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CAPÍTULO 1 TEORIA DA EMPRESA Conceitos: 1. Empresa: Atividade exercida pelo empresário 2. Empresário Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Elementos: Profissionalismo Fim lucrativo (não necessariamente ter lucro) Organização Atividade de produção, circulação de bens ou prestação de serviços Profissionalismo? Habitualidade Pessoalidade – pessoas agindo em seu nome - (Quem tem chefe não é empresário!) Conhecimento Organização? Capital Matéria prima Mão de obra Tecnologia Exceções: Art. 966 Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Art. 982. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. (5764/71) Empresário é pessoa jurídica? Quando o art. 966 fala “QUEM” ele fala em Pessoa Física, mesmo tendo CNPJ, porntato, o empresário será sempre pessoa física A Sociedade Empresária, pessoa jurídica, está prevista no Art. 982 Empresário Individual pode constituir pessoa jurídica? Pode constituir pessoa jurídica através da EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) Atenção:

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Page 1: TEORIA DA EMPRESARIO É a pessoa física equiparada à Pessoa Jurídica que atua em uma determinada atividade empresarial. Requisitos Básicos: Capacidade Efetuar Registro no Departamento

 

 

CAPÍTULO 1

TEORIA DA EMPRESA

Conceitos:

1. Empresa:

Atividade exercida pelo empresário

2. Empresário

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Elementos:

Profissionalismo Fim lucrativo (não necessariamente ter lucro) Organização Atividade de produção, circulação de bens ou prestação de serviços

Profissionalismo?

Habitualidade Pessoalidade – pessoas agindo em seu nome - (Quem tem chefe não é empresário!) Conhecimento

Organização?

Capital Matéria prima Mão de obra Tecnologia

Exceções:

Art. 966 Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Art. 982. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. (5764/71)

Empresário é pessoa jurídica?

Quando o art. 966 fala “QUEM” ele fala em Pessoa Física, mesmo tendo CNPJ, porntato, o empresário será sempre pessoa física

A Sociedade Empresária, pessoa jurídica, está prevista no Art. 982

Empresário Individual pode constituir pessoa jurídica?

Pode constituir pessoa jurídica através da EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada)

Atenção:

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EMPRESÁRIO

É a pessoa física equiparada à Pessoa Jurídica que atua em uma determinada atividade empresarial.

Requisitos Básicos: Capacidade Efetuar Registro no Departamento de Registros Empresarias e Integração (DREI) Não ter impedimento legal

Pode existir empresário incapaz?

Sim, quando a incapacidade surge depois do arquivamento dos atos constitutivos ou quando recebe por sucessão.

Neste caso a pessoa que se tornou incapaz mantém a capacidade empresarial, porém, vai ter um curador nomeado pelo juiz e não pode ser o administrador a Firma.

Em todos os casos haverá um Alvará Judicial que autoriza o incapaz a manter a atividade empresarial. (Alvará pode ser cassado a qualquer momento pelo juiz)

Quando um incapaz recebe uma herança tem que haver a separação entre o patrimônio do menor e o patrimônio da atividade empresarial (patrimônio pessoal, no caso de incapaz, não pode ser afetado)

Qual a diferença entre Impedimento e Incapacidade?

Incapacidade: Atinge a pessoa em si Impedimento: Atinge a ocupação da pessoa

Ex: Magistrado, é capaz mas está impedido (Art. 95 CF/88)

Só pode empresariar se deixar a função de Juiz.

Todos os Atos praticados por uma pessoa impedida são VÁLIDOS!

Impedimentos:

1. Magistrado 2. Ministério Público: CF art. 128 §5º, II, c

OBS: Ambos, magistrados e membros do Ministério Público, podem participar como sócios ou investidores, sem assumir responsabilidades.

3. Funcionalismo Público: Art. 117, X, (Lei 8.112/90)

Qualquer pessoa que assuma cargo público, não pode ser empresário, mas, pode ser sócio

Art. 117. Ao servidor é proibido:

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

4. Militares: Art. 29 (Lei 6.880/80)

Militares na ativa são impedidos de empresariar. Estão incluídos a Policia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.

5. Falidos: (Lei 11.101)

O empresário falido só pode voltar a empresariar depois de ter decretado pelo juiz a sua reabilitação. Caso o empresário NÃO incorra em crime falimentar, basta a declaração de extinção das obrigações para considerar a sua reabilitação Caso contrário, além do decurso legal terá que obter a declaração de extinção das obrigações e a sua reabilitação penal para considerar a sua reabilitação.

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Gerente e administradores condenados por crime falimentar não podem empresariar, mas podem participar de uma sociedade empresária como sócios.

6. Deputados e Senadores

CF/88 Art.

54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

É agente Público

Não podem ser acionistas de Empresa que tem contrato com ente público

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

7. Estrangeiros com visto provisório 8. Devedores do INSS (art. 95, §2º, da Lei nº 8.212/91). 9. Leiloeiro: (art.36 do Decreto n° 21.891/32) 10. Despachante Aduaneiro (art.10, inciso I, do Decreto nº 646/92) 11. Corretores de seguro (art. 20 da Lei n° 6.530/78) 12. Prepostos

Preposto é qualquer funcionário da empresa. Preposto não pode concorrer com o patrão.

13. Médicos (Decreto nº 19.606/31, Decreto nº 20.877/31 e Lei nº 5.991/73)

Não podem atuar na área farmacêutica enquanto atuarem na medicina.

