teoria geral do recurso extraordinário lato sensu

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Teoria Geral do Recurso Extraordinário Lato Sensu Os recursos extraordinários lato sensu são divididos em recurso extraordinário e recurso especial. O recurso extraordinário sempre será proposto junto ao STF e o recurso especial sempre será proposto junto ao STJ. O prazo de ambos será de 15 dias. 1) Requisitos de Admissibilidade: Deve-se observar os requisitos genéricos e os requisitos específicos de admissibilidade. Os requisitos genéricos são os CARTISLP. Recurso extraordinário: proposto contra decisão final proferida pelo tribunal quando o julgamento do recurso de apelação. Requisitos Específicos: a)Matéria de direito: nos tribunais superiores (STF e STJ) não se discute matéria de fato que é toda argumentação fática probatória, pois trata-se de competência derivada ou recursal na instância extraordinária. O que se discute é matéria exclusivamente de direito, ou seja, se discute junto ao STF e ao STJ a argumentação jurídica, a construção do direito para aquele caso concreto, discute-se uma tese jurídica aplicada ao caso concreto. Ex.: discussão sobre a nulidade de uma prova, pois eu estaria requerendo a discussão de validade de prova. O recurso extraordinário trata de matéria exclusivamente de direito constitucional. Não há ponto de divergência na doutrina de que é cabível o recurso extraordinário quando há violação direta de um dispositivo constitucional. Mas há divergência a cerca de ofensa reflexa a uma norma constitucional. Para alguns doutrinadores, é possível alegar em sede de recurso extraordinário, ofensa reflexa a uma norma constitucional, que é quando não alega-se a violação direta de um dispositivo constitucional, porém, alega-se uma violação de uma norma

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Page 1: Teoria Geral do Recurso Extraordinário Lato Sensu

Teoria Geral do Recurso Extraordinário Lato Sensu

Os recursos extraordinários lato sensu são divididos em recurso extraordinário e recurso especial.

O recurso extraordinário sempre será proposto junto ao STF e o recurso especial sempre será proposto junto ao STJ. O prazo de ambos será de 15 dias.

1) Requisitos de Admissibilidade:

Deve-se observar os requisitos genéricos e os requisitos específicos de admissibilidade.

Os requisitos genéricos são os CARTISLP.

Recurso extraordinário: proposto contra decisão final proferida pelo tribunal quando o julgamento do recurso de apelação.

Requisitos Específicos:

a)Matéria de direito: nos tribunais superiores (STF e STJ) não se discute matéria de fato que é toda argumentação fática probatória, pois trata-se de competência derivada ou recursal na instância extraordinária. O que se discute é matéria exclusivamente de direito, ou seja, se discute junto ao STF e ao STJ a argumentação jurídica, a construção do direito para aquele caso concreto, discute-se uma tese jurídica aplicada ao caso concreto. Ex.: discussão sobre a nulidade de uma prova, pois eu estaria requerendo a discussão de validade de prova.

O recurso extraordinário trata de matéria exclusivamente de direito constitucional.

Não há ponto de divergência na doutrina de que é cabível o recurso extraordinário quando há violação direta de um dispositivo constitucional. Mas há divergência a cerca de ofensa reflexa a uma norma constitucional. Para alguns doutrinadores, é possível alegar em sede de recurso extraordinário, ofensa reflexa a uma norma constitucional, que é quando não alega-se a violação direta de um dispositivo constitucional, porém, alega-se uma violação de uma norma infraconstitucional, que conseqüentemente viola uma norma constitucional. Já o STF tem se manifestado pela inadmissibilidade do recurso extraordinário quando alegado ofensa reflexa a uma norma constitucional. Para ele só cabe quando existe a violação direta.

O recurso especial trata de violação de legislação federal, ou seja, a violação de uma norma infraconstitucional ( norma do CP, CC, etc).

