terra vermelha 10

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TERRA VERMELHA BOLETIM DO MST REGIÃO CANTUQUIRIGUAÇU - Ano 2 - Número 10 - JUNHO 2013 - >PAG.3 Famílias pedem assentamento já na área da Solidor >PAG.2 >PAG.2 >PAG.3 Formatura da Turma Chico Mendes no Ceagro Carta aberta dos Movimentos Sociais a região Escola de Formação para os Jovens militantes do MST Parceria entre MST e MONDRAGON, através da Fundação MUNDUKIDE e o Instituto LANKI >PAG.4

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Jornal Terra Vermelha MST- Cantuquiriguaçu

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Page 1: Terra Vermelha 10

T E R R A VERMELHA

B O L E T I M D O M S T R E G I Ã O C A N T U Q U I R I G U A Ç U

- Ano 2 - Número 10 - JUNHO 2013 -

>PAG.3

Famílias pedem assentamento já na área da Solidor

>PAG.2>PAG.2

>PAG.3

Formatura da Turma Chico Mendes no Ceagro

Carta aberta dos Movimentos Sociais a região

Escola de Formação para os Jovens militantes do MST

Parceria entre MST e MONDRAGON, através da Fundação MUNDUKIDE e o Instituto LANKI

>PAG.4

Page 2: Terra Vermelha 10

2 - TERRA VERMELHA

EditorialDo ponto de vista de MUNDUKI-DE e Lanki no Brasil, a coope-ração para o desenvolvimento é um conceito que faz sentido dentro de uma idéia mais ampla de cooperação em todos os ní-veis. Se trata de uma leitura e de uma interpretação ideologi-ca que não permite fazer dife-renças entre a cooperação aqui e ali.O processo é o importante por-que é o que transmite-nos a ex-periência e o saber- fazer para o futuro: soberania e empode-ramento para os protagonistas. Os processos são interessantes por si mesmos por que armaze-nam elementos e experiencias (aprendizagens) validas nas comunidades que os levaram, tanto para processos presentes como para futuros.Então, por que é que a Mundu-kide, Lanki e Mondragon estão aqui no Brasil contribuindo com o Movimento Sem Terra?-Porque compartilhamos uma leitura básica do mundo e um senso de compromisso social tanto em valores mais históricos (justiça social, igualdade, o va-lor da educação na luta social, democracia, cooperação) como outros mais “novos” (o genero, novos modelos de participação, a renovação do paradigma da democracia, o meio ambiente, a terra, a mística, a pessoa como sujeito individual e coletiva, a auto-organização como estraté-gia para o desenvolvimento in-

dividual e coletivo, a criação de redes, a soberania alimentar na alimentação).-Por seu potencial multiplicador. Esta é a intenção de transmitir a idéia de eficiência do trabal-ho realizado, ou seja, a relação entre o esforço aplicado e o seu resultado em experiências. É evidente que uma organização estruturada e com milhares de pessoas ativas oferece uma probabilidade de replica muito maior que outro tipo de agente menos organizado e quantitati-vamente menos significativo.-Por seu potencial de referen-cia no Brasil e na América. Além dos objetivos proprios deste processo, localizado numa or-ganização e em um local espe-cíficos, o MST tem um prestígio nacional e internacional, com a capacidade de irradiar- sempre e quando esta experiencia so-cioeconomica obtenha um resul-tado positivo, a outros movimen-tos comprometidos, sobre tudo, na América Latina.-Por que se trata de uma pro-posta de processo baseada na autogestão, precisa de uma maturidade coletiva e auto-con-fiança em um grau significativo. E a proposta tem muito de “pro-cessos com base na soberania do povo, não só nas pessoas” e esse conceito precisa, necessa-riamente, de pessoas e coletivos organizados e conscientes.