ATOS DA JUNTA COMERCIAL

1. Matricula

Não é referente a empresário, mas para Auxiliares de Comercio

Ex: Trapiche (armazém de beira mar), Leiloeiro, tradutores oficiais, interpretes comerciais.

2. Arquivamento

É o registro inicial de uma empresa, enquanto empresário ou sociedade empresária.

Apresenta os documentos exigidos por lei e arquiva os atos constitutivos .

Atenção:

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3. Averbação

São anotações, observações, juntadas, feitas à margem de um registro que já existe. Torna público algo referente ao arquivamento do empresário e a sociedade empresária O que não está averbado não pode ser usada contra terceiros.

4. Autenticação

Comprovar a origem do documento. A Junta Comercial tem o dever de autenticar determinados documentos como os livros empresariais.

ME e EPP – LC 123/2006

ME – faturamento bruto anual até R$ 360.000,00

EPP - faturamento bruto anual de R$ 360.000,01 à 4.800.000,00

Deve haver a opção por estas modalidades, não é um enquadramento automático.

Podem optar pelo SIMPLES e deixar de recolher contribuição para o sistema “S”, sindical e recolhem de forma unificada e simplificada o IPI, IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, CSLL e contribuições patronais.

MEI - LC 128/2008

Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário.

Faturamento até R$ 81.000,00 anuais e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Será enquadrado no Simples e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL) pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 37,20 (comércio ou indústria), R$ 41,20 (prestação de serviços) ou R$ 42,20 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS.

Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, etc.

EIRELI

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Lei 12.441/2011 em vigor desde janeiro de 2012)

CC Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País

Mínimo do Capital Social – 100 salários.

O capital deve estar 100% integralizado, independente de seu valor.

Só pode participar de uma única empresa desta modalidade.

Pode ser constituída por pessoa Jurídica?

Apesar da divergência doutrinária o entendimento do DREI é de que não pode (Instrução Normativa nº 10), apesar de alguns julgados do STJ permitirem por falta de previsão legal que proíba.

DESAPARECIMENTO DO EMPRESÁRIO

1. Morte 2. Falência 3. Desistência 4. Revogação de Alvará Judicial

NOME EMPRESARIAL

O nome Empresarial serve para:

Individualizar o empresário ou sociedade empresária e mostrar o grau de responsabilidade do Sócio ou sócios. De acordo com Dylson Dória, nome empresarial “É aquele adotado por pessoa física ou jurídica para o exercício do comercio e por cujo meio se identifica”.

Pode ser enquadrado no direito patrimonial?

Não pode ser vendido, portanto, não há enquadramento patrimonial.

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Nome Empresarial tem que corresponder a verdade

Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.

Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.

No caso de Franquia? Nome Fantasia e marca são diferentes de Nome Empresarial, na franquia existe um licenciamento para o uso da marca e não do nome empresarial.

Em caso de Sucessão causa mortis?

Ainda assim os sucessores não poderão utilizar o mesmo nome, sob pena de ferirem o princípio da autenticidade.

A proteção visa impedir a concorrência desleal.

É protegido na Junta Comercial, por esse motivo a proteção é estadual

TIPOS DE NOME EMPRESARIAL

1. Firma individual:

Só para empresários “individuais”

Utiliza o próprio nome do empresário (todo, abreviado ou parte), podendo acrescentar um elemento da atividade

Ex: João da Silva Padaria

2. Firma Social: Razão Social – Vincula o nome ao sócio

Nome empresarial que vai ser dado para sociedades de pessoas e sociedades mistas

Nome constituído pelo nome dos sócios (todos ou não), nome completo ou não, abreviado ou não, podendo ser adicionado ao final o elemento de atividade.

Pode identificar o estado: Irmão, filhos, etc.

3. Denominação Social:

Nome empresarial que vai ser dado para sociedades de capital e EIRELI

Ex.: Sociedade Anônima.

Não vincula ao nome de ninguém

Objeto + Nome (fantasia) + Tipo de Responsabilidade

Ex: Lojas Americanas S/A

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Estabelecimento empresarial é um complexo de bens móveis ou imóveis (Casa, carros, computadores), materiais ou imateriais (Ponto Comercial, patente, marcas) utilizados para o exercício da atividade empresarial.

Pode ser alienado?

Pode, pois é propriedade. Art. 1143 CC (Alienação de Estabelecimento Empresarial se dá pelo contrato de Trespasse)

O valor vai além da união de seus bens. Inclui a utilização que o Empresário dá aos seus bens, ou seja, determinado estabelecimento pode ter muito mais valor na mão de um determinado empresário que de outro, mesmo sendo os mesmos bens.

Não inclui a clientela (é um valor subjetivo).

Atenção:

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PONTO COMERCIAL

É o local onde está sediada a atividade empresarial.

O que traz valor econômico ao Ponto Comercial?

Facilidades e capacidade de atrair clientes

Proteção do ponto comercial:

1. Imóvel próprio: O direito de propriedade protege este Ponto Comercial. 2. Imóvel Locado: Se em virtude da capacidade do empresário de atrair clientes e

facilidades oferecidas, ele pode renovar judicialmente a locação (ação renovatória). A referida proteção respeita a vedação do enriquecimento sem causa, afinal, caso o empresário valorize o ponto do locador este deverá indenizar aquele para justificar seu acréscimo patrimonial caso não queira permitir que o contrato de aluguel continue.