Um mesmo caso concreto pode ensejar o cabimento tanto do recurso extraordinário como do recurso especial, quando uma decisão ensejar a violação de uma norma constitucional e infraconstitucional.

b) Prequestionamento:

É o segundo requisito de admissibilidade no recurso extraordinário quando no recurso especial esse requisito é obrigatório. O prequestionamento é a demonstração para o tribunal superior

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de que a tese jurídica alegada no recurso especial e no recurso extraordinário já foi anteriormente discutida, debatida nas instâncias ordinárias, ou seja, eu não posso levar para o STF ou o STJ uma teses nova que não foi debatida anteriormente nas instâncias ordinárias. Então, significa deixar claro para o STF e o STJ que a tese já foi discutida tanto em 1ª quanto em 2ª instância.

A doutrina trabalha duas espécies de prequestionamento:

Explícito: se efetiva quando a parte alega e indica quais dispositivos legais são violados ou que fundamentam a tese jurídica alegada com a contextualização com o caso concreto. Esse é o posicionamento do STF, dos tribunais de justiça e dos tribunais federais.

Implícito: é aquele que o recorrente apresenta a tese jurídica, porém, não identifica o dispositivo violado.

O prequestionamento pode ser feito, em cada peça processual, ao longo de todo procedimento nas instâncias ordinárias. Ex.: petição inicial, contestação, reconvenção, razões de apelação.

Se a parte não fizer através dessas peças ela poderá fazê-lo através de um recurso, que é o embargos de declaração, com o fim de prequestionamento. Neste caso, é preciso deixar claro que os embargos de declaração estão sendo utilizados com a finalidade de prequestionamento com a finalidade de evitar a multa.

c) Esgotamento das instâncias ordinárias:

Não se admite recurso per saltum que é a propositura de um recurso junto ao STF ou STJ, sem antes o recorrente esgotar as instâncias ordinárias. Esgotar as instâncias ordinárias significa propor todos os recursos cabíveis e passíveis nas instâncias ordinárias para só depois, pensar em propor na instância extraordinária. Ex.: não se pode pular da 1ª instância para o STF.

Se for cabível na instância ordinária ou recurso de embargos infringentes, ele deve ser proposto e o prazo para propor o REXT e o RESP começa a contar quando as partes forem intimadas da decisão que julgou os embargos infringentes.

Se o recorrente propuser o REXT no prazo dos infringentes, haverá a inadmissibilidade do REXT, por intempestividade, tendo como conseqüência o trânsito em julgado, sendo assim, o recorrente não pode mais utilizar o prazo por ter ocorrido preclusão consumativa, pois a única chance de propor o recurso já fora utilizada de forma intempestiva.

d)Repercussão geral de questão constitucional:

É requisito específico do REXT, não se aplica ao RESP.

A repercussão geral de questão constitucional foi criada no ordenamento jurídico brasileiro com a emenda 45 (2004) que inseriu no art.102 da Constituição Federal o §3º e que no ano de 2006 essa norma constitucional foi regulamentada no plano infraconstitucional com base na lei 11.418 de 19/12/2006. Ela foi regulamentada no plano infraconstitucional porque a finalidade do legislador infraconstitucional foi esclarecer o que é a repercussão geral, mas efetivamente

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esse esclarecimento não aconteceu porque nem a Constituição nem a lei 11.418 conseguiu esclarecer efetivamente o que é essa repercussão geral, continuando nas mãos do magistrado dizer o que é repercussão.

A repercussão geral de questão constitucional enquanto requisito específico de admissibilidade do recurso extraordinário consiste na obrigatoriedade do recorrente demonstrar que a tese jurídica levantada no REXT tem aplicação no caso concreto em questão e repercutirá em outros casos concretos semelhantes.

