tesis alumna funiber. terezinha lima - evidencias sobre la problemática económica de los ancianos...

76
ÁREA DE SAÚDE EVIDÊNCIAS SOBRE A PROBLEMATICA ECONÔMICA DOS IDOSOS DA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS (BRASIL), A PARTIR DE 2030 MÁSTER EM GERONTOLOGIA Dissertação para obtenção do grau de: Máster em Gerontologia Apresentado por: Terezinha Lima da Silva USUARIO: BRSNMGS1047033 Orientador: Lídia Maria Henriques Rego Manaus, Amazonas, Brasil Fevereiro/2014

Upload: fundacion-universitaria-iberoamericana-funiber

Post on 17-Aug-2015

83 views

Category:

Education


3 download

TRANSCRIPT

ÁREA DE SAÚDE

EVIDÊNCIAS SOBRE A PROBLEMATICA ECONÔMICA DOS IDOSOS DA CIDADE

DE MANAUS-AMAZONAS (BRASIL), A PARTIR DE 2030

MÁSTER EM GERONTOLOGIA

Dissertação para obtenção do grau de:

Máster em Gerontologia

Apresentado por:

Terezinha Lima da Silva

USUARIO: BRSNMGS1047033

Orientador:

Lídia Maria Henriques Rego

Manaus, Amazonas, Brasil

Fevereiro/2014

5

TERMO DE COMPROMISSO

Eu, Terezinha Lima da Silva, portadora da cédula de identidade No. 229387-0 e aluno

do programa acadêmico Mestrado em Gerontologia, declaro que:

O conteúdo do presente documento é um reflexo do meu trabalho pessoal e manifesto

que, diante de qualquer notificação de plágio, cópia ou prejuízo à fonte original, sou

responsável direto legal, financeira e administrativamente, sem afetar o Orientador

do trabalho, a Universidade e as demais instituições que colaboraram neste trabalho,

assumindo as consequências derivadas de tais práticas.

Assinatura: ___________________________

6

[Autorização voluntária]

Manaus, fevereiro de 2014

A:

Fundação Universitária Iberoamericana – FUNIBER

Att: Direção Acadêmica

Venho por meio desta, autorizar a publicação eletrônica da versão aprovada de meu

Proyecto Final com título EVIDÊNCIAS SOBRE A PROBLEMATICA ECONÔMICA

DOS IDOSOS DA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS (BRASIL), A PARTIR DE

2030, no Campus Virtual e em outras mídias de divulgação eletrônica desta

Instituição.

Informo abaixo os dados para descrição do trabalho:

Título

EVIDÊNCIAS SOBRE A PROBLEMATICA ECONÔMICA DOS

IDOSOS DA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS (BRASIL), A

PARTIR DE 2030,

Autor Terezinha Lima da Silva

Resumen

Foram pesquisados adultos, na faixa etária entre 30 e 59 anos para

estimar a situação econômica prevalente no futuro destes,

recomendando medidas para as políticas públicas e previdenciárias

rumo a qualidade de vida dessa população.

Programa - Mestrado em Gerontologia

Palabras

clave Envelhecimento, Economia do idoso, Previdência, Estilo de vida.

Contacto [email protected]

Atenciosamente,

Assinatura: ___________________________

7

RESUMO ou ABSTRACT

Estudos epidemiológicos sobre condições de vida e os determinantes de envelhecimento

são fundamentais para orientar políticas públicas voltadas para as populações.

Investigações de base populacional nesse sentido são raras e quase inexistentes na região

Norte do país, o que por si justifica o incremento de pesquisas desse porte. OBJETIVO:

Estimar o perfil econômico do idoso a partir do ano de 2030, da zona urbana da cidade de

Manaus-Amazonas (Brasil), em função do atual tipo de atividade profissional que o

envelhecente desenvolve. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa Transversal

correlacional/causal de diagnóstico que tem como propósito observar as atuais condições

sociais de saúde dos indivíduos que serão idosos a partir do ano de 2030. Amostra: A

População urbana da Cidade de Manaus estimada em 1.861.838 habitantes. A Amostra foi

calculada com base na proporção esperada de 51%; erro amostral de 2%; e confiança de

95%, totalizando 2.500 entrevistas. Método amostral probabilístico em dois estágios com

probabilidade proporcional ao tamanho (PPT). Distribuição amostral realizada nas seis (6)

zonas geográficas de Manaus. Na análise dos dados quantitativos foi calculada a média e

o desvio-padrão, com o teste de Shapiro-Wilk ao nível de 5% de significância. Intervalos

de Confiança ao nível de 95% - IC95% . Software utilizado na análise: Epi-Info 7 para

Windows. RESULTADOS: as resultantes da pesquisa mostram que 45,6% dos

pesquisados são Autônomos; 8,4% de Desempregados; Assalariado SEM Carteira

assinada, 7,5%; Estudantes, 0,4%; e 6,8% destes são Donas de Casa, ou seja 68,7% de

indivíduos, na faixa etária entre 30 e 59 anos à margem da Previdência. CONCLUSÃO:

pode-se estimar que a falta de contribuição para a previdência social, poderá comprometer a

saúde financeira de 68,7% dos idosos da zona urbana de Manaus já a partir de 2030, que

irão depender do benefício de assistência social, para não viverem na completa miséria.

Palavras-chave : Envelhecimento, Economia do idoso, Previdência, Estilo de vida.

8

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

CAPÍTULO 1 - ENVELHECIMENTO HUMANO E PERSPECTIVAS DE

QUALIDADE DE VIDA

1.1. Envelhecimento humano – Epidemiologia

1.2 Aspectos do Crescimento da População Idosa na Cidade de Manaus (AM)

1.3 Envelhecimento e Enfermidades associadas

1.4 Pobreza, Estilo de Vida e Envelhecimento

1.5 A Essência Econômica da Qualidade de Vida

CAPÍTULO 2 - CONTEXTO DA PESQUISA GERONTOLÓGICA NO ESTADO DO

AMAZONAS

2.1. Fatores Macro-ambientais, Socioeconômicos e Étnico-culturais: O Processo de

Transição Demográfica no Estado do Amazonas

CAPÍTULO 3 - POLÍTICAS PÚBLICAS E PROTEÇÃO ECONÔMICA DA

PESSOA IDOSA NO BRASIL

3.1. Contexto Jurisdicional do Sistema Previdenciário do Brasil

CAPÍTULO 4 - DESENHO METODOLÓGICO

4.1 Introdução

4.2 Variáveis

4.3 Amostra

4.4 Instrumentos de Medição e Técnicas

4.5 Procedimentos

4.6 Contribuições Científicas

4.7 Viabilidade

4.8 Análise Dos Dados

4.9 Hipótese de trabalho

CAPÍTULO N. 05 - RESULTADOS

CAPÍTULO No. 06 - DISCUSSÃO

CAPÍTULO No. 07 - CONCLUSÕES GERAIS

CAPÍTULO No. 08 RECOMENDAÇÕES

BIBLIOGRAFIA

9

INTRODUÇÃO

O envelhecimento do homem moderno, não é mais um fenômeno, é uma realidade

que vem atraindo interesses interdisciplinares, na investigação dos mais diversos fatores

que contribuem para o natural ciclo da vida dos humanos, com ênfase para o

envelhecimento com saúde.

Discute-se ainda que o processo de envelhecimento populacional é um fenômeno

sócio-demográfico, Berquo (1991), caracterizado pelo crescimento demográfico

proporcional de pessoas em idade avançada, como resultado direto da queda de

fecundidade e da longevidade o que impacta toda a estrutura etária populacional mundial.

O envelhecimento humano para Jekel-Neto etl al (2002), caracteriza-se como um

“processo normal e individual, em que ocorrem modificações fisiológicas, psicológicas e

cognitivas que comprometem a capacidade dos indivíduos diante do estresse ambiental e à

manutenção da homeostasia”1.

O envelhecimento da população, no Brasil, acompanha a tendência internacional

impulsionada pela queda das taxas de natalidade e pelos avanços das tecnologias e avanços

nas políticas públicas de saúde mundiais que são reveladas nos indicadores de

morbimortalidade, influenciando diretamente no crescimento desse grupo, como acontece

nos países desenvolvidos, porém sem a estrutura e a estabilização econômica desses (Veras,

2009). Ao lado desse fato, é importante salientar que a população vem envelhecendo mais

rapidamente que os ajustes nas esferas econômicas, social e política do país, formando-se

um grupo etário vulnerável a problemas de saúde.

10

No Brasil as diferenças regionais são marcadores para estudar o crescimento da

terceira idade. Na Região Norte existem diferenças quantitativas em relação à população

idosa do país, apresentando aí proporções inferiores às das demais regiões.2 Por ser esta a

Região mais pobre e mais desassistida e, como toda região nessa condição, ainda se percebe

um crescimento da população infantil maior que as das demais. O que se observa é que, há

uma maior preocupação dos sistemas com a infância, relegando aos mais velhos um

tratamento de “segundo plano”, elevando ainda mais os riscos no envelhecimento.

Em 2011 o IBGE mostrou que as concentrações das populações residentes por

Região, estão no Sudeste do país com 82,1 milhões de pessoas, o maior volume do país. O

Norte concentra 16,4 milhões de pessoas. Inversamente, a Região mais pobre é a que mais

cresceu nesse período, com um aumento da população de 3,1%, contra um crescimento de

1,4% na população do Sudeste, sendo que o crescimento na Região Norte, concentra-se nos

grupos de idade de pessoas mais jovens3 e também mais vulneráveis pelo baixo poder

aquisitivo e pela pior ainda qualidade da educação pública.

No Amazonas, o maior estado brasileiro, segundo a contagem populacional

realizada pelo IBGE em 2010, a população estimada para o Estado é de 3,483,985

habitantes. A população com 60 anos ou mais, distribuída nos 62 municípios, é de 6,3%, ou

aproximadamente 210,225 habitantes. Ainda 0,8% estão na faixa de 80 anos ou mais. No

Brasil a taxa de envelhecimento populacional nesta faixa etária é de 7,0%,4.

Como especulação o que se observa é que as diferenças regionais são resultados

principalmente da deficiência dos programas regionais saúde, na devida educação para a

longevidade, no atendimento ao idoso pelos programas regionais de saúde e, pelo atraso nas

pesquisas sobre envelhecimento humano nestas regiões. No Brasil as pesquisas são

11

realizadas em sua maior parte no sul do país e estão focadas segundo Ebrahim et al (1996)

nos temas: “investigação dos determinantes da longevidade e da transição epidemiológica;

avaliação dos serviços de saúde e investigação da etiologia; e história natural das

doenças/condições relacionadas à saúde comuns entre idosos”5. Em outras palavras,

estamos falando de identificação do perfil de morbimortalidades; de déficits

biopsicológicos; e do uso do sistema de saúde público no envelhecimento. A carência de

pesquisas populacionais sobre a saúde dos idosos no país, atualmente concentra-se nas

regiões Sul e Sudeste, mormente no que tange ao tipo de envelhecimento que os indivíduos

terão, em especial, sobre a necessária “prevenção” para o envelhecimento saudável. Esses

estudos ainda são em número reduzido no Brasil, e os que vêm sendo realizados refletem,

em sua maioria, o perfil da população dos grandes centros do Sul e do Sudeste, sendo assim

ignoradas as populações de regiões mais distantes, que possuem especificidades distintas6,

como a Região Norte, onde está inserido o Estado do Amazonas, maior estado da

Federação, 100% coberto pela Floresta Amazônica.

Este trabalho, que viaja nessa vertente preventiva do envelhecimento ativo é um

produto da pesquisa “Marcadores sociais de envelhecimento e qualidade de vida do

idoso de 2030 da zona urbana de Manaus-Am”, realizado pela Universidade do Estado

do Amazonas, via Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI/UEA) com o apoio

financeiro da Fundação de Apoio a Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) e Coordenado pela

Profa. Dra. Terezinha Lima Silva, cujo objetivo foi estimar o perfil de saúde e de qualidade

de vida do idoso a partir do ano de 2030, da área urbana da cidade de Manaus, floresta

amazônica em função do estilo atual de vida, suas relações sociais e familiares, o grupo

étnico, o ambiente de floresta e o estágio de seu envelhecimento. Optou-se aqui, trabalhar

com as populações que estão envelhecendo, como forma de detectar possíveis hábitos que

se trabalhados com antecedência pudesse ter um efeito protetor deste indivíduo na terceira

idade, como por exemplo, o pagamento da previdência Social que lhe garantirá uma

aposentadoria digna e consequentemente a tranquilidade financeira que todos necessitam

para um envelhecimento de qualidade. É a proteção econômica funcionando como fator de

otimização da qualidade de vida na terceira idade.

12

Nesse contexto, foi escolhido para o debate nesta Dissertação a economia por ser

um dos fatores mais preocupantes e determinantes da qualidade de vida dos idosos,

mormente em países em desenvolvimento, como o caso do Brasil, onde as condições de

saúde oferecida pelo sistema público não atende as necessidades da população como um

todo, muito menos para o idoso, para falar apenas de um dos importantes itens (saúde) – de

maior necessidade para a pessoa que envelhece.

O trabalho está estruturado em Capítulos, para melhor entendimento da

problemática econômica que o idoso futuro da cidade de Manaus enfrentará. No

CAPITULO 1 – ENVELHECIMENTO HUMANO E PERSPECTIVAS DE QUALIDADE

DE VIDA, foi feita uma contextualização do envelhecimento no Brasil e no mundo, numa

visão epidemiológica deste e de enfermidades associadas, muitas vezes definida pelo estilo

de vida praticado e o pelo poder aquisitivo dos indivíduos que envelhecem.

No CAPITULO 2 – CONTEXTO DA PESQUISA GERONTOLÓGICA NO

ESTADO DO AMAZONAS, discute-se os fatores macro ambientais, socioeconômicos e

étnico-culturais demográfico da população, destacando a necessidade de mais e maiores

pesquisas que definam as problemáticas do envelhecimento na região. Somente com

delineamentos qualiquantitativos será possível nomear e pensar soluções para esses

problemas.

No CAPITULO 3 – POLÍTICAS PÚBLICAS E PROTEÇÃO ECONÔMICA DA

PESSOA IDOSA NO BRASIL, foi realizada uma revisão na legislação brasileira sobre

Sistema Previdenciário do Brasil e sobre o arcabouço legislativo de proteção do idoso.

13

O CAPITULO 4 – DESENHO METODOÓGICO descreve os vários passos dados

na definição dos métodos para obtenção dos dados que deram suporte estatístico ao

trabalho e os tipos de análises realizadas no tratamento desses dados.

