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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação Trabalho de Conclusão Avaliação dos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental na zona de amortecimento do Parque Estadual Restinga de Bertioga (SP) e propostas de diretrizes para elaboração e monitoramento de projetos de restauração em floresta alta de restinga. Priscila Costa Carvalho Rio de Janeiro 2014

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de Conservação

Trabalho de Conclusão

Avaliação dos Termos de Compromisso de Recuperação

Ambiental na zona de amortecimento do Parque Estadual

Restinga de Bertioga (SP) e propostas de diretrizes para

elaboração e monitoramento de projetos de restauração em

floresta alta de restinga.

Priscila Costa Carvalho

Rio de Janeiro

2014

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de Conservação

Avaliação dos Termos de Compromisso de Recuperação

Ambiental na zona de amortecimento do Parque Estadual

Restinga de Bertioga (SP) e propostas de diretrizes para

elaboração e monitoramento de projetos de restauração em

floresta alta de restinga.

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa de

Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades

de Conservação da Escola Nacional de Botânica

Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Mestre em Biodiversidade em

Unidades de Conservação.

Orientador: Prof. Luiz Fernando D. de Moraes

Rio de Janeiro

2014

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Folha de aprovação

Avaliação dos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental na

zona de amortecimento do Parque Estadual Restinga de Bertioga (SP) e

propostas de diretrizes para elaboração e monitoramento de projetos de

restauração em floresta alta de restinga.

Priscila Costa Carvalho

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa de Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de Conservação da Escola Nacional de Botânica

Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Biodiversidade em

Unidades de Conservação.

Aprovado por:

Prof. Dr. Luiz Fernando Duarte de Moraes (Orientador) ______________________

Prof. Dr. Bruno Coutinho Kurtz ______________________

Prof. Dr. Luiz Roberto Zamith ______________________

Em 24/03/ 2014

Rio de Janeiro

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

Carvalho, Priscila Costa.

C331a Avaliação dos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental na zona de amortecimento do

Parque Estadual Restinga de Bertioga (SP) e propostas de diretrizes para elaboração e

monitoramento de projetos de restauração em floresta alta de restinga./Priscila Costa Carvalho. –

Rio de Janeiro, 2014.

xv, 111f. : il. 28cm.

Trabalho de conclusão (Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de

Conservação) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de

Botânica Tropical, 2014.

Orientador: Luiz Fernando Duarte de Moraes.

Bibliografia.

1.Recuperação ambiental. 2. Restauração ambiental. 3. Restinga. 4. Parque Estadual Restinga

de Bertioga (SP). I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 577.3

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha mãe-pai, Fátima, que tanto amo e que me

criou com amor, carinho, respeito e sempre me encorajou a

superar os obstáculos nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Expresso os meus sinceros agradecimentos primeiramente a Deus pela existência e pela

força nos momentos difíceis e pela alegria nos momentos felizes. À minha família, Rafael, Lucilia,

Paulinho e à batalhadora e meu exemplo, minha mãe.

Agradeço à CETESB por ter possibilitado cursar e desenvolver o meu mestrado com a

liberação de horas para cursar as disciplinas. Obrigada Geraldo Amaral, Elizabeth Marques,

Hércules Cerullo pela aprovação da solicitação para cursar a pós-graduação. E com muito carinho

aos meus amigos “cetesbianos” que me apoiaram completamente no desenvolvimento dos meus

estudos: Célia Poeta, Renata Inês, Irene, Queiroz, Jadna, Tiago, Izabel, Marcos Cipriano, Ronald,

Lina, Rojas e Roberto Fernandes. Em especial à Adriana que me apoiou ao máximo no

desenvolvimento da minha pós-graduação.

Obrigada pela atenção e apoio da equipe da Agência Ambiental de Cubatão na separação dos

processos para compor os estudos de caso.

Também agradeço ao apoio do Rogério Leite na indicação prévia de áreas recuperadas no

município.

Agradecida pela atenção de todos docentes, coordenação e apoio administrativo do programa

de pós-graduação do mestrado profissional da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro.

À minha querida amiga Fabiana Capiche pela amizade e apoio emocional e habitacional ao

longo das disciplinas, além da diversão garantida com Paloma, Naitê e Raquel.

Impossível não agradecer as minhas amigas-irmãs Priscila Mello e Izabel Alencar que

mesmo com um continente nos separando fisicamente, elas estiveram junto comigo em todas as

fases da minha vida ao longo dos últimos 15 anos.

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Eu sou muito agradecida a Silvia Sardenberg, pois além de amiga, ela foi um grande

apoio em todos os momentos do desenvolvimento do meu trabalho. Além dos nossos amigos

das duas turmas do programa do mestrado profissional.

Ao meu orientador Luiz Fernando pela sua paciência comigo e por nunca ter desistido de

me estimular a prosseguir. Ao professor Bruno Coutinho pelas contribuições valiosas na avaliação

da minha qualificação.

Este trabalho não teria êxito sem o apoio técnico na saída de campo do Wandir Ribeiro,

Suzana Ehlin Martins e Eliel. Sem vocês nada teria sido tão proveitoso. Além, do apoio que recebi

do Catharino e Sônia Aragaki do Instituto de Botânica na identificação das espécies das exsicatas

coletadas em campo. Muito obrigada pela dedicação das horas para me ajudar. Simplesmente

muito agradecida.

Ao meu marido e amigo, Vagner Farias, pelo seu amor, companheirismo, estímulo e por

tornar a minha vida mais feliz a cada dia.

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RESUMO

Este Trabalho Técnico avalia projetos de plantio de mudas nativas e o monitoramento de áreas de

Floresta Alta de Restinga consideradas recuperadas, no município de Bertioga (SP) e vinculadas

aos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) oriundos de compensação

ambiental em processos de licenciamento ambiental estadual. Os Termos foram estabelecidos em

áreas nas zonas de amortecimentos de Unidades de Conservação, como o Parque Estadual

Restinga de Bertioga. Em pesquisa no órgão ambiental foram identificados 20 TCRA considerados

cumpridos no período de 1998 a 2012, sendo selecionados para avaliação prévia seis casos, por

contemplarem: projeto, avaliação do órgão ambiental e ações de monitoramento. Os documentos

foram analisados e selecionados três TCRA para a saída de campo, considerando projetos com

maiores áreas e com maior número de mudas. No campo foram utilizadas parcelas e linhas para

amostragem dos plantios, para avaliar os seguintes parâmetros: taxa de sobrevivência, altura e

diâmetro a altura do peito de indivíduos plantados; número de estratos, altura do maior estrato,

percentual de cobertura do solo, presença/ausência de serapilheira, número de espécies regionais e

não regionais (exóticas). Após as análises foi possível propor diretrizes de um protocolo específico

para o monitoramento de projetos de restauração em restinga, no âmbito do licenciamento

ambiental. O uso de protocolo visa também a gerar dados e informações para futuramente

identificar quais são os fatores cruciais para o desenvolvimento do ecossistema, além de destacar a

necessidade de o órgão ambiental considerar os ecossistemas de referência, que no presente caso

foi representado pelo Parque Estadual Restinga de Bertioga. Assim, conclui-se pela possibilidade

de estabelecer critérios e parâmetros para avaliar projetos de restauração ecológica da floresta alta

de restinga.

Palavras – chave: Recuperação ambiental, Restauração ambiental, Restinga, Parque Estadual

Restinga de Bertioga.

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ABSTRACT

This work aims to evaluate restoration projects in Restinga High Forest zones, which involves the

planting of native seedlings in Bertioga (Sao Paulo, Brazil). These projects are associated to

Environmental Recovery Commitments originated by state licensing processes requiring

environmental compensation. These Commitment acts have been assigned to Conservation Unity

buffer zones, like Restinga de Bertioga State Park. A research at the environmental agency showed

that 20 Commitment Acts assigned from 1998 to 2012were considered to be fulfilled. Six out of

these were selected for a preliminary review, as they included the project itself, the appraisal from

the environmental agency, and monitoring activities proposed. All these documents were evaluated

and three projects, with larger areas and higher number of seedlings, were selected for field trips.

Field evaluation involved sampling in plots and lines, in order to evaluate the following

parameters: rate of surviving, height, and diameter at breast height of planted individuals,

percentage of soil covered, presence/absence of leaf litter, number of regional and exotic species.

After the analysis, it was possible to suggest guidelines for a specific protocol to monitore projects

within environmental licensing. The protocol proposal aims to generate data and information

which will enable the identification of critical factors for forest development, besides highlighting

the need for the environmental agency to consider reference ecosystems, like the Restinga de

Bertioga State Park. Finally, there is an understating that it is possible to establish criteria and

parameters to evaluate ecological restoration projects for Restinga high forests.

Keywords: Environmental recovery, Environmental restoration, Restinga, State Park Restinga

Bertioga.

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................................ viii

ABSTRACT ...................................................................................................................................... ix

Lista de tabelas .................................................................................................................................. xi

Lista de figuras ................................................................................................................................ xiv

Lista de siglas ................................................................................................................................. xvii

1. Introdução ................................................................................................................................... 1

2. Metodologia .............................................................................................................................. 10

3. Resultados e Discussão ............................................................................................................. 14

3.1 Conceito de recuperação e restauração no licenciamento ambiental ..................................... 14

3.2 Análise dos projetos e TCRA ................................................................................................. 19

3.2.1 TCRA não contemplados com avaliação de campo ........................................................ 25

3.2.1.1 TCRA 02/02 .................................................................................................................. 25

3.2.1.2 TCRA 1471/07 .............................................................................................................. 26

3.2.1.3 TCRA 07/05 .................................................................................................................. 27

3.1.2 TCRA contemplados com avaliação de campo ............................................................... 27

3.2.2.1 TCRA 12695/09 ............................................................................................................ 28

3.2.2.2 TCRA 82837/08 ............................................................................................................ 30

3.2.2.3 TCRA 02/07 .................................................................................................................. 31

3.3 Análise sintética em relação ao monitoramento ..................................................................... 34

3.4 Respostas às perguntas do Trabalho ....................................................................................... 34

3.5 Proposta de Protocolo ............................................................................................................. 37

4. Comentários Finais ................................................................................................................... 40

5. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 43

ANEXO I: Processo SMA 88.133/99 – Claudemir Modesto Gil .................................................... 46

ANEXO II: Processo SMA 74.077/07 – Serviço Social do Comércio - SESC ............................... 51

ANEXO III: Processo 77.078/2004 – Associação Amigos de Guaratuba ....................................... 60

ANEXO IV: Processo 19.525/08 – City Mar Imóveis S/C Ltda ..................................................... 68

ANEXO V: Processo 74.157/07 - Praias Paulistas S/A ................................................................... 75

ANEXO VI: Processo 74.092/06 – Empresa Praias Paulistas ......................................................... 84

ANEXO VII: Processo 19.525/08 – City Mar Imóveis S/C Ltda – Saída de Campo - TCRA

12.695/09 .......................................................................................................................................... 89

ANEXO VIII: Processo 74.157/07 - Praias Paulistas S/A - Saída de Campo - TCRA 82.837/08 .. 92

ANEXO IX: Processo 74.092/06 – Empresa Praias Paulistas - Saída de Campo - TCRA 02/07 . 102

ANEXO X: Tabela de espécies pertencentes à vegetação de restinga........................................... 117

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Lista de tabelas

Tabela 1. Lista de processos de licenciamento ambiental com os seus respectivos TCRA

selecionados para compor as áreas de estudos. ................................................................................ 11

Tabela 2. TCRA selecionados para a avaliação de campo. ............................................................. 12

Tabela 3. Síntese das informações dos projetos que compõem os TCRA selecionados no

município de Bertioga, SP. .............................................................................................................. 20

Tabela 4. Quantificação de espécies propostas nos projetos e as efetivamente plantadas conforme

os relatórios de monitoramento. ....................................................................................................... 24

Tabela 5. Comparação da quantidade de espécies não previstas nos projetos e apresentadas nos

relatórios de monitoramento. ........................................................................................................... 25

Tabela 6. Quantificação do número de estratos e sua maior altura; cobertura do solo por espécies

herbáceas invasoras e dominantes; e cobertura de serapilheira das áreas dos TCRA verificados em

campo. .............................................................................................................................................. 28

Tabela 7. Valores mínimos, máximos e médios da altura, CAP, e projeção de copa dos indivíduos

plantados nas parcelas 1, 2 e 3 na área do TCRA 82837/08. ........................................................... 30

Tabela 8. Quantificação dos regenerantes de altura superior a 50 cm nas parcelas 1, 2 e 3 na área

do TCRA 82837/08. ......................................................................................................................... 31

Tabela 9. Valores mínimos, máximos e médios da altura, CAP e projeção de copa dos indivíduos

plantados nas linhas 1 a 10 na área do TCRA 02/07. ...................................................................... 32

Tabela 10. Quantificação dos regenerantes com altura superior a 50 cm nas parcelas 1 a 10 na área

do TCRA 02/07. ............................................................................................................................... 33

Tabela 11. Listagem de espécies arbóreas propostas para o plantio na área verde do

empreendimento Residencial Estoril, Bertioga, SP. ........................................................................ 47

Tabela 12. Listagem de espécies arbóreas propostas para o plantio para a área entre a Av.

Anchieta e a Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP). ...................................... 53

Tabela 13. Listagem de espécies utilizadas no plantio na área vinculada ao TCRA 1471/07. ....... 55

Tabela 14. Listagem das espécies arbóreas que não vingaram no campo e suas respectivas

substitutas na área do TCRA1471/07. .............................................................................................. 57

Tabela 15. Lista de espécies arbóreas sugeridas para o plantio na área do acesso a Quadra U do

Loteamento Guaratuba II, Bertioga (SP). ........................................................................................ 61

Tabela 16. Lista de espécies plantadas na Área 1 apresentadas pelo interessado vinculada ao

TCRA 07/05. .................................................................................................................................... 65

Tabela 17. Listagem de espécies contempladas no projeto para a área dos lotes 32 a 36 do

loteamento Parque José Vergara, Bertioga (SP). ............................................................................. 69

Tabela 18. Mudas adquiridas para o plantio nos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José Vergara,

Bertioga (SP). ................................................................................................................................... 72

Tabela 19. Atividades realizadas para o plantio e manutenção na área do TCRA 12.695/09. ....... 72

Tabela 20. Listagem de espécies arbóreas proposta para o plantio área do acesso do loteamento

Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ......................................................................................... 76

Tabela 21. Lista de espécies efetivamente plantadas na área vinculada ao TCRA 82.837/08........ 79

Tabela 22. Relação de espécies e quantidade de indivíduos mortos na área do TCRA 82.837/08. 82

Tabela 23. Listagem de espécies proposta para o plantio na margem esquerda do rio Itapanhaú,

Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). .................................................................................. 85

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Tabela 24. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 1 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ................................ 93

Tabela 25. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 2 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ................................ 95

Tabela 26. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 3 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ................................ 96

Tabela 27. Levantamento dos regenerantes na parcela 1 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no

acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ...................................................... 97

Tabela 28. Levantamento dos regenerantes na parcela 2 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no

acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ...................................................... 97

Tabela 29. Levantamento dos regenerantes na parcela 3 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no

acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ...................................................... 98

Tabela 30. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 1 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 103

Tabela 31. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 2 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 104

Tabela 32. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 3 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 104

Tabela 33. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 4 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 105

Tabela 34. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 5 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 105

Tabela 35. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 6 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 106

Tabela 36. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 7 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 106

Tabela 37. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 8 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 107

Tabela 38. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 9 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 107

Tabela 39. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 10 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 108

Tabela 40. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 1 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 109

Tabela 41. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 2 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 109

Tabela 42. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 3 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 109

Tabela 43. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 4 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 110

Tabela 44. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 5 da área vinculada aoTCRA 02/07

na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). .................. 110

Tabela 45. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 6 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 111

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Tabela 46. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 7 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 111

Tabela 47. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 8 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 111

Tabela 48. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 9 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 112

Tabela 49. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 10 da área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 112

Tabela 50. Compilação de listas de espécies indicadas como pertencentes à vegetação de restinga

contemplando as famílias e os nomes científicos. ......................................................................... 117

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Lista de figuras

Figura 1. Localização do município de Bertioga no Estado de São Paulo. ...................................... 3

Figura 2. Localização das três glebas que compõem o Parque Estadual Restinga de Bertioga, São

Paulo. .................................................................................................................................................. 7

Figura 3. Localização dos 6 TCRA que compõem os estudos de caso e destaque aos 3 TCRA

avaliados em campo no município de Bertioga, SP. ........................................................................ 19

Figura 4. a) Área do empreendimento Residencial Estoril, Rua Manoel Gajo, 2567, Bertioga, SP.

b) Destaque para a área da rotátoria incluída na área verde contemplada no projeto de recuperação

vinculada ao TCRA 02/02. ............................................................................................................... 46

Figura 5. Modelo sucessional de plantio no projeto de recuperação para a área verde do

empreendimento Residencial Estoril na Rua Manoel Gajo, 2567, Bertioga, SP. ............................ 47

Figura 6. a) Localização da área proposta para recompor entre a Av. Anchieta e a Rodovia Rio

Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP). b) Destaque para a área a recompor proposta no

projeto de recuperação vinculada ao TCRA 1471/07. ..................................................................... 51

Figura 7. Esquema do espaçamento do plantio previsto no projeto para a área localizada entre a

Av. Anchieta e a Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP). ............................... 52

Figura 8. a) Fotos do relatório de monitoramento referente ao plantio entre a Av. Anchieta e a

Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga, SP. b) Destaque para o tutor e fitilho

utilizado no plantio das mudas. ........................................................................................................ 56

Figura 9. Foto apresentada no relatório de monitoramento em que o órgão considerou o TCRA

1471/07 cumprido. ........................................................................................................................... 59

Figura 10. Local proposto de plantio na área do acesso a Quadra U do Loteamento Guaratuba II,

Bertioga (SP). ................................................................................................................................... 60

Figura 11. Local proposto para o plantio de 43 mudas de espécies arbóreas nativas na área verde

do loteamento Guaratuba II, Bertioga, SP. ...................................................................................... 63

Figura 12. Indicação da localização das 3 áreas atreladas ao TCRA 07/05 no loteamento

Guaratuba II, Bertioga, (SP). ........................................................................................................... 65

Figura 13. a) Localização da área proposta para o plantio, lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). b) Destaque de trecho degradado da área vinculada ao TCRA

12.695/2009. ..................................................................................................................................... 71

Figura 15. Plantio vinculado ao TCRA 82.837/08 realizado no trevo de acesso do loteamento

Riviera de São Lourenço, Bertioga, SP. ........................................................................................... 79

Figura 17. Foto do relatório de monitoramento do plantio na área vinculada ao TCRA 02/07. .... 87

Figura 18. Localização do TCRA 12695/09 na área dos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). .................................................................................................................... 89

Figura 19: a) Área do TCRA 12695/09 referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). b) Local com cerca de divisa deteriorada e presença significativa de

Licopodium e samambaia de barranco na entrada na área, respectivamente. .................................. 90

Figura 20: a) Área do TCRA 12695/09 referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). b) Local do plantio com presença de indivíduos renascentes de

Enterolobium contortosiliquum (tamboril) e trechos com predomínio de Tibouchina clavata. ...... 90

Figura 21 : Partes da área do TCRA 12695/09, referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque

José Vergara, Bertioga (SP), que foram queimadas irregularmente em novembro de 2013. .......... 91

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Figura 22: A área destinada ao plantio no TCRA 12695/09 é predominantemente formada por

afloramentos rochosos. ..................................................................................................................... 91

Figura 23: Presença da placa de identificação da área vinculada ao TCRA 12695/09. ................. 91

Figura 25: Trecho na borda da parcela 1 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). ...................................................................... 98

Figura 26: Dossel menos aberto com predomínio de ingás na parcela 1 da área vinculada ao

TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). .................... 98

Figura 27: a) Plantio orgânico vinculado ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de

São Lourenço, Bertioga (SP), não há espaçamento definido. b)Destaque para o indivíduo plantado

de Syagrus romanzoffiana (jerivá) na parcela 1. .............................................................................. 99

Figura 28: a) Na parcela 1 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) há presença de umidade. b) Há vários trechos e de grama nativa.

99

Figura 29: a) Na parcela 2 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se presença de serapilheira com predomínio de folhas de

ingá e coco da bahia. b) Dossel aberto com predomínio de Inga laurina (ingá-mirim). ................. 99

Figura 30: a) Na parcela 2 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se solo turfoso. b) Vegetação nativa em regeneração. . 100

Figura 31: Na parcela 3 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se a presença de clareira em trechos da área de plantio.

100

Figura 32: a) Na parcela 3 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se predomínio de regenerantes com menos de 50 cm de

altura. b) Há acúmulo de umidade em vários trechos. ................................................................... 100

Figura 33: Faixa de aproximadamente 30 metros vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP) destinada na planta do projeto aprovado para o

plantio. ............................................................................................................................................ 101

Figura 34. Delimitação aproximada da área do TCRA 02/07 para plantio na margem esquerda do

rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´), e indicação da localização das 10

linhas amostrais. ............................................................................................................................. 102

Figura 35: Linha 1 e parcela 1 amostradas para plantio e regeneração natural, respectivamente na

área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´

e 46 02´59.67´´). ............................................................................................................................. 114

Figura 36: Linha 2 e parcela 2 amostradas para plantio e regeneração natural, respectivamente na

área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´

e 46 02´59.67´´). ............................................................................................................................. 114

Figura 37: Solo menos úmido nas áreas da linhas 1 a 3 comparando com as demais linhas de

amostragem na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP

(23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ...................................................................................................... 114

Figura 38: A partir da linha 4 há predomínio de trechos encharcados na área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ........ 114

Figura 39: Linha 4 com predomínio de Calophyllum brasiliense (guanandi) na área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

115

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Figura 40: Linha 5, área aberta e solo encharcado. na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem

esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ..................................... 115

Figura 41: Presença de espécie de anuro e brómelia em desenvolvimento na Linha 5 na área

vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´). .................................................................................................................................... 115

Figura 42: Linhas 6 e 7 há presença de bromélia e denvolvimento de liquens e musgos na área

vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´). .................................................................................................................................... 115

Figura43: Linha 8 e 9, rectivamente na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio

Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ............................................................... 116

Figura 44: Linha 10 e presença de Euterpe edulis morta na área vinculada ao TCRA 02/07 na

margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). ....................... 116

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Lista de siglas

ACP Ação Civil Pública

AIA Auto de Infração Ambiental

APP Área de Preservação Permanente

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

CAP Circuferência da Altura do Peito

CETESB Companhia Ambiental Paulista

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

DAP Diamêtro da Altura do Peito

DEPRN Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais

ETSA Equipe Técnica de Santos

GRAPROHAB Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do

Estado de São Paulo

NTCB Núcleo Técnico de Cubatão

NP Não-pioneiras

PI Pioneiras

PERB Parque Estadual Restinga de Bertioga

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SER Society for Ecological Restoration

SIGAM Sistema Integrado de Gestão Ambiental

SMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente

TCRA Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

UC Unidade de Conservação

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1

1. Introdução

A Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical da América do Sul. É

extremamente heterogênea, com níveis excepcionais de endemismo, o que a torna uma das

unidades biogeográficas mais marcante em toda a região Neotropical. Porém, a sua

cobertura florestal no Brasil está reduzida a aproximadamente 12% de sua extensão

original, incluindo áreas em regeneração e florestas degradadas, que são em sua maioria

espalhadas em pequenos fragmentos. Como resultado, muitas espécies se encontram

ameaçadas de extinção em escala local, regional e global. Neste contexto, a região da Mata

Atlântica é um dos hotspots mais significativos do mundo para a biodiversidade e

conservação (Ribeiro et al., 2011).

A Lei Federal 11.428 de 2006 dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação

nativa do Bioma Mata Atlântica, e considera como deste Bioma as seguintes formações

florestais nativas e ecossistemas associados: “Floresta Ombrófila Densa; Floresta

Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila

Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os

manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves

florestais do Nordeste” (grifo nosso).

O Estado de São Paulo, por meio do Instituto Florestal, em 2010, publicou em seu

site um mapeamento denominado “Inventário Florestal da Vegetação Nativa do Estado de

São Paulo” com a quantificação da vegetação nativa. Para tal, foram utilizados satélites de

alta resolução, o que proporcionou um quantitativo de 17,5% do território paulista

possuindo vegetação nativa primária1 e∕ou secundária

2.

Conforme observado no mapeamento supramencionado, o Estado de São Paulo

apresenta dois biomas, Cerrado e Mata Atlântica, sendo o predomínio em área deste

1 Vegetação primária é a máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das

ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura

e de espécies, conforme Resolução CONAMA 417/09.

2 Vegetação secundária é resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da

vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer espécies remanescentes da

vegetação primária, conforme Resolução CONAMA 417/09.

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2

último. As fisionomias encontradas de Mata Atlântica no Estado são: Floresta Estacional,

Ombrófila, Campos, Restinga e Manguezal.

Segundo Lacerda et al., 1982 a diversidade de ambientes ao longo das planícies

arenosas do litoral brasileiro suporta uma vegetação com características distintas entre si,

no que se reflete em fisionomias vegetacionais complexas e dinâmicas. A deposição de

areia pelo mar, as tempestades, as correntes litorâneas e os ventos modelaram uma

topografia complexa e diversificada que pode assumir a forma de altas barreiras que

bloqueiam a foz dos rios ou separam lagunas do mar, de dunas móveis ou ainda de

planícies de cordões arenosos de relevo pouco acidentado. Esses depósitos arenosos são

em geral cobertos por vegetação muito diversificada, e a esse conjunto de formações

geomorfológicas e as diferentes comunidades biológicas.

No Estado de São Paulo composta por vegetação de praias e dunas, vegetação sobre

cordões arenosos e vegetação associada às depressões em geral vinculadas à presença de

umidade. De acordo com Lopes (2007) neste mosaico de tipos vegetacionais há poucas

plantas endêmicas, sendo que a maioria é comum às outras formações vegetais da Mata

Atlântica. Porém, somente plantas com adaptações conseguem desenvolver-se próximo à

praia, devido à alta salinidade, ao aquecimento do solo arenoso por exposição direta ao sol,

à drenagem rápida das águas pluviais, a falta de matéria orgânica depositada no solo e a

alta mobilidade das areias causada pelas ações do vento.

O conceito e classificação da vegetação de restinga no Estado de São Paulo são

determinados na Resolução CONAMA 07/96. A referida norma define que a “vegetação

de restinga é representada pelo conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente

distintas, sob influência marinha e fluviomarinha, possuindo as seguintes formações:

praias e dunas, escrube, floresta baixa de restinga, floresta alta de restinga, floresta

paludosa, floresta paludosa sobre substrato turfoso, vegetação entre cordões arenosos,

brejo de restinga e floresta de transição restinga-encosta”.

Na resolução supramencionada destaca que a vegetação de restinga é um

ecossistema frágil em função do substrato que não favorece o estabelecimento inicial da

vegetação, por exemplo: dessecação, umidade excessiva e ausência de nutrientes. O corte

da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte e diversidade menores,

onde algumas espécies passam a predominar (Brasil, 1996). Conforme Pardi (2007) é

importante acumular conhecimentos e resultados de experimentos realizados neste

ecossistema, pois a conservação, a ocupação e o manejo deste precisam ser ordenados.

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3

Neste contexto, destaca-se o município de Bertioga, no litoral central do Estado de

São Paulo (Figura 1). Segundo Martins et al. (2008), o município apresenta grandes

extensões de restingas ainda preservadas, com reduzido número de coletas de material

botânico. Porém, está ocorrendo a supressão da vegetação nativa deste tipo de ambiente,

por pressão de empreendimentos do ramo imobiliário e outras intervenções antrópicas

(Lopes, 2007). Assim, conforme Martins et al. (2008), torna-se urgente a compilação de

dados que subsidiem estratégias conservacionistas.

Figura 1. Localização do município de Bertioga no Estado de São Paulo.

Destaca-se uma maior pressão antrópica na Floresta Alta de Restinga, vegetação

predominante no município. Segundo Martins et al. (2008), na região de Bertioga a

vegetação de praias é restrita a poucas áreas sem erosão praial. As fisionomias de Dunas,

Brejo de Restinga e Floresta Paludosa ocorrem em áreas reduzidas. A Floresta Baixa de

Restinga desenvolve-se em faixa estreita paralela ao mar e às áreas ocupadas por vegetação

entre cordões.

A Floresta Alta de Restinga, conforme a Resolução CONAMA 07/96 define a

seguinte estrutura3:

3 Os nomes científicos e populares das espécies que constam na Resolução CONAMA 07/96 foram

transcritos na íntegra, a atualização nomenclatural está subsequente e consta entre parênteses.