O Direito de propriedade neste ponto estará intacto, afinal, o imóvel continuará sendo do locador.

Ação Renovatória:

Mínimo 3 anos de atividade empresarial no local. (A mesma atividade)

Tem que estar no local a mais de 5 anos. (Consecutivos e com contrato escrito)

Jurisprudência do STJ diz que pequenos lapsos temporais não significam novo contrato

Tem que ser feito dentro do prazo decadencial da ação renovatória (1 ano a 6 meses ANTES do término do contrato)

Prazo da renovação é o mesmo do contrato anterior.

Acessio Temporis: Possibilidade de união de contratos consecutivos.

Os contratos não tem que ser registrado.

Existem 5 possibilidades de recusa por parte do locador:

1. Obra por determinação do poder público 2. Obra para valorização do imóvel 3. Para uso próprio

Pode ser:

A própria pessoa

Uso do Cônjuge

Uso do ascendente ou descendente

Pode requerer desde que seja empresário ou sócio majoritário em sociedade empresária

Tem que ter atuação de no mínimo 1 ano

Não pode ser a mesma atividade comercial do locatário, sob pena de enriquecimento ilícito.

4. Aluguel insuficiente frente a valorização do imóvel

Duas possibilidades devem ser analisadas:

Valorização aconteceu devido a atividade comercial desenvolvida pelo locatário, neste caso não pode aumentar o aluguel,

Valorização aconteceu devido a atividade alheia a atividade comercial exercida pelo locatário, neste caso pode aumentar o aluguel,

5. Melhor oferta de atividade distinta

Locatário tem preferência, se cobrir a oferta.

TRESPASSE

Alienação do estabelecimento empresarial.

Condições para o trespasse (alternativas):

1. O Ativo restante tem que ser suficiente para quitar o passivo 2. O trespassante quita todo o passivo 3. Credores autorizam a realização

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A autorização pode ser:

a) Expressa b) Tácita: Se 90 dias após a comunicação feita pelo trepassante ao credor o

mesmo não se manifestar.

O trespassante fica solidariamente responsável pelo passivo pelo prazo de 1 ano contados:

a) Débitos vencidos

Prazo contado da publicação do trespasse

b) Débitos vincendos

Prazo contado do vencimento da dívida

O adquirente somente se responsabiliza por débitos contabilizados.

OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO

São 3 tipos de obrigações do empresário

1. Obrigação de arquivamento dos atos constitutivos

Todo o empresário tem necessidade de se registrar na junta

2. Escrituração dos livros comerciais ou empresariais

Existem livros comuns e específicos, obrigatórios e facultativos

3. Levantamento do inventário

De tempo em tempo tem que se levantar o ativo e passivo

Problemas do não arquivamento dos atos constitutivos:

1. Perde o direito a recuperação judicial. 2. Não será possível requerer as falências de devedores. 3. Livros comerciais perdem força probatória.

Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.

4. Fica proibido de participar de licitações ou contratar como poder público. 5. Gera responsabilidade solidária e ilimitada do sócio. 6. Não poderão se enquadrar como ME e EPP. 7. Não haverá proteção do nome empresarial.

Escrituração dos livros empresariais:

É uma escrituração formal que deve ser feita por contador (a não ser que no local não exista contador)

Possui dois tipos de requisitos:

1. Requisito Extrínseco

Autenticação na junta

2. Requisitos Intrínsecos

Contábeis (requisitos que o contador deve observar - 1183 CC)

Espécies de livros:

3. Obrigatórios a. Comuns:

Obrigatório para todos independente de atividade

Livro Diário

Exceção: ME e EPP: Somente livro caixa e de inventário

b. Específicos

Obrigatórias somente para determinadas atividades

Ex.: Livro de Registro de Ações

c. Facultativos

Ex: Livro conta corrente

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Todos os livros devem ser autenticados na Junta Comercial

TERCEIRIZAÇÃO

É a transferência de uma etapa da sua atividade empresarial para a outra pessoa física ou jurídica.

CAPÍTULO 2

DIREITO SOCIETÁRIO

1. Sociedades não personificadas a) Sociedade em comum b) Sociedade em conta de participação

2. Sociedades Personificadas a) Sociedades empresárias b) Sociedades simples

SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

SOCIEDADE EM COMUM

Sociedade não levada a registro (Irregular)

Responsabilidade dos sócios?

Ilimitada

Art. 990 C.C. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Existe o benefício de ordem na análise de responsabilidade, que deverá ser analisada de 3 maneiras:

1. Responsabilidade entre os sócios

Ilimitada e solidária

2. Responsabilidade dos sócios frente a sociedade Sócios em geral:

Ilimitada, contudo, subsidiária (somente terá seu patrimônio pessoal atingido após esgotar-se o patrimônio social

Sócio contratante (aquele que efetuou o negócio em seu nome, uma vez que a sociedade não possui personalidade)

Ilimitada e solidária

Conforme art. 990 perde o benefício do art. 1024 C.C.

Quem é titular do patrimônio da sociedade?

Uma vez que a sociedade não possui personalidade, mas possui patrimônio social (patrimônio utilizado para o exercício da atividade), esse será de titularidade comum dos sócios, constituindo patrimônio especial.