Nos CAPITULOS 5 e 6, respectivamente delineia-se os RESULTADOS e a

DISCUSSÃO destes, momento em que se evidencia a essência do esforço metodológico e

se encontra respostas aos objetivos traçados inicialmente. A CONCLUSÃO, no

CAPITULO – 7, traz a constatação da problemática econômica do idoso futuro visualizada

nos objetivos do trabalho e corroborada pela realidade dos dados coletados. As

RECOMENDAÇÕES, postas no CAPITULO 8, são propostas de ações que minimizem a

problemática do empobrecimento do idoso na capital do Amazonas.

OBJETIVO GERAL

Estimar o perfil econômico do idoso a partir do ano de 2030, da zona urbana da

cidade de Manaus-Amazonas (Brasil), em função do atual tipo de atividade profissional e

de contribuição previdenciária que o envelhescente desenvolve.

Objetivos Específicos:

a. Identificar na legislação brasileira os arcabouços sobre a Previdência Social

brasileira, que funcionam como fatores de proteção financeira à população

idosa;

b. Analisar as consequências da não contribuição previdenciária no atual regime

jurídico brasileiro;

c. Propor estratégias que possam modificar a cultura da sonegação e da

contribuiçção previdenciária ativa do envelhecente, para evitar a pauperização

do idoso futuro.

14

ÂMBITO TEÓRICO

CAPÍTULO 1 - ENVELHECIMENTO HUMANO E PERSPECTIVAS DE

QUALIDADE DE VIDA

Para a OMS (2002), o envelhecimento ativo de uma população passa por desafios

enfrentados durante o processo de envelhecimento e o define como:

“o processo de otimização de oportunidades para a saúde,

participação e segurança, no sentido de aumentar a qualidade

de vida durante o envelhecimento” 7

.

O Governo Brasileiro, em 2005, assume essa concepção e publica as políticas de

Envelhecimento ativo para a população, estabelecendo como metas Desafios a serem

pensados e vencidos:

“Os desafios de uma população em processo de envelhecimento são

globais, nacionais e locais. Superar esses desafios requer um

planejamento inovador e reformas políticas substanciais tanto em

países desenvolvidos como em países em transição. Os países em

desenvolvimento enfrentam os maiores desafios, e a maioria deles

ainda não possui políticas abrangentes para o envelhecimento”8

1.1. Envelhecimento humano – Epidemiologia

Envelhecimento e longevidade humanos são debates atualmente entendidos como de

extrema necessidade por cientistas e técnicos tanto em sociedades desenvolvidas quanto nas

em desenvolvimento. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) é considerado idoso o

indivíduo a partir dos 60 anos ou mais em países em desenvolvimento e 62 anos em países

desenvolvidos o que já relaciona envelhecimento saudável com qualidade de vida.

15

Temas como autonomia, qualidade de vida, dignidade humana, autonomia,

violência familiar e social, estão nas pautas de debates com cada vez mais frequência

ligados à qualidade do envelhecimento que a humanidade terá no próximo futuro.

A ebulição de temas que despontam com o envelhecimento, desperta também o

interesse de todas as áreas do conhecimento humano. Nunca os aspectos do envelhecimento

e a longevidade foram tão pesquisados e estudados.

Por ser um processo, o envelhecimento humano acontece de modo sistêmico,

começa na fecundação e se prolonga até a finitude, acarretando mudanças fisiológicas,

psicológicas e sociais em todos os indivíduos. A expectativa da vida dos indivíduos

depende do grau de desenvolvimento de cada país, pois tem a ver com o modo como são

tratados: a educação; o saneamento básico; e as políticas públicas de saúde9.

A espécie humana tem o envelhecimento baseado em premissas que respeitam as

leis da vida e o modo como os homens vivem. Entre as teorias do envelhecimento e da

longevidade encontra-se a genética como determinante de 25% da longevidade de cada

indivíduo. Evidências obtidas a partir de estudos familiares de gêmeos sugerem que

aproximadamente 25% da longevidade humana é geneticamente determinada.10

Deste

modo, 75% do tempo de vida está relacionado com fatores ambientais potencialmente

modificáveis.

Entretanto, outros fatores além do genético, interferem no ciclo vital humano – o

envelhecimento – e pode ser dividido em variáveis normativas aquelas que afetam os

indivíduos ou um grupo de maneira similar e as não-normativas. Essas variáveis sofreram

sub-divisões de idade, de coorte ou de história, para maior aprofundamento dos estudos.

Por exemplo, a variável de idade - período etário onde se incluem eventos biológicos e

16

sociais comuns a um grupo de pessoas – que se pode estudar a puberdade, a inclusão

escolar, a menopausa e também a aposentadoria. As variáveis de coorte ou de história,

comuns a um grupo de indivíduos que por compartilharem um mesmo momento histórico

acabam também por comungarem das mesmas influências. Por fim as variáveis não-

normativas referem-se a eventos específicos na vida de cada individuo, que podem ser

biológicos como doenças ou opções pessoais como o a inclusão de atividade física em seu

cotidiano11

.

Sendo a gerontologia a ciência que estuda os processos do envelhecimento

em todos os seus aspectos é através dela que poderemos entender o homem como um ser

multidimensional já que seus múltiplos aspectos influenciarão diretamente sua forma de

envelhecer.1

Desse modo passamos a compreender o envelhecimento não somente como um

marco cronológico, mas como um conjunto de fatores de gênero, classe social, saúde,

educação, personalidade, história passada, espiritualidade e contexto sócio-econômico que

vão influenciar e até direcionar o processo12

. No processo de envelhecimento

humano é necessário que se analise o indivíduo com suas multiplicidades dimensionais já

que o envelhecimento não pode ser observado somente pelos lados biológico ou

psicológico, mas sim como um todo.13

Incluindo aí a dimensão social onde as questões

econômicas estão expostas e a espiritual, por estar relacionada ao sentimento de pertencer

ao mundo, de ser uma parte do Universo. “Com o acúmulo de evidências de que a

espiritualidade, assim como as práticas religiosas, contribuem para o bem-estar na

velhice, mais gerontologistas passaram a incluir esse tópico nos estudos sobre o

envelhecimento.” A noção da existência de forças maiores ao entendimento puramente

racional é uma dimensão que ultrapassa a matéria tal como a conhecemos. É uma noção

interna de transformação da forma de vida conhecida para outro plano em que se crê ou se

intui, mas que nem sempre é claro para as pessoas. A espiritualidade pode ser desenvolvida

17

através de alguns caminhos entre os quais a religião, a meditação, a reflexão, o esoterismo,

a ação. 14

Ao se contextualizar o envelhecimento como um processo multidimensional, é

possível entender as variáveis que influenciam esse processo e buscar uma atuação mais

ampla no momento da intervenção. A maneira que a passagem cronológica do tempo irá

vincular-se ao tempo biológico passa a ser uma questão individual, no entanto, alguns

indicadores nos mostram um declínio padrão em diversas funções orgânicas do indivíduo

de modo geral. Este estudo abordará o que pode ser relativizado pela ocorrência de um fator

externo, no caso, a aposentadoria ou a ausência desta.

Assim o envelhecimento e longevidade são fenômenos que ocorrem como parte do

desenvolvimento humano vinculado ao tempo de vida. Com o fenômeno demográfico

denominado “envelhecimento populacional” que leva a um aumento na proporção de

idosos em sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o

interesse no entendimento dos fatores relacionados à longevidade aumentaram

exponencialmente15

.

Em termos demográficos, o número de idosos que chegam à casa dos 100 anos

aumenta dia a dia no mundo possibilitando assim que estudos sobre longevidade extrema

sejam conduzidos em diversas partes do mundo. Este fenômeno impulsiona a necessidade

de estudos adicionais na área da gerontologia biomédica que acompanha a tendência da

ocorrência, de modo concomitante, do aumento da carga de morbidade da população que

atinge não só o indivíduo, mas a sociedade como um todo.

Estima-se que exista, no Brasil, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos, o que

evidencia o retrato e o crescimento da população brasileira nos últimos anos. O

18

envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde,

especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da esperança da vida.

16

O maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir para que, apesar das

progressivas limitações que posssam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de

viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. A medida em que o meio familiar

como célula mater da sociedade admite o porvir e a velhice como antecipador o idoso passa

a ser valorizado e reconhecido enquanto reserva de aeto, conhecimento e até de finanças.

Conclui-se que a desvalorizaçao dita cultural está diretamente vinculada aos hábitos e

históricos familiares. 17

No Brasil, o estado do Amazonas apresenta uma proporção de idosos que indica uma

estrutura etária jovem (4,5%) quando comparada a estrutura etária brasileira com

aproximadamente 9,2% de idosos com idade igual ou acima de 60 anos. Esta condição

demográfica não foi impedimento para que a partir de 2000 começassem a ser

implementados estudos sobre o envelhecimento do idoso18

.

1.2. Aspectos do Crescimento da População Idosa na Cidade de Manaus (AM)

O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da

maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo, estima-se que no ano de 2050 existirá

cerca de dois bilhões de pessoas acima de sessenta anos no mundo, a maioria delas vivendo

em países em desenvolvimento. 19

19

Em 2005, Manaus-Amazonas tinha uma população estimada em 1.644.688

habitantes. O grupo etário com 60 anos ou mais correspondia a 4,67% do total da

população, tal número representava um incremento de 17,33% nessa faixa etária, em

comparação com valores de vinte anos atrás. No mesmo período, a população menor de 15

anos sofreu uma redução de 17%. Acompanhando a tendência de envelhecimento

populacional, obesrvou-se que, em 2005, 6,11% das internações hospitalares no SUS foram

geradas por doenças do aparelho circulatório um valor 1,8 vezes maior do que o ocorrido

em 1995. Em 2004, a mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório foi de

17,8%, contrapondo-se aos 14,7% de 1984, o que representou um incremento de 21%. 20

De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), em 2005, havia

em Manaus 655.999 pessoas cadastradas no Programa Saúde da Família, expressando uma

cobertura de apenas 39,9% da população, sendo que essa cobertura é estimada em 70% para

municípios com mais de 100 mil habitantes6. Em paralelo às modificações observadas na

pirâmide populacional, doenças próprias do envelhecimento ganham maior expressão no

conjunto da sociedade.21

Hoje, na cidade de Manaus, são 108.081 pessoas com 60 anos ou mais e em 2030

seremos mais de 600.000, segundo projeções feitas a partir do Censo IBGE, 2010. A

qualidade da vida que esse contingente da terceira idade terá, enquanto indivíduo e

sociedade, vai depender do modo como os jovens vivem hoje: tipo de alimentação;

quantidade de horas que permanecem nos bancos escolares; quantidade de exercícios

físicos que praticam; o ambiente que habitam; e a genética que carregam. Como a

sociedade estará preparada e equipada para receber esses idosos, vai depender do

necessário planejamento, a partir de dados estatísticos, informações nos contingentes atuais

de população. Esses fatores serão determinantes do envelhecimento bio-psico-social e

ambiental com êxito ou não.

20

1.3. Envelhecimento e Enfermidades associadas

Com o avanço da idade o ser humano vai perdendo as suas capacidades motoras:

diminui a flexibilidade, a agilidade, a coordenação, o equilibrio, entre outros, ocorre o

surgimento de doenças patológicas, as quais muitas vezes tornam o individuo dependente

de terceiros e emocionalmente abalados por não conseguirem executar as suas atividades da

vida diária (AVD) sozinhos. 22

O condicionamento funcional, necessário para uma pessoa manter-se independente

em casa, realizar atividades anteriormente corriqueiras, sociais e da vida diária, vão se

tornando tarefas muito difíceis devido às perdas decrescentes da capacidade física durante o

processo de envelhecimento. 15

O processo de envelhecimento é acompanhado por perdas funcionais em todos ou

quase todos os sistemas orgânicos. 23

para alguns autores o envelhecimento pode ser uma

combinaçao de três fatores “enfermidades adquiridas, estilo de vida e perdas naturais do

envelhecimento”, destacando-se que a ausencia da atividade fisica é o quemais afeta o

envelhecimento mal sucedido. Parar o processo de envelhecimento até esta data é

impossível, mas prevenir-se de enfermidades, tais como as crônicas é possível e

consequentemente ter uma velhice mais saudável e produtiva 19,24

.

O preparo econômico para dar suporte ao envelhecimento já é um dos fatores mais

discutidos pela gerontologia, e a saúde do indivíduo é a questão central dessa preocupação.

Idosos saudáveis, mormente sem as enfermidades crônicas, além de fugirem das

estatísticas da saúde publica, são contributores para o PIB do país e provém a satisfaçao, a

chamada economia da felicidade na terceira idade 25

.

21

1.4. Pobreza, Estilo de Vida e Envelhecimento

Não é possível se falar de bem-estar sem se ater aos aspectos da “pobreza”, muito

presente na sociedade brasileira.

Dos oito objetivos das Nações Unidas de desenvolvimento do Milênio, Erradicar a

extrema pobreza e a fome é o primeiro desses objetivos. Uma das ações que mais

favorecem o cumprimento dessa meta é a inclusão infanto-juvenil. Os projetos que

promovem a inclusão de crianças e jovens são os que vão preparar a base social. São os

que vão dar “Capacidades” ao futuros cidadãos e consequentemente diminuir os níveis de

pobreza, quiçá algum dia erradicá-la, do Brasil e do mundo.

Entretanto, quando se analisa pobreza há necessidade de dar-lhe um aspecto

multidimensional26

, porque há uma conjunção de fatores que são determinantes na condição

do “pobre”, como os baixos níveis educacionais - baixos conhecimentos em nutrição e

saúde; a ausência de assistência médico-hospitalar; o baixo sistema de mobilização que

mantenham as redes sociais de solidariedade, tanto em nível social quanto em nível

produtivo e suas consequências27

.

Efetivamente a pobreza não pode ser vista somente do ponto de vista monetário. Os

níveis de pobreza em que se enquadram os indivíduos são escalonadamente os principais

responsáveis pelo estilo de vida destes. Entretanto, o estado de pobreza deverá ser visto,

principalmente, pelo aspecto da ausência da capacidade de manter-se financeiramente, e

entre as razões desse status está a não capacidade intelectual de obter emprego e renda para

sua manutenção e de sua família, no presente e no futuro.

A baixa qualidade da prestação de serviços em educação são “efeitos laterais”, uma

externalidade das políticas governamentais, cuja consequência é uma população

despreparada, desemponderada e incapaz na consecução de sua própria sobrevivência no

22

futuro. Ou seja, o indivíduo não adquire a capacidade de entender o perigo ao qual poderá

estar expondo sua velhice, com a agravante de estar vivendo um estado de “não bem estar”.

É comum a falta de organização social das sociedades na América Latina sobre

seus interesses comuns, o que dificulta ainda mais qualquer mudança nesse contexto. É um

problema complexo e multidimensional que não pode ser analisado apenas com olhares

reducionistas ou disciplinares, vai muito mais além disso28

.