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4

a) fisionomia arbórea com dossel fechado;

b) estrato predominante arbóreo;

c) altura variando entre 10 e 15 metros, sendo que as emergentes podem atingir 20

metros. Amplitude diamétrica mediana variando de 12 a 25 centímetros, com algumas

plantas podendo ultrapassar 40 centímetros;

d) alta diversidade e quantidade de epífitas. Possível ocorrência de Clusia criuva

(Clusia criuva Cambess) como hemi-epífita, aráceas (Phillodendron sp., Monstera sp.),

bromeliáceas (Vriesea sp., Aechmea sp., Billbergia sp.), orquidáceas (Epidendrum sp.,

Phymatidium sp., Octomeria sp., Pleurothallis sp., Maxillaria sp.), samambaias

(Asplenium sp., Vittaria sp., Polypodium sp., Microgramma vaccinifolia (Microgramma

vaccinifolia Langsd. & Fisch.), briófitas e líquens;

e) significativa quantidade de trepadeiras: Asplundia rivularis (Asplundia rivularis

(Lindm.) Harling ); Smilax sp.;

f) espessa camada de húmus e serapilheira, sendo esta variável de acordo com a

época do ano;

g) subosque presente: plantas jovens do estrato arbóreo, arbustos como: Weinmannia

paulliniifolia (Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser.), pinta-noiva (Ternstroemia

brasiliensis (Ternstroemia brasiliensis Cambess.)), Erythroxylum sp., Amaioua intermedia

(Amaioua intermedia Mart. ex Schult. & Schult.f), fetos arborescentes (Trichipteris

atrovirens (Trichipteris atrovirens (Langsd. & Fisch) Tryon)), guaricangas (Geonoma sp.)

e tucum (Bactris setosa (Bactris setosa Mart.), poucas plantas no estrato herbáceo;

h) grande diversidade de espécies, sendo que no estrato arbóreo há dominância de:

mirtáceas, lauráceas (Ocotea sp.), guanandi (Calophyllum brasiliense (Calophyllum

brasiliense Cambess.)), caúna (Ilex sp.) mandioqueira (Didymopanax sp.), Pera glabrata

(Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.), palmito ou juçara (Euterpe edulis (Euterpe

edulis Mart.), indaiá (Attalea dúbia (Attalea dúbia (Mart.) Burret));

i) espécies indicadoras: Clusia criuva (Clusia criuva Cambess), canelinha-do-brejo

(Ocotea pulchella (Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez.)), guanandi (Calophyllum

brasiliense (Calophyllum brasiliense Cambess.)), Psidium cattleyanum (Psidium

cattleianum Sabine), guaricanga (Geonoma schottiana (Geonoma schottiana Mart.)),

palmito ou juçara (Euterpe edulis (Euterpe edulis Mart.));

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j) substrato arenoso de origem predominantemente marinha, podendo haver

deposição de areia e argila de origem continental, ocorrendo inundações ocasionais em

determinadas áreas. pH ácido (em torno de 3);

l) endemismos não conhecidos;

m) fauna: - aves: guaxe (Cacicus haemorrhous) choquinha (Myrmotherula unicolor)

jaó do litoral (Crypturellus noctivagus) cricrió (Carponis melanocephalus), papagaio-de-

cara-roxa (Amazona brasiliensis), saracura-três-potes (Aramides cajanea); - mamíferos:

mico-leão-caiçara (Leontopithecus caissara), queixada (Tayassu pecari), bugio (Alouatta

fusca), mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides).

Para a caracterização florística das comunidades de restinga em Bertioga, Martins et

al. (2008) destacam que a classificação adotada na Resolução CONAMA 07/96 não

abrange todas as fisionomias encontradas na região, ocorrendo diferenças no padrão

florístico (espécies predominantes), na caracterização do substrato (presença de turfa,

espessura da camada de serapilheira) e regime de inundação. Essas diferenças foram

verificadas na Floresta Alta de Restinga, com pequenas diferenças na composição florística

e também na espessura da camada de serapilheira, além do regime de inundação, que é

temporário, e da ausência de turfeiras. Assim, para o trabalho de Martins et al. (2008) foi

adotada a denominação preliminar de Floresta Alta de Restinga Úmida.

No licenciamento ambiental, o órgão ambiental utiliza a terminologia de Floresta

Alta de Restinga, prevista na Resolução CONAMA 07/96. A diferenciação para Floresta

Alta de Restinga Úmida não altera a condução do processo de licenciamento pela

legislação ambiental vigente.

O estudo de Martins et al. (2008) a área de Floresta Alta de Restinga ocupa grande

parte do município de Bertioga, e foi caracterizada como uma formação florestal

predominantemente arbórea com dossel fechado, sobre substrato arenoso escuro devido à

presença de matéria orgânica até cerca 45 cm de profundidade. Apresenta uma camada

delgada de serapilheira (menos que 1 cm de espessura), recobrindo uma trama de raízes

superficiais. O terreno, embora geralmente não inundável, apresenta depressões inundáveis

durante o período chuvoso. O dossel tem 15 a 18 m de altura, com árvores emergentes que

podem atingir até 25 m.

No estudo de supracitado também identificou que os estratos são bem definidos e

possuem grande quantidade e riqueza de epífitas, representadas principalmente por

orquidáceas, bromeliáceas e aráceas. A Floresta Alta de Restinga apresenta grande riqueza

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florística, totalizando 301 espécies, das quais as formas biológicas predominantes em

número de espécies são as arbóreas, com 40% do total, herbáceas com 20% e epífitas 19%.

O dossel é formado principalmente por Heisteria silvianii Schwacke, Humiriastrum

dentatum (Casar.) Cuatrec., Licania nítida Hook. f., Maprounea guianensis Aubl.,

Nectandra oppositifolia Nees, Ocotea aciphylla (Nees) Mez, Ocotea teleiandra (Meisn.)

Mez, Schefflera angustissima (Marchal) Frodin, e Xylopia brasiliensis Spreng. Entre as

emergentes, destacam-se Manilkara subsericea (Mart.) Dubard, Balizia pedicellaris (DC.)

Barneby, Syagrus pseudococos (Raddi) Glassman e Eriotheca pentaphylla (Vell.) A.

Robyns. No estrato médio foram identificadas, como muito frequentes, as mirtáceas, tais

como: Eugenia oblongata O. Berg, Eugenia riedeliana O. Berg, Eugenia sulcata Spring e

Eugenia velutiflora Kiaersk.. O estrato herbáceo é composto principalmente por

bromeliáceas. Os autores constataram que a Floresta Alta de Restinga em Bertioga

apresenta composição do dossel variável, muitas vezes havendo dominância de uma ou

outra espécie.

O município de Bertioga inclui parte do Parque Estadual da Serra do Mar e

respectivamente a zona de amortecimento5 da referida Unidade de Conservação - UC.

Recentemente, foi criada no município a Unidade de Conservação de Proteção Integral,

Parque Estadual Restinga de Bertioga, por meio do Decreto Estadual 56.500, de 09 de

dezembro de 2010, com uma área de 9.312,32 ha (Figura 2). Essa UC possui como

objetivo a proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e do corredor biológico entre

os ambientes marinho – costeiro, a restinga e a Serra do Mar, formando um conjunto

biológico para garantir a perpetuidade dos seus processos ecológicos e fluxos gênicos, bem

como a realização do ecoturismo, lazer e a educação ambiental. A área é administrada pela

Fundação Florestal do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria do Estado de Meio

Ambiente.

Porém, conforme a legislação ambiental vigente é possível solicitar autorização de

supressão de vegetação nativa dentro ou fora de UC. No Estado de São Paulo, a emissão de

autorização até agosto de 2009 era de responsabilidade do Departamento Estadual de

Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN). Após esta data, este órgão foi extinto e a

competência passou a ser da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).

5 Zona de amortecimento é o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão

sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a

unidade (Brasil, 2000).

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Figura 2. Localização das três glebas que compõem o Parque Estadual Restinga de

Bertioga, São Paulo.

No licenciamento ambiental, a autorização de supressão de vegetação nativa está

sempre atrelada a uma compensação ambiental, prevista no artigo 17 da Lei Federal

11.428/06, regulamentada pelo artigo 26 do Decreto Federal 6.660/08. A compensação

ambiental pode ser instituída por meio de apresentação de área coberta com vegetação

nativa ou em área degradada para ser recuperada. Caso seja apresentada a segunda opção, o

empreendedor deve apresentar um projeto de recuperação elaborado por profissional

habilitado. Após a aprovação do projeto pelo órgão ambiental, o empreendedor deve

assinar um documento denominado Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

(TCRA), que formaliza as medidas a serem executadas visando à recuperação da vegetação

nativa, bem como ao estabelecimento de prazos e monitoramento.

Os TCRA no município de Bertioga com a finalidade de estabelecer uma floresta alta

de restinga são oriundos de compensação ambiental. Nos processos de licenciamento

ambiental há hegemonia da utilização do termo “recuperação” em detrimento do termo

“restauração”, porque o termo “recuperação” é o que está presente na legislação ambiental.

A Resolução SMA 21 de 2001 mencionou o termo recuperação, porém sem defini-lo.

Posteriormente em 2003 a Resolução SMA 47 constava que o que o objetivo final de sua

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aplicação era a recuperação da floresta, mas também não definia este conceito. A definição

veio expressa apenas em 2006 com a publicação da Resolução SMA 58, que determinava:

“Recuperação florestal como restituição de uma área desflorestada, perturbada ou

degradada à condição de floresta nativa, de acordo com projeto previamente elaborado

de ocupação da área” (grifo nosso). Tal definição permanece a mesma na legislação

vigente, a Resolução SMA 08/08.

A legislação federal que trata de Unidades de Conservação, Lei Federal 9985/00,

apresenta um conceito de restauração como “restituição de um ecossistema ou de uma

população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original”. Tal

conceito de buscar que o ecossistema a ser estabelecido seja o mais próximo da condição

original na dinâmica do licenciamento ambiental ainda não apresenta viabilidade

considerando a legislação vigente, o prazo vinculado aos TCRA de em média 24 meses,

ausência de parâmetros, além das mudas de plantio, para serem monitorados ao longo do

tempo, a operacionalidade no órgão ambiental para acompanhar o monitoramento da área a

ser restaurada (quantidade de funcionários, estrutura de fiscalização, objetivo das

atividades no licenciamento com o foco em análise e finalização de processos vinculados à

emissões de autorizações, indeferimentos e licenças ambientais).

Contudo, conforme Engel & Parrota (2009), o conceito de restauração tem

evoluído. O conceito adotado pela Society for Ecological Restoration (SER) define como

ciência, prática e arte de assistir e manejar a recuperação da integridade ecológica dos

ecossistemas, incluindo um nível mínimo de biodiversidade e de variabilidade na estrutura

e no funcionamento dos processos ecológicos, considerando-se seus valores ecológicos,

econômicos e sociais.

Os referidos autores destacam que, em geral a recuperação apresenta objetivo

limitado (o plantio de mudas) e associado à falta de conhecimento do ecossistema, desta

forma, em longo prazo não se pode garantir a estabilidade de áreas recuperadas. Além, de

que as técnicas de recuperação poderiam estar aliadas à restauração, sendo uma primeira

etapa de reconstrução de comunidade ecologicamente viáveis, desde que outras

preocupações adicionais fossem incluídas, tais como diversidade e composição,

funcionamento e estabilidade no longo prazo.

Atualmente, não há diretrizes específicas na legislação de licenciamento ambiental

para orientar a elaboração de projetos de restauração de vegetação de restinga, o que

dificulta a avaliação dos projetos e do seu monitoramento. Considerando as peculiaridades

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supracitadas desta vegetação, é de suma importância a identificação de parâmetros de

avaliação e monitoramento de projetos de restauração nesse ecossistema. Assim,

pretendeu-se avaliar áreas utilizadas como compensação ambiental onde se exigiu a

recuperação florestal, sendo os projetos devidamente aprovados e monitorados no processo

de licenciamento ambiental estadual.

Se as técnicas de recuperação específicas para a vegetação de restinga e o seu

monitoramento forem conhecidas e disseminadas, as ações exigidas como condicionantes

do licenciamento ambiental podem restabelecer ou manter os processos ecológicos na zona

de amortecimento das Unidades de Conservação desse ecossistema.

Assim, o presente trabalho busca responder as seguintes perguntas, com base nos

projetos vinculados aos TCRA, porém na ótica da restauração ecológica.

1. A execução do projeto foi conforme a aprovação pelo órgão ambiental?

Quais os motivos?

2. As exigências e o monitoramento do órgão ambiental foram pertinentes e

suficientes?

3. Quais foram às principais interferências negativas e positivas na elaboração

e execução do projeto aprovado?

A partir desta avaliação, pretende-se responder:

a) Quais aspectos técnicos devem ser considerados nos projetos de restauração de

Floresta Alta de Restinga no licenciamento ambiental?

b) Quando e como monitorar o processo de restauração?

c) Quais critérios técnicos devem ser considerados na avaliação da evolução do

processo de restauração para que o órgão ambiental não necessite mais realizar o

acompanhamento?

Desta forma, o presente trabalho propõe elaborar um protocolo de critérios a serem

considerados na avaliação de projeto de restauração de floresta de restinga e no

monitoramento no âmbito do licenciamento ambiental no Estado de São Paulo.

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2. Metodologia

A metodologia utilizada no início do trabalho foi da pesquisa bibliográfica e

documental, incluindo artigos científicos, livros, dissertações, teses e, principalmente, as

leis, decretos e resoluções que normatizam critérios de recuperação ambiental no Estado de

São Paulo.

Posteriormente, foram pesquisados Termos de Compromisso de Recuperação

Ambiental (TCRA) atrelados aos processos de licenciamento ambiental no município de

Bertioga, no Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGAM)6. Na referida pesquisa

foram encontrados 58 TCRA no período de 1998 a 2012. Destes, apenas 20 estão

registrados no sistema como Termos cumpridos e por isso se encontravam arquivados, os

demais 38 processos estavam registrados como em análise, aguardando complementos de

documentos, aguardando cumprimento de TCRA ou sem informação.

Os 20 processos foram desarquivados e em uma pré-análise foi possível selecionar

6 processos, que constam na Tabela 1. Os demais 14 processos não possuíam documentos

elencados para compor o estudo de caso e/ou se tratavam de recuperações paisagísticas.

Ainda havia casos em que no SIGAM foi considerado Termo Cumprido, porém no

processo físico consta ainda pendente o prazo de monitoramento.

Nos processos selecionados foram avaliados os seguintes: 1) o projeto de

restauração; 2) a avaliação do projeto pelo órgão ambiental; 3) as exigências firmadas pelo

Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental; e 4) o monitoramento do responsável

e do órgão ambiental.

6 SIGAM trata-se de um sistema eletrônico para registrar, controlar e fornecer informações operacionais e

gerenciais sobre processos de licenciamento, autos de infração ambiental, documentos relacionados às

atividades da Secretaria do Meio Ambiente e seus órgão vinculados, com acesso restrito aos funcionários das

entidades ambientais estaduais.

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Tabela 1. Lista de processos de licenciamento ambiental com os seus respectivos TCRA

selecionados para compor as áreas de estudos.

n

Processo/Ano Interessado TCRA

Área (m2)

comprometida

Mudas

comprometidas

1 88133/1999 Claudemir Modesto Gil 02/2002 970 162

2 74077/2007 SESC 1471/2007 480 174

3 77078/2004

Associação de Amigos

de Guaratuba 07/2005 1.150 223

4 19525/2008 City Mar Imóveis 12695/2009 9.821 1.500

5 74157/2007 Praias Paulistas S/A 82837/2008 2.703 450

6 74092/2006 Empresa Praias Paulistas 02/2007 8.750 1.600

TOTAL 23.874 4.109

As áreas selecionadas para compor os estudos de caso tiveram seu plantio efetuado

há 11 anos, no máximo, e quatro anos, no mínimo. Na Tabela 1 é possível observar que os

anos de implantação são próximos, assim, desta forma é possível estabelecer réplicas mais

próximas para avaliação da condução dos projetos e monitoramentos.

As informações obtidas nos processos de licenciamento foram organizadas na

seguinte ordem para facilitar a compreensão: histórico do processo, projeto de restauração,

avaliação do projeto pelo órgão ambiental, exigências firmadas pelo Termo de

Compromisso de Recuperação Ambiental e Monitoramento. Todas estas informações

encontram-se nos Anexos I ao VI.

Cabe destacar que todas as informações, tabelas, nomes científicos e populares das

espécies arbóreas apresentadas nos Anexos I a VI constam nos processos de licenciamento

ambiental e foram transcritos na íntegra, não havendo correções e atualização

nomenclatural.

A fim de verificar se há conformidade entre o que foi aprovado pelo órgão

ambiental e o que está informado nos relatórios de monitoramento, foi feita uma primeira

avaliação comparando as ações de restauração propostas pelo projeto aprovado e os

resultados apontados pelos relatórios de monitoramento.

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Em um segundo momento foi realizada uma visita expedita de campo, para

avaliação dos resultados de três TCRA que apresentaram a maior quantidade de mudas a

plantar (Tabela 2).

Tabela 2. TCRA selecionados para a avaliação de campo.

TCRA/Ano Área (m2) Mudas

12695/2009 9.821 1.500

82837/2008 2.703 450

02/2007 8.750 1.600

TOTAL 21.274 3.550

Obs.: A sequência dos estudos de caso está conforme ordem nos Anexos VII ao IX.

As visitas de campo realizadas nos dias 23 e 24 de novembro de 2013 tinham como

objetivo avaliar os resultados dos projetos implantados e considerados cumpridos pelo

órgão ambiental. Desta forma, para cada uma dessas áreas, a obtenção de dados se daria

por meio de 10 linhas amostrais de plantio de 20 m cada para obter parâmetros, extraídos

do protocolo de monitoramento proposto pelo Protocolo de Monitoramento para Projetos

de Restauração Floresta, Rodrigues, et al. (2011), conforme abaixo:

a) Levantamento dos indivíduos plantados: ao longo de cada linha amostral

identificar as espécies plantadas, além da altura média, diâmetro a altura do peito

(DAP), e o diâmetro de projeção da copa;

b) Número de estratos e altura do maior estrato: Estimativa visual do número de

estratos do componente lenhoso da vegetação considerando sub-bosque, dossel e

emergente;

c) Percentual de cobertura do solo por espécies herbáceas invasoras e dominantes:

Estimativa visual do percentual de cobertura do solo por herbáceas invasoras e

herbáceas superdominantes, projetando-se uma largura de dois metros para cada

lado da linha amostral;

d) Percentual da cobertura do solo por serapilheira: Estimativa visual do percentual

de cobertura do solo pela serapilheira formada na área restaurada;

e) Número total de espécies e morfoespécies regionais e não regionais: Contagem

dos indivíduos com altura igual ou superior a 50 cm, ao longo da linha, de

espécies e morfoespécies regionais e não regionais;

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Porém, a metodologia de amostragem foi adaptada às especificidades de campo e a

chuva intensa. As referidas alterações seguem abaixo e a motivação técnica em cada

situação:

- A área vinculada ao TCRA 12695/2009 foi queimada em aproximadamente 70%

de forma criminosa, uma semana antes da visita de campo realizada no dia 23 de novembro

de 2013 (Anexo VII). Assim verificou-se a presença de poucos indivíduos plantados e

regeneração natural prejudicada;

- Na segunda área avaliada, TCRA 82837/2008, o plantio foi realizado com menos

de 10 linhas devido ao dimensionamento e formato triangular da área a recuperar por ser

tratar de borda de fragmento de vegetação nativa. O plantio foi implantado sem

espaçamento definido. Assim, a metodologia foi adaptada com a implantação de 3

parcelas, sendo cada uma com 20 metros de largura e 2 metros de comprimento,

totalizando 120 m2 de amostragem de espécies plantadas e regenerantes. E no campo foi

viável a mediação da altura, CAP, projeção de copas de todos os indivíduos plantados nas

parcelas amostradas (Anexo VIII).

- Na área vinculada ao TCRA 02/2007 foi possível avaliar de forma similar à

metodologia proposta por meio da seleção de 10 linhas amostrais (20 metros cada uma). A

outra alteração na metodologia foi no levantamento dos regenerantes por meio de uma

parcela de 20 metros de comprimento (a linha amostral utilizada no levantamento do

plantio) por 1 metro de cada lado da linha, ou seja, totalizando 2 metros metro de largura.

Assim, a área de cada parcela de regenerantes encerrava-se em 40 m2, o que totalizou 400

m2 amostrados (Anexo IX).

O trabalho de campo contou com o apoio técnico de dois profissionais

habilitados e experientes, Suzana Ehlin Martins e Wandir Ribeiro, para a identificação

das espécies.

Os resultados e discussões foram organizados visando compreender inicialmente as

características comuns de todos os TCRA e posteriormente apresentar a análise dos

resultados das visitas de campo e discussões sobre cada TCRA. Para posteriormente

desenvolver as respostas dos questionamentos elencados neste Trabalho para então

apresentar uma proposta de protocolo de critérios a serem considerados na avaliação de

projeto de restauração de floresta de restinga e o seu monitoramento.

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3. Resultados e Discussão

3.1 Conceito de recuperação e restauração no licenciamento ambiental

No licenciamento ambiental, como já mencionado, o termo utilizado é recuperação,

e para isso, existem várias técnicas, tais como: condução da regeneração natural,

semeadura direta, plantios de mudas para enriquecimento ou adensamento, plantio em área

total, entre outros. O empreendedor e o órgão ambiental deverão definir por algum dos

sistemas a partir do histórico e das características das áreas a serem recuperadas (Hahn et

al., 2004).

No Estado de São Paulo está em vigor a Resolução SMA 08/08, que fixa a

orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Porém, anteriormente,

a legislação que vigia à época da aprovação dos projetos que compõem este Trabalho

Técnico era a Resolução SMA 58/06, SMA 47/03 ou SMA 21/01, dependendo do período.

A primeira legislação estadual sobre o tema, a Resolução SMA 21 de 2001,

menciona a preocupação quanto à baixa diversidade vegetal das áreas reflorestadas com

espécies nativas à época. Isto porque eram plantadas praticamente as mesmas espécies em

todo o Estado, independentemente da região, sendo 2/3 delas iniciais da sucessão, de ciclo

de vida curto (15-20 anos), o que iria levar os reflorestamentos com espécies nativas ao

declínio em curto período. A Resolução também destaca a perda da diversidade biológica,

assim, havia a possibilidade de redução de recursos genéticos úteis e disponíveis ao

desenvolvimento sustentável, na forma de madeira, frutos, forragem, plantas ornamentais e

produtos de interesse alimentar, industrial e farmacológico.

Esta Resolução, no seu artigo 1º, § 1º, destacava no caso de áreas degradadas

localizadas em restingas, manguezais e florestas paludosas (mata de brejo) que “as

espécies selecionadas para o plantio serão escolhidas entre espécies arbóreas de áreas

naturais da vizinhança, atentando para as variações edáficas e topográficas locais”. Além

de considerar a “proporção de 50% (cinquenta por cento), sempre que possível, das

espécies naturais existentes na vizinhança”.

A Resolução SMA 21/01 determinava que as mudas a serem utilizadas devessem

preferencialmente ser produzidas com sementes procedentes da mesma região da área

objeto da recuperação e nativas do Bioma ou, formação florestal correspondente, bem

como ter pelo menos 20 cm de altura e apresentar sistema radicular e rustificação que

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possibilitassem a sua sobrevivência pós-plantio. Além do que para a implantação das

medidas de recuperação deveria ser considerado o processo sucessional como estratégia

nos projetos. Neste contexto acabava excluindo das medidas de recuperação as vegetações

que não possuem processos sucessionais como as vegetações associadas à

umidade/inundação.

O artigo 2º determinava que na execução dos trabalhos de recuperação deveria ser

considerado o preparo do solo, as estratégias e técnicas de plantio e, especialmente, a

distribuição das mudas das diferentes espécies no campo, além da possibilidade de

autorrecuperação dessas áreas no que se refere à possibilidade da presença (indivíduos

remanescentes) ou chegada de propágulos oriundos do banco e da "chuva" de sementes,

dependendo do local da área objeto de recuperação e da vizinhança. Dever-se-ia, ainda,

levar em conta a presença de remanescentes florestais próximos e, considerar o histórico e

uso atual da área, no que se refere às práticas culturais, como alteração da drenagem do

solo, retirada ou revolvimento periódico do solo, uso de herbicidas e outros.

As áreas reflorestadas deveriam ser conservadas mediante o controle de formigas, a

realização de, no mínimo, três capinas e/ou coroamentos anuais, mantendo as entrelinhas

vegetadas e baixas e, se possível, a realização de duas adubações anuais com formulação

normalmente utilizada na região, ou de acordo com os resultados da análise do solo Além

disso, deveria ser observado que nas restingas, manguezais e florestas paludosas (mata de

brejo), deveria ser promovida a restauração da hidrodinâmica do solo e, no caso de áreas

com retirada ou revolvimento anterior do solo, deveria ser observada também a restauração

da sua estrutura.

Na intenção de se copiar uma floresta madura por meio da florística e estrutura, o

modelo mais aceito de implantação da restauração no campo era o plantio de mudas, pois o

uso de mudas permitia a previsibilidade da cópia da floresta madura. Essas mudas eram

colocadas em combinações sucessionais, misturando espécies iniciais e finais da sucessão,

distribuídas em unidades de áreas pré-estabelecidas. Como o entendimento do processo de

sucessão ecológica era unidirecional, esta metodologia de restauração se tornou

usualmente praticada pela previsibilidade (Rodrigues et al., 2009). Até os dias atuais, a

apresentação de projetos possui esta vertente e para o órgão ambiental a avaliação dos

cumprimentos das recuperações operacionalmente é mais ágil, pois se verifica se as mudas

vingaram ou não após a manutenção do plantio, pelo período mínimo de 24 meses. Porém,

tal prática não garante a sustentabilidade da área restaurada ao longo do tempo.

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Em 2003, a Resolução SMA 21 foi alterada pela Resolução SMA 47, que trouxe no

artigo 1º que a recuperação de áreas degradadas exigia elevada diversidade, que poderia ser

obtida com o plantio de mudas e/ou outras técnicas tais como semeadura direta, indução

e/ou condução da regeneração natural. Porém, no § 1º trazia que esta determinação não se

aplicava para áreas de recuperação com menos de um hectare, nas quais deveriam ser

utilizadas, no mínimo, 30 espécies.

A normativa determinava que as espécies escolhidas contemplassem dois grupos

ecológicos: pioneiras (pioneiras e secundárias iniciais) e não pioneiras (secundárias tardias

e climáticas). Para formações de restinga, o número de espécies a ser utilizado seria

definido por projeto técnico, a ser aprovado pelo órgão ambiental, considerando-se a maior

diversidade possível.

A Resolução destacava no artigo 5º que para projetos de recuperação mediante

plantio, o solo deveria ser devidamente preparado, atentando para as recomendações

técnicas de conservação de solo, de calagem e adubação, do controle inicial de

competidores, além de isolar a área dos fatores de degradação. A manutenção das áreas

restauradas deveria ser executada por, no mínimo, 18 meses após o plantio, incluindo o

controle de formigas, capinas e/ou coroamentos, adubação e outros, conforme avaliação

técnica do responsável pelo projeto.

O artigo 6º determinava que para recuperação de áreas com algum tipo de cobertura

florestal nativa remanescente, recomendava-se: a proteção da área de qualquer ação de

degradação; o adensamento na borda da área, usando espécies de rápido crescimento e boa

cobertura e o enriquecimento dessas áreas com espécies finais da sucessão. Na recuperação

de áreas de restinga deveria ser promovida a restauração da hidrodinâmica no solo e, no

caso de áreas com aterro, retirada ou revolvimento anterior do solo, devendo ser

recuperada as características físico-químicas do mesmo.

As Resoluções SMA 21 e 47 foram revogadas em 2006, por meio da publicação da

Resolução SMA 58. Esta nova normativa trazia o conceito de recuperação florestal que

tratava da restituição de uma área desflorestada, perturbada ou degradada à condição de

floresta nativa, de acordo com projeto previamente elaborado de ocupação da área.

Determinava que a recuperação florestal exigisse diversidade elevada, compatível com o

tipo de vegetação nativa ocorrente no local, a qual poderia ser obtida através do plantio de

mudas e/ou de outras técnicas, tais como nucleação, semeadura direta, indução e/ou

condução da regeneração natural.

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Para a vegetação de restinga permaneceu o mesmo regramento anterior, ou seja, o

número de espécies a serem utilizadas seria definido por projeto técnico, porém foi

alterado o período mínimo de manutenção de 18 para 24 meses após o plantio. Na prática

este período apenas é possível avaliar se as mudas utilizadas no plantio sobreviveram ou

não, ou seja, não há avaliação do processo de sustentabilidade da área ao longo do tempo

por meio, por exemplo, da regeneração da vegetação nativa.

A Resolução SMA 58 trouxe, no artigo 12, detalhes para a elaboração dos projetos

de recuperação florestal, associados ou não ao plantio de mudas. Os projetos deveriam ser

apresentados com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo

minimamente o seguinte:

I - Informações sobre o meio físico;

II - Informações sobre a ocorrência de remanescentes naturais na paisagem

regional;

III - Informações sobre a ocupação e uso da área do entorno;

IV - Informações sobre o histórico de degradação da área;

V - Metodologia prevista para a eliminação dos fatores impeditivos de

sobrevivência e crescimento das plantas;

VI - Avaliação e metodologia proposta para a condução do processo de

regeneração natural;

VII - Proposta de práticas a serem executadas para a manutenção da área

recuperada;

VIII - Proposta de monitoramento periódico da recuperação florestal,

considerando:

a) estabelecimento e desenvolvimento da cobertura florestal;

b) incremento da riqueza de espécies florestais (implantadas e/ou

regenerantes);

c) evidências de processos erosivos (assoreamento, sulcos, ravinas e

voçorocas);

d) ocorrência de perturbações naturais e/ou antrópicas, e

e) periodicidade e forma de apresentação da avaliação.

