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TERCEIRIZAÇÃO Conceito, crítica, reflexos trabalhistas e previdenciários

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TERCEIRIZAÇÃO

Conceito, crítica, reflexos trabalhistas e previdenciários

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Colaboradores

Adriano Mauss

Ana Paula Fernandes

André Torquato

Cirlene Luiza Zimmermann

Diego Henrique Schuster

Diego Monteiro Cherulli

Gabriela Caramuru

Gabriela Varella de Oliveira

Juliana Teixeira Esteves

Flávio Roberto Batista

Gustavo Filipe Barbosa Garcia

Gustavo Seferian Scheffer Machado

Heloísa Helena Silva Pancotti

Igor Ajouz

Jackson Passos Santos

Lawrence Estivalet de Mello

Luciana Almeida Menezes

Luciana Barcellos Slosbergas

Luiz Gustavo Boiam Pancotti

Marco Aurélio Serau Junior

Maria Fernanda Wirth

Maria Vitória Costaldello Ferreira

Miguel Horvath Júnior

Phelippe Henrique Cordeiro Garcia

Rafael Asquini

Sheila Stolz

Sidnei Machado

Silvio Marques Garcia

Tatyana Scheila Friedrich

William Pugliese

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Marco Aurélio Serau JuniorProfessor da UFPR – Universidade Federal do Paraná. Doutor e Mestre em Direito (USP). Diretor Científico do IBDP – Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário. Membro estrangeiro da AAJC – Associação Argentina de Justiça Constitucional. Membro

do Conselho Editorial de diversas revistas jurídicas. Autor de inúmeras obras jurídicas publicadas no Brasil e no exterior.

TERCEIRIZAÇÃO

Conceito, crítica, reflexos trabalhistas e previdenciários

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EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-003São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1151www.ltr.com.brMarço, 2018

Versão impressa — LTr 5945.7 — ISBN 978-85-361-9535-3Versão digital — LTr 9323.1 — ISBN 978-85-361-9580-3

Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Terceirização : conceito, crítica, reflexos trabalhistas e previdenciários / Marco Aurélio Serau Junior, (coordenador). – São Paulo: LTr, 2018. Vários colaboradores.

Bibliografia. 1. Direito do trabalho – Brasil 2. Direito previdenciário – Brasil 3. Relações de trabalho – Brasil 4. Terceirização – Brasil I. Serau Junior, Marco Aurélio.

18-12256 CDU-34:331(81)

1. Brasil : Terceirização : Direito do trabalho 34:331(81)

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sUMÁrIo

PREFÁCIO...................................................................................................................................................................7

PARTE I – ASPECTOS GERAIS E CRÍTICA À TERCEIRIZAÇÃO

Cooperativismo de trabalho: uma forma de o trabalhador se organizar e ter melhores resultados a despeito da precarização

do emprego........................................................................................................................................................................13

Adriano Mauss

A terceirização no caminho para uma proteção da dignidade do trabalhador......................................................................23

Diego Henrique Schuster

Terceirização e retirada de direitos sociais: a superexploração do trabalho como intensificadora da crise econômica

brasileira.............................................................................................................................................................................36

Gabriela Caramuru

A terceirização como consequência de um complexo processo de dilapidação de garantias sociais: uma abordagem com

base no contexto histórico do fenômeno............................................................................................................................43

Juliana Teixeira Esteves e André Torquato

Fim do trabalho ou trabalho sem fim? A terceirização laboral e a necessidade de dotar a legislação trabalhista

internacional e local de uma ‘grande angular’ protetivo-regulatória, conditio sine qua non de justiça social.........................51

Sheila Stolz

PARTE II – TERCEIRIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO BRASIL

Terceirização e sindicalismo: reflexões sobre o papel dos sindicatos e suas possibilidades de reação à transição

pós-fordista.........................................................................................................................................................................67