Entretanto, não podemos deixar de citar o contraponto exposto por Sen (1997),

Premio Nobel de Economia, com respeito a inter-relação entre capacidade e o bem estar

que uma pessoa dispõe. Sen, propõe que esses dois fatores devam se relacionar e vai além e

“pueden ser alcanzado no solo por aquellas personas situadas en buenas condiciones de

vida, sino también por las personas vulnerables, es decir las personas de extrema

pobreza”. Para ele o estilo de vida do indivíduo e a forma como ele se percebe deve ser

considerada, muito além de seu nível de pobreza29

.

Foi Sen quem propôs que a análise de Bem Estar fosse considerada nas análises

sobre a pobreza, é dizer, importa muito como o indivíduo se sente no estilo de vida que

escolhe para viver, a partir do enfoque de suas capacidades. Quando esse individuo é

avaliado deve-se levar em conta a liberdade que este tem de eleger a sua própria forma de

levar a vida. Para Sen:

"hay un núcleo irreductible de privación absoluta en nuestra idea de

pobreza, que traduce informes de hambre, desnutrición y sufrimiento visible

en un diagnóstico de pobreza sin necesidad de conocer previamente la

situación relativa. Por tanto, el enfoque de privación relativa es

complementario y no alternativo, del analices de pobreza en términos de

desposesión absoluta4”.

23

É dizer, o individuo poderá estar feliz, a partir de seu ponto de vista, no estilo de

vida que resolve adotar para si e sua família o que, do ponto de vista da velhice, não o

isentará da penúria, no caso da falta de suporte financeiro em uma aposentadoria futura.

Por outro lado, as questões relacionadas com a pobreza estão relacionadas às ideias

e modelos de desenvolvimento e com isso associadas com os processos de sustentabilidade

que se incorpora ao debate sobre o envelhecimento protegido da pobreza. Esse processo

começa a ser despontado na década de 80 quando entra em cena o debate ambiental, o

Informe Brundtland-87, “Nosso Futuro Comum”. Muito mais que um informe

ambientalista como muitos pensam esse Informe além de dar uma nova dimensão do pensar

o meio ambiente; os aspectos sociais; políticos e culturais, como base do questionamento

sobre a fundamentalidade do crescimento econômico – a pesar do peso desta variável -

ele reedita o conceito de desenvolvimento como: “é o que satisfaz as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias

necessidades”. É de se supor que se o adulto jovem não for capaz de satisfazer suas

necessidades de hoje com sustentabilidade, estará certamente comprometendo a

sustentabilidade de suas necessidades individuais e ambientais futuras e isso está muito no

presente.

Em populações pobres como é o caso do Estado do Amazonas e do Brasil cabe o

argumento do Informe Bruntland de que:

“(...) As populações em rápido crescimento têm necessidades que não

podem ser satisfeitas, resultando em pobreza. Essa constatação fica

evidente na doença, desnutrição, perda de potencial humano e condições

de vida abomináveis. Mas algo que é evidente a olho nu é o efeito da

pobreza no futuro e no potencial econômico do resto do mundo. Os

pobres são forçados a usar todos os recursos disponíveis, sem considerar

como usar a forma mais adequada ... 30

”.

A base de monitoramento da linha de pobreza e os efeitos do crescimento econômico

sobre ele deve ser considerada com cuidado. Assim, a pobreza deve ser estudada,

24

observando-se a capacidade que o indivíduo tem para conquistar bens, que o elevem de

nível, mas que também o coloque em um estado de bem-estar e satisfação interior (Sen,

2000), propõe como forma de reduzir a pobreza expandir a capacidade que o indivíduo tem

de escolher o modo de vida que melhor defina seu bem-estar. A visão da "capacidade" do

indivíduo é a base para o estado de pobreza. Se o “pobre” é capaz de pensar a sua própria

existência também será capaz de sair da linha de pobreza. A pobreza é o resultado do ato de

não pensar4.

Na América Latina, a abordagem sobre “Capacidade” tem como limitação a

dificuldade de ter bases de dados adequadas disponíveis, e, o uso de variáveis inéditas que

não são utilizadas por organizações internacionais oficiais, dificultam o estudo dessa causa.

O que existe é um produto de estudos de caso, pesquisas específicas e localizadas e,

portanto, pouco úteis, na medição de pobreza a partir da abordagem das Capacidades,

principalmente nas áreas rurais.

A Abordagem das Capacitações de Sen abriu debate aos aspectos filosóficos,

políticos, éticos e morais do tema da “pobreza” quando alertou para quem a estuda que "as

convenções sociais como fatos certos (quais são os padrões contemporâneos?) E nas

questões morais qual é a busca subjetiva? Quais deveriam ser meus valores? Como eu me

sinto sobre tudo isso?” Não restou quase nenhuma outra alternativa do que a de aceitar o

elemento de arbitrariedade presente na descrição da pobreza fazendo esse elemento o mais

transparente possível4.

A luta não é contra o capitalismo ou o desenvolvimento econômico, a luta é sobre a

mudança de estruturas; seu controle. Esta é uma chance de sucesso do bom combate. O

que, efetivamente não muda é a necessidade de um outro modelo, e é o que todo mundo

está buscando incessantemente. Essa busca até os dias de hoje está nas mãos das

necessidades de mudança de um novo paradigma à luz das teorias que trabalharam a gestão

do desenvolvimento e redução da pobreza – em especial - nas fronteiras da Amazônia. Ao

mesmo tempo que os processos comerciais são estabelecidos pelo Estado, são necessárias a

regulação dos processos sociais e ambientais, na promoção dos serviços básicos

25

obrigatórios do governo para o povo já que os processos comerciais já trabalham de forma

independente.

Os frutos dessa abordagem aparecem em 2010, após 13 anos das propostas de

Amartya Sem (1997), com a publicação do Relatório do PNUD 2010, foi criada a

metodologia conhecida como IPM – Índice de de Pobreza Multidimenssional, com uma

nova metodologia de medição de pobreza, conhecida como A&F (Akire & Foster), cujo

principal mote é que a pobreza deve ter um enfoque “multidimensional”, que vai além das

questões econômicas, mas que não se deve subestimar a condição financeira, em especial,

na velhice31

.

Hoje, no Brasil, apesar das questões sobre a falta de ética governamental, há um

olhar para a “pobreza”. Mesmo que seja com objetivos bolivarianos eleitoreiros de

dominação pelas fragilidades isso já abre um alerta, uma consciência social para o bem

estar e as condições de pobreza da população. Como a população está cada dia mais velha,

com perspectivas maiores ainda de envelhecimento futuro, a questão das capacidades

deverão ser vistas ainda com as crianças e jovens, para que o idoso futuro não passe as

privações atuais.

1.5. A Essência Econômica da Qualidade de Vida

Analisar Qualidade de Vida do indivíduo na terceira idade, a partir de seus ganhos

financeiros é construir uma explicação científica no plano teórico intencionando atribuir um

valor na realidade factual, correspondentes da verdade.

26

Na primeira definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre qualidade de

vida se percebe implicitamente, a subjetividade do constructo, senão vejamos: "[...]

qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura

e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,

padrões e preocupações"32

.

Essa definição segue nos anos 2000 sendo pensada, comentada e até otimizada por

vários autores ao redor do mundo, sem entretanto ser modificado o conceito original

publicao pela OMS (1995) 33

A despeito de que o tema seja controverso e complexo em sua própria construção e

consensualidade entre estudiosos já que, parte da qualidade de vida depende o indivíduo;

parte depende da sociedade enquanto coletividade; parte depende da governança política da

sociedade; e parte, incontrolável, depende da natureza e do ambiente em que se vive,

trabalha-se teorias e hipóteses que relacionam essas variáveis expressando as abstrações do

fenômeno. A ciência proporciona conceptualizações da realidade, como avatares,

operando conceitos ou constructos, que são adotados como significados próprios, sem se

entrar no mérito diferenciatório entre conceitos e constructos. 34

Mais importante é garantir que não haja ambiguidades no referencial empírico dos

conceitos como o de qualidade de vida. No constructo se tem essa certeza de que todos

estarão no nível empírico falando com a mesma especificidade da mesma significação

conceptual. 1

No caso de Qualidade de Vida ou “Quality of Life” o termo foi utilizado para

definir aquisição de bens (automóvel, casa própria, eletrônicos domésticos, recursos

financeiros aplicados, aposentadoria, possibilidade de viagens). 35

Esse conceito foi em

pouco tempo ampliado para medir o quanto uma sociedade de se desenvolvia

economicamente, sem se levar em conta se era ou na distribuída equitativamente. Nasceram

27

os Indicadores Econômicos como importantes “scores” para comparar qualidade de vida

entre os países e regiões. Incorpora-se aí a criação do Produto Interno Bruto (PIB) as rendas

“per capita” entre outros indicadores para medir a qualidade de vida das populações.

Mas ainda estava longe de se ter o indicador que medisse a qualidade de vida das

populações, além do Desenvolvimento Econômico. Surge a necessidade de se pensar em

Desenvolvimento Social, assim, começaram a ser medidas as condições de saúde,

educação, transporte lazer, moradia, trabalho, mortalidade infantil, evasão escolar,

esperança de vida ao nascer, violência, escolaridade, saneamento básico, condições de

moradia e trabalho, poluição das cidades, qualidade dos transportes, entre outros. Medir

qualidade de vida tornou-se tão complexo de definir que alguns países criaram uma

política, chamada de “Welfare State”, de bem estar social, para qualificar a qualidade de

vida de seus cidadãos. 36

Apesar dos novos debates em torno desta nova vertente, o Estado de Bem-Estar

Social, foi uma forma dos países – mormente os desenvolvidos – se apropriarem do

conceito de qualidade de vida, o que é de se esperar de políticas sociais, já que cada país se

utiliza das motivações e objetivos próprios para elaborá-las.

Discute-se que a função social dos países deveria ser equilibrar a distribuição da

renda monetária para o benefício geral das sociedades gerando o bem-estar como objetivo

fundamental dos governos, o que não se observa definitivamente, nos países em

desenvolvimento. A chamada equidade social nesses países é dependente da vontade

políticas e principalmente do nível de competência das gestões governamentais, para que a

sociedade possa tirar o máximo proveito dos Programas Governamentais, com prioridade

para os mais carentes como as crianças e os idosos37

, sem se distanciar do conceito de

Qualidade de Vida da sociedade como um todo.

28

Historicamente, esse conceito vivenciou fases distintas de interesse científico o que

foi importante para se trabalhar um corpo teórico sólido, embora sem consenso sobre a

essência da Qualidade de Vida. Foi na década de cinquenta que pesquisas relacionadas a

percepções subjetivas de felicidade aparecem na literatura quando Jones (1953), um

psicólogo americano publica o livro The Pursuit of Happiness. Outros estudos baseados na

felicidade de Jones, acrescentam as dimensões positivas e negativas na construção da

felicidade o que aproxima os fundamentos de Felicidade com o de Qualidade de Vida. É

Farquhar, (1995) quem traz à discussão que o termo “qualidade” tem uma conotação

positiva e de que a definição de QV não é necessariamente um aspecto positivo da vida.

Outra importante reflexão sobre Qualidade de Vida foi dado pela publicação do

conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde, quando saúde se define como “um

estado de bem-estar físico, mental e social”, excluindo-se o velho conceito de que saúde

era a ausência de enfermidades (OMS, 1948), o que ampliou o conceito de saúde,

enfatizando a subjetividade da avaliação.

A valorização da percepção objetiva e subjetiva de qualidade amplia os parâmetros

de que a saúde compunha apenas os aspectos clínicos, focados em doenças e sintomas, para

eclodir no conceito mais amplo de Qualidade de Vida com diferentes utilizações.

Até hoje Qualidade de Vida não é algo fácil de ser definido. Este termo38

carrega

uma noção de humanidade, e se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida

familiar, amorosa, social, ambiental e à própria estética existência. Os conceitos científicos

não chegam a ter um consenso, propiciando solo fértil para várias teorias com conceitos

particulares39

,40

,41

. O Grupo Whoqol (OMS – The WHOQOL-GROUP), apresenta em

1995o conceito de QV que se adota hoje, e que se utiliza neste trabalho:

29

“Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no

contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,

expectativa, padrões e preocupações”

Nesse contexto são contempladas as três dimensões mais importantes no

envelhecimento que são: 1. a percepção subjetiva do individuo; 2. A percepção subjetiva

de funcionamento do seu organismo; e 3. A subjetiva específica do nível de satisfação do

indivíduo. (WHOQOL-GROUP,1995)

Ainda são contemplados no conceito da OMS os domínios físico, psíquico e social,

dando o cunho multidimensional do constructo de qualidade de vida, deixando coerente a

referencia de que o conceito reflete a interação dos vários segmentos da vida das pessoas.

Também reconhece que o constructo de qualidade de vida envolve as dimensões positivas e

negativas do físico e do emocional, o que mostra a necessidade de se observar a percepção

subjetiva de todas as dimensões da qualidade de vida dos indivíduos.

O impacto da educação na vida do idoso, é um dos principais fatores que se levará

em conta em seu desenvolvimento. O constructo de Qualidade de Vida estabelecida pela

OMS, Whoqol-Group, estima que o nível de escolaridade na maioria das vezes determina o

quantitativo da aposentadoria dos indivíduos.

É imperioso que com o surgimento deste novo idoso, com características

específicas, com um novo olhar para a velhice e cujo quantitativo só tende a crescer, as

gestões públicas municipal, estadual e federal estabeleçam uma conexão, para o

afinamento das politicas públicas. Também a Sociedade Civil como parte interessada

deverá interceder junto aos governos na concretização dos objetivos que favoreçam o

envelhecimento dos seus cidadãos com dignidade e amparo seja na composição da vida

econômica, de saúde e social dos países.7,42

.

30

Assim, a transformação da velhice em problema social não pode ser encarada

apenas como decorrente do aumento demográfico da população idosa. Outras variáveis

deverão ser incluídas. Dessa maneira, a problemática econômica do envelhecer orbita em

torno do funcionamento da sociedade no qual este idoso está inserido e isso diz muito dos

rumos que o envelhecimento tomará, em escala planetária.43

31

CAPÍTULO 2 - CONTEXTO DA PESQUISA GERONTOLÓGICA NO ESTADO DO

AMAZONAS

Neste Capítulo se identifica as raízes da ausência de pesquisas na Região Norte do

Brasil, mormente no tema do envelhecimento, de que só há pouco mais de uma década se

tem ouvido falar.

