teoria geral das provas

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TEORIA GERAL DAS TEORIA GERAL DAS PROVAS PROVAS

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Direito Processual Penal - Teoria geral das provas

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Page 1: Teoria geral das provas

TEORIA GERAL TEORIA GERAL DAS PROVASDAS PROVAS

Page 2: Teoria geral das provas

Conceito:Conceito:

Prova é a denominação que se faz, pelos meios legais, da existência ou veracidade de um fato material ou de um ato jurídico, em virtude do qual se conclui por sua existência do fato ou do ato demonstrado.

Page 3: Teoria geral das provas

Princípios:Princípios:

Princípio da não auto- incriminação:Princípio da não auto- incriminação: é o princípio consubstanciado no fato de que o é o princípio consubstanciado no fato de que o acusado não pode produzir prova contra si acusado não pode produzir prova contra si mesmo. mesmo. (art. 8º da Convenção Americana de Direitos (art. 8º da Convenção Americana de Direitos

Humanos)Humanos). . Abrangência desse princípio: Direito Abrangência desse princípio: Direito ao silêncio ao silêncio (art. 5º, LXIII da CF/88)(art. 5º, LXIII da CF/88); direito de não ; direito de não praticar qualquer comportamento ativo praticar qualquer comportamento ativo (ex: o (ex: o acusado não é obrigado a participar de reconstituição acusado não é obrigado a participar de reconstituição do crime)do crime); gravações feitas pela imprensa ou de ; gravações feitas pela imprensa ou de conversa informal do preso com policiais torna conversa informal do preso com policiais torna a prova ilícita a prova ilícita (HC 80949).(HC 80949).

Page 4: Teoria geral das provas

Princípio da identidade física Princípio da identidade física do juiz:do juiz: garante que o juiz que atuou na garante que o juiz que atuou na instrução criminal deve ser o mesmo que instrução criminal deve ser o mesmo que deverá proferir a sentença, garantido o livre deverá proferir a sentença, garantido o livre convencimento motivado. Entretanto, face as convencimento motivado. Entretanto, face as peculiaridades da justiça o artigo 132 do peculiaridades da justiça o artigo 132 do CPC, pode e deve ser aplicado de forma CPC, pode e deve ser aplicado de forma

subsidiaria ao CPP.subsidiaria ao CPP. (ex: em casos em que o juiz se (ex: em casos em que o juiz se aposentou ou foi promovido para outra comarca).aposentou ou foi promovido para outra comarca).

Page 5: Teoria geral das provas

Princípio da comunhão da prova:Princípio da comunhão da prova: significa que a prova, ainda que produzida significa que a prova, ainda que produzida por iniciativa de uma das partes, pertence ao por iniciativa de uma das partes, pertence ao processo e pode ser utilizada por todos os processo e pode ser utilizada por todos os participantes da relação processual participantes da relação processual destinando-se a apurar a verdade dos fatos destinando-se a apurar a verdade dos fatos alegados e contribuindo para o correto alegados e contribuindo para o correto deslinde da causa pelo juiz.deslinde da causa pelo juiz.

Page 6: Teoria geral das provas

Direito irrestrito à Direito irrestrito à prova:prova:

Todas as provas que não contrariem o Todas as provas que não contrariem o ordenamento jurídico podem ser produzidas ordenamento jurídico podem ser produzidas no processo penal, salvo algumas restrições:no processo penal, salvo algumas restrições:

a) Provas referentes ao estado das pessoas. a) Provas referentes ao estado das pessoas. (Súmula 74 do STJ).(Súmula 74 do STJ).

b) Artigo 207 do CPPb) Artigo 207 do CPP

c) Artigo 158 do CPP – exame de corpo de delito c) Artigo 158 do CPP – exame de corpo de delito nos crimes materiais cujos vestígios não nos crimes materiais cujos vestígios não desapareceram.desapareceram.

d) Questões prejudiciais heterogêneas – artigos d) Questões prejudiciais heterogêneas – artigos 92 e 93 do CPP.92 e 93 do CPP.

Page 7: Teoria geral das provas

Precisa ser provadoPrecisa ser provado Independe de provaIndepende de prova1.1. Fato narrado tanto pela Fato narrado tanto pela

acusação como pela acusação como pela defesa.defesa.