A Resolução SMA 58 destacava também que qualquer alteração do projeto original

deveria ser informada e justificada, para aprovação pelos órgãos licenciadores, além de que

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a recuperação florestal seria considerada cumprida por decisão do órgão licenciador. Na

prática o cumprimento do TCRA estava atrelado à sobrevivência das mudas plantadas após

o período de monitoramento.

Em 2008, a Resolução SMA 58 foi revogada pela Resolução SMA 08, que vigora

até os dias atuais. Destaca-se que todos os aspectos mencionados da Resolução SMA 58

permaneceram no texto da nova normativa.

Conforme Hahn et al. (2004), as bases de sucesso para a implantação florestal estão

na caracterização da área a ser recuperada e do seu entorno, observando o tipo de solo e o

relevo, a existência de remanescentes florestais próximos e de banco de sementes e os

fatores de degradação, entre outros. A combinação desses elementos vai definir os

melhores métodos e técnicas a serem empregados para a recuperação florestal.

Os projetos apresentados no licenciamento ambiental rotineiramente utilizam a

técnica de plantio total atrelada ao preparo do solo, quando necessário, e manutenção do

plantio em geral pelo período de dois anos.

Conforme Rodrigues et al. (2009), novos conceitos devem ser incorporados nos

projetos de restauração florestal como próximos desafios, contemplando medidas que

propiciem a restauração dos processos ecológicos que possibilitarão a reconstrução da

floresta e a sua perpetuação no tempo. Ressalta-se o papel e a importância da inserção de

outras formas de vida, além da arbórea, nas áreas em processo de restauração, já que as

árvores são normalmente a forma de vida mais enfocada, ou geralmente a única trabalhada,

nos projetos atuais de restauração, em especial no licenciamento ambiental.

Cabe mencionar que outras formas de vida vegetal, além da arbórea, podem

representar, quando juntas, mais de 50% da riqueza de espécies vegetais das florestas

tropicais (Reis, 1996; Ivanauskas et al., 2001; Neto & Martins, 2003 apud Rodrigues et al.,

2009) e, conforme mencionado anteriormente, na Floresta Alta de Restinga as espécies

arbóreas representam 40% da forma de vida vegetal (Martins et al., 2008).

Segundo Rodrigues & Gandolfi (2000), a recuperação de uma área depende da

trajetória percorrida durante a degradação e de quais foram às consequências deste

processo ao ecossistema envolvido. Assim, caso a degradação não tenha sido muito

profunda, a sua recuperação poderá acontecer seguindo uma trajetória inversa àquela que

produziu a degradação, ou um caminho alternativo, mas que seja igualmente capaz de

conduzir o ecossistema novamente ao seu estado inicial. Quando os níveis de degradação

são elevados, o retorno natural do ecossistema a sua condição original pode não ser mais

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possível, a não ser que haja uma forte intervenção antrópica para que os impedimentos

existentes à regeneração natural sejam superados, possibilitando assim o retorno à

condição inicial ou a algum estado estável permanente. Dessa forma, a resiliência do

ecossistema, ou seja, o seu potencial ou capacidade de regeneração após uma degradação,

será determinada pela intensidade e pelo tempo de duração das perturbações no ambiente.

Os projetos apresentados no licenciamento ambiental deveriam levar em

consideração o histórico da área objeto de recuperação e as perturbações que ocorrem para

assim definir a melhor trajetória para o projeto, além de contemplar mecanismos para

estimular o desenvolvimento de outras formas de vida que compõem uma floresta.

3.2 Análise dos projetos e TCRA

As localizações das áreas vinculadas aos TCRA selecionados para este trabalho

no município de Bertioga estão indicadas na Figura 3. Estas obrigações de recuperação

foram estabelecidas como medidas compensatórias quando da emissão de autorização para

supressão de fragmento florestal, intervenções em área de preservação permanente e corte

de árvores nativas isoladas para implantação de loteamentos residenciais, implantação de

acessos e trevos, além de um heliponto.

Assim, pelo fato das finalidades autorizadas ocasionarem alterações ambientais

pela supressão de vegetação nativa e intervenção em área protegida, houve em

contrapartida no licenciamento ambiental a exigência de recuperação de uma área

degradada em floresta.

Figura 3. Localização dos 6 TCRA que compõem os estudos de caso e destaque aos 3

TCRA avaliados em campo no município de Bertioga, SP.

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Todas as informações atreladas ao projeto e monitoramento das áreas a recuperar

dos 6 processos selecionados encontram-se nos Anexos I ao VI. A partir da análise destes

elaborou-se a Tabela 3 que contempla a síntese das informações presentes em todos os

projetos.

Tabela 3. Síntese das informações dos projetos que compõem os TCRA selecionados no

município de Bertioga, SP.

TCRA * 2 1471 7 12695 82837 2

Ano 2002 2007 2005 2009 2008 2007

Técnica do Projeto Plantio total Plantio total Plantio total Plantio total Plantio total Plantio total

Espaçamento 3 x 2 3 x 3 e 1,5 x 1,5 3 x 2 2 x 2 1,5 x 1,5 2 x 2

Mudas 162 174 223 1500 450 1600

Área (m2) 970 480 1150 9821 2703 8750

Cova (prof x comp x

largura)

40 cm x 40 cm x 60 cm

0,50 x 0,50 x 0,50m

40 cm x 40 cm x 40 cm

40 cm x 40 cm x 30 cm 40 cm x 30 cm

0,5 m x 0,5 m x 0,5 m

Altura da muda (m) 1 1 0,6 não menciona 1 1

Adubação

150 g de

superfosfato

simples/cova, 350 g de

calcário

dolomítico/cova e incorporação

de matéria

orgânica: mais ou menos 10

litros/cova

0,3 kg de

macronutrientes (NPK) fórmula

base (10-20-15),

mais 0,4 kg de pó de calcário e 0,2

kg de fosfato de

rocha ou torta de mamona.

1000 kg/ha de

calcário tipo dolomítico, com

PRNT de 95% -

0,010 kg/cova de N - 0,040

kg/cova de P2O5

- 0,010 kg/cova de K2O

50 g de fosfato

natural reativo no fundo da cova, 1.5

litros de terra ou

composto orgânico misturado no local

com 70 gr de adubo

Henringer Eucalipto.

calcário dolimitico

e NPK 4.18.8, em proporção 1:1. Para

cada cova utilizar-

se-ão 350 g de cada um dos produtos,

totalizando 73 kg

de cada um dos insumos.

0,3 kg de

macronutrientes (NPK) fórmula

base (10-20-15),

mais 0,4 kg de pó de calcário e 0,2

kg de fosfato de

rocha ou torta de mamona

ART Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Prazo para o inicio

(meses)

3 3 6 1 1 2

Prazo de

monitoramento

(meses)

96 24 não consta 24 24 12

Ano da Vistoria do

órgão ambiental 2008 2008 2009 não realizada 2012 2011

Considerações

O processo foi arquivado em

2008 para a

realização de nova vistoria em

novembro de

2009, porém não ocorreu até hoje.

TCRA foi

considerado

cumprido em 2012 devido os

relatórios de

monitoramento.

Foi considerado cumprido

TCRA foi considerado

cumprido em 2012

devido os relatórios de monitoramento

Foi considerado

cumprido

Emitido o TCRA

n. 59444/08 para

ampliar o prazo de manutenção

do plantio para

18 meses no mínimo para

garantir a

sustentabilidade. TCRA foi

considerado

cumprido

* A sequência dos TCRA está conforme a ordem dos Anexos I ao VI.

A partir da Tabela 3 observa-se que os projetos contemplaram apenas uma única

técnica de recuperação, o plantio total, ou seja, não foi proposto pelos interessados ou

exigido pelo órgão ambiental outros métodos (poleiros, transposição do solo, resgate de

epífitas e plântulas, etc) que buscassem introduzir outros elementos do ecossistema.

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21

Conforme Rodrigues et al. (2009), o resgate da diversidade vegetal como um todo e o

restabelecimento dos processos mantenedores e das funções são objetivos de um projeto

para uma área a ser restaurada.

Observa-se que as idades dos plantios que compõem os estudos de caso são de 4, 5,

6, 8 e 11 anos. Não foi possível selecionar plantios mais antigos, pois os processos

considerados cumpridos pelo órgão ambiental não tinham todos os documentos necessários

para a avaliação deste trabalho. Porém, estas idades de TCRA são adequadas a esse estudo,

porque no âmbito do licenciamento ambiental o prazo do monitoramento é de, geralmente,

dois anos.

Todos os projetos foram elaborados por profissionais habilitados com recolhimento

de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), o que pressupõe credibilidade técnica

aos documentos apresentados.

As áreas a recuperar avaliadas nesse estudo variam entre 480 m2 a 8.750 m

2.

Embora em um primeiro momento as áreas possam parecer pequenas para o

estabelecimento de Floresta Alta de Restinga, são consideradas importantes, pois estes

locais estabelecem conectividade estrutural e funcional com os maciços florestais que

compõem a zona de amortecimento das Unidades de Conservação existentes.

O total de área a recuperar é de 23.874 m2, contemplando o plantio de 4.109 mudas

de espécies arbóreas nativas de restinga, conforme observado na Tabela 1. As mudas

propostas nos projetos tinham em média um metro de altura, valor superior ao mínimo

mencionado na legislação da época (20 cm) por se tratar de restinga, onde as adversidades

do campo são mais significativas para o desenvolvimento do plantio, conforme constam

nos projetos analisados.

Os espaçamentos apresentados para os plantios foram em geral de 3 x 2 m, mas

houve proposta de projeto com plantio mais adensado: 1,5 x 1,5 m. Desta forma, buscou-se

viabilizar o fechamento do dossel em tempo menor, para redução dos custos de

manutenção, e o favorecimento do desenvolvimento de espécies arbóreas menos tolerantes

à luz.

Em todos os projetos há proposta de adubação, porém em nenhum caso houve

apresentação de análise do solo a recuperar. Assim, não é possível esclarecer se as

quantidades e os tipos de adubos propostos são os mais adequados para a área específica a

recuperar. Em geral, o órgão ambiental não se manifestou sobre as propostas apresentadas,

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22

com exceção em relação ao projeto vinculado ao processo do TCRA 02/02, em que o órgão

ambiental sugeriu incluir 100g de cloreto de potássio por cova e não utilizar agrotóxico.

Neste contexto de que a vegetação de restinga depende diretamente das condições

edáficas, segundo Martins et al. (2008), os solos arenosos da restinga são, em geral,

altamente lixiviados, com baixa capacidade de retenção de cátions, pobres em nutrientes e

com predominância de alumínio na fase trocável do solo. Desta forma, entende-se como

fundamental que o projeto apresentado no licenciamento ambiental contemple mais

detalhadamente as características do solo do local a recuperar e a realização de análise e

manifestação pelo órgão ambiental.

Associado às características do solo, deve-se atentar, para a elaboração de projeto,

se no local proposto a recuperar houve intervenções, tais como implantação de viário e

aterros, pois estas provocam alterações na dinâmica hídrica, já que o lençol freático no

litoral é mais raso (próximo à superfície do solo). Assim, uma área plantada que passou a

sofrer com encharcamento permanente, onde antes havia apenas umidade intermitente, o

plantio pode não ser favorecido pela formação de brejos antrópicos com a predominância,

por exemplo, de Hedychium coronarium (lírio do brejo) e Typha dominguensis (taboa),

espécies dos ambientes palustres, além de impedirem ou retardarem a regeneração da

vegetação nativa (Martins et al., 2008).

Embora a Resolução SMA 21/01 orientasse que nas restingas deveria ser

promovida a restauração da hidrodinâmica do solo e a estrutura do solo no caso de áreas

com retirada ou revolvimento, nenhum dos projetos dos estudos de caso apresentou esta

avaliação.

Na análise dos processos, observou-se que geralmente não há vistoria prévia para

aceitação da proposta da área destinada à recuperação. A vistoria ocorreu apenas em dois

processos que subsidiaram a emissão dos TCRA 07/05 e 12695/09. A realização de vistoria

prévia seria ideal, pois subsidiaria projetos mais direcionados. Entretanto considerando as

equipes diminutas do órgão ambiental, seria plausível que o avaliador do projeto tivesse a

discernimento de escolher as áreas a serem vistoriadas previamente, devidamente

justificado dentro do processo. Caso optasse pela dispensa da vistoria prévia, o mesmo

deveria instruir o processo com os argumentos técnicos para a sua tomada de decisão.

Além da ausência de vistoria na maioria das áreas propostas para recuperar, o órgão

ambiental, em geral, também não se manifestou nos processos quanto à avaliação de fato do

projeto apresentado. Em dois casos não há nenhuma manifestação específica dos projetos

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nos processos. Em outro caso, o órgão ambiental mencionou apenas que o projeto

apresentado atendia as necessidades ambientais, sem detalhamento na análise.

As normativas legais ao longo do tempo destacavam que independentemente da

região, a utilização de 2/3 de espécies iniciais da sucessão, de ciclo de vida curto (15-20

anos), iria levar os reflorestamentos ao declínio em curto período de tempo. As Resoluções

mencionavam também a perda da diversidade biológica e a possibilidade de redução de

recursos genéticos úteis e disponíveis ao desenvolvimento sustentável. Sendo que, para

restinga, as normas determinavam que o número de espécies que seria utilizado era

definido por projeto técnico, a ser aprovado pelo órgão ambiental, considerando-se a maior

diversidade possível. Mas em relação à diversidade de espécies e sua proporção não houve

manifestação técnica na avaliação do órgão ambiental nos processos de licenciamento

estudados.

A relação da quantificação das espécies propostas para o plantio e as que

efetivamente foram plantadas consta na Tabela 4, contemplando a quantificação de

espécies pertencentes à fisionomia de restinga e as demais especificadas como “não são de

restinga”, o que engloba as demais fisionomias da Mata Atlântica e exóticas.

Para a verificação das espécies se pertencem à fisionomia florestal de restinga

utilizou-se as listagens de espécies indicadas da Resolução SMA 47/03, Resolução

CONAMA 07/96, Manual de Couto (2005), artigo de Martins et al. (2008) e listagem de

espécies de mudas disponíveis em viveiros da SMA, o que totalizou mais de 200 espécies

arbóreas de restinga. Tal conteúdo foi organizado na Tabela 50 do ANEXO X sendo que os

nomes científicos das espécies e das famílias foram atualizados.

Primeiramente, destaca-se a disparidade em três casos onde a quantidade

efetivamente plantada foi menor em relação à quantidade de espécies propostas nos

projetos vinculados aos TCRA 1.471/07, 07/05, 19.525/08, em 45%, 62% e 52%

respectivamente.

Em relação às espécies que não pertencem à fisionomia de restinga, cinco TCRA

apresentaram proposta, plantio e verificação em campo com espécies das fisionomias de

Floresta Estacional, Floresta Ombrófila e Floresta Mista, todas do Bioma Mata Atlântica.

Em relação às exóticas, apenas o projeto vinculado ao TCRA 02/07 apresentou proposta de

plantio de Hedychium coronarium (lírio do brejo). Na visita de campo foi constatado um

individuo de Artocarpus heterophyllus (jaqueira), e dois espécimes de Syzygium

malaccense (jambo vermelho).

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Dos relatórios de monitoramento cabe destacar o vinculado ao TCRA 07/05 (Anexo

III), onde há indicado como espécie plantada nove indivíduos de mogno e nove de pau-

brasil (não constam os nomes científicos no relatório de monitoramento). Ambas não são

pertencentes à Floresta Alta de Restinga do Estado de São Paulo. No processo, o órgão

ambiental não se manifestou sobre a utilização destas espécies que não estavam

contempladas na listagem do projeto aprovado.

Em contrapartida as mudas utilizadas para o plantio nas áreas do TCRA 82837/08 e

02/07 foram obtidas no viveiro da empresa responsável pelo empreendimento dos

processos de licenciamento ambiental. O viveiro está localizado no município de Bertioga

e utiliza as matrizes da região. Assim, acredita-se que há o favorecimento da manutenção

da diversidade genética.

Tabela 4. Quantificação de espécies propostas nos projetos e as efetivamente plantadas

conforme os relatórios de monitoramento.

Número de espécies

TCRA

002/02 % 1471/07 % 007/05 % 12695/09 %

82837/08 % 002/07 %

Espécies propostas de

fisionomia de restinga 8 61,5 19 61,3 17 36,2 22 88,0 30 96,8 15 88,2

Espécies propostas que

não são de fisionomia

de restinga

5 38,5 12 38,7 30 63,8 3 12,0 1 3,2 2 11,8

Total proposto 13 100,0 31 100,0 47 100,0 25 100,0 31 100,0 17 100,0

Espécies plantadas de

fisionomia de restinga NA

14 100,0 8 27,6 6 54,5 29 96,7 NA

Espécies plantadas que

não são de fisionomia

de restinga

NA

0 0 21 72,4 5 45,5 1 3,3 NA

Total plantado 14 100,0 29 100,0 11 100,0 30 100,0

Espécies substituídas

de fisionomia de

restinga

NA

3 100,0 NA

NA

7 100,0 NA

Espécies substituídas

que não são de

fisionomia de restinga

NA

0 0 NA

NA

0 0 NA

Total substituído 3 100,0

7 100,0

Espécies identificadas

em campo de

fisionomia de restinga

NV

NV

NV

1 50,0 26 92,9 14 73,7

Espécies identificadas

em campo que não são

de fisionomia de

restinga

NV

NV

NV

1 50,0 2 7,1 5 26,3

Total verificado em

campo 2 100,0 28 100,0 19 100,0

Legenda: NA: não apresentado; NV: não verificado em campo.

Na tabela 5 consta a comparação da quantidade de espécies previstas em 4 projetos

e as apresentadas no último relatório de monitoramento. Dois casos não constam na tabela

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porque para o TCRA 02/02 não foi apresentado relatório de monitoramento e para o TCRA

02/07 não foi no relatório não constava a lista de espécies plantadas.

Tabela 5. Comparação da quantidade de espécies não previstas nos projetos e apresentadas

nos relatórios de monitoramento.

Número de espécies TCRA

1471/07 % 007/05 % 12695/08 % 82837/08 %

Espécies plantadas não previstas no

projeto de fisionomia de restinga 8 25,8 2 4,3 2 8,0 21 67,7

Espécies plantadas não previstas no

projeto que não são de fisionomia de

restinga

0 0 5 10,6 3 12,0 1 3,2

Total plantado (espécies previstas no

projeto e não previstas) 31 100,0 47 100,0 25 100,0 31 100,0

Observou-se em todos os processos que não houve análise em relação às propostas

das espécies indicadas nos projetos. Acredita-se que por falta de conhecimento sobre

taxonomia vegetal, mas seria possível a realização de pesquisa em listas existentes nas

legislações e em bibliografias A ausência deste critério na análise das listagens propostas

ao plantio nos projetos interfere negativamente na conservação dos recursos genéticos da

flora local.

Observa-se em todos os casos que o órgão ambiental foca a manifestação apenas na

relação dimensionamento da área a recuperar e o número de mudas. O que indica uma

preocupação em propiciar uma silvicultura de espécies arbóreas nativas e não o

favorecimento do desenvolvimento das funções ecológicas e sustentabilidade da área

reflorestada ao longo do tempo.

A seguir são feitas análises específicas para cada TCRA objeto dos estudos de caso,

reitera-se que os Anexos constam a síntese das informações dos processos e os dados

obtidos na visita de campo.

3.2.1 TCRA não contemplados com avaliação de campo

3.2.1.1 TCRA 02/02

O TCRA 02/02 previa o plantio de 162 mudas em 970 m2. Este caso foi o que

apresentou o maior detalhamento na avaliação de um projeto pelo órgão ambiental. O

mesmo foi considerado satisfatório, pois o número de mudas era adequado, fornecendo

uma boa densidade final de plantas e, consequentemente, permitindo um fechamento

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rápido das copas. Além disso, o órgão sugeriu incluir 100g de cloreto de potássio por cova

e não utilizar agrotóxico, e determinou que as mudas deveriam ter um metro de altura. Para

a manutenção deveria ser incluída a irrigação quando necessário, além da utilização de

estaqueamento das mudas de espécies arbóreas. Recomendou o isolamento da área e

fixação de placas, além de que fosse promovido o remanejamento sistemático de epífitas e

outras essências florestais das áreas a serem desmatadas para as áreas a serem recuperadas,

bem como o enriquecimento das áreas verdes averbadas.

Porém, o interessado não apresentou nenhum relatório de monitoramento e o órgão

realizou vistoria na área, focando apenas no plantio. Não houve avaliação em relação à

introdução de epífitas e outras formas de vida, a utilização de mudas de espécies pioneiras

e não pioneiras e a diversidade exigidos anteriormente pelo próprio órgão ambiental.

3.2.1.2 TCRA 1471/07

A área selecionada era um antigo campo de pouso de aeronaves que esteve em

funcionamento até a década de 1980, quando ocorreu a construção da rodovia Rio Santos

(SP 55), cujo seu traçado passou pela área da pista, sendo esta desativada. No projeto

consta que, com o passar dos anos, em alguns pontos dessa área houve a regeneração da

vegetação nativa, formando fragmentos, mas o local proposto para recuperação ainda

apresentava áreas descampadas e com gramíneas.

A retirada da vegetação e, principalmente, da serapilheira e da camada superficial

do solo, pode resultar num expressivo atraso do processo sucessional nas restingas,

podendo ser considerado uma condição irreversível em curto e médio prazo, conforme

Martins et al. (2008). Na região estudada pelos autores supramencionados, há áreas

ocupadas originalmente por floresta, em Bertioga, em que o desmatamento ocorreu há mais

de 30 anos e que permanecem com uma vegetação herbácea, apesar de estarem cercadas

por matas preservadas que garantiriam o constante aporte de propágulos.

No projeto constava que as espécies tinham sido escolhidas adequadamente para o

reflorestamento, pois cada planta possuía características ecológicas que determinavam o

micro ambiente mais propício ao seu desenvolvimento, bem como suas interações com

outros organismos, especialmente com a fauna silvestre. Porém, na listagem do projeto

havia a proposta de 19 espécies arbóreas de restinga e 12 eram de fisionomias de Mata

Atlântica, com predominância de espécies da Floresta Estacional Semidecidual. Entretanto,

a listagem das espécies plantadas e informadas no relatório de monitoramento foi

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divergente do projeto, pois foram utilizadas apenas 14 espécies e todas de restinga (Tabela

4), sendo que 8 espécies não estavam elencadas no projeto (Tabela 5).

Também cabe destacar que o primeiro relatório de monitoramento consta que 14

indivíduos não se estabeleceram, por causa da adaptação ao solo encharcado devido às

chuvas excessivas nos dois primeiros meses de acompanhamento e condições genéticas

dos mesmos. Todos foram substituídos por indivíduos de espécies mais adaptadas à

umidade no solo. Posteriormente houve perda de 20 mudas plantadas, sendo possivelmente

relacionadas às dificuldades encontradas de manejo na área, como o abafamento causado

pela presença de gramínea. Outro fator que esteve relacionado foi a entrada clandestina de

animais (cavalos) na área para a pastagem. Por meio do pisoteio, esses animais causaram o

tombamento de alguns espécimes que seriam repostos.

Em agosto de 2012 o TCRA foi dado como cumprido por meio da análise dos

relatórios de monitoramento, não sendo realizada nova vistoria. Muito embora o terceiro

relatório solicitasse mais seis meses de monitoramento, o processo foi arquivado.

3.2.1.3 TCRA 07/05

O órgão ambiental realizou vistoria e constatou que a área da quadra U proposta ao

plantio de 180 mudas apresentava problemas de encharcamento, o que dificultaria o

desenvolvimento das mudas. Assim sugeriu que o plantio fosse realizado em outro local.

Porém, em contraditório, foi firmado em setembro de 2005 o TCRA para execução do

plantio de 223 mudas de espécies arbóreas de Mata Atlântica no prazo máximo de 06

meses, conforme projeto presente no processo.

3.1.2 TCRA contemplados com avaliação de campo

Previamente ao detalhamento de cada TCRA avaliado em campo, destacam-se

alguns parâmetros definidos na metodologia para avaliação em campo: número de estratos e

altura do maior estrato, percentual de cobertura do solo por espécies herbáceas invasoras e

dominantes, além do percentual da cobertura do solo por serapilheira. Tais informações

estão compiladas na Tabela 6. Os parâmetros referentes aos indivíduos plantados e número

total de espécies e morfoespécies regionais e não regionais serão detalhados nos itens 3.2.2.1

a 3.2.2.3.

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A partir dos dados compilados na Tabela 6 é possível notar que a área vinculada ao

TCRA 12695/09 não possui estrutura florestal e não há indicativo de regeneração natural. A

área do TCRA 82837/08 já apresenta indicador positivo pela presença de dois estratos sub-

bosque e dossel, mesmo ainda incipiente e cobertura de serrapilheira. Porém, há presença

significativa em percentual de cobertura do solo por espécies herbáceas invasoras e

dominantes, no caso, a Clitoria fairchildiana R.A. Howard.

A área do TCRA 002/07 é a que apresenta maior potencial de sucesso considerando

os critérios elencados, ou seja, regeneração da vegetação nativa e estruturação.

Tabela 6. Quantificação do número de estratos e sua maior altura; cobertura do solo por

espécies herbáceas invasoras e dominantes; e cobertura de serapilheira das áreas dos

TCRA verificados em campo.

Critérios TCRA

12695/09 82837/08 002/07

Número de estratos

Sub-bosque 0 1 1

Dossel 0 1 1

Emergente 0 0 0

Altura do maior estrato: 0 6,5 15

Cobertura do solo por espécies herbáceas

invasoras e dominantes (%) 30 55 a 75 0

Cobertura do solo por serapilheira (%) 0 50 a 100 90 a 100

3.2.2.1 TCRA 12695/09

O órgão ambiental em vistoria constatou que o entorno da área em questão tratava-

se de Floresta Alta de Restinga em estágio médio e avançado, além de existir residências

oriundas de ocupação desordenada. A área apresentava solo arenoso e relevo irregular

devido ao afloramento rochoso. Verificaram que o local era utilizado como campo de

futebol e trilha de acesso pelos moradores do entorno e a vegetação existente no local era

composta predominantemente por gramíneas e pequenos arbustos. Assim, o órgão

ambiental concluiu que o projeto apresentado atendia as necessidades ambientais para a

recuperação do local. Contudo as recomendações técnicas deveriam ser seguidas para que

houvesse envolvimento dos moradores vizinhos, para que o local não sofresse depredação

futura. Desta forma, foi firmado o TCRA para a implantação do projeto apresentado e

destacado a utilização apenas de espécies típicas de restinga.

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Este caso foi selecionado para a visita de campo (Anexo VII) e constatou-se que a

área apresenta afloramentos rochosos com solo raso, conforme já mencionado tanto no

projeto quanto pelo órgão ambiental. A área não se trata de formação geológica/

geomorfológica de restinga, ou seja, não há condições técnicas de se formar uma Floresta

Alta de Restinga, mas o órgão ambiental no TCRA destacou a utilização de espécies de

restinga. Além disso, tinha sido observado que a área era utilizada como campo de futebol

e trilha de acesso, e o órgão ambiental atentou que houvesse envolvimento dos moradores

vizinhos para que o local não sofresse depredação futura. Entretanto, em novembro de

2013 a área foi queimada.

A questão social é inexequível com o instrumento do TCRA, porque não há

atualmente como exigir legalmente, gerenciar e controlar a questão de inclusão da

população em áreas a restaurar quando o licenciamento ambiental não envolve o Estudo de

Impacto Ambiental.

Entende-se que se o objetivo do projeto fosse estabelecer floresta, atualmente

dever-se-ia excluir áreas susceptíveis às intervenções antrópicas negativas. Sugere-se que

sejam estabelecidas nestes locais áreas verdes com equipamentos de lazer e integração

social. No caso específico, foi utilizado cerca e placa indicando que a área estava atrelada a

recuperação ambiental, mas tais instrumentos isolados não integram a população e/ou

inibem ações degradadoras. Tanto que o plantio foi destruído em novembro de 2013

(Anexo VII), inviabilizando o levantamento de campo conforme proposto na metodologia.

Em relação à diversidade genética, neste caso as mudas utilizadas no plantio de

2009 foram adquiridas em viveiros de Apucarana (PR) e no Horto Florestal de São Paulo

(SP), conforme relatório de monitoramento. Acredita-se que atualmente a utilização de

viveiros em outros Estados está superada, considerando que Barbosa et al. (2013) afirmam

que o déficit na produção de mudas de espécies florestais nativas no Estado de São Paulo

deixou de existir, havendo 207 viveiros, sendo 3 localizados no litoral norte e 21 no litoral

sul.

Na lista apresentada consta apenas o nome popular das espécies arbóreas, o que

prejudica a análise. Mas, comparando as espécies plantadas com o nome popular, nenhuma

está listada na Resolução CONAMA 07/96 como indicadora de estágio sucessional de

Floresta Alta de Restinga. Na listagem de espécies nativas produzidas em viveiros no

Estado de São Paulo elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado foi possível

verificar que das 11 espécies plantadas, apenas cinco eram de restinga.

