teoria geral do direito do trabalho

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Teoria geral do Direito do Trabalho De acordo com o que compreendemos sobre o capítulo estipulado na ATPS, nossa equipe conseguiu chegar à conclusão que nada seria do direito trabalhista, sem os princípios básicos, ou seja, princípios esses essenciais do direito do trabalho. O Direito do Trabalho apresenta seus próprios princípios, das quais são reconhecidos pela doutrina e aplicados pela jurisprudência. Um exemplo em uma linguagem figurada, os princípios equivalem como às colunas de sustentação de um edifício jurídico, sobre as quais são construídas e com os princípios básicos (base) onde são interpretadas as normas jurídicas. Podemos concluir cada pergunta em uma forma simples da leitura empregada em cima do livro manual do direito do trabalho. A relevância do estudo dos princípios no âmbito juslaboral, os conceitos mais importantes no sistema jurídico, onde á a sustentação ao sistema, exercendo funções reguladoras das relações sociais. O direito do trabalho possui princípios de proteção, nos quais são eles: princípio da irrenunciabilidade, princípio da primazia da realidade, princípio da continuidade da relação de emprego, e os princípios constitucionais do trabalho, que estão presentes na Constituição Federal de 1988. Segundo Marcelo Alexandrino, são aqueles princípios que conferem coerência e consistência a determinado conjunto de normas que possibilita á compreensão. Portanto, para quem for interpretar uma norma jurídica, não somente no direito trabalhista, mas em todos os outros

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Teoria geral do Direito do Trabalho

De acordo com o que compreendemos sobre o capítulo estipulado na ATPS, nossa equipe conseguiu chegar à conclusão que nada seria do direito trabalhista, sem os princípios básicos, ou seja, princípios esses essenciais do direito do trabalho. O Direito do Trabalho apresenta seus próprios princípios, das quais são reconhecidos pela doutrina e aplicados pela jurisprudência. Um exemplo em uma linguagem figurada, os princípios equivalem como às colunas de sustentação de um edifício jurídico, sobre as quais são construídas e com os princípios básicos (base) onde são interpretadas as normas jurídicas. Podemos concluir cada pergunta em uma forma simples da leitura empregada em cima do livro manual do direito do trabalho.

A relevância do estudo dos princípios no âmbito juslaboral, os conceitos mais importantes no sistema jurídico, onde á a sustentação ao sistema, exercendo funções reguladoras das relações sociais. O direito do trabalho possui princípios de proteção, nos quais são eles: princípio da irrenunciabilidade, princípio da primazia da realidade, princípio da continuidade da relação de emprego, e os princípios constitucionais do trabalho, que estão presentes na Constituição Federal de 1988.Segundo Marcelo Alexandrino, são aqueles princípios que conferem coerência e consistência a determinado conjunto de normas que possibilita á compreensão.Portanto, para quem for interpretar uma norma jurídica, não somente no direito trabalhista, mas em todos os outros ramos do direito, os princípios são conceituados como as diretrizes mestras de um sistema.

Dimensões do princípio da proteção - O princípio de proteção engloba três vertentes, são elas:

In dúbio pro operário: Não possui caráter processual, no Direito Processual do Trabalho possui disposições específicas e próprias, como a avaliação da qualidade das provas produzidas e a aplicação das regras do ônus da prova. Aplicação da norma mais favorável: É no sentido de que, havendo diversas normas válidas incidentes sobre a relação de emprego, deve-se aplicar aquela mais benéfica ao trabalhador. Condição mais benéfica: Assegura-se ao empregado a manutenção, durante o contrato de trabalho, de direitos mais vantajosos, de forma que as vantagensHá critérios a serem adotados, para saber qual é, efetivamente, a norma mais favorável, são eles: teoria da acumulação, teoria do conglobamento e terceira intermediária.

Princípio da primazia da realidade - Nos informa quando houver divergência entre o que ocorre na prática e o que consta em documentos formais e deve prevalecer a realidade dos fatos, assim perdendo o valor quando suas cláusulas não emitem a realidade empregada.