2.1. Fatores Macro-ambientais, Socioeconômicos e Étnico-culturais: O Processo de

Transição Demográfica no Estado do Amazonas

O fenômeno de transição demográfica despontado ao longo do século XX leva a

profundas mudanças no panorama epidemiológico populacional uma vez que a queda de

fecundidade e mortalidade infantil desencadeia um aumento no quantitativo dos adultos

maiores nas sociedades , que por consequência, aumenta a prevalência de doenças crônicas

não-transmissíveis.

Por ser um fenômeno dependente de fatores macro-ambientais, socioeconômicos e

étnico-culturais, o processo de transição demográfica guarda uma heterogeneidade e

especificidade muito grande mesmo dentro de um País. Por tal motivo, em termos

demográficos, populações da Amazônia tomando-se como referência o Estado do

Amazonas estará neste momento experimentando um forte declínio nos níveis de

fecundidade e mortalidade e por consequência um aumento da expectativa de vida ao

nascer. Assim que, enquanto em 2007 o Brasil apresentava uma esperança de vida ao

nascer de 72,48 anos no Amazonas este índice foi apenas levemente mais baixo (71.60

anos), apesar do abandono histórico e da distância do poder central que o estado do

Amazonas possui com relação ao país1

1 Ministério da Saúde. Rede Intergerencial de Informações de Saúde. Indicadores demográficos.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008/a11tb.htm

32

Por consequência das mudanças etárias e do aumento da população idosa este

processo de envelhecimento populacional modifica substancialmente as demandas sociais.

Isto porque, além dos gastos sociais relacionados à saúde de recém-nascidos e suas mães,

tratamento de doenças infecto-parasitárias e gastos na educação, ampliam-se também as

demandas associadas ao tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis e as pressões

sobre a previdência social.

Esta mudança no panorama epidemiológico-demográfico regional da Amazônia

indica a necessidade de esforços institucionais e governamentais para entender o fenômeno

e a dinâmica do seu envelhecimento a fim de se estabelecer políticas públicas eficientes e

fortemente baseadas na realidade socioeconômica e étnico-cultural da região.

Entretanto, investigar o envelhecimento na Amazônia e desenvolver programas de

saúde estratégicos, continuados e eficazes guarda enormes desafios. Isto porque, a

Amazônia, ao contrário de outras regiões brasileiras e sul-americanas representa um caldo

étnico que envolve pelo menos 184 povos indígenas, comunidades tradicionais ribeirinhas

além da população urbana que está fortemente concentrada em Manaus (considerada uma

cidade-estado).

Neste sentido, as sociedades amazônicas apresentam os seguintes aspectos

demográficos diagnósticos: (1) baixa densidade demográfica regional. Segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009) existe cerca de 22 milhões de habitantes

distribuídos em três milhões e meio de Km2); (2) alto índice de crescimento por migração

fortemente observado nas últimas três décadas; (3) alta concentração urbana na capital do

33

estado e região metropolitana; (4) uma estimativa de seis milhões de indivíduos que

compõem os chamados Povos Tradicionais.

Com base neste contexto, existe uma necessidade premente do desenvolvimento

continuado de estudos sobre a saúde e envelhecimento do idoso Amazônico que subsidiem

políticas públicas consistentes e baseadas na realidade regional. A continuidade das

investigações da Universidade Aberta da Terceira Idade – UnATI/UEA, ocorreu a partir de

2008 quando foi realizada, inicialmente uma análise sobre a distribuição dos idosos

longevos (> 80 anos) no Estado do Amazonas a partir de dados governamentais

disponibilizados pelo IBGE.

Para o ano de 2009 a distribuição dos municípios brasileiros da percentagem de

idosos longevos (> 80 anos) é apresentada na Figura 1. A média de idosos longevos na

população total brasileira no período foi de 0,69%. No caso do Amazonas, a maior parte

dos municípios apresentaram um percentual de idosos longevos < 2,0% em relação aos

demais grupos etários.

Figura 2.1. Distribuição dos municípios brasileiros segundo o percentual de idosos

longevos (> 80 anos) no ano de 2009.

34

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2009).

Uma análise complementar levou a escolha do Município de Manaus como local

para estudos sobre a longevidade e consequências das populações urbanas amazônicas.

A escolha deste município para a realização dos estudos foi baseada na premissa de que é a

área mais urbana do estado e assim os impactos dos processos urbanizatórios são mais

evidentes, como: 1. Trânsito; 2. stress urbano; 3. Sobrevivência, 4. Superlotação dos

serviços públicos de saúde; alimentação fast food; o que é sabido, se mal direcionados, são

causadores de enfermidades crônicas, declínios cognitivos e premissas negativas para a

manutenção econômicas do indivíduo na terceira idade.

35

CAPÍTULO 3 - POLÍTICAS PÚBLICAS E PROTEÇÃO ECONÔMICA DA

PESSOA IDOSA NO BRASIL

No Brasil relaciona-se o envelhecer com o fenômeno que se desencadeia

planetariamente. Já a partir de 2025, estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2010) projetam que este seja o país com o maior numero de pessoas

idosas. No relatório sobre as “Previsões da População Mundial” das Nações Unidas (ONU)

estima que o número de pessoas com idade acima de 60 anos irá triplicar nas próximas

quatro décadas. Os indivíduos nesta faixa etária representarão quase um quarto da

população total do planeta. Já se estima que este não será o fim etário do homem se

projetando uma quarta idade a caminho.

Berquó, (1995)44

, preconiza que este é um momento favorável, já que o declínio da

fecundidade ocorre velozmente e a população não está completamente envelhecida.

Conclui que este “metabolismo demográfico leva a uma razão de dependência declinante

até os 20 anos do próximo século, quando, então, esta passará a crescer pelo efeito do peso

relativo da população idosa.”

Com esse nível de crescimento, necessário se fez o desenvolvimento no país de

politicas públicas de saúde, nas áreas econômica, social e psicológica e assim foi criado em

1995 a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, pelo Governo Federal, como

inicio dos estudos sobre envelhecimento no Brasil, sob a presidência de Elza Berquó. A

partir de então a visão sobre envelhecimento no Brasil se amplia, cresce a produção

acadêmica na medida em que o país envelhecia.

Os esforços culminam com a criação do Estatuto do Idoso na forma da Lei No.

10.741, em 1º. De outubro do ano de 2003, que consolida não só os direitos econômicos

36

dos idosos do país, como também os direitos destes viverem dignamente numa sociedade

que ainda não se acostumou com o envelhecimento.

3.1. Contexto Jurisdicional do Sistema Previdenciário do Brasil

A Constituição Federal Brasileira, em sua última reforma em 1988 flexibilizou

ainda mais as regras de cessão de benefícios da seguridade social no país, para atender aos

mais pobres, protegendo esses indivíduos em casos de seguro-desemprego, assistência à

saúde, auxílio-maternidade, velhice entre outros.

Sem discutir o mérito da necessidade dessa flexibilização em favor da pobreza no

país, certamente haverá uma oneração aos já depauperados e deficitários cofres do Instituto

Nacional da Previdência Social (INSS), organismo que regula essas ofertas, no cenário

atual com agravamentos no futuro, quando a parcela de indivíduos ativos na sociedade vem

decrescendo, já que a população está envelhecendo a passos largos, com a queda na média

de filhos por mulher em fins da idade fértil de 6,2% para 2,3% entre as décadas de 1940-

1960, contrastando com o aumento da expectativa de vida cuja estimativa para o ano de

2020 é de 76 anos, estimando-se que no Brasil neste ano, os idosos representem 11% do

total da população10,45

.

Se o status quo da economia brasileira a situação contextual da Previdência Social

já tende a uma derrocada, apenas com as situações de má gestão e corrupção, necessário se

faz um pensar mais aprofundado focado na redução da parcela ativa dos trabalhadores e no

quantum de sonegadores ainda jovens e no mercado de trabalho.

37

A aposentadoria é um dos marcos do processo de envelhecimento de maior impacto

na vida de quem se aposenta trazendo hoje grandes preocupações aos administradores

públicos e privados pelas transformações que causa na vida do trabalhador e de sua

família. Nessa hora, o indivíduo, se mal orientado, pode ter sérias consequências no âmbito

social e da sua saúde onde não são raros os quadros de depressão e outras enfermidades na

pós – aposentadoria46

.

A OMS sugere ser os “pré-pagamentos”ou recolhimentos para um sistema de

saúde a melhor opção para os problemas financeiros na terceira idade:

O princípio do “financiamento justo” assegura equidade de

acesso, independente de dade, sexo ou raça e, assim, o ônus

financeiro pode ser repartido de uma forma justa (OMS, 2000)47

.

Com o aumento da expectativa de vida, as organizações públicas e privadas

perceberam a necessidade de se pensar na qualidade dos anos subsequentes dos

funcionários que cumpriram suas jornadas rumo a aposentadoria. Diante disso, criam e

implementam programas de pós-carreira aos quais chamam de PPA – Programa de

Preparação para Aposentadoria. Um PPA deve contribuir para que as pessoas:48

.

.Construam o seu próprio projeto de vida;

.Reflitam e discutam sobre as maneiras de usar o tempo livre após o desligamento;

.Se informem sobre as regras e leis que regem os sistemas previdenciários; e

.Melhorem sua qualidade de vida participando de atividades ligadas à saúde, ao lazer e a

interação social.

Para os funcionários públicos as questões da aposentadoria atualmente caminham

para uma solução definitiva. A Emenda Constitucional No. 20/98 determinou que cada

Estado da Federação brasileira deve constituir seu próprio regime de previdência ou optar

por integrar-se ao Regime Geral da Previdência Social brasileira, para aposentadoria por

38

tempo de serviço. O Estado do Amazonas, em 2001, após um longo histórico de abertura e

fechamento de instituições públicas para gerenciar a previdência dos servidores públicos,

como o DAPS, IPASEA, IPEAM, cria a AMAZONPREV, como uma Fundação com

personalidade jurídica de direito público e autonomias “administrativa, financeira e

contábil”, através da Lei Complementar no. 30, de 27.11.2001, com o Estatuto aprovado

pelo Decreto Governamental nº 22.541, de 22 de março de 2002 e Contrato de Gestão

firmado em 26 de março de 2002. Esta Fundação tem como objetivo “Gerir o Regime

Próprio de Previdência do Estado do Amazonas, de que são destinatários os agentes

públicos estaduais ativos, os servidores inativos, segurados do Regime Próprio do Estado

do Amazonas e seus respectivos dependentes e pensionistas” 49

.

O modelo contributivo do Sistema Previdenciário Brasileiro é feito por

determinação constitucional, através do Art. 201 da Constituição Federal, com regime

financeiro de repartição. O Regime Geral de Previdência Social é público e gerenciado

pelo INSS e as aposentadorias se dão por idade concedidas a homens maiores de 65 anos e

mulheres com 60 anos na área urbana. Os benefícios pagos na área rural são concedidos a

mulheres com 55 anos e a homens com 60 anos. Na modalidade por tempo de contribuição

o Sistema concede o beneficio a homens que recolheram 35 anos e a mulheres que

recolheram 30 anos de contribuição. Nesse Sistema a “geração atual financia a próxima

geração” e os valores que são arrecadados neste mês são usados para pagar as contas de

todo o Sistema no mesmo mês, a chamada “entrega de prestações previdenciárias:

benefícios e serviços”. A Lei No. 8.976/99 determina que “os valores das contribuições

devem ficar registradas pessoalmente por que não houve uma mudança no Regime

Financeiro”. O Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) reconhece as contribuições

desde que com prova material de seu pagamento50

.

Seguindo os padrões internacionais, a previdência no Brasil se organiza em três

modalidades:

1) Previdência Social: mantida pelo Governo Federal (INSS);

39

2) Previdência Complementar Fechada: oferecida pelas empresas ou associações de

classe aos seus trabalhadores ou associados/vinculados, respectivamente;

3) Previdência Complementar Aberta: comercializada pelas instituições financeiras

a qualquer pessoa física.

É importante que o trabalhador possa ser orientado a contribuir e enfim

compreender esse momento de mudança de vida para que seja enfrentado de maneira

positiva, possibilitando a superação dos medos e construindo uma aposentadoria digna.

Para que a aposentadoria seja considerada uma nova fase de vida, é essencial que

trabalhadores e empregadores entendam e reflitam sobre os direitos e deveres dessa etapa

da vida.

Quando o trabalhador tem a consciência sobre seus direitos e deveres para com a

Previdência e se prepara para aposentadoria, isso lhe dará a necessária confiança para

caminhar em direção ao futuro com entusiasmo e motivação. Todavia, a preparação para a

aposentadoria se constitui num processo essencialmente educacional, quando o

aprendizado, ainda na vida do adulto jovem aprende que o envelhecimento é uma nova e

importante etapa da vida que precisa ser entendida para poder ser plenamente vivida51

.

Os PPAs são uma forma de intervenção feita pelas organizações com o objetivo de

promover aos empregados uma ajuda no momento de tomar decisões e saber fazer as

melhores escolhas para se adaptarem à essa nova condição social . A aposentadoria como

instituição social, traz ao trabalhador na fase ativa uma ideia de liberdade e tempo para

realizar atividades sem muitas preocupações, porém na fase pós – interrupção das

atividades laborativas com a perda da rotina do sair para trabalhar o indivíduo torna-se

nostálgico, saudoso e enfadado52

.

40

Dentro das alternativas que os governos pensaram para minimizar o impacto da

etapa da aposentadoria sem o devido suporte é publicado o Estatuto do Idoso, instituído

pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, em seu capítulo VI, artigo 28, inciso II, que

faz referência a programas dessa natureza, a serem criados e estimulados pelo Poder

Público, com a finalidade de preparar o trabalhador para o momento da aposentadoria,

através de novos projetos sociais, buscando promover e esclarecer sobre os direitos sociais

e de cidadania53

.

A preocupação no CAPÍTULO VI - Da Profissionalização e do Trabalho do

Estatuto do Idoso no item II - “preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com

antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,

conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania” é

clara, apesar de que acredita-se que a temporalidade dessa preocupação deveria vir com

muito mais antecedência, como medida de proteção ao Sistema previdenciário e ao próprio

trabalhador que envelhece 54

.

Essa antecipação em anos para a aposentadoria, enquanto ainda adulto jovem, se

justifica tanto pela necessidade de que estes indivíduos precisam ter o devido conhecimento

sobre o momento da ruptura com o trabalho, as vantagens e desvantagens e pela perspectiva

de longevidade que desponta no horizonte da humanidade, com significantes nas

capacidades físicas, cognitivas e biológicas com a preservação das Atividades de Vida

Diárias (AVD’s) para viver essa fase longeva com dignidade e independência 55

.