Essa sociedade poderá ter seu termo de constituição levado a registro posteriormente?

Sim e, nesse momento, passará a ter personalidade e será regida pelas regras legais.

Atenção:

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SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Sociedade formada entre o sócio ostensivo, que exerce a atividade em seu próprio nome, e os sócios participantes, também conhecidos como sócios ocultos, tratados como meros investidores.

Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.

Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.

Sócio ostensivo

Exerce o objeto social

Tem responsabilidade exclusiva

Age em seu nome individual (a sociedade não possui personalidade nem nome empresarial

Sócio participante (sócio oculto)

Participa dos resultados

Necessita de registro?

Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.

Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.

O registro não traz qualquer efeito, sequer traz personalidade jurídica, por isso não é efetivado.

Na sociedade em conta de participação o sócio ostensivo, e somente este, terá seu registro, seja como empresário ou mesmo como sociedade empresária, isso torna a atividade regular.

Quem pode ser sócio ostensivo?

Qualquer pessoa física ou jurídica capaz, podendo ser inclusive mais de uma pessoa.

SOCIEDADES PERSONIFICADAS

Simples ou empresária? Como definir?

Deverá ser feita uma análise do objeto

1. Empresária

Tem por objeto exercício da atividade própria de empresário sujeito à registro (art. 982 cc 966)

2. Simples

Definição por exclusão

Atenção:

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Cabe lembrar as exceções:

Intelectuais, artísticas, literárias (parágrafo único do art. 966) Sociedade por ações (sempre serão empresárias), Cooperativas (nunca serão empresárias) (parágrafo único do art. 982)

Forma das sociedades:

Art. 983 C.C. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.

Formas que a sociedade empresária deve adotar:

1. Nome coletivo 2. Comandita simples 3. Comandita por ações 4. Anônima 5. Limitada

Formas que a sociedade simples pode adotar:

1. Nome coletivo 2. Comandita simples 3. Limitada 4. Cooperativas 5. Simples “pura” (Simples simples)

Classificação das sociedades personificadas:

1. Quanto ao grau de dependência da sociedade em relação às qualidades dos sócios: Sociedade de pessoa – A qualificação pessoal do sócio é essencial para a sociedade Sociedade de capital – Somente interessa o capital integralizado pelo sócio, sua

qualificação pessoal não faz diferença.

A doutrina entende que quotas de sociedade de pessoas não podem ser penhoradas, uma vez que a penhora acarretaria hasta pública, o que abriria a possibilidade de qualquer pessoa tornar-se sócio, independente de satisfazer ou não as qualificações necessárias.

O STJ entende que tem valor patrimonial e, conforme art. 591 do CPC, somente são impenhoráveis bens expressamente previstos como tal. Nesse sentido, como as quotas sociais não estão listadas no art. 649 que trata da impenhorabilidade podem ser penhoradas. Contudo, os sócios teriam, nas sociedades de pessoas, o direito de preferência.

2. Quanto ao regime de constituição e dissolução do vínculo societário Sociedades contratuais - Contrato social Sociedades estatutárias - Estatuto social

Não observa os princípios contratuais, mas sim a Lei das S/A (6404)

3. Quanto ao grau de responsabilidade Ilimitada Limitada Mista (alguns sócios com responsabilidade limitada e outros com responsabilidade

ilimitada – ex. sociedade em comandita) 4. Quanto à nacionalidade

Nacional Estrangeira

Requisitos:

Forma de organização Local sede da administração

Art. 1.126 C.C. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.

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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Desconsidera-se a personalidade jurídica para atingir o patrimônio dos sócios.

Não necessariamente desaparece a pessoa jurídica, é ignorada naquele ato.

No Direito Empresarial aplica-se a Teoria maior da desconsideração, ou seja, a fraude deve ser comprovada.

Poderá ocorrer ainda a desconsideração inversa da personalidade jurídica, ou seja, a desconsideração para que se atinja patrimônio da sociedade por obrigação do sócio, sempre que o cônjuge ou companheiro empresário se valer de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, para subtrair do outro cônjuge direito oriundo da sociedade afetiva.

SOCIEDADE SIMPLES (CC 997 – 1038)

Tipo supletivo das sociedades empresárias (salvo as que possuem o capital dividido em ações ou as limitadas quando expressamente adotarem a lei 6404 como regra supletiva)

Se constitui mediante contrato escrito (público ou particular) que deverá ser inscrito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Sociedade de advogados deverá se registrar na OAB.

Responsabilidade subsidiária dos sócios (podendo ter cláusula de responsabilidade solidária).

Capital social poderá ser constituído por bens, créditos ou serviços.

Sua administração será feita por uma ou mais pessoas físicas, sócias ou não nomeadas no contrato ou em termo separado averbado posteriormente.

Não havendo nomeação de administrador?

A administração caberá a cada sócio, podendo cada um impugnar ato dos demais.

Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.

§ 1o Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos.

§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.

Quem pode ser administrador?

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.

§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

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Deliberações

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital.

§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.

§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.

Modificações no contrato dependem de decisões unânimes

Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.

Dissolução

1. Extrajudicial:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;

II - o consenso unânime dos sócios;

III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;

V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

2. Judicial:

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:

I - anulada a sua constituição;

II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.