Flávio Roberto Batista e Gustavo Seferian Scheffer Machado

A terceirização irrestrita de mão de obra e sua eficácia temporal nos processos trabalhistas...............................................75

Jackson Passos Santos

A terceirização da atividade-fim como fraude e inconstitucionalidade no Brasil.....................................................................82

Lawrence Estivalet de Mello e Maria Vitória Costaldello Ferreira

Terceirização: “novo” panorama normativo trazido pelas Leis ns.13.429/2017 e 13.467/2017.........................................94Marco Aurélio Serau Junior

A terceirização como forma de (in)efetivação da proteção social: seus caminhos até a edição da Lei Geral de

Terceirização.....................................................................................................................................................................100

Miguel Horvath Júnior

Terceirização da atividade-fim: reflexões acerca do conceito de empresa e de empresário à luz da normativa

constitucional....................................................................................................................................................................108

Gabriela Varella de Oliveira e Phelippe Henrique Cordeiro Garcia

A regulação da terceirização no Brasil............................................................................................................................. ..116

Sidnei Machado

O precedente sobre a ausência de responsabilidade do Estado na terceirização diante dos princípios da jurisprudência......124

William Pugliese

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PARTE III – TERCEIRIZAÇÃO E SEUS REFLEXOS PREVIDENCIÁRIOS

Lei da terceirização e contribuições previdenciárias............................................................................................................135

Ana Paula Fernandes

A Reforma Trabalhista e os impactos na Previdência Social.................................................................................................144

Cirlene Luiza Zimmermann

Incônscio reformismo estatal e a destruição da ordem social.............................................................................................160

Diego Monteiro Cherulli

Terceirização: reflexos das Leis ns. 13.429/2017 e 13.467/2017 no Direito Previdenciário......................................................169

Gustavo Filipe Barbosa Garcia

Projeções da terceirização sobre a Previdência Social..........................................................................................................177

Igor Ajouz

A proteção do acidente de trabalhado face à Lei n. 13.429/2017.......................................................................................187

Heloísa Helena Silva Pancotti e Luiz Gustavo Boiam Pancotti

Concretização dos direitos socias: a via crucis do trabalhador terceirizado..........................................................................196

Maria Fernanda Wirth

Terceirização e as contribuições previdenciárias decorrentes de sentenças e acordos judiciais..............................................202

Silvio Marques Garcia

PARTE IV – TERCEIRIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS DIREITOS HUMANOS

Trabalho escravo contemporâneo e a terceirização............................................................................................................224

Luciana Barcellos Slosbergas e Rafael Asquini

O país das contradições: um olhar sensível a respeito das leis de terceirização e migração brasileiras.................................233

Tatyana Scheila Friedrich e Luciana Almeida Menezes

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PreFÁCIo

(1) Wilson Ramos Filho. Direito Capitalista do Trabalho: história, mitos e perspectivas no Brasil. São Paulo: LTr, 2012.(2) Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva. Cidadania, trabalho e democracia: Um dos percursos possíveis para um difícil, mas necessária, articulação na história. In: Revista LTr. Legislação do Trabalho, v. 11, 2007. p. 71-11/1355-71-11/1365.(3) Alain Supiot. O direito do trabalho ao desbarato do “mercado das normas”. In: Questões laborais, n. 26, 2005. p. 121-144.(4) Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva, Carlos Henrique Horn. O princípio da proteção e a regulação não-mercantil do mercado e das relações de trabalho. In: Revista de Direito do Trabalho. 34, número 132, São Paulo: RT, out-dez. de 2008. p.184-205.

Ao lado do Pelourinho, encontramos o Telheiro da Vila em Óbidos. Datado do período medieval e reconstruído no século XVI, antes de ser um balcão de honra para as festi-vidades da praça central da cidade, o Telheiro serviu como local de contratação diária de trabalhadores rurais. As pes-soas se ofereciam para a venda de seu trabalho, jornada a jornada. Já no Rio de Janeiro, o Cais do Valongo recebeu mais de um milhão de africanos escravizados, comprados e vendidos naquele porto. Local de maior desembarque de escravos africanos em toda a América, verdadeiro mercado de pessoas, o cais deixou de funcionar com a promulgação de leis contra a escravidão e foi duplamente encoberto em tentativas de apagamento da história.

