teoria e exercícios · 2.3. desenhando estruturas de lewis..... 10 2.4. carga formal ..... 11 2.5....

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SEMANA DO CALOURO Apostila Teoria e Exercícios

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SEMANA DO CALOURO

de 10 a 18 de março Apostila

Teoria e Exercícios

Agradecemos à Professora Elaine pelo imenso apoio prestado

durante a elaboração do nosso projeto. Poucos são aqueles que

com toda sua excelência conseguem despertar em nós a vontade

de crescer e de continuar seguindo nossos sonhos. Nossa jornada

no PET-Química tem sido algo maravilhoso, pois temos alguém

em quem nos espelhar. É uma honra tê-la como tutora e amiga.

Obrigado por suas broncas, por seu reconhecimento, por sua

amizade e dedicação, mas, principalmente, por sempre acreditar

em nós.

Sumário

1. Distribuição Eletrônica .................................................................................................... 1

1.1. Orbitais e Números Quânticos ..................................................................................... 1

1.2. Orbitais e Suas Energias .............................................................................................. 2

1.3. Spin Eletrônico e o Princípio de Exclusão de Pauli .................................................... 2

1.4. Configurações Eletrônicas ........................................................................................... 3

1.5. Regra de Hund ............................................................................................................. 4

1.6. Configurações Eletrônicas Condensadas ..................................................................... 4

1.7. Exercícios .................................................................................................................... 4

2. Conceitos Básicos de Ligação Química .......................................................................... 9

2.1. Ligações Químicas, símbolos de Lewis e regra do octeto. .......................................... 9

2.2. Polaridade da Ligação e Eletronegatividade ............................................................... 9

2.3. Desenhando Estruturas de Lewis ............................................................................... 10

2.4. Carga Formal ............................................................................................................. 11

2.5. Exceções à Regra do Octeto ...................................................................................... 12

2.6. Exercícios .................................................................................................................. 12

3. Geometria Molecular ..................................................................................................... 15

3.1. Modelo VSEPR Básico ............................................................................................. 16

3.2. Teoria da Ligação de Valência .................................................................................. 17

3.3. Exercícios .................................................................................................................. 23

4. Funções Inorgânicas ...................................................................................................... 24

4.1. Ácidos ........................................................................................................................ 24

4.2. Bases .......................................................................................................................... 29

4.3. Sais............................................................................................................................. 31

4.4. Óxidos ........................................................................................................................ 33

4.5. Exercícios .................................................................................................................. 36

5. Teorias Ácido-Base ....................................................................................................... 42

5.1. Teoria de Arrhenius ................................................................................................... 42

5.2. Teoria de Brᴓnsted-Lowry ........................................................................................ 42

5.3. Teoria de Lewis ......................................................................................................... 43

5.4. Teoria de Pearson: Ácidos e Bases Duros e Macios ................................................. 46

5.5. Exercícios .................................................................................................................. 47

6. Equilíbrio Químico ........................................................................................................ 49

6.1. Princípio de Le Chatelier ........................................................................................... 50

6.2. Exercícios .................................................................................................................. 53

7. Limite ............................................................................................................................ 55

7.1. Conceito ..................................................................................................................... 55

7.2. Propriedades .............................................................................................................. 57

7.2.1. Regra da soma ........................................................................................................ 57

7.2.2. Regra da diferença: ................................................................................................ 57

7.2.3. Regra do produto: .................................................................................................. 58

7.2.4. Regra da multiplicação por constante: ................................................................... 58

7.2.5. Regra do quociente: ............................................................................................... 58

7.2.6. Regra da potenciação: ............................................................................................ 58

7.3. Limites Laterais ......................................................................................................... 58

7.4. Definição de limite .................................................................................................... 61

7.5. Limites que envolvem infinito ................................................................................... 64

7.6. Exercícios .................................................................................................................. 69

8. Derivada ........................................................................................................................ 72

8.1. Definição ................................................................................................................... 72

8.2. Propriedades .............................................................................................................. 74

8.2.1. Regra da constante ................................................................................................. 74

8.2.2. Regra da soma ........................................................................................................ 74

8.2.3. Regra da subtração ................................................................................................. 74

8.2.4. Regra da multiplicação por um escalar .................................................................. 75

8.2.5. Regra do produto .................................................................................................... 75

8.2.6. Regra do quociente ................................................................................................ 75

8.2.7. Regra da potência ................................................................................................... 77

8.3. Derivadas Importantes ............................................................................................... 77

8.4. Aplicações ................................................................................................................. 78

8.4.1. Extremos de Funções ............................................................................................. 78

8.4.1.1. Teorema do Valor Extremo ................................................................................ 79

8.4.2. Teorema do Valor Médio ....................................................................................... 81

8.4.3. Teste da Primeira Derivada .................................................................................... 83

8.4.4. Teste da Segunda Derivada .................................................................................... 84

8.4.5. Problemas de Otimização ...................................................................................... 85

8.4.6. Outras Aplicações .................................................................................................. 88

8.5. Regra de L’Hospital ................................................................................................... 91

8.6. Exercícios .................................................................................................................. 92

9. Integral .......................................................................................................................... 95

9.1. Integral indefinida e definida ..................................................................................... 95

9.1.1. Integral Indefinida .................................................................................................. 95

9.1.1.1. Técnicas de Integração ....................................................................................... 97

9.1.2. Integral Definida .................................................................................................... 99

9.2. Integrais Importantes ............................................................................................... 102

9.3. Teorema Fundamental do Cálculo ........................................................................... 104

9.4. Aplicações ............................................................................................................... 105

9.4.1. Área ...................................................................................................................... 105

9.4.2. Comprimento de arco ........................................................................................... 107

9.5. Exercícios ................................................................................................................ 108

10. Regressão ................................................................................................................. 111

11. Referências Bibliográficas ....................................................................................... 113

1

1. Distribuição Eletrônica

Em 1926, o físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) propôs uma equação,

conhecida atualmente como a equação de Schrödinger, que incorpora tanto o comportamento

ondulatório como o de partícula do elétron. Seu trabalho abriu uma nova maneira de lidar com

partículas subatômicas conhecidas como mecânica quântica ou mecânica ondulatória.

A resolução da equação de Schrödinger leva a uma série de funções matemáticas

chamadas funções de onda que descrevem a questão ondulatória do elétron. Para o átomo de

hidrogênio, as energias permitidas são as mesmas previstas pelo modelo de Bohr. Contudo, o

modelo de Bohr supõe que o elétron está em órbitas específicas enquanto que o modelo da

mecânica quântica considera o princípio da incerteza para o comportamento do elétron e

introduz o conceito de probabilidade do elétron ser encontrado em certa região do espaço em

determinado momento. A densidade eletrônica é outra maneira de expressar probabilidade: as

regiões onde existe alta probabilidade de encontrar o elétron são regiões de alta densidade

eletrônica.

1.1. Orbitais e Números Quânticos

A solução da equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio produz um conjunto

de funções de onda e energias correspondentes. Essas funções são chamadas orbitais. Cada

orbital descreve uma distribuição específica de densidade eletrônica no espaço, como

determinado pela probabilidade de densidade. Cada orbital, consequentemente, tem energia e

forma características. O modelo da mecânica quântica não pode ser descrito por órbitas

porque o movimento do elétron em um átomo não pode ser medido ou localizado com

precisão (princípio da incerteza de Heisenberg).

O modelo de Bohr utilizada apenas um número quântico, n, para descrever certa

órbita. O modelo da mecânica quântica usa três números quânticos, n, l e ml, para descrever

um orbital.

I. O número quântico principal, n, pode ter valores positivos inteiros (1, 2, 3,...). À

medida que n aumenta, o orbital torna-se maior, e o elétron passa mais tempo distante

2

do núcleo, o que significa também que esse elétron tem energia alta e, por isso, está

menos fortemente ligado ao núcleo.

II. O segundo número quântico - número quântico azimutal, l - pode ter valores inteiros

de 0 a n-1 para cada valor de n. Esse número quântico define o formato do orbital. O

valor de l para determinado orbital é normalmente assinalado pelas letras s, p, d e f,

correspondendo aos valores de l de 0, 1, 2 e 3, respectivamente.

III. O número quântico magnético pode ter valores inteiros entre l e -l, inclusive zero.

Esse número quântico descreve a orientação do orbital no espaço.

O conjunto de orbitais com o mesmo valor de n é chamado nível eletrônico e o

conjunto de que tem os mesmo valores de n e l é chamado de subnível.

1.2. Orbitais e Suas Energias

O modelo da mecânica quântica não seria muito útil se não pudéssemos estender aos

outros átomos o que aprendemos sobre o hidrogênio. Apesar das formas dos orbitais dos

átomos serem as mesmas daquelas para o hidrogênio, a presença de mais de um elétron muda

bastante a energia dos orbitais. Em um átomo polieletrônico, a repulsão elétron-elétron faz

com que os diferentes subníveis estejam em diferentes níveis de energia. Por exemplo, o

subnível 2s é mais baixo em energia que o 2p. A ideia importante é esta: em um átomo

polieletrônico, para certo valor de n, a energia de um orbital aumenta com o aumento do

valor de l. Vale ressaltar que os orbitais com a mesma energia são chamados de orbitais

degenerados.

1.3. Spin Eletrônico e o Princípio de Exclusão de Pauli

Em 1925, os físicos holandeses George Uhlenbeck e Samuel Goudsmit postularam que

os elétrons tinham uma propriedade intrínseca, chamada spin eletrônico. O elétron

comportava-se como se fosse uma esfera minúscula rodando em torno de seu próprio eixo.

O spin eletrônico é quantizado e essa observação levou a atribuição de um novo

número quântico para o elétron. Esse novo número quântico, o número quântico magnético

3

de spin, é simbolizado por ms, e tem apenas dois valores possíveis, +1/2 e -1/2, que foi

inicialmente interpretado como indicador dos dois sentidos opostos nos quais o elétron pode

girar.

O spin eletrônico é crucial para o entedimento das estruturas eletrônicas dos átomos.

Em 1925, o físico austríaco Wolfgang Pauli descobriu o princípio que governa a distribuição

de elétrons em átomos polieletrônicos. O Princípio da Exclusão de Pauli afirma que dois

elétrons em um átomo não podem ter o conjunto de quatro números quânticos n, l, ml e ms,

iguais. Se quisermos colocar mais de um elétron em um orbital e satisfazer o princípio da

exclusão de Pauli, a única escolha é assinalar valores distintos de ms para os elétrons. Como

existem apenas dois destes valores, concluímos que um orbital pode receber o máximo de

dois elétrons, e eles devem ter spins opostos.

1.4. Configurações Eletrônicas

A maneira na qual os elétrons são distribuídos entre os vários orbitais de um átomo é

chamada configuração eletrônica. A mais estável configuração eletrônica, ou estado

fundamental, de um átomo é aquela na qual os elétrons estão nos estados mais baixos

possíveis de energia. Se não existissem restrições nos possíveis valores para os números

quânticos dos elétrons, todos os elétrons se aglomerariam no orbital 1s por ser o mais baixo

em energia. Entretanto, o Princípio da Exclusão de Pauli limita o máximo de dois elétrons por

orbital, assim os orbitais são preenchidos por ordem crescente de energia, com não mais que

dois elétrons por orbital.

4

Tabela 01 – Configurações Eletrônicas

Nível Camada Nº máximo de elétrons Subníveis conhecidos

1º K 2 1s

2º L 8 2s e 2p

3º M 18 3s, 3p e 3d

4º N 32 4s, 4p, 4d e 4f

5º O 32 5s, 5p, 5d e 5f

6º P 18 6s, 6p e 6d

7º Q 2 (alguns autores admitem até 8) 7s 7p

1.5. Regra de Hund

A regra de Hund afirma que para orbitais degenerados, a menor energia será obtida

quando o número de elétrons com o mesmo spin for maximizado. Isso significa que os

elétrons ocuparão individualmente os orbitais até a máxima extensão possível, com o mesmo

número quântico magnético de spin. Diz-se que os elétrons distribuídos dessa forma possuem

spin paralelos.

1.6. Configurações Eletrônicas Condensadas

Ao escrever a configuração eletrônica condensada de um elemento, a configuração eletrônica

do gás nobre de menor número atômico mais próximo é representada por seu símbolo

químico entre colchetes. Por exemplo, podemos escrever a configuração eletrônica do lítio

como: [He] 2s1.

1.7. Exercícios

01) (ITA-2002) Considere as seguintes configurações eletrônicas de espécies no estado

gasoso:

I. 1s2 2s

2 2p

1.

5

II. 1s2 2s

2 2p

3 .

III. 1s2 2s

2 2p

4 .

IV. 1s2 2s

2 2p

5 .

V. 1s2 2s

2 2p

5 3s

1 .

Assinale a alternativa ERRADA.

a) As configurações I e IV podem representar estados fundamentais de cátions do segundo

período da Tabela Periódica.

b) As configurações II e III podem representar tanto um estado fundamental como um estado

excitado de átomos neutros do segundo período da Tabela Periódica.

c) A configuração V pode representar um estado excitado de um átomo neutro do segundo

período da Tabela Periódica.

d) As configurações II e IV podem representar estados excitados de átomos neutros do

segundo período da Tabela Periódica.

e) As configurações II, III e V podem representar estados excitados de átomos neutros do

segundo período da Tabela Periódica.

02) (Uniube-2001) Dos íons, abaixo, aquele(s) que possui(em) o seu último elétron

representado em 2 p6 , de acordo com o diagrama de Pauling, é (são):

I) 11 Na+

II) 19 K+

III) 20 Ca2+

IV) 9 F–

Assinale a afirmativa correta:

a) II, III e IV

b) I e IV

c) I e III

d) II e III

3) (FGV - SP-2007) O titânio e seus compostos são amplamente empregados tanto na área

metalúrgica como na produção de cosméticos e fármacos. No Brasil, os minérios são

6

extraídos na forma de óxidos, rutilo (TiO2) e ilmenita (FeTiO3). O titânio apresenta o mesmo

estado de oxidação nesses dois minérios. O número de oxidação do titânio e a configuração

eletrônica da camada de valência do ferro no estado de oxidação em que se encontra na

ilmenita são, respectivamente,

a) +2 e 3d6 4s

2 .

b) +2 e 3d4 4s

2 .

c) +3 e 3d5 .

d) +4 e 3d6 .

e) +4 e 3d4 .

4) (Mack-2003) Uma distribuição eletrônica possível para um elemento X, que pertence à

mesma família do elemento bromo, cujo número atômico é igual a 35, é:

a) 1s2 , 2s

2 , 2p

5

b) 1s2 , 2s

2 , 2p

6 , 3s

2 , 3p

1

c) 1s2 , 2s

2 , 2p

2

d) 1s2 , 2s

2 , 2p

6 , 3s

1

e) 1s2 , 2s

2 , 2p

6 , 3s

2 , 3p

6 , 4s

2 , 3d

5

5) (ITA-2003) Considere as seguintes espécies químicas no estado gasoso, bem como os

respectivos átomos assinalados pelos algarismos romanos:

I. ONNO2 II. FClO2 III. ICl3 IV. F4ClO-

Os orbitais híbridos dos átomos assinalados por I, II, III e IV são respectivamente:

a) sp2 , sp

3 , dsp

3 e d

2 sp

3 .

b) sp2 , sp

2 , sp

3 e dsp

3 .

c) sp3 , dsp

3, d

2 sp

3 e sp

3 .

d) sp3 , sp

2 , dsp

3 e d

2 sp

3 .

6) (Faculdades Positivo-1998) A análise da distribuição eletrônica dos elementos, ao longo da

Classificação Periódica, fornece-nos uma série de características quanto ao comportamento

7

químico destes elementos. Sendo dadas as distribuições eletrônicas para os átomos dos

elementos genéricos A, B, C e D, no estado fundamental, é correto afirmar:

A – 1s2 2s

2 2p

6 3s

1

B – 1s2 2s

2 2p

6 3s

2 3p

5

C – 1s2 2s

2 2p

6 3s

2 3p

6 4s

2 3d

10 4p

5

D – 1s2 2s

2 2p

6 3s

2 3p

1

a) O átomo do elemento A possui o maior valor para o primeiro potencial de ionização.

b) A distribuição eletrônica do átomo do elemento B corresponde a um metal do grupo dos

metais alcalinoterrosos.

c) O íon estável correspondente ao átomo do elemento A possui distribuição eletrônica 1s2

2s2 2p6 .

d) O átomo do elemento C possui 5 elétrons em sua camada de valência.

e) O átomo do elemento D apresenta o maior valor relativo à eletronegatividade.