Assim, o STF não está autorizado a julgar questões individuais em sede de REXT. Pois eu só posso levar ao STF questões que se aplicam ao meu caso concreto e também a casos concretos semelhantes questões que vão repercutir em casos concretos semelhantes. Então, se tiver um caso concreto que foi para o STF e foi julgado por ele, os outros casos semelhantes não poderão ir para o STF, uma vez que a 1ª decisão vinculou os outros casos semelhantes.

Esse requisito foi criado para dar efeito vinculante às decisões do STF.

2) Recurso Extraordinário e Recurso Especial

a)Prazo:

Tanto para o REXT quanto o RESP tem um prazo comum de 15 dias. Se forem propostos simultaneamente, eles terão um prazo comum e não sucessivo. E eles deverão se protocolizados no juízo “a quo” simultaneamente, sob pena de o 2º ser considerado intempestivo.

b)Procedimento:

Tanto o REXT quanto o RESP serão protocolizados no juízo “a quo”. Não há distribuição no juízo “ad quem”. Ao ser protocolizado, as razões do REXT e do RESP, ao receber as razões, o juízo “a quo” intimará o recorrido para apresentar contra-razões. Depois desse prazo, haverá a 1ª análise dos requisitos de admissibilidade. Se os requisitos estiverem corretos, os recursos serão encaminhados para o STF ou STJ (juízo “ad quem”). Ao chegar ao STF ou STJ, haverá uma nova análise dos requisitos, que se forem admitidos haverá posteriormente a análise do mérito.

Se o REXT ou o RESP forem inadmitidos no juízo “a quo”, caberá o recurso do art.544 do CPC. Esse agravo do 544 será distribuído diretamente no juízo “ad quem” e seguirá a mesma lógica do agravo de instrumento.

c)Hipóteses de cabimento do recurso extraordinário:

Art. 102, III,CF: “Compete ao STF, precipuamente, a guardar a Constituição, cabendo-lhe:

III – julgar , mediante recurso extraordinário, as causa decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a)contrariar dispositivo da desta Constituição;

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b)declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c)julgar validade lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; d)julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

1ª hipótese: quando uma decisão violar literal dispositivo constitucional => ofensa direta;

2ª hipótese: controle difuso de constitucionalidade que declarou inconstitucional uma lei federal ou tratado internacional (norma infraconstitucional);

3ª hipótese: quando o juiz declarar que uma lei local (municipal ou estadual) viola um princípio constitucional, para o STF se posicionar se é realmente inconstitucional ou não;

4ª hipótese: quando a decisão recorrida julga válida lei local contestada em face de lei federal.

OBS.: Única Instância: quando a competência originária é do STF. Assim, ele terá competência originária e também competência derivada ou recursal. Ex.: processar o Presidente da República.

Última Instância: esgotamento das instâncias ordinárias.

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( ) Nos embargos de declaração com efeitos modificativos ou infringentes, o contraditório é obrigatório.

( ) Os embargos de declaração e o agravo retido não podem ser inadmitidos por ausência de preparo.

( ) O Recurso adesivo é cabível em embargos de declaração.

( ) A petição de encaminhamento é requisito de admissibilidade do recurso da apelação.

( ) Invalidar, esclarecer, informar e reformar são finalidades dos recursos.

( ) Admite-e recurso extraordinário contra decisão judicial que declarou inconstitucional em sede de controle difuso uma lei local em face da Constituição Federal.

( ) Segundoa a legislação pátria vigente a natureza jurídica dos embargos de declaração é de recurso.

( ) A prestação de caução será sempre obrigatória na execução provisória.

( ) O esgotamento das instâncias ordinária ocorrerá com a propositura dos embargos infringentes quando cabível.

( ) a Non reformation in pejus jamais sera aplicada no recurso adesivo.

( ) A sentença condenatória na Teoria Trinária determinava o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.

( ) É facultado ao agravante comunicar o juízo “a quo” acerca da propositura do recurso de agravo de instrumento no juízo “ad quem”.

( ) O prequestionamento como requisito de admissibilidade do recurso extraordinário poderá ser feito através do recurso de embargos de declaração.