Conclusões:

Somente pessoas físicas (naturais) podem ser sócias

Todos os sócios têm responsabilidade ilimitada

Responsabilidade subsidiária em relação à sociedade (1024 CC) e solidária entre os sócios

Qualquer limitação só terá validade entre eles (par. Único)

Satisfação de dividas pessoais dos sócios:

Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor.

Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:

I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;

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II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;

II - o consenso unânime dos sócios;

III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;

V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira no Registro Público de Empresas Mercantis a transformação do registro da sociedade para empresário individual, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.

Sociedade de responsabilidade mista, onde o sócio comanditário investe e o sócio comanditado exerce o objeto social, assumindo, por consequência, toda a responsabilidade.

Categorias de sócios:

1. Comanditado

Responsável pela administração da sociedade

Somente pessoa física

Responsabilidade semelhante à sociedade em nome coletivo (ilimitada)

2. Comanditário

Pessoa física ou jurídica

Responsabilidade limitada ao que investiu

Nome empresarial:

Nome de um dos sócios comanditados ou de 1 desses sócios + & Cia ou & Companhia

O comanditário não poderá:

Praticar ato de gestão

Ter nome na firma social

Receber lucro em caso de não integralização ou diminuição do capital social

Atenção:

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SOCIEDADE LIMITADA (CC art. 1052 À 1087)

Aplicação subsidiária das regras da Soc. Simples ou poderão aplicar supletivamente a Lei 6404/76 quando estiver previsto no contrato.

Terão o capital dividido em cotas de valor idêntico ou não.

Contribuição através de bem fará com que todos os sócios fiquem solidariamente responsáveis pela avaliação do mesmo por 5 anos caso aceitem o valor pelo qual o bem foi dado.

Capital social através de serviços?

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.

§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Aumento do capital social:

Ingresso de novos sócios

Contribuição dos sócios existentes

Terão direito de preferência na subscrição de novas cotas na proporção de seu capital

Redução do capital:

Quando houverem perdas excessivas

Quando o capital for excessivo para o objeto

Dissolução parcial da sociedade

Responsabilidade dos sócios:

Subsidiária limitada ao valor das cotas desde que estejam integralizadas

Quando deliberarem contra a lei ou o contrato responderão ilimitadamente

Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.

Exceções à limitação da responsabilidade:

Dívida trabalhista

Dívida com o INSS

Desconsideração da personalidade jurídica

Quando não for levada a registro

Violação do art. 977 (sociedade marital)

Sonegação fiscal

CTN: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

II - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Sonegação acontece quando havendo recursos na data do recolhimento não é pago. Caso não haja recursos não será considerado sonegação nem tampouco gerará responsabilidade pessoal

Sócio Remisso:

Aquele que deixou de integralizar total ou parcialmente suas quotas

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

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Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.

Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031.

Menor sócio pode ser responsabilizado pela não integralização de quota de outro sócio?

Não, afinal, incapaz só pode ser sócio se todas as quotas estiverem integralizadas.

Cessão de quotas:

Livre entre os sócios

Livre entre terceiros, salvo oposição de ¼ do capital social ou quando existir cláusula de preferência

Responsabilidade do sócio após sua retirada da sociedade?

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.

Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

Qual sua responsabilidade quando passar a fazer parte de uma sociedade já existente?

Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão.

Quotas sociais:

Natureza jurídica?

Direito de duplo aspecto

Direito Patrimonial (participação nos lucros, recebimento em liquidação, etc)

Direito Pessoal (participação nas assembleias ou reuniões)

Formas de deliberação?

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato.

Exceção?

§ 1o A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez.

Diferença de assembleia e reunião?

A assembleia tem formalidades legais, a reunião pode ser regulada pelo contrato social

Art. 1.079. Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no contrato, o estabelecido nesta Seção sobre a assembleia, obedecido o disposto no § 1o do art. 1.072.

Dispensa de Assembleia ou reunião:

Art. 1072 § 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.

Como serão contabilizados os votos?

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

E em caso de empate?

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O primeiro critério desempate será o número de sócios, se empatar novamente será através de decisão judicial

Quóruns:

Unanimidade:

Nomeação de administrador não sócio se houver previsão contratual e não tiver capital totalmente integralizado

¾ do capital

Alteração do contrato social

Incorporação, fusão ou dissolução da sociedade

Cessação da liquidação

2/3 do capital

Nomeação de administrador não sócio se houver previsão contratual e tiver capital totalmente integralizado

Destituição de administrador não sócio nomeado no contrato social

Maioria absoluta (mais de 50% do capital)

Nomeação de administrador nomeado em separado

Destituição de administrador não sócio

Expulsão de sócio minoritário

Maioria simples (mais da metade dos presentes)

Aprovação das contas dos administradores

Nomeação e destituição de liquidantes

Julgamento das contas dos liquidantes

Para as ME e EPP os quóruns serão sempre de maioria absoluta

O sócio pode a qualquer tempo requisitar prestação de contas e solicitar os livros empresariais

A fiscalização é normalmente exercida pelo Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é obrigatório nas LTDA’s?

Não

Deve ser composto por no mínimo 3 membros

Devem ser obrigatoriamente sócios?

Não, mas devem ser obrigatoriamente domiciliados no país

Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembléia dos sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembléia anual prevista no art. 1.078.

Direito de Recesso:

Retirada do sócio da sociedade

Sociedade com prazo determinado:

Só poderá sair com justa causa provada na justiça

Sociedade com prazo indeterminado:

Não há necessidade de justa causa, contudo, o sócio retirante deverá notificar os demais com 60 dias de antecedência

Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.