7) (UFF/1-2000) Conhece-se, atualmente, mais de cem elementos químicos que são, em sua

maioria, elementos naturais e, alguns poucos, sintetizados pelo homem. Esses elementos estão

reunidos na Tabela Periódica segundo suas características e propriedades químicas. Em

particular, os Halogênios apresentam:

a) o elétron diferenciador no antepenúltimo nível

b) subnível f incompleto

c) o elétron diferenciador no penúltimo nível

d) subnível p incompleto

e) subnível d incompleto

8) (UPE-2001) Entre as alternativas abaixo, relacionadas com as ligações químicas, escolha a

verdadeira.

a) Os orbitais híbridos sp3d

2 direcionam-se para os vértices de uma pirâmide pentagonal.

b) O ângulo entre os átomos de hidrogênio na molécula do gás sulfídrico é maior que entre os

átomos de hidrogênio na molécula da água.

8

c) O CF62-

tem uma geometria octaédrica com os átomos de flúor direcionados para os

vértices do octaedro.

d) O paramagnetismo da molécula do oxigênio experimentalmente comprovado sinaliza para

uma estrutura de Lewis com elétrons desemparelhados.

e) A molécula do oxigênio é diamagnética e não paramagnética, de tal forma que a estrutura

de Lewis, na qual todos os elétrons aparecem em pares, está correta.

9

2. Conceitos Básicos de Ligação Química

2.1. Ligações Químicas, símbolos de Lewis e regra do octeto.

Sempre que átomos ou íons estão muito ligados uns aos outros, dizemos que existe

uma ligação química entre eles. Existem três tipos gerais de ligações químicas: iônica,

covalente e metálica. O termo ligação iônica refere-se às forças eletrostáticas que existem

entre íons de cargas de sinais contrários. Os íons devem ser formados a partir átomos pela

transferência de elétrons de um átomo para o outro. Uma ligação covalente resulta do

compartilhamento de elétrons entre os átomos. As ligações metálicas são encontradas em

metais como o cobre, ferro e alumínio. Os elétrons ligantes estão relativamente livres para

mover-se pela estrutura tridimensional do metal.

Os elétrons envolvidos em ligações químicas são os elétrons de valência, os

localizados no nível incompleto mais externo de um átomo. O químico americano G. N.

Lewis (1875-1946) sugeriu uma maneira simples de mostrar os elétrons de valência dos

átomos e seguir o rastro deles durante a formação da ligação, usando o que conhecemos hoje

como símbolos de Lewis. O símbolo de Lewis para um elemento consiste do símbolo

químico do elemento mais um ponto para cada elétron de valência.

Os átomos frequentemente ganham, perdem ou compartilham seus elétrons para

atingir o número de elétrons do gás nobre mais próximo na tabela periódica. Os gases nobres

tem distribuições eletrônicas muito estáveis, como evidenciado por suas altas energias de

ionização, baixas afinidades por elétrons adicionais e deficiência geral de reatividade química.

Como todos os gases nobres (exceto o He), possuem oito elétrons de valência, e muitos

átomos sofrendo reações também terminam com oito elétrons de valência. Essa observação

levou a uma norma conhecida como a regra do octeto: os átomos tendem a ganhar, perder

ou compartilhar elétrons até que eles estejam circundados por oito elétrons de valência.

Existem muitas exceções a regra do octeto, mas ela fornece uma estrutura útil para introduzir

muitos conceitos importantes de ligação.

2.2. Polaridade da Ligação e Eletronegatividade

10

O conceito de polaridade da ligação ajuda a descrever o compartilhamento de

elétrons entre os átomos. Uma ligação covalente apolar é aquela na qual os elétrons estão

igualmente compartilhados entre dois átomos. Em uma ligação covalente polar um dos

átomos exerce maior atração pelos elétrons ligantes que o outro. Se a diferença na habilidade

relativa em atrair elétrons é grande o suficiente, uma ligação iônica é formada.

A eletronegatividade é definida como a habilidade de um átomo em atrair elétrons

para si em certa molécula. A eletronegativade de um átomo em um molécula está relacionada

a sua energia de ionização e a sua afinidade eletrônica, que são propriedades de átomos

isolados. A energia de ionização mede quão fortemente um átomo segura seus elétrons. De

forma similara, a afinidade eletrônica é uma medida de quão facilmente um átomo atrai

elétrons adicionais. Um átomo com afinidade eletrônica muito negativa e alta energia de

ionização tanto atrairá elétrons de outros átomos quanto resistirá em ter seus elétrons atraídos

por outros, além do que será altamente eletronegativo. Vale ressaltar que quanto maior a

diferença na eletronegatividade entre os átomos, mais polares serão suas ligações.

2.3. Desenhando Estruturas de Lewis

As estruturas de Lewis podem nos ajudar a entender as ligações em muitos compostos

e são bastante usadas quando discutimos as propriedades das moléculas. Para desenhá-las, se

deve seguir um procedimento:

I. Some os elétrons de valência de todos os átomos. Para um ânion, adicione um elétron

para cada carga negativa. Para um cátion, subtraia um elétron para cada carga positiva.

Apenas o número total de elétrons é importante.

II. Escreva os símbolos para os átomos a fim de mostrar quais átomos estão ligados

entre si e una-os com uma ligação simples.

III. Complete os octetos dos átomos ligados ao átomo central.

IV. Coloque qualquer sobra de elétrons no átomo central, mesmo que ao fazer isso você

provoque mais de um octeto.

V. Se não existem elétrons suficientes para dar ao átomo central um octeto, tente

ligações múltiplas. Use um ou mais dos pares de elétrons não compartilhados nos

átomos ligados ao átomo central para formar ligações duplas ou triplas.

11

Como exemplo, tente desenhar a molécula de PCl3.

2.4. Carga Formal

Quando desenhamos a estrutura de Lewis, estamos descrevendo como os elétrons

estão distribuídos em uma molécula ou íon. Em alguns casos podemos desenhar várias

estruturas de Lewis diferentes que obedecem à regra do octeto. Para decidir qual estrutura é a

mais razoável, pode ser feito um tipo de 'contabilidade' dos elétrons de valência para

determinar a carga formal de cada átomo em cada estrutura. A carga formal de um átomo é a

carga que um átomo teria em uma molécula se todos os outros átomos tivessem a mesma

eletronegatividade. Para calcular a carga formal em qualquer átomo em uma estrutura de

Lewis, atribuímos os elétrons aos átomos como a seguir:

I. Todos os elétrons não compartilhados (não-ligantes) são atribuídos ao átomo no qual

estão localizados.

II. Metade dos elétrons ligantes é atribuída a cada átomo na ligação.

A carga formal de um átomo é igual ao número de elétrons de valência no átomo

isolado menos o número de elétrons atribuídos ao átomo na estrutura de Lewis. Vamos

ilustrar as regras calculando as cargas formais nos átomos de C e de N no íon cianeto, CN-,

que tem a seguinte estrutura de Lewis:

Para o átomo de C, existem dois elétrons não-ligantes e três elétrons dos seis na

ligação tripla, dando um total de 5. O número de elétrons de valência em um átomo neutro de

C é 4. Portanto, a carga formal no carbono é 4 - 5 = -1. Para N, existem 2 elétrons não-

ligantes e 3 elétrons da ligação tripla. Como o número de elétrons de valência em um átomo

12

neutro de N é 5, sua carga formal é igual a 0. A soma das cargas formais deve ser igual a

carga do íon, quando for íon, e igual a zero, quando tivermos uma molécula.

Algumas vezes uma única estrutura de Lewis é inadequada para representar uma

molécula (ou íon) em particular. Em tais situações descrevemos a molécula como usando duas

ou mais estruturas de ressonância para a molécula. A molécula é vista como uma mistura

dessas estruturas múltiplas de ressonância. As estruturas de ressonância são importantes na

descrição das ligações na molécula orgânica do benzeno, C6H6.

2.5. Exceções à Regra do Octeto

A regra do octeto é tão simples e útil em introduzir conceitos básicos de ligação que

poderíamos afiamar que ela é sempre obedecida. A regra do octeto é falha para compostos

iônicos, covalentes e metálicos. As exceções covalentes nas quais a regra do octeto atua de

forma precária, são:

I. moléculas com número ímpar de elétrons.

II. moléculas nas quais um átomo tem menos de um octeto, ou seja, moléculas deficientes

em elétrons.

III. moléculas nas quais um átomo tem mais de um octeto, ou seja, moléculas com

expansão do octeto.

Nesse último caso, visualizamos os orbitais vazios d do átomo grande sendo usados

para 'expandir' o nível de valência do átomo. Octetos expandidos são observados para átomos

do terceiro período e dos períodos subsquentes da tabela periódica, para os quais os orbitais d

de baixa energia estão disponíveis.

2.6. Exercícios

01)

a) O que são elétrons de valência?

b) Quantos elétrons de valência um átomo de nitrogênio possui?

13

c) Um átomo tem a configuração eletrônica 1s2 2s

2 2p

6 3p

2. Quantos elétrons de valência o

átomo tem?

02) Usando os símbolos de Lewis, faça um diagrama da reação entre os átomos de magnésio e

oxigênio para formar a substância iônica MgO.

03)

a) Qual o significado de ligação covalente? Dê três exemplos de ligação covalente.

b) Usando os símbolos e as estruturas de Lewis, faça um diagrama da formação do SiCl4 a

partir dos átomos Si e Cl.

04)

a) Como uma molécula polar difere de uma apolar? Os átomos X e Y tem diferentes

eletronegatividades. A molécula diatômica X-Y será necessariamente polar? Explique.

05) Quais das seguintes ligações são polares? Qual é o átomo mais eletronegativo em cada

ligação polar?

a) P-O;

b) S-F;

c) Br-Br;

d) O-Cl?

06) Desenhe as estruturas de Lewis para os seguintes compostos:

a) SiH4;

b) CO;

c) SF2;

d) H2SO4;

e) ClO2-2

;

f) NH2OH.

07)

14

a) Use o conceito de ressonância para explicar por que as seis ligações C-C no benzeno são

iguais em comprimento.

b) Os comprimentos das ligações no C-C no benzeno são mais curtos que os de ligações

simples, mas mais longos que os de ligações duplas. Use o modelo de ressonância para

explicar essa observação,

08) Desenhe as estruturas de Lewis para cada um dos seguintes íons ou moléculas. Identifique

os que não obedecem a regra do octeto e explique por que isso ocorre.

a) NO;

b) ICl2;

c) SO2;

d) BCl3;

e) XeF4.

15

3. Geometria Molecular

As estruturas de Lewis mostram apenas as ligações entre os átomos e a presença de

pares isolados. Elas não mostram o arranjo tridimensional dos átomos no espaço.

Figura 1 – Nomes das formas de moléculas e a representação da estrutura com os pares isolados (arranjo

eletrônico) e sem os pares isolados (geometria molecular).

16

3.1. Modelo VSEPR Básico

Começa-se por moléculas simples formadas por um átomo central ao qual se unem os

demais átomos. O modelo da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência (modelo

VSEPR) amplia a teoria da ligação química de Lewis para explicar as formas das moléculas

(figura 1), adicionando regras que explicam os ângulos das ligações. O modelo baseia-se na

ideia de que, como os elétrons se repelem, os pares de elétrons de ligação tendem a se afastar

o máximo possível.

Tendo identificado o arranjo que localiza os pares de elétrons na posição “mais

distante” (ligações e pares isolados do átomo central), que é chamado de arranjo eletrônico na

molécula, há a determinação da posição dos átomos e identificação da forma da molécula.

O BeCl2 é molécula com apenas dois átomos ligados ao átomo central. A estrutura de

Lewis é:

Não há pares isolados no átomo central. A posição na qual os pares ligantes estão os

mais afastados possível é quando eles se encontram em lados opostos do átomo de Be e o

arranjo dos elétrons é linear. O modelo VSEPR prediz a forma linear para a molécula de

BeCl2, essa forma é confirmada experimentalmente.

No modelo de VSEPR, não existe distinção entre ligações simples ou múltiplas: uma

ligação múltipla é tratada como uma região de alta concentração de elétrons. Em outras

palavras, os dois pares de elétrons de uma ligação dupla permanecem juntos e repelem outras

ligações ou pares isolados como se fossem uma unidade. Da mesma forma funciona para uma

ligação tripla. Assim, a molécula de dióxido de carbono (CO2) :

Tem estrutura semelhante à da molécula de BeCl2, mesmo com ligações duplas.

Quando existe mais de um átomo central, as ligações de cada átomo são tratadas

independentemente. Como por exemplo, para predizer a forma de uma molécula de eteno

17

(etileno), CH2=CH2, consideramos cada átomo de carbono separadamente. O arranjo ao redor

de cada átomo de carbono é trigonal planar.

De acordo com o modelo VSEPR, as regiões de alta concentração de elétrons se

posicionam de forma a ficar mais afastadas possível. Os pares de elétrons de uma ligação

múltipla são tratados com uma unidade. A forma da molécula é identificada pela posição

relativa de seus átomos.

Todas as regiões de densidade eletrônica elevada, pares de elétrons isolados e ligantes,

são incluídas na descrição do arranjo eletrônico. Todavia, somente a posição dos átomos são

considerados quando descrevemos a forma de uma molécula.

Para explicar o fato de que os ângulos de ligação em moléculas com pares isolados são

geralmente menores do que o esperado, o modelo VSEPR trata os pares isolados como

exercendo maior repulsão do que os pares de ligação. Em outras palavras, o par isolado

empurra os átomos ligados ao átomo central uns contra os outros. Uma possível explicação

desse fato é que a nuvem eletrônica de um par isolado ocupa um volume maior do que a de

um par ligado que está preso a dois átomos, não a um. A repulsão é exercida na ordem: par

isolado – par isolado > par isolado – átomo > átomo – átomo.

Exceções das regras de VSEPR também são encontradas para átomos tão grandes que

os pares de elétrons isolados não afetam a forma da molécula. Por exemplo, o íon SeCl62-

é

octaédrico, mesmo com átomo de Se contendo um par isolado além de ligações para seis

átomos.

3.2. Teoria da Ligação de Valência

O modelo de Lewis trata-se de uma modelo com elétrons localizados. Entretanto, a

partir da dualidade onda – partícula do elétron, que a posição de um elétron em um átomo não

pode ser descrita de forma precisa, mas somente em termos de probabilidade de encontra-lo

em algum lugar do espaço definido por orbitais. O mesmo princípio se aplica aos elétrons das

moléculas, excerto que eles estão distribuídos por mais de um átomo.

A primeira descrição da ligação covalente em termos de orbitais atômicos foi chamada

de Teoria da Ligação de Valência, modelo quanto-mecânico da distribuição dos elétrons pelas

ligações que ultrapassa a teoria de Lewis e o modelo VSEPR.

18

Ligações Sigma e Pi

Na teoria da ligação de valência supomos que, quando dois átomos de hidrogênio (H)

se aproximam, o par de elétrons 1s (descrito como ) e os orbitais atômicos se fundem. A

distribuição de elétrons resultante apresenta forma de uma salsicha, tem densidade eletrônica

acumulada entre os dois núcleos e é chamada de “ligação ζ (sigma) ”. Formalmente, uma

ligação ζ é simetricamente cilíndrica (é igual em todas as direções ao longo do eixo) e não

tem um plano nodal contendo o eixo internuclear. A fusão dos orbitais atômicos é chamada

superposição de orbitais, e quando maior a superposição mais forte é a ligação. Os dois

elétrosn

Figura 2 – Superposição dos orbitais na molécula de H2, F2e HF.

Todas as ligações covalentes simples são ligações ζ. Os elétrons que se ligam se

espalham por toda a região do espaço ao redor da superfície-limite.

Quando analisamos a molécula de N2 dois dos orbitais 2p de cada átomo de nitrogênio

(2px e 2py) são perpendiculares ao eixo internuclear e cada um deles contém um elétron

desemparelhado. Quando esses elétrons, um de cada orbital p, se emparelharem, seus orbitais

só podem se sobrepor lado a lado (paralelamente). Esse tipo de ligação leva o nome de

19

“ligação π (pi), uma ligação em que dois elétrons estão em dois lobos, um de cada eixo

internuclear. Mas formalmente, uma ligação π tem um único plano nodal sobre os eixos

internucleares.

Na teoria da ligação de valência, supomos que as ligações se formam quando elétrons

desemparelhados de orbitais atômicos da camada de valência formam pares. Os orbitais

atômicos que eles ocupam se sobrepõem cabeça-cabeça para formar ligações ζ ou

lateralmente para formar ligações π.

Figura 3 – Comportamento dos orbitais da molécula de N2.

Promoção de elétrons e hibridização dos orbitais.