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Em relação a estas cinco espécies, não há segurança técnica em afirmar que foram

utilizadas matrizes de restinga da região. Não houve manifestação do órgão ambiental em

relação ao fato. A situação traz preocupação de redução e/ou alteração da diversidade

genética deste tipo de fisionomia ao longo do tempo pela prática em não se atentar à

origem das mudas nos processos de licenciamento.

3.2.2.2 TCRA 82837/08

A área vinculada ao referido TCRA foi selecionada para a visita de campo. A partir

dos resultados elencados nas tabelas do Anexo VIII elaborou-se a Tabela 7 que traz os

valores mínimo, máximo e médio da altura, CAP e projeção de copa dos indivíduos

plantados em cada parcela amostrada. Observa-se que o menor indivíduo em relação à

altura apresenta 0,6 m e o maior 6,5 m. Em relação à Circunferência a Altura do Peito

(CAP) o maior valor foi de 40 cm (equivalente à 12 cm de DAP) e o menor 0 cm porque na

altura de 1,30 m o individuo plantado não formou diâmetro suficiente para medição por ser

uma muda jovem, como por exemplo a Cabralea canjerana, Eriotheca pentaphylla, entre

outras. As mudas ainda não formaram uma projeção de copa significativa, sendo a maior

média 2 metros em uma parcela, pois as mudas ainda estão em desenvolvimento.

Tabela 7. Valores mínimos, máximos e médios da altura, CAP, e projeção de copa dos

indivíduos plantados nas parcelas 1, 2 e 3 na área do TCRA 82837/08. Parcela Valores Altura(m) CAP (cm) Projeção de copa (m)

1 Mínima 0,6 0 0

Máxima 5 33 4

Média 2,9 7,3 1,4

2 Mínima 0,7 0 0,4

Máxima 6,5 40 5

Média 3,9 9,3 2,0

3 Mínima 1 0 0

Máxima 6 25 3,5

Média 2,8 4,4 1,2

Em relação aos regenerantes, nas três parcelas foram amostrados 35 indivíduos,

conforme Tabela 8. Em todas as parcelas foram encontrados indivíduos exóticos,

compondo 19 de uma única espécie, Clitoria fairchildiana R.A. Howard, equivalente a

54% do total de regenerantes. Esta espécie pertence à Floresta Ombrófila Densa da

Amazônia.

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31

Os indivíduos regenerantes nativos com maior predominância nas parcelas foram as

seguintes espécies: Nectandra oppositifolia Nees e Myrcia cf. multiflora, com 4 e 3

indivíduos respectivamente.

Tabela 8. Quantificação dos regenerantes de altura superior a 50 cm nas parcelas 1, 2 e 3

na área do TCRA 82837/08. Parcela Nativa Exótica Total Obs

1 2 9 11 Exótica: Clitoria fairchildiana R.A.

Howard (9)

2 10 4 14 Exótica: Clitoria fairchildiana R.A.

Howard (4) e nativa: Nectandra

oppositifolia Nees (4)

3 4 6 10 Exótica: Clitoria fairchildiana R.A.

Howard (6)

TOTAL 16 19 35

A vegetação desta área pode ser classificada a partir do estudo de Martins et al.

(2008) como Floresta Alta de Restinga Úmida há influência da oscilação do lençol freático

ao longo do ano. O substrato é variável, com uma camada superficial de matéria orgânica

humificada, pois o solo é inundável na época de chuvas e mantém o lençol freático

praticamente aflorante, em geral a cerca de 15-30 cm de profundidade, mesmo nos

períodos mais secos. A camada de serapilheira é fina (menos de 1 cm de espessura).

Conforme o estudo supramencionado as áreas inundadas durante períodos mais curtos

(somente na estação chuvosa), a floresta possui dossel de fechado a aberto e altura em

torno de 15 a 17 metros, com emergentes de até 27 m. Em alguns trechos a estratificação é

pouco definida. Nesta categoria fisionômica encontraram 434 espécies, sendo 37%

arbóreas, 22% herbáceas, 17% epífitas e 17% lianas.

3.2.2.3 TCRA 02/07

Na saída de campo (Anexo IX), observou-se que se trata de uma área úmida com

vários trechos alagadiços. Logo os indivíduos plantados inicialmente morreram devido à

saturação hídrica e foram substituídos basicamente pela espécie Calophyllum brasiliense

(guanandi). Assim, o parâmetro diversidade foi prejudicado na área, e cabe destacar que

além do guanandi poderiam ter sido plantados exemplares de Tabebuia cassinoides

(caixeta), Tabebuia umbellata (ipê do brejo) e Inga sp. (ingá).

A partir das tabelas das linhas de 1 a 10 do plantio do Anexo IX elaborou-se a

Tabela 9, sendo possível observar que o menor indivíduo em relação à altura apresenta 1,5

m, e o maior 15 m. Em relação à circunferência a altura do peito o maior valor foi de 77

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cm (equivalente a 24 cm de DAP) e o menor 0,5 m. As linhas 3 a 7, que apresentam

umidade excessiva e possuem a dominância da espécie Calophyllum brasiliense,

apresentaram a menor projeção de copas em relação à média de todas as linhas.

Importante destacar que nem sempre um plantio de baixa diversidade é mal-

sucedido ou um plantio de alta diversidade é bem-sucedido. A introdução de muitas

espécies não garante que todas sobrevivam em situações nas quais tanto o meio físico

quanto o biótico estejam em condições desfavoráveis para a maioria delas (Durigan et al.,

2010).

Tabela 9. Valores mínimos, máximos e médios da altura, CAP e projeção de copa dos

indivíduos plantados nas linhas 1 a 10 na área do TCRA 02/07. Linha –

plantio Valores Altura(m) CAP (cm) Projeção de copa (m)

1

Mínima 3 6 0,7

Máxima 10 45 4

Média 5,4 17,8 2,6

2

Mínima 3 7,5 0

Máxima 9 34 4

Média 5,9 20,1 3,0

3

Mínima 4 15,5 2

Máxima 9 77 6

Média 6,3 31,7 3,7

4

Mínima 2,2 6 0,7

Máxima 7 32 4

Média 4,1 13,4 1,6

5

Mínima 2,5 6,5 0,7

Máxima 4,5 17 1,4

Média 3,4 10,6 1,2

6

Mínima 3 8 0,8

Máxima 4,5 17 2

Média 3,7 11,0 1,3

7

Mínima 2 3,5 0,6

Máxima 6 54 4

Média 4,1 15,5 1,8

8 Mínima 1,5 0,5 0,3

Máxima 6 54 6,5

Média 4,1 15,5 2,1

9 Mínima 2,2 3,5 0,7

Máxima 15 71 5

Média 7,9 32,6 3,5

10 Mínima 1,5 3,5 1,5

Máxima 9 38 4

Média 5,5 19,9 2,9

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33

Em relação aos regenerantes os dados foram compilados na Tabela 10, onde se

verifica que 192 indivíduos são nativos, ou seja, 95% do total amostrado. As poucas

exóticas são de apenas três espécies, sendo predominante Hedychium coronarium J.

Koenig (lírio do brejo) adaptada à umidade. A partir dos dados pode-se concluir que a

regeneração natural está intensa em quantidade de espécies nativas.

Tabela 10. Quantificação dos regenerantes com altura superior a 50 cm nas parcelas 1 a

10 na área do TCRA 02/07. Parcela Nativa Exótica Total Obs

1 17 0 17 Dominância da Nectandra oppositifolia

Nees (6)

2 18 0 18 Sem dominância

3 9 1 10

Sem dominância. A exótica trata-se da

espécie Hedychium coronarium J. Koenig

(lírio do brejo)

4 14 1 15

Dominância da Vernonanthura phosphorica

(9). A exótica trata-se da espécie Hedychium

coronarium J. Koenig (lírio do brejo)

5 20 1 21

Dominância da Vernonanthura phosphorica

(11). A exótica trata-se da espécie

Hedychium coronarium J. Koenig (lírio do

brejo)

6 12 1 13

Dominância da Vernonanthura phosphorica

(8). A exótica trata-se da espécie Hedychium

coronarium J. Koenig (lírio do brejo)

7 18 1 19

Dominância da Vernonanthura phosphorica

(9). A exótica trata-se da espécie Hedychium

coronarium J. Koenig (lírio do brejo)

8 15 1 16

Dominância da Vernonanthura phosphorica

(4). A exótica trata-se da espécie Hedychium

coronarium J. Koenig (lírio do brejo)

9 28 3 31

Dominância da Nectandra oppositifolia Nees

(10). As exóticas tratam-se da espécie

Hedychium coronarium J. Koenig (lírio do

brejo) (1) e Clitoria fairchildiana

R.A.Howard (2)

10 41 1 42

Dominância da Nectandra oppositifolia Nees

(11). A exótica trata-se da espécie Psidium

guajava L. (1)

TOTAL 192 10 202

Nesta mesma área foi utilizada no plantio a espécie Euterpe edulis (palmito juçara),

ambientalmente importante, porém, ocorreu extração ilegal no local. Assim, há de se pesar o

benefício da implantação desta espécie em relação ao controle e fiscalização em

determinados locais.

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3.3 Análise sintética em relação ao monitoramento

Os relatórios de monitoramento, em geral, apresentam informações da quantidade

de mudas, listagem de espécies plantadas, se morreram, se foram substituídas e se houve

tratos culturais, entre outras práticas de manutenção do plantio. Fato compreensível,

porque não foram estabelecidos critérios e/ou parâmetros pelo órgão ambiental para o

monitoramento. Desta forma, não há o monitoramento para avaliação do sucesso da

formação de sucessão ecológica, tais como a avaliação dos regenerantes, diversidade de

espécies, estabelecimento de outras formas de vida, entre outros parâmetros.

O prazo em geral dado ao “monitoramento” nos TCRA é de 24 meses. Entende-se

que este período pode até ser suficiente para a manutenção, porém, não ao monitoramento

visando à avaliação das intervenções para facilitar a sucessão ecológica. Associa-se ao fato

que para a vegetação de restinga o conhecimento técnico-científico consolidado é mais

escasso por suas peculiaridades, o que dificulta a avaliação de projetos e o monitoramento.

O que se pode também observar nos casos estudados que apresentam áreas

pequenas, é a ausência de responsável pela área após o prazo de monitoramento e a

dificuldade de fiscalização pelo órgão ambiental. Neste contexto, entende-se como viável

que as futuras áreas a recuperar poderiam ser substituídas por locais no interior de Unidade

de Conservação degradados, consultando-se o órgão gestor, e considerando-se o

monitoramento e a fiscalização mais efetiva quando comparado, por exemplo, à área

vinculada ao TCRA 12.695/09, que foi queimada em novembro de 2013.

3.4 Respostas às perguntas do Trabalho

Após a avaliação da documentação dos processos de licenciamento em relação à

gestão de recuperação por meio do plantio de espécies arbóreas em áreas degradadas

(Anexos I ao VI), e relacionando com o que foi verificado em campo (Anexos VII ao IX),

seguem as respostas em relação às perguntas elencadas neste Trabalho.

1. A execução do projeto foi conforme a aprovação pelo órgão ambiental? Quais

os motivos?

Não. O aspecto principal é em relação à listagem de espécies propostas para

o plantio. Em geral, o número de espécies indicadas nos projetos é maior do que o

de mudas de fato plantadas e as espécies são diferentes, incluindo várias da

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fisionomia de Floresta Estacional Semidecidual e mesmo espécies que não

pertencem à Mata Atlântica, como o caso de espécies da Amazônia e da Ásia.

2. As exigências e o monitoramento do órgão ambiental foram pertinentes e

suficientes?

Não. As exigências foram simplistas, sem elencar algo inovador em relação

à estruturação de uma floresta, por meio de indução de outras formas de vida, além

da arbórea. Houve caso em que o órgão ambiental exigiu que fosse apresentada

outras áreas para recuperar, porém sem explicações firma TCRA para a área que

verificou que havia sido considerada não apta para implantação do projeto

proposto. Em relação ao monitoramento, o regramento veio expresso apenas na

legislação de 2006 (Resolução SMA 58), que determinava o monitoramento

periódico da recuperação florestal. Porém, nos estudos de caso, em nenhum

processo o órgão ambiental se manifestou detalhadamente sobre este assunto, não

especificou parâmetros a serem monitorados, e apenas exigiu a apresentação de

relatórios no prazo de 24 meses com informações referentes à manutenção do

plantio.

3. Quais foram às principais interferências negativas e positivas na elaboração e

execução do projeto aprovado?

Pelas informações nos processos, o histórico do uso e ocupação do solo,

alterações na drenagem e a relação da população do entorno com a área a ser

recuperada, que não foram considerados de fato para a elaboração dos projetos e na

avaliação do órgão ambiental, representam as principais interferências negativas

para os projetos. Outro aspecto negativo é a ausência de informações sobre os

viveiros a serem utilizados para a obtenção de mudas, visando o bom planejamento

de acordo com a realidade da produção de mudas da região, além da ausência de

propostas pelo consultor e/ou exigência do órgão ambiental em relação ao

enriquecimento, adensamento, transplante de formas de vida variadas para as áreas

a restaurar, como as epífitas, por exemplo.

Como aspecto positivo pode-se citar os projetos em que o empreendedor

gerencia e controla de fato a área recuperada após dado como cumprido o TCRA,

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conforme ocorrido em relação aos Termos 82837/2008 e 02/20007 que são áreas do

mesmo empreendedor.

A partir desta avaliação, pretende-se elaborar algumas propostas em relação à gestão de

recuperações em áreas atreladas ao licenciamento ambiental:

a) Quais aspectos técnicos devem ser considerados nos projetos de restauração de

Floresta Alta de Restinga no licenciamento ambiental?

Os aspectos mínimos para serem considerados nos projetos devem ser a

devida caracterização da área visando avaliar o solo, dinâmica hídrica, capacidade

de regeneração natural, uso e ocupação da área e entorno, desta forma, haverá

subsídios para definição da(s) melhor(es) técnica(s) a ser(em) adotada(s) de

restauração.

a) Quando e como monitorar o processo de restauração?

Considerando os instrumentos atuais, entende-se como viável que a

manutenção seja realizada pelo menos duas vezes nos primeiros dois anos, visando

eliminar e/ou reduzir distúrbios na área a restaurar, e avaliar os aspectos do solo e

drenagem. A partir destes dois anos de manutenção, o monitoramento deveria ser

realizado em 5, 10, 15 e 20 anos após a implantação. Caso a recomposição seja

atingida em menos de 20 anos, o monitoramento deixaria de ser obrigatório. Em

cada projeto de restauração, o monitoramento deve ser realizado em parcelas

amostrais em número variável, de acordo com o tamanho da área total do projeto. O

período sugerido de monitoramento converge com a proposta de nova resolução da

Secretaria de Meio Ambiente que irá substituir e revogar a Resolução SMA 08/08.

Se for tratar apenas da manutenção do plantio, sugere-se que seja superior a

24 meses, considerando os limites edáficos e de umidade que interferem no

crescimento das mudas e o seu estabelecimento. Considerando a dinâmica atual do

licenciamento, entende-se de que pelo menos cinco anos são necessários para a

manutenção, porém podendo ser adaptado conforme peculiaridades de cada área.

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b) Quais critérios técnicos devem ser considerados na avaliação da evolução do

processo de restauração para que o órgão ambiental não necessite mais

realizar o acompanhamento?

Ainda não é possível avaliar a evolução do processo de restauração de

restinga, por ser necessária a realização de mais estudos técnicos sobre os processos

ecológicos desta fisionomia, associada ao solo e à drenagem.

Em relação à estruturação da floresta, a necessidade do monitoramento

seria finalizada quando a área restaurada atingisse os parâmetros de estágio inicial

de regeneração previstos na Resolução CONAMA 07/96.

3.5 Proposta de Protocolo

A partir deste estudo técnico sugerem-se diretrizes de um protocolo mais adequado

ao projeto de restauração de Floresta Alta de Restinga e ao monitoramento, no âmbito do

licenciamento ambiental. Tal proposta poderia ser adaptada a outras fisionomias de Mata

Atlântica.

Cabe destacar que nesta proposta não foi possível definir parâmetros quantitativos,

porque entende-se necessária a realização de mais estudos nas restaurações de floresta de

restinga, devido à complexidade em relação ao solo, à dinâmica hídrica e à vegetação

desses ambientes. Também não foi sugerida neste protocolo, destinado ao órgão ambiental

a identificação das espécies porque é necessária a realização da capacitação dos

funcionários para este fim.

Como proposta, no licenciamento ambiental, o técnico do órgão ambiental deveria

instruir o processo com as seguintes considerações em relação aos projetos apresentados e

os relatórios de manutenção e/ou monitoramento, além da realização de vistoria prévia na

área proposta no projeto:

1. Estabelecimento do objetivo e metas do projeto;

2. Identificar o Bioma e a caracterização da fisionomia vegetal da área e região;

3. Histórico do uso e ocupação da área e entorno;

4. Identificação das causas da degradação da área;

5. Identificação do proprietário da área;

6. Designação da equipe da restauração;

7. Avaliação da fauna do local e entorno;

8. Relação da comunidade do entorno com a área proposta;

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9. Caracterização do solo e dinâmica hídrica;

10. Especificar as intervenções no solo e na dinâmica hídrica, se necessário;

11. Avaliação da capacidade de regeneração natural;

12. Adubação, controle de formigas, irrigação, se necessário;

13. Verificar se as espécies de produção de mudas ou sementes propostas são da região/

fisionomia;

14. Indicação da procedência de sementes ou mudas;

15. Cronograma para manutenção e do monitoramento;

16. Definição da responsabilidade da restauração e o monitoramento;

17. Identificar estratégias de proteção e gestão em longo prazo;

18. Monitoramento contemplando minimamente os seguintes parâmetros, que poderão

ser adaptados à peculiaridade de cada área monitorada em relação à estruturação da

floresta:

a) Selecionar uma forma de amostragem adaptada ao local, tais como, linhas

de plantio ou parcelas em cada projeto, e levantar os seguintes parâmetros:

i. Sobrevivência dos indivíduos plantados: na parcela ou ao longo de cada

linha amostral serão contabilizados os indivíduos sobreviventes;

ii. Altura e diâmetro da altura do peito (DAP): Na parcela ou linha de

amostragem medir todos os indivíduos plantados sendo que a altura será

medida pela máxima projeção vertical da copa;

iii. Número de estratos e altura do maior estrato: Estimativa visual do

número de estratos do componente lenhoso da vegetação considerando

sub-bosque, dossel e emergente;

iv. Percentual de cobertura do solo por espécies herbáceas invasoras e

superdominantes: Estimativa visual do percentual de cobertura do solo

por herbáceas invasoras e herbáceas superdominantes, projetando-se

uma largura de dois metros para cada lado da linha amostral;

v. Cobertura do solo por serapilheira: Estimativa visual do percentual de

cobertura do solo pela serapilheira formada na área restaurada;

vi. Presença de epifitismo: liquens, briófitas, bromeliáceas;

vii. Presença de lianas: herbáceas e lenhosas;

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viii. Número total de espécies e morfoespécies regionais: Contagem dos

indivíduos com altura igual ou superior a 50 cm, ao longo da linha, de

espécies e morfoespécies regionais;

ix. Número total de espécies e morfoespécies não regionais: Contagem dos

indivíduos com altura igual ou superior a 50 cm, ao longo da linha, de

espécies e morfoespécies não regionais (exóticas).

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4. Comentários Finais

A proposta de protocolo aqui sugerida é um embrião para que no licenciamento

ambiental sejam geradas informações a partir da avaliação dos dados coletados e,

futuramente, identificar quais são os fatores cruciais para o acompanhamento do

desenvolvimento da estrutura da Floresta Alta de Restinga com suas funções ecológicas.

Também se considera importante que a Secretaria de Meio Ambiente identifique

áreas para serem utilizadas como ecossistemas de referência para estudos sobre processos

ecológicos e sustentabilidade das florestas. Desta forma, pode-se desenvolver critérios

detalhados para nortear os objetivos, métodos e monitoramento dos projetos de

restauração. Destacam-se áreas preservadas no interior de Unidades de Conservação, como

o novo Parque Estadual Restingas de Bertioga.

Esta proposta apresenta similaridade com o estudo realizado em 2008/2009 pela

Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo com parceria do Instituto Florestal e

Instituto de Botânica, visando definir metodologias mais objetivas para a avaliação

ecológica de recuperações em área degradadas realizadas pelas minerações no Vale do

Paraíba do Sul. Em maio de 2011, por meio de uma equipe técnica composta pelos

institutos supramencionados e a Universidade de São Paulo, foi elaborado o relatório de

“Avaliação Ecológica das Florestas Plantadas para a Recuperação de Áreas Degradadas

pela Mineração de Areia no Vale do Rio Paraíba do Sul, SP”7.

O relatório teve o objetivo de caracterizar trajetórias de reflorestamento de

recuperação para variáveis estruturais da comunidade vegetal, estimar os estoques de

carbono nas árvores dos reflorestamentos de recuperação, identificar variáveis à

implantação e manutenção dos reflorestamentos que influenciam os resultados de

desenvolvimento da comunidade vegetal e sugerir estratégias para o monitoramento.

Nas Diretrizes para Desenvolver e Gerenciar Projetos de Restauração Ecológica da

SER (2005) há indicação da condução do monitoramento na fase de pré-projeto, conforme

a necessidade. Isto porque pode ser útil ou necessário obter medições de parâmetros de

base, tais como, a qualidade da água, elevação do nível freático e o metabolismo bruto de

organismos do solo, durante um ano ou mais, antes do início da instalação do projeto. Se

7 Relatório ainda não publicado, obtido na Secretaria de Meio Ambiente em treinamento internos aos

funcionários em outubro de 2013.

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assim ocorrer, essas medições vão continuar ao longo da vida do projeto como parte do

programa de monitoramento. Dados que apontam situações extremas e não esperadas

podem indicar problemas que podem exigir correções durante o percurso para evitar a

paralisação ou fracasso do projeto. Ao finalizar o projeto, os dados seriam avaliados para

auxiliar na determinação da eficácia da restauração. Esta proposta é importante, ainda mais

para a restinga, porém entende-se como cabível apenas em grandes áreas a restaurar, por

exemplo, acima de 1 ha.

O órgão ambiental deve quebrar o paradigma de aprovar projetos e monitorá-los na

ótica apenas da sobrevivência das mudas plantadas. Assim, eliminaria a prática usual de

estabelecer um agrupamento de espécies arbóreas sem sustentabilidade e perpetuação ao

longo do tempo. E cabe destacar que o ideal seria a realização de vistoria prévia nos locais

propostos a restaurar, pois subsidiaria projetos mais direcionados. Entretanto como já

mencionado deve-se considerar a realidades das equipes diminutas no órgão ambiental,

assim, seria plausível que o avaliador do projeto tivesse a discernimento de escolher as

áreas a serem vistoriadas previamente, devidamente justificado dentro do processo. Caso

optasse pela dispensa da vistoria prévia, o mesmo deveria instruir o processo com os

argumentos técnicos para a sua tomada de decisão.

Para que isso ocorra é necessária à alteração da legislação vigente, a Resolução

SMA 08/08, que é focada no plantio de espécies arbóreas. Atualmente, na Secretaria de

Meio Ambiente há uma minuta de nova resolução, que a revogaria e a substituiria. O novo

texto traz o termo “restauração ecológica” como objetivo a ser alcançado. A publicação de

referida norma será um marco importante para o Estado de São Paulo.

Também é necessário alterar o foco de gestão do órgão ambiental licenciador,

porque atualmente os técnicos devem atender metas associadas à emissão de autorizações,

indeferimentos e licenças ambientais em detrimento do acompanhamento dos TCRA.

Assim, a avaliação dos projetos e dos relatórios de manutenção/monitoramento fica em

segundo plano, considerando ainda o pequeno corpo técnico do órgão ambiental que atua

nesta demanda. Associa-se à necessidade do órgão ambiental em fornecer treinamento de

seus técnicos na avaliação de projetos, técnicas de recuperação, critérios de monitoramento

e identificação de espécies (taxonomia).

Para melhoria do gerenciamento de áreas degradadas, entende-se que a legislação

estadual deveria ser alterada, com a sugestão de criação de um Termo de Compromisso de

Restauração Ecológica (TCRE). O TCRA poderia ser utilizado para recuperações

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paisagísticas, áreas verdes públicas associadas a sistema de lazer, entre outros objetivos

que não sejam o estabelecimento de um fragmento de Mata Atlântica ou vegetação de

Cerrado. Também deveria se tornar claro o conceito de relatório de manutenção e de

monitoramento, os seus conteúdos, tais como a capina, controle de formiga e adubação

para a manutenção, e os conteúdos dos referidos monitoramentos como, por exemplo,

diversidade de espécies, regeneração natural, cobertura do solo, entre outros critérios

técnicos.

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43

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45

Ruiz-Jaen M. C. & Aide T. M. 2005. Restoration Success: How Is It Being Measured?

Restoration Ecology, 13 (3): 569–577.

São Paulo. 2001. Resolução SMA 21. Fixa orientação para o reflorestamento heterogêneo

de áreas degradadas e dá providências correlatas.

São Paulo. 2003. Resolução SMA 47. Altera e amplia a Resolução SMA 21, de 21/11/2001;

Fixa orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas e dá providências

correlatas.

São Paulo. 2008. Resolução SMA 8. Fixa a orientação para o reflorestamento heterogêneo

de áreas degradadas e dá providências correlatas.

São Paulo. 2006. Resolução SMA 58. Fixa a orientação para o reflorestamento heterogêneo

de áreas degradadas e dá providências correlatas.

Secretaria de Meio Ambiente. 2009. Inventário Florestal da Vegetação Nativa do Estado

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ANEXO I: Processo SMA 88.133/99 – Claudemir Modesto Gil

Histórico

Trata-se de solicitação em maio de 1999 de aprovação de loteamento residencial em

terreno com área total de 11.032 m2

que envolvia regularização de supressão de Floresta

Alta de Restinga. O órgão ambiental realizou vistoria em junho de 1999 no qual destacou

as seguintes informações: a Floresta Alta de Restinga em estágio avançado de regeneração

abrangia 7.083,50 m2; a área de estágio inicial era aproximadamente de 6.071,25 m

2; e a

área degradada era de 3.826,25 m2 na propriedade.

O órgão ambiental em abril de 2001 exigiu a remoção no projeto das duas rotatórias

no final do empreendimento, transformando-as em área verde. Devido ao fato de tais

rotatórias encontrarem-se circundadas pelas áreas verdes, não possibilitando a formação de

um contínuo homogêneo nas mesmas. O projeto foi aprovado em junho de 2001, com a

condicionante de inclusão das áreas das rotatórias na área verde.

Projeto de recuperação

O projeto de recuperação para a área verde foi apresentado em novembro de 2001,

englobando a revegetação nas áreas de rotatórias projetadas no loteamento (figura 4).

Figura 4. a) Área do empreendimento Residencial Estoril, Rua Manoel Gajo, 2567,

Bertioga, SP. b) Destaque para a área da rotátoria incluída na área verde contemplada no

projeto de recuperação vinculada ao TCRA 02/02.

O projeto previa as etapas de seleção das espécies vegetais a serem plantadas,

demarcação e abertura de covas, adubação, plantio das mudas e de manutenção do plantio.

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O modelo sucessional adotado considerou a disposição de escolha das espécies

segundo sua função ecológica, na proporção de 75% de pioneiras (P) e 25% de não

pioneiras (NP), sendo a área total de 970 m2 contemplando 162 mudas (figura 5).

P P P P P P

NP P NP P NP P

P P P P P P

P NP P NP P NP

Figura 5. Modelo sucessional de plantio no projeto de recuperação para a área verde do

empreendimento Residencial Estoril na Rua Manoel Gajo, 2567, Bertioga, SP.

No projeto consta que a seleção das espécies considerou as condições adversas do

meio físico (solo exposto, material inerte, profundidade, etc), adotando como critério a

disponibilidade no mercado de mudas nativas de maior ocorrência na região,

principalmente pioneiras. O modelo previu utilizar mudas provenientes de regeneração

natural das próprias imediações, adjacentes a área do projeto com espaçamento 3 m x 2 m.

As covas seriam abertas com o auxilio de escavadeira manual e enxadão, com o seguinte

dimensionamento 40 cm x 40 cm x 60 cm. Para a manutenção era proposto o coroamento

periódico das plantas e o combate a formigas, sempre que necessário.

As espécies indicadas foram 12, conforme Tabela 11, que foi apresentada pelo

interessado. Afirmaram que são na maioria espécies pioneiras de frequência regional. No

projeto não especificaram a quantidade de mudas para cada espécie.

Tabela 11. Listagem de espécies arbóreas propostas para o plantio na área verde do

empreendimento Residencial Estoril, Bertioga, SP.