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Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade.

Quanto deve receber o sócio retirante?

A porcentagem investida inicialmente projetada no balanço patrimonial atual

Deverá haver um balanço patrimonial específico

Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.

§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota.

§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.

Administração das limitadas:

Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.

Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.

Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.

Art. 1.062. O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração.

§ 1o Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito.

Impedidos de administrar:

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.

§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

Quando a regência suplementar for da Lei 6404/76:

Art. 147 § 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos.

O mandato do administrador se extingue quando:

Atingir o prazo

Renúncia

Destituição (no caso de administrador sócio deverá respeitar o quórum)

Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado, não houver recondução.

§ 1o Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação de titulares de quotas correspondentes, no mínimo, a dois terços do capital social, salvo disposição contratual diversa.

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SOCIEDADE ANÔNIMA (Lei 6404/76)

Classificação

1. Capital aberto

Autorização da CVM para negociação de seus títulos em mercados abertos primários e secundários

2. Capital fechado

Não há negociação pública de suas ações

Valor das ações:

1. Valor nominal

Capital social dividido pelo número de ações

2. Valor patrimonial

Patrimônio líquido pelo número de ações

3. Valor de negociação

Preço recebido pela venda da ação

4. Valor econômico

Valor dado por avaliador

5. Preço de emissão

Valor de subscrição

Determinado na fundação da S/A ou quando há o aumento do seu capital

Não poderá nunca ser inferior ao valor nominal quando este estiver previsto no estatuto

Poderá ser superior ao valor nominal

A diferença entre valor nominal e emissão é chamado de ágio e forma a reserva de capital da Sociedade

Constituição da companhia:

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;

II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro;

III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social.

Quando for instituição financeira deverá ter ao menos 50% do capital integralizado (Lei 4595/64)

Em caso de subscrição pública (art. 82):

Pedido de registro junto à CVM

Colocação das ações emitidas junto aos investidores

Devem ser subscritas em até 6 meses

Convocação pelos fundadores de assembleia geral após a subscrição

Avaliar os bens (avaliação feita por peritos contratados e não pelos sócios como acontece nas LTDA’s)

Constituir a sociedade

Quórum mínimo de metade do capital social em primeira convocação e qualquer em segunda convocação

Nenhuma S/A poderá entrar em funcionamento sem ter seus atos constitutivos arquivados e publicados

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No caso de demora no cumprimento dos atos os primeiros administradores são solidariamente responsáveis pelos danos causados aos demais sócios

O arquivamento dos atos deverá ser feito em 30 dias

A publicação deverá ser feita em até 30 dias após o arquivamento dos atos

Deverá ser efetivada a transferência do patrimônio dado como integralização do capital social

O capital social deverá ser corrigido anualmente

Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional.

Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida anualmente

O capital social poderá sofrer alterações para mais ou para menos.

1. Para mais:

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:

I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);

II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);

III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;

IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.

§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes à efetivação do aumento, a companhia requererá ao registro do comércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata da assembléia de reforma do estatuto, no caso do número IV.

§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos casos do número III, ser obrigatoriamente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de capital.

Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.

Subscrição de novas ações (públicas ou particulares)

Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou particular de ações.

2. Para menos:

Art. 173. A assembléia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.

§ 1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da assembléia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento.

§ 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição.

Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações.

§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da ata da assembléia, não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montante correspondente, cumprindo

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aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral, dentro de cinco dias, para tomar conhecimento daquela redução.

Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:

§ 4º Se a companhia não conseguir, por qualquer dos meios previstos neste artigo, a integralização das ações, poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas realizadas, integralizando-as com lucros ou reservas, exceto a legal; se não tiver lucros e reservas suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas em comisso, findo o qual, não tendo sido encontrado comprador, a assembléia-geral deliberará sobre a redução do capital em importância correspondente.

Valores mobiliários:

1. Ações

Frações negociáveis do capital social

Classificação:

a) Quanto aos direitos que conferem: i. Ordinárias

Poder decisório

Participação dos lucros sociais

ii. Preferenciais

Restrição de direitos

Preferência no recebimento de dividendos ou reembolso do capital social

iii. Fruição

Usufruto de ações

Ações já amortizadas (sem redução do capital social)

b) Quanto à circulação i. Nominativas

Registro no Livro de Transferência de Ações Nominativas

ii. Escriturais

Não possuem “certificado” emitido pela S/A

Não constituem títulos de crédito

Ações em depósito

c) Quanto ao conteúdo i. Com valor nominal ii. Sem valor nominal

2. Debêntures

Garante ao debenturista-mutuário direito de crédito contra a S/A mutuária

Título de crédito resultante de empréstimo

Classificação das debêntures

a) Quanto à garantia oferecida i. Com garantia real

Penhor ou Hipoteca

Bem da sociedade ou não

ii. Com garantia flutuante

Em caso de falência garante o recebimento após os credores especiais mas antes dos quirografários

iii. Sem garantia

Quirografário

iv. Subordinadas

Subquirografária

Preferência somente sobre os acionistas

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v. Com garantia fidejussória

Fiança ou aval

b) Quanto à conversibilidade em ações a) Não conversíveis (regra geral) b) Conversíveis em ações da S/A

3. Partes beneficiárias

Crédito de participação nos lucros anuais

Limite de 10% do lucro

Títulos negociáveis criados por companhias fechadas

Sem valor nominal (depende do valor do lucro)

4. Bônus de subscrição

Título que garante a preferência na subscrição de novas ações

5. Commercial Papers

Notas promissórias de emissão pública

Negociável mediante endosso em preto

Cláusula sem garantia

Órgãos sociais:

1. Assembléia geral

Função exclusivamente deliberativa

Orgão máximo da S/A

Reunião de todos os acionistas (inclusive sem direito à voto)

Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda convocação instalar-se-á com qualquer número.