Assim, o conhecimento que o trabalhador terá sobre sua própria condição de

envelhecimento será fundamental e determinante de seu futuro, no inicio dessa nova etapa

da sua vida e da vida de seus familiares. Preparar-se com antecedência para a aposentadoria

é planejar, é construir seus novos projetos em uma nova vida, para este e toda sua família.

41

Apesar de o Sistema Previdenciário amparar com um Salário Mínimo o idoso no

país, a percepção é que o dito popular “o trabalho dignifica o homem” toma seu significado

e as pessoas aposentadas que são excluídas deste contexto do trabalho e da contribuição

previdenciária, voluntariamente já que não estão orientadas a contribuir, sofrem o impacto

dessa falta de planejamento de seus futuros, sentindo como se tivessem sido suprimidos de

sua dignidade emocional e física a partir da falta dos recursos financeiros necessários para a

manutenção de sua vida. Finalmente, o trabalho é uma atividade fundamental do homem, é

ele que mediatiza a satisfação de suas necessidades diante da natureza e de outros homens,

é por ele que o homem se afirma como ser social, distinto em sua própria natureza 56

. É

fundamental que se possa compreender e orientar os indivíduos, para o entendimento

dessas mudanças, de maneira positiva, para que possam ser superados o desconhecimento

e construída uma aposentadoria digna e sustentável.

42

ÂMBITO METODOLÓGICO

CAPÍTULO 4 - DESENHO METODOLÓGICO

4.1 Introdução

Trata-se de uma pesquisa ação de diagnóstico que tem como propósito observar o atual

estilo de vida socioeconômico dos indivíduos que serão idosos a partir do ano de 2030, ou

seja, serão pesquisados adultos, na faixa etária entre 30 e 59 anos para estimar a situação

econômica prevalente no futuro destes, recomendando medidas para as políticas públicas

rumo a qualidade de vida futura dessa população.

4.2 Variáveis

i. Conhecer as necessidades financeiras dos idosos no futuro deverá ser uma variável

constante na vida dos envelhescentes atuais para garantir que na terceira idade tenham o

necessário aporte financeiro que os sustente com dignidade.

ii. Não se garante que o idoso, mesmo os que recolheram sua parcela de contribuição

para a Previdência Social tenha qualidade de vida, mas, essa atitude é um dos fatores que

favorecerá sua tranquilidade financeira futura.

A população de Manaus é estimada em 1.861.838 habitantes, dos quais 664.977 têm entre

30 e 59 anos de idade, sendo que 51,6% (343.024) são do gênero feminino e 48,4%

(321.953) são do gênero masculino (BRASIL, 2012). A amostra foi calculada com base na

proporção esperada de 51%, erro amostral de 2% e confiança de 95%, totalizando 2.500

entrevistas.

43

4.3 Amostra

O método amostral utilizado foi probabilístico em dois estágios com probabilidade

proporcional ao tamanho (PPT). Esse processo foi escolhido por controlar o tamanho da

amostra entre os setores censitários, além de mantê-la auto ponderada.

Na primeira fase, a amostra foi estratificada por bairros, distribuída

proporcionalmente em relação ao gênero e a idade, que foi dividida em três faixas (30 a 39,

40 a 49 e 50 a 59 anos). Na segunda fase foram escolhidos diferentes pontos de fluxos em

cada bairro da cidade de Manaus, onde as entrevistas foram realizadas por meio da

amostragem sistemática. A distribuição da amostra por zonas geográficas pode ser

observada no quadro 1.

Tabela 4.1. Distribuição da amostra em relação as zonas geográficas da cidade de Manaus -

AM.

Zonas (n = 2500) ni %

Norte 681 27,2

Sul 424 17,0

Leste 570 22,8

Oeste 358 14,3

Centro-Sul 248 9,9

Centro-Oeste 219 8,8

Para o cálculo amostral será utilizada a população de cada bairro com faixa etária

entre 31 e 59 anos e por sexo cujo total segundo Censo de 2010 do IBGE é de 639.562

habitantes, distribuídos nos Bairros das 6 (seis) Zonas, conforme Tabela 4.2, nos anexos.

44

Os locais onde ocorrerão as atividades, serão selecionados aleatoriamente por sorteio

obedecendo as seguintes etapas:

1) Divisão política administrativa da cidade de Manaus dividido por zona, conforme

descrito acima;

2) Nomeação dos bairros por zonas

3) Sorteio de um bairro por zona da cidade

4) Mapeamento do bairro sorteado para escolha do local de melhor acessibilidade para

os participantes, que reúna o maior número de pessoas, como feiras, ruas de

comercio ou mercados

5) Contato com as lideranças do bairro e local sorteado para a execução das

atividades.

Como critérios de inclusão os participantes deverão:

Ter idade igual ou superior a 30 e não mais que 60 anos;

Aceitar participar do projeto após assinatura do Termo de Consentimento

Livre e esclarecido.

Ter capacidade cognitiva mínima para responder o questionário.

4.4. Instrumentos de Medição e Técnicas

Serão utilizando métodos qualitativos e quantitativos de caráter descritivo que tem

como propósito descrever, explorar, classificar e interpretar aspectos de fatos ou fenômenos

pesquisados 57

, a partir da aplicação do Formulário estruturado. A abordagem quantitativa

prevê a mensuração de variáveis pré-estabelecidas para verificar e explicar sua influência

45

sobre outras, mediante análise de freqüência de incidência e correlações estatísticas58

.A

abordagem qualitativa enfatiza especificidades em termos de origens e sentidos dos

fenômenos sociais. É uma metodologia coletiva que favorece as discussões e a produção

cooperativa de conhecimentos específicos sobre a realidade vivida, tem como foco a

análise, as redes de poder e o caráter desarticulador dos discursos e das práticas instituídas

no convívio social59

.

Foi elaborado um questionário estruturado, construído a partir de outros estudos já

validados, dos quais se retirará apenas as questões que responderem aos objetivos da

pesquisa, conforme segue:

1. Características sócio demográficas: sexo, idade, escolaridade, estado, tipo moradia;

2. Características socioeconômicas: renda pessoal e familiar, ocupação;

3. Suporte Social: estado civil, tamanho da família, religião;

Alguns instrumentos referendados internacionalmente serviram de apoio para dar

suporte científico ao instrumento da pesquisa. Destacam-se os seguintes estudos:

a) BOAS é um instrumento multidimensional utilizado em inquéritos populacionais,

concebido no Brasil com base em vários instrumentos internacionais. Possui padrão

aceitável de validade e confiabilidade. É dividido em nove seções, a saber: sobre

informações gerais, saúde física, utilização dos serviços médicos e dentários, atividades de

vida diária, recursos sociais, recursos econômicos, saúde mental, necessidades e problemas

que afetam o entrevistado60

.

b) WHOQOL OLD E WHOQOL BREF – avalia a qualidade de vida através da percepção

do indivíduo. É composto de quatro domínios: físicos, psicológico, relações sociais e meio

ambiente61

.

46

c) Avaliação do Ambiente, segurança, proteção, poluição, ruído, trânsito, clima, meios de

transporte.12

d) Índice de Massa Corporal (IMC) - As medidas de massa corporal e estatura serão

determinadas em balança antropométrica, capacidade de 150kg e intervalos de 100g, com o

indivíduo descalço e usando roupas leves. A altura será verificada utilizando-se

antropômetro vertical fixo à balança. A CC será medida com fita métrica no ponto médio

entre a última costela e a crista ilíaca, sem fazer pressão. Todas as medidas antropométricas

serão feitas, obedecendo ao prescrito no International Standards for Anthropometric

Assessment e as recomendações do Manual de Técnicas e Procedimentos do Ministério da

Saúde – SISVAN.

e) Exames Dislipidêmicos - Aferição de glicose e Hipertensão arterial

4.5. Procedimentos

As entrevistas foram feitas pela manhã, com duração aproximada de 40 minutos. Os

dados antropométricos e os exames glicêmicos e de pressão arterial serão realizados em

local apropriado, (barraca fechada e ventilada com os equipamentos necessários

(glicosímetro e esfignomanômetro) obedecendo a critérios rigorosos de aferição.

O estudo fundamenta-se na Resolução 196, do Conselho Nacional de Saúde – CNS,

que estabelece diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres

humanos. Esta resolução incorpora sob a ótica do indivíduo e das coletividades a

47

autonomia, pelo Consentimento Livre e Esclarecido dos participantes e pela proteção dos

grupos vulneráveis; não maleficência, pela garantia de que prováveis danos serão evitados;

beneficência, pelo compromisso de proporcionar ao máximo de benefícios e o mínimo de

danos; e assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos

sujeitos da pesquisa e ao Estado45

.

4.6 Contribuições Científicas

O presente projeto trará informações relevantes para direcionar as ações de saúde

voltados ao idoso, a política ambiental e nortear o planejamento da gestão pública na

prática de assistência à pessoa idosa. O estudo permitirá a identificação de problemas sócio-

ambientais vivenciados pelos idosos, bem como identificar as localidades mais

comprometidas, as comunidades com maiores necessidade de cuidados, proporcionando

informação para elaboração de propostas inovadoras no campo da promoção de saúde e das

questões ambientais. Os resultados permitirão ainda novas pesquisas, caso alterações de

grande significância sejam observadas e detectadas durante o estudo.

4.7 Viabilidade

O estudo foi viabilizado com a participação da Universidade Aberta da Terceira

Idade – UnATI, da Universidade do Estado do Amazonas e com o fomento da Fundação de

Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPAM, com o objetivo principal de

desenvolver estudos sobre o envelhecimento e meio ambiente que qualifiquem a atenção à

Saúde do Idoso na Américas, com destaque a Amazônia. Um dos programas da

UnATI/UEA concentra-se aos problemas bio-socioambiental, tendo como linha de pesquisa

as Interações Genético-Ambientais Associadas à Longevidade das Populações do

Amazonas, já em andamento, com financiamento da FAPEAM, com enfoque direcionado

para as questões homem-natureza.

48

Há um grande interesse da UnATI, neste estudo, uma vez que contribuirá para o

direcionamento das ações do programa de Promoção da Saúde e Assistência Social

realizados pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Considerando ser este

estudo de grande relevância não só pelos aspectos socioambientais a serem revelados, mas

pela aplicação no desenvolvimento de políticas públicas para a pessoa idosa no Estado e

posteriormente nos municípios do interior.

Também houve um grande interesse dos pesquisadores na realização deste estudo,

por considerarem a carência de pesquisas no Estado, a própria formação e o compromisso

em ações positivas para a população idosa.

4.8 Análise Dos Dados

Os dados foram apresentados por meio de tabelas, onde se calculou as frequências

absolutas simples e relativas para os dados categóricos. Na análise dos dados quantitativos

foi calculada a média e o desvio-padrão, pois os dados apresentavam distribuição normal

por meio do teste de Shapiro-Wilk ao nível de 5% de significância. Na análise das

frequências dos resultados dos instrumentos ainda foram calculados os Intervalos de

Confiança ao nível de 95% - IC95%. 62

O software utilizado na análise foi o programa Epi-Info 7 para windows, que é

desenvolvido e distribuído gratuitamente pelo CDC (www.cdc.gov/epiinfo).

4.9. Hipótese de trabalho

49

A atual opção de estilo de vida econômica do envelhescente da zona urbana da

cidade de Manaus poderá comprometer a saúde econômica do idoso futuro e de sua familia

desta área.

50

CAPÍTULO N. 05 - RESULTADOS

Neste trabalho abordaremos como foco a pena a questão econômica dos indivíduos da

pesquisa, Marcadores Sociais de Envelhecimento do Idoso Futuro da Zona Urbana da

Cidade de Manaus.

Os dados basais da pesquisa evidenciam o perfil do pesquisado, definindo-lhes o

gênero, a raça, a cor, a naturalidade, a situação conjugal e a sua religião, conforme Tabela

5.1 a seguir:

Tabela 5.1. Distribuição segundo a frequência do gênero, idade, raça/cor, naturaliade

situação conjugal e religião dos indivíduos na faixa etária de 30 a 59 anos na zona urbana

da cidade de Manaus - AM.

Variáveis (n = 2500) fi %

Gênero

Masculino 1208 48,3

Feminino 1292 51,7

Idade

30 |--- 39 1180 47,2

40 |--- 49 811 32,4

50 |--- 59 509 20,4

Média ± DP 41,7 ± 8,4

Raça/Cor

Parda 1725 69,1

Branca 471 18,8

Negra 181 7,2

Indígena 56 2,2

Outra 67 2,7

Naturalidade

Manaus 1448 57,9

Interior do AM 506 20,2

Outro Estado 541 21,6

Outro País 5 0,2

51

Situação conjugal

Casado 1137 45,5

União estável 455 18,2

Solteiro 684 27,4

Viúvo 61 2,4

Separado 96 3,8

Divorciado 67 2,7

Religião

Católico 1360 54,4

Evangélico 941 37,6

Sem religião 126 5,0

Outra 66 2,6

Umbanda 7 0,4

fi = frequência absoluta simples.

Fonte: Pesquisa Marcadores Sociais de Envelhecimento e qualidade de vida do idoso futuro

da zona urbana de Manaus-Am (2013).

A concentração etária da pesquisa deu-se na faixa etária entre 30 e 39 anos,

proporcional aos dados de concentração populacional do IBGE (2010), despontando essa

faixa com 47,2% do total dos indivíduos. A faixa etária entre 40 e 49 anos, foi

contemplada com 32,4% , e 20,4% dos pesquisados estavam na faixa de 50 a 59 anos o que

confirma a proporcionalidade da amostra com relação à população da Cidade de Manaus.

A cor predominante entre os pesquisados foi a parda (69,1% ), cor também

predominante nesta linha dos trópicos. Indivíduos da cor Branca foram 18,8%; de cor

Negra 7,2%; Indígenas com 2,2% ao contrário do que se espera, os indígenas não são

afeitos ao estilo urbano e sua predominância nestas áreas são reduzidas como mostra a

pesquisa.

Os 57,9% dos indivíduos eram nativos da Cidade de Manaus, contra 20,2% de

indivíduos migrados do interior do Estado e 20,6% de outros estados brasileiros. O número

52

de estrangeiros por estes lados é ínfimo com o,2% da população residente. Predominou a

indicação de indivíduos casados, com 45,5% e de 18,2% vivendo em união estável. Seguiu-

se uma proporção de 27,4% de solteiros, como pontos relevantes. A pesar do grande

crescimento das religiões evangélicas (37,6%), o catolicismo ainda predomina na cidade de

Manaus, com 54,4% dos indivíduos.

Tabela 5.2. Distribuição segundo a frequência da escolaridade, número de filhos, pessoas

residentes e sustento de vida dos indivíduos na faixa etária de 30 a 59 anos na zona urbana

da cidade de Manaus - AM.