Nome científico

Nome científico

atualizado Nome Popular

Psidium sp. Araçá

Senna multijuga

Senna multijuga

(Rich.) H.S.Irwin &

Barneby Aleluia

Machaerium

acutiholium

Machaerium

acutifolium

Vogel Bico de pato

Clethra scabra

Clethra scabra

Pers. Cambará

Croton floribundus

Croton floribundus

Spreng. Capixingui

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48

Nome científico

Nome científico

atualizado Nome Popular

Rapanea ferruginea

Rapanea ferruginea

(Ruiz & Pav.) Mez Capororoca

Cecropia hololeuca

Cecropia hololeuca

Miq. Embaúba

Inga uruquensis

Inga uruguensis

Hook. & Arn. Ingá

Mimosa sepiaria

Mimosa sepiaria

Benth. Unha de gato

Tibouchina sp. Tibouchina sp. Quaresmeira

Peschiera

fuchsiefolia

Tabernaemontana

fuchsiaefolia A. DC. Leiteiro

Miconia sp. Miconia sp. Jacatirão

Cordia superba

Cordia superba

Cham. Baba de boi

No cronograma do projeto constavam dois meses para a preparação do terreno,

quatro meses para a abertura das covas e plantio, e um ano para monitoramento. Estavam

contemplados replantio, roçada e adubação, quando necessários. As mudas perdidas seriam

substituídas por outras da mesma espécie ou por outras de ocorrência da região.

A adubação era prevista com 150 g de superfosfato simples/cova, 350 g de calcário

dolomítico/cova e incorporação de matéria orgânica: mais ou menos 10 litros/cova, e

comprometeram-se a elaborar relatórios de acompanhamento quadrimestral.

Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

Foi realizada vistoria pelo órgão ambiental em dezembro de 2001, no qual destacou

que o projeto de revegetação estava satisfatório, pois, o número de mudas era adequado,

fornecendo uma boa densidade final de plantas e, consequentemente, permitindo um

fechamento rápido das copas, além de sugerir incluir 100g de cloreto de potássio por cova,

e não utilizar agrotóxico.

Assim, determinou que as mudas deveriam ter um metro de altura. Para a

manutenção deveria ser incluída a irrigação quando necessário, além da utilização de

estaqueamento das mudas de espécies arbóreas. Recomendou o isolamento da área e

fixação de placas. Os relatórios de monitoramento deveriam ser acompanhados de fotos

para a avaliação do processo de recuperação.

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Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

O TCRA 02/02 foi firmado em janeiro de 2002 e incorporou as exigências

propostas no relatório de vistoria de 2001, além da necessidade do aproveitamento

sistemático de epífitas, serapilheira e banco de germoplasma oriundas das áreas a serem

desmatadas, tanto para a recuperação das áreas degradadas como para o enriquecimento

das áreas verdes averbadas.

Assim, o TCRA 02/02 contemplou as seguintes exigências:

- Implantar o projeto de Revegetação presente nos autos, utilizando no mínimo 50

mudas de espécies não pioneiras diversificadas e com altura acima de 1 metro, e o

cronograma deve ser readequado para realizar o plantio em 3 meses.

- Proteger e garantir a perpetua integridade das áreas verdes averbadas mediante

vigilância, instalação de placas informativas e demais equipamentos que se façam

necessários.

- Promover o remanejamento sistemático de epífitas e outras essências florestais,

das áreas a serem desmatadas para as áreas a serem recuperadas, bem como o

enriquecimento das áreas verdes averbadas.

- Apresentar relatórios descritivos e fotográficos referentes às atividades de tratos

culturais, remanejamento sistemático e acompanhamento das plantas

transportadas, e ações de proteção das áreas verdes averbadas (prazo: mensal do

1 ao 6 mês, semestral até 2006 e anual até 2010);

- Atender prontamente a qualquer exigência complementar que, a qualquer tempo,

venha a ser formalizada pelo DEPRN;

- Desafetar os lotes 48 e 62 do projeto do loteamento para a abertura de rua

(prazo: 6 meses).

Monitoramento

O órgão ambiental realizou vistoria em fevereiro de 2007 e verificou que o plantio

foi efetuado conforme o projeto aprovado, sendo plantadas mudas nativas no local e a área

estava cercada com cerca de arame favorecendo a regeneração natural, fato ocorrido pela

proximidade com outro fragmento florestal através da dispersão de sementes. Toda área a

ser recuperada encontrava-se coberta por vegetação nativa, típica de Floresta Alta de

Restinga. Logo, foi considerado TCRA integralmente cumprido.

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Porém, no processo consta outro relatório de vistoria realizado pelo mesmo

profissional que fez a vistoria supramencionada, na mesma data, porém com conteúdo

diferente, que segue:

- Item 1 do TCRA foi cumprido

- Item 2 foi cumprido, pois a área encontra-se isolada;

- Os itens 3 e 4 não é possível afirmar se foram cumpridos porque o interessado

não apresentou os relatórios;

- Não foram fornecidas as plantas que comprovem que os lotes 48 e 62 foram

desafetados, logo, não foi considerado cumprido o item 6 (fls. 461).

Foram solicitados ao interessado os relatórios de monitoramento em setembro de

2008, porém não foram entregues. No mês seguinte foi realizada nova vistoria no local que

constatou que o plantio estava localizado na área compromissada. Assim, o órgão

ambiental concluiu que as áreas verdes do loteamento encontravam-se cobertas por

vegetação. Porém, na legenda de uma foto consta que a área verde foi cercada e não

recebeu o plantio de mudas, mas se observou a regeneração natural.

O processo foi arquivado temporariamente em outubro de 2008 pelo período de 12

meses para aguardar o relatório de monitoramento. Porém até hoje nada foi entregue, e o

TCRA foi dado como cumprido no SIGAM.

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ANEXO II: Processo SMA 74.077/07 – Serviço Social do Comércio - SESC

Histórico

Trata-se de solicitação de autorização para a intervenção em APP para a instalação

de adutora e desassoreamento do trecho do rio Guaxinduva. No relatório técnico

apresentado pelo solicitante da autorização, a área foi classificada como vegetação em

estágio inicial, não especificando a classificação da fisionomia da vegetação.

Como medida compensatória propuseram uma área 4 vezes maior do que a área de

interferência, ou seja, 480 m2, desprovida de cobertura vegetal para implantação de projeto

contemplando 174 mudas de espécies de floresta de restinga.

Projeto de recuperação

A área selecionada era um antigo campo de pouso de aeronaves que esteve em

funcionamento até a década de 1980, quando ocorreu a construção da rodovia Rio Santos

(SP 55), cujo seu traçado passou pela área da pista, sendo esta desativada. No projeto

consta que com o passar dos anos, em alguns pontos dessa área houve a regeneração da

vegetação nativa, formando fragmentos, mas o local ainda apresentava áreas descampadas

e com gramíneas (figura 6).

Figura 6. a) Localização da área proposta para recompor entre a Av. Anchieta e a

Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP). b) Destaque para a área a

recompor proposta no projeto de recuperação vinculada ao TCRA 1471/07.

O projeto visava colaborar com a recomposição da vegetação nativa, acelerando o

processo de regeneração no local em 480 m2. A área está localizada entre a Av. Anchieta e

a Rodovia Rio Santos, atrás do SESC Bertioga.

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No projeto consta que o método proposto alternava uma linha de espécie pioneira

(PI) com uma clímax (CL), podendo ser plantio simultâneo ou em épocas diferentes. A

distribuição das espécies de mudas nas linhas deveria ser ao acaso e o espaçamento em

torno de 3 m x 3m para as pioneiras sendo intercaladas as de clímax em espaçamento de

1,5 m, conforme Figura 7.

Figura 7. Esquema do espaçamento do plantio previsto no projeto para a área localizada

entre a Av. Anchieta e a Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP).

Foi proposta a utilização de 174 mudas de árvores nativas com aproximadamente 1

metro de altura de viveiros devidamente cadastrados, sendo 121 (70%) mudas de espécies

pioneiras e 53 (30%) de clímax.

No projeto constava que as espécies foram escolhidas adequadamente para o

reflorestamento, pois, cada planta possuía características ecológicas que determinavam o

micro ambiente mais propício ao seu desenvolvimento, bem como suas interações com

outros organismos, especialmente com a fauna silvestre.

Em virtude da alteração do solo em suas condições químico-fisicas seriam

utilizados nas covas 0,3 kg de macronutrientes (NPK) fórmula base (10-20-15), mais 0,4

kg de pó de calcário e 0,2 kg de fosfato de rocha ou torta de mamona.

Propuseram covas de 0,50 x 0,50 x 0,50m com utilização de um tutor de bambu de

2 metros de comprimento para o suporte e desenvolvimento da planta, além da manutenção

com coroamento e substituição de mudas que não sobrevivessem e o monitoramento

proposto foi de 24 meses.

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No cronograma constava 1 mês para preparação do solo, 2 meses para compra das

mudas, se sobrepondo aos 4 meses para o plantio, uma avaliação do modelo em 5 meses

após o plantio, durante 3 meses, e o monitoramento durante 24 meses após o plantio.

Afirmaram que as espécies escolhidas no projeto (Tabela 12) são as mesmas

encontradas nas áreas adjacentes, seguindo as características do local.

Tabela 12. Listagem de espécies arbóreas propostas para o plantio para a área entre a Av.

Anchieta e a Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga (SP).

Nomes científico Nome científico atualizado Nome popular

Tapirira guianensis Tapirira guianensis Aubl. Peito de pomba

Peschiera funchsiaefolia Tabernaemontana

fuchsiaefolia A. DC. Leiteiro

Syagrus romanzoffiana Syagrus romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá

Jacaranda macranta Jacaranda macrantha Cham. Caroba

Eriotheca candolleana Eriotheca candolleana

(K.Schum.) A.Robyns Embiruçu do litoral

Pseudobombax

grandiflorum

Pseudobombax grandiflorum

(Cav.) A.Robyns Embiruçu da mata

Cecropia pachystachya Cecropia pachystachya

Trécul Embaúba branca

Sapium glandulatum Sapium glandulatum (Vell.)

Pax Pau de leite

Cassia ferrugínea Cassia ferruginea (Schrad.)

Schrad. ex DC. Cássia-fístula

Schizolobium parahyba Schizolobium parahyba

(Vell.) Blake Guapuruvu

Anadenanthera colubrina Anadenanthera colubrina

(Vell.) Brenan Angico branco

Piptadenia gonoacantha Piptadenia gonoacantha

(Mart.) J.F.Macbr. Pau jacaré

Centrolobium tomentosum Centrolobium tomentosum

Guillem. ex Benth. Araribá

Lonchocarpus

guilleminianus

Lonchocarpus guilleminianus

(Tul.) Malme Embira do sapo

Tibouchina mutabilis Tibouchina mutabilis (Vell.)

Cogn. Manacá da serra

Tibouchina pulchra Tibouchina pulchra Cogn. Manacá da serra

Cytharexyllum

myrianthum

Cytharexyllum myrianthum

Cham. Pau viola

Dendropanax cuneatum Dendropanax cuneatus (DC.)

Decne. & Planch. Maria mole

Euterpe edulis Euterpe edulis Mart. Palmito juçara

Tabebuia alba Tabebuia alba (Cham.)

Sandwith Ipê amarelo da serra

Tabebuia heptaphylla Tabebuia heptaphylla (Vell.) Ipê roxo sete folhas

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Nomes científico Nome científico atualizado Nome popular

Toledo

Tabebuia vellosoi Tabebuia vellosoi Toledo Ipê amarelo de casca lisa

Cordia trichotoma Cordia trichotoma (Vell.)

Arráb. ex Steud. Louro pardo

Calophyllum brasiliense Calophyllum brasiliense

Cambess. Guanandi

Nectandra megapotamica Nectandra megapotamica

(Spreng.) Mez Canelinha

Cabralea canjerana Cabralea canjerana (Vell.)

Mart. Canjerana

Campomanesia phaea Campomanesia phaea

(O.Berg) Landrum Cambuçi

Eugenia brasiliensis Eugenia brasiliensis Lam. Grumixama

Cupania racemosa Cupania racemosa (Vell.)

Radlk. Caguantã

Chrysophyllum ramiflorum Chrysophyllum ramiflorum

(Mart.) A.DC. Guacá

Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

O órgão ambiental se manifestou por meio do Laudo Técnico DPRN 03/ETSA

26/07, onde afirmou que a vegetação no entorno da área a recuperar é composta de Floresta

Alta de Restinga nos estágios iniciais e médio de regeneração.

Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

Foi firmado o TCRA 1471/07 para a execução do projeto aprovado com

vencimento em setembro de 2009, sendo que o plantio deveria ser iniciado em dezembro

de 2007, e foi solicitado relatórios de monitoramento com periodicidade semestral.

Monitoramento

O primeiro relatório de monitoramento foi apresentado em agosto de 2008, onde

constam as seguintes informações:

A utilização de 12 espécies de 8 famílias totalizando 164 indivíduos, e para tal

basearam-se na Resolução SMA 08/08, 47/03 e 21/01, conforme segue na Tabela 13.

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55

Tabela 13. Listagem de espécies utilizadas no plantio na área vinculada ao TCRA

1471/07.

Nome científico

Nome científico

atualizado Nome popular

Estágio

sucessional Dispersão

Schinus terebinthifolius

Schinus terebinthifolius

Raddi

Aroeira

Pimenteira Pioneira Zoocórica

Euterpe edulis

Euterpe edulis

Mart. Palmito juçara

Não

pioneira Zoocórica

Syagrus romanzoffiana

Syagrus romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá

Não

pioneira Zoocórica

Tabebuia umbellata

Tabebuia umbellata

(Sond.) Sandwith

Ipê amarelo do

brejo

Não

pioneira Anemocórica

Cybistax antisyphilitica

Cybistax antisyphilitica

(Mart.) Mart.

Ipê da flor

verde

Não

pioneira Anemocórica

Jacaranda puberula

Jacaranda puberula

Cham. Carobinha

Não

pioneira Anemocórica

Tabebuia cassinoides

Tabebuia cassinoides

(Lam.) DC. Caixeta Pioneira Anemocórica

Pseudobombax

grandiflorum

Pseudobombax

grandiflorum

(Cav.) A.Robyns

Embiruçu da

mata

Não

pioneira Anemocórica

Calophyllum

brasiliense

Calophyllum

brasiliense

Cambess. Guanandi

Não

pioneira Zoocorica

Ocotea mosenii

Ocotea mosenii

Mez Canela preta

Não

pioneira Zoocorica

Schizolobium parahyba

Schizolobium parahyba

(Vell.) Blake Guapuruvu Pioneira Autocórica

Acacia polyphylla

Acacia polyphylla

DC. Monjoleiro Pioneira Autocórica

Miconia

cinnamomifolia

Miconia

cinnamomifolia

(DC.) Naudin Jacatirão Pioneira Anemocórica

Tibouchina mutabilis

Tibouchina mutabilis

(Vell.) Cogn.

Manacá da

serra

Não

pioneira Zoocorica

Foram implantadas placas de identificação das espécies e utilizaram tutor e fitilho;

Mencionaram que a primeira roçada da área aconteceu por volta de 60 dias após o plantio e

utilizaram como enriquecimento a cobertura morta. E as visitas de manutenção foram

realizadas, conforme a necessidade onde os espécimes que não vingaram foram

substituídos;

Mencionam as alterações em campo da proposta aprovada:

o A cova foi de 1,0 x 1,0 x 1,0 em função do tamanho das mudas ser de porte robusto,

maior enrijecimento com substrato e propiciar maior área livre de crescimento.

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56

o Para a adubação foi utilizado composto orgânico (resto de poda de árvores, arbustos

e folhas, mais resíduos úmidos de restaurante do SESC), torta de mamona, terra

vegetal em proporções equilibradas. Também se utilizou 300 g de calcário

dolomítico em cada berço 45 dias previamente ao plantio.

Após 9 meses do início do projeto concluíram que as mudas estavam em

crescimento e fortalecimento e a manutenção ocorreria conforme acordado com o órgão

ambiental (figura 8).

Figura 8. a) Fotos do relatório de monitoramento referente ao plantio entre a Av.

Anchieta e a Rodovia Rio Santos, atrás do Sesc Bertioga, Bertioga, SP. b) Destaque

para o tutor e fitilho utilizado no plantio das mudas.

O segundo relatório de monitoramento foi apresentado em janeiro de 2009, onde

constam as seguintes informações:

Em relação ao primeiro relatório, 14 indivíduos não vingaram por causa da

adaptação ao solo encharcado devido às chuvas excessivas nos dois primeiros meses de

acompanhamento e condições genéticas dos indivíduos;

Todos os indivíduos mortos foram substituídos (Tabela 14), sendo executada a

limpeza da cova, bem como o revolvimento e enriquecimento com composto.

O coroamento de manutenção foi realizado a cada 3 meses.

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57

Tabela 14. Listagem das espécies arbóreas que não vingaram no campo e suas respectivas

substitutas na área do TCRA1471/07.

Espécie morta Espécie substituta

Nome cientifico Nome

popular

Número de

indivíduos

Nome cientifico Nome

popular

Número de

indivíduos

Euterpe edulis Palmito

juçara

2 Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 2

Tabebuia

umbellata

Cybistax

antisyphilitica

Jacaranda

puberula

Ipê amarelo

do brejo

Ipê da flor

verde

Carobinha

4

Tabebuia

cassinoides Caixeta 6

Miconia

cinnamomifolia

Jacatirão 8 Calophyllum

brasiliense

Guanandi 6

TOTAL 14 TOTAL 14

A vistoria no local foi realizada, porém no processo não consta a data, onde

concluiu que embora tenha sido verificada a necessidade de melhoria na manutenção,

considerou-se que o TCRA estava sendo implantado dentro do programado e deveriam ser

apresentados relatórios semestrais de monitoramento.

O terceiro relatório de monitoramento foi apresentado em junho de 2009 e

destacam-se as seguintes informações:

Em termos gerais, as condições de crescimento foram bastante satisfatórias no

que diz respeito aos aspectos fitossanitárias e de desenvolvimento vegetativo;

A diferença no padrão de crescimento entre as mudas pode ser atribuída ao

plantio misto de espécies em diversos estágios sucessionais. Assim sendo, as

pioneiras apresentam um bom estágio de crescimento, enquanto as não

pioneiras apresentavam um crescimento mais reduzido.

Houve perda de 20 mudas (12%) plantadas, sendo elas possivelmente

relacionadas a dificuldades encontradas de manejo na área, como o abafamento

causado pela presença de gramínea. Outro fator que esteve relacionado foi à

entrada clandestina de animais (cavalos) na área para a pastagem. Através do

pisoteio, esses animais causaram o tombamento de algumas espécies que

seriam repostas.

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As plantas de Euterpe edulis, espécie ameaçada de extinção apresentaram um

ótimo desenvolvimento, demonstrando a sua grande adaptabilidade às

condições do local;

As técnicas para cobertura do solo foram utilizadas, a fim de dotá-lo de

elementos minerais e compostos suficientes para nutrir a vegetação, mesmo em

períodos mais secos. Manejou-se a vegetação através da roçada, incorporação

ao solo da matéria seca, formação de cobertura morta e desbaste de folhas e

galhos.

Recomendaram a intensificação na capina e poda das árvores, de modo a não

comprometer o desenvolvimento das mudas menores por abafamento,

incorporação de matéria verde em conjunto com adubação orgânica, a fim de

promover a nutrição lenta pela adição de matéria orgânica no solo.

Enriquecimento e replantio das mudas que não vingaram, nas condições

adequadas de manejo e conforme recomendadas pela legislação vigente.

No quarto relatório de monitoramento, em janeiro de 2010, destacam-se as seguintes

informações:

Em termos gerais, as condições de crescimento foram satisfatórias no que diz

respeito aos aspectos fitossanitários e de desenvolvimento vegetativo dos

exemplares arbóreos.

Os guapuruvus, angicos, guanandis e quaresmeiras obtiveram um excelente padrão

de crescimento. No entanto, devido as fortes chuvas e demais condições

edafoclimáticas (encharcamento do solo, não desenvolvimento a contento das

espécies vizinhas, com a promoção de sombreamento) houve uma taxa de reposição

dos palmitos juçara em número bastante considerável.

A diferença no padrão de crescimento entre as mudas pode ser atribuída ao plantio

misto de espécies em diversos estágios sucessionais. Assim sendo, as pioneiras

apresentam um bom estágio de crescimento as não pioneiras apresentaram um

crescimento reduzido.

Houve o replantio de 35 mudas (todas da família Melostomataceae, gêneros

Tibouchina e Miconia), sendo essa taxa de mortalidade possivelmente relacionada

às dificuldades encontradas na adaptação dessas espécies, bem como o manejo da

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área. O abafamento causado pela presença de gramíneas pode ter sido fator de

enfezamento e retardamento para o desenvolvimento das mesmas.

A conclusão foi à mesma do terceiro relatório de monitoramento. Para tanto foi

solicitado à continuidade do monitoramento por mais seis meses.

Em agosto de 2012 o TCRA foi dado como cumprido através da análise dos

relatórios de monitoramento, não sendo realizada nova vistoria (Figura 9). O processo foi

arquivado.

Figura 9. Foto apresentada no relatório de monitoramento em que o órgão considerou o

TCRA 1471/07 cumprido.

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ANEXO III: Processo 77.078/2004 – Associação Amigos de Guaratuba

Histórico

Trata-se de solicitação de autorização de supressão de vegetação e corte de árvores

isoladas visando à regularização para a implantação de acesso a passagem inferior sob a

rodovia SP 055 aos moradores do loteamento Guaratuba II. No projeto constava a

solicitação de corte de 16 árvores nativas isoladas e a supressão de 108 m2 de vegetação

nativa em estágio médio de regeneração.

Projeto de recuperação

A compensação ambiental proposta foi para o plantio de 180 mudas de espécies

nativas, em área localizada junto ao acesso a Quadra U, no loteamento onde não havia

ocorrência de fragmentos florestais, estando recoberta por vegetação herbácea e algumas

espécies pioneiras (figura 10).

Figura 10. Local proposto de plantio na área do acesso a Quadra U do Loteamento

Guaratuba II, Bertioga (SP).

O projeto contemplava plantio heterogêneo utilizando espécies pioneiras e não

pioneiras e para obter o fechamento mais rápido das copas propuseram o espaçamento de 3

x 2 m. O plantio consistiria na implantação de pioneiras e não pioneiras alternadas dentro

da linha de plantio. A distribuição das espécies nas linhas poderia ser ao acaso, respeitando

o estágio sucessional.

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As covas seriam abertas manualmente e com dimensões mínimas de 40 cm de

diâmetro por 40 cm de profundidade. Afirmam que a correção do ph seria feita um mês

antes da adubação fosfatada e do plantio. A fertilização mineral deveria ser feita nas covas

e incorporada ao solo. A complementação do enchimento da cova deveria ser feita com

mistura de solo na proporção de 1/3 de terra argilosa, 1/3 de terra arenosa e 1/3 de esterco

de curral curtido.

Os plantios deveriam ser efetuados na época das chuvas, conforme cronograma,

respeitando o estádio das espécies, sendo que as pioneiras e não pioneiras seriam plantadas

em uma única operação. A condução das mudas compreendia as atividades de coroamento,

roçadas periódicas, adubações de cobertura e o controle permanente das formigas

cortadeiras.

O tutoramento das mudas seria necessário até o estabelecimento das mesmas,

facilitando também a localização das plantas por ocasião das manutenções (capinas e

adubações). Destacaram que as mudas deveriam ter um porte de 60 cm, estar com o seu

sistema radicular bem formado (sem raízes enoveladas), sem deficiências nutricionais e

bem rustificadas. Recomendaram a utilização de um mínimo de 15 espécies de pioneiras e

20 espécies não pioneiras.

A relação de espécies mais indicadas para a região e seus respectivos estádios

sucessionais estão descritos na Tabela 15.

Tabela 15. Lista de espécies arbóreas sugeridas para o plantio na área do acesso a Quadra

U do Loteamento Guaratuba II, Bertioga (SP).

Nome científico Nome científico atualizado Nome popular

Aegiphila sellowiana Aegiphila sellowiana Cham. Pau tamanco

Anadenanthera

macrocarpa

Anadenanthera macrocarpa

(Benth.) Brenan Angico

Bauhinia forficata Bauhinia forficata Link Pata-de-vaca

Croton floribundus Croton floribundus Spreng. Capixingui

Croton urucurana Croton urucurana Baill. Sangra d´água

Cytharexyllum

myrianthum

Cytharexyllum myrianthum

Cham. Pau-viola

Enterolobium

contortisiliquum

Enterolobium

contortisiliquum (Vell.)

Morong Tamboril

Guazuma ulmifolia Guazuma ulmifolia Lam. Mutambo

Dalbergia brasiliensis Dalbergia brasiliensis Vogel Jacarandá

Cassia ferruginea

Cassia ferruginea (Schrad.)

Schrad. ex DC. Canafistula

Peschiera fuchsiaefolia

Tabernaemontana

fuchsiaefolia A. DC. Leiteiro

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Nome científico Nome científico atualizado Nome popular Piptadenia

gonoacantha

Piptadenia gonoacantha

(Mart.) J.F.Macbr. Pau jacaré

Psidium guajava Psidium guajava L. Goiaba

Rapaenea ferrugínea

Rapanea ferruginea (Ruiz &

Pav.) Mez Capororoca

Senna macranthera

Senna macranthera (DC. ex

Collad.) H.S.Irwin & Barneby Fedegoso

Schinus terebinthifolius

Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira

pimenteira

Schizolobium parahyba

Schizolobium parahyba

(Vell.) Blake Guapuruvu

Tabebuia chrysotricha

Tabebuia chrysotricha (Mart.

ex DC.) Standl. Ipê amarelo

Trema micrantha Trema micrantha (L.) Blume Pau pólvora

Triplaris brasiliana Triplaris americana L. Pau-formiga

Vitex polygama

Vitex polygama Cham. Tarumã do

cerrado

Andira anthelmia

Andira anthelmia (Vell.)

Benth.

Angelim

amargoso

Aspidosperma

parvifolium

Aspidosperma parvifolium

A.DC. Guatambu

Caesalpina ferrea var

leiostachya

Libidibia ferrea (Mart. ex

Tul.) L.P.Queiroz Pau ferro

Cassia fistula Cassia fistula L. Chuva de ouro

Cedrela fissilis Cedrela fissilis Vell. Cedro

Centrolobium

tomentosum

Centrolobium tomentosum

Guillem. ex Benth. Araribá

Chorisia speciosa Chorisia speciosa A.St.-Hil. Paineira

Cordia trichotoma

Cordia trichotoma (Vell.)

Arráb. ex Steud. Louro pardo

Cybistax antisyphilitica

Cybistax antisyphilitica

(Mart.) Mart.

Caroba de flor

verde

Eugenia uniflora Eugenia uniflora L. Pitanga

Holocalix balansae Holocalyx balansae Micheli

Alecrim de

campinas

Hymenaeae courbaril Hymenaea courbaril L. Jatobá

Inga marginata Inga marginata Willd. Ingá

Jacaranda

mimosaefolia

Jacaranda mimosaefolia D.

Don

Jacarandá

mimoso

Lafoensia pacari Lafoensia pacari A.St.-Hil. Dedaleiro

Luehea divaricata

Luehea divaricata Mart. &

Zucc.

Açoita cavalo

miúdo

Luehea grandiflora

Luehea grandiflora Mart. &

Zucc. Açoita cavalo

Machaerium villosum Machaerium villosum Vogel

Jacarandá

paulista

Myroxilon peruiferum Myroxylon peruiferum L.f.

Cabreúva

vermelha

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Nome científico Nome científico atualizado Nome popular Pseudobombax

grandiflorum

Pseudobombax grandiflorum

(Cav.) A.Robyns Embiruçu

Pterocorpus violaceus Pterocarpus violaceus Vogel Aldrago

Pterogyne nitens Pterogyne nitens Tul.

Amendoim do

campo

Tabebuia impetiginosa

Tabebuia impetiginosa (Mart.

ex DC.) Standl. Ipê roxo

Tabebuia roseo-alba

Tabebuia roseoalba (Ridl.)

Sandwith Ipê branco

Vitex montevidensis Vitex montevidensis Cham.

Tarumã de

montevidéu

Zanthoxylum

rhoifolium Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica de porca

No projeto constou o monitoramento para o acompanhamento do desenvolvimento

das mudas, reposição das falhas de plantio e trato silvicultural necessário para o pleno

desenvolvimento das espécies.

As atividades previstas na manutenção foram: combate às formigas cortadeiras;

roçada em coroa de 1 metro de diâmetro ao redor das mudas; roçada mecanizada entre as

linhas de plantio; adubação de cobertura; e irrigação se houvesse “veranico” para garantir

suprimento hídrico na fase de pegamento das mudas.

O projeto foi elaborado por uma equipe técnica de profissionais habilitados e com

recolhimento de ART. A proposta contemplava plantio de 43 mudas de espécies nativas

em 250 m2 na área verde do loteamento Guaratuba II e apresentaram o mesmo conteúdo do

projeto de plantio vinculado a 180 mudas (Figura 11).

Figura 11. Local proposto para o plantio de 43 mudas de espécies arbóreas nativas na área

verde do loteamento Guaratuba II, Bertioga, SP.

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Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

Foi realizada vistoria em dezembro de 2004 pelo órgão ambiental onde constataram

que a área da quadra U proposta ao plantio de 180 mudas apresentava problemas de

encharcamento, o que dificultaria o desenvolvimento das mudas. Assim sugeriram que o

plantio fosse realizado em outro local, e destacam que não foi proposta a área exata do

plantio especifico para as 43 mudas.

Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

Foi firmado em setembro de 2005 o TCRA 07/05 para execução do plantio de 223

mudas de espécies arbóreas de Mata Atlântica no prazo máximo de 06 meses, conforme

projeto presente no processo. Não foi mencionada a ausência de área para o plantio de 43

mudas.

Monitoramento

O primeiro relatório de monitoramento foi entregue em fevereiro de 2006, onde

constam as seguintes informações:

o As áreas onde foram realizados os plantios foram contíguas aos maciços

florestais do loteamento para permitir a continuidade da união dos

fragmentos;

o Apresentaram uma planta com identificação da localização de três áreas que

receberam o plantio. Estes locais foram inseridos na imagem de satélite do

GOOGLE EARTH, conforme Figura 12.

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Figura 12. Indicação da localização das 3 áreas atreladas ao TCRA 07/05 no loteamento

Guaratuba II, Bertioga, (SP).

No relatório de monitoramento apenas consta a quantificação do número de mudas

na área 1, que foi de 228 mudas, e que a área apresentava-se coberta com gramíneas e

poucas espécies arbustivas e estabelecia contato com um fragmento de restinga. Para as

demais áreas de plantio não foram apresentadas informações. Afirmaram que plantaram a

lista de espécies na Área 1, conforme Tabela 16.

Tabela 16. Lista de espécies plantadas na Área 1 apresentadas pelo interessado vinculada

ao TCRA 07/05.

N. Nome popular Quantidade

1 Açoita cavalo 2

2 Aroeira pimenteira 6

3 Angico 7

4 Castanheira 5

5 Canasfistula 5

6 Cutia 7

7 Chuva de ouro 7

8 Gerivá 9

9 Goiaba 8

10 Guapuruvu 8

11 Ingá 7

12 Ipê branco 9

13 Ipê amarelo 9

14 Ipê roxo 8

15 Jacarandá 7

16 Manguba 9

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17 Mogno 9

18 Pau pólvora 9

19 Pau tamanco 7

20 Pau jacaré 8

21 Pau viola 10

22 Pata de vaca 22

23 Pitanga 9

24 Pau ferro 3

25 Pau brasil 9

26 Araçá 13

27 Cedro 9

28 Cabiúna 4

29 Santa Bárbara 3

TOTAL 228

No relatório consta que realizaram roçadas antes do plantio e as covas foram

abertas manualmente com o dimensionamento e espaçamento conforme o projeto

aprovado. A adubação e calagem do solo tinham sido realizadas e houve complementação

do enchimento da cova com mistura de solo na proporção de 1/3 de terra arenosa e 1/3 de

esterco de curral.

O plantio foi iniciado no período das chuvas anuais, no fim das tardes ou em dias

nublados e utilizaram tutores ao lado das mudas, tomando o cuidado de não danificar a

parte aérea e as raízes.

Foi realizada vistoria no local pelo órgão ambiental em outubro de 2005 e o TCRA

foi considerado cumprido, pois foram plantadas 223 mudas de espécies nativas, e se

encontrava sem indícios de deficiência fitossanitária e em satisfatório crescimento/

adaptação.

Em agosto de 2006 o interessado apresentou novo relatório de monitoramento para

a área de plantio de 1.380 m2, onde foram plantadas 228 mudas. Informaram que o plantio

se encontrava satisfatório, porém destacaram que os indivíduos de 13 espécies não

obtiveram sucesso, mas que todos foram substituídas por mudas da mesma espécie.

Em novembro de 2006, o órgão ambiental decidiu realizar nova vistoria nos locais

do TCRA 07/05 porque tanto o relatório de monitoramento quanto a vistoria anterior

apenas citava a Área 1, e não mencionava as duas outras áreas vinculadas a obrigação de

recuperação. Verificaram que na área 02 foi realizado um plantio, mas não citaram mais

detalhes, e na área 03 não havia nenhum plantio e esta estava coberta com vegetação em

estágio médio.

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Em fevereiro de 2007 foi entregue outro relatório de monitoramento vinculado

apenas a Área 1 onde constava que foi realizada irrigação, roçadas, coroamento, adubação

e combate as formigas. Assim, as mudas estavam em desenvolvimento satisfatório.

Nova vistoria no local foi realizada e foi verificado o plantio na Área 1, na Área 2

(400 m2), onde constavam aproximadamente 40 mudas, e na Área 3 de, 120 m

2, onde não

havia plantio, sendo que a área estava em processo de regeneração natural.

No mês de abril de 2007 o órgão ambiental informou que o TCRA 07/05 estava

cumprido. Em dezembro de 2007 o interessado apresentou novo relatório de

monitoramento também apenas para a Área 1. Concluíram que o plantio se estabeleceu de

forma satisfatória devido o desenvolvimento das mudas.

Em 2009 foi realizada nova vistoria na Área 1 onde foi considerado satisfatório o

plantio e foi concluído pelo cumprimento das exigências. Assim, o processo foi arquivado.

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ANEXO IV: Processo 19.525/08 – City Mar Imóveis S/C Ltda

Histórico

Em maio de 1994 o Ministério Público Estadual moveu uma Ação Civil Pública

(ACP) contra City Mar Imóveis devido à retirada de terra (extração mineral) e intervenções

em APP, sem as devidas licenças ambientais para a implantação de um loteamento

residencial. Uma das decisões da ACP foi determinar que a empresa devesse apresentar um

plano de recuperação ao órgão ambiental a fim de analisar a melhor forma de executar a

recuperação. Assim, foi protocolado processo em 2008 com a finalidade de aprovação de

projeto de recuperação para os lotes 34, 35 e 36.

Projeto de recuperação

A proposta era mediante a realização de plantio de mudas nativas com o objetivo

final de recuperação de uma floresta em um local degradado. O projeto foi elaborado por

um profissional habilitado com recolhimento de ART.

A área para efetuar a recuperação correspondia aos lotes 32 a 36, totalizando 9.821

m2 localizados no loteamento Parque José Vergara. Antes de iniciar as operações de

plantio havia necessidade de cercar a área visando à proteção de pessoas e animais.

Como no local havia presença excessiva de formigas cortadeiras, o combate deveria

ser realizado até 90 dias antes do plantio utilizando iscas micro-granuladas, pó químico ou

termonebulizado. Esse combate deveria ser feito tanto na área a ser recuperada quanto no

entorno, ou seja, 15 a 25 metros ao redor da área objeto da recuperação. Essa operação

visava reduzir a necessidade de replantio, e deveria ser regularmente realizada.

A área a ser recuperada não seria roçada para a limpeza do terreno. A vegetação

existente permaneceria e somente seria retirada nos locais onde serão abertas as covas para

o plantio.

O espaçamento proposto de plantio foi de 2 x 2 metros entre as mudas, visando o

rápido fechamento da área e deveria ser realizado intercalando-se as mudas de espécies

pioneiras e não pioneiras. Nas áreas com solos rasos devido aos afloramentos rochosos,

deveria-se plantar a bracatinga-do-campo-mourão (não consta a o nome científico no

processo) que rapidamente iria se desenvolver.

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Para a implantação da cova seria considerado um raio de 0,75 cm para a limpeza.

Cada cova iria ser identificada com uma estaca indicando o estágio sucessional da muda a

ser plantada. A adubação proposta para cada cova foi de 50 g de fosfato natural reativo no

fundo da cova, 1,5 litros de terra ou composto orgânico misturado no local com 70 g de

adubo Henringer.

As espécies seriam combinadas em pioneiras e não pioneiras. Se o plantio ocorresse

na época seca do ano, recomendaram o uso de gel para maior sobrevivência das mudas

(não foi especificado o tipo de gel).

No projeto mencionava que o responsável por sua implantação deveria contatar os

viveiros para obter as mudas nativas elencadas na Tabela 17. As espécies foram

determinadas através do Inventário Florestal realizado na região. Importante ressaltar que

ao longo do projeto não foi especificado o número de mudas, constando apenas a menção

da abertura de 1500 a 1650 covas.

Tabela 17. Listagem de espécies contempladas no projeto para a área dos lotes 32 a 36 do

loteamento Parque José Vergara, Bertioga (SP).

Nome cientifico Nome comum

Classificação

sucessional

Guatteria australis A. St.-Hil. Urucuva Pioneira

Vernonia puberula Lessing Cinzeiro branco Pioneira

Jacaranda cf. puberula Cham. Carobinha Pioneira

Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. Imbira Não pioneira

Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns Imbiruçu branco Pioneira

Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Figueira Pioneira

Calophyllum brasiliense Camb. Guanandi Não pioneira

Garcinia gardneriana (Planch. & Triana)

D. Zappi Bacupari Não pioneira

Alchornea triplinervia (Spreng.) J.F.Macbr. Tapiá Pioneira

Pera glabrata (Schott) Baill. Casca preta Pioneira

Andira fraxinifolia Benth. Imbira de sapo Não pioneira

Endlicheria paniculata (Spreng.)

J.F.Macbr. Canela sassafrás Não pioneira

Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn. Quaresmeira Pioneira

Baliza elegans (Ducke) Berneby & Grimes Timbuiva Pioneira

Inga cf. capitata Desv. Guará cipó Pioneira

Inga marginata Willd. Ingá mirim Pioneira

Inga sessilis (Vell.) Mart. Ingá feijão Não pioneira

Campomanesia xanthocarpa O. Berg. Fruta de macuco Não pioneira

Eugenia aff. Oblongata O. Berg. Cambucá Não pioneira

Eugenia cf. monosperma Vell. Café bravo Não pioneira

Eugenia umbeliflora O. Berg. Canela branca Não pioneira

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Nome cientifico Nome comum

Classificação

sucessional

Eugenia sp Uvaia Não pioneira

Marlierea tomentosa Cambess. Folha larga Não pioneira

Guapira opposita (Vell.) Reitz Canjica branca Não pioneira

Chrysophyllum flexuosum Mart. Gabiroba Não pioneira

Manilkara subsericea (Mart.) Dubard Massaranduba Não pioneira

Vochysia bifalcata Warm. Guatambú Não pioneira

Imediatamente após o plantio deveria ser feito o coroamento químico ao redor de

cada muda, aplicando herbicida pré-emergente. Esta operação visava evitar o crescimento

de ervas daninhas que poderiam competir por umidade e nutrientes com as mudas

plantadas. O replantio estava planejado a ser feito após 30 dias do plantio, caso a

porcentagem de falha fosse superior a 5%; preferencialmente, replantio de mudas da

mesma classe sucessória no local da muda que não sobreviveu.

Para o plantio nas áreas com afloramentos rochosos, dependendo das condições

durante a época de intervenção, poderia ser necessária a aquisição de caminhões de terra

para a distribuição nessas áreas.

Após o plantio foi proposto manter pessoal para fazer ronda permanente na área

plantada para constatar pragas e doenças que estariam atacando as mudas, além de verificar

se a vegetação invasora não estava competindo com as mudas, observar o ataque de

formigas, deficiências nutricionais, ação antrópica e a manutenção da cerca.

No projeto constava que nos primeiros 4 meses um responsável deveria percorrer

diariamente a área de recuperação e efetuar relatório sobre o desenvolvimento das mudas,

presença de pragas e doenças, limpeza da vegetação invasora, roubos, etc. A partir dos 4

meses até o fechamento do dossel continuaria a presença diária do responsável. E as visitas

técnicas deveriam ser realizadas a cada 2 meses, gerando-se relatório semelhante, sendo o

último quando do fechamento do dossel. O monitoramente do plantio contemplaria 14

meses.

O sucesso da recuperação no projeto estava atrelado ao contato com os moradores

locais, fundamental para explicar o motivo do reflorestamento.

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Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

O órgão ambiental realizou vistoria no local em fevereiro de 2009 e afirmou que o

entorno da área em questão tratava-se de Floresta Alta de Restinga em estágio médio e

avançado, além de existir residências oriundas de ocupação desordenada.

A área estava parcialmente inserida em área de preservação permanente de curso

d´água, apresentava solo arenoso e relevo irregular devido ao afloramento rochoso.

Verificaram que o local era utilizado como campo de futebol e trilha de acesso. A

vegetação existente no local onde existe o afloramento rochoso era predominantemente de

gramíneas e pequenos arbustos. As demais áreas eram praticamente sem vegetação e com

solo exposto (Figura 13).

Figura 13. a) Localização da área proposta para o plantio, lotes 32 a 36 do loteamento

Parque José Vergara, Bertioga (SP). b) Destaque de trecho degradado da área vinculada

ao TCRA 12.695/2009.

Concluíram que o projeto apresentado atendia as necessidades ambientais para a

recuperação do local. Contudo as recomendações técnicas deveriam ser seguidas para que

houvesse envolvimento dos moradores vizinhos para que o local não sofresse depredação

futura.

Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

Foi firmado em fevereiro de 2009 o TCRA 12.695 para a implantação do projeto

apresentado e destacada a utilização apenas de espécies típicas de restinga. O projeto

deveria ser iniciado de imediato com manutenção de 24 meses após o plantio, apresentando

relatórios semestrais.

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Monitoramento

Em agosto de 2009 foi apresentado o primeiro relatório de monitoramento onde

constam as seguintes informações:

A cerca foi instalada e fixadas duas placas de comunicação em pontos estratégicos

para visibilidade da população;

As formigas cortadeiras foram combatidas não havendo presença aparente delas no

local, e estava sendo mantido o monitoramento;

Adquiriram no viveiro do Horto Florestal de São Paulo 130 mudas e 1.000 mudas

do viveiro Sítio Palmeira Real em Apucarana (PR), sendo a composição listada na Tabela

18 a seguir.

Tabela 18. Mudas adquiridas para o plantio nos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP).

Horto Florestal de SP

Sítio Palmeira Real em

Apucarana (PR)

Nome comum Quantidade Nome comum Quantidade

Ingá 25 Tapiá 200

Canafístula 25 Cedro rosa 100

Angico branco 15 Embira do sapo 200

Tamboril 25 Timburi 200

Aroeira

pimenteira 40 Gabiroba 151

Ingá de metro 100

Figueira 49

Total 130 Total 1.000

No relatório de monitoramento compilaram a seguinte Tabela 19 com as atividades

realizadas e as recomendações técnicas.

Tabela 19. Atividades realizadas para o plantio e manutenção na área do TCRA 12.695/09.

Atividades Recomendações técnicas

Mudas para o plantio Atividade concluída. Efetuar nova aquisição de 400 mudas

para o replantio.

Construção da cerca Atividade concluída.

Efetuar a manutenção, se necessário.

Instalação de placas Atividade concluída.

Combate a formigas Atividade inicial concluída.

Efetuar manutenção e rondas permanentes.

Coroamento manual Efetuar imediatamente o coroamento com 0,75 a 1,0 metros

de diâmetro para evitar a concorrência com as gramíneas

existentes. Manter limpo até início de outubro quando se

aplicará o Fordor.

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73

Atividades Recomendações técnicas

Abertura de covas Atividade concluída

Entrega de mudas Atividade concluída

Plantio Realizado com sucesso, havendo necessidade de efetuar

replantio nas falhas e recolocar as estacas utilizadas para

demarcar as mudas que caíram com o tempo.

Adubação após plantio Aplicar imediatamente o adubo foliar Nitrofosca utilizando

bomba costal e aguardar o início de outubro para verificar

necessidade de nova adubação.

Aplicação de herbicida A ser recomendado a partir de outubro de 2009.

Replantio Havia necessidade de se replantar na parte limítrofe da área

de recuperação com o lote 37 (lado oposto do campo de

futebol), na parte da frente do lote 32, junto com a rua e no

barranco entre os lotes 3 e 34, do lado esquerdo do caminho

para a entrada da mata existente.

O relatório não foi analisado pelo órgão ambiental e o processo foi arquivado em

agosto de 2009 até a entrega do próximo relatório de monitoramento.

Em fevereiro de 2010 foi apresentado o segundo relatório de monitoramento que

possuía como objetivo analisar o desenvolvimento das mudas, a necessidade de tratos

culturais e de adubação e verificar o estado fitossanitário das mudas.

A área do projeto permanecia cercada e com as placas de identificação. No final de

dezembro, quatro moirões da cerca construída pelo empreendedor foram roubados.

As mudas de algumas espécies estavam maiores do que de outras espécies, o que

foi considerado normal em uma área de recuperação ambiental, pois, as espécies pertencem

a diferentes estágios sucessionais. A porcentagem de falhas foi inferior a 5% devido aos

dois replantios realizados. Também não houve análise do órgão ambiental deste relatório.

Apresentaram o terceiro relatório de monitoramento em dezembro de 2009 onde

constava que deveriam ser mantidas as recomendações de manutenção da área, como

capina, replantio, instalação de nova placa no local porque algumas pessoas tentaram

roubar as mudas do projeto e já tinham ocorrido confrontos. Também mencionaram que

moradores colocaram cavalos para pastar na área, que prejudicou o desenvolvimento das

mudas, tanto pelo pisoteio quanto pela quebra das hastes. Assim, recomendaram colocar

uma placa na portaria de entrada (próxima ao campo de futebol) para deixar claro ao

público em geral tratar-se de área de recuperação ambiental.

O relatório não foi analisado pelo órgão ambiental e o processo foi arquivado

temporariamente em março de 2010 para o protocolo do quarto relatório de

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74

monitoramento. Em julho de 2010 foi entregue o quarto relatório de monitoramento em

que constam as seguintes informações:

As mudas apresentavam diferenciação de crescimento conforme o seu estágio

sucessório;

Foram realizadas três adubações, sendo uma no plantio, com adubo mineral, e duas

de cobertura com adubo organomineral visando suprir as deficiências nutricionais

encontradas;

A porcentagem de falhas era menor do que 5%;

As formigas cortadeiras deveriam ser combatidas por mais um ano;

O zelador continuava vigiando a área contra depredadores.

Na conclusão do relatório destacaram que a presença do zelador tem destaque no

sucesso do projeto, tendo evitado o roubo de mudas, fazendo o combate a formigas

cortadeiras e verificando o ataque de pragas. A fase de implantação do projeto estava

concluída, iniciando a fase de manutenção que duraria 1 ano, dependendo do crescimento a

ser observado. Não houve manifestação do órgão ambiental.

Em fevereiro de 2011 apresentaram o último relatório, no qual constam

informações similares aos relatórios anteriores, tais como: não havia mais necessidade de

efetuar replantio, manutenção da cerca e da placa; as mudas menores do que 1 metro

deveriam permanecer coroadas em uma faixa de 1 metros de diâmetro para evitar a

concorrência com as gramíneas existentes, entre outras recomendações. Na conclusão

destacaram que havia presença de pássaros o que propiciaria a entrada de novas espécies

vegetais na área do projeto.

A partir dos relatórios apresentados o órgão ambiental concluiu que o TCRA estava

cumprido em dezembro de 2012, desta forma, o processo foi arquivado.

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ANEXO V: Processo 74.157/07 - Praias Paulistas S/A

Histórico

Trata-se de solicitação de corte de 16 árvores isoladas para a implantação de trevo

de acesso ao loteamento Riviera de São Lourenço em 2007.

Projeto de recuperação

No projeto consta que alguns trechos de áreas verdes remanescentes do loteamento

Riviera de São Lourenço se encontravam colonizados por capim e herbáceas pioneiras.

Propõem a abertura de covas 30 cm de diâmetro por 30 cm de profundidade, para as mudas

de até 60 cm, e de 40 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade para as mudas entre 60

cm e 1,5 m, de modo a acomodar apropriadamente as novas arvoretas.

O espaçamento proposto foi de 2 x 2 metros para os trechos florestados, reduzindo-

se esta distância para 1 x 1 metro nos trechos já abertos.

A adubação contemplava a utilização de substrato natural e nutrição das mudas

plantadas, calcário dolimitico e NPK 4.18.8, em proporção 1:1. Para cada cova previam

utilizar 350 g de cada um dos produtos, totalizando 73 kg de cada um dos insumos. Para o

preenchimento do restante da cova, considerando o solo arenoso local, utilizariam mistura

de terra vegetal e terra local, na proporção 1:1, demandando um total de 210 kg de cada um

dos substratos.

O plantio de mudas previa o uso de espécies pioneiras e não pioneiras e as mudas

seriam plantadas com tutores e regadas diariamente (exceto em dias de chuvas) nos

primeiros 15 dias, tendo seu espaçamento temporal a cada quinzena, até que atingisse a

frequência de regas de 5 em 5 dias.

Os espécimes seriam monitorados diariamente e receberiam tratos culturais

constantes durante os 6 meses seguintes ao plantio e antes do plantio era previsto o

combate de pragas. Na Tabela 20 segue o nome das espécies e a sua quantificação

indicadas para o plantio. Destacam que espécies substitutivas deveriam ser escolhidas com

base nas plantas de ocorrência de restinga listadas na Resolução SMA 47/03 e propuseram

o monitoramento de 48 meses.

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Tabela 20. Listagem de espécies arbóreas proposta para o plantio área do acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

n Nome científico

Nome científico

atualizado

Nome

popular Qtde

1 Schinus terebinthifolius

Schinus terebinthifolius

Raddi

Aroeira

mansa 6

2 Tapirira guianensis

Tapirira guianensis

Aubl. Tapiriri 6

3 Euterpe edulis

Euterpe edulis

Mart.

Palmito

juçara 13

4 Syagrus romanzoffiana

Syagrus romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá 13

5 Jacaranda puberula

Jacaranda puberula

Cham. Carobinha 6

6 Tabebuia umbellata

Tabebuia umbellata

(Sond.) Sandwith

Ipê amarelo

do brejo 6

7

Pseudobombax

grandiflorum

Pseudobombax

grandiflorum

(Cav.) A.Robyns

Embiriçu da

mata 6

8 Cordia eucalyculata

Cordia ecalyculata

Vell. Claraíba 6

9 Cordia sellowiana

Cordia sellowiana

Cham. Chá de bugre 6

10 Cecropia pachystachia

Cecropia pachystachya

Trécul Embaúba 6

11 Calophyllum brasiliense

Calophyllum brasiliense

Cambess. Guanandi 6

12 Casearia sylvestris

Casearia sylvestris

Sw. Guaçatonga 6

13 Cariniana estrellensis

Cariniana estrellensis

(Raddi) Kuntze

Jequitibá

branco 6

14 Schizolobium parahyba

Schizolobium parahyba

(Vell.) Blake Guapuruvu 6

15 Senna multijuga

Senna multijuga

(Rich.) H.S.Irwin &

Barneby Aleluia 6

16 Acacia polyphylla

Acacia polyphylla

DC. Monjoleiro 6

17 Inga laurina

Inga laurina

(Sw.) Willd. Ingá mirim 6

18 Mimosa bimucronata

Mimosa bimucronata

(DC.) Kuntze Maricá 6

19 Piptadenia gonoacantha

Piptadenia gonoacantha

(Mart.) J.F.Macbr. Pau jacaré 6

20

Centrolobium

tomentosum

Centrolobium tomentosum

Guillem. ex Benth. Araribá 6

21 Erythrina speciosa

Erythrina speciosa

Andrews

Mulungu do

litoral 6

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77

n Nome científico

Nome científico

atualizado

Nome

popular Qtde

22

Lonchocarpus

guilleminianus

Lonchocarpus

guilleminianus

(Tul.) Malme Ingá bravo 6

23 Pterocarpus violaceus

Pterocarpus violaceus

Vogel Aldrago 6

24 Lafoensia pacari

Lafoensia pacari

A.St.-Hil. Dedaleiro 6

25 Miconia cinnamomifolia

Miconia cinnamomifolia

(DC.) Naudin Jacatirão 6

26 Ficus guaranitica

Ficus guaranitica

Chodat

Figueira

branca 6

27

Campomanesia

xanthocarpa

Campomanesia

xanthocarpa

(Mart.) O.Berg Gabiroba 10

28 Eugenia brasiliensis

Eugenia brasiliensis

Lam. Grumixama 9

29

Dictyoloma

vandellianum

Dictyoloma vandellianum

A.Juss. Tigui preto 6

30 Trema micrantha

Trema micrantha

(L.) Blume Pau pólvora 6

31

Cytharexyllum

myrianthum

Cytharexyllum

myrianthum Cham. Pau viola 6

TOTAL 207

Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

Conforme o Laudo de Vistoria de março de 2008, levando em consideração o total

de mudas e diversos processos existentes no loteamento, sugeriu-se a apresentação de

planta com os plantios compensatórios para atender os TCRA assumidos e assim facilitar o

seu monitoramento. Nada mais foi tratado sobre o projeto específico.

Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

O TCRA 65.105/08 foi emitido em setembro de 2008 com prazo de 3 meses para a

apresentação de proposta de área específica para o plantio de 450 mudas de espécies

arbóreas nativas da região.

Em dezembro de 2008 foi emitido novo TCRA 82.837/08 que determinava a

implantação de projeto de enriquecimento florestal à partir do plantio de 450 mudas de

espécies arbóreas nativas e manutenção do plantio ao longo de 24 meses subsequentes ao

final da implantação, garantindo sua sustentabilidade, e apresentação de relatórios

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78

semestrais. Tal documento acompanha planta com a localização da área de plantio de

2.703,50 m2 na área institucional do loteamento (Figura 14).

Figura 14. a) Localização em mapa da área de plantio no trevo de acesso do loteamento

Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). b) Imagem de satélite do local em agosto de 2004.

Monitoramento

Em janeiro de 2009 foi entregue o primeiro relatório informando que plantaram 30

espécies diferentes e que as mudas utilizadas foram resgatadas de área de supressão ou

produzidas por meio de banco de sementes coletadas de árvores matrizes, localizadas em

áreas verdes da região e cultivadas nos viveiros do canteiro da empresa Sobloco.

No relatório afirmam que seguiram as orientações da Resolução SMA 08/08, 47/03

e 21/01 nos seguintes critérios:

Utilização de no mínimo 20% de espécies zoocóricas nativas da vegetação regional;

Utilização de no mínimo 5% de espécies nativas da vegetação regional enquadradas

em alguma categoria de ameaça;

As espécies escolhidas fazem parte dos dois grupos ecológicos: pioneira e não

pioneiras, considerando-se o limite mínimo de 40% para qualquer dos grupos,

sendo o limite do número de individuos de um mesmo grupo ecológico não

excedendo 60% do total dos indivíduos do plantio;

Nenhuma espécie pioneira ultrapassa o limite máximo de 20% de indivíduos do

total do plantio, bem como nenhuma espécie não pioneira ultrapassa o limite

máximo de 10% de indivíduos do total do plantio;

Utilização de 30 espécies por se tratar de área de recuperação com menos de 1 ha.

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79

Para o plantio das mudas foi realizado coveamento com o padrão de 30 cm de

profundidade por 40 cm de diâmetro. O espaçamento entre as covas foi de

aproximadamente 1,5 por 1,5 metros, sendo o plantio feito de forma assimétrica visando

uma distribuição orgânica das plantas. Utilizaram húmus no interior da cova e após o

plantio acrescentou-se húmus nas laterais da planta (Figura 15).

Figura 15. Plantio vinculado ao TCRA 82.837/08 realizado no trevo de acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga, SP.

Na Tabela 21 apresentaram as espécies plantadas que são praticamente diferentes

das espécies anteriormente apresentadas no projeto.

Tabela 21. Lista de espécies efetivamente plantadas na área vinculada ao TCRA

82.837/08.

N Nome científico

Nome científico

atualizado

Nome

popular

Grupo

ecológico

1

Alchornea

glandulosa

Alchornea

glandulosa

Poepp. & Endl. Tanheiro pioneira

2 Annona glabra

Annona glabra

L.

Araticum do

brejo pioneira

3

Anadenanthera

colubrina

Anadenanthera

colubrina

(Vell.) Brenan Angico pioneira

4

Astrocaryum

aculeatissimum

Astrocaryum

aculeatissimum

(Schott) Burret Brejaúva pioneira

5

Cabralea

canjerana

Cabralea canjerana

(Vell.) Mart. Canjerana

não

pioneira

6

Calophyllum

brasiliense

Calophyllum

brasiliense

Cambess. Guanandi

não

pioneira

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80

N Nome científico

Nome científico

atualizado

Nome

popular

Grupo

ecológico

7

Cecropia

pachystachya

Cecropia hololeuca

Miq. Embaúba pioneira

8 Cordia sellowiana

Cordia sellowiana

Cham. Saco-de-bode pioneira

9

Endlicheria

paniculata

Endlicheria

paniculata

(Spreng.)

J.F.Macbr. Canela bala

não

pioneira

10

Eriotheca

pentaphylla

Eriotheca

pentaphylla

(Vell. & K.Schum.)

A.Robyns Embiruçu pioneira

11 Eugenia stigmatosa

Eugenia stigmatosa

DC. Papa goela

não

pioneira

12 Eugenia uniflora

Eugenia uniflora

L. Pitanga

não

pioneira

13 Euterpe edulis

Euterpe edulis

Mart.

Palmito

juçara

não

pioneira

14

Garcinia

gardneriana

Garcinia

gardneriana

(Planch. & Triana)

Zappi Bacupari

não

pioneira

15

Geonoma

schottiana

Geonoma

schottiana

Mart. Guaricanga

não

pioneira

16 Guapira opposita

Guapira opposita

(Vell.) Reitz Flor de pérola

não

pioneira

17 Inga edulis

Inga edulis

Mart. Ingá pioneira

18 Inga laurina

Inga laurina

(Sw.) Willd. Ingá amarelo

não

pioneira

19

Jacaranda

puberula

Jacaranda puberula

Cham. Caroba pioneira

20 Ocotea pulchella

Ocotea pulchella

(Nees & Mart.) Mez Canelinha

não

pioneira

21 Ormosia arbórea

Ormosia arborea

(Vell.) Harms Olho de cabra

não

pioneira

22 Pera glabrata

Pera glabrata

(Schott) Poepp. ex

Baill.