Os escombros cariocas resgatados e reconhecidos como patrimônio da humanidade pela UNESCO, marco da me-mória da diáspora africana, ajudam a compreender a formação do mercado de trabalho brasileiro. Também o Porto de Santos, que recebeu milhares de trabalhadores europeus para substituir a mão de obra nas fazendas, é um local representativo. Da escravização ao colonato com regime de parceria, os portos brasileiros são locais simbó-licos para o trabalho nacional, pois também para eles se dirigiram muitos trabalhadores negros libertos, preteridos nas fábricas, em busca de trabalho, e lá permaneceram avulsos. No Brasil, os portos representavam locais para onde se dirigia o patronato em busca por mão de obra para a escravidão ou para o assalariamento.

E hoje? Como buscam força de trabalho os que preten-dem empreender? No “mercado de trabalho”, nos jornais, nas agências de colocação, nas empresas prestadoras de serviços a terceiros, nas intermediadoras de mão de obra? Estamos de volta ao “serviço”, à diária, à intermitência, à marchandage?

Olhar para locais do passado, ver o que está encoberto nas paisagens, permite-nos refletir sobre o valor que cada sociedade atribui ao trabalho. E sobre os modos de aloca-ção do labor humano, muito antes da institucionalização da-quilo que a economia designa como mercado de trabalho. E nessas rotas, buscar tentar entender aquilo que tantos e tantos juristas liberais e até alguns juízes, professores e mi-nistros aduzem quando nos advertem em franca censura que o trabalho mudou e que não podemos dar as costas para a realidade. Deveríamos compreender a terceirização

como dado natural de realidade! Sabemos que o ideal seria ensinar que o mercado não é um dado natural e que esta realidade que tanto nos falam é construída. Ou seja, que o mercado de pessoas que o reconhecimento amplo da validade dos contratos de prestação de serviços terceirizados pretende instaurar é uma construção, para o qual os pilares que os juristas edificam foram – com a Súmula 331 do TST – e são – com as Leis 13.429, de 31 de março de 2017 e 13.467 de 13 de julho de 2017 – es-senciais para sua formação. Contudo, em um prefácio não temos o compromisso com a didática e sobre esta alusão à terceirização e à sua realidade, evoco a advertência do Milagrário Pessoal de José Eduardo Agualusa: “tu estás lúcida, a realidade é que parece ter perdido a razão. Não te preocupes. A realidade sofre com frequência de surtos psicóticos.”

O problema é que nos surtos que a realidade instaurada pelo economicismo neoliberal, pelo capitalismo descom-plexado,(1) a pulsão autoritária emerge com força contra os limites construídos pelo direito e busca implodir os es-paços que a democracia criou ao derrubar os muros que separavam o público e o privado, a arena cidadã do des-potismo fabril.(2) E leva o direito que buscava civilizar re-lações de poder, por meio da juridificação das relações entre capital e trabalho, ao Pelourinho.(3)

E por que é este o direito que sofre mais ataque? Em sua ambiguidade constitutiva o Direito do Trabalho bus-cou conjugar as dimensões humanas do labor, a neces-sidade de preservação da vida, de estabelecer limites à coisificação da pessoa, sem desconsiderar as demandas empresariais relacionadas ao custo da produção e do tra-balho, por meio do reconhecimento contratual da valida-de de apropriação de parte dos frutos do labor, por via da mais-valia. E o fez com a construção de um contrato de trabalho inserido e limitado por uma ordem pública social, para minorar as nefastas consequências das políticas de terra arrasada do liberalismo.(4)