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Os princípios podem atuar como fonte material de direito do trabalho - pois a fonte material do Direito do Trabalho é a exaltação social politica e econômica que diretamente ou indiretamente afeta  na confecção ou formação de uma jurídica. Sabendo que as leis são feitas para satisfação dos apelos sociais e o direito de defesa coletiva. Outro princípio que é usado como fonte, é o princípio da primazia da realidade, no qual o juiz não contente com documentos analisados, solicita testemunhas para que falem sobre oque aconteceu, para poder saber a realidade concreta da situação em que está em juízo, depois de ouvidas as testemunhas busca a verdade dos fatos, a verdade real, que no final irá se prevalecerá em cima da verdade formal.

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Contrato de trabalho. Empregado. Empregador. Terceirização.

Com bases nos estudos elaborados para redigir este trabalho, podemos concluir que o contrato de trabalho, é o acordo tácito ou expresso, correspondente á relação de emprego, sendo que o objetivo do contrato de trabalho é a prestação de serviço por parte do contratado ou subordinado, mediante o pagamento de salário, em troca de mão de obra. Consideramos também que empregador é aquela pessoa que sendo física ou jurídica, e assumindo os riscos inerentes a atividade econômica, que contrata trabalhadores para, dirigir a prestação de serviços. Com tudo finalizamos nosso entendimento sobre terceirização, que nada mais é a contratação de terceiros, por uma empresa, para efetuar diversas atividades em geral, onde visa a racionalização de custos e economia de recursos. 

Requisitos do contrato individual de trabalho - Os requisitos para firmar um contrato de trabalho são os seguintes: -modalidade do contrato pode ser determinada (data de início e fim) ou indeterminada -valor da contraprestação pelos serviços prestados como empregado (renumeração) -dia e horários de trabalho -período de descanso na jornada e entre jornadas -cargo a ser ocupado pelo empregado; -data de admissão.  Elementos, segundo a doutrina, que caracterizam a figura do empregado - O empregado é pessoa física que presta serviço à pessoa física ou jurídica, sendo assalariado e subordinado, e que seja dependente deste salário. Pessoalidade, habitualidade, honores idade.  Interpretação da jurisprudência da definição legal de empregador (art. 2o da CLT) - Empregador é a pessoa física ou jurídica, que assume os riscos inerentes a atividade econômica, contrata trabalhadores para, mediante o pagamento de salário, dirigir a prestação de serviços, no Artigo 2º da CLT reza o seguinte: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.  Posição jurisprudencial acerca da responsabilidade do tomador de serviços pelo pagamento de verbas decorrentes da relação de emprego - Deve responder subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas a empresa tomadora de serviços, quando restar evidenciado que a empresa terceirizada não detém suporte econômico suficiente para satisfazer ditas obrigações. 

 

