosos 443

    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    Os resultados encontrados neste trabalho foram, ento, classificados em funo dessas cate-gorias avaliativas da composio das sndromes cromticas, chegando-se elaborao da Tabela 4. Novamente, os dados a serem apresentados focali-zaro: mdia, desvio-padro (DP), valores mnimo e mximo, e os percentis 25, 50 (mediana) e 75.

    Esses resultados permitem considerar que as principais sndromes do Pfister ocorreram na seguinte ordem decrescente de frequncia entre os idosos avaliados: normal, fria, estmulo, dinamismo e inco-lor. Essa mesma distribuio, em termos de ordem de ocorrncia das principais sndromes do Pfister, foi tambm observada na amostra de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005), reforando as colo-caes anteriores acerca dessas aproximaes dos achados com amostras de no-pacientes.

    Essa frequncia das sndromes cromticas do grupo geral de idosos foi a mesma sequncia apresentada pelo grupo feminino, diferindo leve-mente da ordem apresentada no grupo masculino. Para eles, a frequncia das sndromes do Pfister

    seguiu a sequncia: sndrome normal, estmulo, fria, dinamismo e, por fim, sndrome incolor. No entanto, analisando-se estatisticamente (Teste Mann-Whit-ney) essas peculiaridades de desempenho dos sexos na frequncia das sndromes cromticas, verificou--se apenas uma diferena significativa, a saber: na sndrome fria (p = 0,014), em que o grupo femi-nino apresentou frequncia maior do que o grupo masculino. Provavelmente, esse achado pode estar associado frequente utilizao da cor azul por parte do grupo feminino, sendo esta cor uma das trs componentes dessa frmula. A. E. Villemor-Ama-ral (2005) afirma que os sentidos atribudos a essa sndrome devem ser considerados somente quando todos os componentes da frmula seguem a mesma direo de frequncia (aumentados ou diminudos), circunscrevendo, desta forma, este achado s inter-pretaes realizadas quanto frequncia da cor azul. Assim, somente com essa ressalva, pode-se consi-derar que os idosos do sexo masculino e feminino apresentaram grande proximidade em sua dinmica

    Tabela 4 - Resultados descritivos das Sndromes Cromticas do Pfister nos idosos (N = 100) por sexo

    Grupo Sndromes Normal Estmulo Fria Incolor Dinamismo

    Total

    Mdia 54,1 42,0 43,3 8,5 37,0DP 9,0 10,7 9,3 7,0 10,8

    Mnimo 27,0 18,0 24,0 - 11,0Mximo 75,0 66,0 69,0 31,0 67,0

    Percentil 25 49,0 34,0 36,0 2,0 29,0Mediana 54,0 40,5 42,0 8,0 35,0

    Percentil 75 60,0 47,7 49,0 13,0 42,0

    Sexo masculino

    Mdia 52,9 42,8 40,7 8,8 38,8DP 9,5 12,5 9,1 7,5 11,5

    Mnimo 27,0 18,0 28,0 - 18,0Mximo 69,0 66,0 66,0 31,0 67,0

    Percentil 25 48,5 32,7 33,0 2,0 31,0Mediana 53,0 42,0 38,0 8,5 35,0

    Percentil 75 60,0 49,5 47,5 13,0 45,5

    Sexo feminino

    Mdia 54,7 41,5 44,9 8,2 35,9DP 8,7 9,4 9,1 6,8 10,2

    Mnimo 35,0 20,0 24,0 - 11,0Mximo 75,0 66,0 69,0 31,0 66,0

    Percentil 25 49,0 34,7 40,0 2,0 29,0Mediana 55,0 40,0 43,5 8,0 34,0

    Percentil 75 60,0 46,2 52,0 13,0 40,5

  • Bastos-Formighieri & Pasian444

    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    afetiva, expressa pelos indicadores das frmulas cromticas.

    Efetuou-se a comparao destes resultados de frequncia mdia das sndromes cromticas com aqueles apresentados para o grupo de no-pacientes por A. E. Villemor-Amaral (2005), recorrendo-se ao Teste t de Student (One Sample t test), com nvel de significncia menor ou igual a 0,05. Uma apresenta-o sinttica dos resultados pode ser visualizada na Tabela 5.