Diante do pauperismo, das lutas sociais e da radica-lização democrática, um modelo de direito do trabalho se desenvolveu colocando em pauta a perspectiva de su-peração das desigualdades econômicas, a preservação da vida, e a inclusão social do trabalhador. Na redescoberta da pessoa humana envolvida no labor, as instituições de

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8 Prefácio

proteção ao trabalho permitiram recolocar o trabalhador como sujeito de direito. Na ficção jurídica do contrato pro-tegido de trabalho, com todos os limites e críticas que de-vem ser feitas a tal figura jurídica, o trabalhador é sujeito e não objeto de mercancia. A elevação do homem que trabalha a um patamar superior à força de trabalho, bem mercanciado neste mercado laboral faz parte da expansão civilizatória do direito. Este é o argumento central de Alain Supiot, para quem a história do direito do trabalho está marcada por tal redescoberta, que altera o centro de gra-vidade da regulação laboral para se concentrar no traba-lhador e não somente no trabalho.(5) De um direito das coisas, rumou-se para um direito das pessoas.

A desmercadorização promovida pela emergência nada pacífica dos modelos de estado social(6) permitiu um pro-cesso de desmercantilização das mercadorias fictícias, construindo com o alargamento do constitucionalismo social, um desenho institucional que almeja preservar a humanidade da pobreza extrema e da mercantilização to-tal do trabalho, para o qual o direito só se voltava como garante da autonomia dos contratantes e da liberdade de fixação do preço da mercancia. No entanto, na roda da história, os processos de acumulação constante do capital, a disseminação de uma nova razão do mundo pautada pela normatividade concorrencial do neoliberalis-mo e as reações do capitalismo contra a democracia nos legaram fortes tensões.

O resultado do processo reformador que submeteu o direito do trabalho brasileiro ao pelourinho foi a busca de criação de um novo mercado de trabalho, com merca-dorização elevada à potência pela contratação realizada entre empresas de prestação de serviços de trabalho. O contratante não contrata mais pessoas, contrata empre-sas! O serviço apaga o trabalho, a reforma tenta apagar a pessoa. Ao centro da relação volta o bem – trabalho. Para detrás das cortinas, ficam encobertas as pessoas.

Na reforma trabalhista, a desconsideração da pessoa provocou fortes deslocamentos, tendo chegado ao ponto de tentar suprimir a própria arena laboral (o direito do trabalho) como o espaço de regulação das questões que envolvem o trabalho humano. Afinal, o que significa a previsão normativa de que na terceirização de serviços o princípio da isonomia ficará ao alvedrio da vontade dos agentes econômicos e que, contratante e contratada “po-derão estabelecer, se assim entenderem, que os emprega-dos da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante,”(7) senão o deslocamento

(5) Alain Supiot. Crítica do Direito do Trabalho, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2016. p.58.(6) Gosta Esping-Andersen. As três economias políticas do Welfare State. Lua Nova [online]. n. 24, 1991. p. 85-116.(7) Cf. parágrafo primeiro do artigo 4-C da Lei 6.019/1974, com a redação que lhe foi dada pela Lei n. 13.467/2017

da regulação do trabalho do campo do direito do trabalho para o campo dos direitos empresarial e civil? Embora não seja usual em um prefácio, cabe desde já afirmar a in-constitucionalidade do artigo 2º da Lei n. 13.467 de 2017, com a nova redação à Lei 6.019 de 1974 que disciplina o trabalho temporário e a terceirização de serviços.