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PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O 2ª Turma GMJRP/lt DANO MORAL. ÔNUS DA PROVA Trata-se de pedido de indenização por dano moral, decorrente de assédio sexual sofrido pela reclamante. No caso, o Regional concluiu que “os depoimentos das duas testemunhas da autora mencionados em sentença descrevem detalhadamente o assédio de natureza sexual do qual foi vítima a autora em seu ambiente de trabalho” e que “nenhuma das testemunhas da ré laborou cotidianamente com a autora, o que desqualifica seu valor probatório com relação as testemunhas da autora”. Ressalta-se que somente é importante perquirir a quem cabe o ônus da prova quando não há prova de fato controvertido nos autos, arguido por qualquer das partes. Assim, uma vez que ficou efetivamente provado que a reclamante sofreu assédio sexual, conforme asseverou o Tribunal Regional, é irrelevante o questionamento sobre a quem caberia fazer a prova. Portanto, nessa hipótese, não há reconhecer ofensa aos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC. Recurso de revista não conhecido. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANO MORAL. ASSÉDIO SEXUAL. VALOR ARBITRADO EM R$ 5.000,00. No caso dos autos, o Tribunal Regional manteve o valor da condenação por danos morais em R$ 5.000,00, ressaltando que, “no presente caso, vislumbra-se do cotejo da fundamentação da sentença com os elementos de prova que todas as circunstâncias acerca do assédio sexual foram analisadas pelo juízo a quo, que entendeu por bem fixar a indenização em R$ 5.000,00. Dito isso, há de ressaltar que o valor indenizatório fixado na sentença - considerando o contexto do assédio e o longo tempo em que a autora esteve submetida a tal situação (todo o vínculo contratual, de 10/09/2010 a 18/04/2011) - não se encontra acima do patamar proporcional ao agravo”. A jurisprudência desta Corte é Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.2 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. no sentido de que não se admite a majoração ou diminuição do valor da indenização por danos morais, nesta instância extraordinária, em virtude da necessidade de revolvimento fático-probatório para tanto. Entretanto, tem-se admitido essa possibilidade apenas nos casos em que a indenização for fixada em valores excessivamente módicos ou estratosféricos, situações não verificadas na hipótese dos autos. Recurso de revista não conhecido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n° TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654, em que é Recorrente INGERSOLL RAND INDÚSTRIA COMÉRCIO E SERVIÇOS DE AR CONDICIONADO, AR COMPRIMIDO E REFRIGERAÇÃO LTDA. e são Recorridos PEOPLE SERVICE GESTÃO DE PESSOAS E SERVIÇOS LTDA. e ADRIANA CZERVINSKY MARTINS. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região negou provimento ao recurso ordinário interposto pela primeira reclamada e manteve a sentença no tocante à condenação ao pagamento de indenização por danos morais, decorrentes de assédio sexual. Irresignada, a primeira reclamada interpôs recurso de revista, às págs. 512-522, com fulcro no artigo 896 da CLT. O recurso foi admitido no despacho exarado às págs. 527-530. Contrarrazões apresentadas pela reclamante às págs. 532-546. Não houve remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, ante o disposto no artigo 83, inciso I, do

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Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. É o relatório. V O T O 1. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. SÚMULA N° 126 DO TST Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.3 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. CONHECIMENTO O Regional negou provimento ao recurso de revista da primeira reclamada e manteve a condenação ao pagamento de indenização por dano moral. Eis o teor do acórdão: “INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EM FACE DE ASSÉDIO SEXUAL Pretende a ré reformar a sentença que a condenou ao pagamento de danos morais no importe de R$ 5.000,00 em razão de assédio sexual sofrido pela autora. Salienta que a prova testemunhal não pode ser utilizada como substrato probatório para a condenação, posto que as testemunhas ouvidas a seu convite afirmaram que nunca presenciaram qualquer comportamento inconveniente do superior hierárquico da autora. Em razão disso, e considerando que não houve a produção de outra prova sobre a questão, a parte autora não se desincumbiu do ônus de demonstrar o fato constitutivo de seu direito. Destaca que houve a contratação da autora a despeito de sua alegação de que nunca cedeu às investidas de seu supervisor, que lhe fazia propostas de conotação sexual sob a promessa de efetivá-la no emprego. A mesma situação ocorreu com relação à testemunha da autora, Desyrè. Por fim, sustenta que não houve a comprovação do dano psicológico sofrido pela autora, não havendo que se falar em danos morais. Requer a exclusão da condenação em referência. Sucessivamente, pleiteia a diminuição do quantum condenatório, com o observância do parâmetro previsto no art. 478 da CLT. Sem razão. Assim se pronunciou o juízo no a quo, particular (fls. 388/389): "INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS / ASSÉDIO MORAL O assédio moral narrado na inicial foi comprovado pelos depoimentos das testemunhas ouvidas pela Autora, a seguir transcritos (fls. 369/371): Primeira testemunha da Autora: Miriam dos Santos Paula: "que trabalhou na primeira ré de setembro de 2010 a 25 de maio de 2011 através da empresa terceirizada a Veper como auxiliar de serviços gerais, no mesmo setor que a autora no isolamento; a chefe da depoente era Maria; em uma ocasião ouviu ricardo dizendo que "iria trincar os rins da autora" sendo que a depoente sabe que era uma brincadeira de conotação sexual porque já teve problema com ele, que chamou a depoente para sair por que disse que tinha tesão por mulher gorda; ele também disse a autora para ela ser efetivada só dependeria dela se ela saísse com ele; só presenciou Ricardo falando o já mencionado para a autora em suas oportunidades; ouviu ricardo falando para Desiree que para ela ser efetivada só dependeria dela sair com ele; ela Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.4 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. disse que não era mulher desse nível e disse um palavrão; ... o isolamento limpava no horário normal e antes de ir embora voltava a limpar a pintura que estava cheio de pó; o isolamento tinha que ser varrido toda hora, então presenciou o assédio de Ricardo em relação a autora no horário normal de trabalho; todos tinham que usar protetor auricular na empresa,