2.2. Direito consuetudinárioDireito consuetudinário

3.3. Regulamentos e Regulamentos e portarias (exceto se a portarias (exceto se a portaria é portaria é complemento da norma complemento da norma penal em branco)penal em branco)

4.4. Direito estrangeiro, Direito estrangeiro, estadual e municipal estadual e municipal (art. 337 do CPC)(art. 337 do CPC)

1.1. Fatos notórios (fatos do Fatos notórios (fatos do conhecimento público conhecimento público em geral).em geral).

2.2. Fatos axiomáticos, Fatos axiomáticos, intuitivos ou evidentes.intuitivos ou evidentes.

3.3. Fatos inúteisFatos inúteis

4.4. Presunções legais (é a Presunções legais (é a afirmação da lei de que afirmação da lei de que um fato é existente ou um fato é existente ou verdadeiro. Podendo verdadeiro. Podendo ser absoluta ou ser absoluta ou relativa)relativa)

Page 8: Teoria geral das provas

Classificação das Classificação das provas:provas:a) Prova direita: é aquela que recai diretamente sobre o fato a) Prova direita: é aquela que recai diretamente sobre o fato

probandi. probandi. (ex: confissão).(ex: confissão).b) Prova indireta: provada a existência de um fato chegasse b) Prova indireta: provada a existência de um fato chegasse

a conclusão acerca da existência de outro de outro por a conclusão acerca da existência de outro de outro por meio da indução. A prova indireta autoriza a condenação meio da indução. A prova indireta autoriza a condenação desde que formada por um conjunto coerente (ex: corpo desde que formada por um conjunto coerente (ex: corpo de delito indireto).de delito indireto).

c) Prova emprestada:e a obtida a partir de outra produzida c) Prova emprestada:e a obtida a partir de outra produzida em processo distinto, sendo tal prova inadmissível, em em processo distinto, sendo tal prova inadmissível, em face de flagrante violação do princípio do contraditório. face de flagrante violação do princípio do contraditório. Entretanto, em sentido contrário preceitua o STJ: “A prova Entretanto, em sentido contrário preceitua o STJ: “A prova emprestada é admissível no âmbito do processo penal, emprestada é admissível no âmbito do processo penal, quando colhida em feito entre as mesmas partes, foi quando colhida em feito entre as mesmas partes, foi produzida com obediência aos procedimentos legais, diz produzida com obediência aos procedimentos legais, diz respeito aos mesmos fatos objetos da acusação que se respeito aos mesmos fatos objetos da acusação que se busca provar, com ampla oportunidade de manifestação busca provar, com ampla oportunidade de manifestação do acusado em ambas as ações, inexistindo, assim, do acusado em ambas as ações, inexistindo, assim, ofensa ao princípio do contraditório.(HC 63.658-RS, 5ª ofensa ao princípio do contraditório.(HC 63.658-RS, 5ª T.,rel. Napoleão Nunes Maia Filho, 07.08.2007, v.u.)T.,rel. Napoleão Nunes Maia Filho, 07.08.2007, v.u.)

Page 9: Teoria geral das provas

Provas Ilegais: Provas Ilegais:

Prova ilegal: é a prova que sua Prova ilegal: é a prova que sua obtenção caracteriza violação a obtenção caracteriza violação a normas legais ou princípios gerais do normas legais ou princípios gerais do ordenamento jurídico. Constitui gênero ordenamento jurídico. Constitui gênero sendo as provas ilícitas e ilegítimas sendo as provas ilícitas e ilegítimas espécies.espécies.

Prova ilícita: é prova que viola um Prova ilícita: é prova que viola um regra de direito material.regra de direito material.

Prova ilegítima: é aquela que viola Prova ilegítima: é aquela que viola norma processual.norma processual.Princípio da vedação às provas ilícitasPrincípio da vedação às provas ilícitas

Page 10: Teoria geral das provas

Prova ilícita por derivaçãoProva ilícita por derivação (Teoria dos frutos da árvore (Teoria dos frutos da árvore

envenenada)envenenada) Tratam-se de meios probatórios que, não Tratam-se de meios probatórios que, não

obstante produzidos validamente em obstante produzidos validamente em momento posterior encontram-se afetados momento posterior encontram-se afetados pelos meios ilícitos originários. Não são pelos meios ilícitos originários. Não são admitidas no direito brasileiro.admitidas no direito brasileiro.