A regulação da terceirização de serviços na reforma tra-balhista afronta a ordem constitucional. Os novos artigos 4º(A e seguintes) e 5º(A e seguintes) da Lei n. 6.019/74 deformada colidem com a Constituição, com o Pacto dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais e com o direito internacional do trabalho não somente pela omissão em assegurar salário equitativo e melhoria das condições de trabalho aos trabalhadores. Violam a Constituição e a or-dem jurídica por subtraírem dos trabalhadores e de suas representações sindicais a qualidade de sujeitos contra-tantes e, portanto, de alijá-los da regulação da sua pró-pria história, da sua vida e de seus contratos. Promovem mais que privatização, desregulamentação e precarização do trabalho humano. Buscam o retorno do direito civil, tentam promover uma virada paradigmática na regulação laboral. Promovem a morte jurídica dos homens e mulhe-res que trabalham e de seus sindicatos, pois deixam ser sujeitos de direito e são relegados a meros expectadores e objetos da contratação.

Neste cenário, não há como deixar de reconhecer que em nosso país a terceirização é a questão social do século XXI e saudar as publicações e obras acadêmicas que se preocupam em analisar tal fenômeno econômico em suas várias dimensões jurídicas, constitucionais e humanas.

Organizado pelo doutor Marco Aurélio Serau Junior – a quem conheci compondo a banca examinadora no Con-curso Público de Provas e Títulos na Universidade Federal do Paraná que o aprovou e selecionou para o cargo de Professor de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, no Departamento de Direito Privado da Faculdade de Di-reito da Universidade Federal do Paraná – o livro que o leitor tem em mãos contém sólidos trabalhos e reflexões sobre a terceirização, suas inconstitucionalidades, seus problemas e desafios.

Terceirização – conceito, crítica, reflexos trabalhistas e previdenciários é um livro organizado em seções bem coerentes. Na primeira parte, o leitor encontrará um importante diagnóstico dos motivos pelos quais “a ter-ceirização situa-se no caminho para uma proteção da dig-nidade do trabalhador” (Diego Henrique Schuster), sua relação com a retirada de direitos sociais e o problema

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Prefácio 9

da “superexploração do trabalho como intensificadora da crise econômica brasileira” (Gabriela Caramuru), uma avaliação do fenômeno como consequência do complexo processo de dilapidação de garantias sociais (Juliana Tei-xeira Esteves e André Torquato) e os motivos pelos quais a terceirização engendra um trabalho sem fim e a necessi-dade de proteção do trabalho como condição para a justi-ça social (Sheila Stolz).

A qualidade dos artigos permanece na seção II, que rela-ciona a terceirização com a precarização, bem inaugurada com uma reflexão feita pelos professores Flávio Roberto Batista e Gustavo Seferian Scheffer Machado sobre “o pa-pel dos sindicatos e suas possibilidades de reação à transi-ção pós-fordista,” e que prossegue com análises jurídicas sobre a eficácia temporal da terceirização nos processos trabalhistas (Jackson Passos Santos).

Os reflexos das Leis 13.429/2017 e 13.467/2017 no di-reito previdenciário estão presentes na seção III, voltada para as relações entre trabalho e previdência, seção que supre a lacuna nos estudos jurídicos sobre o tema. Nesta parte, encontramos artigos do professor Gustavo Filipe Barbosa Garcia, dos procuradores federais Igor Ajouz e Silvio Marques Garcia, dos advogados Heloísa Helena Sil-va Pancotti e Luiz Gustavo Boiam Pancotti, bem como da analista judiciária Maria Fernanda Wirth, que examina a via crucis do trabalhador terceirizado na busca pela con-cretização dos direitos sociais.

A terceirização na perspectiva dos Direitos Humanos é objeto da última seção que bem encerra o livro, ao de-monstrar a relação entre trabalho escravo contemporâ-neo a terceirização (Luciana Barcellos Slosbergas, Rafael Asquini) e entre as leis de migração e de terceirização no país das contradições, pelo olhar sensível da professora Tatyana Scheila Friedrich (reconhecida professora de direi-to internacional privado na Universidade Federal do Para-ná) e da doutoranda Luciana Almeida Menezes.