O átomo de carbono tem configuração [He]2s22px

12py

1 com quatro elétrons de

valência. No entanto, dois elétrons já estão emparelhados e somente os dois orbitais 2p

incompletos estão disponíveis para ligação. Porém, sabemos experimentalmente que o

carbono realiza quatro ligações. Para entender e solucionar a questão, os orbitais s e p são

ondas de densidade eletrônica centradas no núcleo do átomo. Pode-se imaginar que os quatros

orbitais interferem uns nos outros e produzem novos arranjos quando se cruzam. Esses novos

arranjos são chamados orbitais hibridizados. Cada um dos orbitais híbridos formam-se pela

20

combinação linear de quatro orbitais atômicos. Os quatro orbitais híbridos só diferem na

orientação, cada um apontando para o vértice de um tetraedro (no caso do carbono).Esses

quatro orbitais hibridizados são chamados de sp3 porque são formados a partir de um orbital s

e três orbitais p. Esses orbitais sp3 são degenerados, isto é, possuem a mesma quantidade

energia.

Figura 4 – Diagrama de energia dos orbitais hibridizados.

21

Figura 5 – Esquema da hibridização dos orbitais do átomo de carbono.

A promoção de elétrons só ocorrerá se o resultado for o abaixamento da energia

provocado pela formação de novas ligações. Os orbitais híbridos são formados em um átomo

para reproduzir o arranjo eletrônico que é característico da forma experimental determinada

para a molécula.

Podemos utilizar diferentes esquemas de hibridização para descrever outros arranjos

de pares de elétrons. Assim, para explicar um arranjo trigonal planar, como a do BF3 e de cada

átomo de carbono do eteno, mistura-se um orbital s e dois orbitais p para produzir três orbitais

22

híbridos sp2. Um arranjo linear de pares de elétrons requer dois orbitais híbridos, então há a

mistura de um orbital s com um orbital p para produzir dois orbitais sp.

Não importa quantos orbitais atômicos são misturados, o número de orbitais híbridos é

sempre igual ao de orbitais atômicos utilizados. O esquema de hibridização é adaptado para

descrever o arranjo de elétrons de uma molécula. A expansão do octeto implica o

envolvimento de orbitais d.

Tabela 2 – Tabela de Hibridizações

A presença de uma ligação dupla ou tripla indica que os elétrons não hibridizados que

formam a ligação π por superposição lateral dos orbitais. As ligações duplas e sua influência

sobre a forma das moléculas são extremamente importantes para os organismo vivos.

Nas ligações múltiplas, um átomo forma uma ligação ζ, usando um orbital híbrido sp

ou sp2, e uma ou mais ligações π, usando os orbitais p não hibridizados. A superposição

lateral que produz uma ligação π restringe a rotação das moléculas, resulta em ligações mais

fracas do que as ligações ζ e impede que átomos com raios maiores formem ligações

múltiplas.

23

3.3. Exercícios

1. Qual a forma do íon SbF52-

? Quantos ângulos FSbF diferentes existem na molécula?

Quais são os valores esperados para o ângulo FSbF?

2. Utilize as estruturas de Lewis e a teoria VSEPR para dizer a forma de cada uma das

seguintes espécies: a) PF4-; b) ICl4

+; c) pentafluoreto de fósforo; d) tetrafluoreto de

xenônio.

3. O xenônio forma XeO3, XeO4 e XeO64-

, que são poderosos oxidantes. Escreva suas

estruturas de Lewis, ângulos de ligação e dê a hibridização dos átomos de Xe. Qual

deles teria a maior distância Xe–O?

4. Para cada uma das seguintes moléculas ou íons, escreva a forma, liste o número de

pares isolados do átomo central e estime os ângulos de ligação: a) PBr5; b) XeOF2; c)

SF5; d) IF3; e) BrO3-

.

5. Prediga a forma de: a) TeF4; b) NH2-; c) NO2

+; d) NH4

+; e) OCS; f) SnH4.

6. Dê a hibridização do átomo em negrito das seguintes moléculas: a) SF6; b) O3Cl-O-

ClO3; c) H2N-CH2-COOH; d) OC(NH2)2 (uréia).

7. O fósforo branco (P4) é tão reativo que inflama ao ar. Os quatro átomos de P4 formam

um tetraedro no qual cada átomo de P está ligado a três outros átomos de P. Sugira um

esquema de hibridização para a molécula de P4. A molécula de P4 é polar ou apolar?

8. NH2- e NH2

+ são espécies angulares, mas o ângulo de ligação em NH2

- é menor do que

em NH2+. Qual a razão da diferença? Faça o eixo x perpendicular ao plano da

molécula. Será que o orbital N2px participa da hibridização nessas espécies?

9. Descreva a estrutura da molécula de formaldeído (CH2O) em termos de orbitais

híbridos, ângulos de ligação e ligações ζ e. O átomo de C é o átomo central ao quais

os outros três átomos estão ligados.

10. A composição dos híbridos pode ser discutida quantitativamente. O resultado é que, se

dois híbridos equivalentes compostos de um orbital s e dois orbitais p formam um

ângulo θ, então os híbridos podem ser considerados spλ com λ=-cosθ/cos

2(

. Qual é

a hibridização dos orbitais de O que formam as duas ligações O-H em H2O?

24

4. Funções Inorgânicas

4.1. Ácidos

Os ácidos são um dos tipos de substâncias mais presentes em nosso cotidiano. Eles

estão nos alimentos, nas indústrias, em laboratórios, na vida doméstica e até mesmo nos

fluidos do corpo humano (suco gástrico, por exemplo).

Os ácidos já foram definidos, de forma bem simples, como substâncias que

apresentam sabor azedo. No século XIX, alguns químicos observaram que, em algumas

substâncias, o aumento da quantidade de oxigênio aumentava sua acidez. Lavoisier foi um

desses químicos e chegou a propor uma primeira definição para os ácidos, associando a acidez

à presença de oxigênio na substância, considerando este elemento como o gerador da acidez.

Contudo, essa definição foi insuficiente para descrever os ácidos, pois outras substâncias que

não contém oxigênio, como o HCl, são mais ácidas do que outras que contém esse elemento.

i. Definição dos ácidos

Definição de Arrhenius

Para Arrhenius, os ácidos são substâncias que na presença de água se ionizam, e

liberam íons H+.

Ex.: HCl(g)+ H2O(l)→H+

(aq)+ Cl-(aq)

O íon H+ tende a se ligar a uma molécula de água, formando um íon mais estável que

ele que é H3O+:

H2O(l) + H2O(l)⇋ H3O+

(aq) + OH-(aq)

25

Como característica comum, essas substâncias apresentam o átomo de hidrogênio

ligado a um átomo eletronegativo, como o cloro ou o oxigênio.

ii. Classificação dos ácidos

Quanto à presença de oxigênio:

- Hidrácidos: são aqueles que não apresentam oxigênio na molécula.

Ex.: HCl, HBr, H4Fe(CN)6 .

- Oxiácidos: são aqueles que apresentam oxigênio na molécula.

Ex.: HClO , H2SO4 .

Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis:

Nos hidrácidos, todos os hidrogênios são ionizáveis. Nos oxiácidos, só são ionizáveis

os átomos de hidrogênio ligados a oxigênio.

Ex.: H3PO4 tem apenas dois H ligados a O, portanto tem somente dois H ionizáveis.

- Monoácidos: têm apenas um átomo de hidrogênio ionizável. Ex.: HCl, HNO3

- Diácidos: têm dois átomos de hidrogênio ionizáveis. Ex.: H2S ,H3PO3

- Triácidos: têm três átomos de hidrogênio ionizáveis. Ex.: H3PO4

- Tetrácidos: têm quatro átomos de hidrogênio ionizáveis. Ex.: H4P2O7

Quanto ao número de elementos químicos:

- Binários: têm dois elementos. Ex.: HF, HCl, HBr.

- Ternários: têm três elementos. Ex.: H2SO4, H3PO4, HCN

- Quaternários: têm quatro elementos. Ex.: (H4[Fe(CN)6])

Quanto ao grau de ionização:

Grau de ionização (α) é a relação entre o número de mols ionizados e o número de

mols inicial.

26

Pode-se dizer que um ácido é forte quando ele está em grande partedesprotonado em

solução. Já um ácido fraco está incompletamente desprotonado em solução.

- Ácidos fortes: são aqueles que ionizam 50% ou mais das moléculas dissolvidas.

- Ácidos moderados: são aqueles que ionizam entre 5% e 50% das moléculas dissolvidas.

- Ácidos fracos: são aqueles que ionizam menos de 5% das moléculas dissolvidas.

Dos hidrácidos, são fortes o HCl, HBr e HI, em ordem crescente; e HF é moderado.

Dos óxiácidos pode-se classificá-los pelo grau de ionização através da regra empírica: HaBbOc

sendo “a” o número de hidrogênios ionizáveis, “b” o número do outro elemento e “c” o

número de oxigênios.

x ≥2 – oxiácido forte;

1 ≤x ≤ 2 – oxiácido moderado;

x < 1 – oxiácido fraco;

Quanto à volatilidade:

- Ácidos voláteis: são aqueles que têm ponto de ebulição por volta da temperatura ambiente

(na faixa de 25° a 35°C).

- Ácidos fixos: são aqueles que têm ponto de ebulição muito acima da temperatura ambiente.

Se o número de átomos da molécula for ≥ a 7, o ácido é fixo.

Nomenclatura

o Hidrácidos

Forma geral:

Ácido+ nome do ânion com a terminação ídrico.

Ex.: HCl – ácido clorídrico

HBr – ácido bromídrico

27

o Oxiácidos

- Nomenclatura segundo os ânions que são liberados na ionização:

Forma geral:

Ácido + nome do elemento + oso ou ico

oso – menor número de átomos de oxigênio

ico – maior número de átomos de oxigênio

Para relacionar o nome do ácido com o nome do seu ânion, usamos a seguinte regra:

Tabela 03 - Relação do nome do ácido com o nome do ânion.

Ex.:

Tabela 04 – Exemplo de relação entre o nome do ácido com o nome do ânion.

- Nomenclatura segundo o NOx do elemento central:

Forma geral:

Ácido + prefixo (se necessário) + elemento central + sufixo

28

De acordo com o elemento central (o primeiro é o hidrogênio e o terceiro é o

oxigênio), temos o sufixo OSO para o menor NOx e ICO para o maior NOx (ver tabela 1).

Tabela 05 – Prefixo e sufixo de acordo com o NOx

Ex:

- Regra quando varia o grau de hidratação:

O prefixo orto é usado para o ácido fundamental; o prefixo meta é usado quando do

ácido orto retira-se 1H2O; o prefixo piro é usado para indicar a retirada de 1 H2O das duas

moléculas de orto.

Ex.:

NOx Prefixo Sufixo

+1, +2 hipo oso

+3, +4 - oso

+5, +6 - ico

+7 (hi)per ico

29

Figura 06 – Tabela de Ânions

4.2. Bases

Definição de Arrhenius

De acordo com Arrhenius, base é toda substância que libera OH- (hidroxila), em

solução aquosa, como único ânion.

Exemplos:

( → ( (

( ( → ( (

( ( → ( (

Nomenclatura

Para a nomenclatura de bases, segue-se o seguinte modelo:

30

Hidróxido de nome do cátion

Exemplos:

Hidróxido de potássio:

}

Hidróxido de magnésio:

} (

Hidróxido de alumínio:

} (

Entretanto, alguns elementos podem existir como diferentes espécies catiônicas. Para

estes, é necessário indicar o estado de oxidação em algarismos romanos após o nome do

cátion. Outra maneira para nomear é o uso do sufixo-oso para o íon de menor carga e –ico

para o de maior carga.

Cobre:

{

(

( (

Ouro:

{

(

( (

Força e solubilidade de bases

A solubilidade das bases inorgânicas está relacionada diretamente ao metal que a

compõe. Hidróxidos de metais alcalinos e metais alcalinos terrosos, com exceção dos

hidróxidos de berílio e magnésio, são solúveis em água. As demais bases são insolúveis ou

praticamente insolúveis.

A força de uma base está relacionada com a sua solubilidade. Ou seja, as bases fortes são:

LiOH, NaOH, KOH, RbOH, CsOH, Ca(OH)2, Sr(OH)2 e Ba(OH)2. As demais bases são

31

fracas. Dentro de uma mesma família, a força da base cresce com o aumento do raio atômico

do metal.

Dentre as bases inorgânicas, há ainda uma muito importante que não apresenta um

metal em sua composição: a amônia (NH3). A amônia é uma base muito solúvel em água que

se ioniza, em meio aquoso, gerando íons hidroxila. Entretanto, apesar da sua solubilidade, a

amônia é uma base fraca.

( ( ( ( (

Principais bases e aplicações

i. Hidróxido de sódio (NaOH): conhecido como soda cáustica, é utilizado na produção de

sabões a partir de óleos e gorduras (saponificação);

ii. Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2): utilizado na forma de uma suspensão como

antiácido estomacal;

iii. Hidróxido de amônio (NH4OH): a partir da amônia são produzidos fertilizantes para

produção de alimentos e também produtos de limpeza.

4.3. Sais

De acordo com SvanteArrhenius, pai dos conceitos clássicos de funções inorgânicas,

um sal é uma substância que, ao se dissociar em solução aquosa, libera pelo menos um cátion

que não seja o cátion hidrônio e pelo menos um ânion que não seja o ânion hidroxônio nem o

ânion superóxido (O2-).

A maioria dos sais é resultante de uma reação ácido-base, reações denominadas

reações de neutralização. Além de um sal, esta também libera um óxido (geralmente, água).

O caráter iônico do sal justifica o fato de estes conduzirem corrente elétrica se em solução

aquosa ou em estado líquido ou vapor. Os pontos de fusão e ebulição de sais são bem

elevados devido às fortes interações entre os íons, de modo que os íons se organizam de

maneira simétrica e estável, formando um cristal bem compacto (cada íon com vários íons de

32

carga oposta ao redor e baixo grau de liberdade dos mesmos). Veja alguns exemplos de

reações de neutralização abaixo:

HCl(aq) + NaOH(aq) NaCl(aq) + H2O(l)

H2SO4(aq) + 2 KOH(aq) K2SO4(aq) + 2 H2O(l)

A nomenclatura de sais é dada da seguinte maneira: inicialmente, é indicado o nome

do ânion pertencente ao sal, seguido pela preposição “de” e, por fim, o nome do cátion

pertencente ao sal. Geralmente, o nome do cátion é o nome de um elemento, e o cátion,

proveniente da base (pela teoria de Arrhenius); já o nome do ânion depende do nome do ácido

do qual ele foi originado, e o ânion, proveniente da base. Alguns exemplos:

CaCO3: carbonato de cálcio

KMnO4: permanganato de potássio

Enquanto o nome do cátion se encontra explícito na base de origem, o nome do ânion

deriva do nome do ácido da seguinte maneira: somente o sufixo muda, de acordo com a tabela

a seguir.

Tabela 06 – Comparação entre o sufixo do ânion com o sufixo do cátion correspondente.

Sufixo do ácido -ídrico -oso -ico

Sufixo do ânion -eto -ito -ato

Os sais podem ser classificados de acordo com a natureza dos íons de origem:

Sal neutro: não possui hidrogênio ionizável nem o ânion OH-;

Sal ácido ou hidrogenossal: possui dois cátions, sendo um deles o íon hidrônio

ionizável, e somente um ânion;

Sal básico ou hidroxissal: possui apenas um cátion e dois ânions, sendo um deles o íon

hidroxila;

Sal duplo ou misto: possui dois cátions diferentes (que não sejam o íon hidrônio) e

dois ânions diferentes (que não sejam o íon hidroxila);

33

Sal hidratado: possui em seu retículo cristalino moléculas de água (com estequiometria

definida).

4.4.Óxidos

Óxidos são compostos formados por dois elementos, sendo o oxigênio o mais

eletronegativo deles.

Exemplos:

- Na2O, BaO, H2O, ZnO.

Obs.: como o flúor é mais eletronegativo que o oxigênio, os compostos OF2 e O2F2

não são considerados óxidos, conforme dito acima.