Lona PretaInformações dos acampamentos da região

As 50 famílias acampa-das na Fazenda Solidor, locali-zada no município de Espigão Alto do Iguaçu, exigem que a área seja destinada para fins de Reforma Agrária. Os acampa-dos que já produzem alimentos de qualidade para o auto sus-tento, estão a mais de 10 anos no acampamento. À área onde estão acam-pados os trabalhadores é bas-tante emblemática, pois na década de 90 o Instituto Nacio-nal de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) já transformou o território em assentamento. Esta área já pertencia a União segundo o Supremo Tribunal Federal. As 36 famílias do an-

tigo assentamento já tinham suas casas e haviam recebido grande parte dos recursos, no entanto o posseiro Joceminio João Bonotto, que se dizia dono da área, entrou com um pedido de reintegração de posse que foi aceito pela Justiça Estadual. Em 2003, o MST resol-ve ocupar a área novamente, como forma de protesto contra o latifúndio da região. Sofreram represália do fazendeiro, Bo-notto, como: pressão psicológi-ca, apreensão da produção das famílias acampadas, e também uma multa do governador da época, Roberto Requião. As famílias estão a es-pera da área, que em 2012, foi transferida da União ao Incra para ser destinada a Reforma Agrária.

Foto: Sebastião Salgado

Famílias pedem assentamento já, para a área da Solidor

Escola da JuventudeFormação aos jovens militantes sem-terra da região Durante os dias 24 á 27 de maio, aconteceu a III etapa da Es-cola da Juventude Regional no Pa-raná, turma Olga Benário. O curso que conta com a participação de jovens de várias escolas do cam-po, de assentamentos e acampa-mentos da região, ocorreu em três etapas: a primeira aconteceu em setembro de 2012, a segunda em novembro e a terceira, que é a úl-tima, nesse final de semana. O espaço de formação contribui no processo de orga-nização dos assentamentos e acampamentos, e buscasse for-talecer e ampliar a organização de coletivos de juventude nas re-

giões, mobilizando e instigando a criatividade e rebeldia na cons-trução de um mundo melhor. O curso não foi apenas um espaço de teorias, e sim de prá-ticas que ajudaram na formação dos jovens. E para finalizar a eta-pa, colocando em exercício o que aprenderam, eles construíram um roteiro de formação para as famí-lias dos assentamentos Marcos Freire e Ireno Alves, sobre o de-bate em preparação ao VI Con-gresso Nacional do MST, e para isso foram a campo conversar com as famílias. A próxima turma da Escola da Juventude, está prevista para acontecer em setembro desde ano, no Ceagro da Vila Velha. Os interessados podem procurar as escolas do assentamento para se informarem melhor.

Formatura turma Chico MendesJovens se formam na sexta turma de agroecologia do Ceagro No dia 17 de maio, o Cen-tro de Desenvolvimento Susten-tável e Capacitação em Agroeco-logia (Ceagro), em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR), formou a 6º Turma do Curso Técnico em Agroecologia, nomeada como “Turma Herdeiros

de Chico Mendes”. Foram 15 camponeses e camponesas que comemoram mais uma vitória da classe trabal-hadora do campo. Com essa for-mação buscasse implementar o modelo da agricultura saudável e sustentável. Os formandos são de vá-rias regiões do Paraná e fazem parte do Movimento dos Trabal-hadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agri-cultores (MPA).