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inclusive a depoente, mas era de borrachinha e permitia que a depoente ouvisse ... ao que sabe a autora não saiu com Ricardo". Segunda testemunha da Autora: Desyre Cristine Siqueira Alves: "foi auxiliar de produção por 6 meses tempo que trabalhava pela People e depois operadora de máquina de solda quando foi efetivada; trabalhou de setembro de 2010 a junho de 2011; ouviu Ricardo dizer que "ia trincar os rins da autora" e a depoente entendeu como de conotação sexual; quando fizeram 3 meses de empresa ouviu ricardo falar com a autora que se ela quisesse ser efetivada era só encontrar com ela após o expediente, ele falou o mesmo para a depoente... não reclamou do comportamento de Ricardo porque tinha medo de ser mandada embora; Ricardo poderia admitir e dispensar livremente; escutou Ricardo umas cinco vezes falando para a autora do tipo: que ela era gostosa, que ela tinha que sair com ele após o expediente, que ela tinha que sair com ele para ficar mais calma, que depois de sair com ele ela não ia queria saber de outro homem ... usava protetor auricular do tipo plug, uma especie de espuminha e ainda assim podia ouvir porque trabalhava próxima da autora; não saiu com Ricardo nem a autora ao que sabe ...". A influência do supervisor Ricardo em relação a admissões e dispensas foi confirmada pela testemunha do Réu (f. 371): Segunda testemunha do réu: José Antonio Prospero: "... conheceu o supervisor Ricardo; quando este passou a supervisor este poderia indicar a admissão e dispensa, inclusive efetivação de temporário ... Ricardo influenciou na efetivação da autora por que quando abriu vaga no setor da depoente ele indicou a autora ...". Por todo o exposto, entendo que o Assédio moral/sexual supra comprovado culminou no abalo psíquico da trabalhadora, causando-lhe dano moral. As sensações dolorosas experimentadas pela parte obreira não são passíveis de aferição precisa, mas merecem reparação indenizatória, na preciosa lição do professor Sebastião Geraldo de Oliveira: "O dispositivo constitucional deixou patente que a reparação do dano moral ocorre pela indenização. Não se trata, porém, de estabelecer um preço para a dor sofrida pela vítima, mas de criar possibilidades para que esta desenvolva novas atividades ou entretenimentos, para vencer as recordações dolorosas e superar a dor (102). Na expressão lapidar de Cunha Gonçalves, 'não é remédio, que produza a cura do mal, mas sim um calmante. Não se trata de suprimir o passado, mas sim de melhorar o futuro' (103)". (in Proteção Jurídica à Saúde da trabalhadora, 4ª ed. rev., ampl. e atual. - São Paulo : LTr, 2002, p. 260). Nessa lavra, constato o ilícito civil, defere-se à parte autora indenização pelos danos morais experimentados, nos termos do artigo 5º, V e X, da Constituição da República, c/c art. 186 do CCB, arbitrada, consoante artigo 5º, X, da Constituição da República, em R$- 5.000,00 (cinco mil reais), Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.5 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. equivalentes a 4,61 salários da autora (considerando-se o salário vigente a partir de 1/4/2011, f. 227), à luz do grau de culpa da ré, de sua condição econômica, do caráter punitivo (desestimular a repetição de práticas semelhantes) e pedagógico, e objetivando dar uma efetiva compensação à vítima pela dor advinda do dano." Primeiramente, é de se registrar que os depoimentos das duas testemunhas da autora mencionados em sentença descrevem detalhadamente o assédio de natureza sexual do qual foi vítima a autora em seu ambiente de trabalho. Relatou-se que Ricardo, supervisor