Nomenclatura

A nomenclatura dos óxidos de acordo com as normas estabelecidas pela IUPAC leva

em consideração se estes são iônicos ou moleculares.

i. Óxidos moleculares

São aqueles formados por ametais ligados a oxigênio, e são nomeados de acordo com a

seguinte regra:

[

] + Óxido de [

]elemento

Exemplos:

CO = Monóxido de carbono SO3 = Trióxido de enxofre

CO2 = Dióxido de carbono Cl2O7 = Heptóxido de dicloro

ii. Óxidos iônicos

34

São óxidos formados por metais ligados a oxigênio. São nomeados da seguinte forma:

Óxido de elemento. + carga do cátion (em algarismos romanos)

Exemplos

Na2O = Óxido de sódio

Cu2O = Óxido de cobre I

CaO = Óxido de cálcio

Fe2O3 = Óxido de ferro III

Classificação dos óxidos

Os óxidos podem ser classificados de acordo com o seu comportamento na presença

de água, bases e ácidos. Dessa forma, eles podem ser classificados em óxidos: ácidos, básicos,

neutros, anfóteros ou mistos.

i. Óxidos ácidos

Apresentam caráter covalente e geralmente são formados por ametais, esses óxidos ao

reagirem com água produzem ácidos e com base produzem sal e água.

Exemplo:

SO2 + H2O → H2SO3

SO2 + NaOH → Na2SO3

ii. Óxidos básicos

Apresentam caráter iônico e geralmente são formados por metais, esses óxidos ao

reagirem com água produzem bases e com ácidos produzem sal e água.

Exemplo:

Na2O + H2O → 2NaOH

35

Na2O + H2SO4 → Na2SO4 + H2O

iii. Óxidos neutros

São óxidos covalentes e não reagem com água, nem com ácidos ou bases. Alguns

exemplos são CO, NO e N2O.

iv. Óxidos anfóteros

São óxidos que se comportam como óxidos básicos na presença de um ácido, e como

óxidos ácidos na presença de uma base.

Exemplo:

ZnO + 2HCl → ZnCl2 + H2O

ZnO + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2O

v. Óxidos duplos ou mistos

São óxidos que resultam da combinação de dois óxidos de um mesmo elemento.

Exemplo:

FeO + Fe2O3 → Fe3O4

vi. Peróxidos

Os peróxidos são compostos que apresentam fórmula estrutural R-O-O-R ou (O2)2-

.

São geralmente formados por hidrogênio, metais alcalinos e metais alcalinos terrosos. Em

solução aquosa, os peróxidos reagem produzindo uma base e água oxigenada, e com ácidos

produzem sal e água oxigenada.

Exemplo:

K2O2 + H2O → 2KOH + H2O2

36

4.5. Exercícios

1. (ITA-SP) Qual dos ácidos a seguir é o menos volátil?

a) HCl

b) HI

c) H2SO3

d) H2SO4

e) CH3CH2COOH

2. (Mackenzie-SP) Um ácido, quanto à força, classifica-se como forte, moderado e fraco,

conforme a escala de grau de ionização dada abaixo.

Assim, comparando-se o ácido A, cujo grau de ionização é de 40%, com outro B, no

qual, na ionização de 1 mol de moléculas, somente 2,4 ·1023

moléculas não ionizam,

podemos dizer que:

a) A é mais forte que B.

b) A e B são igualmente moderados.

c) A é tão fraco quanto B.

d) B é mais forte que A.

e) B é tão forte quanto A.

3. (Mackenzie-SP) Associe corretamente as duas colunas e assinale a alternativa correta.

i. H2SO4

ii. HI

iii. HNO2

iv. HClO4

37

v. H2S

(A) Hidrácido, monoácido, forte, volátil.

(B) Hidrácido, diácido, fraco, volátil.

(C) Oxiácido, monoácido, forte, volátil.

(D) Oxiácido, diácido, forte, fixo.

(E) Oxiácido, monoácido, semiforte, volátil.

a) I - A; II - B; III - C; IV - D; V - E

b) I - D; II - B; III - E; IV - C; V - A

c) I - D; II - A; III - E; IV - C; V - B

d) I - E; II - D; III - C; IV - B; V – A

e) I - C; II - A; III - D; IV - E; V – B

4. (EEM-SP) Têm-se os três ácidos e os valores da tabela, que foram obtidos dissolvendo-se

em água à temperatura constante:

a) Calcule o grau de ionização para cada ácido e coloque-os em ordem crescente de sua

força de ionização.

b) Equacione a ionização do HNO3 em água.

38

5. (UFSC-SC) Soluções ácidas e soluções alcalinas exibem propriedades importantes,

algumas delas ligadas à força do ácido ou da base. Uma solução aquosa de um ácido

genérico HA poderá ser classificada como "solução de um ácido fraco" quando:

i. (01) não se alterar na presença de uma base.

ii. (02) apresentar coloração avermelhada na presença do indicador fenolftaleína.

iii. (04) apresentar uma concentração de íons H+ maior que a concentração de íons

A-.

iv. (08) mantiver uma concentração de HA muito maior que a concentração dos íons

H+.

v. (16) a solução for altamente condutora de corrente elétrica.

Soma: ___

6. Coloque as seguintes bases em ordem crescente de força: KOH, Mg(OH)2, Cr(OH)3 e

Ba(OH)2.

7. Nomeie as seguintes bases e escreva suas equações de dissociação em meio aquoso:

Zn(OH)2, Fe(OH)2, Sr(OH)2, Co(OH)2. Qual é, dentre as bases listadas, a mais forte?

8. Um aluno dissolveu cloreto de amônio (NH4Cl) em água e posteriormente adicionou à

solução gotas de hidróxido de sódio. Após a adição da base, ele sentiu um cheiro muito

forte e irritante. A que se deve esse cheiro? Explique com reações químicas.

9. Ao aquecer hidróxidos metálicos a elevadas temperaturas, os mesmos se decompõem em

seus óxidos metálicos e água. Sabendo disso, escreva as equações de decomposição

térmica para os hidróxidos niqueloso, plúmbico e férrico.

10. Coloque as seguintes bases em ordem crescente de força: KOH, Mg(OH)2, Cr(OH)3 e

Ba(OH)2.

11. Nomeie as seguintes bases e escreva suas equações de dissociação em meio aquoso:

Zn(OH)2, Fe(OH)2, Sr(OH)2, Co(OH)2. Qual é, dentre as bases listadas, a mais forte?

39

12. Um aluno dissolveu cloreto de amônio (NH4Cl) em água e posteriormente adicionou à

solução gotas de hidróxido de sódio. Após a adição da base, ele sentiu um cheiro muito

forte e irritante. A que se deve esse cheiro? Explique com reações químicas.

13. Ao aquecer hidróxidos metálicos a elevadas temperaturas, os mesmos se decompõem em

seus óxidos metálicos e água. Sabendo disso, escreva as equações de decomposição

térmica para os hidróxidos niqueloso, plúmbico e férrico.

14. (PUC Rio-2008)Cloreto de sódio é um composto iônico que se encontra no estado sólido.

Dissolvido em água, se dissocia completamente. Acerca desse sal, é INCORRETO

afirmar que:

a) Tem Fórmula NaCl;

b) No estado sólido, a atração entre seus íons é muito forte e por essa razão possui

elevado ponto de fusão;

c) Em solução aquosa, conduz corrente elétrica muito bem;

d) A ligação entre os seus íons é por covalência;

e) HCl e NaOH são o ácido e a base que dão origem a esse sal.

15. (Cesgranrio-RJ) Os fertilizantes com potássio são muito utilizados na agricultura. As

formas mais comuns de fertilização são o cloreto, o sulfato, o nitrato e o fosfato de

potássio. Suas fórmulas moleculares são representadas, respectivamente, por:

a) KCl, K2SO3, KNO3, K3PO4

b) KCl, K2SO3, KNO2, K2PO3;

c) KCl, K2SO4, KNO3, K3PO4;KClO, K2SO3, KNO2, K2PO3;

d) KClO, K2SO4, KNO3, K3PO4.

16. (G1 - IFSC 2011) A azia é uma sensação de “queimação” no estômago, relacionada à

acidez do suco gástrico, e pode ser provocada por alimentação em excesso, alimentação

deficiente, estresse, entre outros motivos. Alguns medicamentos indicados para o alívio

40

dos sintomas contêm, normalmente, substâncias como Al(OH)3 e Mg(OH)2. Nesse

contexto e com relação a ácidos, bases e reações de neutralização, é correto afirmar que:

a) as substâncias: H2SO4, NaHSO4, H2CO3 e NaHCO3 podem ser classificadas como

ácidos, conforme a definição de Arrhenius;

b) Al(OH)3 e Mg(OH)2 podem ser classificados como sais básicos;

c) como produto da neutralização do ácido clorídrico, presente no suco gástrico, por

hidróxido de alumínio ter-se-á uma solução aquosa de AlCl3;

d) as bases como o hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio são substâncias

moleculares e, portanto, não se dissolvem bem na água;

e) os ácidos formam soluções aquosas não condutoras de eletricidade.

17. (UDESC SC/2009)Os calcários são rochas sedimentares que contêm minerais de

carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando esses minerais são aquecidos a

altastemperaturas (calcinação), ocorre a decomposição térmica do carbonato, com

liberação de gás carbônico eformação de uma outra substância sólida. As fórmulas eas

funções químicas dessas substâncias envolvidas são, respectivamente:

a) CaCO3 (óxido), CO2 (óxido) e CaO2 (base).

b) CaCO3 (sal), CO2 (óxido) e CaO (óxido).

c) CaC2O4 (sal), CO2 (óxido) e CaC2 (sal).

d) CaCO4 (sal), CO (óxido) e CaO (óxido).

e) CaCO2 (sal), CO2 (óxido) e CaO (sal).

18. (UECE/2009)Quando o monóxido de carbono é inalado ele pode substituir o oxigênio e

combinar com as moléculas de hemoglobina, impedindo a respiração dos tecidos.

Sobreo monóxido de carbono, um estudante registrou as seguintes informações:

i. É um gás incolor e inodoro.

ii. Pode ser obtido pela reação do carvão com o vapord’água.

iii. É usado na indústria química, porque a partir delesão obtidas moléculas orgânicas

mais complexas.

41

iv. É um óxido ácido.

v. É um dos produtos da combustão completa dealcanos.

São verdadeiras apenas as informações:

a) I, III e IV.

b) II, IV e V.

c) I, II e III.

d) II, III e V.

19. (UNESP SP/2009)Considere as seguintes afirmações a respeitos dos óxidos:

i. Óxidos de metais alcalinos são tipicamente iônicos.

ii. Óxidos de ametais são tipicamente covalentes.

iii. Óxidos básicos são capazes de neutralizar um ácidoformando sal mais água.

iv. Óxidos anfóteros não reagem com ácidos ou com base.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II e III, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, II e IV, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I e III, apenas.

20. (UFCG PB/2009)Dois metais X e Y se combinam com o nitrogênio formando os

seguintes compostos: X3N e Y3N2. Assinaledentre as alternativas abaixo aquela que

contém as 2 fórmulas corretas dos óxidos e superóxidos destes dois elementos:

a) X2O XO2 YO YO4;

b) X2O XO2 Y2O3 YO4;

c) XO XO2 Y2O3 YO4;

d) X2O XO YO YO2;

e) XO2 XO YO YO2.

42

5. Teorias Ácido-Base

5.1. Teoria de Arrhenius

A definição de Arrhenius é umas teoria útil e simples para classificar essas

substâncias, todavia se restringe apenas para o meio aquoso e não pode ser empregado em

outros solventes. Segundo esse químico sueco, ácidos são compostos que em meio aquoso

liberam o cátion exclusivo H3O+ e bases liberam o ânion exclusivo OH

-, em meio aquoso.

Exemplos:

HCl (g) + H2O (l) H3O+ (aq)+ Cl

- (aq)

NaOH (aq) + H2O (l) OH- (aq)+ Na

+ (aq)

5.2. Teoria de Brᴓnsted-Lowry

Para Johannes Brᴓnsted e Thomas Lowry o caráter ácido e básico está ligado a

transferência protônica. Ou seja, ácidos são espécies químicas capazes de doar prótons e bases

são capazes de receber prótons. Como as reações não se referem ao meio em que há essa troca

de prótons essa teoria pode ser empregada em qualquer solvente ou mesmo na ausência dele.

B: + H-A ↔ B+- H + :A

-

Exemplo:

HCl + NH3 NH4+ + Cl

-

Outro conceito importante nessa teoria é o conceito de par ácido-base conjugado. Essa

definição esclarece justamente a relação que há entre os compostos dos reagentes e dos

produtos. Considere um ácido genérico HX que irá doar um próton para a água e formar a

espécie X-. Esse ânion pode em seguida desprotonar o H3O

+ e voltar a ser HX. Ou seja, HX e

43

X- formam um par ácido-base, respectivamente. Do mesmo modo ocorre com a água, cujo par

ácido-base é H3O+ e H2O.

Exemplo 01: Identifique os pares ácido-base conjugado da seguinte reação:

HClO4 + H2O ↔ H3O+ + ClO4

-

SOLUÇÃO – Os pares ácido-base conjugados são dados a seguir

HClO4 – ácido /// ClO4 - - base conjugada

H3O+ - ácido conjugado /// H2O – base

Uma base e seu ácido conjugado diferem em um único próton. A mesma coisa ocorre

para o ácido e sua base conjugada.

5.3. Teoria de Lewis

Segundo Lewis a definição de ácido e base está ligada diretamente a densidade

eletrônica, ou seja, da capacidade em doar pares de elétrons. Lewis definiu o ácido, ou

eletrófilo, como sendo uma substância aceptora de par de elétrons e base, ou nucleófilo, como

doador de par de elétrons. Assim, diferentemente de Arrhenius e Brᴓnsted-Lowry a definição

de Lewis não limitava o solvente e não falava apenas de transferência protônica, mas sim do

arranjo eletrônico entre duas espécies. Ou seja, é uma teoria mais ampla no que concerne a

explicação de outras reações que também são entre um ácido e uma base.

A+ + B

- ↔ A-B

A interpretação da definição de Lewis com base nos orbitais de fronteira é justamente

a combinação do LUMO do ácido (A) com o HOMO da base (B) formando um complexo (A-

B).

44

Figura 07 – HOMO e LUMO

HOMO: orbital ocupado de mais baixa energia.

LUMO: orbital desocupado de mais baixa energia.

Exemplos:

I. HClO4 + NH3 NH4+ + ClO4

- : ataque do par de elétrons, isolado, do nitrogênio

no hidrogênio do ácido perclórico, formando como produtos os íons perclorato e

amônio.

II. Propeno + brometo de hidrogênio 2-iodopropano : regra de Markovnikov é

satisfeita na adição de haleto de hidrogênio em alcenos. O mecanismo da reação

ocorre da seguinte maneira: cisão heterolítica do haleto de hidrogênio; protonação

da ligação dupla carbono-carbono pelo haleto de hidrogênio; combinação

carbocátion-ânion (ácido = carbocátion; base = íon haleto).

Os fatores que influenciam na força de um ácido de Lewis são:

1) Força da ligação com o átomo ligado diretamente ao próton que é perdido

2) Eletronegatividade

3) Deslocalização eletrônica da base conjugada

45

1) A força de ligação, geralmente, diminui ao descermos em um grupo na tabela periódica.

Como é o caso dos halogênios. A ligação com o hidrogênio se torna mais comprida e menos

fortalecida, logo a força do ácido aumenta. No caso do HF mesmo com a alta

eletronegatividade do flúor um fator contribui para que esse ácido se torne fraco comparado

com os outros haletos de hidrogênio. Esse fator é a alta razão entre a carga e o tamanho do F-.

Tabela 07 – pKa de ácidos de halogênios

Ácidos HF HCl HBr HI

pKa 3,1 -3,9 -5,8 -10,4

2) A medida que o átomo ligado diretamente ao hidrogênio, que será desprotonado, é mais

eletronegativo a polarização da ligação se torna bem mais pronunciada e consequentemente a

formação do próton será favorecida.

Tabela 08 – pKa de alguns ácidos

Substância CH4 NH3 H2O HF

pKa 60 36 15,7 3,1

A eletronegatividade de átomos presentes em uma estrutura e que não estão ligados

diretamente ao H que será desprotonado podem também contribuir para a acidez dessa

substância. Como? Pelo efeito indutivo. Este efeito estrutural é transmitido pelas ligações da

estrutura e induz uma polarização nas ligações. E trata-se de um efeito que decresce com a

distância.

Exemplo: Comparação entre o etanol (pKa= 16) e o 2,2,2-trifluoroetanol (pKa= 11,3).

3) A deslocalização eletrônica da base conjugada é outro fator fundamental que contribui para

o estudo da acidez de uma substância. O ácido nítrico é um bom exemplo para explicarmos

esse efeito. Sabemos que o HNO3 é um ácido forte e possui como sua base conjugado o íon

nitrato (NO3-). Este íon pode ser representado com três estruturas de ressonância, ou seja,

evidenciando a deslocalização eletrônica em sua estrutura. Assim, a base conjugada é

46

estabilizada por este fenômeno e consequentemente aumenta a constante de equilíbrio da

ionização deste ácido.