Variáveis (n = 2500) fi %

Sabe ler e escrever 2472 98,9

Até que série estudou

Nenhuma 39 1,6

De 1 a 4 série 247 9,8

De 5 a 8 série 468 18,7

Fundamental Incompleto 114 4,6

Fundamental Completo 144 5,8

Médio Incompleto 186 7,4

Médio Completo 1005 40,2

Superior Incompleto 135 5,4

Superior Completo 162 6,5

fi = frquência absoluta simples.

Fonte: Pesquisa Marcadores Sociais de Envelhecimento e qualidade de vida do idoso futuro

da zona urbana de Manaus-Am (2013).

Dos pesquisados, conforme a Tabela 2 acima, 98,9% disseram saber ler e escrever.

Destes apenas 6,5% concluiram o ensino superior e 40,2% concluírao o ensino médio. Se

somados os que passaram nove anos e menos de suas vidas estudando (de 1ª. a 4ª. Séries –

9,8%; da 5ª. a 8ª. Séries – 18,7%; Fundamental Completo 5,8%; e Fundamental

Inclompleto 4,6%; e os que nao estudaram, 1,6%), em Manaus, pode-se dizer que 40,5%

dos individuos nao possuem uma cultura formal educacional.

53

A título de esclarecimento a educação no Brasil é dividida em Educação

Fundamental e Educação Média. A Fundamental dura de nove anos e as crianças de seis a

quatorze anos são obrigadas a se matricularem, sob a responsabilidade conjunta dos pais ou

responsáveis por essa matrícula e do Estado que obriga-se a oferecer as necessárias vagas

nas escolas públicas. A Lei de Diretrizes e Bases, também coloca a sociedade como

corresponsável, para garantir essa obrigatoriedade. Entretanto, como não há fiscalização

por quem deveria e nem a necessária mobilização social, essa Lei, de diversas formas não

se cumpre como deveria. O resultado é o que se vê acima retratado63

.

Tabela 5.3. Distribuição segundo a frequência da ocupação, horas de trabalho semanal e

renda dos indivíduos na faixa etária de 30 a 59 anos na zona urbana da cidade de Manaus -

AM.

Variáveis (n = 2500) fi %

Qual sua ocupação

Aposentado ou pensionista 98 3,9

Assalariado COM Carteira assinada 554 22,2

Assalariado SEM Carteira assinada 187 7,5

Autônomo 1139 45,6

Estudante 11 0,4

Funcionário público 105 4,2

Profissional liberal 28 1,1

Dona de Casa 169 6,8

Desempregado 209 8,4

Quantas horas TRABALHA por semana (n = 2032)

20h 186 9,2

30h 147 7,2

40h 557 27,4

44h 738 36,3

60h 404 19,9

Não sabe/Não Informou 468

Qual sua renda mensal (em salários mínimos)

< 1 555 22,2

1 |--- 2 1009 40,4

2 |--- 3 331 13,2

54

3 |--- 5 131 5,2

5 |--- 10 54 2,2

≥ 10 15 0,6

Sem Renda 321 12,8

Não respondeu 84 3,4

Renda familiar

< 1 417 16,7

1 |--- 2 792 31,7

2 |--- 3 726 29,0

3 |--- 5 299 12,0

5 |--- 10 135 5,4

≥ 10 52 2,0

Não respondeu 79 3,2

fi = frquência absoluta simples.

Fonte: Pesquisa Marcadores Sociais de Envelhecimento e qualidade de vida do idoso futuro

da zona urbana de Manaus-Am (2013).

Perguntados sobre a sua ocupação, freqência de horas de trabalho semanal e renda

dos indivíduos a pesquisa mostrou que 45,6% dos pesquisados provém de serviços

Autônomos; 8,4% de Desempregados; Assalariado SEM Carteira assinada, 7,5%;

Estudantes, 0,4%; e 6,8% destes são Donas de Casa, ou seja 68,7% de indivíduos, na faixa

etária entre 30 e 59 anos não recolhem impostos para a Previdência Social o que lhes

garante uma aposentadoria, estão à margem da Previdência.

Destes, 22,2% são assalariados COM carteiras assinadas o que denota possuírem

uma profissão. 3,9% são aposentados

Com uma quantidade de 44 horas semanais trabalhadas dando um percentual de

36,3% de serviços prestados e 30,4% ganhando em média dois salários mínimos ao mês.

Na questão de renda familiar tem-se uma baixa de 31,7% de ganho de dois salários

mínimos por família.

55

Apesar de 36,3% desses indivíduos, trabalharem hoje 44 horas semanais, a renda

individual declarada para 40,4% dos pesquisados foi a de 1–2 Salários Mínimos em igual

proporção de renda para a Renda Familiar quando 31,7% das famílias declararam receber

1-2 Salários Mínimos. Pode-se especular que na maioria das famílias pesquisadas apenas

uma pessoa trabalha na casa.

O que chama atenção, visto estarem os pesquisados em uma faixa etária em que se

pressupõe-se seja completamente ativa, já que estão em idade produtiva. É que 12,8%

declararam não possuir nenhuma fonte de renda.

56

CAPÍTULO No. 06 - DISCUSSÃO

A contribuição econômica o chamado déficit econômico do Ciclo de Vida é um dos

temas que vem no rastro do envelhecimento, mormente nas sociedades capitalistas, com

debates acirrados sobre o tamanho da contribuição que os idosos ocupam nas contas

econômicas.

A título de comparação , em recente estudo (Duran, 2014), realizado na Provincia

de Euskadi (Es) em colaboração com o Instituto Matia e publicado e financiado pelo

Departamento de Emprego e Politicas Sociais do Governo Vasco (ES), com o objetivo de

valorar a situação econômica dos idosos, analisa a situação destes na economia a partir de

uma perspectiva similar a da proposta por Stiglitz, Sen y Fitoussi (Comissão sobre a

Medição de Desenvolvimento Econômico e de Progresso Social) e a economia preconizada

em vários documentos oficiais internacionais tendo como referência a Plataforma de Ação

da Conferência das Nações Unidas de Pequin, realizada em 1995. O cenário do estudo

mostra uma população já envelhecida e já se discute o des-envelhecer para uma adaptação

da economia a esta sociedade, já que os trabalhos realizados pelos idosos em sua maioria

são trabalhos pouco valorizados, feitos nas famílias e não são classificados no mercado de

trabalho o chamado “déficit econômico do ciclo de vida”, apesar dos idosos aparecerem

transversalmente em todos os setores econômicos das atividades classificadas nas Contas

Econômicas de Euskadi. Por outro lado defende o envelhecimento ativo já que quem se

mantem ativo na velhice “mantém a capacidade de aprender, disfrutar, organizar-se, propor

e protestar e de melhorar sua situação e de seu entorno em todos os setores”.

Diferente da legislação brasileira em Euskadi os idosos aposentados não podem

empregar-se novamente sob pena de perder suas pensões o que já gera um amplo debate

sobre a hora de se aposentar. Daí só lhes resta o chamado trabalho “a-legal” nos lares ou

como voluntários. Conclui que há um exercito de aposentados jovens (65 a 75 anos)

praticando a economia “não contabilizada”, economia invisível, apesar de a sociedade

achar que consomem sem produzir trazendo problemas para os que contribuem. Finaliza

informando que a maioria dos idosos goza de boa saúde e participam ativamente da

57

manutenção do bem-estar comum ao contrário dos que pensam que não contribuem, pois

são proprietários de bens imobiliários e são consumidores de bens e serviços, como os

planos de pensões particulares. Ou seja, se esses idosos participam da economia com os

frutos que lhe renderam uma vida de trabalho, que inclui propriedades, poupanças, entre

outras e, além disso, ainda participam da economia com o trabalho invisível (a-legal). A

dita semi-exclusão economicosocial precisa ser revista, para que se possa “enxergar”

melhor a posição desses idosos, tanto em Euskadi como no Brasil. A questão que fica é

qual a verdade do “déficit econômico do ciclo de vida”, principalmente no Brasil que o

aposentado jovem está de volta ao mercado formal?64

A Constituição Federal Brasileira, em sua última reforma em 1988 flexibilizou

ainda mais as regras de cessão de benefícios da seguridade social no país, para atender aos

mais pobres, protegendo esses indivíduos em casos de seguro-desemprego, assistência à

saúde, auxílio-maternidade, velhice entre outros.

Sem discutir o mérito da necessidade dessa flexibilização em favor da pobreza no

país, certamente haverá uma oneração aos já depauperados e deficitários cofres do Instituto

Nacional da Previdência Social (INSS), organismo que regula essas ofertas, no cenário

atual com agravamentos no futuro, quando a parcela de indivíduos ativos na sociedade vem

decrescendo, já que a população está envelhecendo a passos largos, com a queda na média

de filhos por mulher em fins da idade fértil de 6,2% para 2,3% entre as décadas de 1940-

1960, contrastando com o aumento da expectativa de vida cuja estimativa para o ano de

2020 é de 76 anos, estimando-se que no Brasil neste ano, os idosos representem 11% do

total da população10,36

.

Se o status quo da economia brasileira a situação contextual da Previdência Social

já tende a uma derrocada, apenas com as situações de má gestão e corrupção, necessário se

faz um pensar mais aprofundado focado na redução da parcela ativa dos trabalhadores e no

quantum de sonegadores ainda jovens e no mercado de trabalho.

58

Os dados percentuais da população Manauara, se comparado com os da população

Brasileira diferem sendo justificáveis pela continentalidade do país. No Brasil, por raça

aponta um percentual de brancos como predominante (46,2%), seguido dos pardos com

45%, negros 7,9% e indígenas e amarelos com 0,8% da população total. Justifica-se a

predominância de pardos na Região Norte (69,1%), pela descendência indígena e pela

exposição aos raios solares, dado que esta região está exposta ao sol e ao calor doze meses

por ano.65

A predominância de mulheres na pesquisa é explicada pelo fato das mulheres

viverem mais e terem a expectativa de vida aumentada, apesar de nascerem mais homens

no país3. No quesito Educação a Região Norte revela-se em piores condições que as demais

regiões do país, acrescentando-se aí que a posição total do Brasil, não é nada confortável, já

que aqui a educação passa por uma taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais

é de 8,3%. Na faixa superior a 60 anos, 42,2% não têm instrução ou possuem menos de um

ano de escolaridade. A média de estudos da população com 60 anos ou mais é de 3,4 anos,

comparado com a média brasileira, que é de 3,7%3. Em pesquisa sobre o ranking mundial

de educação a Economist Intelligence Unit (EIU-2013), coloca o Brasil no penúltimo lugar,

só ganhando da Indonésia em qualidade de Educação. Assim, os resultados desastrosos

sobre educação encontrados nesta pesquisa, são coerentes com o estado geral da educação

no país.

O debate sobre as questões da não contribuição e da aposentadoria na terceira idade,

esbarraram em três fatores neste trabalho:

1. Fatores Socioeducacionais;

2. Desvalorização Social;

3. Fatores Legais.

59

O primeiro nos Fatores Socioeducacionais, quando a expectativa de vida faz a

todos repensarem na qualidade de vida dos anos que virão. A ausência da educação na

trajetória do envelhecimento é um entrave importante no planejamento desse futuro vez que

o indivíduo desconhece as nuances do envelhecimento e das necessidades financeiras que

esta etapa traz38

;

O segundo é o Fator Desvalorização Social, quando o indivíduo, - admitido na

sociedade capitalista pelo que possui –, idoso e sem recursos ou com poucos recursos é

visto como um excluído, um miserável que necessita de ajuda para sobreviver43

.

O terceiro é o Fator Legal, é a regulação que regem as aposentadorias no Brasil que

são os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) e o Regime Geral de Previdência

Social (RGPS), fundamentados pela Constituição Federal nos Artigos 40 (servidores

públicos) e 201 (trabalhadores da iniciativa privada) e também são regulamentados pela as

Leis Federais 8.213/91 e 8.212/91 e o Decreto Lei nº.3.048/99, onde a aposentadoria é a

grande expectativa de um segurado da previdência, enquanto possibilidade de afastamento

definitivo do trabalho e recebimento de um provento que vai lhe sustentar para o resto de

seus dias34

.

As perguntas que ficam são: a) porque tantas regulações não conseguem evitar que

numa população urbana, no caso a da pesquisada 68,7% dos indivíduos estejam à

margem da Previdência Social, colocando em risco seu próprio futuro?, b) será possível

estimar o impacto socioeconômico em todos os sistemas públicos de aproximadamente

70% de idosos em situação de elevada pobreza na cidade? c) As governanças serão capazes

de gerenciar essas necessidades? d) Qual será o destino dessa população que o

envelhecimento já lhe tirou as forças produtivas, numa sociedade incapaz de “olhar” por

eles?

A menos que o Brasil consiga promover um rápido desenvolvimento e aumentar o

ritmo do crescimento de suas economias, muitos terão que pagar pelas ondas de

60

envelhecimento. O futuro poderá trazer dificuldades econômicas massivas e até uma crise

humanitária de envelhecimento.

Acredita-se que o descontrole populacional por parte dos sistemas previdenciários e

a abundância dos sistemas de capitalização e de repartição, além das facilidades em se

manter trabalhos na informalidade sejam os responsáveis para que milhares de

trabalhadores permaneçam e adiram à informalidade laboral, sem contribuir para os

sistemas que irão garantir sua aposentadoria no futuro.

Muitos trabalhadores chegarão à velhice com benefícios pensionários inadequados

ou nenhum beneficio. A preocupação hoje, na zona urbana de Manaus é com os 68.7% dos

trabalhadores que não recolhem impostos para a Previdência Social, e que, no futuro

dependerão da assistência social para manter-se fora da pobreza ou terão que recorrer às

redes de apoio familiar tradicionais, também enfraquecidas com o encolhimento das

famílias.

“O alto nível de dependência dos idosos em sistemas

subsidiados de pensões mínimas ou assistência social

condicionada ao nível de renda poderá ser manejável na

atualidade, enquanto o Brasil é ainda relativamente jovem,

mas, se nada mudar já a partir de 2030, os custos econômicos

e sociais serão incalculáveis”66

.

O agravamento da situação da Previdência Social no Brasil de hoje, já é uma

realidade. A perspectiva do crescimento da longevidade no país também. O que se

questiona é por quais razões esse debate continua sendo adiado nas pautas das politicas das

três esferas de governo.

61

CAPÍTULO No. 07 - CONCLUSÕES GERAIS

Quanto mais a idade avança, maior é o gasto com a saúde. O custo médio de

hospitalizações do idoso entre 60 e 69 anos é de R$ 93,05 e de 80 anos é de R$ 178,95, ou

seja, isso configura um grande desafio para o sistema de saúde. A renda domiciliar per

capta de pessoas com 60 anos ou mais é de até meio SM, 18,7%. O percentual de

aposentados e/ou pensionistas é de 60,8%36

.