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da autora, valia-se de sua posição hierárquica para tentar lhe convencer que deveriam ter um relacionamento pessoal, inclusive proferindo expressões de baixo calão na presença de outros funcionários, tal como a de que "ia trincar os rins da autora" , ouvida por ambas as testemunhas. Segundo as razões recursais, a prova testemunhal teria restado inconclusiva, visto que as três testemunhas da ré teriam afirmado que nunca presenciaram ou tomaram ciência de qualquer conduta suspeita de Ricardo neste sentido. Porém, analisando as respectivas oitivas (fls. 370/371), verifica-se que nenhuma das testemunhas da ré laborou cotidianamente com a autora, o que desqualifica seu valor probatório com relação as testemunhas da autora. Observe-se que Elza da Silva, primeira testemunha da ré, afirmou categoricamente que "não trabalhou junto com Adriana nem próximo a ela;". José Prospero, segunda testemunha, embora tenha declarado que "foi chefe da autora por 1 mês quando ela trabalhou no setor schiller;", deixou claro que "não trabalhou no setor de isolação onde a autora trabalhou, então não estava familiarizado com os problemas desse setor;". Note-se que, além disso, afirmou que não laborava no mesmo setor de Ricardo: "schiller não é a mesma coisa que isolação, pois é montagem de equipamento de ar condicionado e isolação é preparação das peças para se montar; não trabalhou com Ricardo no mesmo setor;" Por fim, a terceira testemunha, Cristina da Silva, também disse "não trabalhou com a autora quando esta era subordinada a Ricardo;" Desta feita, muito embora as testemunhas da ré não tenham conhecimento de situações de assédio semelhantes envolvendo Ricardo, seus relatos não são hábeis a desconstituir a construção fática dos outros depoentes, posto que somente esses conviveram diariamente com a autora em seu ambiente de trabalho.” (págs. 483-488 – grifou-se) Nas razões de recurso de revista, a reclamada sustenta ser indevida sua condenação, uma vez que não ficou demonstrada nos autos, de forma cabal, a ocorrência de assédio sexual. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.6 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Afirma que “o depoimento das testemunhas da reclamante não pode ser reconhecido como prova cabal e robusta da existência de assédio sexual do Sr. Ricardo Santana sobre a reclamante. As testemunhas da ré disseram que nunca presenciaram comportamento inconveniente da referida pessoa, nem mesmo sobre a autora. “A prova, em verdade, restou dividida, nesse caso não há como atribuir qualidade superior a uma ou outra prova de forma a se esclarecer o ponto controvertido da demanda” (pág. 516). Assim, garante que a questão deveria ter sido solucionada com base da regra da distribuição do ônus da prova. E, por se tratar de fato constitutivo de direito da autora, era dela o ônus probatório do assédio moral que teria sofrido. Aponta violação dos artigos 818 da CLT e 333, inciso I, do CPC. Sem razão. Trata-se de pedido de indenização por dano moral, decorrente de assédio sexual sofrido pela reclamante. No caso, o Regional concluiu que “os depoimentos das duas testemunhas da autora mencionados em sentença descrevem detalhadamente o assédio de natureza sexual do qual foi vítima a autora em seu ambiente de trabalho” e que “nenhuma das testemunhas da ré laborou cotidianamente com a autora, o que desqualifica seu valor probatório com relação as testemunhas da autora”. Diante dessas conclusões, o Regional manteve a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no valor