Foto: Geani Paula

Foto: Geani Paula

Page 3: Terra Vermelha 10

BOLETIM DO MST REGIÃO CANTUQUIRIGUAÇU - 3

Parceria de MST e Mundukide é um sucesso na região

Como funciona o grupo Coopera-tivo Mondragon?Hoje podemos dizer que Mondragon é um grupo de cooperativas. Um dos principais impulsores da experiência que era o Padre Jose Maria Arizmen-diarrieta ele falava que Mondragon não era um movimento cooperativo que tinha uma escola, era um mo-vimento educativo que tinha umas cooperativas. Então isso em realida-de foi assim, e não sei se podemos falar que continua sendo mas foi as-sim desde o inicio quando ele chegou em Mondragon, ai na pós guerra em anos muito complicados, muito duro para a população la depois de uma guerra de três anos, com uma pós guerra que demorou 20 anos para recuperar minimamente a economia do pais e 40 anos sofrendo uma dita-dura. Então, la ele começou com um processo educativo, pegou um grupo de jovens na pastoral e começou. Durante 10 anos não fez outra coisa se não educar, e a construir pessoas boas não só tecnicamente como também eticamente, construir a parte técnica e ideológica das pessoas, e essas foram as pessoas que criaram as primeiras cooperativas. Hoje Mon-dragon é um grupo de cooperativas que mantem um foco importante na questão da educação, de fato o que o Padre Jose Maria Arizmendiarrieta começou como uma escola profis-sional hoje é uma Universidade que tem mais de 4 mil alunos e que tem vários campi. É uma Universidade cooperativa da qual são sócios as próprias cooperativas que financiam a Universidade, os professores e as professoras que trabalham na Uni-versidade e representantes dos alu-nos. Bom o grupo Mondragon, hoje é um movimento socioeconômico bastante forte no Pais Basco, é o pri-meiro grupo industrial do Pais Basco e o sétimo da Espanha, e é também o maior grupo de cooperativas indus-triais do mundo, por que no mundo tem grupos de cooperativas bem mais grandes, mas normalmente são grupos de cooperativas de consumo, de cooperativas agrícolas, mas não industriais. A ideia é que esse grupo tem uma serie de regras de funcio-namento e de pertença, que faz com que fortaleça a cada uma das coope-rativas.

Quando começou o projeto em parceria com o MST e quando?Os primeiros contatos se iniciaram

no ano 2000, teve visitas do pessoal de Mondragon, do Instituto Lanki e de Mundukide naquela época aqui, para conhecer o Brasil a realidade do Movimento Sem Terra, mas en-tendo que eles já conheciam coisas do movimento, pois já era referência naquela época. E também teve nos primeiros anos do ano 2000 visitas do pessoal da Direção do Movimento a Mondragon. Ai começarm a ter as entrevistas e as primeiras conversas, até que em 2007 se decidiu iniciar uma parceria já mais concreta de intercambio de experiencias entre a Fundação Mundukide o Instituto Lan-ki e o Movimento.

Aqui no Brasil, tem mais algum lu-gar que há o projeto?Bom, a ideia incial quando foram fei-tas as conversas, isso no ano 2006-2007 com a direção nacional do MST, era iniciar em vários pontos ao mes-mo tempo, várias regiões. Mas a con-clusão da conversa foi que primeiro não tinhamos perna para iniciar um projeto em grande escala, e o segun-do que achamos que era melhor ter primeiro referências que estivessem dando certo. Então, em 2007 deci-diu se iniciar aqui no Paraná, em um território da cidadania, como é aqui a região da Cantuquiriguaçu. E em 2011 se fez a identificação de outro projeto que iniciou o ano passado em 2012, que é em Sergipe no municipio de Canindé de São Francisco.

Como funciona os programas e projetos que acontecem nas re-giões?Bom, como tudo dependemos do fi-nanciamento da atividade do progra-ma, então quando iniciou em 2007, foi em base o que se chamou os projetos de cooperação, tanto nessa primeira fase durou de 2007 á 2009 como na fase atual que estamos que é 2010 á 2014, a maior parte dos fun-dos do programa vieram da própria fundação Mundukide que se financia das cooperativas e de fundos públi-cos do governo Basco. Os primei-ros anos foram financiados com um projeto do Governo Basco, e este segundo período esta sendo finan-

ciado por um programa do Governo Basco e um projeto do Governo Gi-puzkoa (GFA) que é como uma en-tidade mais grande que um projeto.Um projeto pode ser 300 á 400 mil reais e nesse caso o programa tem 3 milhões de reais. Bom, como foi ampliado o orçamento foi ampliado também o leque de atividades e do foco da parceria que inicialmente es-tava mais focada na formação técni-ca e em gestão de cooperativas do pessoal e no apoio as atividades que o movimento já tinha na região, isso foi um pouco a primeira fase. Essas duas atividades ou focos de atuação se mantem dentro do atual progra-ma, mas foram ampliados outras series de questões de caráter mais organizativo como é a própria comu-nicação, o trabalho com gênero, com os setores do movimento, foi amplia-da a questão da agroecologia, como foco também de trabalho especifico, onde tem uma questão que tem a ver com a gestão, mas também tem outras áreas que são mais organiza-tivas de organização popular como o fortalecimento da Rede Ecovida na região, que foi iniciada e fortale-cida durante os períodos de parce-ria. Depois outro foco que achamos importante reforçar é a questão do cooperativismo, e então nessa área estamos desenvolvendo o trabalho com a Universidade Federal da Fron-teira Sul, onde foi criado o núcleo de estudos em cooperação (NECOOP) em parceria com a Universidade de Mondragon e Instituto Lanki. A ideia é ter aqui na UFFS, a primeira Univer-sidade sediada em um área de Re-forma Agrária, um núcleo especiali-zado em cooperativismo que com o tempo possa ser referência no Brasil. Mas o objetivo é que o núcleo possa aproveitar a experiência do Instituto Lanki, que é o instituto de estudos cooperativos lá da Universidade de Mondragon, A meta é que desen-volva seu próprio conhecimento e trabalho, não só acadêmico e teórico mas também pratico e essa pratica é a que queremos que esse núcleo apoie nas empresas e nas novas empresas sociais da região.