5.4. Teoria de Pearson: Ácidos e Bases Duros e Macios

Observou-se que existem alguns ligantes (bases) que preferem se complexar com

certos metais (ácidos) e essa ligação refletia na estabilidade do produto. S. Ahrland, J. Chatt e

N. R. Davies registraram e denominaram dois tipos de categorias para os íons metálicos com

base nas suas ligações preferenciais com bases (íons haletos). Essas categorias eram chamadas

de forma genérica de classes a e b. A mesma classificação foi feita para as basess. Após esse

levantamento foi possível prever a estabilidade de complexos com base nessa classificação

dos ácidos e bases. R. G. Pearson nomeou essas classes como sendo espécies duras e macias.

Espécies duras: tendem a ser pequenos; pouco polarizáveis e ligações eletrostáticas

predominam.

Espécies macias: tendem a ser maiores; mais polarizáveis e as ligações covalentes

predominam.

Abaixo se encontram duas tabelas que mostram ácidos e bases com suas respectivas

classificações: duro, macio ou fronteira.

Figura 08 – Bases duras e macias

47

Figura 09 – Ácidos Duros e Macios

Exemplos:

I. bases como a fosfina (R3P) e tioéteres (R2S) possuem uma tendência voltada em se

coordenar com íons metálicos como Hg2+

, Pd2+

e Pt2+

.

II. amônia, aminas, água e o fluoreto (F-) já preferem se coordenadar com Be

2+, Ti

4+ e

Co3+

.

Princípio de Pearson: ácidos duros tendem a se ligar a bases duras e ácidos macios

tendem a se ligar a bases macias.

5.5.Exercícios

01) Qual é o ácido mais forte? (CH3)3N+H ou (CH3)3O

+H ? Explique.

02) Calcule o Ka dos ácidos abaixo. Em seguida coloque as substâncias em ordem de acidez

crescente.

Substância pKa

Aspirina 3,48

Vitamina C (ácido ascórbico) 4,17

48

Ácido fórmico 3,75

Ácido oxálico 1,19

03) Preveja a estabilidade da formação de complexos a partir desses reagentes de partida:

a) NH3 com Co3+

b) CO com Na+

c) CN- com Pt

2+

04) Em relação a formamida, responda:

a) desenhe a estrutura de Lewis que corresponde a sua base conjugada.

b) desenhe a(s) estrutura(s) de Lewis de ressonância da formamida.

49

6. Equilíbrio Químico

A lei da Ação das Massas de Guldberg-Waage aborda que a velocidade de uma reação

química depende do produto da concentração do reagente elevado a um expoente determinado

empiricamente e de uma constante k que depende exclusivamente da temperatura. Para uma

reação genérica do tipo:

aA bB (I)

Lei de Velocidade: v= k[A]α

Caso a reação acima seja elementar o valor de α é o próprio coeficiente

estequiométrico, ou seja, “a”. Mas, o que viria ser uma reação elementar? Reação elementar é

aquela reação que se desenvolve em uma única etapa e os expoentes da lei de velocidade

serão os seus respectivos coeficientes estequiométricos. Todavia, uma reação não elementar é

aquela que se desenvolve em mais de uma etapa. Logo, a lei de velocidade não será

comandada pela reação global, mas sim pela etapa mais lenta desse processo. Ou seja, a etapa

mais lenta será determinante na velocidade dessa reação e com base será analisado a

velocidade que irá levar a cabo a reação química.

Considere a reação química genérica (elementar) abaixo:

Aa +bB ↔ cC + Dd (II)

As principais características do equilíbrio químico é a reversibilidade da reação e

dinamicidade desse equilíbrio. Ou seja, comparando (I) com a (II) verificamos que a primeira

é unidirecional e a segunda bidirecional. O que isso quer dizer? A reação (I) se trata da

formação apenas dos produtos. Já a segunda trata-se de uma reversibilidade (indicada pela

dupla seta) no sistema, isto é, reagentes formam produtos como também os produtos podem

formar novamente os reagentes. É claro satisfazendo as condições de energia, colisão

favorável e afinidade química. O equilíbrio químico é dinâmico, pois mesmo quando o

sistema atinge o equilíbrio as concentrações dos produtos e reagentes permanecem constantes,

ou seja, a formação de reagentes e de produtos ocorrem de forma simultânea mesmo no

equilíbrio.

50

E quando é atingido o equilíbrio químico? Quando as velocidades inversa e direta são

iguais. As expressões dessas velocidades são descritas abaixo:

v DIRETA = k [A]a [B]

b

v INVERSA= k’ [C]c [D]

d

Igualando as expressões encontraremos a razão das constantes de velocidade que irá

gerar uma nova constante que é chamada de constante de equilíbrio (K). Qualquer operação

matemática básica realizada com constantes irá gerar uma nova constante. Logo a expressão

da constante de equilíbrio irá ficar:

K = [C]c [D]

d / [A]

a [B]

b

K>1: produto favorecido

0<K<1: reagente favorecido

A expressão acima é baseado nas concentrações (KC), todavia podemos expressar a

constante de equilíbrio em termos da pressão utilizando a equação de Clayperon (PV=nRT).

A equação que relaciona o Kp com o KC ficará:

Kp= Kc (RT)∆n

R= constante universal dos gases

T= temperatura na escala absoluta

∆n= variação na quantidade de mols (produtos-reagentes)

6.1. Princípio de Le Chatelier

Uma vez que o sistema atinge o equilíbrio químico este pode ser perturbado,

posteriormente, por meio de uma ação externa. Logo, o sistema, imediatamente, irá tentar

51

minimizar esta perturbação para que um novo equilíbrio químico seja alcançado novamente.

Três principais fatores que deslocam o equilíbrio são: efeito da concentração; temperatura e

pressão.

Considere a seguinte equação genérica:

2A(g) + C(g) ↔ 3W(s) + 5G(g) ∆H>0

- Efeito da concentração

Uma forma de perturbarmos esse sistema é adicionando a ele mais reagentes/produtos

ou mesmo os retirar do sistema. Assim, a reação irá deslocar para uma das direções de tal

forma a restabelecer o equilíbrio. Por exemplo: caso seja adicionado A o equilíbrio seria

deslocado pros produtos (W e G) de tal forma a consumir o excesso de A e alcançar outro

equilíbrio.

- Efeito da temperatura

Reações químicas são caracterizadas também por meio da variação de entalpia (∆H).

Reações que absorvem calor (endotérmicas) possuem ∆H>0 e reações que liberam calor

(exotérmicas) ∆H<0. Ao aumentarmos a temperatura a reação endotérmica é favorecida e ao

diminuirmos exotérmica. Logo, caso se aumentarmos a temperatura na reação acima os

produtos serão favorecidos.

- Efeito da pressão

Sabemos que volume e pressão são inversamente proporcionais e que quantidade de

matéria e volume são diretamente. Assim, o efeito da pressão em reações químicas consiste

justamente no deslocamento do equilíbrio para o sentido que há mais ou menos quantidade de

matéria. Lembrando que espécies sólidas e líquidas são incompressíveis, logo a concentração

dessas espécies não são alteradas pelo efeito da pressão. Diferentemente dos gases. Logo, se

aumentarmos a pressão na reação acima o equilíbrio será deslocado para os reagentes, ou seja,

para o sentido que há menor quantidade de matéria.

52

Cálculo das concentrações no equilíbrio a partir da constante de equilíbrio

Ionização do ácido carbônico: H2CO3 + H2O ↔ H3O+ + HCO3

-

Tabela 09 – Tabela para a determinação das concentrações no equilíbrio da reação especificada

H2CO3 H3O+ HCO3

-

Início 2mol.L-1

0 0

Variação -x +x +x

Equilíbrio 2-x x x

32

33 ]][[

COH

HCOOHKa

Ka= 4,45 x 10-7

Colocar os valores na expressão de Ka e encontrar o valor de x em mol.L-1

.

Exemplo do cotidiano de reação em equilíbrio: lentes fotossensíveis.

2 Ag+ + 2 Cl

- ↔ 2 Ag

0 + Cl2 presença de luz

2 Cu+ + Cl2 ↔ 2 Cu

2+ + 2 Cl

- e

2 Cu2+

+ 2 Ag0

↔ 2 Ag+ + 2Cu

+ ausência de luz

53

Figura 10 – Lentes Fotossensíveis.

A constante de equilíbrio é definida em inúmeros sistemas que se estende desde a

ionização de um ácido inorgânico até a formação do complexo enzima-substrato no

mecanismo de catálise enzimática que ocorre em nosso organismo.

6.2. Exercícios

01)Escreva a expressão da constante de equilíbrio (Kc) para a seguinte reação:

CO(g) + ½ O2(g) ↔ CO2 (g)

02) Calcule o KPS do sulfato de estrôncio, cuja solubilidade, a uma determinada temperatura,

é 91,8mg.L-1

.

03) Considere a seguinte equação química:

2 BrF5 (g) ↔ Br2 (g) + 5 F2 (g)

Responda os seguintes itens abaixo sobre a decomposição do pentafluoreto de bromo:

a) se ao decorrer da reação fosse retirado o gás Br2 do sistema. O que iria ocorrer com o

equilíbrio químico?

b) e se a pressão fosse reduzida, o que iria ocorrer no equilíbrio?

54

c) 0,200 mol de BrF5 é colocado em um recipiente de 20L a 1500K. Ao final do equilíbrio foi

encontrado 0,180 mol de F2. Considere que no equilíbrio a pressão total é 2,12 atm. Calcule

Kp.

04) Calcule as concentrações de equilíbrio da ionização do ácido genérico, fraco e

monoprótico, HG. Sabendo-se que a concentração inicial é 4x10-3

mol.L-1

e que a constante

Ka= 2,20 x 10-5

.

55

7. Limite

7.1. Conceito

O limite é a base para definirmos derivada e integral, além de ser essencial para todo o

cálculo diferencial. Suponhamos que queremos determinar para qual ponto a função f(x) = x²-

4 vai quando x se aproxima de 3, veja a tabela a seguir:

Tabela 10 – Valores de x e f(x) para a função especificada anteriormente

x 2,9 2,99 2,999 2,9999 2,99999

f(x) 4,41 4,9401 4,994001 4,99940001 4,99994

Percebe-se que, quando a x se aproxima de 3, a função se aproxima cada vez mais do

número 5. Portanto, assim, concluímos que:

54lim 2

3

x

x

Lemos: “Limite de x² - 4 quando x tende a 3 é igual a 5”

É levantada uma pergunta a partir do cálculo desse limite: por que precisamos calcular

o limite se, ao substituirmos o valor de x na função, conseguimos o valor de f(x)?

Bom, a definição de limite se mostra importante para funções que não são definidas

em algum ponto. Por exemplo, no caso da função

67²5

252)(

2

xx

xxxf

Quando tentamos calcular o valor da função quando x = 2, temos que

0

0

6272.5

22522)(

2

2

xf

56

Como sabemos, não se pode dividir uma quantia por zero, ainda mais zero. O

quociente 0/0 constitui uma indeterminação e torna uma função indefinida nesse ponto.

Assim, como sabemos para qual ponto a função está tendendo quando ela se aproxima

do ponto x = 2?

Quando uma função possui uma indeterminação, significa que há um termo que zera

ela em cima e embaixo. Sabendo que a função acima é composta por dois polinômios sendo

divididos, pela definição de polinômio, sabemos que eles podem ser fatorados. Como há a

indeterminação 0/0, significa que dois é uma das raízes dos dois polinômios (do polinômio do

numerador e do polinômio do denominador). Portanto, para resolvermos o problema, temos

que, inicialmente, dividir ambos os polinômios por (x – 2), que é o termo que zera os

polinômios em x = 2.

Dividindo os polinômios como uma forma de fatoração, temos que:

)35)(2(

)12)(2(lim

67²5

252lim

2

2

2

xx

xx

xx

xx

xx

Agora, basta cancelarmos o termo que zera o numerador e o denominador para

resolvermos o problema.

13

3

325

122

)35(

)12(lim

67²5

252lim

2

2

2

x

x

xx

xx

xx

Assim, somente por meio do limite podemos indicar a tendência de funções que

possuem indeterminações aos pontos nos quais elas são indeterminadas.

Existem vários tipos de indeterminações, e várias maneiras de fugir de cada uma delas

na resolução do limite. Serão discutidas algumas delas nessa apostila, e outras serão

discutidas no decorrer do semestre da disciplina “Cálculo 1”.

Exemplo 01: Determine o valor de 3

9lim

9

x

x

x

57

SOLUÇÃO – Percebemos, calculando o valor de f(x) quando x tende a 9, que o ponto não

pertence ao domínio da função, pois percebe-se a indeterminação 0/0. Para resolver o

problema, neste caso em que temos um número não-racional no denominador, racionalizá-lo

usando o produto da soma pela diferença de dois termos. Temos então:

3

9lim)(lim

99 x

xxf

xx

3

3

3

9lim

9 x

x

x

x

x

9

)3)(9(lim

9 x

xx

x

Agora, devemos cancelar o termo que zera o numerador e o denominador da função e

resolver o limite:

63lim)(lim99

xxfxx

7.2. Propriedades

Se L, M e k são números reais e ( e ( , então:

7.2.1. Regra da soma: o limite da soma de duas funções é a soma de seus limites.

MLxgxfcx

))()((lim

7.2.2. Regra da diferença: o limite da diferença de duas funções é a diferença de seus

limites.

MLxgxfcx

))()((lim

58

7.2.3. Regra do produto: o limite do produto de duas funções é o produto de seus

limites.

MLxgxfcx

))()((lim

7.2.4. Regra da multiplicação por constante: o limite de uma constante multiplicado

pela função é a constante multiplicada pelo limite da função.

Lkxfkcx

))((lim

7.2.5. Regra do quociente: o limite do quociente de duas funções é o quociente de seus

limites, desde que o limite do denominador não seja zero.

0,)(

)(lim

M

M

L

xg

xf

cx

7.2.6. Regra da potenciação: se r e s são inteiros e não têm um fator comum, e s ≠ 0,

então s

r

s

r

cxLxf

))((lim , desde que s

r

L seja um número real. (Se s é par,

pressupomos que L > 0). O limite de uma potência racional de uma função é a

potência do limite da função, desde que esse último seja um número real.

7.3. Limites Laterais

Quando analisamos ( estamos pensando que , isto é, x se aproxima

de a, por valores maiores ou menores que a.

Escrevemos ( e dizemos que o limite à esquerda de f(x) quando x

tende a a é igual a L se pudermos tornar os valores de f(x) arbitrariamente próximos de L,

para x suficientemente próximo de a e x menor que a.

59

Entretanto, podemos fazer x se aproximar de a apenas por valores maiores do que a.

Nesse caso, dizemos que x tende a a pela direita e indicamos ( .

Figura 11 – Limite à esquerda Figura 12 – Limite à direita.

Existe ( se e somente se os limites laterais são iguais. Em outras palavras,

( se e somente se ( = L e ( = L.

Exemplo 1 : Considere a seguinte função:

1,2

1,2

1,4

)(

xx

x

xx

xf

Calcule os limites laterais com x tendendo a 1.

SOLUÇÃO – Se atribuirmos a x valores próximos de 1, porém menores que 1 (à esquerda de

1), temos que os valores da função ficam próximos de 3; e atribuindo a x valores próximos de

1, porém maiores que 1 (à direita de 1), temos que os valores da função ficam próximos de –

1.

Exemplo 2: Seja a função f definida por

1,4

1,4

1,1

)(

2

xx

x

xx

xf

60

Determinar:

a) (

b) (

c) Esboce o gráfico de f(x)

SOLUÇÃO – Pela definição de limite à esquerda, você responde a letra a). Observe que a

função f(x) está definida por f(x) = x² + 1 se x < 1. Logo,

211)1(lim)(lim 22

11

xxf

xx

Agora, pela definição de limite à direita você responde a letra b). Observe que a função f(x)

está definida por f(x) = 4-x se x>1. Logo,

314)4(lim)(lim11

xxfxx

Como solução da letra c), note que f(1) = 4. Com estas informações, de que f (1) = 4,

2)(lim1

xfx

e 3)(lim1

xfx

, você consegue perceber como f(x) se comporta quando x está

próximo de 1. Para esboçar o gráfico de f(x), dê valores para x, x < 1 e calcule os valores de

f(x) correspondentes através da expressão x² + 1; dê valores para x > 1 e calcule os valores de

f(x) correspondentes através da expressão 4 – x e veja o gráfico de f(x), abaixo.

Figura 13 – Gráfico de f(x)

61

7.4. Definição de limite

A ideia de limite é um pouco vaga para alunos que iniciam sua jornada no cálculo

diferencial e integral. Inicialmente, ela será apresentada, e depois a explicaremos de uma

maneira mais didática.