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de R$ 5.000,00. Ressalta-se que somente é importante perquirir a quem cabe o ônus da prova quando não há prova de fato controvertido nos autos, arguido por qualquer das partes. Assim, uma vez que ficou efetivamente provado que a reclamante sofreu assédio sexual, conforme asseverou o Tribunal Regional, é irrelevante o questionamento sobre a quem caberia fazer a prova. Portanto, nesta hipótese, não há reconhecer ofensa aos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC. Ademais, para se acolher a alegação da recorrente da inexistência de dano e de culpa, seria necessário o reexame do quadro fático delineado pelo Regional, inviável nesta instância extraordinária, na esteira da Súmula nº 126 do TST. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.7 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Recurso de revista não conhecido. 2. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANO MORAL. VALOR ARBITRADO EM R$ 5.000,00 CONHECIMENTO O Tribunal Regional manteve a sentença no tocante ao valor arbitrado a título de indenização por danos morais nos seguintes termos: “No tocante ao "quantum" a ser fixado a título de indenização por danos morais, tem-se que deve ser arbitrado visando a atender ao princípio da razoabilidade, observando a sua finalidade de compensar e consolar de algum modo a parte lesada, minimizando-lhe a dor e a tristeza decorrente do dano moral sofrido. Frise-se que não deve o juiz fixá-la em valor exorbitante que constitua fator de enriquecimento fácil e indevido, nem em valor irrisório, de modo a agravar o sofrimento e o inconformismo da parte lesada. No presente caso, vislumbra-se do cotejo da fundamentação da sentença com os elementos de prova que todas as circunstâncias acerca do assédio sexual foram analisadas pelo juízo a quo, que entendeu por bem fixar a indenização em R$ 5.000,00. Dito isso, há de ressaltar que o valor indenizatório fixado na sentença - considerando o contexto do assédio e o longo tempo em que a autora esteve submetida a tal situação (todo o vínculo contratual, de 10/09/2010 a 18/04/2011) - não se encontra acima do patamar proporcional ao agravo. MANTENHO” (pág. 488). A reclamada pugna pela redução do quantum indenizatório, ao argumento de que “o valor fixado não atende os requisitos legais e entendimentos majoritários da jurisprudência dominante” (pág. 518). Afirma “a possibilidade de superação psicológica da vítima, que neste caso por certo, é total. Tanto que permaneceu prestando serviços na empresa e pedido o desligamento por motivos totalmente alheios à alegação de assédio” (pág. 519). Aduz que deveria ter sido arbitrado o valor referente a um mês de remuneração por ano de serviço, nos termos do artigo 478 da CLT. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.8 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Aponta ofensa ao artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal e traz divergência jurisprudencial. No caso dos autos, o Tribunal Regional manteve o valor da condenação por danos morais em R$ 5.000,00, ressaltando que, “no presente caso, vislumbra-se do cotejo da fundamentação da sentença com os elementos de prova que todas as circunstâncias acerca do assédio sexual foram analisadas pelo juízo a quo, que entendeu por bem

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fixar a indenização em R$ 5.000,00. Dito isso, há de ressaltar que o valor indenizatório fixado na sentença - considerando o contexto do assédio e o longo tempo em que a autora esteve submetida a tal situação (todo o vínculo contratual, de 10/09/2010 a 18/04/2011) - não se encontra acima do patamar proporcional ao agravo”. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que não se admite a majoração ou diminuição do valor da indenização por danos morais, nesta instância extraordinária, em virtude da necessidade de revolvimento fático-probatório para tanto. Entretanto, tem-se admitido essa possibilidade apenas nos casos em que a indenização for fixada em valores excessivamente módicos ou estratosféricos, situações não verificadas na hipótese dos autos. Ressalta-se que o valor da indenização a ser arbitrado não é mensurável monetariamente, em virtude de não ter dimensão econômica ou patrimonial, tendo sido adotado no Brasil o sistema aberto, em que se atribui ao juiz a competência para fixar o quantum, de forma subjetiva, levando-se em consideração a situação econômica do ofendido e do ofensor, o risco criado, a gravidade e a repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, a intensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo, entre outros. O julgador deve ainda observar a finalidade pedagógica da medida e a razoabilidade do valor fixado de indenização. Assim, considerando os valores de indenização por danos morais comumente arbitrados nesta Corte superior e diante da gravidade do ocorrido, não se revela desproporcional a quantia arbitrada pelo Tribunal Regional. Incólume, portanto, o artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000D53E33E467A323. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.9 PROCESSO Nº TST-RR-1274-83.2012.5.09.0654 Firmado por assinatura digital em 05/02/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. O único aresto trazido a cotejo, à pág. 520, é inespecífico, ante a ausência da identidade fática exigida na Súmula nº 296, item I, do TST. Pelo exposto, não conheço do recurso de revista. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer, integralmente, do recurso de revista. Brasília, 04 de fevereiro de 2015. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA Ministro Relator                  

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Remuneração. Equiparação salarial e política salarial.