    Nota-se que as diferenas foram sig-nificativas para todas as sndromes cromticas presentemente avaliadas. Os idosos, comparativa-mente aos adultos, apresentaram maiores valores mdios para as sndromes normais, estmulo e dina-mismo e menores mdias para as sndromes fria e incolor. Assim, dadas as interpretaes brevemente citadas para cada sndrome, esses achados, de um modo geral, corroboram as hipteses anteriormente formuladas a respeito das frequncias cromticas. Em outras palavras, poder-se-ia apontar o padro de comportamento dos idosos como adequado, adapta-tivo e ativo em relao ao meio, com receptividade aos estmulos e manifestao dos afetos. Sinalizaram recorrer aos mecanismos defensivos em proporo diferente dos adultos, contudo, alcanando preserva-o de sua funcionalidade e integridade egica (A. E. Villemor-Amaral, 2005).

    Deve-se, no entanto, fazer a ressalva de que tais consideraes devem ser tratadas com cautela, uma vez que as diferenas nos valores finais das sndromes podem ser decorrentes de alteraes em sentidos diferentes dos componentes das mesmas. Somente na sndrome incolor foram verificadas diferenas entre adultos de A. E. Villemor-Amaral (2005) e os atuais idosos, para as trs cores compo-nentes de tal sndrome, diferenas estas observadas na mesma direo (menores valores), endossando,

    assim, a interpretao exposta acerca das sndromes cromticas, correspondendo ao funcionamento das defesas egicas.

    discussO

    Um primeiro aspecto a ser abordado refe-rente composio da amostra. O predomnio de mulheres no presente grupo de idosos avaliados, seguindo-se os critrios de seleo aqui adotados, refletem dados da populao idosa brasileira, como coloca Camarano (2002). A autora ainda afirma que, com o aumentar da idade, o contingente feminino tambm aumenta sua frequncia na populao.

    O maior nmero de homens casados ou amasiados no grupo presentemente avaliado, com-parativamente s mulheres, outro dado coincidente com a populao brasileira. Camarano (2002) afir-mou que enquanto cerca de 80% dos homens idosos mantm algum tipo de unio conjugal, existe uma tendncia por parte das mulheres idosas em viver sozinhas. Em sntese, poder-se-ia afirmar que a amostra utilizada no presente trabalho alcanou seus objetivos de ser representativa, em termos globais, das caractersticas dos idosos do contexto sociocultural contemporneo. Obviamente possui limites de representao efetiva dessa populao, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, por no contemplar um real mapeamento dos idosos em termos de mltiplas caractersticas sociodemo-grficas. No entanto, para subsidiar a elaborao de padres tpicos de desempenho em tcnicas psico-lgicas especficas (Teste de Pfister), considera-se que a presente amostra se mostrou adequada a seus propsitos, inexistindo at o momento perfis de desempenho nesses instrumentos de avaliao psicolgica com esse nmero de participantes ava-liados (N = 100) para pessoas idosas no Brasil, onde

    Tabela 5 - Anlise comparativa dos resultados nas sndromes cromticas do Pfister de adultos e idosos

    Sndromescromticas

    AdultosA.E. Villemor-Amaral (2005)

    Idosos(presente trabalho)

    t p

    Normal 51,3 54,1 3,06 0,003Estmulo 33,9 42,0 7,58 0,000Fria 46,3 43,3 -3,21 0,002Incolor 15,8 8,5 -10,47 0,000Dinamismo 33,2 37,0 3,57 0,001

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    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    ainda so escassos os estudos com a referida tcnica, sobretudo os normativos (A. E. Villemor-Amaral, 2005).

    Assim, apesar da existncia de pesqui-sas brasileiras com o Pfister, as anlises efetuadas no presente estudo circunscreveram-se a compara-es com outra amostra normativa para o referido mtodo projetivo. Desse modo, optou-se pela com-parao com a amostra de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005), por ser a que apresenta as caractersticas mais prximas com a populao alvo deste estudo.

    Neste momento de reflexo sobre os resul-tados, vale a pena destacar algumas relaes interessantes identificadas entre as evidncias emp-ricas alcanadas. Nesse sentido, por exemplo, as diferenas encontradas entre idosos do sexo mas-culino e feminino com relao ao uso do azul no Teste de Pfister. Cabe lembrar que foi apenas nessa cor do Pfister que os idosos presentemente avalia-dos se diferenciaram significativamente, justificando sua anlise em especfico nesse momento. H que ser lembrado ainda que, apesar dessa diferena especfica, ambos os grupos de idosos apresentaram semelhana nas escolhas cromticas e nas sndromes cromticas em relao s expectativas normativas disponveis para adultos, apontando para seu ade-quado funcionamento scio-afetivo.

