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TEORIA DO CRIME- Chama-se teoria do delito a frao da cincia do direito penal que se ocupa de explicar o que delito em geral, isto , quais so as caractersticas que deve ter qualquer delito. - Inmeros so os fatos ocorridos no mundo existindo tanto fatos humanos decorrentes de ao humana como fatos naturais decorrentes da natureza para o direito especificamente o direito interessa os fatos humanos que podem ser desejados ou indesejados no caso do direito penal interessa o fato indesejado e dentre os fatos indesejados tendo-se em considerao os princpios da fragmentariedade, e subsidiariedade interessa ao direito penal os fatos indesejados compostos de uma conduta que gerem um resultado havendo nexo causal entre a conduta e resultado sendo que estes representem um fato tpico conforme entendimento do legislador.

Conceito de crime Conceito Material: Crime comportamento humano causador de relevante e intolervel leso ou perigo de leso ao bem jurdico tutelado, passvel de sano penal. (todo ato humano que viola um bem penalmente protegido). Conceito Formal: Sob o enfoque formal crime aquilo que est estabelecido em uma norma penal incriminadora sobre a ameaa de pena ( a conduta descrita abstratamente no tipo). OBS: h autores que trazem o conceito formal/material definindo crime como aquilo que est previsto em lei como tal, consistente num comportamento humano causador de relevante leso ou perigo de leso ao bem jurdico tutelado.

Conceito Analtico de crime:- Se fizermos a pergunta houve delito? Em uma perspectiva analtica esta pergunta deve ser decomposta em uma srie de outra perguntas que devem ser feitas de forma seqenciada e organizada. As perguntas a que devemos responder para saber se em cada caso concreto houve delito so vrias. Da que as perguntas devem ser a conseqncia lgica de uma anlise em que seja imperioso proceder por passos sucessivos. Fracionando-se o crime em seus elementos integrantes e estes em seus prprios componentes; o que se denomina conceito estratificado. O conceito analtico leva em considerao os elementos que compe a infrao penal em sua estrutura . Tem por finalidade examinar todos os dados informativos que agregam o conceito de infrao penal: prevalece os elementos que compe a estrutura da infrao penal so fato tpico (tipicidade em sentido amplo ilicitude e culpabilidade, todavia h diversos critrios de anlise dos elementos do crime:

O que o delito para o legislador?Diviso da infraes penais no Brasil => No Brasil adotamos a teoria dicotmica o Brasil adepto prevendo a existncias de crimes e contravenes a diferena destes ( crimes), para contraveno de grau puramente axiolgica e no ontolgica. Desta forma a enunciao de um fato como crime ou como contraveno vai depender da opo poltica do legislador. Atualmente a diferenciao feita na lei de introduo ao cdigo penal.DECRETO-LEI N 3.914, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1941. Art 1 Considera-se crime a infrao penal que a lei comina pena de recluso ou de deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraveno, a infrao penal a que a lei comina, isoladamente, pena de priso simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

Diferena entre crimes e contravenes penais OBS: No h diferena ontolgica entre crimes e contravenes, a diferena se d de forma positiva por questes de poltica criminal. No que se refere aos efeitos penais. Crimes (delitos) contravenes (liliputiano, ano) qualidade da pena: Tipo de pena corporal: recluso e Tipo de pena corporal: Priso simples deteno Regime de cumprimento: fechado Regime de cumprimento: a priso semi aberto, aberto simples jamais cumprida no regime fechado. Espcies de ao penal: pblica e Espcies de ao penal: pblica privada nas mais variadas espcies incondicionada Exceo: contraveno de vias de fato para parte da doutrina o STF no reconhece esta exceo Punibilidade da tentativa: punvel Punibilidade da tentativa: a tentativa a tentativa no punvel. Regras de extraterritorialidade: Regras de extraterritorialidade: crime admite extraterritorialidade contraveno no admite a da lei penal extraterritorialidade Competncia para o processo e Competncia para julgamento: somente julgamento: pode ser da justia da justia estadual art. 109 IV da CF. estadual ou federal. Exceo: quando quem for julgado gozas de foro por prerrogativa de funo federal

Limite de cumprimento da pena: o cumprimento da pena est limitado a 30 anos Sursis: no caso de crime a suspenso tem o perodo de prova em regra de 02 a 04 anos Erro de proibio: em caso de acolhimento exclui a culpabilidade e isenta o ru de pena.

Limite da pena: est limitado ao cumprimento de 05 anos de pena art 10 da LCP Sursis: em caso de contraveno o perodo de prova varia de um a trs anos art. 11 da LCP Erro de proibio: em caso de acolhimento implica em perdo judicial.

SISTEMAS PENAIS SISTEMA CLSSICO (1900): _ Teoria causal naturalista da ao. _ Teoria Psicolgica da culpabilidade. _ Franz von Liszt, Ernest Beling, Radbruch. SISTEMA NEOCLSSICO (1907): _ Teoria causal /naturalista da ao. _ Teoria Psicolgicanormativa da culpabilidade. _ Frank, Edmund Mezger. SISTEMA FINALISTA (1931): _ Teoria finalista da ao. _ Teoria Normativa pura da culpabilidade. _ Hans Welzel. - Os trs sistemas supra mencionados possuem dois pontos fundamentais: ao e culpabilidade. SISTEMA FUNCIONALISTA (1970): _ Ponto de apoio: Teoria da imputao objetiva. _ Elementos fundamentais: funo do direito penal e expanso do conceito de culpabilidade. _ Claus Roxin e Gnther Jakobs. EVOLUO DO ENTENDIMENTO DO FATO TPICO Sistema Clssico: Teoria causalista => - Antes de surgir o sistema clssico no havia a introduo de um pensamento sistemtico no direito penal, foi concebido por Franz Von Liszt em seu tratado de direito penal (Lehrbuch des deutschen strafrechts), delineou que o crime seria o ato contrrio ao direito, culpvel e sancionvel com uma pena. Sendo defendido por tambm por Ernest Von Beling, no sculo XIX. A concepo filosfica que influenciou esse sistema foi o positivismo cientfico e consequentemente o positivismo jurdico, (idia de buscar a teoria do crime sem a influncia de outras cincias, com o intuito de se buscar conceitos universais).

- Foi caracterizado por excessivo apego a letra expressa da lei. Era o tempo do que vale o que est escrito. Teve como perodo predominante o final do sculo XIX princpio do sculo XX, tendo como defensores Von Liszt < (considerado pai da doutrina moderna do direito penal ) como tambm Beling desenvolveu a idia de tipicidade em meados de 1906, ficando assim conhecido o sistema Von Liszt-Belling para esse autores o tipo penal puramente objetivo e valorativamente neutro (tipo: a descrio do delito). Requisitos do tipo penal: ao humana, resultado naturalstico, nexo de causalidade, adequao tpica. Sob a influncia das cincias fsicas a concepo causalista ou naturalista buscava sempre um relao de causa e efeito, para estabelecimento do fato tpico ficando a anlise do dolo e da culpa para um outro momento que seria a anlise da culpabilidade, embora esse sistema sofra crticas nos dias atuais este perdurou at o sculo XX.

Estrutura- O fato tpico para os causalistas possui dois requisitos fundamentais: Ao > era um conceito puramente descritivo, objetivo, naturalstico e causal, voluntariamente neutro. Tipicidade. O tipo e a tipicidade representavam o carter descritivo, valorativamente neutro, como foi inicialmente concebido por beling. No caso de crime materiais, exigem mais dois requisitos: nexo causal e resultado. No que se refere a antijuridicidade, Mayer acrescentou que a tipicidade era um indcio de antijuridicidade, salvo se houvesse uma causa de justificao. O injusto para o direito penal a soma do fato tpico e antijurdico . Quanto a culpabilidade esta era concebida como o aspecto subjetivo do crime. Pois se limitava a verificar se havia um vinculo subjetivo entre o autor e o crime. Observaes: _ A imputabilidade era considerada um pressuposto da culpabilidade. _ No havendo crime sem dolo ou culpa, exclui-se a possibilidade da responsabilidade objetiva. - Desta forma ficava evidenciado que para os causalistas o crime era composto primeiramente de elementos objetivos fato tpico e antijuridicidade e posteriormente de elementos subjetivos culpabilidade consubstanciada no dolo ou na culpa. CRIME Aspectos Objetivos => Fato tpico + Antijuridicidade Fato tpico => Conduta, tipicidade, Nexo causal, resultado. Antijuridicidade => ausncia de excludentes. Aspecto subjetivo => culpabilidade Culpabilidade => dolo e culpa

- No existe nenhum doutrinador clssico adepto ao conceito de crime bipartido, tendo em vista que o dolo e a culpa esto inseridos na culpabilidade. Ao: de acordo com Liszt, trata-se da inervao muscular, produzida por energias de impulso cerebral, que provoca modificaes no mundo exterior. Crticas: no abrange os crimes omissivos; h requisitos subjetivos que no pertencem a culpabilidade; a culpabilidade no s vinculo subjetivo. - As situaes como a coao moral irresistvel no encontravam um sistema dentro desta estrutura, uma forma de absolver o ru neste caso. Desta forma, o sistema jurdico foi reformulado. Welzel em crtica a este sistema alertou para os riscos de um direito essencialmente fundado nos resultados, e demasiadamente utilitarista. SISTEMA NEOCLSSICO OU NEOKANTISTA: - Surgiu como reao concepo meramente positivista do tipo penal vigente no sistema causal. O modelo incriminador no mais visto como uma entidade formal abstrata. Recebeu a influncia da filosofia de valores, uma vez que procuravam agregar dentro dos elementos do crime noes de justia. Os tipos passaram a ser identificados como normas de cultura, bastante distintos daqueles modelos ocos e meramente descritivos do sistema anterior . Contudo este modelo ainda mantinha uma forte carga positivista digamos que era um modelo de transio, pois ao mesmo tempo que sofria influncia de forma decisiva de Descart j era tambm influenciada pela filosofia de Kant. - O neokantismo vai de 1900 a 1930, teve como principal precursor Mezger, teve tambm Rardesbrugh, Goldshimmidt, esse recupera a filosofia de valores de Kant partindo da premissa bsica de que o direito valorativo, no causalismo no se trabalhava com valores, para o Neokantismo se o direito era uma cincia valorativa o tipo penal tambm era valorativo, pois quando o legislativo escolheu determinadas condutas e as alou a condio de crimes este fez um juzo valorativo acerca da gravidade destas no h crime sem uma prvia valorao do legislador. Junto ao mtodo cientfico naturalstico do observar e descrever restaurou-se a metodologia prpria das cincias do esprito caracterizada por compreender e valorar. - Sua principal contribuio foi a descoberta dos elementos normativos o tipo que compe a tipicidade. Foi a partir da que se comeou a trabalhar com a idia de uma antijuridicidade material, ou seja, com conceitos como lesividade entendendo que onde no houver nenhuma leso ao bem jurdico no poderia se falar em lesividade.