Exceções à vedação da prova ilícita por derivação:Exceções à vedação da prova ilícita por derivação:

1.1. Teoria da fonte independente: art. 157, § 1º Teoria da fonte independente: art. 157, § 1º CPP.CPP.

2.2. Teoria da limitação da descoberta inevitável.Teoria da limitação da descoberta inevitável.

3.3. Teoria do nexo causal atenuado.Teoria do nexo causal atenuado.

4.4. Teoria do encontro fortuito das provas. Teoria do encontro fortuito das provas.

Page 11: Teoria geral das provas

Sistemas de avaliação da Sistemas de avaliação da prova:prova:

Art. 155.  O juiz formará a sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar a sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Parágrafo único: Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.     

          

Page 12: Teoria geral das provas

1.1. Provas cautelares: são aquelas em que existe risco Provas cautelares: são aquelas em que existe risco do desaparecimento da prova, em razão do decurso do desaparecimento da prova, em razão do decurso do tempo. Ex: busca e apreensão, interceptação do tempo. Ex: busca e apreensão, interceptação telefônica. O contraditório é diferido (ocorre após o telefônica. O contraditório é diferido (ocorre após o momento da produção da prova).momento da produção da prova).

2.2. Provas não repetíveis: são aquelas que não podem Provas não repetíveis: são aquelas que não podem ser novamente projetadas. Ex: corpo de delito. O ser novamente projetadas. Ex: corpo de delito. O contraditório também é diferido.contraditório também é diferido.

3.3. Provas antecipadas: são aquelas produzidas antes Provas antecipadas: são aquelas produzidas antes do seu momento processual oportuno. O do seu momento processual oportuno. O contraditório é real. Ex: art. 225 e 366 do CPP.contraditório é real. Ex: art. 225 e 366 do CPP.

Page 13: Teoria geral das provas

Sistemas de valoração:Sistemas de valoração:1.1. Sistema da prova tarifada ou das provas Sistema da prova tarifada ou das provas

legais: constitui um modelo rígido de legais: constitui um modelo rígido de apreciação da prova, no qual se estabelecem apreciação da prova, no qual se estabelecem os meios certos de prova, bem como os os meios certos de prova, bem como os valores de cada uma delas previamente valores de cada uma delas previamente (valor fixo e imutável). Não é adotado no (valor fixo e imutável). Não é adotado no BrasilBrasil

2.2. Sistema da íntima convicção: é o método Sistema da íntima convicção: é o método concernente à valoração livre do magistrado, concernente à valoração livre do magistrado, que não necessita fundamentar as suas que não necessita fundamentar as suas decisões. Ainda prevalece no Tribunal do Júri.decisões. Ainda prevalece no Tribunal do Júri.

3.3. Sistema da persuasão racional: sistema Sistema da persuasão racional: sistema adotado majoritariamente no sistema adotado majoritariamente no sistema processual penal brasileiro, em que o juiz é processual penal brasileiro, em que o juiz é livre para decidir, mas deve fundamentar a livre para decidir, mas deve fundamentar a sua decisão. sua decisão. (art. 93, IX da CF/88)(art. 93, IX da CF/88)

Page 14: Teoria geral das provas

Ônus da prova:Ônus da prova:

Como regra, no processo penal, o Como regra, no processo penal, o ônus da prova é da acusação, que ônus da prova é da acusação, que apresenta a imputação em juízo apresenta a imputação em juízo através da denúncia ou queixa. através da denúncia ou queixa. Entretanto, o réu pode chamar a si o Entretanto, o réu pode chamar a si o interesse de produzir prova o que interesse de produzir prova o que ocorre quando alega, em seu ocorre quando alega, em seu benefício, algum fato que propiciaria benefício, algum fato que propiciaria a exclusão da ilicitude ou a exclusão da ilicitude ou culpabilidade.culpabilidade.