    A utilizao da cor azul no Pfister est sim-bolicamente associada ao controle e regulao dos afetos, fornecendo sinais sobre a adaptao e a canalizao afetiva, tendo funo frenadora ou ela-boradora dos estmulos externos. De acordo com F. Villemor-Amaral (1978), a significao do azul est relacionada tanto a uma conotao positiva, que corresponderia a uma funo reguladora e de adap-tabilidade, quanto a uma conotao negativa, pois, quando h demasia desta funo regulativa, existe uma constrio da personalidade.

    Para Marques (1988), o azul, juntamente com o amarelo e o cinza, mais representativo das funes do ego, dos mecanismos defensivos e das influncias do ego sobre o supererego. O azul representaria os recursos de ordem racional, per-mitindo que o indivduo atenda realidade externa e interna, bem como aos mecanismos defensi-vos desta mesma ordem, a saber: racionalizao e intelectualizao. Est associado ainda s funes do pensamento, da inteligncia, da percepo e da ateno. Quando excessivamente elevado, mostra

    predominncia do superego sobre o ego e, por con-seguinte, sinaliza constrio e limitaes do ego frente realidade externa e interna. Para Anzieu (1984), o azul estaria relacionado ao controle da afetividade. A. E. Villemor-Amaral (2005) afirmou que a elevao do azul pode se relacionar tanto a sentimentos de inferioridade e de incapacidade, a insatisfaes e a ambivalncias, quanto a supercon-trole e compulsividade.

    Assim, num primeiro momento, poder-se--ia considerar que o maior uso de azul por parte do grupo feminino de idosas sinalizaria alguma maior propenso a vivncias depressivas e a maior uso de mecanismos de racionalizao, comparativamente aos idosos do sexo masculino, embora ambos este-jam prximos aos padres normais de produo no Pfister. Camarano (2002), remetendo-se aos dados do IBGE de 1998, afirma que as idosas esto mais sujeitas a deficincias fsicas e mentais. Especifica-mente a respeito da depresso, a autora mostra existir maior prevalncia desta entre as mulheres na faixa de 60 a 80 anos, faixa em que se encontra a amostra desta pesquisa, quando comparada prevalncia de depresso em homens idosos, relao que se inverte no segmento de 80 anos ou mais.

    Ainda o azul, quando em elevao, foi associado por A. E. Villemor-Amaral (2005) ao Transtorno do Pnico. Gordilho (2002) afirma que as idosas apresentam maior tendncia a transtornos ansiosos quando comparadas aos homens, uma vez que tais categorias nosolgicas so duas vezes mais frequentes entre as mesmas.

    Considerando-se esses tipos de evidncias encontradas nos atuais resultados, o Teste de Pfis-ter se mostrou sensvel a possveis especificidades da dinmica afetiva dos idosos em funo do sexo. Esses resultados foram sugestivos de que o grupo feminino presentemente avaliado necessitou, em maior proporo, dos controles afetivos associados ao aumento da cor azul do Pfister, para se apresen-tar de forma estvel e adaptativa em seu contexto ambiental.

    Essas consideraes tambm podem ser relacionadas a outras especificidades de produo no Pfister, identificadas no presente grupo feminino avaliado. Houve indicativos de maior rapidez desse grupo feminino na realizao desse mtodo proje-tivo de avaliao psicolgica, alm de elevao da sndrome fria, em comparao aos resultados do Pfister alcanados pelo grupo masculino de idosos

  • Bastos-Formighieri & Pasian446

    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    desta amostra. De acordo com os pressupostos de F. Villemor Amaral (1978) e A. E. Villemor-Amaral (2005), faz-se necessria elevao equilibrada dos trs componentes da sndrome fria para se efetivar, com clareza, as interpretaes a ela relacionadas, o que acabou no ocorrendo nos atuais resultados. Neste estudo ficou evidente apenas a elevao da frequncia do uso da cor azul no grupo feminino, circunscrevendo as possveis interpretaes apenas para este indicador tcnico do Pfister.