Definição Precisa de Limite: Considere a existência de uma função f definida em um

intervalo aberto que contém o número a (podendo a função ser descontínua no próprio

ponto a). Dizemos então que o limite de f(x) quando x se aproxima de a é L

Lxfax

)(lim

se para todo número ε > 0 existe um número δ > 0 tal que

se ax0 , então Lxf )(0

Agora, vamos ver um exemplo que esclareça

tudo isso. Considere a função

3,6

3,12)(

x

xxxf

Figura 14 – Gráfico de f(x). Retirado de [2]

Como percebemos, ela é uma função com uma descontinuidade em x = 3, porém é

uma função definida em todo o domínio dos reais. Como vimos anteriormente, o limite dessa

função existe e é igual a 5. Porém, como, por meio da definição, provar que esse limite

existe?

62

No caso, o que deve ser feito é estabelecer um desvio para a variável no eixo x, assim,

poderemos observar o desvio no eixo y. No caso, definiremos o desvio δ = 0,01. Devemos

descobrir qual é o desvio em y ε gerado por esse desvio em x. Para x = 3,01 e para x = 2,99,

02,5101,32)01,3( f

98,4199,22)99,2( f

Percebe-se, por aí, que o desvio ε, para δ = 0,01, é

02,0))99,2(),01,3(max()01,0(

02,0)(lim)99,2()99,2(

02,0)(lim)01,3()01,3(

3

3

xx

xffx

xffx

x

x

É possível definirmos uma função que descreva o desvio para o ponto x = 3. Para um

ponto x = 3 ± δ,

251261)3(2)3(f

Assim, temos que

2)(

Um fator interessante que deve ser considerado para que seja comprovada a existência do

limite no ponto x = 3 é que, quando δ tende zero, ε também tende a zero.

Exemplo 1: Prove, por meio da definição, que 065²lim2

xxx

SOLUÇÃO – Inicialmente, é importante vermos que a função f(x)=x²-5x+6 é contínua, o que

nos livra de algumas preocupações por meio de notações. Temos que, inicialmente, calcular o

valor da função para um valor de x deslocado do valor onde o limite é definido. Assim, para x

= 2 ± δ, temos que

63

6510²446)2(5)²2()2( f

)²(0)2( f

Assim, concluímos que o erro ε associado ao desvio em y é dado por

²)(

Quando δ tende a zero, ε tende a zero, o que comprova que o limite do enunciado está

correto.

Exemplo 2: Prove, por meio da definição, que o limite da função Heaviside H(t) não existe no

ponto x = 0.

0,1

0,0)(

t

ttH

Figura 15 – Função Heaviside. Retirado de [2]

SOLUÇÃO – Percebe-se, primeiramente, que a função Heaviside não é contínua, pois há um

salto na função no ponto x = 0. Assim, teremos que calcular os desvios para cada um dos

trechos (antes e depois do zero) separadamente. Para x = 0 + δ, temos que

1)0( f

Já para x = 0 – δ, temos que

0)0( f

Assim, temos que

64

0,1

0,0)0(

f

Assim, temos que a função ε(δ) é dada por

1)(

Como, ao tendermos δ a zero, ε não tende a zero, o limite não existe.

7.5. Limites que envolvem infinito

Quando estamos lidando com limites laterais

em algumas funções tendendo a um valor definido,

pode ocorrer que essas funções cresçam ou decresçam

indefinidamente. Por exemplo, tomemos a função

3

2)(

x

xxf

Figura 16 – Gráfico de f(x). Retirado de [2]

Inicialmente, percebemos que

3

2lim

3 x

x

x não existe, já que os limites laterais são distintos.

Ao calcularmos o limite lateral pela esquerda da função tendendo a x = 3, percebe-

se que a função decresce rapidamente.

Tabela 11 – Valores de f(x) para diferentes valores de x

65

x 2 2,9 2,99 2,999 2,9999 2,99999

f(x) -4 -58 -598 -5998 -59998 -599998

Assim, podemos escrever que

3

2lim

3 x

x

x

É importante ressaltar que o símbolo infinito não é um número, é uma notação para

representar um número demasiadamente grande. Ou seja, se o limite de uma função tende a

infinito, na verdade, ele não existe, já que a função tende a valores absurdamente extremos

(extremo positivo – infinito – ou extremo negativo – menos infinito) mas não a um valor

definido.

Já quando calculamos o limite lateral da função pela direita, temos que

Tabela 12 – Valores de f(x) para diferentes valores de x

x 4 3,1 3,01 3,001 3,0001 3,00001

f(x) 8 62 602 6002 60002 600002

Dessa forma, temos que

3

2lim

3 x

x

x

ou seja, o limite lateral pela esquerda também não existe.

A linha x = 3 é definida como a assíntota vertical do gráfico da função f(x), pois a

função tende a beirar a linha, mesmo que nunca a toque.

Exemplo 1: Circuitos elétricos são geralmente tratados como um circuito no qual se acopla

uma resistência elétrica (geralmente, um equipamento elétrico) para que energia seja

dissipada nesta. Porém, sabe-se que existe uma resistência interna do próprio filamento que

conecta os componentes do circuito. Considere um circuito formado apenas por uma fonte de

66

tensão e um fio conectando as duas entradas da fonte. Pela lei de Ohm, temos que a corrente

que passa por esse filamento é dada por

R

VI

em que R é a resistência interna do filamento e V é a tensão exercida pela fonte. Determine, se

existir, o limite da corrente elétrica que percorre o circuito quando a resistência tende a zero.

SOLUÇÃO – Percebe-se, inicialmente, que o limite tende pelo lado direito, já que a

resistência de um circuito elétrico é maior do que zero. Percebe-se, também, que quanto

menor o valor da resistência, como ela está no denominador da função, maior o valor da

corrente, e valores ínfimos de resistência levam a valores gigantescos de corrente. Assim,

conclui-se que

R

VI

RR 00limlim

ou seja, o limite não existe. A reta x = 0 é a assíntota vertical do gráfico.

Exemplo 2: Calcule o limite a seguir: 2²

²2lim

1 xx

x

x

SOLUÇÃO – Para calcularmos o limite, inicialmente, os limites laterais da função:

²2lim

1 xx

x

x

²2lim

1 xx

x

x

Percebe-se, já por aí, que os limites laterais não coincidem. Assim, o limite

²2lim

1 xx

x

x não existe.

67

Obs.: Caso ambos os limites laterais de uma função arbitrária f(x) tendessem a infinito ou a

menos infinito quando x tendesse a a, poderíamos escrever

)(lim xfax

mesmo que, teoricamente, o limite não exista.

Assim como são objetos de estudo do cálculo diferencial e integral os limites

infinitos, também são os limites que tendem a infinito. Consideremos a seguinte função:

xxf

15)(

Vejamos o comportamento da função à medida que x tende a infinito.

Tabela 13 – Valores de f(x) para os valores de x especificados

x 1 10 100 1000 10000 100000

f(x) 6 5,1 5,01 5,001 5,0001 5,00001

Percebe-se, por meio dos valores, que à medida que a variável aumenta, a função

tende a 5. Assim, concluímos que

51

5lim

xx

Para a resolução de limites tendendo a infinito, é muito importante o seguinte

teorema:

Teorema: Se k é um número racional positivo e c é um número real arbitrário, então

0lim kx x

c e 0lim

kx x

c

68

desde que xk seja sempre definido.

A importância desse teorema é dedicada à resolução de limite de funções racionais.

Para resolvermos um limite desse tipo, devemos primeiro dividir numerador e denominador

por xn, em que n é a mais alta potência de x que aparece no denominador e, em seguida,

aplicamos o teorema acima.

Exemplo 3: Determine 2²3

5²2lim

xx

x

x

SOLUÇÃO: A maior potência de x no denominador é x². Assim, dividimos numerador e

denominador pelo termo e aplicamos o teorema acima.

²

2²3²

52

lim2²3

52lim

2

2

x

xxx

x

xx

x

xx

²

213

²

52

lim

xx

xx

²

213lim

²

52lim

xx

x

x

x

3

2

003

02

²

2lim

1lim3lim

²

5lim2lim

xx

x

xxx

xx

69

Exemplo 4: Determine 34

2²9lim

x

x

x

SOLUÇÃO – Para iniciar a solução do problema, temos que dar um jeito de retirar a potência

de dentro da raiz. Assim, fatoraremos o polinômio da raiz em função do x²

34

²

29²

lim34

²

29²

lim34

2²9lim

x

xx

x

xx

x

x

xxx

34

²

29

lim

x

xx

x

Agora, podemos continuar com o método tradicionalmente.

x

xx

xx

x

x

xx 34

²

29

lim34

2²9lim

x

xx 3

4

²

29

lim

4

3

04

09

7.6. Exercícios

01) Calcule os limites abaixo

a)

70

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)

k)

l)

m)

n)

o)

p)

q)

r)

71

s)

t)

02) Dada a função f definida por

1,5

1,3

1,23

)(

xax

x

xx

xf . Determinar a є R para que exista

)(lim1

xfx

.

03) Calcule os limites a seguir:

a) 742

135lim

2

2

xx

xx

x

b) 726

13lim

23

3

xx

xx

x

c) xx

x

x 54

32lim

3

2

72

8. Derivada

8.1. Definição

Para entender o que é a derivada, é preciso que se conheça o conceito de limite.

Relembrando: O limite é uma aproximação infinitesimal de x a um valor de x, mas sem que x

seja exatamente aquele valor.

DEFINIÇÃO: É o coeficiente de inclinação da reta tangente ao gráfico de uma função y =

f(x) em um determinado ponto P=(x0, f(x0)). Também pode ser interpretada como o quanto y

varia em função de x. E é calculada como:

0

0

0

)()(lim)(

xx

xfxfxf

dx

d

x

Se considerarmos 0xxh , pode-se utilizar:

h

xfhxfxf

dx

d

h

)()(lim)( 00

0

Agora, você deve estar se perguntando: Qual maneira é usada para calcular? Use

aquela que for mais conveniente na resolução do problema.

Exemplo 1: Use a definição de derivada via limite para calcular a derivada f'(x), para

735)( 2 xxxf

SOLUÇÃO –

73

h

xfhxfxf

dx

d

h

)()(lim)( 00

0

h

xxhxhxxf

dx

d

h

]7)(3)(5[]7)(3)(5[lim)( 0

2

00

2

0

0

h

xxhxhhxxxf

dx

d

h

7357335)(105lim)( 0

2

00

2

0

2

0

0

Simplificando,

h

hhhxxf

dx

d

h

35)(10lim)(

2

0

0

Colocando h em evidência,

h

hxhxf

dx

d

h

)3510(lim)( 0

0

Simplificando novamente,

3510lim)( 00

hxxfdx

d

h

Finalmente, resolvendo o limite acima,

310)( 0 xxfdx

d

Existe outra forma de representar )(xfdx

d, que é da forma explicitada a seguir:

')( yxfdx

d

74

)(')( xfxfdx

d

A do lado esquerdo da equação é a notação formal e do lado direito a notação usual.

8.2. Propriedades

Considere que f e g são funções de x deriváveis.

8.2.1. Regra da constante

A derivada de uma função constante é igual a zero.

cf

0'f

8.2.2. Regra da soma

A derivada da soma é a soma das derivadas.

'')'( gfgf

8.2.3. Regra da subtração

A derivada da subtração é a subtração das derivadas.

'')'( gfgf

75

8.2.4. Regra da multiplicação por um escalar

Considere c uma constante não nula (diferente de zero). A derivada de uma função que

multiplica uma constante é a constante vezes a derivada da função.

')'( cfcf

8.2.5. Regra do produto

A derivada do produto é derivada da primeira função vezes a segunda função mais a

primeira função vezes a derivada da segunda função. (Resumindo: derivada da primeira vez a

segunda mais primeira vezes a derivada da segunda).

'')'( fggffg

8.2.6. Regra do quociente

A derivada do quociente é a derivada da primeira função vezes a segunda função

menos a primeira função vezes a derivada da segunda função, tudo sobre o quadrado da

segunda função; Sendo que neste caso g(x) tem que ser não nulo.

2

''

g

fggf

g

f

Exemplo 01: Utilizando as regras acima, resolva a derivada no ponto utilizando a definição

por limite.

103)( 2 xxxf

Podemos dividir a função em duas:

76

)()()( xhxgxf

xxxg 23)(

10)( xh

Como )(xh é uma função constante, então h’(x) = 0. Agora, vamos resolver a derivada da

função g(x):

h

xghxgg

h

)()(lim' 00

0

h

xxhxhxg

h

)3()]()(3[lim' 0

2

00

2

0

0

h

xxhxhhxxg

h

0

2

00

2

0

2

0

0

3363lim'

Simplificando,

h

hhhxg

h

2

0

0

36lim'

Colocando h em evidência,

h

hxhg

h

)136(lim' 0

0

Simplificando novamente

)136(lim' 00

hxgh

Resolvendo o limite,

77

16' 0 xg

Utilizando a regra da soma, finalmente,

'')'(' hghgf

16' 0 xf

8.2.7. Regra da potência

A derivada de uma função do tipo xr, sendo r um número racional, é dada por

1 rr rxxdx

d

8.3. Derivadas Importantes

Funções exponenciais e logarítmicas

(

(

(

( | |

(

(

(

Funções trigonométricas e suas inversas

(

(

(

(

(

(

78

(

(

| |√

(

(

| |√

(

(

Funções hiperbólicas e suas inversas

(

(

(

(

(

(

(

(

(

(

| |√

(

(

8.4. Aplicações

8.4.1. Extremos de Funções

A partir da derivada, é possível identificar os valores extremos de uma função

contínua, isto é, os valores de máximo e mínimo da mesma.

Definição: Seja f uma função gráfica em um conjunto S de reais, e seja c um número

em S.

(i) f(c) é o valor máximo absoluto de f em S se f(x) f(c) para todo x em S.

(ii) f(c) é o valor mínimo absoluto de f em S se f(x) f(c) para todo x em S

79

Figura 17 – Valor máximo de uma função

Figura 18 – Valor mínimo de uma função

8.4.1.1. Teorema do Valor Extremo

Definição: Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a,b], então f toma seu valor

máximo e seu mínimo ao menos uma vez em [a,b].

Esse teorema é importante, pois garante a existência de extremos caso f seja contínua

em um intervalo fechado. Dessa forma, ao representar a função graficamente, deve-se

procurar por estes valores.

Uma função pode admitir mais de um valor de mínimo e máximo. O maior valor da

função num intervalo fechado é chamado de máximo absoluto, como visto anteriormente. Da

mesma forma, o menor valor é chamado de mínimo absoluto.

80

Figura 19 – Pontos de máximo e mínimo de uma função.

[http://www.cin.ufpe.br/~gamr/FAFICA/matematica/ApostilaLimiteDerivada.pdf]

Na figura 3, os pontos 3 e 4 representam os pontos de mínimo e máximo absolutos,

respectivamente. Já os pontos 1 e 2, os pontos de mínimo e máximo locais (ou relativos).

Graficamente, um ponto extremo local significa que localmente, ou seja, num intervalo aberto

suficientemente pequeno, esse é o ponto mais alto ou mais baixo do gráfico. A figura a seguir

mostra como classificar estes pontos.

Figura 20 – Classificação do pontos de mínimo de máximo

Teorema: Se f tem um extremo local em um número c em um intervalo aberto, então

ou f’(c) = 0 ou f’(c) não existe.

Como consequência, temos que se a derivada em um ponto existir ou for diferente de

zero, o valor de f(c) não é um extremo local.

Ponto crítico: Um número c no domínio de uma função é um número crítico de f se

f’(c) = 0 ou se f’(c) não existe.

81

Recapitulando...

Passos para encontrar os extremos de um função contínua em um intervalo fechado

[a,b]:

I. Determinar todos os números críticos da função em (a,b)

II. Calcular f(c) para cada número crítico obtido anteriormente

III. Calcular os valores extremos f(a) e f(b)

IV. Os valores máximo e o mínimo de f em [a,b] são o maior e o menor valores da

função calculados em 2 e 3.

Exemplo 1: Determine os valores de máximo e mínimo absolutos de f(x) = x² no intervalo [-

2,1].

SOLUÇÃO – A função é derivável em todo o seu domínio, portanto o único ponto crítico é

onde a derivada é igual à zero:

f’(x) = 2.x = 0

x = 0

Precisamos verificar os valores da função no ponto crítico (x=0) e nas extremidades

x= -2 e x=1

f(0) = 0² = 0

f(-2) = (-2)² = 4

f(1) = 1² = 1

Assim, a função apresenta um valor máximo absoluto de 4 em x=-2 e um mínimo

absoluto de 0 em x=0.