Embora esteja em meio a uma grande diversidade ambiental a população do

Amazonas, de modo geral, é pouco privilegiada na questão de saneamento básico. As

relações entre o homem e o meio ambiente, vêm sendo estudadas sob vários aspectos. É

sabido que o ambiente influencia na qualidade de vida em vários aspectos sendo que a

relação entre o indivíduo e o meio físico é uma constante na vida deste.

Uma visão geral no perfil de saúde do idoso atual nos mostra que muitas das

enfermidades que impactam sua saúde e o sistema de saúde pública negativamente

poderiam ser evitadas apenas com a educação voltada para o envelhecimento,

economizando em recursos e em saúde para o idoso que teria em troca um “improve” na

qualidade de vida, devendo a população estar preparada desde a infância para chegar ao

envelhecimento de forma saudável.

Assim, conclui-se, com base nos resultados da pesquisa e nos debates teóricos que a

questão educacional na Cidade de Manaus, assim com a ausência de um sistema simples,

barato e facilitador de recolhimentos previdenciários são fortes indicadores do não

cumprimento das Leis regulatórias previdenciárias do país. Conclui-se que se pode estimar

que essa falta de contribuição para a previdência social, poderá comprometer a saúde

62

financeira, não só dos 68,7% dos idosos já a partir de 2030, mas poderá ser um

impulsionador da falência total da Previdência no Brasil.

Finalmente o trabalho conclui que esses 68,7% indivíduos, identificados na pesquisa

como não contribuintes da Previdência social, se nada for feito, serão idosos depauperados

e dependentes do benefício de assistência social, que hoje lhe é assegurado pelo Art. 203

da Constituição Federal que reza ser o beneficio “prestado, a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social”.

Esse benefício foi regulamentado pela Lei 8.742/93, conhecida como Lei Orgânica

da Assistência Social (LOAS), e do Decreto 1.744/95, cujo um dos requisitos para a

concessão é: a) Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 (sessenta e

cinco) anos para o idoso não-deficiente.

Apesar de ser uma alternativa, para que o idoso não morra no completo abandono e

pobreza, este representa um Salário Mínimo, ou seja, apenas um alento para não dizer que

não se “falou de flores”, que absolutamente não reflete a dignidade de um individuo que

viverá do benefício que lhe foi conferido pela força de seu trabalho.

63

CAPÍTULO No. 08 RECOMENDAÇÕES

O Brasil, país em formação sócio, política e econômica, mantém um sistema de

repartição puro que ameaça se tornar uma enorme carga para a economia a medida que a

população envelhece. Ainda necessita de grandes mudanças em nível de estado, para

resolver as não conformidades contextuais de sua população. Uma delas é a

regulamentação de seu sistema de Seguridade Social.

O fato de não se ter regulamentado, fiscalizado e garantido o recolhimento do

Imposto que vai garantir a aposentadoria dos idosos, passa primeiramente pelo baixo nível

educacional da população que por não ter o necessário conhecimento sobre as suas

necessidades futuras se torna uma população sem controle e sem perspectivas.

Além do fator educacional, já que o desconhecimento de sua própria condição de

individuo e cidadão o transformará em um idoso fracassado, há a burocracia do sistema de

seguridade social nacional, que por várias razões que não cabem aqui discutir, pouco

facilitam, e pouco fiscalizam a aplicação das normas vigentes.

Nos casos dos países em desenvolvimento como o Brasil, traçar estratégias de

transformação, como essa é sempre muito complexo, por se tratar de um problema

sistêmico e envolve muitas variáveis, que se afunilam e que irão mostrar a “cara” lá na

terceira idade.

Entretanto, pode-se arriscar, numa visão macro sistêmica e dizer que se faz necessário

um redesenho do atual sistema nacional de Aposentadoria, capaz de proporcionar um

adequado nível de suporte para os idosos sem impor uma esmagadora carga nos jovens.

64

Uma segunda recomendação seria melhorar os padrões de vida enquanto a população

ainda é jovem e está crescendo e esta passa pela melhor qualificação dessa mão-de-obra

para que tenha acesso a melhores cargos e salários no mercado e de novo a educação está

em pauta.

Alternativa seria criar um sistema voluntário privado de pensões complementares de

capitalização, melhorando o Salário Mínimo que somado a necessária educação para a

poupança e o futuro, também são partes das soluções que poderiam alavancar o sistema de

recolhimento dos Impostos pelos jovens, para a Previdência Social 13

.

Todas essas estratégias, todavia, só deverão ter algum sucesso se acompanhadas da

educação preventiva para a economia da velhez, que esclareçam as necessidades de se ter

um suporte financeiro na terceira idade, visando à proteção para o envelhecimento com

qualidade de vida.

Afinal existe uma meta a ser cumprida a partir dos desafios em favor do

envelhecimento ativo ditado pela Organização Mundial de Saúde (2005), “6º. DESAFIO:

A ECONOMIA DE UMA POPULAÇAO EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO, que

vai ao encontro da vertente preventiva deste trabalho:

“A meta deve ser assegurar padrões de vida adequados para as

pessoas durante o envelhecimento e, ao mesmo tempo, reconhecer e aproveitar suas habilidades e experiências e

estimular uma transferência harmônica entre as gerações”. 7

65

BIBLIOGRAFIA

1Jeckel-Neto, Emilio, A; Cunha, G L. (2002). Teorias biológicas do envelhecimento, In

TRATADO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Freitas, EV. et al. 2 ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan.

2 Ramos LR, Veras R, Kalache (1987). A. Envelhecimento populacional: Uma realidade

brasileira. São Paulo. .Rev Saúde Publica, 21(3): 221-24.

3 IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. (2010). Contagem da população

Brasileira . Rio de Janeiro. Censo.

4 IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. (2011). Rio de Janeiro. Censo.

5 Ebrahim S. (1996). Principles of epidemiology in old age. In: Ebrahim S, Kalache A.

Epidemiology in old age. London: BMJ Publishing Group.

6Lima-Costa MF, Barreto SM, Giatti L. (2003). Condições de saúde, capacidade funcional,

uso de serviços de saúde e gastos com medicamentos da população idosa brasileira: um

estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. (PNAD). Rio

de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 3, p. 735-43.

7 Organização Pan-Americana da Saúde – Opas – OMS. (2005). ENVELHECIMENTO

ATIVO: UMA POLÍTICA DE SAÚDE. 1ª edição traduzida para o português. Brasília.

2002 World Health Organization. 8 Organização Pan-Americana da Saúde – Opas – OMS. (2005). ENVELHECIMENTO

ATIVO: UMA POLÍTICA DE SAÚDE. 1ª edição traduzida para o português. Brasília.

2002 World Health Organization. 9 Ribeiro, E. E. (2008). Envelhescência. Rio de Janeiro: UnATI/UERJ.

10

Herskind AM, McGue M, Holm NV, Sorensen TI, Harvald B, Vaupel JW. (1996). The

HGeritability of human longevity: a population-based study of 2872, Danish twin pairs

born 1870-1900. Hum Genet; 97(3):319-323. Disponível em: Pubmed.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8786073.

11

Baltes, P. 1979.Life Span develpment and Behavior. (Vol. 2). New York: Academic

Press.

12

Neri, AL. Teorias Psicológicas do Envelhecimento: Percurso Histórico e Teorias atuais.

In TRATADO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Freitas, EV. et al. (2006). 2 ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

66

13 Papaléo Neto, M. (2006). O Estudo da Velhice: Histórico, Definição do Campo e

Termos Básicos. In TRATADO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Freitas, EV. 2 ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

14

Sommerhalder, C. e Goldstein, L.L. (2006). O Papel da Espiritualidade e da

Religiosidade na Vida Adulta e na Velhice. In TRATADO DE GERIATRIA E

GERONTOLOGIA. Freitas, EV. et al. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

15

Veras, RP. et al. (1991). Envelhecimento populacional no Brasil: mudanças

demográficas desafios epidemiológicos. Rio de Janeiro. Revista Saúde Pública, V. 25.

No. 6.

16

Araújo JP. (1995). .Previdência social: diagnóstico e propostas. Belo Horizonte, Projeto

Joaquim Oliveira, 182pp.

17

Barreto ML.(1992). Admirável mundo velho – velhice, fantasia e realidade social. São

Paulo. Ática.

18

Ribeiro EE, Cruz IBM, Schneider R, Souza ACA .(2007). .Prevalência de desvios-

padrãos determinados pela ultra-sonometria de calcâneo e sua associação com índice de

massa corporal em mulheres pós-menopáusicas residentes em Manaus-AM, Brasil. Revista

Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 9, p. 7-22.

19

BRASIL, Ministério da Saúde. (2006). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Brasília: Ministério da Saúde.

20

IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística . (2007). Rio de Janeiro. Censo.

21

Costa, MFL. Veras, R. (2013). Saúde Pública e Envelhecimento. Cad. Saúde Pública

[periódico da internet], Rio de Janeiro, 19(3):700-701, mai-jun [citado em 2013 marc 02],

Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-

311X2003000300001&script=sci_arttext&tlng=es. 2003.

22

Silva, L.R.F. (2008). Da velhice à terceira idade; o percurso histórico das identidades

atreladas ao processo de envelhecimento. Rio de Janeiro. Hist. Cienc. Saúde-Manquinhos

vol.15 no 1 Jan/ Mar.

23

Pastore CA, Pinho C, Germiniani H, Samesima N, Mano RETAL. (2009)Sociedade

Brasileira de Cardiologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de cardiologia sobre analise

e emissão de laudos Eletrocardiográficos. Rio de Janeiro. Arq. Bras. Cardeal 93 (3

supl.2)1-19. 2009.

24

Delboni, MEMC. (2007). FISIOTERAPIA AMBULATORIAL - A percepção de idosos

com doenças crônico-degenerativas atendidos no Posto de Saúde Rigoberto Romero.

67

Fortaleza-CE. Monografia apresentada na Escola de Saúde Pública do Ceará.

Especialização em Gerontologia.

25

Pereira JC, Barreto SM, Passos VMA. (2008). O perfil de Saúde Cardiovascular dos

Idosos Brasileiros Precisa Melhorar: Estudo de Base Populacional. Rio de Janeiro. Arqu.

Bras. Cardiol. 91 (I):1-10.

26

De Janvri, A. Sadoulet, E. (2001). La Inversión en Desarrollo Rural es Buen Negocio, In

Echeveria, R. Edit. Desarrollo de las Economías Rurales en América Latina y el Caribe.

Washington D.C. BID.

27

Benjamín, Q. Monares, A. Montenegro, RUDP . (2003). Hacia una Región sin Pobres

Rurales. Chile. Fondo Internacional De Desarrollo Agrícola – FIDA. División de América

Latina y El Caribe. Disponível em:

http://www.ifad.org/operations/regional/2002/pl/regionalstrategy_s.pdf . Acesso em

Out.14.

28

Delgado, L.E. (2010). Gobernanza Ambiental como una Estrategia Sustentable Local

para Cuencas Hidrográficas de América Latina: Caso de Estudio la Cuenca de Aysén.

182pp. Chile. Tesis Para Optar Al Título de Doctor en Procesos Sociales y Políticos de

América Latina. PROSPAL-UARCIS.

29

Sen, Amartya. (1997). Bienestar, Justicia y Mercado. Barcelona. Ediciones Paidós

Ibérica.

30

Our Common Future. (1987). Report of the World Commission on Environment and

Development. General Assembly of the United Nations.

31

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. (PNUD). 2010. Informe

sobre Desenvolvimento Humano. Ediçao do Vigésimo Aniversário. A verdadeira riqueza

das nações. Brasília. PNUD.

32

THE WHOQOL GROUP. (1995). The development of the World Health Organization

quality of life assessment instrument (the WHOQOL). In: Orley J, Kuyken W, editors.

Quality of life assessment: international perspectives. Heidelberg: Springer Verlag; p 41-

60.

33

WHOQOL-HIV Instrument. (2012). Scoring and Coding for the WHOQOL-HIV

Instruments. Users Manual. Geneva. World Health Organization (WHO).

34

Köche J.C. (1985). .Hipóteses e Variáveis. In: KÖCHE, J.C. Fundamentos de

Metodologia Científica. 7.ed. ampliada. Caxias do Sul, Porto Alegre, Editora Vozes, p.64-

76.

68

35 Bowling, A. (1995). Health Related Quality of Life: a siscussion of the concept, it’s use

and measurement. In: Bowling, A. Measuring Disease. A Review of disease-specific quality

of life measurement scales. Philadelphia. Open University Press.

36

Farquhar, M. (1995). Definitions of quality of life: A Taxonomy. J. Adv. Nurs., v.22,

p.502-8, (on line) Publimed. Disponível em:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7499618. Acesso em out.2014.

37

Draibe, S.M. (1993). Qualidade de Vida e reformas de programas sociais: o Brasil no

cenário latino-americano. São Paulo. Lua Nova., v.31, p.5-46.

38

Minayo MCS, Hartz ZMA, Buss PM. (2000). Qualidade de vida e saúde: um debate

necessário. Cien. Saúde Coletiva (on line); Vol. 5, n 1. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/csc/v5n1/7075.pdf. Acesso em out 2014.

39

Wilson I, Cleary Pd, (1995). Linking Clinical Variables With Health-Related Quality of

Life: A conceptual Model of Patients Outcomes. (on line) JAMA, Publimed 271.

Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7996652. Acesso em outubro/2014.

40

Katsching, H. Freeman, H. Sartorious, N. (1997). Quality of Life in Mental Disorders.

New York. John Wiley & Sons.

41

Berlin, MT. Fleck, MPA. (2003). Quality of life: A Brand new Concept for Research and

Practice in Psychiatry. Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Psiquiatria;25(4):249-52.

42

Gorgen, H. (1991). Ensaios. Rio de Janeiro: Presença Edições.

43

Dourado M., Leibing A. Velhice e suas representações: implicações para uma

intervenção psicanalítica. Rio de Janiero. Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia (on

line). Disponível em: http://www.revispsi.uerj.br/v2n2/artigos/artigo4.html . Acesso em

Jan/2014.

44

Berquó, E. (1998). Algumas considerações demográficas sobre o envelhecimento da

população no Brasil – trabalho apresentado no Congresso Internacional sobre

Envelhecimento Populacional – uma agenda para o fim do século, , Brasília. Mimeo.

45

IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por amostras de

Domicílios. PNAD. (1999). Rio de Janeiro. Microdados.

46

Netto, JPP. Organizadora. (2009). Apresentação. Preparação para aposentadoria: Você

já pensou sobre isso? São Paulo. LTr.