    Procurando-se elaborar uma sntese das anlises realizadas sobre os resultados do Pfister em funo do sexo, poder-se-ia concluir pela simi-laridade dos atuais achados entre idosos do grupo masculino e feminino, sinalizando preservao de sua afetividade. Cabe a ressalva, sobre essa possvel concluso, de que o grupo de idosos avaliados ficou majoritariamente composto pelo sexo feminino, podendo, eventualmente, mascarar especificidades menores que se mostrariam apenas em comparaes com grupos realmente representativos e significati-vos da populao idosa, ultrapassando, no entanto, as atuais possibilidades deste trabalho.

    Partindo agora para a reflexo sobre a ten-dncia geral dos resultados do Pfister no conjunto de idosos avaliados, independentemente do sexo, faz-se importante destacar a frequncia de algumas cores em especial. Nesse sentido, vale apontar que o verde foi a cor de maior frequncia neste estudo. Tambm foi a cor mais utilizada pela amostra de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005). Esses resultados corroboraram os argumentos apre-sentados por F. Villemor Amaral (1978) em outra poca e outro contexto sociocultural, como se depreende de sua passagem em relao ao estudo do Pfister no Brasil:O verde foi e continua sendo a cor mais utilizada pelos brasileiros. (pg. 67). Pode-se pensar, portanto, sobre a necessidade de estudos lon-gitudinais relativos s caractersticas das vivncias afetivas dos indivduos, de modo a poder identificar eventuais marcadores socioculturais e especficos para etapas do desenvolvimento humano.

    Embora a frequncia da cor verde, a exemplo do violeta e laranja, no tenha sido signifi-cativamente diferente entre a amostra deste estudo e a de no-pacientes de A. E. Villemor-Amaral (2005), as outras sete cores o foram, a saber: azul, verme-lho, amarelo, marrom, preto, branco e cinza. Dessa forma, a hiptese de existirem diferenas entre ido-sos e adultos reforada, bem como a necessidade

    de padres normativos que se adequem s particu-laridades desse segmento populacional, objetivo maior da presente pesquisa.

    Essa interpretao foi corroborada pelas diferenas encontradas entre os adultos de A. E. Villemor-Amaral (2005) e os atuais idosos nas fre-quncias e sndromes cromticas do Pfister. Com menor uso das cores de baixa estimulao afetiva, e do azul, menores mdias para as sndromes fria e incolor, maior utilizao das cores de excitao e estimulao afetiva (com exceo do laranja), maior uso da cor marrom, juntamente com valores mdios maiores para sndromes normais, estmulo e dinamismo, os idosos sinalizaram comportamento adaptativo e ativo em relao ao meio. Evidenciaram, dessa forma, adequada receptividade aos estmulos e preservada manifestao dos afetos, apontando dife-rentes arranjos defensivos comparativamente aos adultos no-pacientes dos referidos pesquisadores. Desse modo, o conjunto desses indicadores tcnicos do Pfister pode ser interpretado no sentido da pre-servao da dinmica afetiva na velhice, dentro das possibilidades informativas deste mtodo projetivo.

    Pode-se, dessa maneira, pensar que os atuais achados podero contribuir com a rea da avaliao psicolgica no contexto sociocultural contemporneo de nosso pas, embora colhidos numa regio especfica, uma vez que apresentam informaes ainda no divulgadas no meio cient-fico e que buscam adequaes dos procedimentos tcnicos do psiclogo ao ambiente onde trabalha, prerrogativa das diretrizes do Conselho Federal de Psicologia. Tambm se considera que este estudo poder colaborar com a compreenso sobre o com-plexo processo do envelhecimento, lanando luz ou sugerindo direes de investigao acerca de processos psicolgicos envolvidos nesta etapa do desenvolvimento humano.

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    Recebido em maro de 2012Reformulado em junho de 2012

    Aceito em julho de 2012

  • Bastos-Formighieri & Pasian448

    Avaliao Psicolgica, 2012, 11(3), pp. 435-448

    sObre as auTOras:

    Mariana de Siqueira Bastos-Formighieri, Psicloga. Mestre em Cincias, rea Psicologia. Atualmente psic-loga FAEPA, no Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto - USP.

    Sonia Regina Pasian, Psicloga. Professora Associada do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto-USP. Coordenadora do Centro de Pesquisas em Psicodiagnstico FFCLRP--USP; Membro do Conselho Consultivo da Associao Brasileira de Rorschach e Mtodos Projetivos (ASBRo). Editora Associada da Revista Avaliao Psicolgica (IBAP).