E quais os tipos de projetos que são realizados aqui no Brasil e também em Cuba e Moçambique?Bom, tem duas linhas principais, uma é mais a linha Latino Americana e a outra poderia se falar que é a linha Africana. No caso de Moçambique são projetos de colaboração mais de base, por que não tem lá uma orga-nização forte de referência que seja o parceiro local, então são mais pro-jetos de desenvolvimento local mui-to de base, muito para desenvolver áreas pobres sem nenhum tipo de in-fraestrutura e nem recursos ao redor da agroecologia ou da agricultura. E outro tipo de projeto, bem mais dife-

rente é o que temos aqui no Brasil e em Cuba, onde temos uma organi-zação que já tem um trabalho feito, que já tem uma estrutura, que já tem uma historia por trás de conquistas e de lutas e de transformação social, e ai trabalhamos em outro patamar de projeto, já com mais complexida-de, não necessariamente há mais recursos e sim a outro tipo de perfil de pessoas. Então o que fazemos la é apoiar as questões organizativas, seja de uma comunidade ou grupo de famílias, ou seja mais de uma organização estrutural. E sobretu-do tentar transmitir o que achamos que tem de bom na experiência de Mondragon, que é um conhecimento e uma experiência na área do coo-perativismo. Sabemos que no mun-do existem muitas cooperativas que muitas não têm dado certo, outras sim, outras a diferentes escalas e o caso de Mondragon é uma expe-riência que tem mais de 50 anos de vida e que tem dado certo, que tem agrupado mais de 150 cooperativas, e nesses anos de experiência temos acumuladas algumas coisas que po-deríamos aportar.

E o programa vai ate quando?O programa atual tem data a princí-pios de 2014, mas estamos trabal-hando já para poder continuar finan-ciando a parceria, conjuntamente com o Movimento. Porque a situação lá na Europa esta mudando a pior, as coisas estão complicando muito com toda essa historia da crise, então os fundo públicos estão caindo, de fato só o Pais Basco matém fundos para a cooperação nos dias de hoje, e nós já estamos trabalhando em continuar com o financiamento. Já temos ob-tido fundos em um projeto que esta perto dos 400 mil reais este ano, de um dos governos do Pais Basco de Gipuzkoa( Gipuzkoako Foru Aldun-dia), e temos apresentado outro projeto e vamos apresentar mais um agora em agosto. A ideia é também trabalhar para obter fundos aqui no Brasil de algum dos programas que tem de ajudas publicas tipo os da SENAES, ou outras fontes para con-tinuar financiando a parceria. O acor-do que Mundukide tem em nome de Mondragon com o movimento é um acordo de longo prazo. A ideia é que o projeto se desenvolva durante mí-nimo 10 anos, porque achamos que esse tipo de processo não se cons-trói em dois ou três anos.