8.4.2. Teorema do Valor Médio

82

A determinação dos pontos críticos nem sempre é fácil. Assim, há um teorema que dá

condições suficientes para a existência de pelo menos um ponto crítico:

Teorema de Rolle: Se f é contínua em um intervalo fechado [a,b] e diferenciável no

intervalo aberto (a,b) e se f(a) = f(b), então f’(c) = 0 para ao menos um número c em (a,b).

A principal aplicação deste teorema é na demonstração do Teorema do Valor Médio,

um dos mais importantes no Cálculo.

Teorema do valor médio: Se f é contínua em um intervalo fechado [a,b] e

diferenciável no intervalo aberto (a,b), então existe um número c em (a,b) tal que:

ab

afbfcf

)()()('

Basicamente, este teorema garante que se há uma função f derivável e sendo dados

dois pontos (a, f(a)) e (b, f(b)) do gráfico de f, existe pelo menos um ponto c, tal que a<c<b,

de modo que a reta tangente ao gráfico de f traçada pelo ponto (c, f(c)) é paralela à reta

traçada entre os pontos (a, f(a)) e (b, f(b)).

Figura 21 – Representação gráfica do teorema do valor médio.

Exemplo 2: Se 14

1)( 2 xxf , mostre que f verifica as hipóteses do teorema do valor médio

no intervalo [-1,4], e determine um número c em (-1,4) que satisfaça a conclusão do teorema.

83

SOLUÇÃO – A função quadrática f é contínua em [-1,4] e diferenciável em (-1,4); logo, pelo

teorema do valor médio, existe um número c em (-1,4) tal que:

)1(4

)1()4()('

ffcf

Com f(4) = 5, f(-1) = 5/4 e f’(x) = ½.x, temos

)1(4

4

55

2

1

c

4

3

2

1 c

2

3c

8.4.3. Teste da Primeira Derivada

O estudo do sinal da primeira derivada é importante, pois com isso é possível

determinar onde uma função cresce ou decresce e, assim, classificar os extremos locais.

Seja f uma função contínua em [a,b] e diferenciável em (a,b): ela será crescente se para

todo x pertencente ao intervalo (a,b), sua derivada for maior que zero em todo o intervalo

[a,b]. Analogamente, f será decrescente se para todo x em (a,b), sua derivada for menor que

zero em [a,b].

Quando estudamos extremos de funções (vide 1.1), vimos que quando há um extremo

local a derivada neste ponto ou é zero ou não existe, e neste ponto temos um número crítico.

Porém, a recíproca não é verdadeira: Nem todo ponto crítico conduz a um extremo local, por

isso temos que testar todos para saber onde ocorre ou não um extremo local.

Há varias formas de teste, mas neste capítulo vamos focar em um em especial: o teste

do sinal da primeira derivada!

84

Definição: Seja c um número crítico de f, e suponhamos f contínua em c e diferenciável em

um intervalo aberto I contendo c, exceto possivelmente no próprio c.

(i). Se f’ passa de positiva para negativa em c, então f(c) é máximo local de f.

(ii). Se f’ passa de negativa a positiva em c, então f(c) é mínimo local de f.

(iii). Se f’(x)>0 ou se f’(x)<0 para todo x em I exceto x=c, então f(c) não é extremo

local de f.

Exemplo 3 – Determine os pontos críticos de f(x) = x³ - 12.x – 5 e identifique os intervalos

onde f é crescente e decrescente.

SOLUÇÃO – A função f é contínua e derivável em qualquer ponto. A primeira derivada:

f’(x) = 3.x² - 12 = 3.(x+2).(x-2)

possui como raízes x = -2 e x =2. Esses pontos subdividem o domínio de f nos intervalos (-

∞,-2), (-2,2) e (2,∞) nos quais f’ é ou positiva ou é negativa. Determinamos o sinal de f’

calculando f em um ponto conveniente em cada subintervalo. O comportamento de f é

determinado, então, aplicando-se o teste da primeira derivada a cada subintervalo temos que:

Intervalo -∞<x<-2 -2<x<2 2<x<∞

Valor calculado de f’ f’(-3) = 15 f’(0) = -12 f’(3) = 15

Sinal de f’ + - +

Comportamento de f Crescente Decrescente Crescente

8.4.4. Teste da Segunda Derivada

Da mesma forma que estudamos o sinal da primeira derivada para descobrir onde uma

função cresce ou decresce, o sinal da segunda derivada também nos dá uma informação

importante. Se f’’(x)>0 é crescente em um intervalo aberto I, então f’(x) é crescente em I, ou

seja, o coeficiente angular da tangente ao gráfico I aumenta com x, dizemos então que o

gráfico é côncavo para cima.

Definição: Se f for diferenciável em um intervalo aberto I. O gráfico de f é:

85

(i) Côncavo para cima em I se f’ é crescente em I.

(ii) Côncavo para baixo em I se f’ é decrescente em I.

Teste da segunda derivada: Se a derivada segunda f’’ de f existe em um intervalo aberto I,

então o gráfico de f é

(i) Côncavo para cima em I se f’’(x)>0 em I.

(ii) Côncavo para baixo em I se f’’(x)<0 em I.

Figura 22 – Concavidade do gráfico

Exemplo 4: Se f = x³ + x² - 5.x – 5, determine intervalos em que o gráfico de f é côncavo para

cima ou côncavo para baixo.

SOLUÇÃO – Como a primeira derivada da função f é: f’(x) = 3.x² + 2.x – 5, a segunda

derivada será: f’’(x) = 6.x + 2 = 2(3.x+1). Logo, f’’(x) < 0 se 3.x+1 < 0, isto é, se x < -1/3.

Analogamente, f’’(x) > 0 se x> -1/3. Aplicando o teste da segunda derivada:

Intervalo (-∞,-1/3) (-1/3, -∞)*

Sinal de f’ + -

Concavidade Para baixo Para cima

8.4.5. Problemas de Otimização

“Otimização é o processo de otimizar, de tornar ótimo. É a busca da excelência. É

o emprego de técnicas para seleção das melhores alternativas, com o propósito de alcançar os

objetivos determinados.” Aqui, buscaremos os melhores ou mais favoráveis valores para

diversas situações.

86

Exemplo 5: Uma caixa sem tampa será feita recortando-se pequenos quadrados congruentes

dos cantos de uma folha de estanho 12x12 pol e dobrando-se os lados para cima. Que

tamanho os quadrados das bordas devem ter para que a caixa chegue à sua capacidade

máxima?

SOLUÇÃO –

Atenção: Neste tipo de problema de otimização, é importante ler várias vezes o

enunciado e depois fazer um esquema a fim de retirar todas as informações para

determinar as quantidades desconhecidas.

Veja o esquema abaixo:

Figura 23 – Esboço do Problema

Nele, os quadrados nos cantos tem x polegadas de lado. O volume da caixa é uma

função dessa variável:

32 448144)212()212()( xxxxxxxV

Como os lados da folha de estanho medem só 12 pol, 6x , o domínio de V é o

intervalo 60 x .

Para descobrir mais, examina-se a primeira derivada de V em relação à x:

)6()2(12)812(121296144 22 xxxxxxdx

dV

87

Das duas raízes, x=2 e x=6, apenas x =2 está contida no domínio da função, fazendo

parte da lista de pontos críticos. Os valores de V neste único ponto crítico e nas extremidades

são

V(2) = 128

V(0) = 0

V(6) = 0

O volume máximo é 128 pol³. Os quadrados a serem recortados devem ter 2 pol de

lado.

Exemplo 6: Um recipiente cilíndrico, aberto em cima, deve ter a capacidade de 375.π cm³. O

custo do material usado para a base do recipiente é de 15 centavos por cm² e o custo do

material usado para a parte curva é de 5 centavos por cm². Se não há perda de material,

determine as dimensões que minimizem o custo do material.

SOLUÇÃO – Primeiro faz-se um esboço do recipiente, onde h é a altura do cilindro e r o raio

da base, ambos em centímetro.

Figura 24 – Esboço do Problema

A quantidade a minimizar é o custo C do material. Como os custos, por centímetro

quadrado, da base e da parte curva são 15 e 5 centavos, respectivamente, temos, em termos de

reais:

Custo do recipiente = 15.área da base + 5.área lateral

Assim,

88

)23(5)2(5)(15 22 rhrhrrC

Podemos expressar C como função de uma variável, r, escrevendo h em termos de r.

Como o volume do recipiente é 375.π cm³, vemos que:

3752 hr , ou 2

375

rh

Substituindo h por 2

375

r em C, temos:

rr

rrrC

75035

375235 2

2

2

Para achar os pontos críticos basta derivar C em relação à r:

2

3

22

12530

12530

75065

r

r

rr

rr

dr

dC

Como

, se r=5, então 5 é um número crítico. E como

< 0, se r<5 e

>0, se

r>5, segue-se do teste da primeira derivada que C tem seu mínimo quando o raio do cilindro é

igual a 5 cm. O valor correspondente da altura é h =

= 15 cm.

8.4.6. Outras Aplicações

A utilização da derivada vai além do cálculo, esta também tem aplicações na física e

na economia, como veremos a seguir.

Seja S(t) uma função de deslocamento de uma partícula P. Esta função fornece o local

que a partícula está num determinado instante t. A velocidade de P no instante t é a derivada

S’(t), ou seja, a taxa de variação da partícula em função do tempo. De modo análogo, a

89

aceleração é a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo, isto é, a derivada da

velocidade v’(t), ou ainda, a derivada segunda do deslocamento S’’(t).

dt

dSv e

dt

dS

dt

d

dt

dva

Exemplo 7: Uma bola de basquete é lançada verticalmente para cima, por um menino, e tem

posições S no decorrer do tempo t, dadas pela função horária S(t) = 60.t – 5.t² (s em metros e t

em segundos).

a) Calcule o tempo gasto para atingir a altura máxima.

b) Determine a altura máxima em relação ao solo. Ver Figura 6.

Figura 25 – Lançamento Vertical

SOLUÇÃO – Como a função horária é a função que determina o espaço em função do tempo,

ao derivar a expressão S(t) = 60.t – 5.t² , tem-se a velocidade instantânea em função do tempo,

assim, S’(t) = 60 – 10.t, igualando a zero, já que ao atingir a altura máxima a velocidade é

nula, temos que:

v(t) = 0

60 – 10.t = 0

t = 6 s

Para determinar a altura é preciso substituir o tempo na expressão do espaço, tem-se:

S(6) = 60.6 – 5.6²

S(6) = 180 m

90

Assim, conclui-se que o tempo gasto para atingir a altura máxima é 6 segundos e a

altura máxima em relação ao solo é de 180 metros.

Na economia, Segundo MUNEM & FOULIS (1982), o termo “marginal” é

freqüentemente usado como um sinônimo virtual para “derivada de”. Assim, se x é o número

de unidades de um determinado produto, C(x) é o custo da produção de x unidades e, C’(x) o

custo marginal, que pode ser interpretado como a taxa que o custo varia em relação ao número

de x unidades produzidas.

Da mesma forma, c(x) é o custo médio da produção de uma unidade e c’(x) é custo

médio marginal. R(x), a receita proveniente da venda de x unidades e R’(x), a receita

marginal, e por fim, P(x) o lucro na venda de x unidades e P’(x), o lucro marginal.

Exemplo 8 – No cinema, o preço de um pacote de pipoca é de R$ 4,50. O pipoqueiro pode

vender 500 pacotes de pipocas com o custo de R$1,40 por pacote. Para cada centavo que o

pipoqueiro baixar no preço do pacote, a quantidade vendida pode aumentar de 50 unidades

(pacotes). Que preço de venda maximizará o lucro?

SOLUÇÃO – Inicialmente, observe que o lucro é de R$ 3,10 por pacote. Se x é o número de

centavos que o pipoqueiro baixa no preço de cada pacote; o lucro na venda de cada pacote de

pipoca será então de (310 – x) centavos, e a quantidade vendida será (500 + 50x). O lucro

total é, portanto, o lucro por unidade (pacote) vezes a quantidade vendida, ou seja,

P = P(x) = (310 – x) (500 + 50x) = 155000 + 15500x – 500x – 50x²

P(x) = 155000 + 15000x – 50x²

Agora, deve-se maximizar a função P(x). Como P é uma função polinomial, basta

igualar sua derivada à zero (uma vez que a derivada sempre existe) e resolver a equação

resultante. Sendo:

P’(x) = 15000 – 100x

15000 – 100x = 0

x = 150

91

Como a derivada segunda de P é igual a P’’(x) = − 100, portanto negativa para

qualquer valor de x, segue que x = 150 é um ponto de máximo. Assim, o preço de venda que

dará o maior lucro é de R$ 3,00.

8.5. Regra de L’Hospital

Muitas vezes nos deparamos com limites indeterminados, da forma 0/0 ou ∞/∞. Para

resolvê-los podemos utilizar a derivada de acordo com uma regra especial, chamada de Regra

de L’Hospital.

Teorema: Regra de L’Hospital 1ª forma

Suponha que f(a) = g(a) = 0, que f’(a) e g’(a) existam e que g’(a) 0. Então

)('

)('

)(

)(lim

ag

af

xg

xf

ax

Exemplo 1: Calcule o 4

16lim

2

4

x

x

x

SOLUÇÃO – Nesse caso temos uma indeterminação da forma 0/0, então aplica-se a regra de

L’Hospital, dividindo a derivada da função de cima pela derivada da função de baixo. Assim:

81

2lim

4

16lim

4

2

4

x

x

x

xx

Às vezes, mesmo após a primeira derivação, os novos numerador e denominador

continuam iguais a zero em x=a. Para isso, usamos uma forma mais forte da regra de

L’Hospital.

Teorema: Forma mais forte da Regra de L’Hospital:

92

Suponha que f(a) = g(a) = 0, que f e g sejam deriváveis em um intervalo aberto I

contendo a e que g’(x) 0 em I se x a. Então

)('

)('lim

)(

)(lim

xg

xf

xg

xf

axax

desde que o limite exista do lado direito da igualdade.

Exemplo 2: Calcule o 30

limx

senxx

x

8.6. Exercícios

01) Ache os números críticos das funções:

a) f(x) = 4.x² - 3.x + 2

b) g(x) = 2.t³ + t² - 20.t + 4

02) Determine se f satisfaz as hipóteses do teorema do valor médio em [a,b] e, em caso

afirmativo, ache todos os números c em (a,b) tais que:

f(b) – f(a) = f’(c).(b – a)

a) f(x) = 5.x² - 3.x +1; [1,3]

b) f(x) =

; [-2;3]

c) f(x) = 4+√ ; [1,5]

93

03) Determine os extremos locais de f e os intervalos em que f é crescente ou decrescente.

a) f(x) = 5 – 7.x – 4.x²

b) f(x) = 6.x² - 9.x + 5

c) f(x) = (x² - 10.x)4

04) Use o teste da derivada segunda para achar os extremos locais de f no intervalo [0,2π]

a) f(x) = cos x + sen x

b) ½ x – sen x

05) Uma caixa de base quadrada, sem tampa, deve ter 1m³ de volume. Determine as

dimensões que exigem o mínimo de material. (Desprezar a espessura do material e as perdas

na construção da caixa).

06) Uma página de livro deve ter uma área de 580 cm², com margens de 2,5 cm em baixo e

dos lados e 1,25 em cima. Determine as dimensões da página com maior área imprensa.

07) Um automóvel desce uma ladeira percorrendo s(t) metros em t segundos.

a) Ache a velocidade quando t=3.

b) Após quantos segundo a velocidade será de k m/s.

Resolva os exercícios acima para as seguintes equações de deslocamento:

s(t) = 5.t²+2 k = 28

s(t) = 3.t² + 7 k = 88

08) Use a regra de L’Hospital para encontrar os limites abaixo:

a)

b)

c)

09) Qual está correto qual está errado? Justifique sua resposta.

94

a)

b)

95

9. Integral

9.1. Integral indefinida e definida

9.1.1. Integral Indefinida

Considere uma função f. Chamamos uma função F de antiderivada de f, em dado

intervalo, se vale a igualdade F’(x)=f(x) para todo x no intervalo. Assim, F(x)=x4+5 é

antiderivada de f(x)=4x3, pois F’(x)=Dx(x

4)+Dx(5)=4x

3. Observe que o mesmo resultado seria

obtido se F(x)= x4 + 6. Assim, podemos generalizar essa antiderivada por F(x)=x

4+C onde C

é uma constante arbitrária que sempre será anulada no processo de derivação.