Parágrafo único. Os acionistas sem direito de voto podem comparecer à assembléia-geral e discutir a matéria submetida à deliberação.

1.1.  Assembleia geral ordinária:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;

II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

É um rol taxativo (qualquer outro assunto será tratado em assembleia extraordinária)

Quóruns:

¼ do capital para instalação em primeira convocação

2/3 em primeira convocação se constar proposta de alteração do estatuto

Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.

Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo

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estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre:

I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto;

II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida

III - redução do dividendo obrigatório;

IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;

V - participação em grupo de sociedades (art. 265);

VI - mudança do objeto da companhia;

VII - cessação do estado de liquidação da companhia;

VIII - criação de partes beneficiárias;

IX - cisão da companhia;

X - dissolução da companhia.

Convocação:

Anuncio público por 3 vezes

Havendo reforma do estatuto deverá indicar a matéria

Nas fechadas deverão ser publicadas ao menos 8 dias antes e 5 dias para a segunda convocação

Nas abertas os prazos serão de 15 e 8 dias

O desrespeito aos prazos poderá gerar anulação (prazo prescricional de 2 anos)

2. Conselho de administração

Obrigatório nas Cias de capital aberto e sociedades de economia mista

3 membros pessoa física

Mandato de no máximo 3 anos

Decisões por maioria de votos

Art. 142. Compete ao conselho de administração:

I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;

II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto;

III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos;

IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;

V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;

VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir;

VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição;

VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros;

IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.

3. Diretoria

Órgão que representa a Companhia.

Executa as deliberações da assembleia.

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Composta de no mínimo 2 membros acionistas ou não, residentes no Brasil.

4. Conselho fiscal Existência obrigatória, funcionamento opcional Mínimo 3 membros, máximo 5

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários;

II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-geral;

III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembléia-geral, relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;

IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia;

V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as matérias que considerarem necessárias;

VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;

VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar;

VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam.

CAPÍTULO 3

FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (Lei 11.101/05)

Execução concursal (universal) do empresário ou sociedade empresária.

Legitimidade passiva:

Empresários e sociedades empresárias

Excluídos:

Art. 2o Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista;

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

Art. 195. A decretação da falência das concessionárias de serviços públicos implica extinção da concessão, na forma da lei. (não podem ser empresas públicas nem sociedade de economia mista por não serem alcançadas pela falência)

Legitimidade ativa:

Credor do falido

O próprio falido

Sócio de sociedade empresária

Sucessores

Cônjuge sobrevivente

Inventariante

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Créditos excluídos da falência:

Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:

I – as obrigações a título gratuito;

II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.

Competência:

Local onde o empresário ou sociedade exerciam suas atividades

No caso de filias a competência será do principal estabelecimento e não sua sede ou matriz

Motivos para falência:

1. Impontualidade

Necessita de protesto com notificação pessoal

Valor deve superior a 40 salários (pode haver litisconsórcio)

2. Execução frustrada

Qualquer valor

Protesto facultativo

3. Atos de falência

Art. 94, III

Insolvência Jurídica (art. 94, III) ≠ insolvência econômica (art. 94, I e II)

O empresário ou sociedade empresária podem falir mesmo não estando economicamente insolventes.

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

Atenção:

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f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.

Exceções ao Juízo Universal da falência:

1. Ações trabalhistas 2. Execuções fiscais 3. Ação de conhecimento de competência da Justiça Federal

Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.

Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.

Contestação no processo de falência:

O prazo é de 10 dias Poderá requerer a recuperação judicial Poderá optar pelo depósito elisivo (impede a falência) junto com a contestação ou

mesmo sem contestação (Valor total + juros + correção + honorários advocatícios)

Habilitação de crédito

Prazo: 15 dias a partir da publicação do edital da decretação da falência Após a apresentação de impugnações ou novos débitos o administrador tem 45 dias

para atualizar a lista de credores de forma fundamentada Após a nova publicação os credores terão 10 dias para apresentar impugnações

Após o prazo novos credores serão considerados retardatários sem direito ao voto nas assembleias.

Autofalência:

A autofalência deverá observar todos os requisitos da petição inicial

Documentos necessários:

Balanço patrimonial Relação de credores Relações de bens que compõem o ativo Contrato ou Estatuto social (quando houver) Relação dos últimos sócios e administradores dos últimos 5 anos Deposito dos livros em cartório Não poderá haver citação postal (poderá haver por edital)

Contra sentença denegatória de falência cabe Apelação em 15 dias e da que decreta a falência cabe agravo de instrumento também em 15 dias

Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.