47

OMS (2000). .

Genebra:Organização Mundial da Saúde.

69

48

Victorelli, L. (1999). Aposentadoria: aprender e parar. São Paulo. Jornal da USP –

Jorusp. N. 471.

49

ESTATUTO do Fundo Previdenciário do Estado do Amazonas – AMAZONPREV -

Aprovado pelo Decreto nº 22.541, de 22/03/2002, publicado no D.O.E. de 22/03/2002.

50

LEI Nº 9.784. 29.01.1999. Regula o processo administrativo no âmbito da.

Administração Pública Federal. Brasília. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia

para Assuntos Jurídicos.

51

Moragas, RM. (2009). Aposentadoria: Uma oportunidade de vida; São Paulo: Paulinas.

52

Rodrigues, N. C. (2000). Aspectos sociais da aposentadoria. In C. R. Schons & L. S.

Palma (Org.), Conversando com Nara Costa Rodrigues: sobre gerontologia social (pp.21-

25). Passo Fundo, RS. UPF.

53

Shibuya, CC. Programa de preparação para aposentadoria. Associação Brasileira de

Qualidade de Vida. São Paulo. Disponível em:.

www.suporteconsult.com.br/artigos.php?id=47>. acesso em Out. 2014.

54

Estatuto do Idoso. Dispositivos Constitucionais Pertinentes. (2003). Brasília.

Presidência da República. Casa Civil.

55

Barbosa, RTO. (2009). O papel do serviço social na preparação para aposentadoria. In:

Netto, JPP (org.) Preparação para a aposentadoria: você já pensou sobre isso. Vários

autores. São Paulo LTr.

56

Iamamoto, MV. (2004). O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação

profissional. 7 ed. São Paulo: Cortez.

57

Dyniewicz A. M. (2007). Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. São Paulo.

Difusão Editora.

58

Chizzotti, A. (2000). Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo. Cortez. 59

Rocha, EERB. (2004). A pesquisa participante e seus desdobramentos – Experiências

em Organizações Populares. Belo Horizonte. Anais do 2º Congresso Brasileiro de

Extensão Universitária. 60

Paixão JR. CM, Reichenheim M.E. (2005). Uma revisão sobre instrumentos de

avaliação do estado funcional do idoso. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(1):7-19,

jan-fev, 2005. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n1/02.pdf/ Acesso em

Out.2014.

70

61 Freitas, E. V. et al. (2006). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Segunda edição. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan.

62

Vieira, S. Bioestatística, Tópicos Avançados – Rio de Janeiro. 2.ed. – RJ: Elservier,

p.216. 2004.

63

Lei nº 11.114. de Diretrizes e Bases – LDB. (2005). Brasília. Ministério da Educação.

64

Durán, MA. (2014). Las personas mayores en la economía de Euskadi, Servicio Central

de Publicaciones del Gobierno Vasco. Espanha. Vitoria-Gastgeiz.

65

IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. (2011). Pesquisa Nacional por

amostras de Domicílios. PNAD. Rio de Janeiro. Microdados.

66

Jackson, R. Strauss, R. e Howe, N. (2009). O Desafio do Envelhecimento na América

Latina. Demografia e Políticas de Aposentadoria no Brasil, Chile e México. Washington,

DC. GLOBAL AGING INITIATIVE. Center for Strategic and International Studies.

71

ANEXOS

1. AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO

DO AMAZONAS, Processo No. 196/12 – CEP/UEA

2. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

3.FORMULÁRIO DA PESQUISA

4. DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA EM RELAÇÃO A POPULAÇÃO RESIDENTE

72

73

“MARCADORES SOCIAIS DE ENVELHECIMENTO X QUALIDADE DE VIDA

DO IDOSO FUTURO DA ZONA URBANA DE MANAUS-AM”

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Eu,__________________________________________________________________-

____________,

RG n◦ ___________________________, domiciliado nesta cidade, à rua

______________________

_____________________________________________,telefones

______________/_____________

Declaro de livre e espontânea vontade querer participar do Estudo

“MARCADORES SOCIAIS DE ENVELHECIMENTO X QUALIDADE DE VIDA

DO IDOSO FUTURO DA ZONA URBANA DE MANAUS-AM” , que trará

informações sobre o perfil de saúde e qualidade de vida dos idosos futuros da área urbana

da cidade de Manaus, relevantes para direcionar as ações de assistência à pessoa idosa em

todos os setores públicos e privados e permitirá também, a identificação de riscos de

enfermidades como Diabetes, Hipertensão, Obesidade, Demência, Sedentarismo, com

fatores associados às condições de saúde, ambientais e econômicas, assim como novas

pesquisas, caso alterações de grande significância sejam observadas e detectadas durante o

estudo.

O objetivo geral Estimar o perfil de saúde e de qualidade de vida do idoso do

ano de 2030, da área urbana da cidade de Manaus, floresta amazônica em função do estilo

atual de vida, suas relações sociais e familiares, o grupo étnico, o ambiente de floresta e o

estágio de seu envelhecimento levando a necessária educação, por meio de campanha

educativa a população da zona urbana em direção ao envelhecimento saudável,

oportunidade em que serão alertados para os riscos de enfermidades como Diabetes,

Hipertensão, Obesidade, Demência, Sedentarismo, com fatores associados às condições de

saúde, ambientais e econômicas.

74

Sei que minha participação consiste em responder algumas perguntas que será feita pela

própria pesquisadora e colaboradores, com duração média de quarenta minutos sobre

aspectos econômicos, sociais, demográficas, ambientais, estilo de vida, suporte social,

morbidades auto-referidas, e sociais, capacidade funcional, cognitiva, qualidade de vida,

IMC e dislipidemias (Glicemia e Pressão Arterial. Fui informada também que este material

será arquivado em lugar apropriado, que ninguém terá acesso e que não será utilizado para

outros fins.

Embora saiba que os riscos que corro são mínimos, pois não há possibilidade de

danos ou desconforto para minha saúde após a realização de tais procedimentos, que os

dados terão privacidade e minha identidade não será divulgada. Também me foi informado

que se, eventualmente vier a sofrer danos em decorrência da pesquisa, terei o apoio,

inclusive indenizatório, tanto da Coordenadora do Estudo Prof. Terezinha Lima Silva,

como da Instituição que realiza a pesquisa.

Rubrica do Entrevistado ____________________

Rubrica do Entrevistador ___________________

Sei que me beneficiarei com este projeto já que as políticas públicas para os idosos

de 2030, poderão ser inspiradas nas informações prestadas por mim retornando em

benefícios para os idosos da zona urbana da Cidade de Manaus. Sei também que outros

benefícios poderão surgir como a possibilidade de adequadas intervenções para a

Universidade, divulgação cientifica dos resultados, recomendações de políticas publicas

para melhoria da qualidade de vida do idoso de Manaus, e todo o benefício que os

envelhecentes de Manaus terão com a Campanha sobre o Envelhecer com qualidade.

Minha participação é inteiramente voluntária e não receberei qualquer quantia em

dinheiro ou em outra espécie. Fui informado (a) que em caso de esclarecimentos ou dúvidas

posso procurar informações com a Sra. Coordenadora da Pesquisa Dra Terezinha Lima

Silva, no endereço: Rua Ramos Ferreira, 199, AP. 1403 Bl. 1. Centro – CEP: 69010-120,

Fones: (92) 8121-6435, 3234-7548 e como os outros membros responsáveis pela pesquisa:

75

Dr Euler Esteves Ribeiro no endereço: Av Jardim das Américas n◦ 33, M. E. 33- Jardim

das Américas - Ponta Negra, fone 8802-3332.

Este consentimento foi elaborado de acordo com as diretrizes e normas

regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos. Atende à Resolução n° 196, de 10

de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde-Brasília-DF e

suas complementares.

Manaus, _____de________________de 2013

________________________________

Assinatura do voluntário/responsável

________________________________

Assinatura do responsável pelo projeto

________________________________

Assinatura do Entrevistador

76

Tabela 4.2. Distribuição da amostra em relação a População residente (Pessoas) - Amostra

por Sexo nas zonas geográficas da cidade de Manaus - AM.

Grupos de idade - 30-59 anos

Bairro Total Ponderação

Total

Amostra

Total

Homens

Ponder

ação

Homen

s

Amostra

Homens Mulheres

Pondera

ção

Mulhere

s

Amostra

Mulheres

Centro 12.608 0,0197 49 5.941 0,0093 23 6.667 0,0104 26

aparecida 2.666 0,0042 10 1.228 0,0019 5 1.438 0,0022 6

pres. Vargas 3.088 0,0048 12 1.508 0,0024 6 1.580 0,0025 6

Praça XIV 4.030 0,0063 16 1.836 0,0029 7 2.194 0,0034 9

Cachoeirinha 6.666 0,0104 26 3.114 0,0049 12 3.552 0,0056 14

S. Raimundo 5.843 0,0091 23 2.767 0,0043 11 3.076 0,0048 12

Glória 3.163 0,0049 12 1.535 0,0024 6 1.628 0,0025 6

Sto Antonio 7.568 0,0118 30 3.589 0,0056 14 3.979 0,0062 16

Vila da Prata 4.182 0,0065 16 2.009 0,0031 8 2.173 0,0034 8

Compensa 26.515 0,0415 104 12.975 0,0203 51 13.540 0,0212 53

S. Jorge 8.574 0,0134 34 4.051 0,0063 16 4.523 0,0071 18

Sto

Agostinho 6.190 0,0097 24 2.997 0,0047 12 3.193 0,0050 12

Nova

Esperança 6.638 0,0104 26 3.166 0,0050 12 3.472 0,0054 14

Lirio do Vale 8.056 0,0126 31 3.775 0,0059 15 4.281 0,0067 17

Planalto 6.938 0,0108 27 3.175 0,0050 12 3.763 0,0059 15

Alvorada 24.394 0,0381 95 11.460 0,0179 45 12.934 0,0202 51

Redençao 12.340 0,0193 48 5.810 0,0091 23 6.530 0,0102 26

77

Da Paz 5.708 0,0089 22 2.667 0,0042 10 3.041 0,0048 12

Raiz 5.254 0,0082 21 2.458 0,0038 10 2.796 0,0044 11

S.Francisco 6.489 0,0101 25 3.166 0,0050 12 3.323 0,0052 13

Petrópolis 15.419 0,0241 60 7.345 0,0115 29 8.074 0,0126 32

Japiim 20.509 0,0321 80 9.691 0,0152 38 10.818 0,0169 42

Coroado 18.925 0,0296 74 9.069 0,0142 35 9.856 0,0154 39

Educandos 5.763 0,0090 23 2.827 0,0044 11 2.936 0,0046 11

Santa Luzia 2.501 0,0039 10 1.201 0,0019 5 1.300 0,0020 5

Morro da

Liberdade 4.370 0,0068 17 2.095 0,0033 8 2.275 0,0036 9

Betânia 4.057 0,0063 16 1.930 0,0030 8 2.127 0,0033 8

Colônia

Oliveira

Machado 2.944 0,0046 12 1.449 0,0023 6 1.495 0,0023 6

São Lázaro 4.727 0,0074 18 2.331 0,0036 9 2.396 0,0037 9

Crespo 5.385 0,0084 21 2.581 0,0040 10 2.804 0,0044 11

Vila Buriti 901 0,0014 4 496 0,0008 2 405 0,0006 2

Distrito Indl I 956 0,0015 4 477 0,0007 2 479 0,0007 2

Mauazinho 7.469 0,0117 29 3.781 0,0059 15 3.688 0,0058 14

Colônia

Antônio

Aleixo 4.545 0,0071 18 2.299 0,0036 9 2.246 0,0035 9

Puraquequara 1.746 0,0027 7 938 0,0015 4 808 0,0013 3

Dom Pedro I 6.897 0,0108 27 3.131 0,0049 12 3.766 0,0059 15

Flores 19.395 0,0303 76 9.210 0,0144 36 10.185 0,0159 40

78

Parque 10 de

Novembro 17.567 0,0275 69 8.191 0,0128 32 9.376 0,0147 37

Aleixo 8.392 0,0131 33 3.898 0,0061 15 4.494 0,0070 18

Adrianópolis 3.873 0,0061 15 1.718 0,0027 7 2.155 0,0034 8

Nossa

Senhora das

Graças 6.278 0,0098 25 2.945 0,0046 12 3.333 0,0052 13

São Geraldo 2.926 0,0046 11 1.358 0,0021 5 1.568 0,0025 6

Chapada 4.863 0,0076 19 2.243 0,0035 9 2.620 0,0041 10

Colônia

Santo

Antônio 6.171 0,0096 24 3.034 0,0047 12 3.137 0,0049 12

Novo Israel 5.365 0,0084 21 2.622 0,0041 10 2.743 0,0043 11

Colônia

Terra Nova 14.315 0,0224 56 7.231 0,0113 28 7.084 0,0111 28

Santa

Etelvina 8.354 0,0131 33 4.240 0,0066 17 4.114 0,0064 16

Monte das

Oliveiras 12.882 0,0201 50 6.403 0,0100 25 6.479 0,0101 25

Cidade Nova 45.756 0,0715 179 21.668 0,0339 85 24.088 0,0377 94

Ponta Negra 2.117 0,0033 8 1.037 0,0016 4 1.080 0,0017 4

Tarumã 8.991 0,0141 35 4.649 0,0073 18 4.342 0,0068 17

Armando

Mendes 9.191 0,0144 36 4.439 0,0069 17 4.752 0,0074 19

Zumbi dos

Palmares 10.961 0,0171 43 5.357 0,0084 21 5.604 0,0088 22

São José

Operário 22.771 0,0356 89 11.038 0,0173 43 11.733 0,0183 46

79

Tancredo

Neves 15.389 0,0241 60 7.617 0,0119 30 7.772 0,0122 30

Jorge

Teixeira 35.422 0,0554 138 17.743 0,0277 69 17.679 0,0276 69

Distrito

Industrial II 1.318 0,0021 5 686 0,0011 3 632 0,0010 2

Novo Aleixo 34.025 0,0532 133 16.399 0,0256 64 17.626 0,0276 69

Cidade de

Deus 23.037 0,0360 90 11.596 0,0181 45 11.441 0,0179 45

Nova Cidade 22.159 0,0346 87 10.632 0,0166 42 11.527 0,0180 45

Tarumã-Açu 3.908 0,0061 15 2.009 0,0031 8 1.899 0,0030 7

Gilberto

Mestrinho 17.856 0,0279 70 9.134 0,0143 36 8.722 0,0136 34

Lago Azul 2.256 0,0035 9 1.151 0,0018 4 1.105 0,0017 4

TOTAL 639.562 1,0000 2500 309.116 0,4833 1.208 330.446 0,5167 1.292