Salário: Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Salário é a soma de tudo quanto o empregado recebe, diretamente, do empregador, o salário é a importância que o empregado recebe diretamente do empregador, a título de pagamento pelo serviço realizado. Remuneração: É o conjunto de retribuições recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidade, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades básicas e de sua família.

EMENTA: LIQUIDAÇÃO. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO. BASE DE CÁLCULO DA LICENÇA-PRÊMIO. Incluem-se no conceito de salário, neste caso concreto, todas as verbas pagas diretamente pelo empregador, em razão do contrato de trabalho, sendo irrelevante o fato de a sentença se referir a salários, porquanto o regulamento, que expressamente serviu de base à condenação, menciona remuneração, de modo que é com esse alcance que se deve ler a decisão exequenda, que, registre-se, acolheu o pedido formulado nesses termos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de agravo de petição interposto em face da decisão de fls. 274/275, proferida pelo Exmº Sr. Juiz George Luis Leitão Nunes, da Vara do Trabalho de Teresópolis/RJ, em que são partes LALEMANTE DIAS DA ROSA, agravante, e CEDAE – COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUÁS E ESGOSTOS, agravada. A decisão recorrida julgou procedentes os embargos à execução, excluindo da base de cálculo da licença-prêmio qualquer parcela que não seja salário em sentido estrito, exceto a média de horas extras. Inconformado, o exequente interpõe agravo de petição, sustentado ofensa à coisa julgada. O executado apresenta contraminuta, às fls. 286/202, pugnando pela manutenção da decisão. Não houve remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, por não se vislumbrar qualquer hipótese prevista no anexo ao Ofício PRT/1ª Reg. 27/08-GAB, de 15.01.2008. É o relatório.

A C Ó R D Ã O

RECURSO DE REVISTA. TAXAS DE SERVIÇO (GORJETAS). RETENÇÃO PELO EMPREGADOR. Cinge-se a controvérsia a analisar a validade da cláusula normativa que autorizou a retenção pelo empregador do percentual de 35% arrecadado a título de taxa de serviço (gorjeta) para a distribuição do montante entre o empregador e o Sindicato profissional. Nos termos do art. 457, "caput", da CLT, "Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago

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diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber". Por sua vez, o § 3.º do mesmo dispositivo legal prevê que "Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados". Ora, prevendo a lei que a gorjeta cobrada pela empresa dos clientes, como adicional de contas, deve ser destinada à distribuição aos empregados, não poderia norma coletiva alterar a forma de distribuição, visto que as regras concernentes à remuneração são tidas como cogentes e, portanto, indisponíveis pela vontade das partes. Precedentes da Corte. Recurso de Revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n.º TST-RR-101900-56.2009.5.01.0002, em que é Recorrente ALEXANDRE DOS SANTOS FEITOZA e Recorrido ZOE DO BRASIL PARTICIPAÇÕES LTDA.

R E L A T Ó R I O

Contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Região, que negou provimento ao seu Recurso Ordinário (a fls. 616/617), o Reclamante interpõe o presente Recurso de Revista, postulando a reforma do julgado (a fls. 623/645).

Admitido o Apelo (a fls. 648/650), não foram ofertadas contrarrazões (certidão a fls. 653), sendo dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, nos termos do art. 83, § 2.º, II, do RITST.

É o relatório.

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Cessação do contrato de trabalho

Quanto à rescisão contratual, prova-se apenas quando se alega a existência de justa causa cometida pelo empregador. Nas demais hipóteses, sempre o empregador é quem deve realizar a prova (de que a dispensa ocorreu por justa causa cometida pelo empregado ou este se demitiu). Caso o trabalhador alegar dispensa injusto, a empresa é quem deve fazer a prova, que, na verdade, a rescisão foi justa, sob pena de prevalecer à versão apresentada pelo empregado. Formas de desligamento (dispensa): por justa causa, sem justa causa, arbitrária, nula ou abusiva.