( ) A ação principal em caso de propositura de cautelar preparatória deverá ser proposta no prazo de 30 dias a contar da concessão da medida.

( ) Admite-se embargos infringentes contra acórdão que deu provimento não unânime definitiva.

( ) O agravo retido é cabível contra despacho de mero expediente.

( ) O perecimento da coisa na sentença executiva lato sensu viabiliza a conversão em perdas e danos, com a conseqüente prolação de sentença condenatória.

( ) A deserção é hipótese de inadmissibilidade do recurso.

( ) A decisão interlocutória que converte o agravo de instrumento em agravo retido é recorrível através do mandado de segurança como sucedâneo recursal.

( ) A desistência do prazo recursal poderá ser expressa ou tácita.

( ) O juízo “ad quem” poderá julgar o mérito da pretensão do recurso proposto contra sentença definitiva cujo objeto é matéria exclusivamente de direito.

( ) O “Tantum devolutum quantum apelatum” inviabiliza qualquer apreciação “ex oficio” de matéria não alegada nas razões de apelação.

( ) No âmbito da instância extraordinária, admite a apreciação de matéria de fato e de direito quando se tratar de competência originária.

( ) o Reexame necessário impede o trânsito em julgado de uma decisão judicial final.

( ) A repercussão geral de questão constitucional é requisito específico de admissibilidade apenas do recurso extraordinário.

( ) O Advento da Teoria Quinária se justifica pela subdvisão do conceito jurídico de sentença condenatória na Teoria Trinária.

( )A inadmissibilidade do recurso extraordinário no juízo a quo enseja o cabimento do recurso de agravo regimental.

( ) Da decisão que inadmite o recurso de agravo de instrumento é cabível o agravo regimental ou mandado de segurança como sucedâneo recursal.

( ) Não se verifica o recurso de embargos de declaração em efeito infringente quando a hipótese de cabimento for obscuridade.

( ) O princípio da non reformatio in pejus não é observado quando o julgamento do mérito do recurso adesivo.

( ) admite-se o julgamento do mérito da pretensão quando for proposto recurso de apelação contra sentença terminativa.

( ) Segundo estabelece o princípio do tantum devolutum quantum apelatum, o Tribunal somente julgará a matéria que for expressamente suscitada nas razões de apelação.

( ) Invalidar, reformar, esclarecer e informar são finalidades dos recursos.

( ) Admites-se a conversão em perdas e danos quando verificada a ineficácia da sentença mandamental.

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( ) O legislador infraconstitucional estabeleceu um rol taxativo de hipóteses ensejadoras de repercussão geral de questão constitucional.

Analise o caso concreto, identifique o recurso cabível, o órgão competente para julgá-lo e justifique juridicamente o cabimento ou não do respectivo recurso

a) inadmissibilidade do Recurso Especial pelo juízo “ad quem”.

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b) Acórdão que julga de forma não unânime recurso de apelação proposto contra sentença terminativa.

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c) Decisão monocrática que julga o mérito da apelação proposta contra sentença em desconformidade com súmula vinculante de Tribunal Superior.

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d) Decisão interlocutória proferida em 1º grau de jurisdição em que o juiz indefere a juntada de um documento nos autos.

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e) Inadmissibilidade do recurso de agravo de instrumento.

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f) Conversão do agravo de instrumento em agravo retido.

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g) Acórdão em que houve julgamento colegiado do mérito da sentença terminativa objeto do recurso de apelação.

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h) Sentença em que houve julgamento parcialmente procedente dos pedidos da parte autora.

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i) Julgamento procedente da ação rescisória de forma unânime.

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j) Julgamento parcialmente dos pedidos em sentença proferida em 1º grau de jurisdição.

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k) Não se admite a propositura do Recurso Extraordinário após o transcurso “in albis” do prazo do recurso de embargos infringentes.

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