- No que se refere a culpabilidade Frank em 1907 descobriu a existncias de elementos normativos da culpabilidade, concebeu a idia de reprovabilidade trazendo para dentro da culpabilidade o aspecto valorativo. - Destarte destacar Mezger j identificava alguns tipos penais que exigiam a uma finalidade especial do agente para que se realizasse a perfeita adequao tpica. Rompendo-se com a dogmtica de que os elementos subjetivos estariam apenas culpabilidade. Citamos como exemplo o crime de furto ou o antigo crime de rapto; pois como se poderia se afirmar que o fato tpico s continha elementos objetivos se em determinados tipos tinha que se verificar a subjetividade do sujeito. Da mesma forma h tipos que se exige uma valorao normativa em relao ao objeto como por exemplo no caso de expresses como mulher honesta. Requisitos do fato tpico: conduta + resultado naturalstico + nexo de causalidade + adequao tpica. No diferenciando em nada desta forma quanto aos requisitos da teoria causalista, acrescentando a essa apenas a idia de valorao do tipo. E atravs dessa valorao do tipo que nasce a idia de antijuridicidade formal e material. - Lembrando os ensinamentos de Miguel Reale no existe direito sem fato, valor e norma. Para essa teoria o conceito de dolo era composto de duas coisas conscincia do fato e conscincia da ilicitude < valorao paralela na esfera do profano . < traduzindo poderamos expressar a idia de como o leigo v o ilcito.A culpabilidade era sinnimo de reprovabilidade; somente ser o agente culpvel se o ato for digno de censura, portanto, alm de dolo ou culpa, a culpabilidade tambm possua o requisito da reprovabilidade (Frank). < exigibilidade de conduta diversa.

- Desta forma, explicaria os casos de coao moral irresistvel, tendo em vista que no poderia esperar que o agente se comportasse de modo diverso que no fosse quela, no sendo o ato reprovvel. - No sistema neoclssico, a imputabilidade deixou de ser um simples pressuposto e passou a ser um elemento da culpabilidade. A estrutura do fato tpico e antijurdico do sistema neoclssico era a mesma do sistema clssico. Observaes: - Os sistemas clssico e neoclssico apiam-se na mesma teoria causal/naturalista da ao. - Em ambos os sistemas (clssico e neoclssico), a inteno do agente no analisada no aspecto objetivo, uma vez que esta parte integrante da culpabilidade. Ante tal assertiva, houveram grandes reflexos negativos quanto anlise das excludentes de ilicitude. A diferena entre o sistema clssico e neoclssico reside na culpabilidade:

_ Teoria Psicolgica (sistema clssico): culpabilidade o vinculo psicolgico que une o autor ao fato por meio do dolo ou da culpa. _ Teoria psicolgica normativa da culpabilidade (sistema neoclssico): culpabilidade sinnimo de reprovabilidade, em outras palavras, punir o agente pelas suas ms escolhas e nunca quando o agente no tem escolha. Culpabilidade => Imputabilidade + Dolo ou Culpa + Exigibilidade de conduta diversa. Crticas ao Sistema Clssico e ao Sistema Neoclssico: - Em detrimento de determinados crimes, essencial analisar a inteno do agente para afirmar a tipicidade do fato, Ex subtrair para si ou para outrem. - Ante esta crtica, alguns neoclssicos desenvolveram a teoria dos elementos subjetivos do injusto: dentro do injusto h elementos subjetivos e em relao a determinados crimes essencial verificar a inteno do agente para verificar sua tipicidade. Sistema neocantista => conduta abrange ao e omisso corrigindo o sistema clssico (causalista) que s levava em considerao a ao do sujeito. 1. dolo e culpa permanecem na culpabilidade 2. abrange os comportamentos omissivos. Reconhece elementos no objetivos. Crtica => Partindo-se de conceitos naturalistas, ficou contraditria quando reconhece elementos normativos e subjetivos do tipo porm mantm a culpa e o dolo na culpabilidade dolo e culpa permaneceram na culpabilidade, partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditria quando reconheceu elementos normativos e ou subjetivos do tipos. SISTEMA FINALISTA: - Iniciou-se em meados de 1939 a 1960, tendo como Precursor Hans Welzel, que procurou conduzir a ao humana ao conceito central do delito, considerado sob o ponto de vista ontolgico. Opondo-se ao conceito causal de ao e especialmente a separao entre a vontade e seu contedo. Para este doutrinador fato tpico objetivo e subjetivo: Requisitos objetivos: conduta + resultado naturalstico + nexo de causalidade, adequao tpica, + requisito subjetivo: dolo e culpa > para Welzel dolo e culpa faz parte do delito estando dentro do tipo penal, integrando a conduta ao contrrio dos neo-clssicos que os colocavam na culpabilidade. - Percebeu que os sistemas anteriores separavam a conduta (fato tpico) da Finalidade (culpabilidade), sendo que ambas so inseparveis. Definiu a finalidade como a espinha dorsal da conduta humana. Partiu do princpio de

que o ser humano aprende vrios processos de causa e efeito durante a sua vida, portanto, o comportamento humano dirigido a uma finalidade. _ Transportou o dolo e a culpa para o fato tpico, com elementos da conduta. _ Na culpabilidade, inseriu o potencial conscincia da ilicitude no lugar do dolo e da culpa Concentrou na culpabilidade somente elementos pertinentes a reprovabilidade da conduta contrria ao direito. Dando origem assim a culpabilidade exclusivamente normativa. Crime => fato tpico, antijurdico, e culpvel. Observao: A potencial conscincia da ilicitude sempre esteve inserida no dolo. _ No sistema neoclssico, o dolo normativo ou hbrido, uma vez que este possua trs elementos: conscincia, vontade e conscincia da ilicitude. _ Welzel, retirou a conscincia da ilicitude do dolo e o inseriu na culpabilidade como seu elemento, e, desta forma, passou o dolo a ser caracterizado como dolo natural ou neutro, uma vez que possua dois elementos: conscincia e vontade. - No sistema finalista, inexiste a diviso de aspectos objetivos e subjetivos, tendo em vista que a inteno analisada no fato tpico. Conduta: comportamento humano voluntrio psiquicamente dirigido a um fim. a ao ou omisso (lembrar que pela Escola Finalista, o dolo e a culpa so elementos da conduta) > ou seja saiu da culpabilidade e ingressou no fato tpico. A conduta que possui relevncia para o direito penal aquela que rene os seguintes elementos: Exteriorizao do pensamento: cogitationis poenam nemo patitur, ou seja, o pensamento no induz pena, sendo necessria a sua exteriorizao. Conscincia: refere-se culpabilidade; o agente deve ter a conscincia de si prprio e das situaes ao seu redor. Os atos inconscientes fornecidos pela doutrina so aqueles praticados por hipnose ou por sonambulismo. Todos os demais atos so conscientes. Voluntariedade:Os atos involuntrios descritos pela doutrina so: ato reflexo (movimento muscular produzido por ato externo no controlado pelo agente); coao fsica irresistvel vis absoluta. No se confunde com a coao moral irresistvel, constante na culpabilidade (art. 22 do CP). Ambas tero como conseqncia final a absolvio do agente, no entanto, a coao fsica irresistvel ser considerada como fato atpico (analisada no mbito da tipicidade), enquanto a coao moral irresistvel ser analisada no mbito da culpabilidade. Importante: todos os trs elementos supracitados so inquestionavelmente ligados conduta para todos os sistemas penais estudados. Crticas: 1. a finalidade no explica os crimes culposos, sendo frgil tambm nos crimes omissivos. 2. centralizou a teoria no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado.

FINALISMO DISCIDENTE: Crime fato tpico e antijurdico a culpabilidade no integra o crime, mas pressupe o crime. A culpabilidade mero juzo de reprovao pressuposto de aplicao da pena. fato tpico => Conduta, Tipicidade, Nexo Causal, Resultado, Dolo Culpa - Mesmo para os doutrinadores adeptos aos sistema finalista (bipartidos), a culpabilidade fundamental, porm no requisito do crime o que defende Damsio E. de Jesus, Jlio F. Mirabete, entre outros. Sob esse fundamento pode-se compreender existirem doutrinadores adeptos ao sistema finalista e admitem o conceito de crime tripartido. TEORIA SOCIAL DA AO: Crime => fato tpico, antijurdico e culpabilidade Conduta => comportamento humano voluntrio socialmente relevante OBS: dolo e culpa permanece no fato tpico, mas voltam a ser analisados na culpabilidade. Crticas => no h clareza no que significa fato socialmente relevante teoria construda por alguns autores dentro do sistema finalista. Alguns a denominam como teoria ps-finalista, sendo o seu conceito de ao um comportamento humano dominado ou dominvel pela vontade, dirigido uma finalidade e socialmente relevante. Agrega o elemento da relevncia social ao conceito de ao. SISTEMA FUNCIONALISTA: - Surgiu na alemanha a partir de 1970* como forma de submeter a dogmtica penal aos fins especficos do direito penal. - O mais importante para esse sistema a construo de um sistema justo, sendo obtido analisando toda a estrutura do crime em funo do direito penal. Claus Roxin Estudou o direito penal em trs dimenses: Na dimenso objetiva: conduta Resultado, nexo causal, adequao tpica, Na dimenso subjetiva: o dolo fazendo uma correo na doutrina de Welzel que dizia que dolo e culpa seria subjetivo < subjetivo em penal o que est na cabea do autor do fato, no sendo, portanto a culpa subjetiva e sim normativa; normativo em penal o que depende de um juzo de valor realizado pelo julgador; Na dimenso valorativa: criou a teoria da imputao objetiva > leva esse nome por que para ela a dimenso valorativa independe do dolo do agente que composta de trs requisitos:

1. Criao ou incremento de um risco proibido relevante a conduta s penalmente reprovada se criou um risco proibido relevante; 2. nexo entre o risco e resultado (nexo de imputao) deve o julgador valorar se existe nexo entre o risco proibido e o resultado causado; 3. Que o resultado esteja no mbito de proteo da norma ou seja que a norma abranja a necessidade de uma conduta no observarda; Requisitos do resultado jurdico: Concreto por esta teoria no se admite perigo abstrato no direito penal > para concurso existe crime de perigoabstrato

Alteralidade (transcendncia)> deve atingir bem jurdico de 3 Relevante ou grave > se o resultado for insignificante no h crime, pois o fato no seria crime HC 84.412 Intolervel > Objetivamente imputvel ao risco criado mbito de proteo da norma

Funcionalismo reducionista (zaffaroni): para ele a tipicidade objetiva ou sistemtica, subjetiva, valorativa ou normativa: < sendo esta composta de imputao objetiva e resultado jurdico > a ofensa ao bem jurdico pode ser dada por leso ou perigo concreto normalmente todo resultado naturalstico se converte em resultado jurdico, todavia h excees como no aborto em caso de estupro; funcionalismo racional-teleolgico Funcionalismo de claus Roxin: moderado

_ Para Claus Roxin, a funo do direito penal a proteo subsidiria de bens jurdicos, para esta teoria crime fato tpico, antijurdico e reprovabilidade ou responsabilidade > que formada por: 1. imputabilidade; 2. potencial conscincia da ilicitude; 3. exigncia de conduta diversa; 4. necessidade da pena. - A culpabilidade aparece como fator para estabelecer limite da pena e no como elemento do crime. a chamada culpabilidade funcional. - Conduta para Roxin tambm est no fato tpico, orientada pelo princpio da interveno mnima conduta consiste no comportamento humano voluntrio, causador de relevante e intolervel leso ou perigo de leso ao bem jurdico tutelado. Para roxin a finalidade do direito penal resguardar bens jurdicos. Este funcionalismo trabalha com poltica criminal, admitindo o princpio da insignificncia.

OBS: dolo e culpa permanece no fato tpico OBS2: a preocupao com a proteo de bens jurdicos indispensveis ao convvio social. OBS3: trabalha com poltica criminal. Crticas: > coloca a reprovabilidade como substrato do crime, ou seja a responsabilidade como integrante do crime. funcionalismo sistmico ou radical => Para Gnther Jakobs, a funo do direito penal garantir a vigncia da norma e assegurar expectativas normativas. Crime => fato tpico, antijurdico e culpvel A conduta integrante do fato tpico > comportamento humano voluntrio causador de um resultado evitvel, violador do sistema, frustando as expectativas normativas. O funcionalismo sistmico no trabalha com poltica criminal, no se aplicando, portanto o princpio da insignificncia. OBS1: dolo e culpa permanece no fato tpico OBS2: a preocupao resguardar o sistema o imprio da norma, o violador do sistema seu inimigo > da advm a expresso direito penal do inimigo. OBS3: evita poltica criminal que afrouxe o sistema. Crtica => serve aos estados totalitrios. Direito penal do inimigo caractersticas: - Gunter Jacobs 1. Antecipao da punibilidade com a tipificao de atos preparatrios. 2. criao de tipos de mera conduta. 3. criao de tipos de perigo abstrato. 4. desproporcionalidade das penas. 5. surgimento das chamadas Leis de luta ou de combate. 6. restrio de garantias penais e processuais direito penal de 3 velocidade impondo-se penas sem observncia das garantias penais e processuais 7. endurecimento da execuo penal. Funcionalismo teleolgico (Roxin) Funcionalismo sistmico ou radical (jacobs) * Preocupa-se com os fins do direito * preocupa-se com os fins da pena penal. * norteado por finalidades poltico- * Leva em considerao somente as criminais necessidades sistmicas (do sistema) * busca a proteo dos bens * busca a reafirmao da autoridade do jurdicos indispensveis ao direito indivduo e a sociedade * trabalha com preveno geral * trabalha com a funo preventiva geral da positiva> a pena servindo como pena> fator de inibio do crime * cria a imputao do resultado * ao descumprir sua funo na sociedade o integrando ao tipo penal sujeito deve ser eficazmente punido com isto * finalidade do direito penal reafirmada a autoridade do direito porque a

resguardar bens jurdicos * trabalha com poltica criminal

autoridade da lei penal s obtida com a sua rgida e constante aplicao da lei * desenvolve a teoria do direito penal do inimigo

ATENO => A maioria da doutrina afirma que o cdigo penal finalista extraindo esta concluso da exposio de motivos, lembrando que o cdigo penal militar causalista. J a doutrina moderna adota o funcionalismo de Roxin com adaptaes como por exemplo trocando responsabilidade por culpabilidade. OBS: na doutrina e na jurisprudncia ainda prevalece o finalismo clssico. ========================================================= ========================================================= ========================================================= CONDUTA Conceito => Para a teoria causalista=> ao = conduta > movimento corporal voluntrio, causador de modificao no mundo exterior objetiva desprovida de dolo e culpa no admitindo valorao. Para esta teoria o dolo e a culpa esto na culpabilidade. Para esta teoria, portanto, os tipos penais so objetivos, ficando a questo relacionada a dolo e culpa para um momento posterior. Para a teoria neocantista => Ao invs de ao, prefere-se conduta = comportamento > abrangendo ao e omisso, no mais neutra, expressando uma valorao negativa da lei. Para esta teoria admite-se elemento normativo no tipo permanecendo, todavia dolo e culpa na culpabilidade. Aqui conduta tambm um movimento voluntrio causador de modificao do mundo exterior, pois a mesma tem base causalista. Para a teoria finalista => movimento humano voluntrio, psiquicamente dirigido a um fim, o dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato tpico. Reconhece elementos normativos e subjetivos do tipo. o causalismo cego eu sou vidente mxima finalista. Para o finalismo dissidente => a culpabilidade mero pressuposto da aplicao da pena dando a conduta o mesmo conceito do finalismo tradicional . Discordando do finalismo tradicional quanto a funo da culpabilidade, considerando que esta no elemento do crime. Para a teoria social da ao => conduta o comportamento humano socialmente relevante. Esta teoria tambm tripartite retornou a culpabilidade como parte integrante do crime, divergindo do finalismo apenas no sentido de acrescentar que alm da conduta ser um comportamento humano, voluntrio dirigido psiquicamente a um fim, sendo este comportamento socialmente relevante. Para a teoria funcionalista teleolgica => conduta comportamento humano orientado pelo princpio da interveno mnima, causador de relevante e intolervel leso ou perigo de leso a bens jurdicos tutelados. Para teoria funcionalista radical ou sistmica => provocao de um resultado evitvel, violador do sistema, frustando as expectativas normativas .

Posio que deve ser adotada => Conduta a ao ou omisso humana, voluntria e consciente, dolosa ou culposa, dirigida a determinada finalidade. Subdividindo-se: * voluntariedade a conduta ser penalmente relevante se houver ato voluntrio por parte do agente; se tal no ocorrer (por ex. na coao fsica irresistvel), no haver conduta (penalmente relevante), conseqentemente a conduta ser atpica (atpico penal). * conscincia somente atos realizados de forma consciente merecem reprovao penal; assim, a conduta, de quem age sem conscincia, ser penalmente irrelevante atpica. * dolo ou culpa de acordo com a teoria finalista da ao, a conduta, para ser considerada tpica, deve ser dolosa ou culposa; no havendo dolo ou culpa por parte do agente, a conduta ser atpica.

Formas da conduta* formas ao e omisso. * por ao: um comportamento positivo; o fazer; quando os crimes so realizados por ao denominam-se crimes comissivos. * por omisso: no simplesmente um no fazer, mas deixar de fazer algo que a lei determina (dever jurdico de agir) e que deveria ser feito no caso concreto; em outras palavras, o agente somente responde pelo crime por omisso se havia um dever jurdico de agir e ele se omitiu, no agindo como era seu dever; quando os crimes so realizados por omisso denominam-se crimes omissivos. Espcies de crimes omissivos * crimes omissivos prprios so aqueles que o legislador descreve uma conduta omissiva, devendo o agente, portanto, agir para no incidir no tipo penal (tem o dever de agir pela norma), todavia a norma penal no aponta um resultado naturalstico resultante da omisso (na verdade so crimes de mera conduta), e assim, a consumao se d independentemente de produo de resultado naturalstico. Ex. CP 135 caput omisso de socorro o agente responder pelo crime pela omisso ainda que nenhum resultado posterior venha a ocorrer. * crimes omissivos imprprios (ou comissivos por omisso) so aqueles em que o agente se omite, havendo dever jurdico de agir de sua parte (portanto devia agir para evitar um resultado lesivo) e ocorre um resultado naturalstico (que deveria ser evitado pelo agente), portanto h resultado naturalstico que o vincula; o agente tem o dever jurdico de agir para evitar o resultado lesivo, respondendo por este se no o evitar. - Os crimes omissivos imprprios esto previstos no art. 13 2 do Cdigo Penal, ou seja, apenas responder por eles aqueles que tm o dever jurdico de evitar o resultado, sendo as seguintes as hipteses: alnea a quando o agente tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia. alnea b quando o agente de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. alnea c - quando o agente, com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado.