Trata-se, pois, o livro organizado de modo ímpar e com-petente por Marco Aurélio Serau Junior de uma densa e

(8) Pedro Hespanha, Manuel Carvalho da Silva, José Castro Caldas e Nuno Teles. Trabalho e Políticas de Emprego. Coimbra: Actual, 2017. p. 364.(9) Pedro Hespanha, Manuel Carvalho da Silva, José Castro Caldas e Nuno Teles. Op. Cit. p. 364.

rica obra que nos permitirá iluminar os graves problemas econômicos, sociais, políticos e jurídicos encobertos pelo mercado de prestação de serviços constituído pela refor-ma trabalhista e sua criação da terceirização da atividade finalística das empresas. Já foi dito o que está em causa “nos debates do presente acerca do futuro do trabalho e do emprego é o entendimento que enquanto sociedade fazemos do trabalho e do seu valor.”(8)

Assim como olhar para os locais que expressam os mo-dos pelos quais o trabalho humano foi apropriado nos permite uma reflexão sobre o desvalor que parte das eli-tes brasileiras atribuem ao trabalho e sobre a antropologia de nosso tomador de serviços – originário dos senhores de escravo e dos contratantes das massas empobrecidas pelo liberalismo europeu reinante no século XIV recebidas como imigrantes nos portos brasileiros no início do século XX – é necessário olhar para o emprego no futuro.

E olhar para o emprego no futuro exige superar este desvalor, as desigualdades, a falta de democracia. Para expungir do ordenamento as inconstitucionalidades e as inconvencionalidades da reforma trabalhista não bastará o Direito. Os intérpretes da norma podem muito, mas não podem tudo. Como afirmam os autores de outro livro re-cém-lançado em Portugal enquanto escrevo este prefácio: “ (...) O que o trabalho será no futuro dependerá das con-dições materiais e não materiais que se consideram acei-táveis para o comum dos trabalhadores, das formas de organização e de prestação do trabalho, da capacidade dos atores que intervêm na sua regulação e regulamen-tação e dos poderes de que dispõem, das opções que es-truturam as políticas públicas de emprego, ou ainda, dos rumos adotados pela sociedade para a provisão de bens e serviços. Esta é outra maneira de dizer que o futuro do trabalho depende de escolhas políticas.”(9) Está em nossas mãos optar pela valorização do trabalho, reconstruir os espaços e locais de desmercadorização do humano e im-pedir novas mercancias de pessoas, semelhantes àquelas existentes outrora no Telheiro da Villa, no Porto de Santos e no Cais do Valongo.

Coimbra, 4 de dezembro de 2017.

Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva

Professora Associada da Faculdade Nacional de Direito e do Progra-

ma de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ. Desembargadora do Trabalho no Tribunal Regional

do Trabalho da 1ª Região. Doutora em Ciências Jurídicas e mestra em

Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro.

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PARTE I

ASPECTOS GERAIS E CRÍTICA À TERCEIRIZAÇÃO

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CooPeratIvIsMo de trabalho: UMa ForMa de o trabalhador se

organIzar e ter Melhores resUltados a desPeIto da PreCarIzação do eMPrego

Adriano Mauss(1)

(1) Advogado. Gerente Executivo do Posto de Benefícios do INSS em Carazinho/RS. Mestre em Direito. Professor e autor de obras jurídicas.

1. Uma análise inicial sobre as tendências reformistas atuais

O ano de 2017 foi um período de extremo descompas-so entre os anseios da população brasileira (que clamava por mais empregos, menor arrocho salarial e menores im-postos) e as atividades governamentais (que a despeito de todo esse clamor social, aprovou, no âmbito federal, diversos instrumentos normativos que diminuem direitos sociais e trabalhistas dos trabalhadores).