Elementos/requisitos para que se configure a justa causa:

O desligamento (dispensa) "por justa causa" encontra-se disciplinada no art. 482 da CLT:

‘’Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

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j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar.

Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado, a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Parágrafo acrescentado pelo Decreto-lei nº 3, de 27.01.66) "

Verbas em que o empregado despedido com justa causa têm direito:

Quando a demissão é configurada como JUSTA CAUSA, o empregado tem direito:

SALDO DE SALÁRIO: Se o empregado foi demitido por justa causa no dia 20, por exemplo, ele tem direito a esses 20 dias trabalhados. Se foi demitido no dia 8, tem direito a esses 8 dias trabalhados. Caso tenha sido demitido no dia 30, tem direito aos 30 dias trabalhados. Ou seja, quando o Empregado trabalha, no fim do dia, ele tem direito adquirido à receber o dia trabalhado, independente do ocorrido ou o que venha ocorrer.

SALÁRIOS ATRASADOS: Mesmo sendo configurada a justa causa, porem se um empregado possui salários atrasados, trata-se de direito adquirido, pois já houve o trabalho efetivo. Assim sendo de direito receber pelos atrasados.

FÉRIAS VENCIDAS (caso houver): Tendo o direito adquirido das férias vencidas, caso o empregado jamais recebeu o pagamento de férias e tem férias vencidas para receber, este tem o direito de receber, ainda que sua demissão tenha sido por justa causa.

Na hipótese de um empregado ter sido despedido por justa causa, sob alegação de ato de improbidade (art. 482, a, CLT) e, por meio do Poder Judiciário, ter comprovado que não cometeu a conduta que lhe foi imputada, teria o empregado direito a indenização por danos morais? Sim. Pois a ausência de comprovação do ato alegado de improbidade não traduz, por si só, dano moral. A caracterização do dano moral pressupõe, necessariamente, a existência de prova inequívoca de prejuízo à imagem, a honra ou a boa fama da pessoa, do ponto de vista pessoal, familiar e social. Configura-se o dano moral se, além da dispensa do empregado em virtude de suposto ato de improbidade não comprovado, e também a instauração de inquérito policial em decorrência do mesmo fato. Não tendo como afastar a publicidade do caso atinge de forma indelével a honra da pessoa.

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Conceito e requisitos da denominada rescisão indireta do contrato de trabalho

Existe um instituto denominado “rescisão indireta”, previsto no art. 483, CLT, que pode ser utilizado pelo empregado, quando da existência de descumprimento das obrigações básicas do empregador na no vínculo empregatício.

Esse instituto, que deve ser aplicado através de pedido formulado ao Judiciário Trabalhista, possibilita caracterizar a demissão a pedido, como na condição da extinção do contrato de trabalho, com direitos as verbas rescisórias semelhantes à que têm direito quando demitido sem justa causa, por decisão exclusiva do empregador.

Isto é, comprovados os fatos que determinam a rescisão indireta, o empregado terá direito ao recebimento do saldo existente no FGTS, ao eventual seguro desemprego e as demais verbas asseguradas de direito conforme art. 483 da CLT.

O ônus da prova no caso de dispensa por justa causa (art. 482, CLT) A aplicação da justa causa é fato extintivo do direito do empregado e o ônus da prova cabe ao empregador, exigindo-se, assim, prova muito eficaz para referida aplicação.

O artigo 818 da CLT trata sobre a prova das alegações que incumbe à parte que as fizer.

O artigo 333 do CPC (Código de Processo Civil), aplicável ao processo trabalhista, dispõe que: “O ônus da prova incumbe:I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”.

“SÚMULA Nº 212 DE 2003 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”.

Em caso de rescisão indireta (art. 483, CLT).

A reclamante, ao alegar a rescisão indireta, deve provar o fato constitutivo de seu direito, nos termos do art. 818, CLT:

‘’A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.’’

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Bibliografia:

PLT

(Garcia, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de Direito do Trabalho.5.ed.São Paulo: Grupo Gen, 2012)

FONTES:  - Livro PLT Manual do Direito do Trabalho. GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa. -CLT art 2º e 3º -Site Jusbrasil http://www.jusbrasil.com.br/- Planalto – www.planalto.gov.br