ATENO: o agente somente ser responsabilizado quando, nos termos do CP 13 2, devia e podia agir para evitar o resultado, ou seja, no basta ter o dever jurdico de agir, mas, tambm, ser hiptese em que podia agir para evitar o resultado lesivo; se no mais podia evitar o resultado, embora devesse, no haver responsabilizao de sua parte. Caso fortuito e fora maior - Caso fortuito e fora maior excluem dolo e culpa (conduta), logo no h responsabilizao penal nesse caso. OMISSO _ crimes omissivos: suas normas so mandamentais ou imperativas. Os crimes omissivos subdividem-se em: _ Crimes omissivos prprios ou puros: o verbo nuclear descreve um non facere (no fazer), possuindo a caracterstica de serem crimes de mera conduta. Como exemplos, podemos citar o crime de omisso de notificao compulsria (art. 269 do CP) e o crime de omisso de socorro. _ Crimes omissivos imprprios/ impuros/ comissivos por omisso: o verbo nuclear consiste em uma ao, ou seja, em um fazer. Duas grandes teorias surgem para solucionar a sua classificao: _ Teoria causal/naturalista da omisso: a referida teoria parte da premissa de que a omisso causal (ou seja, a omisso produz relaes de causa e efeito). Quando o agente se omite, provoca uma ao de causalidade, portanto, deve existir nexo de causalidade entre o agente e o resultado produzido. - O nexo de causalidade caracterizado quando o agente podia evitar o resultado. Ante o exposto, conclui-se que tais crimes sero sempre materiais. A Teoria naturalista foi aceita durante muitos anos pelo nosso ordenamento, contudo, surgiu em 1984 a reforma da Parte Geral do Cdigo Penal, adotando a teoria normativa da omisso. Teoria normativa da omisso: alm de possuir os mesmos requisitos da teoria naturalista, exige-se que o agente tenha o dever de impedir o resultado produzido. A premissa desta teoria de que a omisso no causal, ou seja, a omisso no produz um resultado (ex nihilo nihil), no entanto, o agente deve ter a possibilidade de evitar o resultado ou deve possuir o dever jurdico de impedi-lo, nos termos do art. 132 do Cdigo Penal. O dever jurdico (gnero) possui trs espcies: a) Dever legal: ocorre quando o agente possuir por lei a obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia. Como exemplos, podemos citar o policial, o bombeiro, os pais sobre os filhos, entre outros. b) Dever de garante (garantidor): o agente que assume de qualquer forma o dever de impedir o resultado. Como exemplos, podemos citar a bab em relao criana cuidada; salva vidas de um clube; guia de esportes; mdico plantonista em relao aos pacientes, vizinha que durante alguns instantes compromete-se a cuidar de uma criana.

c) Ingerncia da norma: o agente cria o risco travs da sua conduta anterior (conduta omissiva), em outras palavras, o no fazer do agente por si s suficiente para produzir o resultado. Como exemplo, podemos citar o caso famoso do Pedro Paulo Diniz, que ao sofrer um acidente de helicptero cuja previso do tempo apontava pelo no favorecimento de tal conduta, criou o risco do resultado produzido, ocasionando a morte de sua namorada e do piloto do helicptero. Crimes de conduta mista => aquele que para se consumar prev tanto a ao como a omisso. hipteses de ausncia de condutas: caso fortuito ou fora maior > embriagus involuntria coao fsica irresistvel > a coao moral exclui culpabilidade no conduta Estados de inconscincia > Ex: sonambulismos e hipnoses Atos reflexos > cuidado com os atos reflexos pr-ordenados OBS: A doutrina alerta para os atos reflexos propositais, que seria o ato reflexo preordenado nesta h conduta e h crime. OBS: na embriaguez no acidental completa a conduta no excluda pela teoria da actio libero in causa.

DOLO- O crime doloso previso legal artigo 18 do cdigo penal Evoluo > Causalismo > trabalhava a partir de Frank com a idia de dolo normativo, que era conscincia + vontade + conscincia da ilicitude > dolus malus Finalismo > trabalha com a idia de conscincia + vontade Conceito de dolo => a vontade (livre e consciente > para os causalistas) dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Em relao a liberdade livre, muitos autores entendem que no pertencem ao dolo todavia h os que defendem que se a vontade no livre no vontade de fato. Elementos do dolo => para os finalistas (dolo natural) Elemento intelectivo > conscincia Elemento volitivo > vontade OBS: No confundir dolo com desejo. No dolo o agente quer o resultado delitivo como conseqncia direta ou indireta de sua prpria conduta; j no desejo o agente aguarda o resultado como conseqncia de comportamento alheio a sua participao.

Dolo normativo => adotado pela teoria psicolgica normativa da culpabilidade de base neo-Kantista, integra a culpabilidade tendo como requisitos: 1. conscincia; 2. vontade; 3. conscincia atual da ilicitude ( o elemento normativo) essa espcie de dolo integra a culpabilidade, tendo como elementos: 2. conscincia 3. vontade 4. conscincia atual da ilicitude (que o elemento normativo do dolo) Dolo natural => adotado pela teoria normativa pura da culpabilidade de base finalista, integra o fato tpico tendo como requisitos: 1. conscincia; 2. vontade; est despido do elemento normativo (conscincia da ilicitude), o qual passa a integrar a prpria culpabilidade, esta espcie de dolo integra o fato tpico tendo como elemento: 1. conscincia 2. vontade

Teorias que explicam o do dolo: Teoria da vontade => dolo vontade consciente de querer praticar a infrao penal (explica dolo direto). Exige previso do resultado + vontade de pratic-lo. Teoria da representao => fala-se em dolo sempre que o agente prevendo o resultado como possvel continua agindo. (considera dolo aquilo que a doutrina moderna nomeia de culpa consciente ). Para a caracterizao do dolo necessrio apenas a previso do resultado. (no sendo aplicada no Brasil). < No que tange a idia de crime doloso. Teoria do consentimento, anuncia ou assentimento => fala-se em dolo sempre que o agente prevendo o resultado como possvel, continua agindo, assumindo o risco de produzi-lo. (explica dolo eventual). Ocorre dolo toda vez que o agente prevendo o resultado como possvel decide prosseguir com a conduta assumindo o risco de produzi-lo. Tambm haver dolo quando o agente aceita o resultado como possvel aceitando que ele ocorra. OBS: a maioria da doutrina acredita que o Brasil adotou a teoria da vontade e do consentimento. Utilizando a teoria da representao para explicar a culpa consciente . Para LFG o Brasil adotou a teoria da representao para explicar o dolo de 2 grau.

Espcies de dolo: Dolo direto ou determinado => configura-se quando o agente prevum resultado dirigindo sua conduta na busca de realizar esse mesmo resultado.

OBS: parte da doutrina fala em dolo de 1 grau e dolo de 2 grau como desmembramentos do dolo direto, entendendo este que o dolo de 1 grau abrange o resultado pretendido e os meios escolhidos o verdadeiro dolo direto, j o dolo de 2 grau(ou necessrio), neste dolo o agente produz paralelo ao visado, pois necessrio a realizao deste. Abrange as conseqncias secundrias inerentes aos meios escolhidos. Dolo de 1 grau> Fim diretamente desejado pelo agente. Dolo de 2 grau> o resultado obtido como conseqncia necessria ao resultado desejado pelo agente. Dolo indireto ou indeterminado => A vontade do agente no se dirige a um s sentido o agente com sua conduta, no busca realizar resultado certo e determinado. Subdivide-se em: Dolo alternativo > o agente quer uma pluralidade de resultados dirigindo sua conduta buscando realizar qualquer um com a mesma vontade. aquele em que o agente com igual intensidade deseja um ou outro resultado. Dolo eventual > o agente prev pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na busca de um, assumindo o risco de realizar os demais. O agente no quer o resultado, mas o prev e o aceita como possvel. Assumindo o risco que o resultado ocorra. Para Damsio H dolo alternativo quando a vontade do sujeito se dirige a umou outro resultado. Ex.: o agente desfere golpes de faca na vtima com inteno alternativa: ferir ou matar. Ocorre o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto , admite e aceita o risco de produzi-lo. Ele no quer o resultado, pois se assim fosse haveria dolo direto. Ele antev o resultado e age. A vontade no se dirige ao resultado (o agente no quer o evento), mas sim conduta, prevendo que esta pode produzir aquele.

Dolo de 2 grau Dolo eventual * o resultado paralelo certo e * o resultado paralelo incerto, necessrio. Ex: a morte de terceiro eventual, desnecessrio. Ex: a morte de certa. terceiro desnecessria ao fim almejado.

Outras denominaes ao dolo: Dolo cumulativo => o agente pretende alcanar dois resultados em seqncia (hiptese de progresso criminosa). Dolo de dano => a vontade do agente causar efetiva leso ao bem jurdico.

Dolo de perigo => o agente atua com a inteno de expor a risco o bem jurdico. Dolo genrico => o agente tem a vontade de realizar a conduta descrita no tipo sem fim especfico (est em desuso), hoje chamado simplesmente de dolo. Dolo especfico => o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo com um fim especfico, exemplo: art. 299 do CP (tambm est em desuso). Hoje chamado de elemento subjetivo do tipo. Dolo geral ou erro sucessivo (dolus generalis) => Supondo ter produzido o resultado desejado o agente pratica nova conduta com finalidade diversa sendo que esta que d ensejo ao evento querido na origem, ou seja ocorre quando o agente supondo j ter alcanado um resultado por ele visado pratica nova ao que efetivamente o provoca. uma espcie de erro de tipo acidental sobre o nexo causal no isentando o agente de pena. Dolo antecedente => anterior a conduta. Dolo concomitante => ao tempo da conduta. dolo subseqente => posterior a conduta. OBS: de regra nico dolo que interessa ao direito penal o concomitante ou seja o dolo tem que est presente no momento da conduta. Exceo => embriagues no acidental completa < teoria da actio libera in causa. Dolo de propsito => Existe um intervalo entre a cogitao e a execuo do crime. o dolo refletido, nem sempre majora a pena. < a famosa premeditao. Dolo de mpeto=> o dolo repentino (serve como atenuante) ex. crime de multido. No h intervalo entre a cogitao e a execuo do crime.

OBS: O doente mental tem conscincia e vontade dentro do seu, precrio,mundo valorativo. Desta forma tem dolo. OBS: lembrar que o tipo de dolo pode interferir na pena Ex: o dolo direto merece pena maior do que o dolo eventual. FATO TPICO CULPOSO Conceito => crime culposo consiste numa conduta voluntria que realiza um fato ilcito, no querido, nem aceito pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsvel (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se agente atuasse com o devido cuidado.