Guaricica

vermelha pioneira

23

Psidium

cattleyanum

Psidium cattleianum

Sabine

Araçá da

praia pioneira

24

Rapanea

ferrugínea

Rapanea ferruginea

(Ruiz & Pav.) Mez Capororoca pioneira

25

Syagrus

romanzoffiana

Syagrus

romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá pioneira

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81

N Nome científico

Nome científico

atualizado

Nome

popular

Grupo

ecológico

26

Tabebuia

cassinoides

Tabebuia

cassinoides

(Lam.) DC. Caxeta

não

pioneira

27 Tapirira guianensis

Tapirira guianensis

Aubl. Aroeira pioneira

28

Tibouchina

granulosa

Tibouchina

granulosa

(Desr.) Cogn. Manacá pioneira

29 Virola oleífera

Virola oleifera

(Schott) A.C.Sm. Bicuíba

não

pioneira

30 Xylopia brasiliensis

Xylopia brasiliensis

Spreng.

Pau de

mastro

não

pioneira

A manutenção previa vistorias semanais que iriam ocorrer para identificação da

presença de pragas ou plantas parasitas, além dos tratos culturais necessários. O

coroamento das plantas estava previsto trimestralmente durante o primeiro semestre.

Foi realizada a vistoria no local em maio de 2009 onde o órgão ambiental verificou

que foram plantadas mudas de pequeno porte e que ainda não tinham apresentado bom

desenvolvimento.

Em junho de 2009 apresentaram o relatório de monitoramento em que afirmaram

que foram feitos os tratos culturais: a roçada, coroamento e adubação complementar. Para

a limpeza utilizaram roçadeiras e podas de galhadas laterais das mudas, mantendo-se

apenas a copa.

O monitoramento foi realizado em uma parcela de 10 por 10 metros. Assim,

avaliaram 111 mudas marcadas com plaquetas com objetivo de verificar o sucesso de

adaptação e desenvolvimento das plantas. Para isso utilizaram como critério que quanto

menor a taxa de mortalidade e maior taxa de crescimento diamétrico e vertical, melhor a

adaptação das plantas da área de monitoramento.

Dessa forma houve uma taxa de crescimento diamétrico médio de 4,14 mm e

vertical médio de 10,29 cm, sendo a mortalidade de 13 indivíduos dentro da parcela,

representando aproximadamente 12% e mantendo-se na faixa de segurança de 15%.

Destacam que das espécies que morreram, Xylopia brasiliensis foi a que apresentou

maior mortalidade, por se tratar de uma espécie adaptada para terrenos mais secos. O local

apresenta acúmulo de água na época de chuvas. Na Tabela 22 consta a relação de espécies

mortas.

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82

Tabela 22. Relação de espécies e quantidade de indivíduos mortos na área do TCRA

82.837/08.

Nome científico Quantidade

Astrocaryum aculeatissimum 1

Cecropia pachystachya 2

Cordia sellowiana 1

Guapira opposita 1

Pera glabrata 1

Rapanea ferrugínea 1

Xylopia brasiliensis 4

TOTAL 11

No relatório concluíram que a manutenção estava sendo satisfatória conforme

demonstrado pela adaptação dos exemplares à área selecionada através do

desenvolvimento diamétrico e vertical dos mesmos, bem como a baixa mortalidade.

Um segundo relatório de monitoramento foi apresentado em dezembro de 2009 e

informaram que realizaram todas as técnicas de manutenção. Assim, obtiveram da parcela

estudada o crescimento diamétrico médio de 2,07 mm e o vertical médio de 11,77 cm,

sendo a mortalidade de 5 indivíduos dentro da parcela, representando aproximadamente

5%, mantendo-se na faixa de segurança de 15%.

No texto consta que dos cincos indivíduos mortos, encontrava-se um indivíduo

Tibouchina granulosa, um de Euterpe edulis, um de Ocotea pulchella, um de Inga edulis e

uma de Cecropia pachystachya. Assim, concluíram que as atividades de monitoramento

estavam satisfatórias, pois demonstraram uma menor mortalidade em relação ao semestre

anterior e um desenvolvimento diamétrico e vertical contínuo dos exemplares plantados, o

que demonstra a adaptação dos mesmos à área selecionada.

Em junho de 2010 apresentaram o terceiro relatório, e informaram que continuaram

com todas as atividades de manutenção. Em relação ao monitoramento verificaram que

subtraindo as mortes anteriores foram monitorados 93 espécimes. Os indivíduos mortos

somaram 8 (8,6%) e são eles três de Annadenanthera colubrina, dois de Cordia

sellowiana, um de Cabralea canjerana e um de Tapirira guianensis. As mudas

monitoradas apresentaram uma média de crescimento diamétrico basal de 21,29 mm e

crescimento vertical de 92,79 cm. A taxa de mortalidade desde o primeiro monitoramento

foi de 23,42%, um número relativamente alto.

O relatório concluiu que os dados obtidos no terceiro semestre de monitoramento

após o plantio indicavam crescimento diamétrico e vertical satisfatórios. O índice

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83

relativamente alto de mortalidade acima citado pode ser devido à exposição direta das

mudas aos raios solares, visto que nesta área, como supracitado, não existem exemplares

arbóreos de grande porte, além de ser um terreno alagadiço. As mortes seriam

compensadas com reposições no final do período de monitoramento.

Em dezembro de 2010 foi apresentado o quarto relatório, que informou que a

roçada, podas de crescimento, coroamento e adubação estavam sendo praticadas. No

monitoramento observaram que não houve mortes sendo atreladas ao porte das mudas, que

já se encontravam bem desenvolvidas devido aos tratos culturais recebidos desde o plantio.

Apresentaram a média de crescimento diamétrico basal de 14,16 mm e crescimento

vertical de 65,51 cm. A taxa de mortalidade desde o primeiro monitoramento foi de

23,42% representando um número relativamente alto.

Observaram que existia uma relativa variação de crescimento entre as mudas. Isso

poderia ser explicado pela taxa de crescimento de cada espécie, visto que esta pode variar

com as condições físicas do local onde as mudas estão plantadas, interferindo no seu

desenvolvimento.

No total morreram 23,42% ou 26 mudas na parcela. Portanto repuseram 106

indivíduos. Assim, concluíram que os dados obtidos durante o período indicaram

crescimento diamétrico e vertical satisfatórios. O índice relativamente alto de mortalidade

pode estar atrelado à exposição direta das mudas aos raios solares, visto que nesta área

como supracitado, não existem exemplares arbóreos de grande porte, além do substrato

conter pouca matéria orgânica e sofrer constantes alagamentos, comum em ambientes de

restinga. Porém, acreditam que os exemplares repostos se adaptem melhor, pois estão

inseridos em meio a mudas mais desenvolvidas, conferindo maior sombreamento, melhor

balanço hídrico do solo e nutricional com a formação de serrapilheira.

Foi realizada vistoria no local em agosto de 2012 pelo órgão ambiental, onde

afirmam que o TCRA estava integralmente cumprido, e arquivou-se o processo.

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84

ANEXO VI: Processo 74.092/06 – Empresa Praias Paulistas

Histórico

Trata-se de solicitação em 2006 de corte de 158 árvores isoladas nativas e exóticas

na área de influência de um heliponto visando à segurança em pousos e decolagens. O

local é na Chácara Tupaiya, no bairro do Indaiá em Bertioga.

Em vistoria realizada em novembro de 2006 no local verificou-se que o entorno era

composto por Floresta Alta da Restinga em estágio médio. Foi emitida a Autorização nº.

04/07 vinculado ao TCRA nº. 02/07 para o plantio de 1.600 mudas.

Projeto de recuperação

No projeto apresentado consta que no final da década de 80 a região situada a

montante do rio Itapanhaú, no município de Bertioga, foi cenário de intensa atividade

mineradora, em decorrência da expansão imobiliária na região, como também da

abundância e qualidade da areia existente.

Em virtude dessa atividade mineradora, as empresas instalaram equipamentos de

extração e pátios de depósito de areia a beira do rio criando grandes clareiras na mata

ciliar. Após o fechamento da atividade pelos órgãos públicos e pelo abandono das

empresas mineradoras, as áreas foram cobertas por plantas oportunistas como capim

gordura e outras, inibindo a regeneração da mata ciliar.

A empresa Praia Paulistas, proprietária de uma dessas áreas, arrendou a mesma para

um terceiro, que após o encerramento da atividade não providenciou sua recuperação.

Assim, a empresa propôs a recuperação desta área para cumprir a exigência de

compensação ambiental pelo corte de árvores isoladas.

A área para recuperação possui aproximada 8.750 m2, sendo vegetação no entorno

predominantemente de mata ciliar, e está localizada na margem esquerda do rio Itapanhaú,

distante da Rodovia Mogi Bertioga aproximadamente 370 metros (Figura 16).

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85

Figura 16. a) Localização da área de plantio em imagem de satélite na margem esquerda

do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´). b) Destaque para a área

vinculada ao TCRA 02/07.

O projeto previa alternar uma linha de espécies pioneiras (PI) com uma de não

pioneira (NP), podendo ser o plantio simultâneo ou em épocas diferentes. As distribuições

das mudas nas linhas deveria ser ao acaso e o espaçamento em torno de 2 x 2 metros para

as pioneiras e 4 x 2 metros para as não pioneiras.

Estava prevista a aquisição de 1.600 mudas de árvores nativas com

aproximadamente 1 metro de altura de viveiros cadastrados. Afirmavam que desta forma

propiciariam uma dinâmica da floresta natural. Na Tabela 23 consta a listagem de espécies

propostas para o plantio.

Tabela 23. Listagem de espécies proposta para o plantio na margem esquerda do rio

Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

n Nome científico Nome científico atualizado Nome popular

1 Euterpe edulis Euterpe edulis Mart. Palmito juçara

2 Tibouchina glazioviana

Tibouchina glazioviana

Cogn. Quaresmeira anã

3 Schinus terebinthifolius

Schinus terebinthifolius

Raddi Aroeirinha

4 Annona glabra Annona glabra L. Araticum do brejo

5 Erythroxylum ampliforum

Erythroxylum amplifolium

(Mart.) O.E.Schulz Pimentinha

6 Eugenia uniflora Eugenia uniflora L. Pitanga

7 Psidium cattleyanum Psidium cattleianum Sabine Araçá

8 Geonoma elegans Geonoma elegans Mart. Guaricanga

9 Psychotria nuda

Psychotria nuda (Cham. &

Schltdl.) Wawra Erva de anta

10 Ossaea retropila Ossaea retropila DC. Maria pretinha

11 Hedychium coronarium Hedychium coronarium Lírio do brejo

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n Nome científico Nome científico atualizado Nome popular

J.Koenig

12 Syagrus romanzoffiana

Syagrus romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá

13 Tibouchina mutabilis

Tibouchina mutabilis (Vell.)

Cogn. Manacá da serra

14 Tibouchina pulchra Tibouchina pulchra Cogn. Manacá da serra

15 Eugenia brasiliensis Eugenia brasiliensis Lam. Grumixama

16 Hymenaea courbaril Hymenaea courbaril L. Jatobá

17 Calophyllum brasiliense

Calophyllum brasiliense

Cambess. Guanandi

Em virtude da alteração do solo em suas condições químico-fisicas foi proposta a

utilização nas covas de 0,3 kg de macronutrientes (NPK) fórmula base (10-20-15), mais

0,4 kg de pó de calcáreo e 0,2 kg de fosfato de rocha ou torta de mamona. As covas foram

dimensionadas com 0,5 x 0,5 x 0,5 m e proposta a utilização de tutores de bambu para

suporte e auxiliar no desenvolvimento das mudas.

O projeto previa a manutenção e monitoramento do plantio pelo período mínimo de

12 meses, porém no cronograma constava o monitoramento por 7 meses.

Avaliação do projeto pelo órgão ambiental

Não houve avaliação do projeto pelo órgão ambiental expresso no processo.

Exigências firmadas pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental

O TCRA 02/07 foi assinado em janeiro de 2007, prevendo executar o projeto

apresentado no processo. Exigindo o início do plantio em 2 meses e prazo final de 12

meses, e apresentação de monitoramento em 6 meses após o plantio.

Monitoramento

O relatório de monitoramento foi apresentado em setembro de 2007 onde consta

que os plantios das espécies pioneiras e não pioneiras foram simultâneos e executados em

abril de 2007.

Mencionam que seguiram o projeto aprovado em relação ao tamanho da muda,

quantidade, espaçamento do plantio e a adubação. E destacaram que as espécies utilizadas

estavam indicadas nas Resoluções SMA 21, 47 e 58. Afirmaram que buscaram favorecer

uma dinâmica natural conforme modelo básico na revegetação pela associação de plantio

heterogêneo.

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87

A manutenção foi realizada por 4 funcionários sob a supervisão da equipe técnica

que elaborou o projeto. Esta atividade consistia no corte do capim gordura existente na

área e um coroamento em torno das mudas para que o crescimento não fosse prejudicado

por espécies invasoras e de crescimento rápido, além da substituição de mudas mortas.

Concluíram que o crescimento e fortalecimento da vegetação plantada eram como o

esperado (figura 17).

Figura 17. Foto do relatório de monitoramento do plantio na área vinculada ao TCRA

02/07.

Em março de 2008 foi entregue novo relatório de monitoramento, no qual afirmou

que as mudas já se encontravam em condições de evoluírem e se desenvolverem sem a

interferência humana.

No processo consta um novo TCRA 59.444/08 emitido em setembro de 2008 no

qual ampliou o prazo de manutenção do plantio vinculado ao TCRA 02/07 para 18 meses

no mínimo para garantir a sustentabilidade do mesmo.

Em março de 2009 foi entregue no relatório de monitoramento. Afirmando que a

manutenção continuava ocorrendo, que a maioria das mudas plantadas já se encontrava

adaptada e com um bom estágio de desenvolvimento. Concluem que a manutenção seria

apenas necessária por mais seis meses.

Foi realizada vistoria no local em 2009 onde se concluiu que o TCRA estava sendo

cumprido, pois as medidas que estavam sendo aplicadas até o momento atendiam as

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normas técnicas usuais. E que o monitoramento deveria ser de mais 6 meses para encerrar

24 meses pós plantio para atingir o ponto de independência da manutenção.

O interessado apresentou o quarto relatório de monitoramento em outubro de 2009

que concluiu que a maior parte das mudas estava bem estabelecida, sendo muitas com

altura superior a 2 metros. A cobertura vegetal nativa já possuía capacidade de se sobrepor

sobre as gramíneas. Assim, afirmaram que a área apresentava-se em condições próprias de

continuidade do processo natural de regeneração da vegetação local, sendo, portanto

possível à suspensão das atividades de manutenção ou qualquer tipo de interferência

humana.

O órgão ambiental arquivou o processo em setembro de 2011, considerando os

dados apresentados no relatório de monitoramento, e fez menção de uma vistoria no local

onde verificaram que os resultados estão satisfatórios. Porém não consta o laudo de

vistoria no processo ou fotos, e desta maneira o processo foi arquivado.

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ANEXO VII: Processo 19.525/08 – City Mar Imóveis S/C Ltda – Saída de Campo -

TCRA 12.695/09

A área vinculada ao TCRA 12695/09 (figura 18) foi queimada em

aproximadamente 70% da área total de forma criminosa uma semana antes da visita de

campo realizada no dia 23 de novembro. Assim, não foi possível aplicar a metodologia

proposta. Sendo apenas possível contabilizar 17 indivíduos arbóreos vivos de apenas duas

espécies, uma característica de Floresta Estacional Semidecidual e Mata Ciliar o

Enterolobium contortosiliquum (tamboril) e Inga sessilis (ingá-ferradura) que também

ocorre nestas fisionomias e na restinga, porém o predomínio é de tamboril.

Figura 18. Localização do TCRA 12695/09 na área dos lotes 32 a 36 do loteamento

Parque José Vergara, Bertioga (SP).

Na vegetação remanescente observou-se o predomínio de capim gordura, há

presença de Licopodium e samambaia de barranco, além do estrato hérbaceo apresentar

indivíduos de Cissus. No estrato arbustivo aproximadamente apresenta 1,5 m de altura com

Tibouchina clavata e Clidemia neglecta. Como já mencionado há aproximadamente 90%

de predomínio de indivíduos arbóreos da espécie tamboril com a altura máxima de 5

metros, o que resulta em uma diversidade extremamente baixa.

No local não houve formação estrutural para ser considerada uma floresta. Há

trechos na área com acumulação de água, o que favoreceu a presença de Typha

domingensis, conhecida popularmente como taboa.

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90

No local ainda existe a placa com a identificação que se se tratava de uma

recuperação ambiental atrelada ao órgão ambiental. A cerca estava deteriorada em vários

trechos o que favorece a entrada na área.

O aspecto principal é que o local determinado para o plantio não se trata de

formação restinga, no local há afloramentos rochosos e solo raso.

Relatório Fotográfico

Figura 19: a) Área do TCRA 12695/09 referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). b) Local com cerca de divisa deteriorada e presença significativa de

Licopodium e samambaia de barranco na entrada na área, respectivamente.

Figura 20: a) Área do TCRA 12695/09 referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque José

Vergara, Bertioga (SP). b) Local do plantio com presença de indivíduos renascentes de

Enterolobium contortosiliquum (tamboril) e trechos com predomínio de Tibouchina clavata.

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Figura 21 : Partes da área do TCRA 12695/09, referente aos lotes 32 a 36 do loteamento Parque

José Vergara, Bertioga (SP), que foram queimadas irregularmente em novembro de 2013.

Figura 22: A área destinada ao plantio no

TCRA 12695/09 é predominantemente

formada por afloramentos rochosos.

Figura 23: Presença da placa de identificação da

área vinculada ao TCRA 12695/09.

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ANEXO VIII: Processo 74.157/07 - Praias Paulistas S/A - Saída de Campo - TCRA

82.837/08

Na área do TCRA 82.837 o plantio foi realizado em 2008 com menos de 10 linhas

devido ao dimensionamento e formato da área a recuperar. Trata-se de uma área na borda

de fragmento de vegetação nativa. O plantio foi realizado de forma aleatória no local,

denominado no projeto aprovado como “plantio orgânico”, visando buscar maior

similaridade estrutural com o processo de recuperação natural de uma área.

Logo, a metodologia de levantamento de campo das espécies plantadas e

regenerantes foi adaptada ao local porque não havia condições técnicas (tamanho,

distribuição e formato do plantio) de utilizar exatamente a proposta na metodologia do

projeto. Assim, foram implantadas 3 parcelas, sendo cada uma com 20 metros de largura e

2 metros de comprimento, totalizando 120 m2 de amostragem de espécies plantadas e

regenerantes (figura 24). E no campo foi viável a mediação da altura, CAP, projeção de

copas de todos os indivíduos plantados nas parcelas amostradas.

Figura 24: Delimitação do perímetro da área de plantio e indicação da localização das

parcelas 1, 2 e 3 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

Notou-se que os indivíduos mais desenvolvidos foram os plantados em áreas mais

sombreadas por indivíduos já adultos de coco da bahia e o ingá. Logo, os espécimes das

1 1

2

3

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parcelas 1 e 2 foram favorecidos por tal situação. Já a parcela 3 desenvolveu-se a pleno sol

e a área é muito úmida, logo, houve um menor porte dos indivíduos plantados.

A camada de serapilheira apresenta-se aproximadamente 3 cm, sendo favorecida

pelas folhas dos ingás existentes na área. O estrato herbáceo é dominado por grama nativa

e também há alguns trechos com a presença de Sphagneticola trilobata (vedélia), uma

planta rústica que tolera a umidade excessiva presente na área. Observou-se pouca

regeneração natural, e não há presença de epífitas e trepadeiras.

Observou-se que em nenhuma parcela havia estratos definidos, e a cobertura da

serapilheira variava entre 50% e 100%.

O local não se trata de Floresta Alta de Restinga, e sim de Floresta Paludosa devido

ao substrato turfoso e umidade permanente da área. Os levantamentos das espécies

arbóreas plantadas estão nas tabelas 24 a 26.

Tabela 24. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 1 da área vinculada

ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço,

Bertioga (SP).

n Nome científico Nome

popular

Altura

(m)

CAP (cm) Proj.

Copa

(m)

1 Eugenia sulcata Murta 1,8 0,5 0,7

2 Inga edulis Ingá-de-metro 5 19 3

3

Syagrus

romanzoffiana Jerivá 1,7 0 1

4

Syagrus

romanzoffiana Jerivá 3 11 2

5 Inga edulis Ingá-de-metro 3,2 13+13+10+9+9+10,5+12+13 4

6

Tabebuia

cassinoides Caixeta 3,5 6 0,5

7

Annona cf.

cacans

Araticum-

cagão 4 10,5 1

8

Eugenia

stigmatosa Guaramirim 4 9 1

9 Eugenia sulcata Murta 2,2 3,5 0,8

10 Inga laurina Ingá mirim 4,5 12+9 2,5

11

Jacaranda

puberula Carobinha 2 3,5 0,6

12

Syagrus

romanzoffiana Jerivá 4 21 3

13 Euterpe edulis Palmito juçara 2 7 1,5

14 Eugenia sulcata Murta 2 3,5 0,6

15 Euterpe edulis Palmito juçara 0,6 0 0

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94

n Nome científico Nome

popular

Altura

(m)

CAP (cm) Proj.

Copa

(m)

16

Jacaranda

puberula Carobinha 1,3 0 0

17 Pera glabrata Tabocuva 1,8 3,5 0,9

18

Albizia

pedicellaris

(DC.) L. Rico Timboúva 1,8 3,5 0,8

19

Gomidesia

schaueriana 3 6+7,5 1,5

20 Eugenia sulcata Murta 1,3 0 0,5

21 Bactris setosa Tucum 3 14 2

22

Cabralea

canjerana Canjerana 1,5 0 0,6

23

Annona cf.

cacans

Araticum

cagão 3,5 9 1,5

24 Eugenia sulcata Murta 1 3,5 0,8

25

Cabralea

canjerana Canjerana 1,6 0 0,6

26 Eugenia sulcata Murta 1,6 0,5 0,6

27 Pera glabrata Tamanqueira 2,5 6 1,5

28

Syagrus

romanzoffiana Jerivá 5 33 3

29

Calophyllum

brasiliense Guanandi 5 12 2

30

Calophyllum

brasiliense Guanandi 4 8 0,7

31 Euterpe edulis Palmito juçara 3 17 3

32 Inga laurina Ingá mirim 4 7+9 3

33 Bactris setosa Tucum 2,3 0 2

34

Albizia

pedicellaris

(DC.) L. Rico Timboúva 3,5 14+8 2

35

Annona cf.

cacans

Araticum

cagão 4,5 11 1,5

36

Eugenia

stigmatosa Guaramirim 2,5 5 0,6

37

Albizia

pedicellaris

(DC.) L. Rico Timboúva 4,5 13 2,5

38

Calophyllum

brasiliense Guanandi 3 7,5 1

Mínima 0,6 0 0

Máxima 5 33 4

Média 2,9 7,3 1,4

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Tabela 25. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 2 da área vinculada

ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

1 Annona cf. cacans Araticum-cagão 6 7+13 3

2

Tabebuia

cassinoides

Caixeta 6 11 1

3

Marlierea

suaveolens

2,5 3,5 0,7

4

Tabebuia

cassinoides

Caixeta 2 4 0,6

5

Calophyllum

brasiliense

Guanandi 2,5 3,5 0,8

6

Eriotheca

pentaphylla

Embiruçu 0,7 0 0,4

7 Inga edulis Ingá de metro 6 15+7+11 5

8

Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 3,5 15 1,5

9

Eriotheca

pentaphylla

Embiruçu 4 12 1,3

10 Annona cf. cacans Araticum-cagão 5 11 2,5

11 Inga laurina Ingá mirim 5 9 2

12 Inga edulis Ingá de metro 6 17+18+15+14,5 4

13

Eryotheca

pentaphylla

Embiruçu 3,5 6,5+7,5 0,8

14

Pera glabrata

Tabocuva

3,5 8 1

15 Euterpe edulis Palmito juçara 2 0 1,5

16

Tabebuia

cassinoides

Caixeta 2,7 6,5+10,5 1,5

17

Cecropia

pachystachya

Embaúba 6,5 21,5 4

18 Annona cf. cacans Araticum-cagão 3,5 5+11 2,5

19

Eriotheca

pentaphylla

Embiruçu 1,6 0 0,6

20 Annona cf. cacans Araticum-cagão 4 8+7,5+8,5 3

21

Cecropia

pachystachya

Embaúba 4,5 12 sem

folhas

22 Inga laurina Ingá mirim 5 16+14+16+12 5

23

Eugenia

stigmatosa

Guaramirim 2,5 3,5 0,5

24 Pera glabrata Tabocuva 5 12 3

25

Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 5 40 3

26

Tabebuia

cassinoides

Caixeta 5 13 1,5

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n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

27 Inga laurina Ingá mirim 5 8,5+12,5 2

28 Inga laurina Ingá mirim 5,5 6,5+13+10+10+10 3

29

Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 3,5 12 2

30 Eugenia sulcata Murta 1,8 0 0,5

31

Eugenia cf.

umbeliflora

Apê-açu 1,8 3,5 0,6

Mínima 0,7 0 0,4

Máxima 6,5 40 5

Média 3,9 9,3 2,0

Tabela 26. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na parcela 3 da área vinculada

ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

1

Alchornea

triplinervia

Tapiá 5 11,5+13+5+5 3

2 Inga laurina Ingá mirim 4,5 8,5 2,5

3

Tabebuia

cassinoides

Caixeta 4,5 7 1,2

4 Eugenia sulcata Murta 1,5 0 0,6

5 Inga laurina Ingá mirim 4,5 10+6+4,5 1,2

6

Gomidesia

schaueriana

2 3,2 0,8

7

Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 5 25 2,5

8 Inga laurina Ingá mirim 6 10+11,5+9,5+15,5 3,5

9 Eugenia sulcata Murta 2,3 3,5 0,6

10 Eugenia stigmatosa Guaramirim 3 4,5 0,8

11 Eugenia sulcata Murta 1,2 0 0,5

12

Guarea

macrophylla

Marinheiro 1,5 0 0,8

13 Annona cf. cacans Araticum-cagão 5 10,5 2

14

Rapanea

ferrugínea

Capororoca 2 3,5 1

15 Eugenia sulcata Murta 1,7 0 0,5

16

Cecropia

pachystachya

Embaúba 5 13 0

17 Myrcia sp. 1,3 0 0,5

18

Syagrus

romanzoffiana

Jerivá 2,5 0 1,5

19

Garcinia

gardneriana

Bacupari 1,5 0 0,9

20 Cordia sellowiana Chá-de-bugre 1 0 0,4

21 Euterpe edulis Palmito juçara 1 0 0,5

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97

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

22

Gomidesia

schaueriana

1,2 0 0,4

23

Eriotheca

pentaphylla

Embiruçu 4,5 15 2,5

24 Euterpe edulis Palmito juçara 2,5 8 2

25 Eugenia sulcata Murta 2,2 0 0,6

26

Marlierea

suaveolens

1 0 0,6

27

Nectandra

oppositifolia Canela-ferrugem

3 6 1

28 Annona cf. cacans Araticum-cagão 4 8+7+4,5+4,5 3

29

Rapanea

ferrugínea

Capororoca 3 6 0,7

30 Cordia sellowiana Chá-de-bugre 1 0 0,4

31 Pera glabrata Tabocuva 2,5 5 0,8

Mínima 1 0 0

Máxima 6 25 3,5

Média 2,8 4,4 1,2

Em relação aos regenerantes com altura superior a 50 cm foram identificadas as

espécies e a quantidade de indivíduos nas parcelas, conforme Tabelas 27 a 29.

Tabela 27. Levantamento dos regenerantes na parcela 1 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

Nome científico Nome popular nativo exótico Quantidade

Clitoria fairchildiana R.A.

Howard Sombreiro

x 9

Myrsine coriacea (Sw.)

R.Br. ex Roem. & Schult.

(Rapanea ferruginea)

Capororoca x

1

Tibuchina pulchra Manacá-da-serra x

1

TOTAL 11

Tabela 28. Levantamento dos regenerantes na parcela 2 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Quantidade

Jacaranda puberula Cham. Carobinha X 1

Alchornea triplinervia (Spreng.)

Muell. Arg.

Tapiá X 1

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98

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Quantidade

Clitoria fairchildiana R.A.

Howard

Sombreiro x 4

Eugenia sulcata Spring X 1

Nectandra oppositifolia Nees X 4

Myrcia cf. multiflora X 3

TOTAL 14

Tabela 29. Levantamento dos regenerantes na parcela 3 da área vinculada ao TCRA

82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP).

Nome científico Nome popular nativo exótico Quantidade

Tetrochidium X 1

Clitoria fairchildiana R.A.

Howard

x

6

Tibouchina mutabilis Manacá da

serra

X

2

Myrtaceae X 1

TOTAL 10

Relatório Fotográfico

Figura 25: Trecho na borda da parcela 1 da

área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso

do loteamento Riviera de São Lourenço,

Bertioga (SP).