No esteio das inovações aprovadas no Congresso Na-cional está a nova Lei das Terceirizações (Lei n. 13.429 de 31.03.2017 que “altera dispositivos da Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho tem-porário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros.”) em que se busca criar um novo regime de contratações de mão de obra pelas empresas, em tese mais barata e com menor responsabi-lidade contratual, já que o negócio jurídico seria realizado entre duas pessoas jurídicas (uma que presta e a outra que toma o serviço). Nos livros de história do ano de 2017 também constará a aprovação da Reforma Trabalhista (Lei n. 13.429 que entrou em vigor em 11.11.2017) que alte-rou substancialmente diversos aspectos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) buscando, em suma, uma nova lógica para as relações de trabalho, em que o negociado prevalecerá sobre o legislado. Entretanto a reforma traba-lhista ataca inúmeros outros aspectos do Direito Material e também Processual relativos à matéria trabalhista.

Estas duas leis são apenas alguns exemplos dos vários temas tratados durante o ano de 2017 que buscam miti-gar direitos dos cidadãos por conta da necessidade de o Estado fazer frente aos seus compromissos fiscais e políti-cos com os mais diversos setores da sociedade.

Assim, considerando que a precarização das relações de trabalho já é um fato consumado, com a publicação dessas duas leis é necessário buscar novas formas de tra-balho que minimizem seus efeitos nefastos. A nosso sentir o Cooperativismo é uma forma interessante de garantir

direitos mínimos aos trabalhadores a despeito do que es-tabelecem os novos regulamentos.

Na sua origem, o Cooperativismo tem como característi-ca o caráter solidário e colaborativo de seus participantes em que a lógica não é o lucro e sim a igualdade de to-dos. Além disso, o cooperativismo de trabalho possui um marco legal próprio que visa proteger o sistema contra as contratações indevidas entre empresas e essas entidades, além da má gestão, diminuindo a fraude contra os traba-lhadores que nesse caso seriam os donos da entidade e os responsáveis pelas decisões gerenciais.

2. O marco regulatório das cooperativas de trabalho

Historicamente as Cooperativas de Trabalho eram tidas como entidades criadas para fraudar a legislação traba-lhista. Com o advento da Lei n. 12.690/2012 as regras de contratação ficaram mais claras e os trabalhadores que são os sócios das cooperativas de trabalho receberam as garantias de direitos sociais constitucionalmente garanti-dos, parecidos com os dos empregados, ou seja, devem ser prestados a esses trabalhadores o salário mínimo, fé-rias remuneradas, décimo terceiro salário, dentre outros, conforme o seu art. 7º, in verbis:

Art. 7º A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir:

I – retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na au-sência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas;

II – duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários;

III – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

IV – repouso anual remunerado;

V – retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;

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VI – adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;

VII – seguro de acidente de trabalho.

O histórico de fraudadoras dos direitos trabalhistas atrapalhava a evolução dessas entidades que, como já foi mencionado, em sua essência, possuem uma natureza extremamente benéfica para o trabalhador, garantido-lhe democracia nas decisões e proteção na sua atuação pro-fissional. Nesse sentido, a principal função da lei na época em que foi publicada foi combater as fraudes trabalhistas.

Inobstante as vantagens ao trabalhador, para o empre-gador a criação das cooperativas de trabalho também era vantajosa, pois na forma de cooperativa o “empregado” se tornava mais barato que o trabalho assalariado regular visto que tinha menos encargos sociais a serem pagos, o que reduzia os custos de produção e aumentava os lucros. Além disso o fato de não haver vinculação trabalhista com a empresa contratante também agradava os empresários fraudadores, havidos em evitar demandas trabalhistas.