- O fato tpico culposo quando o agente d causa, involuntariamente (se no haveria dolo), a um resultado, em razo de descumprimento, desateno, quebra de um dever geral de cuidado (imprudncia culpa in agendo, negligncia culpa in omitendo e impercia culpa profissional.). A regra, no sistema penal, o crime na modalidade dolosa, somente ocorrendo a forma culposa se houver previso expressa. imprudncia: culpa in agendo, a culpa que se manifesta de forma comissiva por meio de um comportamento descuidado, aodado, entre outros. Ocorre quando o agente age sem cautela (a culpa ocorre durante a prtica da conduta).Como exemplos, podemos citar a ao de ultrapassar os limites de velocidade no trnsito; o sujeito possuidor de arma de fogo que no retira a munio desta ao limp-la, ocorrendo o disparo desta, ferindo terceiros por conseqncia. ( a afoiteza). negligncia: culpa in omitendo. a culpa que se manifesta de forma omissiva, quando algum deixa de empregar uma cautela que a experincia recomendava. O agente omite a cautela exigida. Exemplo: me que usa produto qumico e o deixa em fcil acesso ao seu filho menor que o ingere. ( a ausncia de precauo) e impercia: culpa profissional. a culpa que se manifesta no desempenho de arte ou profisso. a inaptido tcnica em profisso ou atividade Exemplo: mdico que esquece material cirrgico dentro do corpo de um paciente. ( A inobservncia de regra tcnica para o exerccio de profisso arte ou ofcio) Princpio da excepcionalidade do crime culposo.Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia pargrafo nico : salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido por fato previsto como crime, seno quando o pratica dolosamente.

- A culpa pode ser graduada em gravssima, grave, leve ou levssima . Embora o legislador no as diferencie na cominao em abstrato, o juiz dever consider-la no momento da aplicao da pena. Espcies de Culpa - Temos duas espcies de culpa: inconsciente (ou culpa sem previso ou propriamente dita) e consciente (tambm chamada culpa com previso): culpa inconsciente => a culpa sem previso. Neste caso o agente no prev o resultado que era previsvel (no prev, no o quer e nem assume o risco de produzi-lo). culpa consciente => Depois de prev o resultado o agente mesmo assim pratica a conduta acreditando sinceramente que ele no ocorrer ou seja agente prev o resultado, mas no o quer e nem assume o risco de produzi-lo, acreditando, levianamente, que ir evit-lo ou que o resultado no ocorrer. A lei penal no faz distino entre culpa com previso e culpa inconsciente. A culpa consciente, por outro lado, no se confunde com dolo eventual. Na primeira, o

agente no acredita que o resultado venha a ocorrer; no segundo, o agente no se importa com a possvel produo do resultado. Culpa prpria => Nos termos do art. 18, II do Cdigo Penal, aquela causada pela negligncia, imprudncia e impercia. O agente no quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo. Culpa imprpria ou por equiparao ou por assimilao => Ocorre quando o agente realiza o comportamento doloso, mas recebe a pena do crime culposo em razo de um erro por ele cometido. (art. 20 1. e art. 23 nico do Cdigo Penal). O agente pratica incorrendo em erro inescusvel. Cabendo neste perdo judicial embora haja divergncia doutrinria.Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punio por crime culposo, se previsto em lei. 1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima. No h iseno de pena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel como crime culposo. proferida Art. 23 - No h crime quando o agente pratica o fato: Pargrafo nico - O agente, em qualquer das hipteses deste artigo, responder pelo excesso doloso ou culposo.

Compensao e Concorrncia de Culpas - A compensao de culpas no existe no nosso ordenamento jurdico penal. Nada obsta a concorrncia de culpas. Se houver culpa da vtima e do agente, isso, quando muito, ser levado em conta na aplicao da pena (na primeira fase, com base no art. 59 do CP). E se duas pessoas agirem culposamente e derem causa a um resultado lesivo, haver concorrncia de culpas, devendo, ambas, responder pelo crime. Culpa consciente x Dolo eventual: Ponto comum entre ambas: _ O agente no quer o resultado, mas prev o mesmo; Diferena entre ambas: _ Na culpa consciente, o agente faz algo para tentar evitar o resultado (acreditando na sua habilidade); no dolo eventual, o agente no se importa com o resultado, sendo este indiferente para o mesmo.

Observaes: No confundir imprevisibilidade com previso. Quando o Magistrado analisa as referidas culpas, ocorreu a condenao do ru, sendo a referida anlise de suma importncia na dosimetria da pena.

OBS: Para maioria dos autores no existe a participao culposa em crime culposo. ATENO => Se adotarmos o entendimento de que co-autoria a diviso de tarefas na execuo do crime pode-se chegar ao entendimento de que pode haver co-autoria em crime culposo . (Em todo caso se fizermos uma anlise mais aprofundada veremos a impossibilidade, devido a ausncia de liame subjetivo entre os autores, desta forma cada um seria autor da sua prpria culpa). No cabe tentativa de crime culposo com exceo da culpa imprpria. Esta soluo dada por poltica criminal tratando-se de uma verdadeira anomalia jurdica . Excluso da culpa => Erro profissional > falibilidade das regras da cincia. Significa a ausncia de culpa. infelicitas facti => uma causa de excluso de culpa a situao de caso fortuito ou fora maior.

Fato tpico preterdoloso- Denomina-se crime preterdoloso ou preterintencional aquele em que o agente quer um resultado (por dolo), todavia o resultado vai alm (h um resultado mais grave, no desejado pelo agente, que veio a ttulo de culpa), ou seja, o agente age com dolo no antecedente e culpa no conseqente. Trata-se, evidentemente, de crime qualificado pelo resultado, este ltimo a ttulo de culpa. Ex. leso corporal seguida de morte art. 129 3 do CP. Culpa presumida => no possvel a presuno de culpa no direito penal.

RESULTADOH duas teorias que procuram explicar o resultado. Teoria naturalstica => resultado a transformao que a conduta criminosa causa no mundo exterior ; a modificao do mundo exterior, perceptvel aos sentidos, causada pela conduta. Da conduta resulta alterao fsica no mundo exterior. Teoria jurdica ou normativa => resultado a leso (dano) ou ameaa de leso a um bem jurdico penalmente tutelado pelo ordenamento (sob esse aspecto, se uma conduta no causar leso ou ameaa de leso a um bem

jurdico, haver irrelevncia jurdica do resultado , e sem resultado jurdico, o fato ser atpico). Da conduta resulta leso ou perigo de leso ao bem jurdico. - Assim, podemos concluir: h crime sem resultado naturalstico (por exemplo, os crimes formais e de mera conduta), todavia no h crime sem resultado jurdico (por exemplo, os delitos de bagatela, de nfimo valor, por estar ausente resultado juridicamente relevante, so atpicos penais). Existem crimes sem resultado naturalstico, porm, no h crime sem resultado jurdico. Classificao naturalstico: dos crimes quanto ao resultado

Crimes materiais ou de resultado : aquele cujo tipo descreve a conduta e o resultado e exigem ambos para fins de consumao. O tipo penal prescreve conduta + resultado naturalstico sendo este indispensvel para a consumao Exemplos: crimes contra a vida, crimes de furto, roubo, apropriao indbita, entre outros. Se no houver o resultado, o crime no estar consumado, podendo o agente responder pela forma tentada. Crimes formais ou de consumao antecipada : o tipo descreve conduta e resultado, mas se contenta com a conduta dirigida ao resultado para fins de consumao. O tipo penal descreve conduta + resultado naturalstico sendo este ltimo dispensvel, pois o resultado antecipado ao momento da conduta. Da denominar-se estes crimes de consumao antecipada. No caso de ocorrer o resultado naturalstico este ser considerado mero exaurimento devendo influir na dosagem da pena. Observao: A regra para o foro de competncia nos termos do art. 70 do Cdigo de Processo Penal estabelecida pelo local da consumao do crime. No entanto, o STF proferiu uma deciso acerca do conflito de atribuies na hiptese de crime formal, entendendo que o foro competente em relao aos crimes formais ser o local da conduta praticada, uma vez que tais crimes consumam-se neste momento. - O exaurimento => o efeito do resultado nos crimes formais e no est inserida no iter criminis, sendo analisado pelo magistrado no tocante ao aumento de pena para efeitos da condenao, podendo este ser tanto causa de aumento de pena ou se prevista em lei, poder ser qualificadora (no caso do crime de corrupo passiva). Crimes de mera conduta ou de simples atividades (ou tipos incongruentes): o crime cujo tipo penal somente descreve a conduta, podendo ser tanto crimes comissivos quanto omissivos (crime de omisso de socorro, por exemplo). So tambm chamados delitos de inteno, uma vez que retratam subjetivamente a inteno do agente. O tipo penal descreve uma mera conduta como elementos do crime. NEXO DE CAUSALIDADE

- Nexo causal o vnculo, o liame objetivo estabelecido entre conduta e resultado. O estudo causalidade busca concluir se o resultado como um fato ocorreu da conduta e se pode ser atribudo objetivamente, ao sujeito ativo, inserindo-se na sua esfera de autoria. Trata-se do liame objetivo que une a conduta ao resultado, utilizando o legislador como critrio do nexo causal o critrio da imputao, nos termos do art. 13, caput, do Cdigo Penal. Surge nesse momento o problema de como se definir o nexo causal em torno do qual se formaram diversas teorias, propondo as mais variadas solues, buscando-se demonstrar do ponto de vista jurdico quando a ao ou omisso tem o satisfatrio prestgio de causa.

Teoria sobre o nexo de causalidade:Teoria da causalidade adequada - Conforme esta concepo defendida por Von Kries e Von Bar tambm acolhida por Hans Welzel, devemos entender como causa o antecedente, no s o necessrio, mas o adequado produo do resultado. Portanto para que se possa considerar um resultado como causado por um agente, faz-se mister que este, alm de realizar um antecedente indispensvel, desenvolva uma atividade adequada concretizao do evento. Conclui-se ento que todo antecedente causal desde que mantenha com o evento uma relao de regularidade estatstica, (uma relao de constncia, segundo id quod plerumque accidit). o exerccio regular de um direto compreende as aes do cidado autorizadas pela existncia de direito definido em lei e condicionadas a regularidade do exerccio deste direito. Exerccio regular de direito pro magistrato > situaes em que o estado no pode estar presente para evitar a leso ao bem jurdico ou recompor a ordem pblica. Ex: flagrante facultativo, desforo imediato, direito de reteno (penhor legal). Exerccio regular de direito direito de castigo > situaes que configuram atos de educao e exerccio do poder familiar. So requisitos desta justificante: 1. A indispensabilidade e impossibilidade de recurso aos meios coercitivos normais. 2. Proporcionalidade. OBS: para os adeptos da tipicidade conglobante os que praticarem atos no exerccio regular de direito incentivado, praticam atos normativos e portanto no praticam fato tpico. - O que uma norma extrapenal autorizar, o direito penal no considerar crime. Portanto, aquele que age regularmente um direito seu, inexistir crime (exemplos: desforo imediato em defesa da posse; flagrante facultativo (qualquer pessoa poder prender outra nessa hiptese; interveno mdico-cirurgico; violncia desportiva).