Em entrevista com coordenador do Programa Mundukide, explica o funcionamento do projeto em nossa região

Page 4: Terra Vermelha 10

4 - TERRA VERMELHA

TERRAVERMELHA

Grupo Cooperativo da Reforma Agrária MST Cantuquiriguaçu

Editado com a colaboração da parceria do MST com a Fundação Mundukide - MONDRAGON

EQUIPE TÉCNICA:Coordenação: Andrés BediaEditora: Geani SouzaDesenho gráfico: Xabier Duo

CONSELHO EDITORIAL:Elemar CesimbraLaureci LealPedro Ivan ChristoffoliCiliana FedericiToni Escobar

CONTATO PARA INFORMAR OU ANUNCIAR:Resp. Comunicação: Geani SouzaEscritório CEAGRO-DEPESRua 7 de Setembro, 2885CEP: 85301-070Laranjeiras do Sul - PRTel: (42) 3635-4329Email: [email protected]

TIRAGEM: 3.000 exemplaresCIRCULAÇÃO: Acampamentos e Assentamentos da Reforma Agrária da região de Cantuquiriguaçu

Este trabalho foi licenciado com Licença Creative Com-mons 3.0. Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos

Carta aberta Dos movimentos sociais para a população da Cantuquiriguaçu

Afirmamos a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mu-danças necessárias ao país pas-sarão pela mobilização popular.Mais que um fenômeno conjuntu-ral as recentes mobilizações de-monstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que pos-sibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo insatisfeito com as medidas neo-liberais votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação esse outro projeto enfrentou gran-de resistência principalmente do capital rentista e setores neolibe-rais que seguem com muita força na sociedade.Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que

na disputa das políticas de gover-no impede a realização das refor-mas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.A crise internacional tem bloquea-do o crescimento e com ele a con-tinuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o mo-mento sustentou o governo.As recentes mobilizações são pro-tagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos partici-pantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso a saúde, a educação, a terra, a cultura, a participação política, aos meios de comunicação.Setores conservadores, de direi-ta e reacionários da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de co-municação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, con-tra a corrupção dos políticos, con-tra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na socieda-de.O enorme poder concentrado da mídia passa a atuar como ver-dadeiro partido político da classe dominante, interferindo nas mo-bilizações, premiando e fortale-cendo a imagem de “líderes” que se moldam aos seus interesses e condenando aqueles que denun-ciam os reais inimigos dos inte-resses do povo, portanto, CUIDA-DO, a mídia burguesa, os meios de comunicação de massa, em sua maioria, tem um lado, e não é o lado dos trabalhadores!Trata-se, no entanto, de um grito de indignação de um povo histori-camente excluído da vida política nacional e acostumado a enxer-gar a política como algo danoso à

sociedade.Diante do exposto nos dirigimos para manifestar nosso pleito:Em defesa de políticas que garan-tam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empre-sas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas. O momento é propício para que o governo faça avançar as pau-tas democráticas e populares, e estimule a participação e a poli-tização da sociedade. Nos com-prometemos em promover todo tipo de debates em torno desses temas e nos colocamos à dispo-sição para debater também com o poder público.De nossa parte estamos abertos ao diálogo, e afirmamos que a luta popular é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise que atinge nossas grandes cidades e também o campo, em defesa de Reformas Estruturais para a sociedade: po-lítica, educação, urbana, saúde, segurança, transporte, agrária.Ressaltamos que a não efetivação de um reforma agrária popular agrava a situação de milhões de brasileiros que foram expulsos do campo e hoje vivem em situações precárias, em favelas, a mercê da violência urbana que só aumenta.O protagonismo da juventude,

sempre presente em todas as grandes retomadas de lutas de massa, é essencial. Mas não es-queçamos que os jovens têm um pertencimento de classe, em nos-so caso, da classe trabalhadora.

Assinam:FETRAF- Federação dos Trabal-hadores e Trabalhadoras na Agri-cultura Familiar Movimentos da Via Campesina BrasilMPA- Movimento dos Pequenos AgricultoresMST- Movimento dos Trabalha-dores Rurais Sem TerraDCE – Diretório Central dos Aca-dêmicos da Universidade Federal da Fronteira Sul – Laranjeiras do Sul;APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do ParanáFETAEP – Federação dos Trabal-hadores na Agricultura do Estado do ParanáCRESOL – Cooperativas de Cré-dito Rural com Interação SolidáriaCREHNOR – Sistema de Coope-rativas de Crédito RuralCOOPERJUNHO – Cooperativas dos Produtores do Assentamento 8 de JunhoSindicato dos Trabalhadores Ru-raisComunidade Indigena

O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas cidades.

Foto: Geani Paula