A partir do processo de integração indefinida, podemos obter as antiderivadas da

função f(x). A integral é dita indefinida porque não especifica apenas uma antiderivada, mas

sim uma família delas, já que C pode assumir qualquer valor real.

CxFdxxf )()(

Na maioria dos casos, elas podem ser resolvidas através da regra da potência:

1,1

1

rCr

xdxx

rr

Algumas propriedades são utilizadas no cálculo de integrais indefinidas, entre elas:

Rxdxxfcdxxcf ,)()(

dxxgdxxfdxxgxf )()()]()([

Exemplo 1: Determine a dxx 22

96

SOLUÇÃO – Utilizando a regra da potência,

Cx

Cx

dxx

2

)12(22

122

Exemplo 2: Determine a dxx )2(3 5

SOLUÇÃO – Utilizando as regras da subtração e da potência,

dxdxxdxx 2)2( 3/53 5

2

10

1

13/5

102

13

5C

xC

x

Cxx 28

3 3/8

Observe que as constantes de integração C1 e C2 foram somadas, resultando em apenas

uma constante C. É comum acrescentá-la apenas ao final e não a cada soma da integral, pois

ela conterá todas as outras constantes.

Exemplo 3: Você foi encarregado de determinar a função custo total da produção de drogas

farmacêuticas. Sabe-se que o custo marginal (derivada do custo total CT em relação à

quantidade produzida Q) é dado pela função CM= 150Q+35(R$). Também determine CT para

a produção de 20 unidades dessa droga, se cada uma pode ser produzida à R$210.

SOLUÇÃO – Utilizando a definição de integral indefinida vista anteriormente e o conceito de

antiderivada (F’(x)=f(x)), podemos rearranjar os termos de forma que CxFdxxF )()(' .

Aplicando ao problema:

dQQdQCT )35150('

97

dQQdQ 35150

CQQ 3575 2

Portanto a função procurada é CQQCT 3575' 2

Para Q=1, CT=75+25+C=210 → C=110 e reescrevemos CT=75Q2+35Q+110.

CT(20)=75(20)2+35(20)+110=R$ 30810.

9.1.1.1. Técnicas de Integração

Muitas integrais não podem ser rearranjadas inicialmente de forma a se aplicar a regra

da potência. Por isso, podemos utilizar artifícios que facilitem as operações, como

apresentado a seguir.

MUDANÇA DE VARIÁVEIS OU MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO

A integração e diferenciação indefinida são operações inversas, ou seja, integrar a

derivada de uma função resulta na própria função. Esse enunciado foi utilizado no exemplo c

da seção anterior e ficará mais claro quando estudarmos o teorema fundamental do cálculo.

Seja h(x) uma função composta de F e g, ou seja: h(x)=F(g(x)). Sua integral indefinida

é dada abaixo:

CxgFdxxgFDx ))(())](([

Aplicando a regra da cadeia ao lado esquerdo da equação e considerando F’=f:

dxxgxgFdxxgFDx )('))(('))](([

dxxgxgf )('))((

CxgF ))((

98

Ou, de maneira mais simplificada:

CuFduuf )()(

onde g(x) = u e g’(x)dx = du

Exemplo 4: Determine a dxx 56

SOLUÇÃO – A substituição será u = 6x+5; portanto, du = 6dx. Multiplicamos e dividimos a

integral inicial por um fator de 6, a fim de explicitar o 6dx e em seguida utilizamos a regra da

potência para calcular a integral. Ao final, desfazemos a substituição:

dxxdxx 5666

156

duu 2/1

6

1

CxCu

32/3

)56(9

1

2

36

1

Exemplo 5: Determine a

dx

xx

x23

2

)16(

2

SOLUÇÃO – A substituição será u=x3-6x+1; portanto du=3x

2-6 dx=3(x

2-2) dx. Nesse caso, é

necessário apenas multiplicar e dividir por um fator de 3, pois (x2-2) já está explícito na

equação original. Utilizamos novamente a regra da potência e desfazemos a substituição:

)2(

)2(3

3

1

)16(

222

2

23

2

x

dx

u

xdx

xx

x

Cxx

Cu

duu )16(3

1

3

11

3

132

99

9.1.2. Integral Definida

Antes de conceituarmos a integral definida, devemos ter em mente o conceito de soma

de Riemann. Inicialmente, consideremos uma região R em um plano coordenado, delimitada

por x=a e x=b e pelo gráfico de uma função f contínua e não negativa no intervalo fechado

[a,b]. Como determinamos a área A da região abaixo do gráfico de f? Podemos dividir o

intervalo [a,b] em n subintervalos iguais tais que

. Graficamente,

teríamos vários retângulos de mesma largura inscritos no gráfico (também poderíamos

realizar a dedução com retângulos circunscritos), interceptando-o em pelo menos um ponto.

Consideremos um retângulo de largura ∆x e altura f(uk). A área de cada retângulo é f(uk)∆x e,

portanto, a área total do polígono é representada por:

∑ (

Se fizermos a largura dos retângulos tender a zero, a área total do polígono formado é

aproximadamente a área A procurada. Ou seja:

∑ (

Agora, consideremos que a função f possa ser descontínua e negativa em alguns

pontos do intervalo [a,b]. Consideremos também que os comprimentos dos subintervalos

possam ser diferentes e o valor uk possa ser qualquer número em [xk-1,xk]. Sendo f definida em

um intervalo fechado [a,b] e P uma partição desse intervalo, a soma de Riemann de f para P é

dada por:

∑ (

100

onde uk está em [xk-1, xk] e k=1,2,3...,n.

Como f(x) pode ser negativo, devemos estudar as implicações desse fato na soma de

Riemann. Se f(uk) é positiva, o retângulo estará acima do eixo x; se f(uk) é negativa, ele estará

abaixo. Sendo assim, Rp é a soma das áreas dos retângulos acima do eixo e dos negativos das

áreas dos retângulos abaixo do eixo.

Retirando a especificação de um número n de subintervalos de uma partição P, a

integral definida de f , de a a b, pode ser entendida como o limite de uma soma:

∫ (

‖ ‖

∑ (

desde que o limite exista. A expressão f(x) é o integrando, a e b são os limites de integração,

sendo a o limite inferior e b o superior, dx refere-se ao incremento ∆xk e L é número real.

PROPRIEDADES DA INTEGRAL DEFINIDA

Apresentamos algumas das propriedades mais utilizadas no cálculo integral,

considerando funções contínuas no intervalo [a,b], sendo algumas delas já apresentadas

anteriormente para a integral indefinida:

∫ (

∫ (

∫ (

∫ ( ∫ (

∫ [ ( ( ] ∫ ( ∫ (

∫ ( ∫ ( ∫ (

[ ]

Exemplo 1: Calcule a dxx )52(

4

2

101

SOLUÇÃO – Ao lado, há o esboço do

gráfico f(x)=2x+5. Vemos que a área sob o

gráfico entre o intervalo [2,4] delimita um

trapézio. Portanto, sua área é

222

2)913(

A

Logo,

22)52(

4

2

dxx

Figura 26 – Gráfico de f(x)

Exemplo 2: Se

3

2

4 2,42dxx e

3

2

5,2xdx , determine dxxx

3

2

4 )7123( .

SOLUÇÃO – Aplicamos inicialmente a propriedade d, seguida da a para as duas primeiras

integrais e da b para a última:

3

2

3

2

3

2

4

3

2

4 753753 dxxdxdxxdxxx

1,132)23(75,252,423

Exemplo 3: Se 996

7

4

xdx e 726

7

5

xdx , determine 5

4

6xdx .

SOLUÇÃO – Aplicamos a propriedade e:

7

5

5

4

7

4

666 xdxxdxxdx

5

4

2772996xdx

0

4

8

12

1 2 3 4 5

(2,9)

(4,13)

A

102

9.2. Integrais Importantes

Funções racionais Funções exponenciais e

logarítmicas

∫ ∫

∫ ( ( (

∫( (

(

| | ∫

| | ∫

Funções trigonométricas

∫ ∫

∫ ∫

∫ | | ∫

∫ | | ∫

(

)

| |

(

)

∫ | | ∫

Funções trigonométricas inversas

∫ √ | |

103

∫ √ | |

| |

∫ | ( √ )| | |

∫ | ( √ )| | |

| |

Funções hiperbólicas

∫ ∫ (

∫ ∫ |

|

∫ ∫ | |

Funções hiperbólicas inversas

∫ √

∫ √

( | |

∫ | |

( | |

104

9.3. Teorema Fundamental do Cálculo

O Teorema Fundamental do Cálculo é o teorema que define tanto a relação entre

derivada e integral quanto a maneira de se solucionar uma integral definida.

Teorema Fundamental do Cálculo: Suponhamos f contínua em um intervalo fechado [a,

b].

Se a função G é definida por

tdtfxG

x

a

)()(

Para todo x em [a,b], então G é uma antiderivada de f em [a, b].

Se F é qualquer antiderivada de f em [a, b], então

b

a

aFbFdxxf )()()(

Exemplo 1: Calcular

2

1

23 )1( dxx

SOLUÇÃO – Desenvolveremos primeiro o produto notável do integrando e, depois,

aplicaremos a regra da potência.

2

1

2

1

3623 )12()1( dxxxdxx

2

1

47

42

7x

xx

)1(

4

)1(2

7

)1(2

4

22

7

2 4747

=14

405

105

9.4. Aplicações

9.4.1. Área

Para calcularmos a área entre duas curvas f(x) e g(x) no intervalo entre a e b, sendo,

nesse intervalo, f(x) sempre maior que g(x) , segundo o conceito de integral, basta apenas

calcularmos a integral a seguir:

b

a

dxxgxfA )]()([

É sempre importante termos um esboço das funções para que possamos calcular

esse tipo de integral, já que o cálculo de área sempre envolverá a função superior menos a

função inferior.

Assim, no caso, se quisermos calcular a área entre as curvas f(x) e g(x) no intervalo

entre a e c, sendo f(x) maior que g(x) no intervalo [a,b) e menor do que g(x) no intervalo (b,c],

calculamos a área como:

b

a

c

b

dxxfxgdxxgxfA )]()([)]()([

Outra coisa importante que percebemos é que, quando estamos calculando a b

a

dxxf )( de uma

função qualquer, estamos calculando a integral da função entre a função f(x) e a função y = 0.

Assim, caso a função seja negativa no intervalo (a,b), para se calcular a área entre ela e o eixo

x, temos que calcular a área como:

b

a

b

a

dxxfdxxfA )()](0[

106

Exemplo 1: Qual é a área da região delimitada pelos gráficos 62 xy e 032 xy .

SOLUÇÃO – Para que calculemos a área corretamente, devemos primeiro fazer um esboço

do gráfico

Figura 27 – Gráficos do problema

Percebemos, pelo esboço, que a parábola se situa acima da reta. Consequentemente, na

resolução da integral, 62 xy é f(x) e 032 xy é g(x). Assim, temos que

3

1

2 )]23()6[( dxxxA

3

1

2 )23( dxxx

3

1

23

33 x

xx

3

321

3

139

3

279

107

Um exemplo de aplicação do cálculo de área entre curvas é a teoria da elasticidade.

Para testar a resistência de um material, são registrados os valores de tensão registrados para

diferentes cargas (esforços). A figura a seguir é um diagrama típico tensão-carga para uma

amostra de um material elástico como borracha vulcanizada.

Percebemos pela figura que, à medida que a

carga aplicada aumenta, a tensão aumenta. Isso ocorre

até que a distensão do material atinja seis vezes seu

tamanho original. À medida que a carga decresce, o

material volta ao seu estado original, porém as tensões

pelas quais ele passa não são as mesmas, e sim

menores do que anteriormente. O nome do fenômeno

que ocorre é histerese elástica, e a área entre as curvas

é numericamente igual à energia dissipada durante o

teste pelo material elástico. [1]

Figura 28 – Diagrama tensão esforço para

material elástico. Retirado de [1]

9.4.2. Comprimento de arco

O comprimento do arco de um gráfico de f de um ponto A (a, f(a)) até B (b, f(b)) é dado por:

b

a

b

a dxxfL2

)('1

Exemplo 02: Determine o comprimento do arco da função 103)( 32

xxf do ponto A(8,2)

ao ponto B(27,17).

SOLUÇÃO – A primeira coisa que deve ser feita é se encontrar a derivada da função f(x):

108

31

31 2

2)('x

xxf

Agora, podemos aplicar na fórmula:

dx

xdx

xL

27

83

2

27

8

2

31

27

8

41

21

dxx

x27

83

2

32

4

dxx

x

27

83

13

2 14

Resolvendo a integral pelo método de substituição, 2,2427

8 L .

9.5. Exercícios

01) Resolva as seguintes integrais indefinidas:

∫(

∫√

∫ (

109

02) Resolvas as seguintes integrais indefinidas pelo método de substituição:

∫√

(

∫(

∫( √ )

∫ √

03) Expresse a área sob o gráfico como uma integral definida e dê seu valor:

-3

-2

-1

0

1

2

3

-4 -2 0 2 4

0

1

2

3

4

-4 -2 0 2 4

a) b)

110

04) Resolva com base nas propriedades de integrais definidas:

05) Calcule a área das funções do exercício 01 com x variando de zero a dez.

111

10. Regressão

A análise de regressão consiste em um processo estatístico que objetiva verificar a

relação funcional entre uma variável dependente com uma ou mais variáveis independentes.

Por meio desse processo podem ser escolhidos os melhores parâmetros de uma curva que

passa por um determinado conjunto de pontos.

Frequentemente a análise de regressão envolve um conjunto de dados medidos

experimentalmente. Dessa forma, baseado no estudo teórico do fenômeno estudado, sabe-se

que tipo de comportamento aquele conjunto de dados terá.

A fim de verificar o comportamento dos valores da variável dependente (Y) em

função da variável independente (X), pode-se fazer um fazer um gráfico denominado

diagrama de dispersão.

Os dados podem apresentar comportamento similar a diversas funções: linear,

quadrática, cúbica, logarítmica, exponencial... Portanto é necessário verificar qual tipo de

curva e modelo matemático que mais se aproxima dos pontos representados no diagrama de

dispersão.

A escolha do modelo deve ser coerente com o comportamento dos dados em análise.

Dessa forma, o modelo escolhido deve ser coerente no aspecto da curva e o grau para

representar corretamente o fenômeno em estudo e ele deve ainda conter apenas variáveis

relevantes para explicar o fenômeno em questão.

Entretanto, são raras as situações em que o ajuste dos dados à equação será perfeito.

Esta situação ideal está representada na figura 1. Usualmente, haverá uma distância entre os

pontos e a curva ajustada. Isso ocorre, pois o fenômeno em estudo é, substancialmente, um

fenômeno físico sujeito a influências externas e não uma situação puramente matemática.

Assim, por meio da regressão dos dados espera-se obter o melhor ajuste possível que

correlacione as variáveis X e Y e o fato de que um determinado ajuste não é perfeito não o

torna descartável. A figura 2 apresenta situações em que o ajuste é imperfeito.

A fim de verificar o quão bem feito é um determinado ajuste existe um parâmetro

estatístico denominado “coeficiente de correlação (R2)”. Os valores de R

2 variam de 0 a 1,

sendo que 1 indica uma correlação perfeita.

112

Figura 29 – Situações ideais de correlação perfeita.

Figura 30 – Situações onde o ajuste é imperfeito.

y = 3x - 5

R² = 1

-10

-5

0

5

10

15

0 2 4 6 8

y = x2

R² = 1

0

10

20

30

40

0 2 4 6 8

y = LOG(X)

R² = 1

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

0 2 4 6 8

y = 3,6321x - 6,9821

R² = 0,9088

-10

0

10

20

0 2 4 6 8

y = 1,0476x2 - 0,8929x + 0,4167

R² = 0,9237

0

10

20

30

40

0 2 4 6 8

y = 0,4267ln(x) + 0,0217

R² = 0,9373

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 2 4 6 8

113

11. Referências Bibliográficas

[1] – SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com Geometria Analítica. Tradução Alfredo Alves

de Faria. São Paulo: Makron Books, 1994.

[2] – STEWART, James. Calculus. Tradução: Cyro de Carvalho Patarra et al. São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2001.

[3] – THOMAS, George B. Cálculo - Volume 1. Tradução: Paulo Boschcov. São Paulo:

Pearson Education do Brasil, 2002.

[4] – USBERCO, João; Salvador, Edgard. Química Geral. 12ª.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

480 p.

[5] – ATKINS, P.W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida

moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 965 p.

Todo o conteúdo da seção de Química da apostila foi baseado na leitura das

referências [4] e [5]. Todo o conteúdo da seção de cálculo da apostila foi baseado na leitura

das referências [1], [2] e [3].