Estrito Cumprimento de um dever legal:- Entende-se por estrito cumprimento do dever legal o sujeito que tem o dever determinado por lei. Consiste na realizao de um fato tpico por fora de uma obrigao imposta por lei. Dever legal toda obrigao direta ou derivada de lei. Exige-se que o agente se contenha nos limites impostos por lei. Exemplos: flagrante compulsrio (priso efetuada pela Autoridade policial e seus agentes; cumprimentos de ordens judiciais, desde que o agente aja sob os limites estipulados em lei.) Ofendculos:(offendiculas ou offensaculas) - Etimologicamente significa obstculo, obstruo, empecilho. Aparatos pr-ordenados para a defesa do patrimnio. So aparatos predispostos na defesa de algum bem jurdico. Ex: (cerca eletrificada, muros de cacos de vidros, cachorros em residncias) e possuem dois requisitos jurisprudenciais: 1) O aparato deve ser visvel, se este for discreto, deve ter um aviso alertando sobre ele;

2) Inacessvel a terceiros inocentes. Natureza jurdica do ofendculo: um exerccio regular de direito. uma hiptese de legitima defesa, pois seu patrimnio estaria sofrendo uma agresso injusta. Enquanto no acionado exerccio regular de direito e depois de acionado estaria agindo em legtima defesa. Diferencia ofendculo de defesa mecnica predisposta > sendo ofendculo o aparato visvel e portanto legtima defesa enquanto que a defesa mecnica predisposta aparato oculto e podendo se enquadrar como legtima defesa em tese.

Obs: a natureza jurdica dos ofendculos: quando da instalao ser umexerccio regular de um direito; se for utilizado, ter natureza jurdica de legtima defesa preordenada, => prevalece esta corrente para a maioria da

doutrina

sendo

imprescindvel

em

qualquer

caso

razoabilidade

e

proporcionalidade.

OBS > animal pode ser ofendculo. Ex: co de guarda. ATENO > Todavia, as eximentes ou descriminantes no constituem um rol fechado. H a possibilidade de algumas situaes tornarem-se causas de excluso da ilicitude (causas supralegais), sem que haja disposio legal. E isso no fere o princpio da reserva legal, pois, trata-se de norma no-incriminadora. Nos termos do art. 23 do CP, a doutrina unnime estabelece que este artigo so normas permissivas, uma vez que admitem analogia in bonan partem, tanto que existe uma excludente supralegal de ilicitude (inexistente na lei) que o consentimento do ofendido.Art. 23 - No h crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legtima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito.

Requisitos para que o consentimento do ofendido seja uma excludente de ilicitude: O bem jurdico deve ser disponvel (exemplo: patrimnio); A vtima deve ter capacidade (nos termos da lei civil) para dispor do bem;

Diante desses dois requisitos, no h crime, ou por ser antijurdico ou pelo fato ser atpico. O terceiro requisito abaixo determinar o motivo do fato no ser considerado crime. O dissenso da vtima no seja elementar do crime . Por exemplo, o crime do art. 150 do CP (violao de domiclio), um tipo penal que o dissenso da vtima elementar do crime (exige a discordncia do morador). - No caso do crime de dano (caso em que esto presentes os trs requisitos) um caso de excludente de ilicitude. - para a teoria da imputao objetiva, o consentimento do ofendido sempre produz fato atpico. Excesso nas excludentes de ilicitude (art.23 nico):Excesso punvel Pargrafo nico - O agente, em qualquer das hipteses deste artigo, responder pelo excesso doloso ou culposo.

- a desnecessria intensificao de uma conduta inicialmente legtima. Excesso crasso => ocorre quando o agente desde o princpio j atua completamente fora dos limites legais. Ex: Matar criana que furta laranja. Excesso extensivo => aquele cometido fora do mbito da legtima defesa o excesso aps cessada ou antes de iniciada a situao justificante. ocorre quando o agente reage antes da efetiva agresso futura, mas esperada pode conforme o caso excluir a culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa). Excesso intensivo => ocorre quando o agente que inicialmente agia dentro do direito diante de uma situao de fato agressiva, intensifica a ao justificada e ultrapassa os limites permitidos (de reao moderada passa para reao imoderada), o excesso que se refere aos meios empregados ou ao grau de sua utilizao. Excesso na causa => ocorre quando h desproporcionalidade entre os direitos atingidos e protegidos. OBS: Se o excesso foi doloso responde com dolo; se culposo com culpa. Se no agiu com dolo nem culpa o excesso exculpante. - O artigo 45 nico do CPM, se no for crime militar atua com causa supra legal. Excesso acidental => ocorre ao reagir moderadamente, por fora de acidente, causa leso alm da reao moderada. Excesso punvel: o doloso ( o excesso intencional, voluntrio) ou o culposo (excesso que deriva de um erro evitvel, involuntrio). Erro evitvel => aquele que uma pessoa mediana no teria cometido. Erro inevitvel => aquele que uma pessoa mediana tambm teria cometido. Excesso impunvel (excesso exculpante): o excesso sem dolo ou sem culpa, ou seja, aquele que deriva de um erro inevitvel (o agente no percebe o excesso).

CULPABILIDADE

- Crime, segundo o critrio bipartido ou dicotmico (Damsio), fato tpico e antijurdico, funcionando, a culpabilidade, como pressuposto para aplicao da pena. Culpabilidade significa culpa em sentido amplo, ou seja, reprovabilidade da conduta (no se trata de culpa em sentido estrito - a tipicidade culposa - que foi estudada no fato tpico). Em outras palavras, somente haver possibilidade de se impor pena se o fato praticado pelo agente for reprovvel. Por isso que o ncleo da culpabilidade a culpabilidade do fato e no do autor. Em todo caso o critrio predominante no Brasil e no mundo o critrio tricotmico, pois a culpabilidade conforme Welzel uma caracterstica fundamental do delito e, portanto, elemento integrante do crime. Nas lies de Welzel culpabilidade a reprovabilidade da configurao da vontade. Quadro comparativo de teorias da culpabilidade: TEORIA PSICOLGICA DA CUPABILIDADE Rardbruch * tem base causalista * trabalha comespcies de culpabilidade dolo e culpabilidade culpa contendo um nico elemento imputabilidade.

TEORIA PSICOLGICA NORMATIVA frank * tem base neokantista* a culpabilidade no tem espcies ela tem elementos > 1. imputabilidade 2. exigibilidade de conduta diversa 3. culpa 4. dolo > constitudo de conscincia, vontade, conscincia atual da ilicitude < dolo normativo.

TEORIA NORMATIVA PURA Wesel * tem base finalista* o dolo e a culpa migram para o fato tpico sendo o dolo constitudo de conscincia e vontade, sendo agora a culpabilidade constituda de: potencial conscincia da ilicitude + ...

- O Cdigo Penal brasileiro adotou a teoria normativa pura (limitada) da culpabilidade, e so exigidos os seguintes elementos para que haja culpabilidade: a) Imputabilidade; b) Potencial conscincia da ilicitude; c) Exigibilidade de conduta diversa.

Elementos da culpabilidade no finalismo: Imputabilidade- Para que o agente possa ser responsabilizado pelo fato tpico e ilcito por ele cometido preciso que seja imputvel. O Cdigo Penal brasileiro no conceitua a imputabilidade. No art. 26 caput encontramos o conceito de

inimputabilidade. Logo, para sabermos o que imputabilidade, devemos observar, a contrario sensu, o conceito de inimputabilidade. Causas que no excluem a imputabilidade: art. 28 I CP a emoo ou a paixo; art. 28 II CP a embriaguez, voluntria ou culposa, pelo lcool ou substncia de efeitos anlogos (aplicao da teoria da actio libera in causa); e se se tratar de embriaguez preordenada, incide a agravante do CP 61 II alnea l. Causas que excluem a imputabilidade: art. 26 caput CP inimputabilidade aqui o sistema adotado o psicosocial, (no basta doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; h necessidade, em razo disso, de o agente, ao tempo do crime, ter tido inteiramente afastada a capacidade de entender ou a capacidade de querer ou ambas as capacidades). OBS. ocorrendo essa hiptese o juiz absolver o agente impondo medida de segurana; trata-se da absolvio imprpria (arts. 386 V do CPP c/c 97 do CP). art. 27 CP menoridade penal aqui o sistema adotado o biolgico (trata-se de exceo, isso porque basta ser menor de 18 anos para que o agente seja inimputvel, o que o far responder no Juzo da Infncia e Juventude). art. 26 1 CP embriaguez acidental completa por caso fortuito ou fora maior aqui o sistema adotado o biopsicolgico (no basta a embriaguez em questo; h necessidade, em razo disso, de o agente, ao tempo do crime, ter tido inteiramente afastada a capacidade de entender ou a capacidade de querer ou ambas as capacidades). OBS. ocorrendo a hiptese o juiz absolver o agente (art. 386 V do CPP). Causas que reduzem a censurabilidade (responsabilidade diminuda ou semiimputabilidade): art. 26 pargrafo nico CP semi-imputabilidade aqui o sistema adotado o biopsicolgico (no basta perturbao da sade mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; h necessidade, em razo disso, de o agente, ao tempo do crime, ter reduo da capacidade de entender ou a capacidade de querer ou ambas as capacidades). OBS. ocorrendo a hiptese o juiz condenar o agente com obrigatria reduo de pena (1/3 a 2/3) e em seguida aplicar o sistema vicariante ou unitrio do art. 98 do CP (determinar o cumprimento da pena ou medida de segurana). art. 28 2 CP embriaguez acidental incompleta por caso fortuito ou fora maior aqui o sistema adotado o biopsicolgico (no basta a embriaguez em questo; h necessidade, em razo disso, de o agente, ao tempo do crime, ter sofrido reduo da capacidade de entender ou da capacidade de querer ou de ambas as capacidades).