Figura 26: Dossel menos aberto com

predomínio de ingás na parcela 1 da área

vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga

(SP).

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99

Figura 27: a) Plantio orgânico vinculado ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera de

São Lourenço, Bertioga (SP), não há espaçamento definido. b)Destaque para o indivíduo plantado

de Syagrus romanzoffiana (jerivá) na parcela 1.

Figura 28: a) Na parcela 1 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) há presença de umidade. b) Há vários trechos e de grama nativa.

Figura 29: a) Na parcela 2 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se presença de serapilheira com predomínio de folhas de

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100

ingá e coco da bahia. b) Dossel aberto com predomínio de Inga laurina (ingá-mirim).

Figura 30: a) Na parcela 2 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se solo turfoso. b) Vegetação nativa em regeneração.

Figura 31: Na parcela 3 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se a presença de clareira em trechos da área de plantio.

Figura 32: a) Na parcela 3 da área vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do loteamento Riviera

de São Lourenço, Bertioga (SP) observa-se predomínio de regenerantes com menos de 50 cm de

altura. b) Há acúmulo de umidade em vários trechos.

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101

Figura 33: Faixa de aproximadamente 30 metros vinculada ao TCRA 82.837/08 no acesso do

loteamento Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP) destinada na planta do projeto aprovado para o

plantio.

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102

ANEXO IX: Processo 74.092/06 – Empresa Praias Paulistas - Saída de Campo -

TCRA 02/07

Na área do TCRA 02 foi possível avaliar de forma similar a metodologia proposta

no projeto em 2007. A forma de seleção das 10 linhas amostrais (20 metros cada uma) não

foram aleatórias conforme previsto inicialmente, e sim paralelas (figura 34). E na mesma

linha amostral foi medida a projeção de copa das árvores porque houve dificuldade de

movimentação na área devido a altura do sub-bosque, além da chuva que caia no dia.

A outra alteração na metodologia foi no levantamento dos regenerantes por meio de

uma parcela de 20 metros de comprimento (a linha amostral utilizada no levantamento do

plantio) por 1 metro de cada lado da linha, ou seja, totalizando 2 metros metro de largura.

Assim, a área de cada parcela de regenerantes encerrava-se em 40 m2, o que totalizou 400

m2 amostrados. E no campo foi viável a mediação da altura, CAP, projeção de copas de

todos os indivíduos plantados nas linhas amostradas.

Figura 34. Delimitação aproximada da área do TCRA 02/07 para plantio na margem

esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´), e indicação da

localização das 10 linhas amostrais.

1 2

3 4

5 6

7

9 8

10

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103

Na área verificou-se que há influência fluvial o que favorece a umidade no local. A

área apresenta estrato arbóreo, herbáceo e arbustivo. O estrato herbáceo e arbustivo é

formado por Hedychium coronarium J. Koenig, Clidemia neglecta D. Don., Costus spiralis

(Jacq.) Roscoe, Piper aduncum L. Há presença de bromélias (Tillandsia sp. e Vriesea sp.)

e briófitas.

Os indivíduos plantados estavam desenvolvidos e com aspecto fitossanitário

adequado, mas observou-se que devido à umidade alguns indivíduos morreram e foram

substituídos por mudas de Calophyllum brasiliense (Guanandi), como por exemplo, na

linha 4. As linhas amostrais 1, 2 e 3 eram em locais mais altos, assim o acúmulo de água

fluvial e pluvial não era significativo, o que favoreceu a maior diversidade de espécies.

Além do fato de que estas linhas amostrais são mais próximas de um fragmento florestal, o

que favoreceu o sombreamento da área.

As linhas 1 e 2 apresentam a formação de dossel, mas ainda há pouca diversidade

de regeneração, mas dentro do esperado para esta etapa da regeneração. Há indivíduos que

atraem fauna como a Nectandra oppositifolia (canela-amarela).

As linhas 4 a 7 não estabeleceram dossel, assim, a área é mais aberta comparando

com a área das linhas 1 a 3. O estrato herbáceo é de aproximadamente 1 metro de altura e

há presença marcante de Imperata brasiliensis (capim sapé) nas linhas 4 a 7.

Em algumas linhas de plantio havia indivíduos de Euterpe edulis, mas como se

trata de uma espécie de valor econômico houve a atração de coletores irregulares.

Os dados do levantamento das espécies, altura, CAP e projeção de copas nas 10

linhas amostrais estão elencadas nas tabelas 30 a 39.

Tabela 30. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 1 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

1 Schizolobium parahyba Guapuruvu 9 36 3

2 Euterpe edulis Palmito juçara Morta

3 Hymenaea courbaril Jatobá 3 6 1,5

4 Tibouchina pulchra Manacá da serra 10 14+36 4

5 Eugenia brasiliensis Grumixama 3 7 0,7

6 Psidium guajava Goiabeira 6 16+17 3,5

7 Psidium guajava Goiabeira 6 29 3

8 Psidium guajava Goiabeira 5 24 3

9 Senna multijuga Canafístula 3,5 6 1,5

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104

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

10 Psidium guajava Goiabeira 5 26 4

11 Alchornea triplinervia Tapiá 3 8,5 1,5

12 Euterpe edulis Palmito juçara Morta

13 Zanthoxylum rhoifolium

Mamica-de-

porca 5 12 2

14

Myrsine coriacea (Rapanea

refuginea) Capororoca 10 45 4

15 Artocarpus heterophyllus Jaqueira 7 30 4

Mínima 3 6 0,7

Máxima 10 45 4

Média 5,4 17,8 2,6

Tabela 31. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 2 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP

(cm)

Proj. Copa

(m)

1 Tibuchina pulchra

Manacá-da-

serra 3 8+7 1

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 15,5 3

3 Psidium guajava Goiabeira 5,5 27+9 3,5

4

sem identificação (sem

folhas) 3,5 7,5 0

5 Alchornea triplinervia Tapiá 7 25 3,5

6 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 21,5 4

7 Alchornea triplinervia Tapiá 8 28 4

8 Nectandra grandiflora Canela-fedida 6 12+18 4

9 Nectandra oppositifolia Canela-amarela 9 20 3,5

10 Psidium guajava Goiabeira 5 9+10+20 3,5

11 Alchornea triplinervia Tapiá 4,5 9 2,5

12 Syagrus romanzoffiana Jerivá 7 34 3

Mínima 3 7,5 0

Máxima 9 34 4

Média 5,9 20,1 3,0

Tabela 32. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 3 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

1

Nectandra oppositifolia

Nees Canela-amarela 8 11+29 5

2 Syagrus romanzoffiana Jerivá 9 77 6

3 Psidium guajava Goiabeira 5 8+10+22 3,5

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105

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 6+24 3,5

5 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 15,5 2

6 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 19,5 3,5

7 Calophyllum brasiliense Guanandi 5,5 21 3

8 Calophyllum brasiliense Guanandi 7 25,5 3,5

9 Tibuchina pulchra Manacá da serra 4 12+15,5+13 3

Mínima 4 15,5 2

Máxima 9 77 6

Média 6,3 31,7 3,7

Tabela 33. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 4 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

1 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 6,5 1

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 2,2 6 0,7

3 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 7,5 0,7

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 8 0,8

5 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 11 1,2

6 Calophyllum brasiliense Guanandi 7 32 3

7 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 12 1,5

8 Psidium guajava Goiabeira 5 18+18 4

9 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 24 2

10 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 14 1,5

Mínima 2,2 6 0,7

Máxima 7 32 4

Média 4,1 13,4 1,6

Tabela 34. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 5 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP

(cm)

Proj. Copa

(m)

1 Calophyllum brasiliense Guanandi 2,5 7 0,7

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 8 1,2

3 Calophyllum brasiliense Guanandi 2,5 7 1,3

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 17 1,4

5 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 11,5 1,2

6 Calophyllum brasiliense Guanandi 4,5 17 1,4

7 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 6,5 1,2

8 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 10 1,1

9 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 11 1,2

Mínima 2,5 6,5 0,7

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106

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP

(cm)

Proj. Copa

(m)

Máxima 4,5 17 1,4

Média 3,4 10,6 1,2

Tabela 35. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 6 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

1 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 7+10+11 2

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,8

6,5+9,5+7+

5 1,2

3 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 6+7 1

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 13 1,2

5 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 9 1,2

6 Psidium guajava Goiabeira 4 6+8+8+11 2

7 Psidium guajava Goiabeira 3 8 1

8 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 7+8 1,2

9 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 10 1,1

1

0 Calophyllum brasiliense Guanandi 4,5 12 1

1

1 Calophyllum brasiliense Guanandi 4,5 17 1,3

1

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 8 0,8

Mínima 3 8 0,8

Máxima 4,5 17 2

Média 3,7 11,0 1,3

Tabela 36. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 7 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

1 Psidium guajava Goiabeira 6 22 4

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 4,5 13 1,5

3 Psidium guajava Goiabeira 5 8+12+14 4

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 5 12 1

5 Psidium guajava Goiabeira 3,5 7,5+6,5+6,5 2

6 Psidium guajava Goiabeira 3,5 7+7 2

7 Calophyllum brasiliense Guanandi 5,5 18 1,2

8 Psidium guajava Goiabeira 3 8 1

9 Psidium guajava Goiabeira 3,5 9+9 1,5

10 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 12 1,5

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107

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

11 Psidium guajava Goiabeira 4 11+8 1,5

12 Psidium guajava Goiabeira 3 7 0,7

13 Psidium guajava Goiabeira 3,5 9+9 2

14 Psidium guajava Goiabeira 3,5 8+7 1,5

15 Inga laurina Ingá mirim 2 3,5 0,6

16 Calophyllum brasiliense Guanandi 4 14 1,4

17 Tibouchina granulosa Quaresmeira 2,1 4 0,6

18 Syagrus romanzoffiana Jerivá 5 54 4

19 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 20 3

20 Calophyllum brasiliense Guanandi 5 14 1,5

Mínima 2 3,5 0,6

Máxima 6 54 4

Média 4,1 15,5 1,8

Tabela 37. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 8 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura

(m)

CAP (cm) Proj.

Copa (m)

1 Eugenia brasilienses Grumixama 1,8 0,5 0,8

2 Tibuchina pulchra

Manacá-da-

serra 3 4+12+9+6+5+6 1

3 Syzygium malaccense Jambo vermelho 3 8 0,7

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 21 2

5 Psidium guajava Goiabeira 5 7+8,5+10,5 3,5

6 Tibuchina pulchra

Manacá-da-

serra 3 7+6,5+1,5 6,5

7 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 14,5 1,4

8 Syzygium malaccense Jambo vermelho 3,5 11 1,5

9 Hymenaea courbaril Jatobá 1,5 0,5 0,3

10 Psidium guajava Goiabeira 6 23 3,5

Mínima 1,5 0,5 0,3

Máxima 6 54 6,5

Média 4,1 15,5 2,1

Tabela 38. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 9 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

1 Schizolobium parahyba Guapuruvu 15 50,5 5

2 Calophyllum brasiliense Guanandi 8 26 3

3 Senna multijuga Canafístula 10 25 4

4 Calophyllum brasiliense Guanandi 7 20,5 4

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108

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj. Copa

(m)

5 Syagrus romanzoffiana Jerivá 10 71 5

6 Calophyllum brasiliense Guanandi 8 28,5 4

7 Eugenia brasiliensis Grumixama 2,2 3,5 0,7

8 Syagrus romanzoffiana Jerivá 7 58 4

9 Calophyllum brasiliense Guanandi 3,5 10,5 1,5

Mínima 2,2 3,5 0,7

Máxima 15 71 5

Média 7,9 32,6 3,5

Tabela 39. Levantamento das espécies arbóreas plantadas na linha 10 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

n Nome científico Nome popular Altura (m) CAP (cm) Proj.

Copa (m)

1 Euterpe edulis Palmito juçara Morta

2 Inga edulis Ingá-de-metro 1,5 3,5 1,5

3 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 38 4

4

Myrsine coriacea (Rapanea

ferruginea) Capororoca 8 20 3

5

Myrsine coriacea (Rapanea

ferruginea) Capororoca 8 29 3

6 Tibuchina pulchra

Manacá-da-

serra 3 7+6 1,5

7

Myrsine coriacea (Rapanea

ferruginea) Capororoca 9 26 4

8 Eugenia uniflora Pitangueira 3,5 7+6+7 2,5

9 Nectandra oppositifolia Canela-amarela 8 26 4

10 Senna multijuga Canafístula 3,5 6,5 1,5

11 Senna multijuga Canafístula 6 16 3,5

12 Hymenaea courbaril Jatobá 4 14 3

Mínima 1,5 3,5 1,5

Máxima 9 38 4

Média 5,5 19,9 2,9

Os dados do levantamento das espécies regenerantes e a sua quantidade nas 10

parcelas estão elencadas nas tabelas 40 a 49.

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109

Tabela 40. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 1 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) Capororoca x 2

Citharexylum myrianthum Cham. Pau-viola x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Piper aduncum L. (arbusto) x 2

Nectandra oppositifolia Nees Canela-

ferrugem x 6

Costus spiralis (Jacq.) Roscoe Cana-de-

macaco x 1

Cupania oblongifolia Mart. Camboatã x 1

Miconia calvescens DC. x 1

Cordia ecalyculata Vell. Claraíba x 1

Urera baccifera (L.) Gaudich. Urtiga x 1

TOTAL 17

Tabela 41. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 2 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Nectandra oppositifolia Nees Canela-

ferrugem x

2

Vernonanthura phosphorica Assa-peixe x 1

Cupania oblongifolia Mart. Camboatã x 2

Citharexylum myrianthum Cham. Pau-viola x 3

Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby Canafístula x 3

Cordia ecalyculata Vell. x 1

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) Capororoca x 1

Miconia cf. tristis Spring x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Piper aduncum L. x 1

Euterpe edulis Mart. Palmito-

juçara x 1

Costus spiralis (Jacq.) Roscoe x 1

TOTAL 18

Tabela 42. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 3 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome popular nativo exótico Qtd.

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá x 1

Nectandra oppositifolia Nees x 3

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110

Nome científico Nome popular nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica x 1

Miconia cf. tristis Spring x 1

Costus spiralis (Jacq.) Roscoe x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Piper aduncum L. x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-brejo x 1

TOTAL 10

Tabela 43. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 4 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica x 9

Baccharis regnellii Sch.Bip. ex Baker x 1

Miconia cf. discolor DC. x 1

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) Capororoca x 1

Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack Orelha-de-

onça x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo

x 1

TOTAL 15

Tabela 44. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 5 da área vinculada

aoTCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica x 11

Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack x 1

Blechnum sp x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo

x 1

Imperata brasiliensis Trinn. Sapé x 1

Asteraceae sp Trepadeira x 1

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Vedélia x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Cyperaceae x 1

Tonina fluviatilis Aubl. x 1

Costus spiralis (Jacq.) Roscoe x 1

TOTAL 21

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111

Tabela 45. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 6 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica x 8

Cyperaceae sp. x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack Orelha-de-

onça x 1

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Vedélia x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo x 1

TOTAL 13

Tabela 46. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 7 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo Exótico Qtd.

Nectandra oppositifolia Nees x 1

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) x 1

Vernonanthura phosphorica x 9

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Blechnum sp. x 1

Cyperaceae sp. x 1

Sauvagesia erecta L. x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo x 1

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Vedélia x 1

Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack Orelha-de-

onça x 1

Desmodium sp. Carrapicho x 1

TOTAL 19

Tabela 47. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 8 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica x 4

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) x 2

Inga laurina (Sw.) Willd. x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Cyperaceae 1

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112

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Tonina fluviatilis Aubl. x 1

Blechnum sp. x 1

Asteraceae trepadeira x 1

Desmodium sp. Carrapicho x 1

Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack orelha-de-

onça x 1

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Vedélia x 1

TOTAL 16

Tabela 48. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 9 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Vernonanthura phosphorica (Vell.) H.Rob. x 4

Eugenia monosperma Vell. x 1

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. x 1

Nectandra oppositifolia Nees x 10

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) x 1

Hedychium coronarium J. Koenig Lírio-do-

brejo x 1

Bgardnerianaoehmeria caudata Sw. x 1

Piper aduncum L. x 1

Commelina sp. x 1

Acnistus arborescens (L.) Schltdl. x 1

Clidemia neglecta D. Don. x 1

Capsicum flexuosum Sendtn. x 1

Miconia tristes x 1

Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby Canafístula x 1

Cecropia pachystachya Trécul Embaúba x 2

Clitoria fairchildiana R.A.Howard Sombreiro x 2

Piper umbellatum L. Pariparoba x 1

TOTAL 31

Tabela 49. Levantamento das espécies regenerantes na parcela 10 da área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

02´59.67´´).

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Myrsine coriacea (Rapanea ferruginea) X

7

Nectandra oppositifolia Nees X

11

Solanum pseudoquina A. St.-Hil. X

1

Tibouchina pulchra Cogn. X

7

Vernonanthura phosphorica X

1

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113

Nome científico Nome

popular

nativo exótico Qtd.

Piper aduncum L. X

1

Dichorisandra thyrsiflora J.C. Mikan X

1

Costus spiralis (Jacq.) Roscoe X

1

Boehmeria caudata Sw. X

1

Clidemia neglecta D. Don. X

1

Rubiaceae X

1

Cupania oblongifolia Camboatá X

1

Miconia cf. fasciculata Gardner Pixirica X

1

Piper umbellatum L. Pariparoba X 1

Psidium guajava L. Goiabeira x 1

Citharexylum myrianthum Cham. Pau-viola X 5

TOTAL 42

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114

Relatório fotográfico

Figura 35: Linha 1 e parcela 1 amostradas para plantio e regeneração natural,

respectivamente na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú,

Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 36: Linha 2 e parcela 2 amostradas para plantio e regeneração natural,

respectivamente na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú,

Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 37: Solo menos úmido nas áreas da

linhas 1 a 3 comparando com as demais

linhas de amostragem na área vinculada ao

TCRA 02/07 na margem esquerda do rio

Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46

Figura 38: A partir da linha 4 há

predomínio de trechos encharcados na área

vinculada ao TCRA 02/07 na margem

esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23

46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

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115

02´59.67´´).

Figura 39: Linha 4 com predomínio de

Calophyllum brasiliense (guanandi) na área

vinculada ao TCRA 02/07 na margem

esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23

46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 40: Linha 5, área aberta e solo

encharcado. na área vinculada ao TCRA

02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú,

Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 41: Presença de espécie de anuro e brómelia em desenvolvimento na Linha 5 na

área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23

46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 42: Linhas 6 e 7 há presença de bromélia e denvolvimento de liquens e musgos na

área vinculada ao TCRA 02/07 na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23

46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

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116

Figura43: Linha 8 e 9, rectivamente na área vinculada ao TCRA 02/07 na margem

esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

Figura 44: Linha 10 e presença de Euterpe edulis morta na área vinculada ao TCRA 02/07

na margem esquerda do rio Itapanhaú, Bertioga, SP (23 46´15.87´ e 46 02´59.67´´).

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117

ANEXO X: Tabela de espécies pertencentes à vegetação de restinga

Para a verificação das espécies se pertencem à fisionomia florestal de restinga

compilou-se na Tabela 50 as listagens de espécies indicadas da Resolução SMA 47/03,

Resolução CONAMA 07/96, Manual de Couto (2005), parte da listagem do artigo de

Martins et al. (2008) e o rol de espécies de mudas disponíveis em viveiros da SMA. Os

nomes científicos foram atualizados.

Tabela 50. Compilação de listas de espécies indicadas como pertencentes à vegetação de

restinga contemplando as famílias e os nomes científicos.

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

ANACARDIACEAE

Schinus terebinthifolius Raddi Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Tapirira guianensis Aubl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

ANNONACEAE

Guatteria australis A.St.-Hil. Resolução SMA 47/03

Annona glabra L. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Guatteria hilariana Schltdl. Martins et al. (2008)

Xylopia brasiliensis Spreng. Martins et al. (2008)

Xylopia brasiliensis Spreng. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

APOCYNACEAE

Aspidosperma parvifolium A. DC. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

AQUIFOLIACEAE

Ilex spp. Resolução CONAMA 07/96

ARALIACEAE

Didymopanax spp. Resolução CONAMA 07/96

Schefflera angustissima (Marchal) Frodin Martins et al. (2008)

ARECACEAE

Astrocaryum aculeatissimum (Schott)

Burret Resolução SMA 47/03

Attalea dubia (Mart.) Burret Resolução CONAMA 07/96

Bactris setosa Mart. Resolução CONAMA 07/96

Euterpe edulis Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Geonoma elegans Mart. Couto (2005)

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118

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Geonoma schottiana Mart. Resolução CONAMA 07/96

Geonoma spp. Resolução CONAMA 07/96

Syagrus pseudococos (Raddi) Glassman Martins et al. (2008)

Syagrus romanzoffiana (Cham.)

Glassman

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

BIGNONIACEAE

Cybistax antisyphilitica Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Handroanthus umbellatus (Sond.) Mattos Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Jacaranda macrantha Cham. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Jacaranda puberula Cham. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. Resolução CONAMA 07/96

BORAGINACEAE

Cordia sellowiana Cham. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

BROMELIACEAE A.Juss

Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl. Martins et al. (2008)

CANNABACEAE Martinov

Trema micrantha (L.) Blume Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

CELASTRACEAE

Maytenus littoralis Carvalho-Okano Martins et al. (2008)

CHRYSOBALANACEAE

Licania nitida Hook. f. Martins et al. (2008)

CLUSIACEAE Lindl.

Calophyllum brasiliense Cambess. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Clusia criuva Cambess. Resolução CONAMA 07/96

Garcinia gardneriana (Planch. & Triana)

Zappi

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

CUNONIACEAE

Lamanonia ternata Vell. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. Resolução CONAMA 07/96

CYATHEACEAE Kaulf.

Trichipteris atrovirens (Langsd. & Fisch)

Tryon Resolução CONAMA 07/96

EBENACEAE

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119

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Diospyros brasiliensis Mart. ex Miq. Martins et al. (2008)

ELAEOCARPACEAE Juss.

Sloanea guianensis (Aubl.) Benth Martins et al. (2008)

ERYTHROXYLACEAE Kunth

Erythroxylum ampliforum (Mart.) Couto (2005)

Erythroxylum spp. Resolução CONAMA 07/96

EUPHORBIACEAE

Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.

Arg. Martins et al. (2008)

Croton sphaerogynus Baill. Martins et al. (2008)

Hyeronima alchorneoides Allemao Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Mabea piriri Aubl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Maprounea guianensis Aubl. Martins et al. (2008)

Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Sapium glandulosum (L.) Morong Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Tetraplandra riedelii Müll. Arg. Martins et al. (2008)

FABACEAE Lindl.

Andira anthelmia (Vell.) Benth. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Balizia pedicellaris (DC.) Barneby Martins et al. (2008)

Centrolobium robustum Guillem. ex

Benth.

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Erythrina speciosa Andrews Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Inga edulis Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Inga laurina (Lw.) Willd. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Inga marginata Willd. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Inga praegnans T.D. Penn. Martins et al. (2008)

Inga sessilis (Vell.)Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Lonchocarpus guilleminianus (Tul.)

Malme

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

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120

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Ormosia arborea (Vell.) Harms Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.

Macbr.

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Pterocarpus rohrii Vahl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Pterocarpus violaceus Vogel Resolução SMA 47/03

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Sclerolobium denudatum Vogel Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Senegalia polyphylla (DC.) Britton &

Rose

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin &

Barneby

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

HUMIRIACEAE

Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. Martins et al. (2008)

LAMIACEAE

Vitex polygama Cham. Resolução SMA 47/03

LAURACEAE

Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.

Macbr. Martins et al. (2008)

Nectandra grandiflora Nees & Mart. ex

Nees Martins et al. (2008)

Nectandra oppositifolia Ness Martins et al. (2008)

Ocotea aciphylla (Nees) Mez Martins et al. (2008)

Ocotea lobbii (Meisn.) Rohwer Martins et al. (2008)

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Ocotea puberula (Rich.) Nees Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Ocotea spp. Resolução CONAMA 07/96

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121

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Ocotea teleiandra (Meisn.) Mez Martins et al. (2008)

Persea willdenovii Kosterm. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

LECYTHIDACEAE

Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

LYNTHRACEAE J.St.-Hill

Lafoensia pacari A.St.-Hil. Resolução SMA 47/03

MALVACEAE Juss.

Eriotheca pentaphylla (Vell. &

K.Schum.) A.Robyns

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.

Robyns

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

MELASTOMATACEAE A. Juss.

Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Resolução SMA 47/03

Miconia fasciculata Gardner Martins et al. (2008)

Ossaea retropila DC. Couto (2005)

Tibouchina glazioviana Cogn. Couto (2005)

Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Couto (2005)

Tibouchina pulchra Cogn. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

MELIACEAE

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Guarea macrophylla Vahl subsp. Martins et al. (2008)

MONIMIACEAE

Mollinedia oligantha Perkins Martins et al. (2008)

Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins Martins et al. (2008)

MORACEAE Gaudich.

Ficus guaranítica Chodat ex Chodat &

Vischer Resolução SMA 47/03

Ficus insipida Willd. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

MYRISTICACEAE

Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.)

Warb.

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

MYRSINACEAE R.Br.

Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. &

Schult.

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

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122

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Myrsine umbellata Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

MYRTACEAE

Blepharocalyx salicifolius (Kunth)

O.Berg

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Calyptranthes concinna DC. Martins et al. (2008)

Campomanesia neriiflora (O.Berg) Nied. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Campomanesia phaea (O.Berg) Landrum Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Campomanesia xanthocarpa (Mart.)

O.Berg

Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Eugenia brasiliensis Lam. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Eugenia cf. umbeliflora O. Berg Resolução CONAMA 07/96

Eugenia copacabanensis Kiaersk. Martins et al. (2008)

Eugenia crassiflora Kiaersk. Martins et al. (2008)

Eugenia disperma Martins et al. (2008)

Eugenia monosperma Vell. Martins et al. (2008)

Eugenia neolanceolata Sobral Martins et al. (2008)

Eugenia oblongata O.Berg Martins et al. (2008)

Eugenia riedeliana O.Berg Martins et al. (2008)

Eugenia sp. Couto (2005)

Eugenia speciosa Cambess. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Eugenia stigmatosa DC. Martins et al. (2008)

Eugenia sulcata Spring Martins et al. (2008)

Eugenia uniflora L. Couto (2005)

Eugenia velutiflora Kiaersk. Martins et al. (2008)

Gomidesia shaueriana O. Berg Martins et al. (2008)

Huberia ovalifolia Vell. Martins et al. (2008)

Marlierea cf. parviflora O. Berg Martins et al. (2008)

Marlierea obscura O. Berg Martins et al. (2008)

Marlierea tomentosa Cambess. Martins et al. (2008)

Myrcia acuminatissima O. Berg Martins et al. (2008)

Myrcia macrocarpa DC. Martins et al. (2008)

Myrcia palustris DC. Martins et al. (2008)

Myrcia sp. Resolução SMA 47/03

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123

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Psidium cattleianum Sabine Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

NYCTAGINACEAE

Guapira nitida (Mart. ex Schmidt)

Lundell Martins et al. (2008)

Guapira opposita (Vell.) Reitz Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

OLACACEAE

Heisteria silvianii Schwacke Martins et al. (2008)

PENTAPHYLLACACEAE

Ternstroemia brasiliensis Cambess. Resolução CONAMA 07/96

PLANTAGINACEAE

Plantago catharinea Decne. Martins et al. (2008)

POLYGONACEAE

Coccoloba fastigiata Meisn. Martins et al. (2008)

PORTULACACEAE Juss.

Portulaca striata Poelln. Martins et al. (2008)

ROSACEAE Juss.

Prunus myrtifolia (L.) Urb. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

RUBIACEAE Juss.

Amaioua guianensis Aubl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Amaioua intermedia Mart. Resolução CONAMA 07/96

Ixora burchelliana Müll. Arg. Martins et al. (2008)

Ladenbergia hexandra (Pohl) Klotzsch Martins et al. (2008)

Psychotria carthagenensis Jacq. Martins et al. (2008)

Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.)

Wawra Couto (2005)

Randia armata (Sw.) DC. Martins et al. (2008)

Tocoyena bullata (Vell.) Mart. Martins et al. (2008)

RUTACEAE A. Juss.

Dictyoloma vandellianum A.Juss. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Esenbeckia grandiflora Mart. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

SALICACEAE Mirb.

Casearia sylvestris SW. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

SAPOTACEAE Juss.

Manilkara subsericea (Mart.) Dubard Martins et al. (2008)

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124

FAMÍLIA / ESPÉCIE Referência biliográfica

Pouteria caimito (Ruiz et Pav.) Radlk. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

SOLANACEAE A. Juss.

Acnistus arborescens (L.) Schltdl. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

STYRACACEAE

Styrax glaber Sw. Martins et al. (2008)

URTICACEAE Juss

Cecropia pachystachya Trécul Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Martins et al. (2008)

VERBENACEAE J. St.- Hil

Aegiphila sellowiana Cham. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA

Cytharexyllum myrianthum Cham. Resolução SMA 47/03

VOCHYSIACEAE

Vochysia bifalcata Warm. Listagem de espécies de mudas

disponíveis em viveiros da SMA