Termo legal:

Período determinado pelo juiz onde todos os negócios que trouxeram ônus para a massa serão considerados ineficazes

Pode ser:

Até 90 dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento Até 90 dias antes da inicial, se não houver protesto

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No caso de recuperação convolada em falência até 90 dias antes do pedido do benefício

Atos ineficazes em relação à massa falida:

Pagamento de dívidas não vencidas dentro do termo legal Pagamento de dívidas vencidas no termo legal mas pagas de forma diversa do

estipulado em contrato Constituição de direito real em garantia dentro do termo legal Prática de atos gratuitos até 2 anos antes da falência Renúncia à herança ou legado até 2 anos antes da falência Trespasse que não cumpra com os requisitos patrimoniais

Tais atos podem ser revogados de ofício, a pedido ou por ação revocatória

Órgãos comuns da falência e da recuperação de empresas:

1. Administrador judicial:

Representante legal da massa falida

Auxiliar do juízo

Age em nome próprio mas representando interesse dos credores

Pessoa física ou jurídica

Não pode delegar poderes mas pode contratar auxiliares

Remuneração máxima de 5% (ou 2% para ME ou EPP) do valor total pago aos credores sendo que 40% ficam retidos até a aprovação de suas contas

2. Assembleia de credores:

Órgão deliberativo (facultativo na falência por ser meramente consultivo, obrigatório na recuperação em virtude da natureza contratual deste instituto)

Convocação via publicação no DO com antecedência mínima de 15 dias na primeira convocação e 5 dias na segunda

Pode ser convocada pelo juiz ou por credores que representem ao menos 25% de créditos de uma determinada classe

3. Comitê de credores:

Máximo de 4 representantes (1 dos trabalhadores, 1 dos credores com garantias reais, 1 dos quirografários e 1 das ME e EPP’s)

Pode ser convocado pelo juiz ou pela assembleia

Tem como funções fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores; apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores; manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei (Lei 11.101/05 art. 27);

Na sua ausência as funções serão exercidas pelo administrador judicial

Classes de credores:

Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:

I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;

II – titulares de créditos com garantia real;

III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.

IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.

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§ 1o Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total de seu crédito, independentemente do valor.

§ 2o Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do valor de seu crédito.

Classificação dos créditos:

1. Extraconcursais (não participam do concurso de credores, recebem antes) Remuneração do administrador e seus auxiliares Verba trabalhista e de acidente de trabalho ocorrido após a decretação da

falência Quantias fornecidas a massa pelos credores Despesas com a administração do ativo Custas do processo de falência Custas de execuções que a massa falida tenha sido vencida Obrigações contraídas durante a recuperação judicial (desde que não sejam de

fornecedores que já forneciam antes da recuperação, estes serão considerados credores com privilégio, contudo, concursais)

Art. 67 p.único Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.

2. Créditos concursais: Trabalhistas até 150 salários mínimos e acidente de trabalho Créditos com garantia real (até o valor do bem dado em garantia) Créditos tributários (excluídas as multas tributárias) Créditos com privilégio especial (incluído os que conferem direito de retenção) Créditos com privilégio geral (art. 67 p. único) Quirografários Multas e penas pecuniárias Créditos subordinados (sócios e administradores sem vínculo trabalhista)

Efeitos da falência:

O falido fica proibido de exercer qualquer atividade empresarial

Pode o falido fiscalizar a falência

Deve prestar informações ao administrador

Deve apresentar os livros obrigatórios

Não se ausentar do local da falência sem comunicar ao juízo falimentar

Comparecer a todos os atos em que sua presença seja considerada indispensável

Extinção das obrigações falimentares:

Pagamento integral

Pagamento de pelo menos 50% dos quirografários (o que pressupõe o pagamento das classes anteriores)

5 anos após o encerramento da falência desde que não tenha ocorrido crime

10 anos do encerramento se houve crime

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

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Requisitos:

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;

III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;

IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente.

Meios utilizados para recuperação (rol exemplificativo) (art. 50)

Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;

Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

Alteração do controle societário; Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus

órgãos administrativos; Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de

poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; Aumento de capital social; Trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída

pelos próprios empregados; Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo

ou convenção coletiva; Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de

garantia própria ou de terceiros; Constituição de sociedade de credores; Venda parcial dos bens; Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo

como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;

Usufruto da empresa; Administração compartilhada; Emissão de valores mobiliários; Constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos

créditos, os ativos do devedor.

Procedimento da recuperação:

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:

I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;

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II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:

a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;

III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;

IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;

V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;

VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;

VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;

VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;

IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.

O juiz nomeará administrador judicial.

Haverá a suspensão das execuções.

Intimação do MP e Fazendas públicas.

Publicação do edital com resumo do pedido do devedor e decisão que deferiu.

Não cabe recurso do deferimento do processamento.

Plano especial de recuperação:

Somente para M.E. e E.P.P.

Somente atinge créditos quirografários

Até 36x corrigidos com juros de 12% a.a.com primeira parcela para 180 dias após a distribuição do pedido

Recuperação extrajudicial:

Não atinge as obrigações de natureza trabalhista, acidente de trabalho ou tributárias

Depende de homologação judicial (a não ser que haja unanimidade entre os credores, nesse caso será considerado mera novação e não haverá a necessidade de seguir os ditames da lei 11.101/05)

Não acarreta suspensão de direitos, ações ou execuções nem impede decretação de falência por credores não subordinados ao plano

Da sentença cabe apelação (somente efeito devolutivo)

O devedor deve preencher todos os requisitos da recuperação judicial