OBS. ocorrendo a hiptese o juiz condenar o agente com obrigatria reduo de pena (1/3 a 2/3).

Potencial conscincia de ilicitude- o conhecimento leigo, por parte do agente, de que faz algo contrrio ao direito. Assim sendo, para que haja potencial conscincia da ilicitude no h necessidade de conhecimento tcnico-jurdico, mas um juzo profano de que a conduta contrria do direito. - Lembre-se que a alegao de desconhecimento da lei no exime o agente (art. 3 da LICC e art. 21 do CP). Isso, no mximo, importar aplicao da atenuante genrica disposta no art. 65, inciso II do CP. - Para se obter a benesse da falta de conscincia de ilicitude, deve-se provar que o agente no tinha e nem poderia ter conscincia profana de que fazia algo errado (ou seja, o agente, com as condies pessoais que tinha, no tinha condio de saber que fazia algo contrrio ao direito ou seja que fazia algo proibido). Se tal ocorrer estaremos diante do Erro de Proibio invencvel, escusvel, inevitvel, que exclui a culpabilidade pela inexistncia da potencial conscincia de ilicitude (art. 21 do CP). Todavia, se o agente no tinha, mas podia ter essa conscincia (as suas condies pessoais permitiam que atingisse essa conscincia), estaremos diante de Erro de Proibio vencvel, inevitvel, portanto inescusvel, que apenas diminui a pena (segundo o art. 21 do CP, de 1/6 a 1/3). Exigibilidade de conduta diversa - Algum somente pode ter reprovada a conduta e, portanto, ser punido, se era exigvel, de sua parte, conduta diversa da que adotou. Se a situao concreta espelhar inexigibilidade de conduta diversa, no haver culpabilidade. O Cdigo Penal brasileiro, no art. 22, traz duas situaes que espelham inexigibilidade de conduta diversa, e que, portanto, isentaro o agente de pena: coao moral irresistvel trata-se de coao moral irresistvel, e no fsica (lembre-se que a coao fsica irresistvel afasta a voluntariedade da conduta, portanto nem haveria conduta, sendo o fato atpico). obedincia a ordem no manifestamente ilegal de superior hierrquico se a ordem legal, no haver crime (superior e inferior hierrquico estaro no estrito cumprimento do dever legal; se a ordem ilegal ambos cometero crime; se a ordem no manifestamente ilegal, apenas o superior hierrquico responder pelo crime, havendo iseno de culpabilidade para o inferior hierrquico.

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ITER CRIMINIS- Iter criminis so as fases, as etapas do crime doloso majoritariamente considerando-se quatro algumas obrigatrias e outras eventuais facultativas; o caminho do crime. As fases ou etapas do crime so: fase interna (cogitao) e fase externa (preparao, execuo e consumao). OBS > alguns autores defendem (Rogrio Grecco ), uma quinta etapa qual seja > exaurimento Cogitao => a etapa psicolgica em que o autor pensa elabora o fato imaginar, idealizar a prtica de um crime, se uma etapa puramente mental psicolgica esta etapa absolutamente impunvel. Em face do princpio da lesividade ou ofensividade uma etapa absolutamente impunvel no havendo interveno do direito penal, muito embora esta etapa seja obrigatria. Ela pode ocorrer quase que instantaneamente a execuo do crime. OBS > equipara-se ao conceito de premeditao sendo uma etapa obrigatria e necessria para todo crime doloso, podendo no entanto ter longa ou curta durao. Preparao (atos preparatrios) => Caracterizam-se atravs de atos concretos e materializados no mundo real, que visam propiciar organizar a prtica do crime, porm no ultrapassa a esfera do prprio agente sendo portanto de regra impunveis. Esta etapa facultativa podendo vir a existir ou no. OBS : H excees a impunibilidade dos atos preparatrios quando o legislador tipifica autonomamente condutas que seriam de mera preparao criando assim um tipo penal autnomo e tornando a conduta punvel. Ex: petrechos para falsificao de moeda. Execuo (atos executrios) => Se d atravs da realizao do crime quando o agente passa a interferir no bem jurdico alheio permitindo-se assim a interveno penal atravs da punio ao menos da forma tentada do crime. OBS: Para o sistema penal brasileiro, s h crime a partir da fase de execuo (consoante o artigo 14 inciso II do CP, diz-se o crime tentado quando, iniciada a execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente), o que permite inferir que a fase de cogitao e os atos meramente preparatrios no so punveis criminalmente. Critrios de delimitao do incio de execuo: 1. Objetivo formal: De razes causalistas determina que o incio de execuo se d quando o agente inicia o movimento de realizao do verbo ncleo do tipo penal. Pela prtica da conduta formalmente prevista na lei. O inicio de execuo se d com o incio da ao contida no verbo nuclear do tipo penal. 2. Objetivo Individual (objetivo subjetivo): O incio de execuo se d independentemente da concreta realizao do verbo ncleo do tipo penal, mas sim no momento imediatamente anterior a esta realizao, ou seja no ultimo momento antes da concreta prtica do verbo ncleo do tipo penal quando se demonstra o incio de realizao do plano criminoso do autor (dolo), quanto a prtica do fato previsto na lei penal. Tem base finalista.

Consumao => Se d quando o crime est completo sendo que isto ocorre de trs formas: 1. Com a concreta produo do resultado naturalstico previsto na lei . < materializao de um resultado no mundo ftico (crimes materiais). 2. Com a completa realizao da conduta formalmente proibida independentemente da produo do resultado material previsto. (crimes formais). 3. Com a completa realizao da mera conduta proibida no havendo qualquer resultado material sequer previsto. (crimes de mera conduta). Exaurimento => o esgotamento do crime ou seja quando no h mais nada para ocorrer e por isso pode acontecer em qualquer crime. Porm nos crimes materiais no ser relevante, pois coincide com a prpria consumao, atravs da produo do resultado, nos crimes de mera conduta tambm ser irrelevante, pois tambm coincide com a consumao atravs da prtica da conduta (exaurimento formal). Nos crimes formais importante se falar em exaurimento, pois este muitas vezes se destaca da consumao j que esta ocorre com a completa prtica da conduta e o exaurimento apenas com a eventual produo do resultado material que no necessrio.

Crime Consumado- De acordo com o art. 14, inciso I do CP, diz-se o crime consumado quando nele se renem todos os elementos de sua definio legal (houve integral cumprimento do iter criminis).

Art. 14 - Diz-se o crime: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) Crime consumado I - consumado, quando nele se renem todos os elementos de sua definio legal; Tentativa (Includo pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente. (Includo pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) Pena de tentativa Pargrafo nico - Salvo disposio em contrrio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuda de um a dois teros. Desistncia voluntria e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo ou impede que o resultado se produza, s responde pelos atos j praticados.

- Se, atingida a consumao, o agente lograr todas as conseqncias que o delito permitia, ingressar na fase de exaurimento do crime, que, normalmente, deve ser levada em conta no campo de aplicao da pena (conseqncias do crime art. 59 do CP).

Crime Tentado- Ocorre quando o agente inicia a execuo, mas no chega a consumao por motivos alheios a sua vontade, trata-se portanto de um crime incompleto. De acordo com o art. 14, inciso II do CP, diz-se o crime tentado

quando, iniciada a execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente. (lembre-se que se a consumao no ocorrer pela vontade do agente, teremos desistncia voluntria ou arrependimento eficaz).

OBS: O dolo do crime consumado igual o do crime tentado estes problemasse do no plano objetivo da realizao do crime, por isso o agente responder na tentativa pelas mesmas penas em abstrato de um crime consumado e o tipo penal ser o mesmo, porm como o crime tentado est incompleto pela a ausncia de consumao a pena tambm dever ser incompleta e por isso diminuda de um tero a dois teros.

Natureza

da

tentativa => causa de diminuio da pena.

Doutrinariamente pode-se afirmar que ela uma norma de adequao tpica indireta ou por subordinao mediata ou ainda por extenso. - trata-se de norma de extenso j que estende a aplicao do tipo consumado a quem s tentou e por isso norma de adequao tpica indireta por isso preciso se passar pelo art. 14 CP para adequar a conduta de tentar ao modelo tpico previsto, portanto norma de adequao tpica por subordinao mediata j que a imputao do crime consumado est subordinada a diminuio de pena do artigo 14, por isso tambm causa de diminuio de pena.

Classificao doutrinria da tentativa:Quanto ao iter criminis pecorrido ou quanto a execuo: Imperfeita, inacabada ou propriamente dita: o agente inicia a execuo mas no consegue acab-la, por circunstncias alheias sua vontade, no praticando todos os atos executrios, havendo portanto atos a executar ou seja, impedido de prosseguir na execuo do crime (ex. algum lhe toma a arma depois do primeiro disparo). Perfeita, acabada ou crime falho: ocorre quando o agente inicia a execuo e completa a realizao dos atos executrios, porm por motivos alheios a sua vontade o crime no se consuma ou seja ele pratica todos os atos de execuo que tinha ao seu dispor, todavia o crime no se consuma por circunstncias alheias sua vontade (ex. o agente dispara todos os projteis que tinha na arma e algum socorre a vtima, salvandoa. OBS: A tentativa perfeita, (onde se esgota os atos executrios), somente compatvel com os crimes materiais. OBS: Tem jurisprudncia norteando a reduo da tentativa conforme o maior percurso feito no caminho do crime, portanto quanto mais atos executrios menor a reduo e vice versa. Prevalece portanto que a reduo da pena na tentativa deve ser inversamente proporcional a proximidade da produo do resultado. Concluindo neste caso que quando mais prximo de causar a consumao menor ser a reduo.