Nesse sentido, esses empresários fraudadores criavam (e ainda criam) cooperativas de trabalho, devidamente registradas nos órgãos oficiais, faziam assembleias, ele-giam representantes comprometidos com o empresário, tudo com ares de legalidade, mas no final tornavam seus empregados membros dessas organizações apenas para fraudar direitos trabalhistas, ou seja, as pessoas que an-tes eram empregados vinculados à empresa tomadora do serviço, agora são associados de uma entidade que presta serviço de forma exclusiva para essa empresa. Muitas des-sas entidades, com o tempo, eram esquecidas, deixadas à deriva pela empresa criadora, sem qualquer suporte, quando o empresário não tivesse mais interesse em suas atividades. Muitos trabalhadores que a partir daí passam a ser sócios de uma cooperativa, não têm a mínima no-ção do que é uma organização assim, muito menos sua função perante a entidade, bem como quais são as suas garantias. Burlavam, assim, de uma só vez, os direitos trabalhistas, os encargos sociais decorrentes da relação empregatícia e, também, o espírito cooperativista, funda-mental para o sucesso de entidades como estas.

Com relação ao ideário cooperativista a Lei n. 12.690/2012 traz em seu art. 3º uma relação dos princí-pios norteadores que fundam uma entidade desse ramo, sendo que o respeito a essa regra é que deve nortear a sua formação:

Art. 3º A Cooperativa de Trabalho rege-se pelos seguintes princípios e valores:

I – adesão voluntária e livre;

II – gestão democrática;

III – participação econômica dos membros;

IV – autonomia e independência;

V – educação, formação e informação;

VI – intercooperação;

VII – interesse pela comunidade;

VIII – preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;

IX – não precarização do trabalho;

X – respeito às decisões de asssembleia, observado o disposto nesta Lei;

XI – participação na gestão em todos os níveis de decisão de acor-do com o previsto em lei e no Estatuto Social.

Diante dessa situação de precarização laboral gerada por meio da terceirização, é que a Lei n. 12.690/2012 em seu art. 5º proibiu que as Cooperativas de Trabalho fossem um instrumento de terceirização das atividades laborais de forma subordinada, conforme segue: “Art. 5o A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordinada.” Essa é uma medida extrema que visa eliminar as fraudes. Nesse sentido o art. 17, §2º da mesma lei esclarece o que é subordinação: “§2º. Presumir-se-á intermediação de mão de obra subordinada a relação contratual estabelecida entre a empresa contratante e as Cooperativas de Trabalho que não cumprirem o disposto no § 6º do art. 7º desta Lei.”

A jurisprudência também é farta em julgados que veri-ficam a existência de fraudes causadas pela contratação de cooperativas. Abaixo colacionamos um julgado do TST:

TST-1118382) RECURSO DE REVISTA. 1. COOPERATIVA. FRAUDE. VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO DIRETAMENTE COM O TOMADOR DOS SERVIÇOS. Não viola a literalidade do parágrafo único do art. 442 da CLT, na redação anterior ao advento da Lei n. 12.690/2012, a decisão regional que, com esteio na prova dos autos (art. 131 do CPC), reconhece relação de emprego entre pretenso associado e tomador de serviços da cooperativa – assim criada com intuito de burlar a legislação trabalhista -, quando, efetivamente, preenchidos os requisitos essenciais ao negócio ju-rídico (arts. 2º, 3º e 9º da CLT). Impossibilidade de revolvimento de fatos e provas em esfera extraordinária. Inteligência da Súmula 126 do TST. Recurso de revista não conhecido. 2. REMUNERA-ÇÃO. JULGAMENTO EXTRA PETITA. INOCORRÊNCIA. Seguindo a diretriz traçada nos arts. 128 e 460 do CPC, não pode o juiz prolatar decisão que extrapole os limites do pedido do autor e da resposta do réu, devendo compor a lide dentro dos estritos parâmetros estabelecidos pela litis contestatio. Assim, na hipótese vertente, não há que se falar em julgamento extra petita, uma vez que o posicionamento adotado pelo Regional considerou a alegação formulada na inicial. Recurso de revista não conhecido. 3. HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. A evidência do enredo que leva à condenação repele o alegado maltrato às regras relativas à distribuição do ônus da prova. Recurso de revista não conhecido.

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