Quanto ao resultado produzido na vtima: Incruenta ou branca: ocorre quando a vtima no atingida (ex. agente descarrega arma em direo vtima e esta no atingida no h derramamento de sangue, no h resultado material Ex: tentativa branca de homicdio); pode ser perfeita ou imperfeita. Cruenta ou vermelha: aquela em que h concreta leso material da vtima, mas no havendo a consumao. Ocorre na hiptese de a vtima ser atingida; pode ser perfeita ou imperfeita. Quanto a possibilidade concreta de alcanar o resultado: Inidnea, inadequada, impossvel ou quase-crime: O resultado absolutamente impossvel de ser alcanado, so as hipteses de crime impossvel (CP 17). > impunvel Idnea: O resultado, apesar de no alcanado por circunstncias alheias a vontade do agente, era possvel. > punvel Quanto a vontade do agente: Simples: O resultado no ocorre por circunstncias alheias a vontade do agente. Abandonada: O resultado no ocorre por circunstncia inerentes a vontade do agente. o nome dado pela doutrina s hipteses de desistncia voluntria e arrependimento eficaz (CP 15). ( o gnero do qual so espcies a desistncia voluntria e do arrependimento eficaz ).

Infraes penais que no admitem tentativa: Crime culposo => No se pode tentar aquilo que no se quer em face da ausncia de vontade (dolo) no h tentativa, pois o resultado involuntrio. OBS: a culpa imprpria (legtima defesa putativa), na verdade um crime voluntrio punido culposamente por razes de poltica criminal. Prevalece que mesmo neste caso no h tentativa. Ou no caso de legtima defesa putativa caso a vtima no morra deve o agente responder por leso corporal. A doutrina afirma que h exceo na hiptese de culpa imprpria quando em funo de um erro de tipo permissivo evitvel, possvel a tentativa do crime culposo, pois na verdade trata-se de tentativa de crime doloso impropriamente punido como crime culposo em razo do erro. Crime preterdoloso (alm do dolo) => Como nesses crimes h um resultado mais grave do que o desejado e que produzido a ttulo de culpa no h como tent-lo pois ele no foi ou no desejado sendo produto da falta de cuidado, pois o resultado aqui tambm involuntrio. Ex: leso corporal seguida de morte. OBS: a doutrina admite a tentativa no crime

preterdoloso quando apesar de ocorrido o resultado culposo, ficou frustada a conduta antecedente dolosa. Ex: tentativa de aborto qualificado pela morte da gestante. Sobrevivendo o feto. Contraveno penal => O 4 da lei das contravenes penais diz que o fato no punvel. Subtraindo-se o seguinte entendimento que o fato possvel todavia no punvel. Crime de atentado => a tentativa punida com a mesma pena da consumao. J trazendo a tentativa como elementar do tipo incriminador. Entendendo alguns doutrinadores que a tentativa um acontecimento possvel s no se permitindo a reduo da pena. Crime habitual => este s existe aps a reiterao de atos Doutrina majoritria. OBS: tem jurisprudncia admitindo a tentativa. Ex: curandeirismo > no caso de agente estar atendendo a um paciente e tendo vrios com hora marcado ou com atendimentos agendados. < esta jurisprudncia minoritria. Crimes unissubsistentes => A conduta tpica indivisvel, infracionvel portanto ou ocorre por inteiro e o crime s consuma ou no h crime, pois a sua execuo no admite fracionamento. Ex: crimes omissivos prprios e crimes de mera conduta. OBS: excepcionalmente h um crime de mera conduta que admite tentativa que a violao de domiclio < doutrina de Flvio monteiro de Barros art. 122 participao em suicdio. OBS: Cezar Roberto Bitencourt discorda. (Crimes punidos a ttulo de dolo eventual) => pois para alguns autores o agente no quer o resultado apenas assumindo o risco de produzi-lo. Prevalece que no entanto da jurisprudncia que assumir o risco no deixa de ser uma vontade e portanto admite-se sim a tentativa. Crimes de mera conduta => Como nesses crimes s h conduta prevista e por opo do legislador via de regra essas condutas so unisubsistentes no haver tentativa, j que ou acontece por inteiro e o crime se consuma ou no h crime. Crimes omissivos prprios => So aqueles a prpria lei prev a omisso e por isso no h resultado previsto desta forma so tambm crimes de mera conduta e unissubsistententes e por isso so incompatveis com a forma tentada. Crime habitual => como se exige a prtica reiterada de atos praticados de forma habitual, ou o agente realiza vrios em habitualidade e crime se consuma ou no h crime com a prtica espordica.

Punibilidade da tentativa: - O Cdigo Penal brasileiro adotou a teoria objetiva, ou seja, leva em conta a leso ao bem jurdico; dessa maneira, o art. 14 pargrafo nico dispe:

salvo disposio em contrrio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuda de 1 (um) a 2/3

(dois teros) (note, porm, que pode haver disposio em contrrio, como

o caso do crime do art. 352 do CP, que pune igualmente consumao e tentativa) Evadir ou tentar se evadir > recebendo estes a denominao doutrinria de crime de atentado ou de empreendimento. - O pargrafo nico do art. 14 trata-se, como se v, de causa obrigatria de diminuio de pena, e o vetor determinante do quantum da reduo ser a proximidade com a consumao (se o crime chegou perto da consumao, menor a reduo da pena pela tentativa; se, porm, ficou longe, maior a reduo).

Desistncia Voluntria e Arrependimento Eficaz .- Como j enunciamos acima, essas figuras so denominadas, pela doutrina, tentativa abandonada ou qualificada, estando previstas no art. 15 do

CP. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir pelos atos j praticados

na execuo ou impede que o resultado se produza, s respondeDesistncia voluntria => Ocorre a desistncia voluntria quando o agente, voluntariamente (portanto, por vontade prpria, no se exigindo espontaneidade), interrompe a execuo do crime (evidentemente no atinge a consumao). O agente abandona a execuo do crime quando ainda lhe sobra do ponto de vista objetivo uma margem para a ao delituosa. A desistncia voluntria no precisa ser espontnea e por isso pode ser motivada por um fator externo de natureza subjetiva desde que a escolha final seja do agente. Para diferenciar a desistncia voluntria da tentativa utiliza-se a formula de Frank > Se eu quero prosseguir e no posso >tentativa, mas se eu posso prosseguir e no quero > desistncia voluntria. Ex. o agente est em uma casa furtando e depois de reunir todos os objetos na sala, resolve abortar a prtica criminosa, desistindo da empreitada. Nesse caso, apenas responde pelos atos j praticados (invaso de domiclio). A doutrina denomina tanto a desistncia quanto o arrependimento eficaz de ponte de ouro. < Nelson Hungria. Elementos da desistncia: - incio da execuo - No consumao por circunstncias inerentes a vontade do agente - A desistncia deve ser voluntria (no se confundindo com espontaneidade). OBS: formula de Frank na tentativa eu quero prosseguir, mas no posso e na desistncia eu posso prosseguir mas no quero. Voluntariedade # espontaneidade Voluntariedade => admite interferncia externa. > a desistncia sugerida ao agente e ele assimila, subjetiva e prontamente. Trata-se de sugesto influncia externa de outra pessoa. Se a causa que determina a desistncia circunstncia

exterior uma influncia objetiva que compele o agente a renunciar o propsito criminoso haver tentativa. Espontaneidade > no admite interferncia externa. Conseqncia => s responde o agente pelos atos j praticados. Arrependimento Eficaz => Ocorre quando terminada a execuo o agente atua de forma eficaz impedindo a consumao, sendo que tambm no precisa ser espontnea bastando que a escolha do arrependimento seja feita pelo prprio agente, ou seja quando o agente, esgotados os atos executrios, impede voluntariamente (portanto, por vontade prpria, no se exigindo espontaneidade) que o resultado se produza. Ex. o agente descarrega a arma na vtima para matla, todavia, esgotada a capacidade ofensiva, resolve voluntariamente lev-la para o hospital e a salva. - Nesse caso, igualmente, apenas responde pelos atos j praticados (leso corporal). Tambm o agente s responde pelos atos j praticados. (ponte de ouro). OBS: O arrependimento eficaz no cabvel em crimes formais e de mera conduta j que nesses ao realizar integralmente a conduta tpica e completar os atos executrios logo haver consumao, desta forma instituto exclusivo dos crimes materiais. Natureza jurdica: Duas correntes principais: 1. So causas de excluso da tipicidade ( em sentido estrito) do fato inicialmente pretendido pelo agente. < doutrina e jurisprudncia majoritria. 2. Causas de excluso da punibilidade do fato inicialmente pretendido. < (Luiz Regis Prado). OBS: para diferenciar a desistncia voluntria do arrependimento eficaz pede-se utilizar a seguinte frase: eu s desisto daquilo que estou fazendo e me arrependo daquilo que j fiz.

Arrependimento Posterior => Tem previso no art. 16 do CP:Ocorre quando aps a consumao o agente se arrepende reparando o dano ou restituindo a coisa, porm como o crime j est consumado no h como no imput-lo ao agente e por isso havendo arrependimento posterior reduz-se a pena de um tero a dois teros. Requisitos: O crime cometido sem violncia ou grave ameaa a pessoa O arrependimento tem que se dar at o ( recebimento da denncia ou da queixa). < at o incio do processo.

Art. 16 - nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou restituda a coisa, at o recebimento da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a pena ser diminuda de 1 (um) a 2/3 (dois teros). A depender do momento da reparao e das circunstncias em que estas se deram.Natureza jurdica -> Trata-se de causa obrigatria de reduo da pena. (aplicada na terceira fase da dosimetria).

Necessidade da reparao ser integral => Majoritariamente entende-se que a reparao dever ser integral e plena salvo em casos excepcionais quando sendo parcial e razovel a vtima aceite esta reparao como ressarcimento do prejuzo. a posio predominante que a reparao deve ser integral . < salvo impossibilidade material de faz-lo essencialmente por culpa da vtima. Arrependimento atenuante de pena : art. 65 III b) > Ocorre quando o agente se e repara o dano ou restitui a coisa ou ainda atua de qualquer forma para diminuir a conseqncia dos seus atos desde que o faa at a sentena condenatria independentemente de outros requisitos como: violncia, grave ameaa etc.. - trata-se neste caso de atenuante genrica prevista na parte geral, tendo como limite mximo de diminuio da pena de 1/6 < posio jurisprudencial . Pode ser aplicada nos crimes cometidos com violncia ou grave ameaa.